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TMC - Módulo 4 - Escoamento Cruzado sobre

Matrizes Tubulares

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1 Escoamento Cruzado - Matriz Tubular 1

1 Escoamento Cruzado - Matriz


Tubular

Este arranjo é muito encontrado em equipamen-


tos como condensadores e evaporadores, seja em
centrais de energia, geladeiras e ar condicionado.
Neste arranjo, um fluido se move no interior do tubo,
enquanto em uma direção perpendicular, outro fluido
se movimenta sobre o tubo. Figura 2: Arranjo de matrizes tubulares ESCALO-
NADO.
Ao analisar a transferência de calor em matrizes
tubulares com escoamento cruzado, todos os tubos Nas figuras anteriores considere: ST como o
devem ser considerados de uma só vez. passo transversal, SL como o passo longitudinal,
SD como o passo diagonal.
q O passo diagonal é
O arranjo dos tubos sempre ocorrem em linha determinado por, SD = SL2 + (ST /2)2 .
ou escalonados na direção do escoamento. O diâ- Ao entrar no banco de tubos, a área de escoa-
metro externo do tubo é utilizado como comprimento mento diminui de A1 = ST · L para AT = (ST − D) · L
característico. entre os tubos, aumentando a velocidade do escoa-
mento. Como em uma matriz tubular o escoamento
é dominada pela velocidade máxima.
ρ · vmax · d
Re = .
µ
Em um arranjo em linha, a velocidade máxima
ocorre na área mínima de escoamento entre os tu-
ST
bos: vmax = · v.
ST − D
No arranjo escalonado, o fluido entra na área A1 ,
passa pela área AT e depois na área 2 · AD .
ST
2 · AD > AT vmax = ·v
ST − D
ST
2 · AD < AT vmax = ·v
2 · (ST − D)
Por se tratar de um problema complexo, o es-
Figura 1: Arranjo de matrizes tubulares em LINHA. coamento através de matrizes tubulares é tratado
1
Todas as propriedades, exceto P rs , são avaliadas com a média aritmética das temperaturas de entrada e saída do fluido; P rs
é avaliada para Ts

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experimentalmente. Assim, o coeficiente de trans- modelo de correlação de Zukauskas1 , quando hou-
ferência de calor pode ser determinado através do ver mais de 16 fileiras e 0, 7 ≤ P r ≤ 500.

ReD Correlação
0 − 100 N uD = 0, 9 · Re0,4 · P r0,36 · (P r/P rs )0,25

100 − 1000 N uD = 0, 52 · Re0,5 · P r0,36 · (P r/P rs )0,25

1000 − 2 · 105 N uD = 0, 27 · Re0,63 · P r0,36 · (P r/P rs )0,25

2 · 105 − 2 · 106 N uD = 0, 033 · Re0,8 · P r0,4 · (P r/P rs )0,25

Tabela 1: Modelos de correlações de Zukauskas para arranjo LINHA com mais de 16 fileiras

ReD Correlação
0 − 500 N uD = 1, 04 · Re0,4 · P r0,36 · (P r/P rs )0,25

500 − 1000 N uD = 0, 71 · Re0,5 · P r0,36 · (P r/P rs )0,25

1000 − 2 · 105 N uD = 0, 35(ST /SL )0,2 · Re0,6 · P r0,36 · (P r/P rs )0,25

2 · 105 − 2 · 106 N uD = 0, 031(ST /SL )0,2 · Re0,8 · P r0,36 · (P r/P rs )0,25

Tabela 2: Modelos de correlações de Zukauskas para arranjo ESCALONADO com mais de 16 fileiras.

Como é impossível saber a temperatura de saída, Na saída, a temperatura ! do fluido será, Te =


