ĺndice
Introdução...................................................................................................................................3
CAPÍÍTULO I: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................................................4
1.1. Problematização...................................................................................................................4
1.2. Justificativa..........................................................................................................................4
1.3. Delimitação do tema e objecto de estudo............................................................................5
1.4.1. Objectivo geral..................................................................................................................6
1.4.2. Objectivos específicos.....................................................................................................6
1.5. Metodologia de pesquisa......................................................................................................6
1.5.1. Quanto à abordagem.........................................................................................................6
1.5.2. Quanto ao tipo...................................................................................................................7
1.5.3. Quanto aos procedimentos................................................................................................7
1.5.4. Quanto aos objectivos.......................................................................................................7
1.6.1. Entrevista..........................................................................................................................7
1.6.2. Questionário......................................................................................................................7
1.6.3. Observação........................................................................................................................7
1.7.1. Universo............................................................................................................................8
1.7.2. Amostra.............................................................................................................................8
CAPÍÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO ESTUDO...........................................9
2.1. Origem etimológica da palavra absenteísmo.......................................................................9
2.2.Absenteísmo………………………………………………………………………………10
2.2. Absenteísmo docente.........................................................................................................10
2.2. Impacto..............................................................................................................................10
2.2. Desempenho.......................................................................................................................10
2.3. Causas do absenteísmo docente.........................................................................................10
2.4. Tipos de absenteísmo.........................................................................................................14
2.5. Impacto do absenteísmo docente no desempenho dos discentes.......................................14
2.6. Medidas para a mitigação do absenteísmo docente...........................................................16
Bibliografia...............................................................................................................................19
Introdução
3
O trabalho tem como O impacto do absenteísmo docente no desempenho dos discentes, caso
de estudo Escola Primária do 1º e 2º Graus de Teacane, 2018-2019, distrito de Nampula,
2018-2019 e tem como objectivo geral, compreender o impacto que o absenteísmo docente
tem no desempenho discente e objectivo específico, identificar as manifestações vividas na
Escola Primária do 1º e 2º Graus de Teacane, descrever características, práticas, situações e
estratégias de mitigação do absenteísmo na escola, explicar como o absenteísmo docente
pode impactar o desempenho discente e sugerir procedimentos para mitigação do
absenteísmo docente.
Um dos problemas comuns e graves nas escolas públicas do nosso pai é o absenteísmo
docente que priva os alunos de aulas. Tendo em conta que o absenteísmo docente pode
interferir no alcance das metas definidas pelo sector de educação, torna-se necessário estudar
este fenómeno, para compreender os motivos que levam ao absenteísmo do professores, os
tipos e analisar as consequência que o absenteísmo docente traz para o processo de ensino e
aprendizagem.
1.1. Problematização
Ao longo do exercício da actividade docente, a autora tem constatado ausência frequente dos
professores na escola e sala de aula e enormes dificuldades na leitura, escrita e nas operações
simples de matemática. Este facto conduziu a autora a intessar-se em estudar a temática e a
avaliar a incidência que o fenómeno tem no desempenho do estudante ou a buscar resposta
para perceber o impacto que o absenteísmo docente tem no desempenho do estudante.
5
A ausência dos professores na escola e sala de aula não é apenas um problema enfrentado
pelas escolas, mas também constitui uma problemática para a própria sociedade, no âmbito
social, o presente projecto de pesquisa é de tamanha importância para a sociedade em geral,
pois irá ajudar a compreender se o baixo rendimento dos seus educandos está relacionado ao
absenteísmo docente.
Por ser um tema com pouco estudos feitos em Moçambique e em particular, em Nampula, a
autora entende que a pesquisa pode agregar algum valor à literatura existente nesta área, já
que um estudo aprofundado sobre o impacto que a ausência do professor primários tem no
desempenho do estudante dará ganhos significativos para a ciência, constituirá mais uma
fonte de informação que ajudará na compreensão deste fenómeno, assim como pode
contribuir para a realização de outros estudos. A pesquisa tem importância para o grupo alvo,
pois, ela irá resgatar o prestígio dos professores junto dos país e encarregados de educação
“ Está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo
intrínseco, quer dos fenómenos e eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se directamente
à própria significação da tese proposta pelo projecto”. (Ibidem, 2003)
A pesquisa tem como objectivo geral, compreender o impacto que o absenteísmo docente tem
no desempenho discente.
Para fazer a colecta de dados a autora irá usar as seguintes técnicas: Observação, entrevista e
questionário.
1.6.1 Entrevista
1.6.2. Questionário
Este instrumento de colecta de dados será constituído por: Perguntas fechadas, abertas ou de
múltipla escolha.
