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CONCORDÂNCIA NOMINAL

 REGRA GERAL:

O adjetivo e as palavras adjetivas (artigo, numeral e pronome) concordam em


gênero e número com o substantivo a que se refere.

Ex.: As minhas revistas novas estão no quarto.

No exemplo acima, percebe-se que as palavras adjetivas (as, minhas e novas)


referem-se ao substantivo revistas, concordando com ele.

 1º. Caso:
Quando o adjetivo é posposto a vários substantivos do mesmo gênero, ele vai
para o plural ou concorda com o substantivo mais próximo.

- O caju e o abacaxi azedo parecem bons.

- O caju e o abacaxi azedos parecem bons.

 2º. Caso:
Se os substantivos forem de gêneros diferentes, o adjetivo pode ir para o plural
masculino ou pode concordar com o substantivo mais próximo.

Ex.:

- O caju e a manga madura estavam em falta no mercado.

- O caju e a manga maduros estavam em falta no mercado.

- A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar antigo foram varridos pelo temporal.

- A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar antigos foram varridos pelo temporal.

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 3º. Caso:

Quando o adjetivo posposto funciona como predicativo, vai obrigatoriamente


para o plural e concorda com o sujeito.

Ex.:

- O caju e a laranja parecem azedos.

- A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar estão devastados.

 REGRAS ESPECÍFICAS

► Adjetivo anteposto aos substantivos:

 1º. Caso:

Quando o adjetivo vem anteposto aos substantivos, concorde com o mais


próximo.1

Ex.:

- Ele era dotado de extraordinária coragem e talento.

- No hospital, percebi a cansada médica e enfermeiros.

 2º. Caso:
Quando o adjetivo anteposto funciona como predicativo, pode concordar com o
substantivo mais próximo ou pode ir para o plural.

Ex.:

- Estavam desertos a casa e o barraco.

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Aqui existe uma divergência entre os gramáticos Evanildo Becharra e Celso Cunha. Para o primeiro, os adjetivos antepostos a
vários substantivos podem concordar com o mais próximo ou com todos os substantivos pela lei da soma. Exemplo: Lerei
interessante (interessantes) livro e jornal. Já para o segundo, a concordância, nesta situação, só ocorrerá com o mais próximo.
Exemplo: Comprei novo carro e casa.
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- Estava deserta a casa e o barraco.

► Um só substantivo e mais de um adjetivo:

1ª . Possibilidade:

Ex.: O produto conquistou o mercado europeu e o americano. (O substantivo fica no


singular e repete-se o artigo).

2ª . Possibilidade:

Ex.: O produto conquistou os mercados europeu e americano. (O substantivo vai para o


plural e não se repete o artigo).

- Esse autor aderiu à escrita clássica, à moderna e à contemporânea.

- Esse autor aderiu às escritas clássica, moderna e contemporânea.

- O país desenvolveu a cultura da leitura e a do estudo.

- O país desenvolveu as culturas da leitura e do estudo.

OUTROS CASOS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL:

 1º. Caso:

A palavra Bastante:

- Função adjetiva: Variável - refere-se a substantivo.

- Função adverbial: Invariável - refere-se a verbo, adjetivo e a advérbio.

Ex.:
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Ele tem bastantes livros. (pronome indefinido)

Havia bastantes pessoas na rua. (pronome indefinido)

Eles conversaram bastante ontem. (advérbio)

As moças são bastante inteligentes. (pronome indefinido)

Nosso país tem bastantes estados (substantivo).

Eles estudam bastante. (advérbio)

Vanessa e Melissa são bastante simpáticas (pronome indefinido).

DICA: quando o a palavra BASTANTE for um pronome indefinido (o que significará,


sempre, volume, quantidade), permitirá as seguintes trocas:

Nosso país tem bastantes estados.

(Nosso país tem muitos estados).

Na rua, havia bastantes pessoas elegantes.

(Na rua, havia muitas pessoas elegantes).

Vi bastante gente educada.

(Vi muita gente educada).

Obs.:

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- Nessa regra, podemos incluir ainda as seguintes palavras: meio, muito, pouco, caro,
barato, longe. Só variam se acompanhar o substantivo.

 2º. Caso:

Palavras como: quite, obrigado, anexo (incluso ou apenso), obrigado, mesmo,


próprio, leso e incluso são adjetivos. Devem, portanto, concordar com o nome a que se
referem.

