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COORDENADORIA DE COOPERAÇÃO COM OS MUNICÍPIOS – COPEM


FORMAÇÃO CONTINUADA – EIXO ENSINO FUNDAMENTAL II

OFICINA DE PRODUÇÃO TEXTUAL

CEARÁ
2017
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OFICINA DE PRODUÇÃO TEXTUAL

Objetivo: Fomentar a construção de atividades que possam ser desenvolvidas em sala de aula
com foco nos processos de produção de textos, considerando os diversos ambientes de
circulação dos gêneros.

Sumário

PARTE I
Produção de um gênero escrito.......................................................................................................02
Sequência didática - Crônica

PARTE II
Produção de um gênero oral...........................................................................................................08
Sequência didática - Seminário

PARTE III
Produção de um gênero para circulação em ambientes virtuais.....................................................12
Sequência didática – Microconto de Terror

.
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PARTE I – PRODUÇÃO DE UM GÊNERO ESCRITO


SEQUÊNCIA DIDÁTICA - CRÔNICA
TEXTOS COM SABOR DE CHOCOLATE

1. Leia o texto abaixo e, em seguida, realize uma roda de conversa. Foque a discussão no
chocolate, destacando os pontos positivos e negativos. Trabalhe com as estratégias para
antes, durante e depois da leitura.

A praga
Luís Fernando Veríssimo

Ninguém sabe ao certo como se entenderam, mas se entenderam. E a primeira coisa que o
índio deu a Colombo foi um tomate. Era o primeiro encontro, na primeira ilha, no primeiro dia, e o
próprio sol parecia ter chegado mais perto para não perder a cena. Fazia calor e o tomate brilhava
ao sol como uma maçã dourada.
- Um pomo d´oro! - exclamou Colombo.
- Um tomate - explicou o índio. - Para a salada. Para o molho.
- Finalmente algo para por fim à brancura do espaguete - disse Colombo emocionado.
Marco Polo só descobriu a massa. Eu descobri a macarronada.
E Colombo aceitou o tomate e deu em troca uma miçanga.
O índio deu uma batata a Colombo que a olhou com desprezo. Mas o índio descreveu (com
mímica, a linguagem mágica dos encontros místicos) sua importância para história ocidental,
desde a alimentação das massas camponesas da Europa até noisette, ou fritas com um Big Mac.
E Colombo a aceitou e deu em troca um espelhinho.
E o índio deu a Colombo o fruto do cacaueiro e falou no que o chocolate significaria para o
mundo, em especial para a Bahia e a Suíça, e nas delícias do bombom por vir. E Colombo
guardou o cacau na algibeira e deu em troca um vintém.
E o índio deu a Colombo uma folha de tabaco e falou nos prazeres do fumo, e de como ele
afetaria os hábitos civilizados. E se quisessem algo mais forte, tinham uma planta que dava coca,
e um barato muito maior. E tudo isso Colombo aceitou em troca de contas. E mais uma espiga de
milho. E mais um papagaio. Até que, com a algibeira cheia, Colombo disse:
- Chega de miudezas. Agora eu quero ouro.
- O quê?
-Ouro. Isso que você tem no nariz.
- E o que você me dá em troca? - perguntou o índio antevendo algo espetacular como uma
luneta. Mas Colombo apontou uma pistola para a cabeça do índio e disse "Isto". E disparou.
Depois, mandou seus homens recolherem todo o ouro da ilha, nem que precisassem arrancar
narizes.
No chão, antes de morrer, o índio amaldiçoou Colombo e praguejou. Que a batata tornasse
sua raça obesa, que o chocolate enchesse suas artérias de colesterol, que o fumo lhe desse
câncer, a cocaína o corrompesse e o ouro destruísse sua alma. E que o tomate - desejou o índio
em seu último suspiro - se transformasse em ketchup.
E assim aconteceu.

2. Divida a turma em duplas ou grupos.


3. Informe que cada equipe participará de uma atividade para descobrir o nome do chocolate.
4. O professor apresenta fichas com significados que darão dicas do nome de cada chocolate.
Pode ser esses que estão listados a seguir ou outros, de acordo com as intenções
formativas do professor.
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TABELA 1
DICA
1. Grande influência, muita consideração, boa reputação...
2. Ideia que alimentamos + preposição + dança de debutante...
3. Disposição natural, dom...
4. Que produz ruído seco e característico ao ser mordido...
5. Impressão física recebida pelos sentidos...
6. Espanto causado por algo imprevisto e rápido...
7. Texto humorístico crítico sobre fato atual que pode unir linguagem verbal e não-verbal...
8. Metal precioso + cor da clara do ovo cozido...
9. A mais dura pedra preciosa + ébano...
10. Concerto que se dá debaixo da janela de alguém + preposição + fogo que arde sem se ver...
11. Você quer que algo se repita, então pede...
12. Toda bolsa de mulher tem...

5. O grupo que descobrir o nome do chocolate ganha o doce. Podem comê-lo, mas as
embalagens precisam ser guardadas para a próxima etapa da atividade (caso não seja
possível providenciar os chocolates, pode, apenas, imprimir os nomes dos bombons, mas é
interessante distribuir chocolates para os participantes).
TABELA 2
NOME DO CHOCOLATE
1. Prestígio 2. Sonho de Valsa
3. Talento 4. Crocante
5. Sensação 6. Surpresa
7. Charge 8. Ouro Branco
9. Diamante Negro 10. Serenata de Amor
11. Bis 12. Baton