a primeira iteração deve ser realizada com as propri- AS · h
TS − (TS − Ti )exp − , onde AS = N · π · d · L
edades avaliadas para T∞ , exceto para P rs , o qual ṁ · cp
considera a Ts . e ṁ = ρ · v · (NT · ST · L). Considere, N o número
Em arranjo com menos de 16 fileiras, um fator de total de tubos na matriz, NT o número de tubos no
correção deve ser considerado. Matematicamente, plano transversal, NL o número de fileiras na mesma
direção do escoamento, L comprimento do tubo, v
N u = F · N uD velocidade do fluido um pouco antes de entrar na
LINHA ESCALONADO matriz, Ti é a temperatura do fluido na entrada, Te é a
Fileira F F temperatura do fluido na saída e TS é a temperatura
1 0, 70 0, 64 na superfície.
2 0, 80 0, 76
A taxa de transferência de calor será,
3 0, 86 0, 84
q̇ = h · AS · ∆TLM = ṁ · cp · (Te − Ti ).
4 0, 90 0, 89
5 0, 93 0, 93
7 0, 96 0, 96 Em uma indústria, o ar deve ser aquecido an-
10 0, 98 0, 98 tes de entrar em forno pela purga de água de
13 0, 99 0, 99 uma caldeira a 100◦ C fluindo através de um
Fator de correção F para utilizar quando o arranjo banco de tubos localizado em um duto. O ar
apresentar menos que 16 fileiras. entra no duto a 20◦ C e 1atm a uma velocidade
média de 5, 0m/s e escoa sobre o tubo na dire-
Para aplicarmos a lei de resfriamento de New- ção normal. O diâmetro externo dos tubos é de
ton é necessário trabalhar com a diferença média 2, 0cm e estão dispostos no arranjo em linha
logarítmica de temperatura (∆TLM ), com passo longitudinal e transversal de 7cm.
(TS − Te ) − (TS − Ti ) ∆Te − ∆Ti Existe seis fileira na direção do escoamento
∆TLM = =
ln[(TS − Te )/(TS − Ti )] ln (∆Te /∆Ti ) com dez tubos em cada uma.

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Determine a taxa de transferência de calor por Aplicando o fator de correção para definir o
unidade de comprimento dos tubos e queda novo N u. Através da tabela apresentada e por
de pressão em todo o banco de tubos. interpolação,

F − 0, 96 6−7 F − 0, 96 −1
= ⇒ = ⇒
0, 93 − 0, 96 5−7 −0, 03 −2
⇒ F − 0, 96 = −0, 03 · 0, 5 ⇒
F = 0, 96 − 0, 03 · 0, 5 ⇒ F = 0, 945

Note que para NL = 6, o fator de correção é


F = 0, 945

N uD,NL <16 = F · N uD ⇒ N uD,NL <16 =


0, 945 · 65, 8 ⇒ N uD,NL <16 = 62, 2
Variáveis: TH2 O = 100◦ C; Tar = 20◦ C; v̄ =
5, 0m/s; DT = 2, 0cm; ST = SL = 7cm. O coeficiente de convecção será,

100 + 20 h·D N uD · k
Tm(ar) = = 60◦ C N uD = ⇒h= ⇒h=
2 k D
62, 2 · 0, 02808
⇒ h = 87, 3W/m2 · K
Como a temperatura de saída do ar não é co- 2, 0 · 10−2
nhecido, a temperatura média também não
Para determinar a taxa de transferência de ca-
será conhecida. Note que a temperatura acima
lor, ainda é necessário determinar a área, a
representa a temperatura filme. Vamos adotá-
vazão mássica, a temperatura de saída ou a
la para o cálculo e depois comprová-la.
temperatura média logarítmica. Iniciando pela
Para o ar na temperatura de entrada,
área,
considera-se ρ = 1, 204kg/m3 , utilizado para
o possível cálculo de vazão mássica. As = N · π · D · L ⇒ As = (NL · NT ) · π · D · L ⇒
A velocidade máxima será, ⇒ As = 6 · 10 · π · 2, 0 · 10−2 · 1 ⇒ As = 3, 77m2
ST 7
vmax = ·v = · 5, 0 ⇒ vmax = A vazão mássica será,
ST − D 7−2
7, 0m/s
ṁ = ρ · v · NT · ST · L ⇒ ṁ =
O número de Reynolds, baseado na veloci- 1, 204 · 5, 0 · 10 · 7 · 10−2 · 1 ⇒ ṁ = 4, 21kg/s
dade máxima,
A temperatura de saída será,
ρ · vmax · D
Red = = As · h
!
µ Te = Ts − (Ts − Ti ) · exp − ⇒
1, 059 · 7, 0 · 2, 0 · 10−2 ṁ · cp
⇒ Red = 7383, 5
2, 008 · 10−5 3, 77 · 87, 3
 