Ex.:

- Nós estamos quites com o serviço militar.

- Ela mesma fez o café.

- Seguem anexos estes documentos para a devida verificação.

Obs.: A expressão "em anexo" é invariável.

Ex.: As cartas seguem em anexo.

3º. Caso:

Se nas expressões: "é proibido", "é bom", "é preciso" e "é necessário", o sujeito
não vier antecipado de artigo, tanto o verbo de ligação quanto o predicativo ficam
invariáveis.

Ex.:

- É proibido  entrada.

 Estudar é preciso.

Entretanto: Se o sujeito dessas expressões vier determinado por artigo, numeral


ou pronome (femininos, no singular ou no plural), tanto o verbo de ligação quanto o
predicativo variam para concordar com o sujeito.

Ex.:

- É proibida a entrada de jovens menores de 35 anos neste local.


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- A meia entrada é necessária aos estudantes.

 4º. Caso:

Palavras invariáveis:

- Menos.
- A olhos vistos (expressão).
- Em anexo.
- A sós.
- Azul-marinho.
- Monstro (na condição de adjetivo).
- Alerta.
- Todo (em termos compostos).
- Mediante.
- Tirante.
- Pseudo.
- Salvo (significando exceto, afora).

Ex.:

- Salvo aquelas poucas palavras, a palestra foi um desastre.

- Agora estou com menos fome.

- Os candidatos estão alerta.

- O homem ficou a sós com os seus problemas.

- As pseudomédicas foram localizadas pela polícia.

- Aquela foi uma partida monstro.

- As mulheres todo-poderosas deixaram a sala cedo.

5º Caso:
Nas expressões "o mais ... possível" e "os mais ... possíveis" , o adjetivo "possível"
concorde com o artigo que inicia a expressão.

Exs:

Tinha um carro o mais veloz possível.


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Seus carros eram os mais velozes possíveis.

São alunos o mais estudiosos possível.

São alunos os mais estudiosos possíveis.

6º Caso: Haja vista/ Hajam vista

Evanildo Bechara afirma: “a construção natural e mais frequente da expressão


haja vista, com o valor de “veja” ou “por exemplo”, é ter invariável o verbo, qualquer
que seja o número do substantivo seguinte” (p. 565 de Moderna Gramática da Língua
Portuguesa, 1999).

Ex.: Ele foi sempre muito dedicado à família, haja vista o quanto era dedicado aos
filhos.

Para Marcelo Rosenthal ”o termo serve para exemplificação. Caso o


exemplificado esteja no singular, o verbo somente poderá estar no singular; caso o
elemento exemplificado esteja no plural, o verbo tanto poderá vir no singular como no
plural”. (p. 437 de Gramática para concursos, 2007).

Ex.: O repórter era mesmo competente, haja (hajam) vista seus últimos trabalhos.

DICA: Como é um caso polêmico, prefira usar a estrutura com o verbo sempre no
singular “haja vista”. Fazendo assim, você nunca estará errando.

TERMOS DA ORAÇÃO

Para um concurseiro, entender os termos da oração é fundamental. Eles são decisivos


para o entendimento das relações sintáticas e, muitas vezes, influenciam até na
intepretação dos enunciados.

As bancas gostam de pedir o seguinte em relação aos termos da oração:

a) Reconhecimento de cada uma das estruturas.


b) Entendimento do que ocorre na frase quando um termo é suprimido ou
deslocado.
c) Discernimento quando um termo é trocado por outro no texto.
d) Crítica à norma culta quando certos procedimentos ferem o padrão gramatical.
e) Diálogo dos termos com outros aspectos do padrão culto, a saber: pontuação,
colocação pronominal, regência, concordância etc.
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Os termos da oração estão divididos em essenciais, integrantes e acessórios.

01- Essenciais:
- Sujeito.
- Predicado.
02-Termos integrantes:
- Objeto direto.
- Objeto indireto.
- Complemento nominal.
- Agente da passiva.
03-Termos acessórios:
- Adjunto adnominal.
- Adjunto adverbial.
- Aposto.
- Vocativo.

Termos essenciais

Sujeito
Palavra ou expressão que pratica, sofre ou pratica e sofre (ao mesmo tempo) a ação
verbal. O sujeito pode também simplesmente receber uma qualidade, sem desenvolver
ação verbal alguma.

a) Simples.