6. No decorrer da atividade, forme um quadro/painel com todas as informações.


TABELA 3
DICA NOME DO CHOCOLATE
1 13. Grande influência, muita consideração, boa reputação... Prestígio
2 14. Ideia que alimentamos + preposição + dança de debutante... Sonho de Valsa
3 15. Disposição natural, dom... Talento
4 16. Que produz ruído seco e característico ao ser mordido... Crocante
5 17. Impressão física recebida pelos sentidos... Sensação
6 18. Espanto causado por algo imprevisto e rápido... Surpresa
7 19. Texto humorístico crítico sobre fato atual que pode unir Charge
linguagem verbal e não-verbal...
8 20. Metal precioso + cor da clara do ovo cozido... Ouro Branco
9 21. A mais dura pedra preciosa + ébano... Diamante Negro
10 22. Concerto que se dá debaixo da janela de alguém + Serenata de Amor
preposição + fogo que arde sem se ver...
11 23. Você quer que algo se repita, então pede... Bis
12 24. Toda bolsa de mulher tem... Baton
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Produza textos utilizando os nomes dos chocolates. Veja duas propostas nos pontos 7 e 8:

7. PRODUÇÃO TEXTUAL – MENSAGEM


 Pode ser uma mensagem digital ou escrita.
 Organize as frases e as palavras abaixo em tarjetas.
 Distribua as tarjetas de maneira aleatória. Em seguida, o grupo construirá a mensagem.
Pode ser usado o nome do chocolate impresso ou a própria embalagem.

Querido professor, ou Querido aluno,


Para demonstrar que seu
prestígio
é alto comigo,
resolvi usar o meu
talento
para faze-lhe uma
surpresa
pois, você vale mais que
diamante negro
e brilha mais que
ouro branco.
Por isso, meu afeto e meu carinho
estão sempre com gosto de

bis!

 Após a produção coletiva, enviar a mensagem por meios digitais ou realizar a entrega em
material impresso ou confeccionado pelos próprios participantes da atividade.

8. PRODUÇÃO TEXTUAL – SEQUÊNCIA DIDÁTICA – CRÔNICA


Objetivos
 Ampliar a competência comunicativa, lendo e escrevendo textos socialmente relevantes
a partir do trabalho com o gênero textual crônica.
 Identificar as características formais e discursivas do gênero crônica.
 Planejar, produzir, reescrever, revisar e publicar crônicas.

Conteúdo
Gênero textual crônica.

Tempo estimado
Um bimestre.

Material necessário
Chocolates, crônicas, caderno, lápis, pinceis, tarjetas.

Introdução
A crônica é um gênero textual que tem como matéria-prima a realidade, mas não é mera
reprodução do real. O cronista se inspira no cotidiano, porém não apresenta os fatos de
maneira fidedigna, apresenta-os de acordo com a interpretação que faz da realidade,
acentuando o caráter político, humorístico e crítico dos acontecimentos.
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Apresentação da situação - Combine com os alunos que eles produzirão textos (crônicas)
para compor um painel que delineará o perfil da turma. O mural será montado no decorrer
do semestre à medida que os textos forem sendo aperfeiçoados e poderá ser fixado na
biblioteca da escola. Sugira temas como: A CARA DO 6º B - A CARA DO 9º A - ESSES
SOMOS NÓS! ...

Produção inicial - Tomando como ponto de partida a lista de chocolates da tabela 2,


escreva uma crônica abordando o cotidiano da sala de aula. Descreva como são seus
colegas, reflita sobre algum acontecimento importante que você lembra, fale dos
problemas, teça elogios para a turma ou discuta qualquer outra questão relevante para
vocês. Lembre-se, é preciso utilizar algumas palavras da tabela 2.

Módulo I – Discutindo o gênero textual crônica


 Este é o momento de analisar os conhecimentos prévios dos educandos quanto à crônica e
ampliar esses conhecimentos realizando o trabalho de leitura e de escrita. Portanto, é
interessante iniciar pela discussão oral, fazendo o levantamento de hipóteses, provocando
um debate em sala, baseado nas seguintes questões:
 Você sabe o que é uma crônica?
 Você já leu alguma crônica? Qual?
 Quem era seu autor?
 Você conhece algum cronista brasileiro? Qual?
 Em que lugar as crônicas são veiculadas?
 Você afirmaria que crônica e contos são o mesmo gênero literário? Por quê?
Observação: é importante trabalhar o gênero debate antes de apresentar essas questões.
 Discuta as questões e observe as respostas.

Módulo II – Conhecendo o gênero textual crônica


 Entregue cópias de crônicas para que os alunos possam ler e conhecer como esse gênero
é estruturado.
 Em seguida, construa um quadro informativo com as características do gênero identificadas
pelos alunos.
 Escolha duas crônicas, distribua cópias para a turma, leia e identifique todas as
características. É o momento de consolidar a construção do quadro informativo iniciado na
atividade anterior.
 Vejamos algumas características da crônica:
 Texto de ficção inspirado em fato real.
 Narração curta.
 Descreve fatos da vida cotidiana.
 Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico.
 Possui personagens comuns;
 Segue um tempo cronológico determinado.
 Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens.
 Linguagem simples.
 Sugerimos que, ao ler as crônicas escolhidas pelo professor, a turma possa caracterizar e
classificar os textos lidos. É importante focar no trabalho com as crônicas narrativas e
argumentativas.
 Crônica Narrativa:
 Narra fatos baseados no cotidiano de modo literário.
 Os fatos narrados podem ser, inclusive, fatos jornalísticos.
 É, geralmente, curta e de leitura leve, podendo apresentar humor.
 Não detalha espaço e tempo nem descreve com detalhamento as personagens.
 Inicia a história já apresentando o fato principal.
 Pode divertir o leitor e também levantar reflexões e/ou questionamentos.
 Pode ser narrada em 1ª ou em 3ª pessoa.
 Apresenta, geralmente, linguagem simples e direta.
 Sugestão para leitura e análise: Minhas Férias – Luís Fernando Veríssimo.
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 Crônica Argumentativa:
 Representa uma opinião sobre um assunto cotidiano ou um fato noticioso.
 Ajuda o leitor a refletir criticamente sobre a vida e o comportamento humano.
 É, geralmente, curta.
 Apresenta argumentos para fundamentar as opiniões.
 Pode ser escrita em 1ª ou 3ª pessoa, a depender do objetivo de ser mais pessoal ou
impessoal.
 Apresenta, geralmente, linguagem simples e direta.
 Sugestão para leitura e análise: Receita de Viver – Pedro Bloch
 Após a leitura e análise das crônicas, se possível, proponha que os alunos realizem os
jogos de aprendizagem – crônica. Disponível em:
https://www.escrevendoofuturo.org.br/caderno_virtual/caderno/cronica/jogo.html
 Ao acessar o site, leia as orientações e clique em jogar. Antes de iniciar, acesse o link
ajuda na parte inferior da página para compreender todas as etapas do jogo.

