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Cabe ressaltar que o dissídio coletivo difere-se do litisconsórcio ativo, pois enquanto aquele
busca direitos coletivos, interesses abstratos de uma categoria de profissionais, o litisconsórcio
busca interesses certos de pessoas determinadas através de ações plúrimas – ações que
buscam direitos determinados exclusivamente para os autores da ação:
Exemplo de litisconsórcio ativo: Tício, Caio, Mévio, Ostracildes e Benevides entram com uma
ação na justiça do trabalho pleiteando adicional de insalubridade que não foi pago a eles. O
resultado desta ação atingirá apenas a eles. São direito e pessoas determinadas.
- Dissídios Econômicos (ou de conteúdo): O que importa é o conteúdo do que se busca. são
aqueles que buscam melhores condições de trabalho: geralmente possuem ênfase por
aumento de salários, cessão de benefícios, etc. Por meio deste dissídio podem ser criadas
novas normas, por meio da sentença normativa, por exemplo.
- Dissídios Jurídicos (ou interpretativos): Diferentemente dos dissídios econômicos não geram
novas normas nem acrescentam qualquer direito novo, mas tão apenas busca uma
harmonização na interpretação de determinada cláusula. Estes dissídios surgem quando
determinada cláusula contratual é interpretada de forma distinta entre a categoria econômica
(empregadores) e categoria profissional (empregados).
- Dissídios Mistos (ou dissídio de greve): Trata-se de uma maneira forçada que as categorias
profissionais utilizam para alcançar determinados objetivos, constituindo-se de duas etapas:
acordo. Hoje, no entanto, é obrigatória uma tentativa de negociação prévia entre o sindicato
patronal e profissional, para só então ingressarem, por comum acordo com o dissídio coletivo.
Exemplo: Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão tenta um Acordo Coletivo de Trabalho com a
Mitsubish para o aumento do valor da cesta básica e da Participação nos Lucros e Resultados.
O sindicato pede R$ 580,00 de cesta básica e 5% de P.L.R, e a Mitsubish é irredutível com a
oferta de R$380 de cesta básica e 2% de P.L.R. Como não chegam a um consenso, então de
comum acordo ingressam com dissídio coletivo para que a justiça do trabalho decida através
de uma sentença normativa.
SENTENÇA NORMATIVA:
Embora leve o termo sentença em seu nome não é propriamente uma sentença, mas
um acórdão, pois é de competência de órgãos colegiados (TRT ou TST). Importante: não existe
sentença normativa na vara do trabalho.
- Cláusulas Sociais: quando decide questões ligadas a direitos sociais, como o direito de
bem estar alcançado pelos intervalos intra ou interjornadas, por exemplo.
A única exceção expressa a essa questão é caso haja um conflito entre o TRT 2ª região
(que abrange a cidade de São Paulo e mais outras cidades) e o TRT 15ª região (que abrange a
cidade de Campinas e outras cidades próximas), pois como estão localizados no mesmo
estado, caso haja conflito será decidido pelo TRT 2ª região.
A sentença normativa faz coisa julgada formal, e NÃO cabe ação rescisória para
desconstituir seus efeitos, devendo-se valer o interessado de EXCEÇÃO DE PRE-
EXECUTIVIDADE ou MANDADO DE SEGURANÇA para tal.
3- Comum Acordo: após a Emenda Constitucional 45/2004 o dissídio coletivo deve ser
ajuizado conjuntamente e em comum acordo entre a categoria profissional e econômica de
forma expressa. No entanto, caso uma das partes prove por meio de atas que já houveram
várias reuniões com tentativas de acordo frustradas poderá ajuizar o dissídio coletivo de forma
tácita, pois há evidências de que houve tentativas de acordo.
A decisão sobre qual recurso será utilizado e quem o julgará dependerá de qual foi
órgão julgador ou se houve ou não unanimidade.
Caso o acórdão tenha sido proferido sem unanimidade dos desembargadores do TRT
ou TST será cabível EMBARGOS INFRINGENTES.
