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Apresentação

Biografia dos Autores Digite sua busca

Ambientação
Trocando ideias com os autores
Teorias da Educação I
Problematizando
Unidade de Estudo: A História e o pensamento pedagógico
Uma cronologia das ideais dos pensadores: Evolução da
Educação versus Evolução da Sociedade
O Pensamento Oriental: Lao – Tsé e Talmude
O Pensamento Greco: Sócrates, Platão e Aristóteles
O Pensamento Romano
Principais Educadores Romanos
Pensamento Medieval
Pensamento Renascentista
Pensamento Moderno
Pensamento Iluminista
Pensamento Positivista
Pensamento Socialista
O Pensamento Escolanovista (A Escola Nova)
O Pensamento Antiautoritário
O Pensamento Crítico

Unidade de Estudo: A teoria na América Latina e as


novas possibilidades na educação
O Pensamento Pedagógico Brasileiro
A Educação Permanente

Unidade de Estudo: A Pluralidade dos modos de


conhecimento
Explicando melhor com a pesquisa
Leitura Obrigatória
Pesquisando com a Internet
Saiba mais
Vendo com os olhos de ver
Revisando
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Bibliografia
Bibliografia Web
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Teorias da
Educação I

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Lista de Vídeos de Teorias da Educação I


Unidade de Estudo: A História e o pensamento pedagógico
Os sete saberes

Unidade de Estudo: A teoria na América Latina e as novas possibilidades na


educação
A Educação Proibida

Unidade de Estudo: A Pluralidade dos modos de conhecimento


Moléculas do aprendizado

Apresentação
Olá, sejam bem-vindos!

A Teoria da Educação abrange as concepções dos espaços formativos que permeiam o cotidiano de nossas escolas. No cenário
educacional vem se fazendo confusão entre os termos “ciências da educação” “Pedagogia”. Mas do ponto de vista epistemológicos são
diferentes. Cabanas (2002) diz o que chamamos de “Teoria da Educação” é a “Pedagogia” enquanto ciência.

Como a educação tem sido por algum tempo centrada no professor denominada educação tradicionalista, houve a necessidade de uma
pedagogia nova, capaz de tornar a prática da educação mais dinâmica e eficaz, trazendo a exigência de maior sistematização de
conhecimento, esboçando uma nova maneira de interpretar a educação.

Este material irá trazer variados pensamentos pedagógicos do primeiro e terceiro mundo bem como suas teorias e as possibilidades na
Educação, você terá uma visão sobre a pluralidade educacional na atualidade, realizando uma análise comparativa entre a modernidade e
pós-modernidade no aspecto democrático da ciência.

Os autores!
Rita de Cássia Marques Costa. Mestre em Educação Brasileira, na linha de Movimentos Sociais, Educação
Popular e Escola, no Eixo de Estudos Sócio-antropológicos e Políticos da Educação, pela Universidade Federal do
Ceará-UFC (2009). Graduada em Pedagogia pela UVA/ Sobral - (2004). Com experiência na área de Educação, com
ênfase em Educação Popular e Extensão Rural, Extensão Social, Educação Ambiental, Desenvolvimento
Sustentável, Mobilização Social, Educação e Saúde. Atualmente, está como Assessora Pedagógica da Pró-diretoria
de Ensino e Graduação das Faculdades INTA; Coordenadora do SEAD-PRODEG e Presidente da CPA das
Faculdades INTA. No período de 2007 a 2011, atuou como professora colaboradora da UVA-Sobral-CE e como
Tutora da Residência Multiprofissional em Saúde da Família - Sobral -CE. Orientou trabalhos científicos de cursos
de graduação e pós-graduação da UVA, IVA, Escola de Saúde Pública.

Marcos Adriano Barbosa de Novaes. Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú
(UVA) (2013), especialista em Gestão de organizações Sociais. Tem experiência na área de Educação, com ênfase
em Política Educacional, atuando principalmente nos seguintes temas: Reforma do Estado e da Educação,
Democratização, Educação Superior. Ex-Bolsista de Iniciação Científica: Programa de Bolsas de Produtividade em
Pesquisa e estímulo à interiorização - BPI/ FUNCAP, tema da Pesquisa: Politicas Públicas e a Democratização da
Educação Superior no Governo Lula da Silva: ENEM, PROUNI E REUNI.

Ambientação
Estimado estudante,

Vamos conhecer a disciplina Teoria da Educação I, para que você possa compreender melhor os caminhos que irão percorrer para
aprimoramento dessa disciplina. Apresentar através dos Períodos históricos e suas tendências considerando as condições sócio-políticas
de cada época nos países desenvolvidos.

Caro estudante, você terá a oportunidade de ler o Livro Sociologia Crítica: alternativas de mudanças do autor Pedrinho Guareschi.
Sugerimos que leia especificamente o capítulo XIV “O aparelho ideológico da Escola”, no qual fala sobre a função da escola, história
da escola e as diversas teorias de aprendizagem. E também o capítulo XV “O aparelho ideológico da Família” no qual enfatiza a
família como a primeira instituição e como as relações básicas de uma sociedade podem influenciar a instituição familiar.

Trocando ideias com os autores


Agora é o momento de trocar ideias com os autores

Propomos a leitura de algumas obras.

História das ideias pedagógicas


O que é Educação

Após a leitura das referências indicadas, elabore um fichamento para cada uma delas. Em posterior, construa um texto com as principais
ideias colocadas pelos autores e compartilhe no Ambiente Virtual através de participação no Fórum de discussão.

Caro estudante, sugerimos que leia a obra História das ideias pedagógicas de Moacir Gadotti, cuja obra apresenta o pensamento e a
atividade pedagógica desde a Antiguidade até a época contemporânea e os textos básicos de cada pensador.

Propomos também o Livro O que é Educação de Carlos Rodrigues Brandão, no qual funciona como uma introdução à pedagogia de um
modo simples e direto. A obra mostra que em vários momentos da história, tipos diversos de sociedades criaram diferentes caminhos
para percorrer a estranha aventura de lidar com o saber e os poderes que ele carrega consigo. Brandão afirma que a educação está
presente no dia a dia de todos e que ela se manifesta de variadas formas.

Para aprimorar seus conhecimentos leia o segundo capítulo “Quando a escola é aldeia” e o terceiro capítulo “Então, surge a escola”
através dessa leitura você compreenderá o poder que a escola tem para criar as diferenças de classes.

Problematizando
Em 1930, a burguesia urbano-industrial chega ao poder e apresenta um novo projeto educacional, neste momento, a educação,
principalmente a educação pública. No início da década de 90, o discurso pedagógico foi enriquecido pela discussão da educação como
cultura. O pensamento pedagógico brasileiro tem sido definido por duas tendências: a liberal (educadores defendem a liberdade de
ensino, de pensamento e de pesquisa, os métodos novos baseados na natureza da criança) e a progressista (educadores e teóricos
defendem o envolvimento da escola na formação de um cidadão crítico e participante da mudança social).

E você caro estudante, o que percebe em relação ao pensamento pedagógico nessa atualidade? O ensino de hoje está isento de práticas
pedagógicas tradicionais? Como transformar espaços monoculturais em multiculturais na realidade escolar? Será que existe possibilidade
de desenvolver diálogo nos espaços escolares?

Guia de Estudo

Guia de Estudo

Faça uma reflexão sobre os questionamentos acima e desenvolva um texto transpondo suas ideias.
A História e o pensamento pedagógico

Conhecimentos
Compreender sobre o significado da educação nessa modernidade a partir de uma análise filosófica-educacional da humanidade.

Habilidades
Identificar os pensamentos pedagógicos analisando a capacidade histórica das ideias pedagógicas, para o aprendizado necessário dos
educadores mediante a práxis atual como possibilidades para novas construções da história educacional do futuro.

Atitudes
Assumir uma mudança de postura ética no âmbito da docência.

Unidade 1

Uma cronologia das ideais dos pensadores: Evolução da Educação versus Evolução da
Sociedade.
Alguns autores aceitam que a reflexão filosófica auxilia na descoberta de antropologias, ideologias de sistemas educacionais, às
inovações, às concepções e práticas pedagógicas.

Acredita-se que a educação tem um grande papel no processo de humanização do homem e na transformação social. A teoria educacional
visa à formação do homem absoluto. Através dos estudos teóricos dos grandes pensadores da educação podemos entender e enfrentar as
possibilidades e os limites educacionais. Segue agora, a explicação dos mais variados e ricos pensamentos pedagógicos para estudo.

O Pensamento Oriental: Lao – Tsé e Talmude


A prática pedagógica vem antes ao pensamento pedagógico. Este por sua vez nasceu com a meditação sobre a prática educativa, no
intuito de sistematizá-la e organizá-la para seus fins educativos.

O oriente garantiu os valores da memória, não-violência, da reflexão. Ligou-se a religião na qual enfatizamos: taoísmo, budismo,
hinduísmo, judaísmo.

A educação primitiva era prática, assinalada por rituais de iniciação e baseada pela visão animista, na qual as coisas tinham alma
idêntica à do homem. A educação era natural, não-intencional, aprimorada na oralidade e restringida ao presente próximo. Outra visão é
o totemismo religioso, compreensão de mundo que toma qualquer ser, homem, animal, planta como divino e criador do grupo.

A este ajuntamento social chamamos de clã. O princípio pedagógico mais antigo foi o taoísmo, que foi uma condição de panteísmo,
cujos princípios são abalizados em vida saudável, tranquila, sossegada, quieta. “Baseando-se no taoísmo, CONFUCIO (551-479 a.C)
criou o aparelho moral que acirrava a tradição e o culto aos mortos” (GADOTTI, 2005,p.22).

A primeira filosofia de vida : A partir daí, o confucionismo modificou-se em religião do Estado até a Revolução Cultural, originada na
China por Mao Tsé-Tung, no século XX. O domínio dos pais sobre os filhos era indefinido, o pai representava o próprio imperador em
sua casa. Criou-se um sistema de ensino dogmatizado e memorizado, acabou por fossilizar a inteligência e a criatividade. A educação
chinesa tradicional visava à cópia de hierarquias, sujeição e submissão ao poder dos mandarins.

Ainda, nos dias de hoje, existe uma intenção em resgatar a essência do taoísmo, que é a procura da harmonia e do equilíbrio nesse tempo
de desordem e de desumanização.

A educação hinduísta também amparava a contemplação e a imitação das castas classes hereditárias, acirrando o espírito e repudiando o
corpo. Os párias e as mulheres não tinham direito a educação. Os egípcios foram os primeiros a ter consciência da importância da arte de
ensinar e foram eles os autores do uso de bibliotecas. Criaram casa de instrução, leitura e escrita, história dos cultos, astronomia, música
e medicina.
Unidade 1

Mas foram os hebreus que mais mantiveram as informações sobre a história, por isso que herdaram ao mundo um conjunto de princípios
e tradições que ainda hoje são adotados. A educação hebraica era rigorosa, desde a infância, pregava medo a Deus e submissão aos pais.
O método era aprimorado na repetição e revisão do catecismo. A cultura ocidental foi influenciada pelos métodos dos hebreus.

Nesse contexto, a educação primitiva ocorreu com características parecidas, conforme Gadotti, assinalada pela tradição de culto aos
velhos, “Esse tradicionalismo pedagógico, foi guiado por tendências religiosas diferentes: o panteísmo do extremo oriente, o teocratismo
hebreu, o misticismo hindu, o magicismo babilônico” ( 2005, p. 22).

Essas doutrinas se estruturaram e desenvolveram em função da sociedade de classes, e a escola como instituição formal, surgiu como
resposta a divisão social do trabalho e ao nascimento do Estado, da família e da propriedade privada. Com a divisão social do trabalho,
onde muitos trabalham e poucos se favoreceram do trabalho de muitos, brotam as particularidades: funcionários, sacerdotes, médicos,
magos. E a escola passa a não ser mais a aldeia e a vida, funcionando como um lugar especializado onde uns aprendem e outros ensinam.

A escola que temos hoje apareceu com a hierarquização e a desigualdade econômica, e a história da educação constituiu-se desse
alongamento da história das desigualdades econômicas. Nesse sentido o sistema educacional é resultado de um processo histórico, que
tem em seu cerne as relações sociais e de produção, que organizaram e organizam a sociedade em grupos econômicos caracterizados e,
ainda mais, estabelece uma relação entre classes sociais antagônicas.

Dessa maneira, o sistema educacional concretizou-se a partir do momento em que a sociedade se estruturou em classes sociais
antagônicas, com o fim da chamada sociedade primitiva.

Os interesses e as necessidades da classe social dominante passaram a delimitar o campo da Educação na medida em que passou a servir
para a dominação social de poucos sobre muitos, “Existe entre povos que submetem e dominam outros povos, usando a educação como
recurso a mais de sua dominância [...]” (BRANDÃO, 2007, p.10). Analisando a origem da escola enquanto instituição, notamos que, ela
surge a partir do fato de que a dominação militar e política não surtiam mais os efeitos desejados em uma sociedade, que se tornava cada
vez mais complexa e multifacetada. Nesse contexto a escola serve como um aparato de dominação ideológica e intelectual.