Módulo III – Pensando o gênero textual crônica


 Após conhecer o gênero e gerar ideias sobre ele, é o momento de planejar a escrita.
Organize um roteiro considerando o que foi proposto na produção inicial, procure
contemplando as condições de produção: Quem? Para quem? Para quê? Por quê?
Quando? Onde? Como?
 Discuta o roteiro com a turma e solicite que todos façam o registro no caderno.
 A partir das produções iniciais, escolha algumas crônicas produzidas pelos alunos para
leitura e discussão em sala. É importante que, ao ler os textos, a turma considere os
seguintes pontos:
 Quem lerá a versão final do texto?
 Por que você está escrevendo?
 Em que lugar este texto será dado para a leitura e onde será exposto?
 Qual o tipo de linguagem mais adequada para alcançar os objetivos tendo em vista
quem lerá o texto e qual o tipo de texto escolhido?
 Observe se a organização do texto está bem clara observando: pontuação,
concordância, ortografia, repetição de ideias, regras da norma escolhida etc.
 A partir das produções iniciais, verifique que aspectos do gênero precisam ser
trabalhados e melhorados para que os textos possam circular socialmente com maior
eficácia – análise das produções iniciais e organização de aulas para trabalhar os pontos
mais críticos.
 A partir das dificuldades de aprendizagem identificadas nas produções iniciais, é possível
criar diversos módulos para esta sequência didática. A seguir apresentamos os passos
necessários para produzir um texto, mas é preciso que outros momentos sejam
adicionados após análise/diagnóstico das produções iniciais que seus alunos produziram.
 Após ler algumas das produções iniciais com a turma, definir se a produção será de uma
crônica narrativa ou argumentativa.
 Produzir com os alunos um roteiro para que possam melhorar as crônicas.
 Lembramos que a proposta inicial era produzir crônicas para compor um painel que
delineie o perfil da turma. O mural será montado no decorrer do bimestre à medida que os
textos forem sendo aperfeiçoados. Sugestão de temas: A CARA DO 6º B - A CARA DO 9º
A - Esses somos nós! ...

Módulo IV – Produzindo o gênero textual crônica


 Entregue as produções iniciais para cada aluno.
 Apresente os principais problemas encontrados e discuta-os com a turma.
 Exponha o roteiro produzido no módulo anterior.
 Agora, cada aluno poderá criar uma crônica com mais propriedade. Todos devem partir da
produção inicial, seguir o roteiro proposto e produzir os textos para compor o painel.
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 Após a escrita individual, fazer uma retomada do roteiro elaborado com a turma e
encaminhar para que cada aluno possa verificar em seu próprio texto o que está
contemplado e o que precisa ser acrescentado.
 O professor recebe os textos, analisa e devolve para reescrita individual em casa.
 É o momento de listar no quadro os problemas mais gerais que permeiam a maioria das
produções e realizar as explicações/aulas sobre cada um desses assuntos.
 Após as aulas, entregar as produções com observações específicas e realizar o processo
de reescrita coletiva.
 Primeiro o professor reescreve uma produção com a turma inteira, para servir de modelo,
em seguida divide a turma em duplas ou grupos para realização da reescrita.
 Após a reescrita coletiva, o professor faz as últimas observações e as correções
ortográficas e encaminha, novamente, para que cada aluno possa produzir uma versão
final da crônica.
 Para finalizar, marcar uma data para que cada aluno leia seu texto para a turma.
 Os textos devem compor um painel homenageando a turma.

Avaliação
A fim de realizar uma avaliação formativa, a aprendizagem dos educandos e o trabalho
pedagógico devem ser mapeados. Os avanços na aprendizagem e as intervenções
pedagógicas precisam ser acompanhados através da análise comparativa das produções,
registro processual dos avanços e dificuldades da turma e das intervenções realizadas pelo
professor. Ao final da sequência, aplique um questionário avaliativo para levantar as
impressões dos educandos em relação às suas aprendizagens e ao desempenho do
professor. Tudo deve ser registrado e organizado em um portfólio.
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PARTE II – PRODUÇÃO DE UM GÊNERO ORAL


SEQUÊNCIA DIDÁTICA - SEMINÁRIO
COMO PREPARAR E APRESENTAR SEMINÁRIOS

9. PRODUÇÃO TEXTUAL – SEQUÊNCIA DIDÁTICA - SEMINÁRIO


Objetivos
 Apropriar-se de procedimentos de escuta e participação de uma exposição oral e de
um seminário.
 Organizar uma apresentação de maneira a possibilitar a compreensão da audiência.
 Apropriar-se de procedimentos de planejamento, produção e revisão de uma exposição
oral.
 Compreender as características fundamentais da organização interna de uma
exposição oral.
 Utilizar o registro adequado de fala ao organizar a exposição.
 Reconhecer e utilizar as marcas linguísticas características de uma exposição oral em
um seminário.

Conteúdo
Gênero textual seminário.

Tempo estimado
Pode variar. Em torno de 10 aulas. A velocidade do preparo de um seminário depende da
quantidade de alunos da turma e do ritmo de trabalho do grupo.

Material necessário
Cartolina para confeccionar cartaz, lápis, borracha, caneta, apagador, papel, cópias de
textos, giz, lousa. Outros materiais decorrentes dos recursos que podem ser utilizados
como auxiliares nas apresentações: vídeos, fotografias, data show, slides etc.