Caso a decisão (sentença normativa) tenha sido proferida pelo TRT caberá RECURSO
ORDINÁRIO ao TST.
Exemplo: suponha que o TRT 18ª Região tenha sido provocado a decidir sobre um
dissídio coletivo entre o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Catalão e o Mitsubish, e
o empregador ficou inconformado com o teor da decisão. Neste caso poderá interpor Recurso
Ordinário no TST para a possível revisão de tal decisão.
Nesse caso, como ainda não foi cumprida a condição de trânsito em julgado da ação de
cumprimento, trará como consequência a extinção da execução, não podendo ser executada a
ação de cumprimento.
Prevista pela lei 9958/2000 com a intenção de facilitar o acordo entre empregados e
empregadores, evitando-se assim o ajuizamento de ações.
Vale lembrar que o acordo advindo da comissão de conciliação prévia possui eficácia
liberatória geral, ou seja, dá quitação geral a todas as parcelas constantes do acordo. Assim, se
um empregado firma um acordo com o empregador em uma reunião da comissão de
conciliação prévia abrindo mão da gratificação de suas férias (1/3), concordando em receber as
férias simples (sem o adicional), não poderá depois recorrer ao judiciário pleiteando tal valor,
pois já deu total quitação. Atenção: A quitação geral não ocorre caso o interessado deseje
buscar diferenças no pagamento e haja ressalva expressa no termo de conciliação.
GREVE:
A greve é entendida como uma fonte material do direito do trabalho por se constituir
em um momento pré-jurídico (dá causa a elaboração das normas, antecede as normas).
A paralisação das atividades pode ser total ou parcial, mas sempre são temporárias.
Percebe-se assim que não existe a obrigação de uma conciliação prévia como já
falado anteriormente, mas a obrigação de negociar antes de se preceder a greve é
indispensável (NÃO É OBRIGADO A CONCILIAR MAS SIM A NEGOCIAR).
Se a negociação coletiva (ACT/CCT) for bem sucedida ela fará lei entre as partes com
direitos e obrigações estipuladas, assim não caberá mais a realização de greve. No entanto,
caso a negociação seja frustrada as partes podem eleger árbitro para dirimir as controvérsias
ou ajuizar dissídio coletivo em comum acordo. Geralmente são os sindicatos patronais que
propõe o dissídio coletivo de greve (com fim a dar fim a greve).
Para que uma greve seja declarada então deve-se primeiramente haver uma tentativa
de negociação frustrada, que deverá ser comprovada por meio de atas e da assembleia. Caso
tais requisitos não sejam comprovados a greve será declarada abusiva.
Vale lembrar então a necessidade de Assembleia previa com pauta definida pelos
empregados para a aprovação dos mesmos.
Conforme já relatado, a greve será declarada abusiva se continuar mesmo após Acordo
coletivo, Convenção Coletiva ou sentença normativa. Pense comigo: os empregados
pleiteavam determinado direito e chamam a empresa para uma negociação chegando a um
acordo, e logo após entram em greve. Não seria nenhum pouco ético, certo? Então a greve é
abusiva.
Suponha no entanto que foi feita uma negociação coletiva entre empregador e
empregados em que ambos fiquem satisfeitos. No entanto não contavam com uma situação
futura e incerta que inviabilizaria tal acordo firmado (por exemplo: uma grande inflação algum
tempo depois que bem acima do reajuste de salários proposto pela empresa e aceito pelos
empregados, gerando perda salarial pelos empregados. Não seria justo alegar que não podem
solicitar novo reajuste sob a alegação de que já existe um acordo vigente), nesse caso pela
teoria da imprevisão (rebus sic stantibus) permite-se a realização de greve, desde que
decorrido ao menos 1 ano de vigência da negociação coletiva (ACT/CCT).
Quanto aos servidores públicos, embora haja previsão constitucional ainda não há lei
regulamentadora, assim aplica-se a lei de greve no que couber.