Te = 100 − (100 − 20) · exp − ⇒
4, 21 · 1007
O número de Nusselt, considerando P rs = Te = 26, 0◦ C
0, 7111, para a temperatura superficial,
A taxa de transferência de calor será,
P r 0,25
 
N uD = 0, 27 · Re0,63
D · Pr 0,36
· ⇒
P rs Q̇ = h · As · ∆TLM = ṁ · cp · (Te − Ti )
0,63 0,36
N uD = 0, 27 · 7383, 5 · 0, 7202 · Q̇ = ṁ · cp · (Te − Ti ) ⇒ q̇ =
0, 7202 0,25
 
⇒ N uD = 65, 8 4, 21 · 1007 · (26, 0 − 20, 0) ⇒ Q̇ = 25, 4kW
0, 7111

Lembre-se que número de Nusselt é válido E como ficaria pelo método alternativo ∆TLM ?
para um banco de tubos com NL > 16.

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(Ts − Te ) − (Ts − Ti ) 2. O ar de combustão em uma instalação de pro-
∆TLM = =
ln[(Ts − Te )/(Ts − Ti )] dução deve ser aquecido antes de entrar no
(100 − 26) − (100 − 20) forno por água quente a 90◦ C fluindo através
⇒ ∆TLM = 77◦ C
ln[(100 − 26)/(100 − 20)] dos tubos de um banco de tubos localizado em
um duto. O ar entre no duto a 15◦ C e 1atm,
A taxa de transferência de calor, considerando
a velocidade média de 4, 5m/s, e escoa so-
este método, deverá apresentar o mesmo re-
bre os tubos na direção normal. O diâmetro
sultado do calculado anteriormente.
externo dos tubos é 2, 2cm, e eles estão dis-
Q̇ = h · As · ∆TLM ⇒ Q̇ = 87, 3 · 3, 77 · 77 ⇒ postos em linha com passo longitudinal e trans-
Q̇ = 25, 3kW versal de SL = ST = 5cm. Existe oito fileiras
na direção do escoamento, com oito tubos em
cada fileira. Determine a taxa de transferência
2 Exercícios
de calor por unidade de comprimento. Con-
sidere: ρ = 1, 204kg/m3 , k = 0, 02514W/mK,
cp = 1007J/kgK, P r = 0, 7309, P rs = 0, 7132,
1. Em uma instalação industrial, o ar deve ser h = 97, 8W/m2 K, µ = 1, 825 · 10−5 kg/m · s,
aquecido antes de entrar no forno por energia ∆TLM = 68◦ C, ρ( 15◦ C) = 1, 225kg/m3 .
geotérmica da água a 120◦ C fluindo através
dos tubos de um banco de tubos localizados
em um duto. O ar entra no duto a 20◦ C e 1atm 3. Um banco de tubos é constituído de 300 tu-
a uma velocidade média de 4, 5m/s e escoa bos com distância de 6cm entre as fileiras do
sobre os tubos na direção normal. O diâmetro centro de tubos adjacentes. O ar aproxima-
externo dos tubos é 1, 5cm e eles estão dispos- se do banco de tubos na direção normal a
tos no arranjo em linha com passos longitudinal 20◦ C e 1atm, a uma velocidade média de
e transversal SL = ST = 5cm. Há seis fileiras 6m/s. Há 20 fileiras na direção do escoamento,
na direção do escoamento com dez tubos em com 15 tubos em cada uma, a uma tempe-
cada uma. Determine o coeficiente de trans- ratura média da superfície de 140◦ C. Para
ferência de transferência de calor por convec- um tubo de diâmetro externo de 2cm, deter-
ção para cada unidade de comprimento dos mine a velocidade máxima e o coeficiente de
tubos..Considere: k = 0, 02808W/mK, cp = transferência de calor por convecção. Consi-
1007J/kgK, P r = 0, 7073, ρ = 1059kg/m3 , dere: k = 0, 02881W/m · K, ρ = 1, 028kg/m3 ,
µ = 2, 008 · 10−5 kg/ms, P rs = 0, 7073, cp = 1007J/kg · K, P r = 0, 7177, µ = 2, 052 ·
ρ(20◦ C) = 1, 204kg/m3 . 10−5 kg/m · s, P rs = P r@T s=140◦ C = 0, 7041.

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