Introdução
O seminário tem por objetivo informar uma determinada audiência sobre um determinado
tema. É uma situação comunicativa que prevê várias exposições de aspectos diferenciados
de um tema comum. Trata-se de uma situação comunicativa em instância pública - a
escolar - que prevê diferentes exposições orais articuladas, mediadas por um professor
que, ao final, pode tentar articular as diferentes exposições, procurando a melhor
compreensão do tema pela audiência.

Essas exposições podem ser sustentadas por recursos materiais diversos (slides, vídeo,
data show, quadros-sinóticos, músicas, fotografias, apresentações musicais e dança, tudo
o que for adequado para esclarecer a audiência sobre o tema), inclusive por esquema
escrito que sintetize as principais ideias que serão focalizadas.

Apresentação da situação – Proponha que a turma organize um seminário em que os


próprios estudantes apresentem e discutam um tema específico para um determinado
público. Para isso, é preciso conhecer a estrutura e a composição desse gênero oral.

O professor e os alunos discutem a temática, as condições de produção e desenvolvem um


plano global para produzir o gênero seminário. Sugerimos que o professor apresente um
vídeo com um seminário e, a partir dessa vivência, discuta com a turma como esse gênero
se materializa. Em seguida, oriente os alunos para discutir que temática foi abordada no
vídeo, como podem organizar um plano global e quais as condições de produção do
seminário que assistiram. Por fim, a turma pode definir os temas para os seminários.

Produção inicial – Lançado o desafio, peça aos alunos para simular como seria um
seminário. Após as breves apresentações, convide a turma a conhecer melhor o gênero
nos próximos módulos.
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Módulo I – Conhecendo o gênero seminário


 A organização de um seminário precisa dar-se em dois grandes eixos: o da alimentação
temática e o da organização da exposição oral.
 A alimentação temática é fundamental para que se estude o aspecto do conhecimento
que se pretende trabalhar. Para isso, é necessário ler muitos textos que apresentem as
informações necessárias para a aprendizagem dos alunos. O professor pode organizar, por
exemplo, sequências de atividades de leitura cuja finalidade seja aprender sobre o tema.
 A exposição oral pressupõe articulação de informações e seleção daquelas que forem
consideradas fundamentais para o tratamento do assunto, de modo a garantir a
compreensão da audiência. É preciso realizar um estudo do gênero e da situação
comunicativa. A sequência de atividades apresentada a seguir trabalha com o gênero
exposição oral de um seminário.
 A partir dos questionamentos a seguir, levante os conhecimentos prévios dos alunos a
respeito do que vem a ser um seminário:
 O que é um seminário?
 Qual a sua finalidade?
 Como se organiza?
 Quem dele participa?
 Quais os papeis/funções dos participantes?
 Em que lugares/espaços sociais costumam acontecer seminários?
 Registre os comentários dos alunos num quadro e deixe exposto para poder retomar
posteriormente. Finalize com a apresentação do vídeo: comunicação oral – gênero
seminário, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UOEvxhbJlHc
 Depois disso, apresente aos alunos a proposta de trabalho. Explique o objetivo e informe
que eles assistirão/participarão de mais um seminário no qual poderão observar os tópicos
listados acima. Defina o contexto de produção do seminário:
 Determine a finalidade;
 Defina quem serão os interlocutores;
 Defina o espaço no qual se realizará (escola, por exemplo, ou classe...).
 Além disso, determine a data, quais grupos observarão quais aspectos e planeje, de
modo geral, as atividades de estudo do gênero seminário.

Módulo II – Participando do gênero seminário


 Para produzir textos organizados em algum gênero, os alunos precisam ser apresentados a
referências. Assim, você poderá organizar na escola um seminário a respeito de um tema
de relevância para a vida dos alunos. Será uma atividade de estudo da situação
comunicativa e do gênero exposição oral/seminário.
 O próprio professor da turma junto com colegas de trabalho podem apresentar esse
seminário ou convidar outros profissionais (psicólogo, enfermeiro, assistente social,
médico, policial etc) para fazer essa atividade. Os alunos deverão participar assistindo e
estudando o gênero. Para tanto, farão anotações orientadas por um plano que focalize os
aspectos mais importantes para a organização e participação em um seminário. Elabore
esse roteiro previamente e oriente os alunos para observações relativas a:
 Qual a finalidade do seminário?
 Quais foram os participantes? Como foi organizado - ordem de participação; função dos
participantes?
 Como se deu a exposição de cada participante - como iniciou a apresentação, como
terminou, que recursos utilizou, se foi possível compreender o que foi exposto e por
quê?
 Como se deu a participação da audiência (em quais momentos ouve participação direta,
perguntas, por exemplo; se houve anotações; se as perguntas foram adequadas ou não
e por quê; de que maneira as perguntas foram apresentadas por escrito e lidas pelo
professor ou convidados para a realização do seminário, entre outros aspectos)?
 De que maneira o seminário terminou?
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 A turma pode ser dividida em grupos, de maneira que cada equipe ficará responsável por
observar um ou dois itens dentre os listados anteriormente.
 É interessante que alguns trechos do seminário sejam filmados, para que possam ser
utilizados em estudos posteriores, quando se buscará um aprofundamento na análise.
 Caso não seja possível, grave em áudio e depois transcreva alguns trechos para estudar
as expressões utilizadas na abertura e fechamento do seminário, a maneira de apresentar
cada participante, os modos de passar a palavra para a audiência, como realizar
intervenção, a organização interna das exposições, assim como suas marcas linguísticas.
Esta etapa é o momento de participar de um seminário para estudá-lo.

Módulo III – Planejando um seminário


 Organize os alunos em grupos e solicite que eles sintetizem aspectos observados: cada
grupo se detém a um ou dois dos aspectos observados, conforme combinado no momento
anterior ao seminário. Depois, solicite que as equipes apresentem o que foi analisado e vá
registrando em um cartaz organizador. Compare esse cartaz com o que foi discutido nas
outras aulas, pontuando as confirmações, os equívocos, as ampliações e os
aprofundamentos realizados.
 Depois desse estudo, planeje com os alunos como será organizado o seminário que a
turma realizará. É necessário que o professor apresente uma organização geral, sugira
temas e que os alunos planejem como produzirão o gênero.