Quando possui apenas um núcleo (geralmente um substantivo). Esse núcleo traz


a ideia principal do sujeito:
Ex.:
- O funcionamento dos dois hemisférios cerebrais é necessário tanto para as atividades
artísticas como para as científicas.

b) Composto.

Quando possui mais de um núcleo:

Ex.:
- Os crimes de estelionato e o tráfico de drogas exigiram mais atenção das autoridades.

c) Subentendido, Elíptico, Oculto ou Desinencial, Implícito.

Neste caso, sabemos que ele existe, porém não está explícito na oração. A forma
pela qual o reconhecemos é pela terminação verbal (desinência).

Ex.:
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- Compramos novos computadores para a empresa. (NÓS)

- Tens um cigarro aí? (TU)

d) Indeterminado.

Quando ele não está expresso e não podemos reconhecê-lo nem pela terminação do
verbo e nem pela identificação dos elementos aos quais o predicado se refere.

Há, portanto, duas regras específicas para reconhecermos os casos de ocorrência:

1º) Quando o verbo está na terceira pessoa do plural, sem que se notem
antecedentes no texto:

- Quebraram a mesa da sala.


- Roubaram a santa da igreja.

Obs.: Na sentença a seguir, note que o sujeito não é indeterminado, mas sim
subentendido.

- Muitos policiais aderiram à greve da última semana. Devem, provavelmente, exigir


melhores condições de trabalho.

2º) Quando o verbo (VTI, VI ou VL) está na terceira pessoa do singular


acompanhado do pronome “se”, funcionando como índice de indeterminação do
sujeito:

- Pouco se discordou dos depoimentos prestados ontem.


- Sempre se sofre muito no Brasil, pois a corrupção é implacável.
- Assiste-se a um novo momento cultural no Brasil.
- Era-se desconfiado naquela cidade.

e) Sujeito inexistente ou oração sem sujeito.

Ocorre quando simplesmente não existe um elemento ao qual o predicado se refere.


Especificamente neste caso, há regras mais complexas que o determinam:

i- Verbos que indicam fenômenos da natureza, como: nevar, chover, trovejar,


relampejar (raramente acionados).

- Está nevando muito na Suíça.


- Trovejou bastante hoje.

ii- Verbo “Haver” no sentido de “Existir”.

- Havia muitos indícios de corrupção naquele dossiê.

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- Pode haver greves demoradas até o fim do mês.

iii- Verbo “Fazer” indicando tempo decorrido (tempo retroativo):

- Faz dois meses que os políticos corruptos foram presos.


- Amanhã fará seis dias que o país adotou as novas medidas.

f) Sujeito oracional (razoavelmente pedido pelas bancas de concursos).

Quando o sujeito é formado por uma estrutura verbal. Trata-se de uma oração subordinada
substantiva subjetiva ou de uma oração reduzida de infinitivo.

- Deixou as cidades afetadas quem promoveu enorme baderna.


- Arriscar tudo uma vez na vida parece ser normal.

Dica: quando o sujeito é oracional, o verbo sempre fica na 3ª pessoa do singular.

O PREDICADO

(raramente acionado, em termos de classificação, pelas bancas em geral).

Os predicados contêm necessariamente um verbo, mas seu núcleo pode ser um verbo, um
nome, ou pode ser formado por um verbo e um nome. De acordo com o tipo de núcleo
os predicados se classificam em:

a) Predicado verbal é aquele que tem como núcleo um verbo.

Ex.:

- Os jogadores andam pelo gramado.

- A polêmica trouxe irritação na escola.

b) Predicado nominal é aquele que tem como núcleo um nome, uma forma nominal
(substantivo, adjetivo, locução adjetiva). Tipo de predicado em que ocorre verbo de
ligação e predicativo do sujeito.

Ex.:

- Ela anda feliz.

- Estão falidos os discursos moralistas.

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- Ele está de ressaca.

C) Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: um verbo e um nome.

Ex.:

- Os jogadores andam pelo gramado cansados.

- A aluna deixou o auditório nervosa.

- O professor fez a chamada distraído.

02-Termos integrantes

Objeto direto: complemento verbal (geralmente não preposicionado) que estabiliza a


carência semântica do verbo.
Ex.:

- Estes livros trazem a cultura do velho mundo.