A educação primitiva tinha atitude solidária, era unitária e integral, única e igual para todos. Com a divisão social do trabalho surge à
desigualdade das educações: uma para exploradores e outra para explorados, reprimidos e explorados.

[...] A necessidade de se apropriar da atividade intelectual e das técnicas refinadas de produção passou a compor o rol da divisão social
do trabalho e, neste sentido, a classe dominante passou a compreender a Educação como elemento fundamental para a manutenção da
desigualdade social, uma vez que os conhecimentos científicos e tecnológicos passaram a ser compreendidos como, cada vez mais
necessários para o desenvolvimento do sistema produtivo (SOARES, 2004; TONET, 2005 apud GUIZO; EUSÉBIOS FILHO 2005).

Unidade 1

Então a educação sistemática segundo Guzzo; Euzebios Filho (2005) acaba assumindo como função primordial a manutenção, alienação
e promove a alienação social do trabalho, uma vez que a escola serve como espaço estratégico de convivência social, que tem em seu
cerne a reprodução da dinâmica da sociedade capitalista e conferindo um saber dogmatizado a partir de um ser elevado e todo poderoso,
causando medo e terror.

Nota de explicação: Lao significa “criança”, “jovem”, “adolescente”. Tsé é sufixo de muitos nomes chineses e indica “idoso”, “maduro”,
“sábio”, “espiritualmente adulto”. Pode-se transliterar Lao-Tsé por “jovem sábio”, “adolescente maduro”. ( GADOTTI, 2005, p.22).

A educação hebraica, o que prevalecia nessa educação era o idealismo religioso, onde os estudos fundamentavam-se na Bíblia. Todas as
matérias estudadas se pautavam com textos bíblicos e das normas morais. O principal manual era a Tora, também chamada de
Pentateuco, porque acumulava os cinco livros de Moisés. Este por sua vez, era um homem religioso e líder do êxodo do Egito, que
exerceu influência na mentalidade judaica.

Quanto ao ensino, era oral e repetitivo por meio do estudo do Talmude, outro livro sagrado de princípio judaico, dirigido no século II,
representando o código religioso e civil dos judeus, que não acolhiam Cristo. Para o Talmude, a criança deve ser castigada com uma mão
e acarinhada por outra, já a Bíblia dizia que a vara, a recriminação e a punição dão sabedoria a criança.

O Pensamento Greco: Sócrates, Platão e Aristóteles


A Grécia foi lugar de origem da cultura, da civilização e da educação ocidental devido sua conjuntura geográfica que provocava o
comércio, por ter uma sociedade estratificada e amparada por colônias. Os gregos tinham visão universal. Ser um homem livre para eles
significava não ter inquietações materiais ou com o comércio e a guerra. Atividades privadas às classes sociais inferiores.

O caráter de classe de educação grega surgia na reclamação de que o ensino excitasse a competição, para afirmar a elevação militar sobre
as classes domadas e as regiões tomadas. O homem bem educado careceria ser capaz de comandar e ser correspondido (GADOTTI,
2005). Só entre os gregos livres que existiam diálogo e liberdade de ensino.

A Paidéia é um termo do grego antigo, empregado para sintetizar a noção de educação na sociedade grega clássica. A palavra é derivada
de paidos (paidós) = criança, significa criação dos meninos, referindo-se à educação familiar pautada nos bons modos e princípios
morais.

Unidade 1
A paideia é o modelo ideal de educação da Grécia clássica, com o passar do tempo esse modelo passou designar o resultado do processo
educativo que acompanha o ser humano por toda vida, indo além dos muros escolares. Nos dias atuais esse ideário é exercido
práticamente todo o mundo, como um perfeito entendimento de formação social do ser humano. O dia a dia do educando baseado no
modelo de educação da paideia era organizada de forma que a rotina do aluno era respeitar os preceitos da paideia, como:

Acordar logo ao amanhecer, e com a ajuda do pedagogo, o jovem lavava-se e vestia-se;


Refeição matinal e logo após, ida à palestra, para as aulas de música e ginástica;
Banho e regresso à casa para o almoço;
Retorno à palestra à tarde, para lições de leitura e escrita;
Ida para casa, sempre na companhia do pedagogo; estudo das lições, trabalhos de casa, jantar e enfim repouso;
Não havia finais de semana ou férias, exceto pelos festivais religiosos ou cívicos.

Nesse sentido a paideia concebeu um ideal mais adiantado de educação da antiguidade. Uma educação integral, que advinha na conexão
entre cultura e sociedade e a criação individual. Criaram uma pedagogia de ação individual, de convívio social e político.Os gregos
obtiveram a fusão entre educação e cultura, dando valor a arte, literatura, ciências e filosofia.

A formação de homem integral acontecia na formação do corpo pela ginástica, na mente pela filosofia e ciências, na moral e
sentimentos pela música e pelas artes. A cultura Grega foi responsável pelo surgimento da cultura, da civilização e da educação
Ocidental. A educação era reservada aos homens livres, que exigia que o ensino os preparasse para competição, estimulassem virtudes
guerreiras que serviria para assegurar a superioridade militar sobre as classes submetidas e as regiões conquistadas.

Nessa educação o homem era formado para ser capaz de mandar e fazer-se obedecer. Vale ressaltar que nem todos tinham acesso a esse
modelo de educação, essa educação era destinada apenas aos gregos livre.

Buscava-se ofertar uma educação integral, capaz de integrar cultura e sociedade, pautada numa pedagogia da eficiência individual,
simultaneamente da liberdade e de convivência social e política. A relação paralela entre educação e a cultura, possibilitava a valorização
da arte, da literatura, da ciência e da filosofia, que consistia na formação do corpo pela ginástica, da mente pela filosofia e pela ciência e
na da moral e dos sentimentos pela música e pelas artes.

Houve desacordos entre a educação espartana e a ateniense; entre os espartanos preponderava a ginástica e a educação moral domada ao
poder do Estado. Já os atenienses, mesmo dando valor ao esporte, ofereceram mais atenção à elaboração teórica para o exercício da
política. Platão chegou a dispor um currículo para seus alunos se tornarem reis, ele mesmo queria ser rei.

Unidade 1

O mundo grego foi rico em intenções pedagógicas: Pitágoras estudou a matemática e sua afinidade com o universo; Sócrates dedicou-se
a retórica e na linguagem; Xenofontes foi a primeira a refletir a educação para mulheres, apesar de restrita a conhecimentos caseiros e de
importância do esposo. Partia da imaginação da decência humana, segundo ensinou Sócrates. Os três, Sócrates, Platão e Aristóteles
desempenharam grandes influências ao mundo grego.

Os gregos eram educados através de textos de Homero, o modelo homérico de educação era pautado na preparação de pessoas destinadas
ao heroísmo, para a defesa e honra da pátria da qual faziam parte, nesse modelo ganhava importância a busca do belo, do honrado e da
reputação que ensinavam virtudes guerreiras, cavalheirismo, amor à glória, à honra, à força e a valentia. Ensinavam a superioridade e por
isso imitavam os heróis. Essa educação totalitária sacrificava em Esparta, todos os interesses aos interesses do Estado.

O Humanismo ateniense pautava-se na superioridade de outros valores, as contestações eram intelectuais, nas quais procuravam o
conhecimento da verdade, do belo e do bem. Platão imaginava com uma República democrática, e pra ele a educação apresentava papel
principal. Amparava uma educação municipal para evitar as pretensões totalitárias, e então o ensino seria controlado mais próximo da
comunidade. Para ele, todo ensino deveria ser público. O ideal da cultura aristocrática grega não abarcava a formação para o trabalho, o
espírito deveria continuar livre para criar.

Platão defendia que conhecer é lembrar, e que o homem, ao encontrar o objeto do saber, tem condições de reconhecê-lo, uma vez que ele
já está impresso em sua alma. Platão preconizava uma formação básica consistente, a qual gradualmente vai atingindo estágios mais
elevados, até resultar em pesquisas filosóficas, a esta etapa só chegariam os seres particularmente talentosos.

Platão denomina esta fase de educação preparatória, onde os educandos possuem condições de aperfeiçoar de maneira harmoniosa o
espírito e o corpo. Para ele o ensino deveria ser função do Estado e não de instituições privadas. Os educadores teriam que ser escolhidos
por Atenas e supervisionados por cidadãos que possuíssem poderes judiciais, nomeados para atuar na campo educacional. Ele ainda
projetava um modelo pedagógico igual para homens e mulheres até que eles completassem seis anos de idade. Daí em diante estes
aprendizes seriam divididos em classes e professores distintos.

A educação do cidadão, para o filósofo, teria uma duração de 50 anos, organizados em cinco períodos:

Dos 3 aos 6 anos: Prática do pentatlo (Nome coletivo de cinco exercícios que constituíam os jogos da Grécia, em que entravam os
atletas: salto, carreira, luta, pugilato e disco. Dança e música para ambos os sexos);
Dos 7 aos 13 anos: Introdução paulatina da cultura intelectual e acentuação dos exercícios físicos. A partir dos 10 anos,
aprendizagem da leitura e escrita e cálculo por processos práticos. Afasta-se assim dos costumes atenienses que começavam a
educação intelectual antes dos 10 anos;
Dos 13 aos 16 anos: Período da educação musical. O programa é dividido em duas secções: uma literária, compreendendo
gramática e aritmética; outra musical, compreendendo poesia e música. Ensina-se a tocar a cítara e prefere-se a música dórica,
enérgica e viril;

Unidade 1
Dos 17 aos 20 anos: Período da educação militar. Os jovens deverão adquirir resistência e uma saúde a toda a prova. Será preciso
harmonizar a música à ginástica, faziam-se os homens ferozes. Somente com a música, produzir-se-iam os afeminados;
Dos 21 anos em diante: Apenas os jovens mais capazes devem continuar a educação já com carácter superior e baseada na
Matemática e Filosofia. Entre eles, selecionam-se os futuros governantes, prosseguindo sua educação até os 50 anos.

Essa educação pode ser distribuída da seguinte forma:

Dos 21 aos 30 anos: estuda-se com profundidade: aritmética, geometria e astronomia;


Dos 31 aos 35 anos: predomínio da formação filosófica e dialética, sem prejuízo dos estudos matemáticos;
Dos 35 aos 50 anos: O magistrado será incumbido de uma função pública e empregará os seus talentos para a prosperidade do
Estado. Ninguém será admitido ao governo, antes dos 50 anos de idade.

Dessa maneira os educandos prosseguiam, passando em um estágio adiantado, por diversas disciplinas como Ciências Matemática,
Astronomia, entre outras disciplinas, até completar os cinquenta anos, o ápice dessa formação era alcançado com o resgate do conceito
eterno e puro do bem, quando estaria preparado para exercer a gestão do estado, fazendo parte do restrito círculo dos governantes,
formado tão somente por filósofos.

Sócrates, filósofo grego nascido em Atenas, foi considerado o mais espantoso fenômeno pedagógico da história ocidental. Acreditava
que o autoconhecimento é o inicio da abertura do verdadeiro saber. Defensor de um diálogo vivo e amigo com seus discípulos.

Sócrates realizou uma reviravolta na história humana. A filosofia se preocupava em explicar o mundo com base na observação das forças
da natureza. Com Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo. Ele se preocupou em levar as pessoas, por meio do
autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem.

Para Sócrates o homem é concebido como um composto de dois princípios, alma (ou espírito) e corpo. De seu pensamento surgiram duas
vertentes da filosofia que, em linhas gerais, podem ser consideradas como as grandes tendências do pensamento ocidental. Uma é a
idealista, que partiu de Platão (427-347 a.C.), seguidor de Sócrates. Ao distinguir o mundo concreto do mundo das ideias, deu a estes
status de realidade; e a outra é a realista, partindo de Aristóteles (384-322 a.C.), que submeteu as ideias, às quais se chega pelo espírito,
ao mundo real.

Unidade 1

Sócrates buscava o ensino pelo diálogo, defendia o diálogo como método de educação, considerava muito importante o contato direto
com os interlocutores. Para Sócrates, ninguém adquire a capacidade de conduzir-se, e muito menos de conduzir os demais, se não possuir
a capacidade de autodomínio. Para Sócrates o papel do educador é ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua
cooperação para que ele consiga por si próprio "iluminar" sua inteligência e sua consciência.

Assim, o verdadeiro mestre não é um provedor de conhecimentos, mas alguém que desperta os espíritos. Ele deve, segundo Sócrates,
admitir a reciprocidade ao exercer sua função iluminadora, permitindo que os alunos contestem seus argumentos da mesma forma que
contesta os argumentos dos alunos. Para o filósofo, só a troca de ideais dá liberdade ao pensamento e a sua expressão - condições
imprescindíveis para o aperfeiçoamento do ser humano.

