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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU/UFRJ


Departamento de Urbanismo e Meio Ambiente

Aluna: Daniela Marques da Silva


Turma: C
Professoras: Eliane Bessa
Data: setembro de 2020 – Período Letivo Especial
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU/UFRJ
Departamento de Urbanismo e Meio Ambiente
Cidade Medieval – Green Coast
Green Coast é uma cidade portuária, construída a partir das ruínas de
uma cidade romana. Com o fim do Império Romano, muitas cidades ficaram
abandonadas e o povo migrou para regiões rurais. Em Green Coast, uma família
nobre, os Bartrok, se estabeleceram no que havia sido uma pequena cidade
romana e, sob a proteção deles, um novo assentamento surgiu na margem leste
do rio. O castelo ficava sobre uma colina com vista para a enseada e um pequeno
porto foi construído abaixo da colina, estabelecendo um meio de comércio,
porém, muito pouco desenvolvido na cidade durante a Alta Idade Média. O rio,
chamado Hira, era usado como defesa natural e a cidade inicialmente se limita
à margem leste, entre o rio e o castelo. A principal rua, à época, acompanhava
a declividade do terreno e descia do castelo até o templo cristão, fora dos limites
da cidade desde a época do Império Romano e, portanto, localizado na margem
oeste do Hira. Com o tempo, a cidade cresceu além da margem leste, Eastbank,
em direção ao sul, onde se formou uma pequena vila de artesãos, e viu-se
necessária a construção de um segundo cinturão de muros, além dos que
cercavam a Cidadela. Assim, foi construída a muralha entre o rio e o castelo,
englobando também os novos bairros e com dois portões, um a leste e outro ao
sul, que coincidiam com as estradas que chegam à cidade. Essas estradas se
estendem pelo interior da cidade, formando duas novas ruas principais, todas
seguindo em direção ao templo, que aos poucos se torna um importante ponto
de referência na cidade, além do castelo, um novo núcleo para o
desenvolvimento da cidade.
A partir do século XI, a cidade vive um novo momento. Até então essa
cidade tinha a economia baseada na agricultura e sua política era o regime
senhorial. Porém, embora o crescimento populacional seja lento, o espaço entre
os limites da muralha já não é suficiente para abrigar todas as moradias e
equipamentos dessa cidade. Novos assentamentos surgem do lado leste do rio,
formados por comerciantes com interesse na posição geográfica da cidade, isto
é, seu porto. Nessa época, uma forte tempestade alarga a foz do Hira na direção
oeste e os mercadores aproveitam o espaço para a construção de novos
desembarcadouros. Para não perderem o domínio sobre o crescimento da
cidade, os Bartrok usam os altos impostos para a realização de importantes
obras na cidade. A construção de um novo cinturão de muros é a primeira delas,
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delimitando agora também os assentamentos do lado oeste do Hira. Em seguida,
as pontes são reformadas. Antes elas eram estreitas e frágeis, para facilitar a
defesa da cidade, agora, com os novos muros para cumprir o papel que antes
era do rio, as pontes são alargadas e reforçadas e se tornam importantes meios
de ligação entre as duas partes da cidade. Os desembarcadouros da margem
oeste são aumentados e se tornam um novo porto, expandindo assim as
relações comerciais da cidade e a classe mercantil e de artesãos cresce. Os
senhores conseguem, assim, manter um certo controle sobre a cidade ao mesmo
tempo que aproveitam o crescimento econômico propiciado pela nova classe
burguesa. Como explicado por Fernando Goitia, “... os privilegiados do sistema
feudal (...) concordaram com elas (pretensões da burguesia) logo a seguir,
adaptando-se, pois preferiram sacrificar um mal-entendido orgulho senhorial,
para obterem, em troca, rendosas vantagens materiais provenientes do
desenvolvimento cada vez mais florescente dos centros comerciais” 1. Porém, a
burguesia ainda consegue manter uma autonomia considerável, mantendo as
liberdades de que tinha necessidade para o desenvolvimento do comércio. A
cidade fica divida em duas partes principais: o Eastbank continua sendo o centro
político da cidade e contém seus respectivos equipamentos; do outro lado, Bustle
City é o centro econômico, englobando também o novo porto, West Docks, e
assim a cidade tem uma divisão bem definida.
O traçado é marcado por quatro ruas principais, todas convergindo para
a praça principal da cidade. Uma delas, cronologicamente a primeira, vai do
castelo até o templo e, cruzando a praça, se liga à mais recente, que sai do
castelo em direção ao portão oeste, onde encontra a Estrada Real, que se dirige
para a capital. As outras duas ruas também convergem para a praça principal e
dessas quatro ruas principais partem as ruas menores, definidas pelos edifícios
e cujo traçado marca o formato dos quarteirões. O templo também é um
importante ponto da cidade, localizado na praça central e o clero também
mantém seu poder e status na sociedade.

Referências:
• GOITIA, Fernando. Breve Histórico do Urbanismo. Lição 5 – As cidades
Medievais;

1
Breve História do Urbanismo – GOITIA, Fernando – Lição 5 – “A Cidade Medieval” – Página 86
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Departamento de Urbanismo e Meio Ambiente
• BENEVOLO, Leonardo. História das Cidades. Capítulo 7 – As cidades
europeias da Idade Média;
• LAMAS, José M. Ressano Garcia. Morfologia Urbana e Desenho da
Cidade. 3.3 – A forma urbana medieval.
• Documentário Como Nasceu Paris. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=tZSSu4IstyE&fbclid=IwAR1Ij7nu9JA5
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