- A chuva castiga a cidade de Petrópolis.

- Os professores leram os jornais de Pernambuco.

Objeto direto preposicionado.

Esse objeto é pouco conhecido. Ele só é utilizado quando se deseja valorizar muito o
objeto direto por algumas razões específicas, a saber: ambiguidade, ideologia ou
extração de sentido.

- O advogado o juiz viu. (ambiguidade)

- Ao advogado o juiz viu. (o juiz viu o advogado)

- O advogado ao juiz viu. (o advogado viu o juiz)

- O cristão ama a Deus. (ideologia)

- Ele comeu do bolo. (extração de sentido).

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Objeto indireto: complemento (sempre preposicionado) que estabiliza a carência
semântica do verbo.

Ex.:

- O deputado, segundo jornais locais, discordou dos vereadores.

- Discordou dos vereadores , segundo os jornais locais, o deputado.

- Ele não crê em milagres.

- O tema se refere a novos questionamentos.

- A novos questionamentos o tema se refere.

Complemento nominal

Elemento (sempre preposicionado) que estabiliza os sentidos de um nome


(substantivo, adjetivo ou advérbio).

Ex.:
- Este medicamento é compatível com aquela erva medicinal.

- O combate à dengue começa na casa de cada brasileiro.

- O pai tem orgulho da filha.

Agente da passiva

Termo que representa quem pratica a ação verbal na voz passiva. É sempre
preposicionado.

Ex.:
- O livro foi descrito pelo crítico.
(Na voz ativa: O crítico descreveu o livro)

- Os assuntos vêm sendo discutidos pela população.


(Na voz ativa: A população vem discutindo os assuntos)

- Os brasileiros são cercados de “impostos vampiros”.


(Na voz ativa: “Impostos vampiros” cercam os brasileiros)

Termos acessórios
Os termos acessórios da oração são aqueles considerados dispensáveis, porém
necessários, em alguns contextos, para o entendimento daquilo que é enunciado. Além
de serem termos de função secundária, os termos acessórios são responsáveis por
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caracterizar um ser, determinar os substantivos e exprimir alguma circunstância. Os
termos acessórios são os seguintes: adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto.
Apesar de o vocativo ser um termo independente, ele está presente neste artigo.

Resumindo

Termos acessórios da oração:

- Adjunto adnominal.
- Adjunto adverbial.
- Aposto.
- Vocativo (com ressalvas).

ADJUNTO ADNOMINAL

Termo acessório cujo objetivo é apoiar os substantivos, determinando-os, especificando-


os e/ou adjetivando-os. As classes de palavras que podem desempenhar a função de
adjunto adnominal são adjetivos, locuções adjetivas, pronomes, numerais e artigos. Ele é
uma expressão que acompanha um ou mais nomes, conferindo-lhe um atributo. Trata-se,
portanto, de um termo de valor adjetivo que modificará o nome a que se refere.

- Duas meninas vestiam estas calças e camisetas verdes.

- O jogo de futebol foi suspenso até segunda ordem.

- Aquele espetáculo coreográfico foi suspenso até segunda ordem.

- Este menino comprou dois brinquedos.

- O primeiro amor nunca se esquece.

DIFERENÇA ENTRE COMPLEMENTO NOMINAL E ADJUNTO ADNOMINAL

O complemento nominal sempre é iniciado por preposição; o adjunto, às vezes.

Quando o adjunto não é iniciado por preposição, é tranquilo, não existe a confusão
complemento/adjunto.

No entanto, quando é, surgem os casos em que o aluno tem dificuldade para distinguir
esses dois termos.

Para não ter essa dificuldade, o estudante tem de ficar atento às diferenças entre o
complemento nominal e o adjunto adnominal.

PRIMEIRA DIFERENÇA: o complemento nominal se liga a substantivos abstratos, a


adjetivos e a advérbios; o adjunto se liga a substantivos, que podem ser abstratos ou
concretos.

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SEGUNDA DIFERENÇA: o complemento nominal tem sentido passivo, ou seja, recebe a
ação expressa pelo nome a que se liga; o adjunto tem sentido ativo, isto é, ele pratica
a ação expressa pelo substantivo modificado por ele.