1.6.3. Observação
De entre vários tipos de observação a autora escolheu para esta pesquisa a observação
participante.
1.7.1. Universo
1.7. 2. Amostra
Para este projecto de pesquisa a autora escolheu a amostra não probabilística. A mostra não
probabilística não apresenta fundamentação matemática ou estatística, dependendo
unicamente do critério do pesquisador. (GIL, 2008)
A amostra desta pesquisa será composta por gestores, professores, pais e encarregados de
educação e alunos (da 4ª, 5ª, 6ª e 7ª classe) num total de 42 indivíduos.
Este capítulo é dedicado à revisão da literatura que servirá de base para a realização da
pesquisa. Ela tem como objectivo fazer o levamento da produção científica sobre o impacto
que o absenteísmo docente tem no desempenho dos discentes. Por isso, serão abordados os
seguintes aspecto: Origem etimológica da palavra absenteísmo, conceito de absenteísmo e
absenteísmo docente, impacto e desempenho, causa, tipos, o impacto do absenteísmo docente
no desempenho discente e medidas de controlo do absenteísmo.
Considerando o absenteísmo na sua etimologia vamos encontrar que a palavra vem do francês
“ absentéisme ” que deriva do inglês “ absenteeism” significando ausência habitual ou falta
de assiduidade. (CUNHA, 2010)
O termo absenteísmo (…) era aplicado aos proprietários rurais que abandonavam o campo
para viver na cidade. No período industrial, esse termo foi aplicado ao trabalhador que faltava
ao serviço (QUICK & LAPERLOSA, 1982).
a) Absenteísmo
O absentismo no trabalho é definido também por MALLADA (1996), apud LELO (2015),
como toda a ausência de uma pessoa no seu posto de trabalho, nas horas que correspondem a
um dia de trabalho, dentro do horário de trabalho negociado legalmente. O que significa que a
ausência nas férias ou em dias festivos não é absentismo.
b) Absenteísmo docente
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De acordo com MALTA, (2014), define absenteísmo docente como a falta ou atraso do
professor ao ambiente escolar. E para GESQUI (2008), que considera absenteísmo todas as
ausências da sala de aula, sejam elas formais ou informais.
c) Impacto
d) Desempenho
Para SOUZA et al., (2005), (..) tratam desempenho como uma acção intencional, decorrente da
aplicação de potenciais e competências, permitindo que os resultados desejados sejam
alcançados.
As causas para ausências dos professores primários na escola e na sala de aula são diversas.
Dentre elas, destacam-se:
Para PENATTI et al., (2006) apud MALTA (2014), as principais causas do absenteísmo são:
[...] a distância entre a casa do professor e a escola em que dá aula também parece
ser um fato associado positivamente com o índice de faltas, indicando que
professores que moram mais longe de suas escolas enfrentam maiores problemas
para chegar ao trabalho (como trânsito, por exemplo) (…)
A autora reconhece que há um crescimento acelerado da rede escolar que é acompanhada com
a construção de infra - estruturas de raiz, mobiliário escolar, contratação de novos professores,
etc., por outro lado, existem muitas escola do ensino primário espalhadas pelo país com
péssimas instalações de trabalho (estas escolas são construídos com material local), com salas
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inadequadas para PEA, que não tem material básico de ensino, turmas que estudam de baixo
das árvores, etc.
Como a autora se referiu anteriormente, existem muitas escolas do ensino primário espalhadas
pelo país sem condições adequadas para que o professor exerça a sua actividade. E este facto
faz com que muitos professores do ensino primário sintam-se insatisfeitos com a situação de
trabalho. Apesar de haver a contratação de professores para este nível de ensino, há escolas
que se ressente da falta de professores e isso faz com os professores trabalhem em dois turnos
e tenham uma carga horária excessiva. Quase maior número de professores vivem distante do
seu local de trabalho, os que não possuem algum tipo de transporte, para lá chegarem usam
vários tipos de transportes urbanos (com chapa 100, taxe mota, entre outros). A autora
entende que se houver problema com os trânsitos esses professores (que usam transporte
pessoal, assim como o público) terão maiores problemas para chegar ao trabalho.
(…) as doenças são as causas de maior falta dos professores. (…), com salário baixo, longas
jornadas, salas superlotadas (…) os professores adoecem e necessitam faltar. (DELCHIARO,
2009)
Algumas faltas são causadas por motivos médicos, doenças, desse modo, o funcionário
satisfeito pode ter uma falta justificada. Porém, os insatisfeitos não planejam necessariamente
faltar, mas, se tiverem que fazê-lo, o farão.