Aristóteles, discípulo de Platão, fixou de maneira realista que as ideias estão nas coisas, como sua própria essência. Foi realista em sua
intuição educacional, e defendeu três fatores principais que originaram o desenvolvimento espiritual do homem; disposição inata, hábito
e ensino. Logo, mostrou-se adepto a medidas educacionais condicionantes.

Aristóteles acreditava que a educação era o caminho para uma vida pública, cabendo a ela a formação do caráter do aluno. Via virtude
como modo de educar para viver bem prazerosamente. Tinha o Estado como o único responsável pelo ensino. Defendia a ideia de que a
criança aprende com o ato de imitar os bons hábitos do adulto. Para ele o ser humano só será feliz se der sua melhor contribuição ao
mundo, se desfrutar suas condições necessárias para desenvolver os talentos.

A virtude, para Aristóteles, é uma prática e não um dado da natureza de cada um, tampouco o mero conhecimento do que é virtuoso,
como para Platão. Para ser práticada constantemente, a virtude precisa se tornar um hábito. Embora não se conheça nenhum estudo de
Aristóteles sobre o assunto, é possível concluir que o hábito da virtude deve ser adquirido na escola.

Abaixo acompanhe um quadro resumo sobre os principais educadores gregos:

EDUCADOR PRESSUPOSTO MÉTODO


SÓCRATES Autoconhecimento do educando. Diálogo crítico, dividido em duas etapas: ironia e maiêutica.
PLATÃO Elevação do “espírito” do educando. Dialético a partir de etapas precisas para o processo educacional.
Hábitos virtuosos e orientação racional Lógico, partindo da percepção do objeto, memorização do percebido e inter-
ARISTÓTELES
para os alunos. relação entre os mesmos.

Unidade 1

O Pensamento Romano
A sociedade romana era misturada de grandes proprietários, os patrícios que abarcavam o poder e de plebeus, pequenos proprietários,
que mesmo sendo livres eram eliminados do poder. Já os escravos não tinham ensino e eram tratados como objetos. Na ocasião de ouro
do império, existiu um sistema de educação com três graus clássicos de ensino: as escolas de ludi-magister que forneciam a educação
principal; as escolas do gramático, que hoje são as mesmas do ensino secundário; e os estabelecimentos da educação superior, que
estreavam com a retórica e seguida do Direito e Filosofia, se fundavam em uma condição de Universidade.

Aos poucos a classe aristocrática foi abdicando lugar para comerciantes e pequenos artesãos e para uma pequena classe de burocratas, e
daí careceu de escolas que preparassem administradores.

Pela primeira vez na história, o estado assumiu diretamente a educação e formou seu quadro, treinando os supervisores-professores.
Assim a educação romana abrange a ideia de se tornar utilitária e militarista constituída pela justiça e disciplina. Uma educação para a
pátria, onde apreendia a paz só com vitórias e escravidão para os vencidos e aos rebeldes a pena capital.

Os romanos não valorizavam o trabalho manual, seus estudos eram essencialmente humanistas. O que viria a ser humanistas? Roma
desenvolveu a concepção de império formado de vários povos, sem discriminar os vencidos e ainda lhe dando o direito a cidadania
romana, em troca do pagamento de impostos.

Humanitas: é pensar uma cultura universalizada. Equivale à Paideia grega, distingue-se dela por se tratar de uma cultura
predominantemente humanística e, sobretudo cosmopolita e universal, buscando aquilo que caracteriza o homem, em todos os tempos e
lugares. É uma concepção que não se restringe ao ideal de homem sábio, mas se estende à formação do homem virtuoso, como ser moral,
político e literário.

A humanistas, dada na escola romana, seguia as seguintes fases: Ditado de um fragmento do texto, a título de exercício ortográfico;
memorização do fragmento; tradução do verso em prosa e vice-versa; expressão de uma mesma ideia em diversas construções; análise
das palavras nas frases; composição literária.

Assim era instruída a elite romana. Enquanto os gregos e sua pedagogia enfatizavam a visão filosófica ou o predomínio da retórica,
Roma, por sua vez, adotava uma postura mais gramática, voltada para o cotidiano, para a ação política. É o domínio da retórica sobre a
filosofia. A agricultura, a guerra, a política constituía o programa que um romano nobre deveria realizar. Os escravos aprendiam as artes
e os ofícios nas casas onde serviam.

Unidade 1

No apogeu do Império Romano, ou seja, no auge de suas conquistas, os enormes tentáculos do império necessitavam de escolas que
viessem a preparar os futuros administradores. Quando os romanos impuseram o latim a numerosas províncias, o sistema educacional
romano dividia-se em três graus:

Ludi-magister: educação elementar;


Gramático: que corresponde ao que hoje chamamos de ensino secundário;
A educação superior romana seria a retórica, o ensino do direito e da filosofia.
Direitos e deveres, eis o que ensinavam os romanos:
Direito do pai sobre o filho (pater potestas). No lar o pai infligia sobre os filhos, e nas escolas os castigos podiam ser severos,
incluindo açoites;
Direito do marido sobre a esposa (manus);
Direito do senhor sobre os escravos (patestas dominica);
Direito do homem livre sobre um outro que a lei lhe dava por contrato ou por condenação judiciária (manus capare);
Direito sobre a propriedade (dominiun).

Todas as cidades e regiões conquistadas, apesar de se serem consideradas aliadas de Roma, eram submetidas aos mesmos hábitos e
costumes, à mesma administração. Dessa forma os romanos conseguiram atingir um fenômeno, que é chamando por muitos autores, de
“romanização”, obra que foi terminada pelo cristianismo.

Roma teve vários teóricos da educação dentre os quais podemos destacar: Catão, “o antigo” (234-149 a.C.): preconizava a formação do
caráter, defendendo o retorno às raízes romanas, a tradição contra a influência helênica.

Principais Educadores Romanos


Marco Terêncio Varrão (116 - 27 a.C.): partidário de uma cultura romano-helênica, com base na “virtus” romana: pietas, honestitas,
austeritas. Escreveu uma enciclopédia didática, onde discutia o ensino da gramática. Compôs sátiras, que viriam a orientar os jovens na
“virtus”, com máximas edificantes.

Marco Túlio Cícero (106 - 43 a.C.): ampliou o vocabulário latino, apoiado na experiência com o mundo grego e na erudição. Valorizou
a fundamentação filosófica do discurso, tornando-se um dos mais claros representantes da humanitas romana. Compreendia que a
educação integral do orador requer: cultura geral, formação jurídica, aprendizagem da argumentação filosófica, bem como o
desenvolvimento de habilidades literárias e até teatrais, igualmente importante para o exercício da persuasão. Cícero será inclusive um
dos principais modelos dos pedagogos para os renascentistas. Orador e político romano, nascido numa região próxima a Roma. Estudou
literatura grega, literatura latina e retórica com os melhores mestres da época, aprofundou-se no estudo das leis e nas doutrinas
filosóficas.

Unidade 1

Valorizava a fundamentação teórica e filosófica do discurso, apaixonado defensor da educação integral, afirmava que o orador deveria ter
erudição, conhecer a cultura geral, aprofundar-se na formação jurídica, na argumentação filosófica e, conhecer e desenvolver habilidades
literárias e teatrais. Seus textos não se ocupam apenas da filosofia, mas também de temas sociais.

Não só pela extensão, mas pela originalidade e variedade de sua obra, Cícero é considerado o maior dos escritores romanos e o que mais
influenciou os oradores modernos, foi também, o mestre das letras mais completo de toda a Antiguidade Ocidental.
Sêneca (por volta de 4 a.C. – 65): insiste na educação para a vida e para a individualidade. Concebe a filosofia como um instrumento
capaz de orientar o homem para o bem viver. A filosofia teria a função de ensinar a verdadeira vida humana, que não se confunde com o
gozo dos prazeres, voltada que está para o domínio das paixões, já que a felicidade consiste na tranquilidade da alma. Enfatizado a
educação moral, dando menos importância à retórica, Sêneca parte da premissa que a educação deveria ser prática e vivificada pelo
exemplo.

Plutarco (por volta de 46 – depois de 119): dava ênfase em uma educação que procurasse mostrar a biografia dos grandes homens, para
que assim servissem de exemplos vivos de virtude e de caráter. Reconhece a importância da música e da beleza na educação.

Marco Fábio Quintiliano (por volta de 35 – depois de 96): Foi um dos mais respeitado pedagogo romano. Defendia que o estudo devia
dar-se num espaço de alegria (schola), onde o ensino da leitura e da escrita devia ser oferecido pelo mestre do brinquedo (ludi-magister),
Marco Fábio peconizava:

Distancia-se da filosofia, preferindo os aspectos técnicos da educação, sobretudo da formação do orador;


Valoriza a psicologia como instrumento para conhecer a individualidade do aluno;
Sugere para iniciação às letras, o ensino simultâneo da leitura e da escrita, criticando as formas vigentes por dificultar a
aprendizagem;
Recomenda alternar trabalho e recreação para que a atividade escolar seja menos árdua e mais proveitosa;
Considera importante que a criança aprenda em grupo, por favorecer a competição, de natureza altamente saudável e estimulante;
Recomenda a prática dos exercícios físicos, realizada sem exageros;
Valoriza a busca da clareza, a correção, a elegância e os clássicos como Homero e Virgílio no estudo de gramática, reconhecendo
os aspectos estético, espiritual e ético.

Marco Fábio Quintiliano nasceu na Espanha. Estudou retórica com os maiores mestres de seu tempo e lecionou em Roma durante vinte
anos. É considerado um dos pedagogos mais brilhantes do mundo antigo. Sua mais significativa obra foi “De institutione” oratória
(escrita no ano de 95), publicada em 12 volumes, nessa obra, o autor apresentou diretrizes para a formação cultural dos romanos, desde a
infância até a maturidade.

Unidade 1

Defendia muito a necessidade de dominar os aspectos técnicos da educação, sobretudo a formação do orador. Dizia que o ideal
educacional da eloquência (falar com o público de maneira convincente) associada à sabedoria seria a fórmula perfeita para educar uma
pessoa.

Valorizava também a psicologia como instrumento para se conhecer a individualidade do aluno. Pelo que pudemos ver até então,
Quintiliano, não se prendia apenas às discussões teóricas, pelo contrário, defendia o uso de técnicas de diversas ciências para a melhoria
da educação. Por falar em melhoria educacional, um aspecto que não pode esquecer é que ele também defendia o lúdico no processo
ensino-aprendizagem, dizendo que intercalando recreação com as atividades didáticas, o ensino seria mais prazeroso.

Achava o estudo em grupo fundamental para o favorecimento da emulação (busca pelos melhores postos na escola e na sociedade) e no
estímulo intelectual dos alunos. Incluiu na sua pedagogia exercícios físicos moderados. Por outro lado não se esqueceu da formação
intelectual vigorosa, pois para ele, o estudo da gramática devia estimular nos alunos uma escrita clara e elegante.

O trabalho de Quintiliano atravessou as barreiras do tempo e das fronteiras, fazendo com que sua obra retornasse com vigor na época do
Renascimento em diversos países de língua latina.

O Pensamento Medieval
Com o declínio do império romano e as invenções dos chamados bárbaros, foi abrigado o limite da influência da cultura Greco-romana.E
a igreja cristã brota como uma nova força espiritual.

Do ponto de vista pedagógico, Cristo havia sido um grande educador popular e bem sucedido. A sua pedagogia era para a vida, e sua
linguagem erudita sabia tocar o povo mais humilde.

A patrística é o nome dado à filosofia cristã dos primeiros sete séculos, elaborada pelos Padres da Igreja, que são os primeiros estudiosos
da Escritura e os mais antigos testemunhos da fé da Igreja e da vida cristã. A ponte que une a Tradição Apostólica às gerações cristãs
posteriores ocorreu no século I ao VII depois de Cristo, acordou a fé cristã com doutrinas greco-romanas e disseminou escolas
catequéticas para todo império. E em seguida, surgiu a concentração do ensino por parte do Estado cristão.

A partir de Constantino (século IV), o império seguiu o cristianismo como religião oficial e pela primeira vez, a escola tornou-se um
aparelho ideológico do Estado. Na educação elementar, o intento da escola estava em instruir as massas camponesas, mantendo-as
doces e resignadas, através das escolas paroquiais por sacerdotes. Na educação secundária, eram fornecidas nas escolas monásticas, ou
seja, conventos; e na educação superior, munidas nas escolas imperiais onde eram organizados os funcionários do império.

Nos séculos VI e VII, forma-se o império árabe. Maomé funda a nova religião, o Islamismo (islã=salvação), seus seguidores ganham a
designação de mulçumanos ou maometanos. A doutrina de Maomé esta dominada no Alcorão ( livro sagrado dos mulçumanos).