TERCEIRA DIFERENÇA: o complemento não expressa ideia de posse; o adjunto


frequentemente indica posse.

Vamos agora praticar essa teoria: “As casas de madeira são ótimas no inverno".

“De madeira” é complemento nominal ou adjunto?

Lembra-se do que dissemos na “primeira diferença”? O complemento nominal se liga


exclusivamente a substantivos abstratos.

“De madeira” está modificando um substantivo concreto, “casas”.

Logo, “de madeira” é adjunto adnominal.

Outro exemplo: “Ele é igual ao pai”.

Qual a função de “ao pai”?

Ele está se referindo a “igual”, que é adjetivo.

Como dissemos na “primeira diferença”, o complemento nominal se liga a adjetivos, o


adjunto não.

Portanto, “ao pai” é complemento nominal.

Mais um exemplo: “Amor de mãe é eterno”.

Qual a função do termo “de mãe”?

Ele está modificando um substantivo abstrato, “amor”.

Logo, pode ser complemento nominal ou adjunto.

A “segunda diferença” vai nos ajudar: “de mãe” tem sentido ativo, a mãe sente o amor.

Assim, “de mãe” é adjunto adnominal.

Mais um: “O amor à mãe é sagrado”.

O termo “mãe” agora tem sentido passivo.

“Mãe” não está dando amor, mas sim recebendo.

Conclusão: “à mãe” é complemento nominal.

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Um último exemplo: “A fuga do ladrão foi ousada”.

Há neste caso ideia de posse: “do ladrão” é, portanto, adjunto adnominal.

Outros exemplos de complemento nominal

- Ele lutou pela defesa da pátria.

-O estudo das células é fascinante.

- A resolução de exercícios ocorrerá à noite.

- O jovem é precavido contra os males.

- Meu filho está apto para trabalhar.

- Tudo ficou reduzido a cinzas.

- Ele tem bom gosto pela arte contemporânea.

- Eu estou contente com a sorte.

ADJUNTO ADVERBIAL

O adjunto adverbial é um termo acessório da oração que obrigatoriamente exprime


valor circunstancial, podendo modificar um verbo, um adjetivo, ou um advérbio. Pode
vir preposicionado ou não.

Classificação de alguns dos adjuntos adverbiais:

- LUGAR (aqui, ali, lá, acolá, acima, abaixo, dentro, fora, longe, perto, em casa, no
cinema).

Ex.: Ele dormiu aqui ontem.

- TEMPO (ontem, hoje, amanhã, cedo, tarde, ainda, agora).

Ex.: Amanhã, sairemos cedo.

- MODO (bem, mal, melhor, pior, assim, velozmente e quase todos terminados em -
mente).

Ex.: Ela deixou a sala de aula bem.

- INTENSIDADE (muito, pouco, mais, menos, bastante, intensamente etc.).


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Ex.: Ele estudou muito.

- DÚVIDA (talvez, acaso, provavelmente, quiçá etc.).

Ex.: Talvez eu vá com você.

- CAUSA

Ex.: As pessoas não saíram de casa por conta do frio.

- FINALIDADE

Ex.: Estudava para a prova.

- INSTRUMENTO

Ex.: Feriu-se com a faca.

- COMPANHIA

Ex.: Saiu com os amigos.

- AFIRMAÇÃO (Sim, certamente, realmente).

Ex.: Certamente sairemos hoje.

- NEGAÇÃO (não, nunca, jamais)

Ex.: Nunca menospreze seus amigos.

- DE INCLUSÃO: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.

Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência.

- CONCESSÃO (se bem que, muito embora, apesar disso, a despeito de, malgrado etc.)

Ex. Malgrado o tempo ruim, todos foram à praia.

- CONFORMIDADE (conforme, segundo, consoante).

Ex.: Conforme o jornal, gasolina sofrerá redução.

APOSTO

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Serve para explicar, esclarecer, elucidar, discriminar ou mesmo enumerar um termo que
venha antes ou depois. Nesta função, os sinais gráficos, na maioria das vezes, são
decisivos.

Aposto explicativo

É aquele que explica um termo anterior ou posterior a ele. É marcado pelo uso de
vírgulas, travessões, parênteses ou dois pontos. Exemplo:

 Ele contou histórias sobre Hagar, o terrível homem de histórias horrendas.


