Resumo do texto "Ainda sobre a conciliação das Arqueologias"
de Jorge Alarcão
Nesse texto, Alarcão não defende uma unicidade entre as diferentes
Arqueologias, mas sim uma perspectiva de complementaridade ou compatibilidade conciliadora existente no seio da própria Arqueologia. Como posso conciliar as arqueologias necessárias para pensar a EA? Creio que eu estou mais perto de uma Arqueologia processualista, com um pé no pós-processualismo. Quero pensar mais a conciliação entre essas duas que falei. Desta forma, também podemos pensar uma conciliação da Arqueologia com as outras áreas de conhecimento? Sim, pensando, por exemplo, uma complementaridade. No caso da minha pesquisa temos: Antropologia (Social, Visual, Histórica e Cultural), Arqueologia (Arqueologia Pós-processual, Histórica, Social e Paisagem), História (Local e Visual), Museologia (Sociomuseologia) e Sociologia (Representações sociais), Etnografia, Patrimônio, Memória, Espaço, Território e Ruínas enquanto ciências e conceitos essenciais para pensar esse trabalho e investigação. Ou seja, também por uma correlação entre o estruturalismo e o funcionalismo na minha pesquisa. Na medida em que se reflete, através de Alarcão sobre a questão e diferença entre o postulado, a teoria e a observação, em que os fatos são uma construção do arqueólogo, lembrando que também podemos pensar o mesmo para qualquer área de conhecimento. "A teoria faz a sua entrada em cena quando procuramos explicar os fatos, não os dados". Ou seja, podemos pensar qualquer conciliação entre conhecimentos para explicar, teoricamente, os dados, fatos ou realidades. Resumo do texto "A Arqueologia Contextualista" de Jorge Alarcão
Com base no texto de Alarcão, os contextualistas, reconhecem que existem
dificuldades no quesito da interpretação, admitindo "que todas as interpretações são incertas e comprazem-se nessa incerteza". Nesse caso, ao se fazer uma Arqueologia contextualista precisa-se levar em consideração "duas teorias de longo alcance, para além de outras de alcance médio". Que são: uma teoria da acção e uma teoria da cultura material. Na medida em que, para os contextualistas a cultura é um meio de estruturar a interação dos parceiros no todo social, pois, a Arqueologia contextuaI pretende entender a partir dos vestígios da cultura material, quais são os motivos e os propósitos que levaram os homens a formulá-las. Dado que, existe uma necessidade de investigação do porquê das normas, sendo esse um projeto "nem sempre cumprido" pela Arqueologia contextualista. Lembrando que, na Arqueologia Contextualista, "os objetos utilitários podem ser simultaneamente simbólicos; ou o mesmo tipo de objeto pode, num contexto, ser utilitário e noutro, simbólico". Assim sendo, podemos perceber que, a necessidade de descobrir estes sentidos é uma das mensagens fundamentais da Arqueologia contextualista. Sem perder de vista que, a Arqueologia contextualista possui uma concepção "heideggeriana da mundanidade", isto porque há uma tendência em se descrever "o espaço tal como ele aparecia às consciências que o habitavam". Portanto, existe o princípio de que a análise arqueológica do espaço deve ser uma análise fenomenológica, ou seja de que o espaço precisa ser descrito "não tal qual era, mas tal como aparecia às consciências que o edificavam e utilizavam", poderá ser um princípio correto, sustentado pelas relações sociais que permeiam esse espaço.