Unidade 1

Ao contrário dos cristãos, os árabes não almejavam truncar a cultura grega, e então se inicia um novo tipo de vida intelectual, chamada
escolástica que busca harmonizar a razão histórica com a fé cristã. Quem mais se destacou foi São Tomas de Aquino. Defendeu que a
educação habitua o educando a brotar todas as suas potencialidades. Mas ele foi incriminado de abusar do princípio da autoridade.
Reformador de programas de ensino, criador de escolas superiores, mas acima de tudo professor. Defendeu que deveríamos impedir a
aversão pelo tédio e acordar a disposição de admirar e perguntar, como inicio do autêntico ensino.

Ao lado do clero, a nobreza realizava sua própria educação. Defendia uma formação do perfeito cavaleiro com formação musical e
guerreira, focando apenas na guerra. As classes trabalhadoras só legavam a cultura da luta pela sobrevivência.

Na Idade Média, já no século XVIII, com o desenvolvimento das escolas monásticas, houve a disposição gremial da sociedade e o vigor
da ciência apresentada pelos árabes, constituindo a primeira organização liberal da Idade Média. As Universidades desenvolveram três
métodos que se arrolavam entre si: as lições, repetições e as disputas. Conceberam até hoje uma grande força nas mãos de classes
dirigentes.

Para muitos historiadores, a Idade Média não foi uma idade das trevas e da ignorância, como os ideólogos do Renascimento fixaram. Ao
contrário, foi fecunda em lutas pela autonomia, com greves e debates livres. Discutiam sobre a gratuidade do ensino e pagamento dos
professores. As escolas medievais não possuíam o formato das escolas que conhecemos hoje, as aulas podiam ser ministradas ao ar livre
e a maioria esmagadora delas era ligada á Igreja Católica (escolas monacais e catedralícias). E o que se ensinava nessas escolas?

O conteúdo do ensino era o estudo clássico, isto é, as “artes do homem livre”, bem diferente das “artes mecânicas do homem servil”.
Essas artes eram baseadas em algumas disciplinas, que vinham desde os tempos dos sofistas gregos. Na Idade Média elas constituíram
otrivium e o quadrivium.

O trivium (gramática, retórica e dialética), corresponderia atualmente ao ensino médio era mais comum e de caráter mais popular,
encontrava-se abaixo do quadrivium (geometria, aritmética, astronomia e música) que seria uma categoria superior de ensino.

Assim o conteúdo de ensino passou a ser chamado de “as sete arte liberais e dividiam-se em o trivium e o quadrivium, que estão
brevemente resumidos na tabela abaixo:

TRIVIUM QUADRIVIUM
Estudo de gramática, retórica e dialética corresponderia Estudo de geometria, aritmética, astronomia e música, eram
atualmente ao ensino médio era mais comum e de caráter mais consideradas como uma categoria superior de ensino. Geralmente só
popular, menos complexo que o quadrivium. a elite econômica tinha acesso ao mesmo.

Apesar de fortemente ligadas ao catolicismo, as escolas monacais e catedralícias, de início, educavam os burgueses, mas em seguida
estes procuraram uma educação que atendesse aos objetivos da vida prática. Alterações importantes no sistema educacional só vão
ocorrer por volta do século XI, com o fortalecimento do comércio, isso resulta em algumas coisas importantes para a educação. Uma
delas foi o surgimento das escolas seculares.

Unidade 1

Com efeito, o desenvolvimento do comércio faz brotar novamente a necessidade de se aprender a ler, escrever e calcular. Nessas escolas
burguesas, acontece uma forte contestação à Igreja, pois as mesmas se opunham ao ensino puramente religioso. Na verdade essas escolas
queriam uma proposta ativa, que atendesse aos interesses da classe burguesa.

A educação medieval vai sofrer mudança novamente por volta do século XII, pois a sociedade vai ficando cada vez mais complexa.
Assim houve ampliação dos estudos (Filosofia, Teologia, Leis e Medicina); surgimento de mestres especializados; exigência de provas
para a aquisição dos títulos de bacharel, licenciado e doutor e por fim o surgimento das universidades.

Por outro lado, na época medieval a maior parte das mulheres não tinha acesso à educação formal. Apesar de trabalharem arduamente ao
lado do marido, continuariam analfabetas. As meninas nobres aprendiam alguma coisa em seu próprio castelo, ocasião em que recebiam
aulas de artes domésticas. Quando surgiram as escolas seculares, as meninas burguesas começaram a ter acesso à educação. Porém nos
mosteiros (alunas internas) e nos educandários (alunas externas) as meninas aprendem a ler, escrever, fazer artes da miniatura, executar
cópia de manuscritos (raramente). Já que somos educadores ou futuros educadores, é bom nos perguntar quem eram esses mestres
medievais? Os pedagogos – no sentido exato da palavra – não aparecem na época medieval.

As questões pedagógicas eram objeto de reflexão de qualquer pessoa que se dedicasse à interpretação dos textos sagrados, na preservação
dos princípios religiosos, no combate à heresia e na conversão dos infiéis. A principal função da educação era a salvação da alma e a vida
eterna. Por conseguinte, no final do período medieval, com a ampliação do comércio e por influência da burguesia, começam a haver
transformações que irá determinar os novos rumos da ciência, da literatura, da educação.

O Pensamento Renascentista
Renascimento, Renascença ou Renascentismo são os termos usados para identificar o período da História da Europa aproximadamente
entre fins do século XIV e inicio do século XVII. O Renascimento foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica
que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Em um quadro de sensíveis transformações que não mais correspondiam
ao conjunto de valores apregoados pelo pensamento medieval, o renascimento apresentou um novo conjunto de temas e interesses aos
meios científicos e culturais de sua época. Ao contrário do que possa parecer, o renascimento não pode ser visto como uma radical
ruptura com o mundo medieval.

Caracterizou-se por uma revalorização da cultura greco-romana, influenciando a educação tornando-a mais prática, compreendendo a
cultura do corpo e procurando suprir processos mecânicos por métodos mais afáveis.

O renascimento pedagógico estava unido a alguns fatores do próprio progresso histórico. As grandes navegações do século XIV que
produziram origem ao capitalismo comercial, a invenção da imprensa alcançada pelo alemão Gutenberg que disseminou o saber e a
revolta, o achado da bússola que permitiu as grandes navegações. Todos esses achados beneficiaram um crédito ao individualismo,
pioneirismo e aventura. Beneficiou a arte da guerra com o achado da pólvora.

Unidade 1

A educação renascentista organizou a formação do homem burguês e a educação não atingiu as massas populares. Caracterizava-se pelo
elitismo, aristocratismo, individualismo liberal. Abrangia principalmente, o clero, a nobreza e a burguesia. Os principais educadores
renascentistas foram:

Vittorino da Feltre (1378-1446); Erasmo Desidério (1467-1536); Juan Luís Vives (1492-1540); Fraçois Rabelais (por volta de 1483-
1553); e Michel de Montaigne (1533-1592).

Michel Montaigne (1533-1592), que abandonou a cultura obscura e a disciplina escolástica, defendeu que os professores deveriam ter a
cabeça antes melhor que fornecida de ciência.

Engels apreciou a Reforma Protestante como a primeira grande revolução burguesa. Foi iniciada por Martinho Lutero (1483-1546), como
consagração do livre-arbítrio. A principal decorrência da Reforma foi a mudança da escola para o controle do Estado, nos países
protestantes. Incidia em uma escola pública religiosa. Mas não consistia ainda em uma escola pública, leiga, obrigatória, universal e
gratuita, como é entendida atualmente. Era uma escola pública religiosa.

A igreja católica reagiu a Reforma Protestante por meio do Concílio de Trento que inventou o índice dos livros proibidos e da
Companhia de Jesus. Organizou a inquisição para combater o protestantismo. Dentre os reformadores cristãos, destaca-se João Calvino
(1509-1564) que deu ao protestantismo suíço e ao francês sua doutrina e organização.

Os jesuítas tinham como objetivo converter os hereges e alimentar os cristãos vacilantes. A educação jesuíta encaminhou-se para a
formação do homem burguês. Seu fundador foi Inácio de Loyola (1491-1556). Nesta educação tudo estava previsto, incluindo a posição
das mãos e o modo de levantar os olhos. Tinha como lema a obediência ao papa até a morte.

Os jesuítas desprezaram a educação popular, para o povo sobrou apenas o ensino dos princípios da religião cristã.

A educação jesuítica conduziu a educação do homem burguês, e desapoiou a formação das classes populares. Por força das ocasiões,
tinham de agir no mundo colonial em duas frentes: a formação da burguesia dos dirigentes e a formação catequética das populações
indígenas. A ciência do governo para uns e a catequese e a servidão para outros.

O Pensamento moderno
Nos séculos XVI e XVII começou a concepção de uma nova classe em oposição a produção feudal. Com os novos meios de produção
estreou o sistema de cooperação antecessor do trabalho em série do século XX. A produção passa para de um esforço isolado para um
esforço coletivo.

Aparece o método indutivo de investigação, opondo-o ao método aristotélico de dedução. Bacon foi avaliado o fundador do método
cientifico moderno. René Descartes escreveu sobre os passos para o estudo e a pesquisa, recriminou o ensino humanista e propôs a
matemática como modelo de ciência perfeita.

Descarte, pai do racionalismo e da filosofia moderna, acordou em posição dualista a questão ontológica da filosofia, a relação entre o
pensamento e o ser. Estudou sobre a razão humana e inventou um novo método científico de conhecimento do mundo, substituindo a fé
pela razão. Compôs a religião e a ciência, sofrendo grande influência da ideologia burguesa do século XVIII, influenciado pelas
tendências progressistas da classe em ascensão na França.

Unidade 1

Descartes escreveu sobre o Discurso do Método, e ofereceu os seguintes princípios em seus estudos: nunca acolher alguma coisa como
verdade que não conhecesse evidentemente como tal, poupando o ímpeto; dividir cada uma das dificuldades que examinasse em tantas
parcelas quantas possíveis e quantas imperativas fossem para melhor resolve-las; dirigir ordem nos pensamentos do mais simples ao mais
composto; fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais que apresentasse a certeza de nada omitir.

Ele escreveu sua principal obra a língua popular, possibilitando acesso ao maior número de pessoas. O século XVI assistiu a uma grande
revolução linguística, na qual se exigia dos educadores o bilinguismo, o latim como língua culta e o vernáculo como língua popular. A
igreja alcançou a importância desse tumulto e logo forneceu através do Concílio de Trento (1562), que as pregações acontecessem em
vernáculo.

Após vinte anos, depois da publicação do Discurso do método, João Amos Comênio (1592-1670), escreveu a Didática Magna (1657),
considerada como método pedagógico para ensinar com rapidez, economia de tempo e sem fadiga. Ele amparava que a escola era para
ensinar o conhecimento das coisas. Assim o pensamento pedagógico moderno caracterizou-se pelo realismo.

John Locke (1632-1704) começou a investigar de que valia o estudo do latim para os homens trabalhadores nas fábricas. Achava melhor
que ensinassem à mecânica e o cálculo. Mesmo assim, permanecia o ensino bilíngue e a educação ainda era para a nobreza e o clero.
Locke combateu a origem dos sentidos.

A pedagogia realista aparece contra o formalismo humanista, aderente a superioridade do domínio do mundo exterior sobre o
domínio do mundo interior, a superioridade das coisas sobre as palavras. Desencadeou a paixão pela razão (Descartes) e o estudo da
natureza (Bacon). De humanista a educação torna-se cientifica. O conhecimento só tinha valor se preparasse para a vida e para ação.
Bacon divide as ciências em: ciência da memória ou ciência histórica; ciência da imaginação, ou poética; ciência da razão ou filosófica.
Já Locke defende que a criança ao nascer, é uma tabula rasa, um papel em branco sobre o qual o professor podia tudo escrever.

João Amos Comênio foi respeitado como grande educador e pedagogo moderno e um dos maiores reformadores sociais de sua época. Foi
o primeiro a sugerir o sistema articulado de ensino e defendeu que a educação deveria ser permanente, acontecer durante toda a vida do
homem. Além disso, defendeu que o sistema educacional deveria abarcar 24 anos com quatro tipos de escolas: a escola materna de 0 a 6
anos; a escola elementar ou vernácula, dos 6 a 12 anos; a escola latina ou o ginásio, de 12 aos 18 anos e a acadêmia ou universidade, dos
18 aos 24 anos.

Defendeu que em cada família, deveria existir a escola materna, em cada município ou aldeia uma escola primária, em cada cidade um
ginásio e em cada capital uma universidade. O ensino deveria ser unificado com todas as escolas articuladas.

Unidade 1

Mas apesar dos progressos, a educação das classes populares e a democratização do ensino ainda não se depositavam como questão
central. Aceitavam facilmente, a divisão entre o trabalho intelectual e o trabalho manual, resultado da divisão social.

No século XVII, aparece a luta das camadas populares pelo acesso a escola, estimulada pelos novos intelectuais iluministas e novas
ordens religiosas, a classe trabalhadora em formação, podia e devia ter um papel na mudança social. Criava-se uma cultura de resistência.