Por outro lado o empregador pode praticar o LOCKOUT, prática proibida no Brasil que
consiste em impedir que seus trabalhadores adentrem nos recintos do estabelecimento para
trabalhar. Possui o objetivo de desestabilizar emocionalmente seus empregados para
desistirem de pleitear maiores salários, ou de frustrar negociações coletivas, pois neste
período o empregador não paga os salários dos empregados, e estes ficam com medo de
perder os empregos.
O fechamento das portas por que a empresa mudou de localidade ou encerrou as suas
atividades não se encaixam nos conceitos de lockout e não são proibidas pela legislação,
configurando-se a livre iniciativa do empresário.
- tempo ( As portas devem ser fechadas por um determinado tempo expressivo, pois a simples
divulgação de intenção do empregador em fechar a porta ou o fechamento por tempo ínfimo
não é considerado lockout)
- Objetivo: Deve haver a intenção do empregador em fechar o acesso. Assim o fechamento das
portas devido a chuvas fortes, alagamentos, motivos de segurança não é lockout)
Apesar de o artigo 163 da CLT afirmar ser obrigatória a instituição da CIPA pelas
empresas, ela aponta para a NR-5, responsável pelo detalhamento que pressupõe NÃO ser
Fausto Freire de Mesquita – 25/11/2017
Resumo esquematizado do Caderno de Tópicos II – Fausto Freire de Mesquita
obrigatória para empresas com pequeno risco e/ou com poucos empregados. Percebe-se
então que deve-se verificar a existência de pelo menos uma dessas variáveis para tornar
obrigatória a instituição da CIPA. Exemplo: Uma empresa de fogos de artifício com apenas 8
funcionários, apesar da pequena quantidade de empregados exerce atividade que apresenta
alto grau de risco, então deve ter CIPA. Assim podemos afirmar que o aumento no grau de
riscos ou da quantidade de empregados leva ao aumento da necessidade de ter CIPA.
As regras gerais para a CIPA é que também deve ser composta de maneira paritária (1
membro eleito representante dos empregados para cada membro indicado como
representante do empregador), cabendo destacar que a legislação não especifica a quantidade
mínima e máxima, diferentemente da comissão de conciliação previa(NÃO CONFUNDIR).
O cipeiro embora faça jus à garantia contra demissão arbitrária, ele pode ser
dispensado por motivos disciplinar (justa causa), técnico (máquinas novas que substituem a
força manual de trabalho), econômico (redução do mercado consumidor) ou financeiro (falta
de capital de giro), devendo todas estas hipóteses ser comprovadas sob risco de nulidade da
demissão. Então percebe-se que a garantia do cipeiro NÃO É ABSOLUTA.
Caso a empresa seja extinta não há que se falar também na garantia de emprego do
cipeiro.
Deve ser designado um secretário da CIPA, e este pode ou não ser membro dos
quadros da CIPA, mas caso não seja membro deve haver a concordância do empregador para
tal.
Fausto Freire de Mesquita – 25/11/2017
Resumo esquematizado do Caderno de Tópicos II – Fausto Freire de Mesquita
Caso o titular falte a mais de quatro reuniões ordinárias consecutivas ele perderá
automaticamente o mandato, comprovadas as faltas pelas atas de reuniões, assim o suplente
assume o cargo.
A OIT reconhece movimentos atípicos (não regulados pela lei 7783/89 – lei da greve):
- Lockin (in loco): O empregado registra o ponto e não trabalha, é uma paralisação em que o
trabalhador fica in loco – dentro do recinto;
- Greve zelo : O Empregado registra o ponto, mas exerce a sua função com excesso de zelo
cumprindo apenas o que está nos manuais. Exemplo: O manual da máquina aponta que a
produção é de 200 unidades por hora, então mesmo que o empregado seja hábil e capaz de
superar esta quantidade, ou da maquina ter sido adaptada para tal, o empregado não
extrapolará, gerando acúmulo de serviços);