 Helena, a professora do 4º ano, estava triste.
 A morte, angústia dos vivos, ocorre ao acaso.
 A morte ― angústia dos vivos ― ocorre ao acaso.
 A presidente do STF (Carmen Lúcia) vem sendo bastante questionado
ultimamente.

Aposto enumerativo

É aquele utilizado para enumerar dados relacionados ao termo fundamental.

Exemplo:

 Aquele funcionário tinha muitos problemas: fumo, álcool e farras.


 Tenho três amigos: José, Marcos e André.
 A pesquisa analisou dois grupos ― crianças e adolescentes.

Aposto especificativo

É aquele que especifica o termo a que se refere. Não é acompanhado de vírgulas.

Exemplo:

 O professor João Lucas é muito criativo.


 A empresa Gol é uma das mais criticadas.
 O livro Cinquenta tons de cinza causou frisson entre as mulheres.

Aposto oracional

É o aposto que possui um verbo.

Exemplo:

 Desejo uma única coisa: que plantem novas árvores.

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 Ele me disse apenas esta verdade: que nossa sociedade acabou.

Aposto Resumidor (Recapitulativo)

É o aposto que resume toda a oração.

Exemplo:

 Trocar fraldas, amamentar, colocar para dormir, acordar à noite, tudo exige
paciência.
 Vento, chuva, neve, nada o impediu de cumprir sua missão.

VOCATIVO

É o nome do termo sintático que serve para nomear um interlocutor a que se dirige a
palavra ( chama a atenção da frase).

Exemplos

 "Tenho certeza, amigos, de que isso vai acabar bem."


 "José, venha cá."
 "Vamos logo sair desta casa, João!"
 "Camila, saia daí!"
 "Olhe aqui, Isabel!"
 "Deus, tenha piedade de nós!"

AS FUNÇÕES SINTÁTICAS DO “QUE”.

Inicialmente, é prudente avisar que as funções que vamos analisar são as dos pronomes
relativos.

O pronome relativo QUE

- Refere-se a um termo substantivo anterior a si.

- O termo não estará, necessariamente, imediatamente antes do pronome relativo.

- O pronome relativo QUE pode ser substituído por o qual, a qual, os quais e as quais.

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Quando o QUE é sujeito.

a) Nós vimos os alunos que deixaram a sala mais cedo.


Dica:

- Use, mentalmente, um ponto final antes do QUE.

(Nós vimos os alunos. Que deixaram a sala mais cedo)

- Substitua o QUE pelo seu referente.

(Nós vimos os alunos. Os alunos deixaram a sala mais cedo)

- A função sintática que o termo “os alunos” desempenhar na segunda oração será a
função sintática do pronome relativo QUE.

- O “QUE” é, portanto, sujeito.

Veja outros exemplos e aplique a mesma técnica de substituição.

a) As notícias que deixaram a cidade preocupada eram confusas.


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b) Ela mencionou o ocorrido que foi noticiado pelo jornal.


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c) O principal aspecto das democracias, que influencia muitas decisões, é a


liberdade de pensamento.
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Quando o QUE é objeto direto.

a) O professor indicou um livro que todos os alunos detestaram.


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b) O assunto que o jornalista muito criticou era o mais complexo.


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c) A lista dos alunos que nós esquecemos na sala de reuniões está desaparecida.
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Quando o QUE é objeto indireto.

a) As informações de que o professor discordou tinham fundamento.


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b) Nós mencionamos o caso a que os jornais se referiam.


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c) As histórias em que meus amigos creem são hilárias.


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Quando o QUE é complemento nominal.

a) Os problemas, em que o mecânico era perito, eram raros de acontecer em um


carro.
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b) Essas manifestações, com que a imprensa se mostrou descontente, mudam o


cenário político.
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c) Eles ameaçaram os professores, de que o governador tinha medo.


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Quando o QUE é predicativo do sujeito.

a) Olhei aquele trator, que era a minha própria imagem.


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b) Não se conhece o segredo que a vida é.
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c) Esta é a fortaleza que meu amigo parece.


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Quando o QUE é Agente da passiva

a) Este é o jornal por que ele foi caluniado.


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b) Lindos são os seus filhos, por que vocês são amados.


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c) Esta é a senhora por que a professora foi criticada.


