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TMC - Módulo 3 - Escoamento Cruzado

Conteúdo

1 Escoamento Cruzado em Cilindros 1

2 Escoamento Cruzado em Esferas 3

3 Exercícios 4

1 Escoamento Cruzado em Cilin-


dros
Figura 2: Correlação entre o coeficiente de arrasto e
o número de Reynolds para um cilindro circular liso
em escoamento cruzado e para uma esfera.
Na prática, é comum encontrar escoamentos cru-
zados, por exemplo, em escoamento interno no tubo
e sobre este. A figura 2 apresenta os valores dos coeficientes
O número de Reynolds considera em sua equa- de arrasto para um cilindro circular liso e uma esfera
ção o diâmetro externo: em escoamento cruzado.Matematicamente, o coefi-
FD
ciente de arrasto1 é definido por, CD =  2 ,
v·d Af · ρ·v2
Re = ,
ν onde Af representa área frontal da geometria em
onde para esferas e cilindros: Recr ≈ 2 · 105 . As- estudo e para Re ≤ 2, os efeitos de separação e
sim, o escoamento será laminar para Re ≤ 2 · 105 e arrasto viscoso são desprezíveis.
turbulento para Re > 2 · 105 . A transferência de calor por convecção pode ser
verificada com o auxílio do número de Nusselt, o
qual, para baixo Reynolds, apresenta as seguintes
correlações.

1/2
N ud (θ = 0) = 1, 15 · Red · P r1/3
h̄ · d
N¯ud = = C · Rem
d · Pr
1/3
P r ≥ 0, 7
k

Red C m
0, 4 − 4 0, 989 0, 330
Figura 1: A natureza do escoamento do cilindro ou
4 − 40 0, 911 0, 385
esfera afeta fortemente o arrasto. Quando o número
40 − 4000 0, 683 0, 466
de Reynolds é baixo, não há separação da camada
limite e o fluido “abraça” (envolve) o cilindro. A me- 4000 − 40000 0, 193 0, 618
dida que Reynolds aumenta há um deslocamento 40000 − 400000 0, 027 0, 805
da camada limite e uma esteira começa a se formar,
com a presença de vórtices. Em termos angulares, Outra correlação que pode ser empregada foi
a camada limite permanece laminar até θ = 80◦ . definida por Zukauskas,
1
Note que o arrasto pode ser representado pelo índice A (arrasto) ou D (drag). De qualquer forma, CD ou CA , representam o
coeficiente de arrasto.

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1/4 Uma longa linha de vapor, com temperatura su-
Pr

N¯ud = C · Rem · Pr n perficial igual a 110◦ C passa por uma área que
d
P rs não está protegida do ambiente. Determine a
0, 7 ≤ P r ≤ 500 e 1 ≤ Red ≤ 106 taxa de perda de calor do tubo, por unidade de
Pr ≤ 10 ⇒ n = 0, 37 comprimento, quando o ar está a 10◦ C, 1atm
e uma velocidade de 8m/s.
Pr > 10 ⇒ n = 0, 36
O primeiro passo é definir a temperatura pelí-
cula, para se obter os valores tabelados das
propriedades do ar.

110 + 10
Tf = = 60◦ C ∴
 2




k = 0, 02808W/m◦ C


ν = 1, 896 · 10−5 m2 /s

P r = 0, 7202

Red C m
O número de Reynolds será,
1 − 40 0, 75 0, 4
40 − 1000 0, 51 0, 5 v·d 8 · 0, 1
Re = = = 4, 219 · 104
103 − 2 · 105 0, 26 0, 6 ν 1, 896 · 10−5
2 · 105 − 106 0, 076 0, 7
Aplicando a correlação de Churchill, o número
de Nusselt será,
1/2
0, 62 · Red · P r1/3
N¯ud = 0, 3 + ·
[1 + (0, 4/P r)2/3 ]1/4
" #4/5
Red 5/8
 
1+ ⇒ N¯ud =
282000
Nesta correlação, as propriedades devem ser 0, 62 · (4, 219 · 104 )1/2 · (0, 7202)1/3
avaliadas para T∞ , exceto para P rs , o qual consi- 0, 3 + ·
[1 + (0, 4/0, 7202)2/3 ]1/4
dera a Ts .  !5/8 4/5
4, 219 · 104
1 +  ⇒ N¯ud = 124, 45
Existe uma equação utilizada para toda a faixa 282000
de Re e proposta por Churchill e Bernstein:
Com o número de Nusselt, é possível definir o
coeficiente de convecção,

h·d Nu · k
1/2 Nu = ⇒h= ⇒
0, 62 · ·Red P r1/3 k d
N¯ud = 0, 3 + · 124, 45 · 0, 02808
[1 + (0, 4/P r)2/3 ]1/4 h= ⇒ h = 34, 95W/m2 ·◦ C
0, 1
" 5/8 #4/5
Red

· 1+ Por fim, a taxa de perda de calor será,
282000
Q̇ = h · As · (Ts − T∞ ) ⇒
Q̇ = h · π · d · ` · (Ts − T∞ ) ⇒
Q̇ = 34, 95 · π · 0, 1 · 1 · (110 − 10) ⇒
onde todas as propriedades devem ser
 avaliadas Q̇ = 1098W
Ts + T∞

na temperatura de filme Tf = . Como a
2
equação de Churchill e Bernstein foi definida para
uma ampla faixa do número de Reynolds e, pode ser
aplicada em metais quentes, será comum utilizá-la
para a resolução dos exercícios.