Módulo IV – Estudando uma exposição oral


 O foco, agora, será no estudo dos conteúdos e nas exposições, em especial, procurando
observar sua organização interna e marcas linguísticas usuais.
 É interessante assistir a um seminário gravado e organizar esse trabalho a partir da
apresentação da gravação. Nesse caso, o professor divide a classe em grupos e orienta os
grupos: cada dois grupos, por exemplo, pode focar a observação em dois dos pontos
abaixo. Oriente essa observação por um roteiro que focalize aspectos fundamentais do
gênero. Sugestão de vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=AmUpwVHQFw0
 Roteiro de observação - Verifique como o apresentador ou apresentadores do seminário
abordam os tópicos, veja o que está contemplado e o que falta:
 Abre a exposição. De que maneira ele entrou em contato com o público? Qual foi a
saudação inicial?
 Introduz o tema e delimita o assunto dentro desse tema. Fique atento, nesse item, a
expressões do tipo: O assunto de minha exposição será... Abordarei nesta exposição
alguns aspectos sobre...
 Desenvolve o tema. Veja se o apresentador é claro em sua maneira de falar, se as
informações estão bem organizadas, se são coerentes e se têm uma progressão lógica.
 Finaliza a apresentação. Houve a retomada de forma sintética dos principais pontos da
exposição? Observe expressões do tipo: Em resumo...; O que foi dito aqui foi... ; Para
concluir...; Recapitulando, podemos dizer que...
 Lança, ao final, uma questão aos ouvintes, com o objetivo de desencadear uma
discussão ou reflexão entre os participantes?
 Utiliza com eficácia os recursos materiais: cartazes, registro na lousa, equipamentos?
 Posiciona-se diante do público. Observe a direção do olhar, o tom de voz em cada
situação.
 Observa nas frases do apresentador algumas marcas linguísticas como as
expressões então, portanto, sobretudo, no momento, ao longo desta apresentação...,
para finalizar...
 Quando a classe for assistir a esse seminário, organize grupos para dois tipos de
observações fundamentais: a organização geral do seminário (indicação no módulo II), e a
organização das exposições orais (indicação no módulo III). Depois, organize a
sistematização das observações em duas etapas distintas: um para cada tipo de
observação realizada.
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Módulo V – Definindo as características de um seminário


 Retome com os alunos os itens das aulas anteriores, com o objetivo de socializar as
observações. Solicite que os grupos ou duplas que assistiram à mesma exposição se
reúnam e organizem uma síntese consolidando suas observações. Os grupos socializam
suas considerações com os demais alunos da classe, apresentando-as coletivamente.
Enquanto isso, registra-se tudo em cartazes/quadro.
 Compare cada quadro para analisar o que houve de comum e de diferente em cada
exposição oral, focalizando aspectos indispensáveis para a organização do gênero.
 Os alunos devem avaliar cada um dos recursos utilizados pelos expositores do ponto de
vista da sua adequação ao conteúdo e à compreensão do público, focalizando as
estratégias mais eficazes. Em seguida, com o auxílio do professor podem organizar um
quadro com as características que as apresentações de cada grupo precisarão ter.
 Oriente aos alunos que escolham temas e comecem a ler textos sobre os mesmos. Os
textos podem ser pesquisados pelos estudantes ou entregues pelo professor.

Módulo VI – Preparando os seminários


 Solicite aos alunos que retomem os textos ou resumos dos conteúdos pesquisados, sobre
os quais versarão as apresentações do seminário. A finalidade é preparar a apresentação.
 Retome os aspectos levantados na etapa anterior, as características do contexto de
produção do seminário e oriente os alunos para que utilizem essas referências para
planejar suas exposições.
 Acompanhe-os na elaboração do esquema orientador da fala, assim como na seleção de
recursos mais adequados ao conteúdo e à compreensão dos interlocutores.
Se for o caso, auxilie-os na preparação desses recursos (cartazes, slides, músicas etc).
Não se esqueça de revisar os textos e a elaboração geral desses recursos.

Módulo VII – Vivenciando o gênero seminário


 Reserve duas aulas no horário escolar para os ensaios. Nos ensaios, os colegas que
compuserem a audiência de cada grupo terão como papel fundamental analisar as
apresentações criticando-as do ponto de vista da sua adequação tanto às características
do gênero e ao contexto de produção, quanto da compreensão da audiência.
 Depois de cada apresentação, discuta-a com a classe, solicitando alterações, focalizando
aspectos positivos que devem ser mantidos, etc.
 Antes da apresentação no seminário, defina tempo e ordem de apresentação,
posicionamento dos recursos etc.
 Se o seminário for contar com a elaboração de resumos (que orienta a escuta, antecipando
possíveis conteúdos), preveja um tempo para a elaboração dos mesmos. Em muitas
práticas educativas, o professor, além da apresentação oral, solicita um resumo por escrito.
É importante considerar o nível da turma ao propor essa atividade.

Módulo VIII – Apresentando seminários


 É o momento de cada grupo realizar a apresentação do seminário. Caso seja possível,
realize a filmagem para que seja possível analisar as apresentações na avaliação final.
 Se todos concordarem, é interessante convidar outra turma da escola, pais ou funcionários
para assistir as apresentações.
 É possível que os seminários sejam acompanhados e organizados por professores de duas
áreas do conhecimento, para isso, é só propor temas interdisciplinares.