Ao contrário da ordem dos jesuítas, apareceram várias ordens religiosas católicas que se consagravam à educação popular, que
apresentavam ensino gratuito em forma de internato, como uma educação filantrópica e assistencialista.

O Pensamento Iluminista
O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVIII na Europa, que defendia o uso da razão (luz) contra o
antigo regime (trevas) e pregava maior liberdade econômica e política.

Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.

O Iluminismo tinha o apoio da burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns. As críticas do movimento ao
Antigo Regime eram em vários aspectos como: mercantilismo; absolutismo monárquico e o poder da igreja e as verdades reveladas pela
fé.

Com base nos três pontos acima, podemos afirmar que o Iluminismo defendia: a liberdade econômica, ou seja, sem a intervenção do
Estado na economia; o antropocentrismo, ou seja, o avanço da ciência e da razão e o predomínio da burguesia e seus ideais.

As ideias liberais do Iluminismo se disseminaram rapidamente pela população. Alguns reis absolutistas, com medo de perder o governo
ou mesmo a cabeça, passaram a aceitar algumas ideias desse movimento.

Estes reis eram denominados Déspotas Esclarecidos, pois tentavam conciliar o jeito de governar absolutista com as ideias de progresso
iluministas. Alguns representantes do despotismo esclarecido foram: Frederico II, da Prússia; Catarina II, da Rússia; e Marquês de
Pombal, de Portugal.

O clero e a nobreza reuniram poder no período da Idade Moderna, através do regime absolutista. A revolução Francesa produziu o fim
dessa situação, que através dos iluministas, influenciados pelas ideias liberais condenaram a prepotência do governo e o obscurantismo
da igreja.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) se destacou, implantando uma nova era da história da educação. Desempenhou a relação entre
educação e política e destaca, pela primeira vez, o tema da infância na educação. O século XVIII torna-se político pedagógico por
excelência. Rousseau resgata a relação entre a educação e a política. A partir dele, a criança não seria mais considerada um adulto em
miniatura, mas sim como um ser que vive em seu mundo próprio; a criança nasce boa, o adulto, com sua falsa concepção da vida, é que
perverte a criança.

Unidade 1

O iluminismo tentou emancipar o pensamento da repressão dos monarcas terrenos e do despotismo do clero. Aguçou a movimento pela
liberdade individual. A ideia de volta ao estado natural do homem é comprovada no espaço de Rousseau, através dos estudos sobre a
sociedade dos homens primitivos. A educação não deveria apenas ensinar, mas permitir que a natureza germinasse na criança. Não
deveria dominar e modelar, só os instintos e os interesses naturais deveria direcionar, acabava sendo uma educação racionalista
restringindo a experiência.

Rousseau dividiu a educação em três momentos: da infância, da adolescência e da maturidade. Nessa situação, houve a passagem do
controle da educação da igreja para o Estado.

A Revolução Francesa baseou-se nas reclamações populares de um sistema educacional. A Assembleia Constituinte de 1789 organizou
vários projetos de reforma escolar e de educação nacional. O mais importante foi o projeto de Condorcet (1743-1794), que sugeriu o
ensino universal como meio de acabar com a desigualdade.

A partir da Revolução Francesa, tentou-se plasmar o educando de um acordo de classe, centro do conteúdo programático. A burguesia
queria da educação, trabalhadores com formação de participes de uma nova sociedade liberal e democrática. Os pedagogos
revolucionários foram os primeiros políticos da educação.
Froebel (1782-1852) foi o idealizador dos jardins da infância, defendendo que o desenvolvimento da criança dependia de uma atividade
espontânea e construtiva (jogos, trabalhos manuais), estudo da natureza, expressão corporal, desenhos, linguagem, etc.

Além de Rousseau, outro grande teórico que se destacou foi o alemão Kant (1724-1804). Descartes sustentava que todo conhecimento
era inato e Locke que todo saber era alcançado pela experiência. Kant suplantou essa contradição, defendendo que o homem é o que a
educação faz dele através da disciplina, da didática, da formação moral e da cultura (aculturação, socialização e personalização). Espaço,
tempo, causalidade e outras relações.

Sendo assim, Rousseau foi o antecessor da escola nova, que inicia no século XIX e ganhou êxito na primeira metade do século XX,
sendo ainda hoje valorizada. Influenciaram educadores como Pestalozzi, Herbart e Froebel.

Pestalozzi (1746-1827) queria a reforma da sociedade através da educação das classes populares. Amparava que a educação geral deveria
anteceder a profissional.

Herbart (1776-1841) foi professor universitário, mais teórico do que prático, respeitado como um dos pioneiros da psicologia cientifica,
defendendo que o processo de ensino deveria seguir quatro passos formais: clareza na apresentação do conteúdo-demonstração do objeto;
associação do conteúdo com outro assimilado anteriormente pelo aluno–etapa da comparação; ordenação e sistematização dos conteúdo–
etapa da generalização e aplicação a situações concretas dos conhecimentos adquiridos –etapa de aplicação.

A burguesia ascendeu sob os ideais de liberdade, liberalismo, no período de passagem do feudalismo para o capitalismo. Estimulada pela
Reforma Protestante que estimula o livre pensamento no setor religioso, juntou-se ao movimento racionalista, que embutia a liberdade de
normas de conduta dos indivíduos.

Unidade 1

Mas para a burguesia nascente a liberdade servia para ouro fim, a acumulação de riquezas. A igualdade social seria nociva, pois atentaria
a padronização e uniformização entre os indivíduos sendo considerado um desrespeito a individualidade. O principio principal da
educação burguesa ministrou uma educação distinta para cada classe: classe dirigente e classe trabalhadora, numa concepção dualista de
educação, que no século XIX foi sistematizada pelo pensamento positivista.

O Pensamento Positivista
O positivismo foi uma corrente filosófica iniciada por Auguste Comte, onde as ideias de percepção humanas são baseadas na observação,
exatidão, deixando de lado teorias e especulações da Teologia e Metafísica. Segundo Comte, as ciências que são positivistas são a
Matemática, Física, Astronomia, Química, Biologia e a recém-criada Sociologia, que se baseia em dados estatísticos.

Os positivistas acreditam que a ciência é cumulativa, transcultural (não interessa em qual cultura surgiu, serve para toda a humanidade).
Novas ideias podem surgir sem ser continuação de conceitos velhos, como “entidades de um tipo podem ser redutíveis a entidades de
outro”, por exemplo, o que se passa na cabeça de uma pessoa pode ser explicado pelas reações químicas no cérebro.

Existiam duas forças adversas, uma era o movimento popular e socialista e outra o movimento elitista burguês. Essas duas correntes
opostas são representadas pelo marxismo e pelo positivismo. Imaginadas por dois expoentes: Augusto Comte (1798-1857) e Karl Marx
(1818-1883).

Comte seguiu direção para os estudos das ciências sociais e as ideias de que os fenômenos sociais como os físicos podem ser diminuídos
a leis e que todo conhecimento cientifico e filosófico deve ter por finalidade o aperfeiçoamento moral e político da humanidade. Uma
verdadeira ciência para Comte deveria avaliar os fatos sociais, carecia ser uma ciência positiva afastando dos preceitos ideológicos e
apontando uma ciência neutra. O positivismo concretiza uma ordem pública através da paciência ao seu status quo. Nada de doutrinas
criticas revolucionária, como as do iluminismo ou do socialismo.

Já Marx buscava a liberdade e a igualdade, mas não poderia ser realizado enquanto não mudasse o sistema econômico que instaurava a
desigualdade na base da sociedade.

Da Lei dos três estados concluiu o sistema educacional: o estado teológico em que o homem explicava a natureza por agentes
sobrenaturais; o estado metafísico, no qual se explicava através de noções abstratas como essência, causalidade e o estado positivo,
onde se procuram as leis cientificas.

A tendência cientificista ganhou força na educação como desenvolvimento da sociologia em geral, e da sociologia da educação. Um dos
principais teóricos da sociologia da educação foi Emile Durkheim (1858-1917).

Considerado pai do realismo sociológico, explica o social pelo social, como realidade autônoma. Tratou em especial dos problemas
morais. Finalizou que a moral começa ao mesmo tempo em que a vinculação com um grupo. Entendia a educação como esforço contínuo
para preparar as crianças para vida em comum.

Unidade 1

Por isso, era forçoso impor as mesmas maneiras adequadas de ver, sentir, agir. Para ele, a sociologia produz os fins da educação. A
pedagogia e a educação representam mais do que um anexo ou apêndice da sociedade e da sociologia, deveriam existir sem autonomia.
Levantar na criança através da educação certo número de estados físicos, intelectuais e morais, estabelecidos na sociedade política.

Considerava a educação como imagem e reflexo da sociedade, compreendendo a pedagogia como uma teoria da prática social. Foi o
verdadeiro mestre da sociologia positivista moderna. Considerou os fatos sociais em coisas. A intenção positivista concebeu um caráter
conservador e reacionário das ideias pedagógicas. Tornou-se uma ideologia de ordem, de paciência e estagnação social. Nasceu como
filosofia, mas ao dar uma resposta ao social, afirmou-se como ideologia.

OBSERVAÇÃO: A Educação para Durkheim é um fato fundamentalmente social, imagem e reflexo da sociedade. Portanto, o ato
educacional é uma ação exercida pelas gerações adultas em relação às mais jovens, que deveriam ser tutoradas em seu ingresso na vida
social.

No Brasil, o positivismo infundiu a Velha República e o Golpe Militar de 1964. Segundo essa ideologia, o país não seria mais governado
pelas paixões políticas, mas pela racionalidade dos cientistas, os tecnocratas, preocupados apenas com os fatos sociais.Essa doutrina
serviu muito a elite brasileira quando sentiram seus privilégios advertidos pela organização crescente da classe trabalhadora.

A teoria educacional de Durkheim opõe-se diretamente a de Rousseau. Enquanto este, afirmava que o homem nasce bom e a sociedade o
corrompe, Durkheim declarava que o homem nasce egoísta e só a sociedade através da educação pode torná-lo solidário. O pensamento
positivista na pedagogia andou para o pragmatismo, que considerava a formação empregada para a vida imediata.

No Brasil, o valor o positivismo influenciou o primeiro projeto de formação do educador. O valor dado à ciência no processo pedagógico
relevaria maior atenção ao pensamento positivista. Não podemos negar sua ajuda no estudo cientifico da educação.

O Pensamento Socialista
Formou-se no seio do movimento popular, pela democratização do ensino, empenhados com a transformação social. Sugere uma
educação igual para todos.

Unidade 1

Platão já havia provado manifestações do comunismo imaginário, pois ligava educação à política. Mas foi Thomas Morus (1478-1535)
que fez critica a sociedade individualista e propôs a diminuição da jornada de trabalho para seis horas diárias, a educação laica e a
coeducação.

Os princípios da educação pública socialista foram proclamados por Marx (1818-1883) e Engels (1820-1924) e desenvolvidos por Lênin
(1870-1924). Os dois escreveram o Manifesto do Partido Comunista em 1947 e 1948, onde protegem a educação pública e gratuita para
todas as crianças a partir dos princípios:

Eliminação do trabalho delas nas fábricas;


Da associação entre educação e produção material;
Da educação politécnica que leva a formação do homem unilateral, abrangendo os aspectos, mental, físico e técnico;
Da inseparabilidade da política e da educação, portanto, da totalidade social (estudo, trabalho e lazer).

Já Lênin, atribuiu a importância da educação no processo de transformação social, como primeiro revolucionário a admitir o controle do
governo, pode na sua prática disseminar as ideias socialistas na educação. Defendeu que a educação pública deveria ser de modo
eminente, política.

Outro histórico defensor da escola socialista, foi Antônio Gramsci (1891-1937), chamava a escola única de escola unitária, evocando a
ideia de unidade e centralização democrática. Seguindo a concepção Leninista, também colocou o trabalho como começo antropológico e
educativo básico a formação.

Criticou a escola tradicional que dividia o ensino em clássico e profissional. E propôs a superação dessa divisão de classes, defendendo
uma escola critica e criativa deve ser ao mesmo tempo clássica, intelectual e profissional. Uma escola unitária significa uma relação entre
trabalho intelectual e trabalho industrial em toda vida social e não apenas na escola, ou seja, em todos os organismos da cultura. O novo
intelectual orgânico, para ele, representava uma organização do conhecimento do mundo moderno a partir da educação técnica ligada ao
trabalho industrial. O trabalho como modalidade da prática.

Já para Makarenko (1888-1939), o verdadeiro processo educativo se faz pelo próprio coletivo e não pelo individuo que se chama
educador. Foi respeitado como um dos maiores pedagogos soviéticos da história da educação socialista. Defendeu a ideia do trabalho
coletivo como principio pedagógico.