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2 Escoamento Cruzado em Esfe- v·d 25 · 0, 01
Re = = = 1, 39 · 104
ν 1, 798 · 10−5
ras
Utilizando a tabela que expressa o coeficiente
de arrasto em função do número de Reynolds,
Os efeitos do escoamento observados em cilin- é possível observar que para Re = 1, 39·104 ⇒
dros são semelhantes para uma esfera. CD ≈ 0, 4. Assim, a força de arrasto será,
O coeficiente de arrasto (CA ), considerando um
v2
número de Reynolds muito pequeno, pode ser defi- FD = CD · A · ρ · ⇒
2
nido pela lei de Stokes, ou simplesmente, 0, 012 252
FD = 0, 4 · π · · 1, 092 · ⇒
24 4 2
CA = Re ≤ 0, 5. FD = 0, 0107N
Re
Em relação à transferência de calor, o coeficiente
Para determinar a taxa de transferência de
de transferência de calor por convecção pode ser
calor, é necessário determinar o coeficiente
definido pela correlação de Whitaker,
de transferência de calor por convecção (h).
√  1/4 Como será utilizado a correlação de Whitaker,
2/3 0,4 µ
N u = 2 + (0, 4 Re + 0, 06Re )P r todas as propriedades utilizadas deverão estar
µs
na temperatura do ar.Assim,
0, 71 ≤ P r ≤ 380
v·d 25 · 0, 01
3, 5 ≤ Re ≤ 7, 6 · 104 Re = = = 1, 60 · 104
ν 1, 562 · 10−5
µ
1, 0 ≤ ≤ 3, 2 Pela correlação adotada, o número de Nusselt
µs
será,
Cuidado com o uso das propriedades do fluido
Nu =
nesta correlação. Todas as propriedades do fluido √ 
µ
1/4
deverão ser consideradas para a temperatura am- 2+(0, 4· Re+0, 06·Re2/3 )·P r0,4 · ⇒
µs
biente (T∞ ), exceto µs , a qual deve se considerar a
q
N u = 2 + (0, 4 · 1, 60 · 104 + 0, 06 · (1, 60 ·
temperatura da superfície. !1/4
4 2/3 0,4 1, 849 · 10−5
10 ) ) · (0, 7296) · ⇒
Ar a 25◦ C escoa sobre uma esfera com 10mm 2, 08 · 10−5
de diâmetro e com velocidade de 25m/s, en- N u = 77, 9.
quanto a superfície da esfera é mantida a 75◦ C.
Determine a força de arrasto e a taxa de trans- Dessa forma, o coeficiente de transferência de
ferência de calor. calor por convecção será,

h·d Nu · k
Nu = ⇒h= ⇒
Tar = T∞ ρ = 1, 184kg/m3 k d
77, 9 · 0, 02551
µ = 1, 849 · 10−5 N s/m2 h= ⇒ h = 198, 7W/m2 · K
0, 01
k = 0, 02551W/mK
25◦ C Logo, a taxa de transferência de calor será,
ν = 1, 562 · 10−5 m2 /s
P r = 0, 7296
Q̇ = h · As · (Ts − T∞ ) ⇒
Ts = 75◦ C µs = 2, 08 · 10−5 N s/m2 Q̇ = h · 4 · π · r2 · (Ts − T∞ ) ⇒
Q̇ = 198, 7 · π · 0, 012 · (75 − 25) ⇒
25 + 75 Q̇ = 3, 12W
Tf = ρ = 1, 092m3 /kg
2
Tf = 50◦ C ν = 1, 798 · 10−5 m2 /s

Primeiro, deve-se determinar o número de Rey-


nolds para o cálculo da força de arrasto. Para
isto, deve-se utilizar a temperatura filme e suas
propriedades,