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FUNÇÕES DA PALVRA “SE”

CRITÉRIOS BÁSICOS DE DIFERENCIAÇÃO:

► Será conjunção

Quando o “SE” não estiver vinculado ao verbo.

► Será pronome (mas receberá várias denominações)

Quando o “SE” estiver vinculado ao verbo.


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“SE” não vinculado ao verbo.

a) Conjunção integrante:

DICA: Sempre que você substituir a oração iniciada pelo SE por ISTO, e tal
substituição fizer sentido, constata-se que o SE é conjunção integrante.

- A imprensa não investigou se, de fato, as acusações eram verdadeiras.

- Note se todos os alunos já chegaram.

b) Conjunção condicional.

DICA: O SE condicional fará parte de uma oração de valor hipotético, provável ou


incerto. Esse mesmo SE terá o valor da conjunção CASO, e, por esta, muito
provavelmente, poderá ser substituída.

- A população poderia ser compreensiva com os políticos se eles tivessem mais


compromisso com os seus programas eleitorais.

- Se todos compreendessem o verdadeiro sentido da palavra respeito, a humanidade


cresceria muito mais.

c) Conjunção temporal.

DICA: A oração em que esse SE se insere NÃO terá valor hipotético, provável ou
incerto, mas sim de certeza, de convicção e/ou de fato. Será equivalente à conjunção
QUANDO, e por esta poderá ser substituído.
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- Se as chuvas devastam cidades todos os anos, os governantes dizem a mesma coisa:
que a tragédia não era esperada.

- Ele fica muito chateado se todos riem de suas mancadas.

d) Conjunção causal.

DICA: Certamente, o SE menos comum de todos. A oração em que ele estiver


envolvido relacionar-se-á com uma segunda de valor consecutivo. Permite troca por
JÁ QUE, PORQUANTO, COMO etc.

- Se o país vive tendo crises econômicas, os índices de desemprego só aumentam.

- Se o Brasil ganhou mesmo o ouro olímpico no futebol feminino, todos os brasileiros


ficaram emocionados.

“SE” vinculado ao verbo.

As várias denominações do pronome “SE”:

- Parte
- Palavra
- Partícula
- Índice
- Indício

a) Pronome reflexivo:

1. “SE” será pronome reflexivo quando a ação verbal puder ser desempenhada,
voluntariamente ou não, pelo sujeito contra si mesmo.
2. Essas ações são, quase sempre, físicas (objetivas e/ou conscientes), mas podem
ser também psicológicas (subjetivas e/ou inconscientes).
3. O contexto, nessas horas, é fundamental.

Exemplos:

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1- A moça maquiava-se diante do espelho.
2- O cão mordia-se procurando uma pulga.
3- O homem forte motiva-se sempre.
4- Aquele país ainda se culpa pelo holocausto.

b) Partícula apassivadora:

1- É responsável pela transformação do objeto direto em sujeito paciente.


2- Quando o verbo está no singular, costuma induzir o candidato a pensá-la como índice
de indeterminação do sujeito.
3- Está condicionada, sempre, a verbos transitivos diretos ou bitransitivos.

Exemplos:

- Escreveu-se uma nova legislação.


- Dedicou-se uma vida ao trabalho.
- Questiona-se a existência de vida em outros planetas.

b) Índice de indeterminação do sujeito.

1- Está ligada a verbos transitivos indiretos, intransitivos e de ligação.

VTI + SE + OBJETO INDIRETO.

VI + SE + ADJ. ADV.*

VL + SE + PRED. DO SUJEITO.

* muito provavelmente.

Exemplos:

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- Divergiu-se muito das opiniões do senador.

- Sempre se acredita em milagres religiosos.

- Saiu-se muito naquele fim de semana.

- Parecia-se nervoso no dia da prova.

- Era- se feliz naquele país.

c) Partícula expletiva (ou de realce).

1- Seu objetivo é criar um efeito poético à frase.


2- Sua retirada não modifica a estrutura sintática do período.

Ex.:

- As flores murcharam-se todas.

- O amor foi-se embora.

- Os atletas partiram-se chorando.

d) Parte integrante do verbo.

1- Funciona como um componente do verbo.


2- Sua retirada invalida ou modifica os sentidos do verbo.

Ex.:

- O homem arrependeu-se de suas palavras.

- A jornalista se referiu aos casos de irregularidade.

- O talentoso artista suicidou-se nesta manhã.

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