O Pensamento Escolanovista (A Escola Nova)


Movimento que valorizou a autoformação e a atividade espontânea da criança. Uma educação que fosse instigadora da mudança social.
Tanto a psicologia educacional como a sociologia educacional contribuíram para a formação da escola nova.

John Dewey (1859-1952) foi o primeiro norte-americano a formular o novo ideal pedagógico, afirmando que o ensino deveria ser pela
ação e não pela instrução, por uma experiência ativa, concreta e produtiva. A educação era essencialmente pragmática e instrumentalista,
buscando a convivência democrática sem por em questão a sociedade de classes.

Unidade 1

Para ele só o aluno poderia ser autor das suas experiências, aluno como centro (paidocentrismo) da Escola Nova. Desenvolveu-se o
método de projetos centrado na atividade prática do aluno.

Jean Piaget (1896-1980) pesquisou a natureza do desenvolvimento da inteligência na criança. Estudou como a criança organiza o real.
Criticou a escola tradicional que ensina a copiar e decorar e a não pensar. E para obter bons resultados no aprendizado da criança, o
professor deveria respeitar as fases de desenvolvimento da criança. Compreendia que aprendizagem é um conceito psicológico.
A epistemologia genética também não é uma ciência entre outras, mas uma matéria interdisciplinar que se ocupa com todas as ciências.
A gênese do conhecimento foi o maior interesse de estudo de Piaget, onde analisou as relações entre conhecimento e vida orgânica.
Buscou conhecer como o ser humano consegue organizar, estruturar e explicar o mundo em que vive. Sua teoria foi importante para
explicar a evolução do comportamento cognitivo. Sua teoria epistemológica influenciou outros estudiosos como Emília Ferreiro.

O desenvolvimento das tecnologias do ensino deve muito à preocupação escolanovista com os meios e técnicas educacionais. No Brasil
existiram as escolas vocacionais, escolas ativas, escolas experimentais, escolas piloto, escolas livres, escolas comunitárias, escolas não-
diretivas que adotaram essa filosofia educacional.

Os métodos se apuraram e levaram para sala de aula o rádio, o cinema, o vídeo, o computador e as máquinas de ensinar. Inovações que
chegam aos educadores e que o fizeram se perderem no meio de tantas propostas inovadoras.

Por isso que hoje, os educadores têm a necessidade de analisar mais sobre as sua prática a partir da realidade escolar, sabendo que nada
adianta diante de novas técnicas e planos, por mais modernos que sejam.

Na segunda metade do século, uma visão critica a respeito da educação escolanovista vem abalar o otimismo dos educadores. Paulo
Freire (1921), herdeiro de muitas conquistas da Escola Nova, denunciou o caráter conservador dessa visão pedagógica e observou que a
escola podia servir tanto para educação como prática da dominação quanto como prática para a liberdade. Para ele, a Educação Nova não
foi um mal em si, mas representou na história das ideias e práticas pedagógicas, um apreciável avanço.

Freire foi o maior defensor da tendência progressiva. Destaca contrastes entre formas de educação que tratam pessoas como objetos em
lugar de assuntos e procura entender a educação como ação cultural.

O Pensamento Antiautoritário
Essa teoria crítica partiu dos liberais e marxistas que afirmavam a liberdade como principio e objetivo da educação. Teve em Freud um
de seus sublimes que muito influenciou a educação, embora não fosse pedagogo. Freud acreditava que muitos desajustamentos dos
adultos tivessem suas origens nos conflitos e nas frustrações infantis.

Unidade 1

O educador espanhol, Francisco Ferrer Guardia (1859-1909), foi o fundador da escola moderna, racionalista e libertária, mais destacado
critico da escola tradicional, apoiando-se no pensamento iluminista. Acreditava que a educação para contribuir coma revolução, deveria
formar homens livres que saberiam como agir na sociedade e para isso, a escola deveria abolir todo instrumento de repressão e coerção.

Outra experiência da escola livre foi representada pelos estudos de Alexander S. Neill (1983-1973), na Inglaterra, numa perspectiva
liberal, não progressista, mas baseada no principio da afirmação da liberdade sobre a autoridade. O objetivo da educação seria de que a
criança viva a sua vida e não a do adulto. Seu principio básico seria liberdade interior e individual.

Já o educador Carl R. Rogers (1902-1987), foi o pai da não-diretividade, defendendo que o clima de liberdade favorecia o pleno
desenvolvimento do individuo. Apreciava a empatia e autenticidade. Todo processo educativo deveria ser centrado na criança e não no
professor. O professor seria o facilitador dessa aprendizagem. O papel do educador era de cooperação para com os alunos, aperfeiçoando
a vida comunitária de sua escola.

Ao lado de Freinet, outro pensador marca o pensamento antiautoritário, Henry Wallon (1879-1962), afirmando que o meio fundamental
da criança era o meio físico e meio social. Considerava a criança como ser social e com a personalidade em desenvolvimento. Defendeu
que o desenvolvimento intelectual envolve não só o cérebro, mas também a emoção. Por meio das emoções que o aluno exterioriza seus
desejos e suas vontades. Em sua teoria, Wallon, propunha uma educação integral, intelectual, afetiva e social, indo desde a pré-escola até
a universidade. Sua teoria é centrada na psicogênese da pessoa completa.

O Pensamento Crítico
Entre os maiores críticos encontramos o filosofo francês, Louis Althusser -1969 (os aparelhos ideológicos do Estado), e os sociólogos
Pierre Bourdieu e Jean Claude Passeron -1970, influenciando o pensamento pedagógico brasileiro da década de 70. Foram chamados de
críticos reprodutivistas, por demonstrarem que a educação reflete a sociedade.

Formularam as seguintes teorias: Althusser, a teoria da escola enquanto aparelho ideológico do Estado, Bourdieu e Passeron, a teoria da
escola enquanto violência simbólica, Baudelot e Establet, a teoria da escola dualista.

A violência simbólica para Bourdieu e Passeron, era a obrigação por um poder arbitrário, a cultura dominante, baseada na divisão da
sociedade de classes.

A ação pedagógica tende a reprodução cultural e social respectivamente. Esse poder arbitrário necessita ser escondido de duas formas; a
autoridade pedagógica e a autonomia relativa da escola. A autoridade pedagógica disfarça o poder arbitrário, como ação psicológica.
Implica o trabalho pedagógico como processo de inculcação, criando nas crianças da classe dominada sistema de princípios
interiorizados e duráveis. A ação pedagógica da escola seria antecedida pela ação pedagógica primária no aparelho ideológico que é a
família. A partir do capital cultural, a criança da classe dominada, a escola e a aprendizagem se torna uma verdadeira conquista, já para
classe dominante, a criança tem a aprendizagem como uma continuação.

Unidade 1

Em fim, para Bourdieu e Passeron, a origem social marca a maneira infalível a carreira escolar e depois a profissional dos indivíduos.
Essa origem social produz primeiro, o fenômeno de seleção. Para aos dois, a cultura das classes superiores estaria tão junta da cultura da
escola que a criança originária de um meio social inferior, não poderia adquirir senão a formação cultural que é dada aos filhos da classe
culta. Assim sendo, para uns, a aprendizagem da cultura escolar é uma conquista arduamente obtida; para outros, é um legado normal,
que inclui a reprodução das normas.

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Os sete saberes
Este vídeo apresenta os 7 saberes necessários a educação ao futuro: Erro e Ilusão, o conhecimento pertinente, ensinar a condição humana,
Identidade terrena, enfrentar as incertezas, ensinar a compreensão e ética do gênero humano.

As teorias na América Latina e as novas possibilidades na


Educação

Conhecimentos
Conhecer sobre as alternativas educacionais a partir do multiculturalismo e suas relações na atualidade.

Habilidades
Identificar as teorias pedagógicas no terceiro mundo e as mudanças na prática educativa dos educadores.

Atitudes
Exercer uma atitude de espírito critico sobre a história da educação na América Latina e especialmente, em nosso pais. Desenvolver a
capacidade no aluno de construir a compreensão do desenvolvimento educacional historicamente conquistada e criar novas
possibilidades de reconstrução em educação.

Unidade 2

O Pensamento do terceiro mundo: As teorias na América Latina e as novas


possibilidades na Educação.
A teoria pedagógica erguida nos países de terceiro mundo foi originada pelo processo de lutas e pela busca de emancipação. Hoje, esse
pensamento tem influência não apenas nos países de origem, mas também no mundo dos educadores do chamado primeiro mundo, como
mostra a divulgação das obras de Paulo Freire, Emília Ferreiro e outros.

Os países da América Latina tiveram seu desenvolvimento restrito. Primeiro, pelas políticas das metrópoles e depois da independência.
Os colonizadores condenaram a educação e a cultura nativa, impondo seus hábitos, costumes e religião.

Pode-se dizer que no período de 1930 a 1960, predominou na América Latina a teoria da Modernização desenvolvimentista. E a partir da
década de 60, com as lutas de libertação, aparece a teoria da dependência que negava a teoria anterior. Uma educação de censura radical
a escola, do aparato ideológico e das desigualdades sociais.

Essa teoria foi dominante na primeira metade da década de 70, com forte presença do autoritarismo do Estado e dos militares. Já na
década de 80, não apresentou teorias e modelos pedagógicos dominantes. Houve um crescente desenvolvimento de pós-graduação em
educação e aumento de organizações não-governamentais. Representou um limite do esgotamento do modelo teórico critico em função
do distanciamento da prática.

A prática de enfrentamento da crise parece juntar duas fortes correntes: de um lado os defensores da escola pública e de outro, os
educadores ligados aos movimentos sociais, pela chamada educação popular. Uma educação empenhada com o fortalecimento da
organização popular e pela luta da libertação dos povos.

A pedagogia originária do terceiro mundo é política e não especulativa, mais prática, visando à ação entre homens. É o que Paulo Freire
chama de pedagogia do oprimido.

O Pensamento Pedagógico Brasileiro


A criação da Associação Brasileira de Educação (ABE), em 1924, foi fruto do projeto liberal de educação, representando o otimismo
pedagógico, na esperança de restaurar a sociedade através da educação.

O ensino libertário fornecido pelas escolas modernas foi marcado por tensões em 1919, entre anarquistas e autoridades. O Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova seria o primeiro legado político e doutrinário de 10 anos de luta da ABE em favor do Plano Nacional de
Educação.

Outro acontecimento da década de 30 para a teoria educacional, foi a fundação do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos – INEP, em
1937.

Unidade 2

Depois da ditadura de Getulio Vargas (1937-1945), abre-se o período de redemocratização no país interrompido com o golpe militar. O
movimento educacional adquiriu um novo impulso dando origem a dois movimentos: por uma educação pública e por uma educação
popular. A contribuição maior de Paulo Freire foi através da alfabetização de jovens e adultos e em outros campos como a pesquisa
participante e os métodos de ensinar.

O pensamento pedagógico contemporâneo situa-se entre os pedagogos humanistas e críticos que contribuíram para a concepção dialética
da educação.

Os educadores e teóricos da educação liberal defendem a liberdade de ensino. De pensamento e de pesquisa, os métodos novos baseados
na natureza da criança. Segundo eles, o Estado deve intervir o mínimo possível na vida de cada cidadão.

Existiram defensores da escola pública e defensores da escola privada, mas tem em comum uma filosofia do consenso, restringem o
papel da escola ao estritamente pedagógico.

Os defensores e teóricos da educação progressista defenderam a implicação da escola na formação de um cidadão critico e participante
da mudança social. O pensamento pedagógico brasileiro é muito rico e está em movimento.

Aspectos atuais: hoje estamos vivenciando crises de concepções e paradigmas em todos os campos da ciência, cultura e sociedade.A
educação nos tempos atuais tornou-se permanente e social. Existe tendência universal, a ideia de que a educação se estende pela vida e
que não é neutra. Caminhamos para a mudança da função social da escola. A educação popular é a nova educação, de caráter popular,
socialista e democrática.

Tanto a educação socialista democrática quanto a educação permanente, se tornaram uma tendência nesse século. Correspondem a novas
exigências da sociedade de massas e da classe trabalhadora organizada. Parece que o melhor caminho de superação da crise educacional
é evidenciar suas contradições. Como a crise da educação e da sociedade são inseparáveis, o desenvolvimento das contradições escolares
e a sua transformação também são inseparáveis do desenvolvimento e da superação das contradições sociais.

A Educação Permanente
A ideia de uma educação internacionalizada já existia desde 1899. No inicio do século XX (1917), foi criada a disciplina nova, pedagogia
comparada, caracterizada pelo estudo comparado das teorias, práticas e sistemas educacionais. No Brasil essa prática foi iniciada pela
educação nova. Vista de forma acrítica, a educação comparada se prestou ao transplante cultural.

Em 1968, a UNESCO analisou a crise da educação, e propôs uma nova orientação chamada educação permanente, seguindo o princípio
que o homem se forma e se educa durante a vida inteira.