Avaliação
A avaliação deve acontecer no processo e no final. Utilize como critérios os mesmos
pontos apresentados como orientadores da produção. Além disso, não se esqueça de
avaliar a participação dos alunos no estudo realizado, sua contribuição, seu interesse e o
trabalho efetivamente realizado. Se a apresentação for filmada poderá ser utilizada nessa
etapa para explicações a respeito das decisões que forem tomadas. Solicite, ainda, uma
autoavaliação dos alunos referente ao trabalho em grupo e individual.
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PARTE III – PRODUÇÃO DE UM GÊNERO PARA CIRCULAÇÃO EM AMBIENTES VIRTUAIS


SEQUÊNCIA DIDÁTICA
MICROCONTO DE TERROR

10. PRODUÇÃO TEXTUAL – SEQUÊNCIA DIDÁTICA – MICROCONTO DE TERROR


Objetivos
 Conhecer as possibilidades de leitura e divulgação de textos literários no ciberespaço.
 Refletir sobre a linguagem e sua funcionalidade interacional na internet.
 Produzir o gênero textual microconto considerando as condições de produção próprias
do gênero.
 Refletir sobre o emprego de palavras com sentido figurado como recurso de concisão.

Conteúdo
Gênero textual microconto de terror.

Tempo estimado
Pode variar. Em torno de 10 aulas.

Material necessário
Internet, microcontos, computador, cópias de textos, lápis, caneta.

Introdução
O microconto é uma espécie de conto muito pequeno. As características desse gênero são
diferentes das de um "conto pequeno", pois no microconto muito mais importante que
mostrar é sugerir, deixando ao leitor a tarefa de "preencher" as elipses narrativas e
entender a história por trás do que foi escrito ou narrado. Trata-se de uma micronarrativa
que prima pela concisão e brevidade. Geralmente, eles possuem entre 140 e 300
caracteres, trata-se de algo minimamente perturbador ou, em alguns casos, bastante
perturbador, materializado em apenas duas linhas, tal feito é possível. No referido gênero
quem constrói os sentidos e detalhes é o próprio leitor, o autor tem o papel de dar “pistas”.

Apresentação da situação
Desafie a turma a conhecer o gênero microconto e proponha que produzam microcontos
para expor em varal literário na escola e/ou publicar em ambientes virtuais – facebook,
twitter, instagram, blog e outros.

Produção inicial
Solicite que os alunos imaginem uma situação macabra, de terror e produzam textos
pequenos que causem muito medo no leitor. Produzam um varal literário com os textos.

Módulo I – Microcontos em ambientes virtuais


 Promova a discussão entre os alunos a respeito do uso e da linguagem nas redes sociais.
Orientar-se pelas perguntas motivadoras:
 Você costuma acessar redes sociais da internet como Facebook ou Twitter?
 O que você vê que as pessoas geralmente postam nessas redes sociais?
 Você costuma ler o que os seus amigos publicam nessas redes?
 O que você costuma publicar?
 Você acha que a literatura poderia ter espaço nesses ambientes?

 Em seguida, convide a turma para ler e conhecer os 20 microcontos disponíveis no site:


http://notaterapia.com.br/2016/06/30/os-incriveis-micro-contos-de-terror-em-duas-frases-da-
pra-assustar-com-tao-pouco/
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 Sugerimos que cada aluno leia silenciosamente um microconto e, em seguida, realize a


leitura exemplar para a turma criando uma atmosfera macabra, de terror e medo.
01. Acordei com um barulho de batidas em algum vidro. Primeiro, pensei que o som viesse da
janela, até que ouvi o som vindo do espelho outra vez.
02. A última coisa que eu vi foi o meu despertador mostrado que eram 12:07 antes que ela
atravessasse suas longas unhas podres em meu peito, com a outra mão abafando meus
gritos. Me sentei na cama, aliviado que era só um sonho, mas quando vi no despertador
que eram 12:06, ouvi a porta do roupeiro se abrir.
03. Por ter crescido com gatos e cães, acabei me acostumando com sons de arranhões na
porta enquanto eu dormia. Agora que moro sozinho, isso é mais perturbador.
04. Em todo o tempo que morei nessa casa, juro por Deus que já fechei mais portas do que
abri.
05. Uma garota ouviu sua mãe chamá-la do andar de baixo. Quando ela estava saindo do
quarto, em direção às escadas, sua mãe puxou-a de volta para o quarto e disse: “eu
também ouvi isso.”
06. Ela me perguntou por que minha respiração estava tão pesada. Não estava.
07. Minha mulher me acordou noite passada para me dizer que tinha um invasor em nossa
casa. Ela foi assassinada por um invasor há dois anos.
08. Me acordei com o som da babá eletrônica do quarto do meu filho mostrando uma voz o
confortando. Quando me virei na cama, meu braço roçou em minha mulher, dormindo ao
meu lado.
09. Sempre estranhei como minha gata olha fixamente para mim – parecia sempre olhar
fixamente para o meu rosto. Até que, um dia, notei que ela estava sempre olhando para
trás de mim.
10. Não há nada como o riso de um bebê. A menos que seja 1 da manhã e você esteja sozinho
em casa.
11. Eu estava tendo um sonho agradável quando o som de algo que pareciam ser batidas de
martelo se acordou. Depois disso, mal pude ouvir o som da terra cobrindo o caixão, por
causa dos meus próprios gritos.
12. “Não consigo dormir”, ela disse, deitando na cama comigo. Acordei com frio, segurando o
vestido no qual ela foi enterrada.
13. Estava cobrindo meu filho quando ele me diz: “Papai, vê se não têm monstros debaixo da
cama.” Para agradá-lo, olhei embaixo da cama e vi ele, outro dele, embaixo da cama,
olhando para mim, tremendo e murmurando: “Papai, tem alguém na minha cama.”
14. Você chega em casa cansado depois de um longo dia de trabalho, querendo relaxar um
pouco sozinho. Você vai ligar a luz, mas quando se aproxima do interruptor, já tem outra
mão sobre ele.
15. Não consigo me mexer, respirar, falar nem ouvir nada aqui e é tão escuro o tempo todo.
Se eu soubesse que seria tão solitário assim, teria preferido ser cremado.
16. Ela subiu as escadas para ver como estava o seu bebê. A janela do quarto estava aberta e
a cama vazia.
17. Eu nunca durmo. Mas não paro de acordar.
18. Minha filha não para de chorar e gritar no meio da noite. Eu visito o túmulo dela e peço
para ela parar, mas não adianta.
19. Depois de trabalhar o dia todo, chego em casa e vejo minha namorada abraçada em
nosso bebê. Não sei o que foi mais assustador, ver a minha namorada morta e nosso filho
que nasceu morto ou saber que alguém invadiu o meu apartamento e os colocou lá.
20. Tinha uma foto de mim mesmo dormindo em meu telefone. Eu moro sozinho.
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 Realize a leitura e apreciação dos microcontos a seguir retirados de um site:

Fonte: Twitter - @pilulasnarrativas

 Realize as atividades abaixo e veja se a compreensão dos alunos é a mesma ou varia.