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3 Exercícios P r = 0, 7309, µ = 1, 825 · 10−5 kg/m · s e
µs = 2, 096 · 10−5 kg/m · s.
(a) 32, 6W (b) 25, 1W (c) 23, 2W (d) 15, 3W
(e) 14, 1W
1. Seja uma esfera com 20mm de diâmetro e
uma temperatura superficial de 60◦ C, que está 5. Um longo tubo de vapor de 12cm de diâme-
imersa em um fluido a uma temperatura de tro cuja temperatura da superfície externa é
30◦ C e a uma velocidade de 2, 5m/s. Cal- 90◦ C passa por uma área aberta sem prote-
cule a taxa de transferência de calor quando ção contra ventos. Determine o número de
o fluido é a água (µ = 8, 034 · 10−4 N s/m2 ; ν = Nusselt, considerando o tubo por unidade de
8, 068 · 10−7 m2 /s; k = 0, 6172W/mK; P r = comprimento quando o ar está a 1atm de pres-
5, 45; µs = 4, 674 · 10−4 N s/m2 ). são e 7◦ C e o vento está soprando a tubula-
(a) 242W (b) 439W (c) 510W (d) 1748W ção com velocidade de 65km/h. Considere:
(e) 3644W k = 0, 02724W/m◦ C, ν = 1, 78410−5 m2 /s,
P r = 0, 7232.
2. Uma tubulação de vapor sem isolamento tér- (a) 629 (b) 356 (c) 248 (d) 176 (e) 56
mico é utilizada para transportar vapor a al-
tas temperaturas de um prédio para outro. A 6. Um longo tubo de vapor de 12cm de diâmetro
tubulação tem 0, 5m de diâmetro, apresenta cuja temperatura da superfície externa é 90◦ C
uma temperatura superficial de 150◦ C e está passa por uma área aberta sem proteção con-
exposta ao ar ambiente a −10◦ C. O ar se tra ventos. Determine a taxa de perda de calor
move em escoamento cruzado sobre a su- do tubo por unidade de comprimento quando o
perfície a uma velocidade de 5m/s. Conside- ar está a 1atm de pressão e 7◦ C, com o vento
rando, ν = 20, 9 · 10−6 m2 /s, k = 0, 030W/mK está soprando na tubulação com velocidade
e P r = 0, 70, a perda de calor por unidade de 65km/h. Considere: k = 0, 02724W/m◦ C,
de comprimento do tubo será de aproximada- ν = 1, 78410−5 m2 /s, P r = 0, 7232, 247, 5.
mente, (a) 629W (b) 956W (c) 1248W (d) 1758W
(e) 2560W
(a) 242W (b) 439W (c) 510W (d) 1748W
(e) 3644W 7. Uma pessoa média gera calor a uma taxa de
84W enquanto descansa. Pressupondo que
3. Uma bola de aço inoxidável (ρ = 1/4 desse calor seja perdido pela cabeça e ig-
8055kg/m , cp = 480J/kgK) de 15cm de di-
3
norando a radiação, determine a temperatura
âmetro é retirada do forno a uma temperatura média da superfície da cabeça quando não
uniforme de 350◦ C. A bola é, então, subme- está coberta, mas está sujeita a ventos de 10◦ C
tida ao escoamento de ar a 30◦ C e 6m/s. A e 25km/h. A cabeça pode ser aproximada de
temperatura da superfície da bola finalmente uma esfera de 30cm de diâmetro. Considere:
cai para 250◦ C. Determine o coeficiente médio k = 0, 02439W/m◦ C, ν = 1, 426 · 10−5 m2 /s,
de transferência de calor por convecção du- P r = 0, 7336, µ = 1, 778 · 10−5 kg/m · s e
rante o processo de resfriamento. Considere: µs = 1, 802 · 10−5 kg/m · s.
k = 0, 0258W/m◦ C, ν = 1, 608 · 10−5 m2 /s,
(a) 23, 0◦ C (b) 28, 3◦ C (c) 13, 2◦ C
P r = 0, 7282, µ = 1, 872 · 10−5 kg/m · s e
(d) 11, 1◦ C (e) 6, 67◦ C
µs = 2, 934 · 10−5 kg/m · s.
(a) 32, 6W/mK (b) 25, 1W/mK 8. Um longo fio de alumínio de 3mm de diâmetro
(c) 23, 2W/mK (d) 15, 3W/mK (e) 14, 1W/mK é extrudado a uma temperatura de 280◦ C. O
fio é submetido a um escoamento cruzado de
4. Ar a 20◦ C escoa sobre uma esfera de 5cm ar a 20◦ C com velocidade de 6m/s. Determine
de diâmetro a uma velocidade de 3, 5m/s. a taxa de transferência de calor a partir do fio
Considerando a temperatura superficial da es- para o ar por metro de comprimento quando
fera constante e igual 80◦ C, determine a taxa o fio é inicialmente exposto ao ar. Considere:
de transferência de calor da esfera. Consi- k = 0, 03443W/m◦ C, ν = 2, 860 · 10−5 m2 /s,
dere: k = 0, 02514W/m◦ C, ρ = 1, 204kg/m3 , P r = 0, 7028.

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(a) 230W (b) 283W (c) 629W (d) 356W GABARITO
(e) 1758W 1 2 3 4 5 6 7 8
C E B D C D C D

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