Na segunda metade do século XX, na América Latina, fez-se um grande esforço para expandir a educação. Mas o atraso educacional era
verificável pelos altos índices de analfabetos associados à pobreza generalizada.
Unidade 2

Observando o desenvolvimento educacional do século XX, podemos afirmar que os países socialistas alcançaram um alto grau de
desenvolvimento educacional e os países capitalistas estão em crise na educação.

As alternativas educacionais populares serão o resultado de uma luta pela organização do poder popular. A informatização da educação,
educação a distância, parecem despertar esperança de desenvolvimento da educação nos países latino americanos.

A educação no pós-modernismo é marcada pelo avanço da tecnologia eletrônica, da automação e da informação, que causam a perda de
identidade nos indivíduos ou até a desintegração. Caracteriza-se pela crise de paradigmas e de referenciais. Portanto, a educação pós-
moderna seria aquela que leva em conta a diversidade cultural, portanto, a educação multicultural.

Essa representa um movimento histórico-social com ambiguidades. Uma educação que respeita as minorias étnicas, a pluralidade de
princípios, os direitos humanos, ampliando conhecimentos e visões de mundo.

Ligada à cultura, mostra-se cultural e permanente, priorizando o processo do conhecimento e sua finalidade. O pós-modernismo da
educação trabalha mais com o significado do que com o conteúdo, mais com a intersubjetividade e a pluralidade do que com a igualdade
e a unidade. Trabalha com os conteúdos e com o seu significado. Valoriza o afetivo, envolvimento, solidariedade, autogestão.

A educação moderna trabalha com conceito chave da igualdade, buscando eliminar as diferenças. E a educação pós-moderna, trabalha o
conceito chave da equidade, buscando a igualdade sem eliminar as diferenças. O pressuposto básico da educação moderna é a
hegemonia, universalização de uma visão de mundo. O da pós-moderna é a autonomia, capacidade de autogoverno de cada cidadão.

Logo, tenta manter o equilíbrio entre a cultura local e regional. A autonomia passou a ser tema fundamental dessa educação. Escola
autônoma significa ousadia, curiosidade e diálogo com todas as culturas (pluralismo).

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A Educação Proibida
Este vídeo faz um protesto à educação moderna e sugere um novo modelo educativo, na qual a educação tem que mudar. O vídeo mostra
uma escola tradicionalista onde o professor pede para seus alunos realizarem um texto contando qual o balanço dos últimos anos na
escola. O texto escrito por alguns alunos provocou uma polêmica na escola, pois escreveram o que realmente pensavam.

A Pluralidade dos modos de conhecimento

Conhecimentos
Conhecer sobre as alternativas educacionais a partir do multiculturalismo e suas relações na atualidade.

Habilidades
Reconhecer sobre a pluralidade educacional na atualidade, realizando uma análise comparativa entre a modernidade e pós-
modernidade no aspecto democrático da ciência.

Atitudes
Mudar as práticas docentes valorizando saberes científico e não-científico, respeitando o diálogo entre as diversidades culturais,
sociais, políticas.

Unidade 3

A Pluralidade dos modos de conhecimento


A nova frente critica no ponto de vista multicultural, tem aparecido para o prestígio de sistemas de saberes plurais, alternativos a ciência
moderna articulando com novas conformações de conhecimentos. A abertura a uma pluralidade de modos de conhecimentos e novas
formas de relacionamento entre estes e a ciência tem sido conduzida, com resultados saudáveis e proveitosos, especialmente nas áreas
periféricas, onde o encontro dos saberes hegemônicos e não hegemônicos é mais desigual e violento.

Nesse sentido, Boaventura de Sousa Santos (2005), indaga porque os conhecimentos não-científicos são considerados locais, tradicionais,
alternativos ou periféricos? Explica que as mudanças na hierarquia entre científico e não - cientifico tem sido variadas, incluindo a
dicotomia monocultural-multicultural, moderno-tradicional; global-local; desenvolvido-subdesenvolvido; avançado-atrasado. Cada uma
delas tem confessado uma extensão de dominação.

A dicotomia entre saber moderno e saber tradicional, contrata a ideia de que o conhecimento tradicional é prático, coletivo, disseminado
no local, expressando experiências exóticas.

A atual organização global da economia capitalista garante entre outras coisas, a produção continua de uma diferença epistemológica,
que não reconhece a existência, em pé de igualdade, de outros saberes, e por isso, se constitui em hierarquia epistemológica, geradora da
marginalidade, silenciamentos, exclusões de outros conhecimentos.

Essas diferenças epistemológicas incluem outras diferenças: a diferença capitalista, a colonial, a sexista, mesmo não se esgotando nelas.

Sendo assim, estamos perante a uma luta cultural, entre a cultura cosmopolita e a pós-colonial, apostando na reinvenção de outras
culturas, para além da homogeneização imposta pela globalização hegemônica.

O multiculturalismo emancipatório parte do reconhecimento da pluralidade de conhecimentos e de concepções distintas sobre a


dignidade humana e sobre o mundo. Ao longo dos séculos, as constelações de saberes foram desenvolvendo formas de articulações entre
si, construindo um modo dialógico de engajamento permanente, entre os saberes modernos, científicos, ocidental às formações nativas,
locais, tradicionais de conhecimento.

O grande desafio é lutarmos contra uma monocultura do saber, não só na teoria, mas em sua prática constante, através de estudo e da
pesquisa-ação. Permear o futuro na ligação das relações dos saberes e das tecnologias. Os conhecimentos são contextuais e por isso a
heterogeneidade epistêmica do mundo é infinita, não existindo nem conhecimentos puros, nem conhecimentos completos.

Boaventura (2005) assinala que nós estamos vivenciando um aumento da participação dos cidadãos nos debates científicos e isso tem
aproximado as fronteiras entre o técnico e o não técnico. Essa diferença deixa de existir à medida que os cidadãos emergem como atores
dos debates sobre os impactos sociais das decisões técnicas. Quando as soluções técnicas se chocam com o conhecimento prático e a
experiência sociocultural dos cidadãos este choque é politizado via mobilização organizada desses cidadãos.

Unidade 3

Estamos falando da relativização do técnico, a ideia de que para problemas complexos, existe mais do que uma solução técnica, e que a
opção entre elas, é mais do que técnica, e também, política, social, econômica e cultural. Esta é a democratização da ciência que propõe
cada vez mais o diálogo entre cientistas e cidadãos, não eliminando as diferenças existentes entre o técnico e o não técnico, mas
compreendendo que a fronteira entre o técnico e o social, é móvel e deve ser redefinida em função da situação e do problema, através das
decisões de todos envolvidos com as consequências das decisões que forem tomadas.

Uma participação cidadã no campo da ciência requer uma institucionalização de mecanismos que possibilitem aos cidadãos um
conhecimento mais profundo das questões técnico- cientificas e aos cientistas e técnicos um conhecimento mais atento das aspirações dos
cidadãos, da história e das condições sociais e culturais em seus contextos, atuando em uma abertura de pluralidade em suas soluções
técnicas e não-técnicos para a ciência moderna, chamadas de tecnologias populares.

Hoje como em nosso passado, adotam uma aplicação simplista do conhecimento local e isso faz perpetuar a polarização para opor a
racionalidade da ciência à irracionalidade do conhecimento local. A ciência se constituiu objetivamente através dos diferentes sistemas
de reprodução e difusão do saber, com vetor central de exclusão social, da diferenciação e da incivilização.

É necessário compreendermos a ciência como uma atividade que é parte da cultura e que tem uma história que deve ser considerada para
dar sentido às ações desenvolvidas pelos pesquisadores.
A passagem do conhecimento à intervenção transformadora do mundo se faz nessas condições: reduzindo tudo que é relevante ao que
pode ser conhecido através do modelo científico. O resultado é o que designamos em geral, como colonialismo, a concepção de um
mundo que permanece caótico e desordenado sem uma intervenção criadora e disciplinadora de ordem do conhecimento científico. e o
que não cabe nessa ordem é descartado e eliminado, subordinado tanto pela violência física ( através de meios militares e repressivos) ou
simbólica (através de instituições culturais e cientificas, da educação, da aculturação).

Como reação a essas tendências imperialmente hegemônicas, vários investigadores têm interrogado sobre os limites da ciência e as
possibilidades de outros conhecimentos. Quando se fala de limites da ciência, não significa a rejeição incondicional da ciência moderna,
mas implica uma concepção alargada de pôr a ciência em cultura (SANTOS 2005). Significa restaurar as ciências a sua profundidade
cultural e histórica, readquirir a sua história e interrogar suas implicações na sociedade e no mundo.

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Moléculas do aprendizado
O vídeo retrata um estudo das moléculas do aprendizado. Mostra uma experiência que cientistas realizaram nas moscas das frutas. O
objetivo é descobrir o que acontece com as células do cérebro quando aprendemos algo Que tipos de mudanças acontecem e quais os
processos aprendidos?

Explicando melhor com a pesquisa


Caro estudante, convidamos você a obter mais conhecimento realizando a leitura dos artigos abaixo:

O presente artigo “Althusser: A Escola como aparelho ideológico de Estado” desenvolve uma reflexão sobre a escola como o aparelho
ideológico de Estado capitalista, que influência nas formações sociais modernas.

O artigo “O Pensamento Pedagógico Moderno: algumas reflexões sobre a educação, a ciência do Homem laico e universal”, tem o
objetivo de demonstrar as relações históricas sociais do pensamento pedagógico moderno, pois a história das ideias pedagógicas associa-
se a ideia de progresso pela educação como fator de desenvolvimento social dando ênfase a inclusão dos indivíduos.

O presente artigo “O Iluminismo Pedagógico de Rousseau” aborda alguns traços do pensamento de Rousseau no contexto iluminista e
também aborda como ele se insere no movimento iluminista de sua época e que tipo de iluminista sustenta.

O próximo artigo fala sobre: “O Movimento da Escola Nova no Brasil da década de 1930”, neste é discutido o movimento educacional
da Escola Nova no Brasil a partir de 1930, e os debates que rolaram em torno de suas propostas.

Leia o artigo “Brasil, 1930 – 1961: Escola Nova, LDB e disputa entre Escola Pública e Escola Privada”, na qual explana a investigação
da Escola Nova, quanto à crítica que esta exerceu sobre aquela dualidade escola pública/ escola privada, quanto aos graves debates entre
1946 e 1961 em torno da educação e à LDB.

Leitura Obrigatória
Sugerimos que você leia a obra de Tardif e Lessard cujo tema é “O trabalho docente: elementos de uma teoria da docência como
profissionais de interações humanas”. Para os autores dessa obra o processo educacional depende essencialmente da interação entre os
envolvidos, seus trabalhos e seus respectivos papéis neste contexto que constituem a perspectiva de eficiência de ensino.
Após a leitura da obra, reflita sobre como a interação humana pode influenciar o trabalho docente.

Pesquisando na Internet
Prezado estudante, você é convidado a buscar na Internet uma investigação referente o assunto estudado nesta disciplina para ampliar seu
conhecimento. Faça uma pesquisa norteada pela seguinte pergunta: O que vem a ser multiculturalismo progressista?

Após a sua pesquisa faça uma síntese do assunto e discuta com seus colegas.

Saiba mais
Convidamos você a ler a Entrevista com a pesquisadora que virou referência internacional sobre alfabetização, Magda Soares ela fala
como o trabalho realizado em Lagoa Santa (MG) tem sido um exercício de ajuste da teoria e iluminado práticas docentes.

Vendo os olhos de ver


Caro estudantes,

Sugerimos que assista ao vídeo Portal Cameraweb CCUEC Aula 7 Escola como Aparelho Ideológico do Estado Luis Althusser.

Assista também ao vídeo História da Educação Romana, você irá entender a divisão da Educação Romana em três períodos, o primeiro
período desde a Fundação de Roma à conquista da Grécia, o segundo período que vai desde à conquista da Grécia ao reinado de Adriano
e o terceiro período greco-romano que vai do reinado de Adriano ao ano 200 d.c.

Propomos que assista ao vídeo “O Positivismo”, no qual Comte em sua teoria denominado Positivismo pretendeu realizar por meio da
ciência uma reforma social afirmando que a sociologia é a única ciência capaz de reformar a sociedade.

Propomos também que assista ao vídeo “Escola Nova”, neste você observará a partir das ideias de Dewey que a Escola Nova renovou o
pensamento sobre a educação e sua prática, estabelecendo as bases filosóficas e que reformulou uma ideia do que é educação.

Após assistir aos vídeos, escolha um e faça uma resenha crítica.

Revisando
Vimos no decorrer de nossa primeira unidade de estudo os pensamentos pedagógicos: Greco, Romano, Medieval, Renascentista,
Moderno, Iluminista, Positivista, Socialista, Escolanovista Antiautoritário e Crítico.

O mundo grego foi rico em intenções pedagógicas, Pitágoras estudou a matemática e sua afinidade com o universo; Sócrates dedicou-se a
retórica e a linguagem; Xenofontes foi a primeira a refletir a educação para mulheres, apesar de restrita a conhecimentos caseiros e de
importância do esposo.