1.Leia os dois microcontos acima, analise cada expressão apresentada a seguir e anote no
espaço apropriado a sua interpretação para o que cada uma delas representa no texto.
Realize uma análise comparativa das respostas dos alunos.

 Como tarefa para casa, oriente aos alunos que busquem ler mais alguns microcontos nas
redes sociais e em sites. Pode-se desafiá-los a buscar outras formas de experimentações
literárias no ciberespaço como o www.ciberpoesia.com.br e poesiadogoogle.com.

Módulo II – Categorias narrativas


 Promover, no momento inicial, uma discussão a respeito daquilo que viram em casa acerca
das possibilidades de leitura e de experimentações literárias no ciberespaço.
 Fazer um círculo de diálogos para verificar se os alunos conseguem identificar a presença
da narratividade nos microcontos lidos em sala ou em casa.
 Selecionar alguns microcontos produzidos pelos alunos nas produções iniciais e realizar
um processo de reescrita coletiva. Registrar os textos no quadro, a turma faz a leitura e
todos sugerem modificações. O professor pode atuar como escriba. Ao final, todos
registram os textos no caderno.
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 Conforme você deve saber, os contos possuem cinco categorias narrativas: o narrador, as
personagens, o enredo, o tempo e o espaço. Nesta atividade iremos ver que algumas
dessas categorias são textualmente reduzidas no microconto, mas isso não atrapalha a
leitura e interação do leitor com o texto. Vamos tomar o microconto a seguir para esta
atividade:

Você chega em casa cansado depois de um longo dia de trabalho, querendo relaxar um
pouco sozinho. Você vai ligar a luz, mas quando se aproxima do interruptor, já tem
outra mão sobre ele.

Trabalharemos a categoria de personagem.


1. Quantos personagens são envolvidos nessa história? Quais os nomes? Como você os
imagina?

Vejamos agora a categoria narrador.


2. O texto pode ser narrado em 1ª ou 3ª pessoa. Em que pessoa o microconto em questão
é narrado? Como é possível saber isso?

Com relação às categorias de tempo e espaço.


3. Quanto tempo poderia ter durado a trama narrada no microconto em questão? Como
você imagina o cenário em que isso aconteceu?

Toda narrativa conta uma história, ou seja, possui um enredo.


4. Com relação a essa categoria, qual o enredo desse microconto?

 Escolha outro microconto e realize uma análise das categorias narrativas utilizando as
mesmas questões trabalhadas anteriormente.

Módulo III – Produzindo microcontos


 Responda às questões abaixo. Em seguida, converse com seus colegas e professor sobre
as questões a seguir:
 Você acha que as redes sociais podem ser espaços para divulgação de textos de
experimentação literária? Por quê?
 Por que uma pessoa escolheria uma rede social para publicar um texto de caráter
literário?
 Tendo em vista que os microcontos, geralmente, são veiculados em ambientes virtuais,
por que eles precisam ser tão breves?
 Do que um texto precisa para ser considerado um microconto?
 Agora é hora de ir para prática. O que acha de tentar produzir alguns microcontos de
terror?
 Lembre-se, antes de produzir qualquer texto, é preciso refletir sobre o que, como, para
quem e para quê escrever. Faça um planejamento de seu texto. Você pode partir da
produção inicial ou propor novas produções.
João Cabral de Melo Neto, grande poeta brasileiro, um dia disse:
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 Indicamos algumas possibilidades de início para seus microcontos. Tente completa-las.


Não se esqueça de ser o mais breve e conciso possível:
 Certa vez...
 Quando virou a esquina...
 Abriu os olhos de manhã...
 Amava a vida, mas...
 Veja como começam os microcontos que você já leu e use sua criatividade para começar o
seu. Após redigir, leia e compare suas produções com as de seus colegas.

Módulo IV – A jornada do escritor em microcontos


 A partir dos argumentos do texto, O Estudo da História, de Ana Luiza Lamcombe (2015),
em que a autora apresenta uma proposta de estudo da estrutura de uma narrativa,
desenvolvemos o exercício aqui apresentado. Em seu livro, a contadora de histórias cita o
roteirista Christopher Vogler na obra: A Jornada do Escritor, que por sua vez, partiu dos
estudos da Jornada do Herói, do antropólogo Joseph Campbell. Como proposta de
exercício de preparação do narrador oral, o texto de Lacombe aponta as três etapas para o
estudo do esquema da jornada do herói adaptado por Vogler, sendo estas:
1- A apresentação;
2- O Conflito;
3- A resolução do conflito.
 Inspirados na proposta da autora e por meio do instrumental abaixo apresentado, estamos
lançando a você o desafio de, além de estudar as histórias a serem partilhadas nos Ciclos
de Leitura, também possa criar ou reescrever uma narrativa, começando pelo universo do
microconto.
 O esquema abaixo foi elaborado para auxiliar sua produção com base nas três etapas
citadas por Lacombe, de forma que é preciso, apenas, criar argumentos narrativos para
completar seu texto. Para ajudá-lo, nos antecipamos e iniciamos o texto em cada uma das
etapas, ficando a apresentação iniciada com: Certa vez; o conflito a partir de: Foi quando;
e a resolução do conflito começando com: E então.
 Lembramos que você deverá atender ao pequeno espaço destinado para o exercício de
produção textual, onde poderá criar seu microconto, reescrever uma história de tradição
oral de terror ouvida de alguém, e até mesmo fabular um acontecimento real que tenha
vivido ou presenciado.

