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Prova 15 Novembro 2017, questões e respostas

Direito Administrativo (Universidade de Coimbra)

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Teste B

Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra


Licenciatura em Administração Público-Privada
Direito Administrativo I − 02 de novembro de 2017

I. (75 %) Escolha apenas uma alternativa correta em cada uma das seguintes questões:

1. O direito administrativo é um ramo do direito aplicável:


a) A toda a atividade administrativa
b) Apenas à atividade materialmente administrativa das entidades públicas
c) Apenas à atividade administrativa regulada pelo direito privado

2. A Administração Pública visa sempre a prossecução:


a) De um fim heterónomo
b) De um fim público definido pelos seus próprios órgãos
c) De um fim público definido pelos tribunais

3. A Administração Pública em sentido material refere-se:


a) Às formas típicas de atuação da Administração
b) À atividade de administrar
c) A uma “máquina” complexa destinada à satisfação regular e contínua dos interesses públicos
secundários

4. A Época Medieval caraterizou-se, do ponto de vista da evolução histórica da Administração Pública:


a) Pela ausência de racionalização e de institucionalização da sociedade política
b) Por uma grande centralização de poderes no monarca
c) Pela existência de uma Administração Pública forte mas que não estava sujeita ao Direito
Administrativo

5. Falar de europeização do direito administrativo, ao nível jurídico, significa:


a) Que a Europa tem um direito administrativo único
b) A influência que o direito europeu foi exercendo sobre os seus congéneres nacionais
c) Que existe apenas um Código do Procedimento Administrativo

6. No Estado de Direito Liberal


a) O Parlamento assumiu a supremacia entre os diferentes poderes estaduais
b) Houve um movimento de recíproca interpenetração entre o Estado e a Sociedade
c) O monarca é vista como o soberano iluminado

7. O princípio da separação de poderes no seu sentido político aponta para:


a) A aceitação de vários titulares em termos da titularidade ou soberania do poder
b) Para a existência de vários sistemas organizatórios independentes entre si
c) Para uma separação das tarefas ou funções do Estado

8. No arranjo das funções estaduais, a função política:


a) É uma função de segundo grau
b) É uma função normalmente com um conteúdo concreto
c) É uma função cujo exercício está sujeito ao controlo dos tribunais competentes

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9. No sistema de administração judiciária, na sua forma pura:


a) A Administração está sujeita ao controlo dos tribunais administrativos
b) A Administração encontra-se subordinada ao mesmo direito que rege os particulares
c) Os entes públicos são responsáveis pelos atos dos seus funcionários

10. As pessoas coletivas públicas


a) Dispõem de competências e os seus órgãos de atribuições
b) Têm os seus poderes definidos pelo direito privado
c) Têm órgãos administrativos com a capacidade de exprimir a sua vontade

11. A administração autónoma carateriza-se por:


a) Prosseguir interesses específicos da respetiva comunidade
b) Integrar organismos criados pelo Estado, para realizarem tarefas que lhe competem, mas que o Estado
isenta de subordinação e controlo
c) Integrar as sociedades instituídas para finalidades públicas sob a forma de sociedades comerciais

12. Na relação de tutela, o Governo dispõe:


a) Do poder para emitir comandos vinculativos sobre uma pessoa coletiva
b) Do poder para definir objetivos e orientar a atuação de uma pessoa coletiva
c) Do poder de controlar o mérito e a legalidade da atuação de uma pessoa coletiva

13. A doutrina alemã que se refere a um novo direito administrativo baseia a sua conceção em alguns conceitos
básicos como por exemplo:
a) A privatização e a nacionalização do direito administrativo
b) A regulação e os novos papéis e responsabilidades assumidos pelo Estado
c) A europeização do direito administrativo e as formas de comando de caráter impositivo

14. Na delegação, o órgão delegante tem o poder de:


a) Dar ordens ao órgão delegado sobre o modo como este deve exercer os poderes delegados
b) Emitir instruções vinculativas sobre a forma de o delegado exercer os poderes delegados
c) Só pode revogar os atos do delegado mas não pode emitir ordens nem instruções vinculativas

15. As fundações públicas de direito público devem ser inseridas:


a) Na administração estadual direta
b) Na administração estadual indireta
c) Na administração autónoma

II. (25 %) Responda às seguintes perguntas:

1. Como se carateriza a administração autónoma em Portugal?


Refira, na sua resposta, as principais caraterísticas deste setor da administração pública, os subsetores que
podemos identificar dentro dela e quais os entes responsáveis pela sua prossecução.

2. Comente a seguinte frase: “A tese que traduz a natureza jurídica da delegação é a que a vê como a
qualificação para o exercício, em nome próprio, de uma competência alheia. Como tal, as teses da
autorização e da alienação da competência devem ser rejeitadas”.

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Critérios de correção

1. É uma autoadministração de formações sociais infraestaduais, organizadas segundo


princípios eletivos e representativos, que cuida de interesses específicos da respetiva comunidade.
Prossecução de interesses próprios + representatividade dos órgãos + autoadministração.
Coletividade territorial ou outra dotada de especificidade dentro da coletividade nacional +
prossecução de interesses específicos dessa coletividade intraestadual + administração pelos
próprios administrados + autonomia de ação face ao Estado.
Modalidades ou subsetores: administração autónoma territorial e administração autónoma
não territorial (funcional ou associativa).
Entes responsáveis pela sua prossecução: autarquias locais; regiões autónomas;
associações públicas; corporações territoriais; consórcios públicos.

2. A frase está correta.

A tese da autorização considera que a lei de habilitação confere logo uma competência
condicional ao delegado e este, antes da delegação, já é competente, visando a delegação facultar-
lhe uma competência que já é sua, tendo a natureza de uma autorização. Isto não é verdade porque
antes da delegação o delegado não tem qualquer competência

Para a tese da alienação da competência (ou concessão translativa) a titularidade dos


poderes, por força da delegação, passa do delegante para o delegado. Isto não é verdade pois os
poderes delegados não deixam de pertencer ao delegante e não só este mantem uma série de
poderes importantes como, segundo o art. 36.º do CPA, a competência não pode ser alienada.

Assim, e como diz a frase, a delegação é o ato pelo qual um órgão permite que outro órgão
exerça uma competência que continua a ser do primeiro. Com a delegação cria-se no delegado uma
qualificação para o exercício, em nome próprio, de uma competência alheia, estando em causa uma
concessão translativa em que o que se transfere para o delegado é o encargo do exercício da
competência do delegante.

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