Platão defendia que conhecer é lembrar, e que o homem, ao encontrar o objeto do saber, tem condições de reconhecê-lo, uma vez que ele
já está impresso em sua alma.

Sócrates acreditava que o autoconhecimento é o inicio da abertura do verdadeiro saber. Defensor de um diálogo vivo e amigo com seus
discípulos. Ele realizou uma reviravolta na história humana. A filosofia se preocupava em explicar o mundo com base na observação das
forças da natureza. Com Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo. Ele se preocupou em levar as pessoas, por meio do
autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem.

Sócrates defendia o diálogo como método de educação, considerava muito importante o contato direto com os interlocutores. Para ele o
papel do educador é ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua cooperação para que ele consiga por si próprio
"iluminar" sua inteligência e sua consciência.
Aristóteles acreditava que a educação era o caminho para uma vida pública, cabendo a ela a formação do caráter do aluno. Via virtude
como modo de educar para viver bem prazerosamente. Tinha o Estado como o único responsável pelo ensino. Defendia a ideia de que a
criança aprende com o ato de imitar os bons hábitos do adulto. Para ele o ser humano só será feliz se der sua melhor contribuição ao
mundo, se desfrutar suas condições necessárias para desenvolver os talentos.

Em relação ao pensamento pedagógico romano o trabalho manual era desvalorizado enquanto o trabalho intelectual era valorizado. Os
educadores procuravam formar o cidadão capaz de pensar corretamente e se expressar com convicção. O homem era formado para servir
a Pátria e as mulheres aos afazeres do lar.

No pensamento pedagógico Medieval vimos que ao contrário dos cristãos, os árabes não almejavam truncar a cultura grega, e então se
inicia um novo tipo de vida intelectual, chamada escolástica que busca harmonizar a razão histórica com a fé cristã.

No pensamento pedagógico Renascentista a educação organizou a formação do homem burguês e a educação não atingiu as massas
populares. Caracterizava-se pelo elitismo, aristocratismo, individualismo liberal. Abrangia principalmente, o clero, a nobreza e a
burguesia.

Quanto ao pensamento pedagógico Moderno René Descartes escreveu sobre os passos para o estudo e a pesquisa e recriminou o ensino.
Comênio foi respeitado como grande educador moderno e um dos maiores reformadores sociais da época. Foi o primeiro a sugerir o
sistema articulado de ensino e defendeu que a educação deveria ser permanente, acontecer durante toda a vida do homem.

No pensamento pedagógico Iluminista Jean Jacques Rousseau desempenhou a relação entre educação e política com o tema na infância
na educação. Sempre defendendo o desenvolvimento da criança e sendo o criador do jardim da infância.

No pensamento pedagógico Positivista Augusto Comte e Karl Marx foram dois expoentes, a tendência cientificista ganhou força na
educação como desenvolvimento da sociologia em geral, e da sociologia da educação. Um dos principais teóricos da sociologia da
educação foi Emile Durkheim.

No pensamento pedagógico Socialista os princípios da educação pública socialista foram proclamadas por Marx e Engels e
desenvolvidos por Lênin.

No pensamento pedagógico Escolanovista John Dewey foi o primeiro norte-americano a formular o novo ideal pedagógico, afirmando
que o ensino deveria ser pela ação e não pela instrução, por uma experiência ativa, concreta e produtiva.

No pensamento pedagógico Antiautoritário o educador espanhol Ferrer Guardia foi fundador da escola moderna, racionalista e libertária,
crítico da escola tradicional e apoiador do pensamento iluminista.

No pensamento pedagógico crítico destacarão o teórico Louis Althusser e os sociólogos Pierre Bourdieu e Jean Claude Passeron
influenciadores do pensamento pedagógico brasileiro na década de 70. Foram chamados de críticos reprodutivistas, por demonstrarem
que a educação reflete a sociedade. Formularam as seguintes teorias: Althusser, a teoria da escola enquanto aparelho ideológico do
Estado; Bourdieu e Passeron, a teoria da escola enquanto violência simbólica.

Na segunda unidade de estudo vimos que o pensamento pedagógico brasileiro foi perpassado por movimentos de lutas políticas em busca
da educação pública de qualidade, de novo métodos, da luta pela redemocratização da educação, pela busca da valorização da educação
popular.

O pensamento pedagógico contemporâneo foi representado por pedagogos humanistas e críticos que defendiam uma concepção dialética
da educação. Já os defensores da educação progressista defenderam a formação de um cidadão crítico e participante da mudança social.

Na atualidade, estamos vivenciando crises de paradigmas em todos os campos da ciência, cultura e sociedade, tornando a educação
permanente. A educação pós-modernismo é marcada pelo avanço da tecnologia eletrônica, da automação e da informação, que causam a
perda de identidade nos indivíduos ou até a desintegração.

Na terceira unidade de estudo vimos que atualmente, vivemos em intenso desafio à lógica disciplinar e sistematização dos conteúdos.
Faz-se necessário o diálogo para construção de saberes docentes e discentes. A sociedade é complexa e a escola mostra-se como locais
onde vários fenômenos sociais e diversas maneiras e concepções de mundo são vivenciados e trabalhados.

A nova tendência em educação é transformar o sistema educacional monocultural em multicultural. Nesse sentido a interdisciplinaridade
poderá contribuir para a interligação dos saberes.

A escola deve trabalhar no sentido de buscar a formação de identidades abertas à pluralidade cultural, na perspectiva de uma educação
para cidadania, respeitando as relações interpessoais, as diferenças.

No entanto, deve considerar os diversos saberes científicos e não-científicos e criar diálogos entre eles, para que possamos construir
novos saberes que possam ser mais bem compreendidos e práticados.

Para darmos respostas a formação do novo cidadão desse século, a escola deve estar comprometida em propiciar diversas linguagens e
manifestações culturais.

Segundo Boa Ventura, a dicotomia entre o saber moderno e o saber tradicional, explica as mudanças na hierarquia entre saber científico e
não-científico, onde cada uma delas tem expressado uma extensão de dominação, uma diferença epistemológica que não reconhece em
pé de igualdade e favorece a marginalidade e situações de exclusões sociais.

Autoavaliação
1. Ler o artigo no link abaixo para discussão das questões a seguir e responda as questões abaixo:
Introdução: Para ampliar o cânone da ciência: a diversidade epistemológica do mundo.
http://www.ces.uc.pt/publicacoes/res/pdfs/IntrodBioPort.pdf.
a. O que é epistemicídio?
b. Explique a crise epistemológica da ciência moderna.
c. O que vem a ser multiculturalismo progressista?
d. Explique de que forma os europeus (ciência moderna) construíram a natureza como algo exterior à sociedade.
e. A partir do texto de Boaventura, você concorda que a ciência não seja neutra?
f. A partir do texto de Boaventura, você consegue relacionar Direito, ciência moderna, poder e dominação?
2. Aristóteles acreditava que educar para a virtude era também um modo de educar para viver bem – e isso queria dizer, entre outras
coisas, viver uma vida prazerosa. No mundo atual, nem sempre se vê compatibilidade entre a virtude e o prazer. Ainda assim, você
acredita que seja possível desenvolver em seus alunos uma consciência ética e, ao mesmo tempo, a capacidade de apreciar as
coisas boas da vida?
3. Ao eleger o diálogo como método de investigação, Sócrates foi o primeiro filósofo a se preocupar não só com a verdade mas com
o modo de como se pode chegar a ela. Eis por que ele é considerado por muitos o modelo clássico de professor. Quando você
prepara suas aulas, costuma levar em conta a necessidade de ajudar seus alunos a desenvolver procedimentos para que possam
pensar por si mesmos?
4. Platão acreditava que, por meio do conhecimento, seria possível controlar os instintos, a ganância e a violência. O acesso aos
valores da civilização, portanto, funcionaria como antídoto para todo o mal cometido pelos seres humanos contra seus semelhantes.
Hoje poucos concordam com isso; a causa principal foram as atrocidades cometidas pelos regimes totalitários do século 20, que
prosperaram até em países cultos e desenvolvidos, como a Alemanha. Por outro lado, não há educação consistente sem valores
éticos.Você já refletiu sobre essas questões? Até que ponto considera a educação um instrumento para a formação de homens
sábios e virtuosos?
5. Qual a sua concepção de educação permanente nesta atualidade? Porque ela surgiu?
6. Você consegue relacionar teorias pedagógicas com a didática do professor? Explique.
7. De que forma a cultura influência na prática pedagógica do professor e na aprendizagem do aluno em sala de aula?
8. Qual a importância da interdisciplinaridade para o aprendizado do aluno?

Bibliografia
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é EDUCAÇÃO. São Paulo: Brasiliense, 2004.

GADOTTI, MOACIR. História das ideias pedagógicas. 6. ed. São Paulo: Àtica, 1998.

GHIRALDELLI JÚNIOR, Paulo. História da Educação. 2.ed. São Paulo. Cortez, 2002.

MANACORDA, Mario Alighiero. História da Educação: da antiguidade aos nossos dias. 13 ed. São Paulo: Cortez, 2010.SANTOS,
Boaventura de Sousa. Semear outras soluções: os caminhos da biodiversidade e dos conhecimentos rivais/ Boaventura de Sousa
Santos (org.) – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. – (Reinventar a emancipação social: para novos manifestos, v.4).

SENISE, M.H V. História Moderna e Contemporânea. São Paulo, Ática, 2002.

TARDIF, Maurice; LESSARD, Claude. O trabalho docente: elementos de uma teoria da docência como profissionais de interações
humanas. 5.Ed. Petrópolis: Vozes, 2009.

Bibliografia Web
DALBOSCO, Claudio Almir. O iluminismo pedagógico de Rousseau.
Disponível em: http://rousseaustudies.free.fr/articleailluminismopedagogico.pdf

EUZÉBIOS FILHO, A. e GUZZO, R. S. L. Desigualdade social e sistema educacional brasileiro: a urgência da educação
emancipadora, 2005
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1677-98432005000200005&script=sci_arttext. Acesso em 15 Dez. de 2014.

GUARESCHI, Pedrinho A. Sociologia Crítica: alternativas de mudanças. 61ª Ed. Porto Alegre: Mundo Jovem, 2008.
Disponível em: https://profcesarmaia.files.wordpress.com/2013/08/sociologia-critica-pedrinho-guareschi.pdf

LINHARES, Luciano Lemper; MESQUIDA, Peri; SOUZA, Laertes L. de. Althusser: A escola como aparelho ideológico do Estado.
Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2007/anaisEvento/arquivos/CI-204-05.pdf

OLIVEIRA, Lia M. T. de. O Pensamento Pedagógico Moderno: Algumas reflexões sobre a educação, a ciência do Homem laico e
universal, 2008.
Disponível em: http://www.ia.ufrrj.br/ppgea/conteudo/conteudo-2008-2/2SF/Lia/Pensamento%20Pedag%F3gico.pdf

PARDIM, Carlos Souza; SOUZA, Luiza A. de. O Movimento da Escola Nova No Brasil na década de 1930.
Disponível em: http://www.uems.br/eventos/semana2012/arquivos/49_2012-09-28_15-35-43.pdf

SANTOS, I. da S. F. dos; PRESTES, R.I; VALE, A.M. Brasil 1930 1961: Escola Nova, LDB E A DISPUTA ENTRE Escola Pública e
Escola Privada, 2006.
Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/22/art10_22.pdf
SOARES, Magda. Revista Educação “Na prática, teoria é outra”. 2013. Entrevista a Paulo de Camargo.
Disponível em: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/198/na-prática-a-teoria-e-outra-298684-1.asp

Fossilizar
Impedir a evolução ou a atualização de (alguém), ou mostrar-se retrógrado, antiquado, contrário ou insensível às inovações;
ESTAGNAR.

Apregoados
Relativo a pregão; notório. Que se apregoou.

Multiculturalismo
Em que há, em simultâneo, várias culturas num mesmo território, pais etc; multiculturalidade.

Pluralidade
O maior número; o geral. Multiplicidade.

Vídeos
Portal Cameraweb CCUEC Aula 7 Escola como Aparelho Ideológico do Estado Luís Althusser.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cZJw_EEOqg8

História da educação romana.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=M1AL8nGFDRk

O positivismo.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WJrFGrVQjf4

Escola Nova.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Lr5xe2LXoqs

Créditos
Diretor Presidente das Faculdades Inta
Dr. Oscar Rodrigues Júnior

Pró Diretor de Inovação Pedagógica


Prof. Pós Doutor João José Saraiva da Fonseca

Coordenadora Pedagógica e de Avaliação


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Assessor de Gestão e Projetos de Avaliação e Pesquisa


Éder Jacques Porfírio Farias

Equipe de Pesquisa e Desenvolvimento de Projetos Tecnológico e Inovadores para


Educação
Coordenador
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Equipe de Produção Audiovisual


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Gerente de Produção de Vídeos


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Edição de Áudio e Vídeo


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