Instrumental criado pelo grupo costureiras de história


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 Para ajudá-lo a compreender o universo de criação de um microconto, estamos oferecendo


um exemplo de preenchimento do instrumento com a história: Amor de Carnaval.
 Por meio do texto abaixo, mostramos a história no formato de miniconto. Você pode torná-
la ainda menor, ou seja, um microconto. É hora de retextualizar!

Amor de Carnaval
Certa vez, um rapaz foi brincar carnaval no interior e se apaixonou por uma linda morena
chamada Helena. Os dois viveram uma louca história de amor nas três primeiras noites.
Foi quando, debaixo de uma grande chuva, jurararam amor eterno. Ele a protegeu com sua
capa preta e a levou até em casa. Porém, ela desapareceu na última noite sem se despedir.
E então, ele a procurou em sua casa e foi informado que a moça morrera há mais de 20 anos.
Desesperado, foi correndo até o cemitério e, sobre a cruz, encontrou sua capa preta de chuva.

Para saber mais: A história utilizada como referência para o exercício acima foi recolhida entre os meses
de abril e julho de 2017 pela arte-educadora Tâmara Bezerra, com professores e formadores do Eixo de
Literatura e Formação do Leitor – Mais Paic. Trata-se de uma lenda urbana cearense, que povoa a memória
de moradores de algumas regiões do nosso Estado. A pesquisadora ouviu partilhas feitas por seus alunos e
alunas de várias cidades, anotou e organizou detalhes de personagens e acontecimentos. Por fim, ela
reescreveu essa história de medo, que hoje faz parte do seu repertório de contação de histórias.

 Ao final de uma atividade de escrita, é muito importante revisar o seu texto. Sobre cada um
dos microcontos produzidos, responda sim ou não:
1. É possível perceber alguma personagem no microconto?
( ) Sim ( ) Não
2. É possível identificar a jornada do herói (apresentação, conflito e resolução)?
( ) Sim ( ) Não
3. O texto possui elementos que criam uma atmosfera de terror?
( ) Sim ( ) Não
4. Existe alguma palavra ou expressão que possa ser substituida por outra mais expressiva?
( ) Sim ( ) Não
 Após refletir sobre os microcontos produzidos, faça a correção e escreva a versão final.

Observação: É preciso ficar claro que as atividades desta sequência pressupõem uma distinção entre conto,
miniconto e microconto.
Conto: narrativa breve, escrita em prosa, mais curto que o romance e a novela, envolvendo narrador, enredo,
personagens, tempo e espaço.
Miniconto: é um tipo de conto muito pequeno, possui no máximo uma página, ou um parágrafo.
Microconto: Trata-se de uma micronarrativa que prima pela concisão e brevidade. Geralmente, eles
possuem entre 140 e 300 caracteres.

Módulo V – Publicando em ambientes virtuais


 O professor e os alunos irão pensar maneiras para divulgar os textos produzidos.
 Primeiro, publiquem em um varal literário na própria escola;
 Em um segundo momento, combine com os alunos para que eles digitem os microcontos e
compartilhem nas redes sociais com a hashtag a seguir: #maispaicmicroconto.
Vejamos um exemplo:

“Não consigo dormir”, ela disse, deitando na cama comigo.


Acordei com frio, segurando o vestido no qual ela foi enterrada.
#maispaicmicroconto
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 Além da divulgação espontânea, o professor pode organizar a publicação das produções


junto com os alunos de uma maneira mais sistematizada.
 Escolha um título para o projeto.
 Crie um perfil a ser utilizado para divulgação dos textos com o título escolhido pela turma.
 No laboratório de informática ou em casa, os alunos irão transpor para o meio digital os
textos produzidos em sala.
 Nas redes sociais que você usa em casa, divulgue o projeto para seus amigos e peça para
que eles também divulguem;
 Acompanhe o número de seguidores ou de curtidas que os textos estão recebendo.

Avaliação
A avaliação deve acontecer no processo e ao final. Utilize como critério os mesmos pontos
apresentados para a produção textual/criativa. Além disso, não se esqueça de avaliar a
participação dos alunos em todas as etapas, desde a leitura e produção até a publicação
dos microcontos em ambientes virtuais.
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BIBLIOGRAFIA

ANTUNES, I. Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Parâmetros


Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.

____________. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum


Curricular. Brasília, 2015.

BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos – Por um interacionismo


sócio-discursivo. São Paulo: EDUC, 2003.

DIAS, Laice Raquel. Gêneros Textuais para a Produção de Textos Escritos no Livro Didático.
Anais do SIELP. Volume 2, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2012. ISSN 2237-8758

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo:
Parábola Editorial, 2008.

PETERMANN, Rafael. Produção de Microcontos por Alunos do Ensino Fundamental: da produção


à divulgação. Monografia (Especialização em Educação: métodos e técnicas de ensino).
Madineira, 2013.

SCHNEUWLY, B. e DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. São Paulo: Mercado de


Letras, 2004.

SOUZA, Carlos Henrique Lima de. Terror em Microcontos. Círculo Fluminense de Estudos
Filológicos e Linguísticos. Revista Philologus, Ano 22, Nº 66 Supl.: Anais da XI JNLFLP. Rio de
Janeiro: CiFEFilL, set./dez. 2016.

SITES CONSULTADOS

http://notaterapia.com.br/2016/06/30/os-incriveis-micro-contos-de-terror-em-duas-frases-da-pra-
assustar-com-tao-pouco/

http://www.pratibemfeito.com/blog/2010/06/06/carta-de-chocolate/

http://internas.netname.com.br/arquivos/telesala/165.pdf

http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/como-preparar-e-apresentar-seminarios

https://www.escrevendoofuturo.org.br/caderno_virtual/caderno/cronica/jogo.html

http://notaterapia.com.br/2016/06/30/os-incriveis-micro-contos-de-terror-em-duas-frases-da-pra-
assustar-com-tao-pouco/

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