A autora acredita que a baixa remuneração recebida faz com que os professores trabalhem em
mais de uma escola para garantir as necessidades matérias. Este factor para além de fazer com
que eles tenham uma dupla jornada de trabalho, faz com que eles se atrasem na chegada ou
até mesmo não comparecer à escola. Em muitas escolas públicas do ensino primário o rácio
professor / aluno é superior a 50 alunos, assim sendo, estes profissionais passam a trabalhar
com turmas numerosas.
Os professores do ensino primário consideram que o seu salário é muito baixo quando
comparado ao de outros profissionais com a mesma formação. A doença é apontada em vários
estudos feitos sobre absenteísmo como uma das causas da frequente ausência dos
trabalhadores no local de trabalho.
Esse estresse do professor pode ser motivado, segundo Witter (1996) apud
GHIZONI (2002), pelo baixo salário recebido e pelas frequentes exigências para
melhoria de seu desempenho por parte da sociedade (crítica em jornais, periódicos,
etc.) sem que lhe sejam dadas condições para actuar adequadamente.
De acordo com NISHIDA et al., (2007) apud ALTOÉ (2010), além de influenciar,
negativamente, a capacidade produtiva, o estresse pode desenvolver, no indivíduo,
uma série de sintomas físicos, psíquicos e comportamentais, a saber: (...) perda de
interesse pelo trabalho e lazer e absenteísmo.
Já para LIPP (2002), discorre sobre as consequências negativas do estresse, como: a fadiga, a
agitação, a dinomia, a inadaptação, o absenteísmo, a fuga e a doença.
Para a autora, os professores estão sujeitos a várias situações do cotidiano na sala de aula que
lhes causam o estresse.
ZAPONI e DIAS (2009), apud MALTA (2014), destacam que
(…) várias são as situações que causam o absenteísmo docente, dentre elas: (…), jornada de
trabalho excessiva, (…), problema de relacionamento no trabalho, problemas familiares e
comportamentos consolidados no interior da escola, entre outros.
Para vários autores como COUTO (1987), ALVES (1996), ANSELMI et al. (1997)
e CHIAVENATO (1997) apud NASCIMENTO (2003), acreditam que (…) o
absenteísmo tem muito a ver como as condições de trabalho (…). O estilo de
liderança e controle, a repetitividade das tarefas, o ambiente de trabalho e falta de
integração entre os funcionários podem levar à desmotivação e ao desestimulo dos
trabalhadores, e desse modo provocar impacto na assiduidade ao trabalho.
A autora acredita que, os estilos de liderança que os membros de direcção usam para fazer a
gestão da instituição escolar podem contribuir ou não para ausência dos professores. Quando
um gestor é autoritário, tudo o que deve ser feito é determinado pelo líder (o líder determina o
que cada um deve fazer, o que o chefe diz é lei), os professores ausentam-se. Porém o mesmo
não acontece quando a gestor é democrático, quando tudo o que é ou for feito é ou será
objecto de discussão e de decisão de todos os professores, pois, os professores são informados
dos problemas da escola e envolvidos no processo de tomada de decisão. Isso faz com que
eles se sinta importantes para a intuição e os gestores ganham aprovação por parte do corpo
docente. Já que são informados dos problemas da escola e envolvidos no processo de tomada
de decisão e resposta imediata é a presença dos professore na escola.
E por outro lado, quando o estilo de liderança é permissivo, o líder desempenha um papel
bastante passivo, dando liberdade completa ao grupo de indivíduos, a fim de que estes
determinem suas próprias actividades. Isso fará com que os professores se sente largado a sua
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sorte, sem rumo e orientações, já que todos podem fazer o que bem entendem, sem uma
direcção a seguir. Esta situação leva à insatisfação e consequentemente o número de falta vai
aumentar por causa da falta de organização, de controlo e administração dos professores.
A autora percebe que algumas faltas já têm cobertura legal, e isso dá a possibilidade de os
professores ao justiçarem as suas faltas, alegar os mesmos motivos para não terem prejuízo na
sua remuneração mensal.
Segundo COUTO (1982) apud LANDRAF (2016), existem vários tipos de absenteísmos, que
podem ser classificados da seguinte forma:
A ausência dos professores na escola e sala de aula traz inúmeros impactos, como por
exemplo a quebra da rotina escolar. Concordando com GONÇALVES e TOSTA (2008), que
afirmam que existe a fragmentação do trabalho pedagógico, devido ao absenteísmo (…)
(…) para suprir sua ausência, caso haja um professor substituto, não terá o mesmo rendimento
devido aos diferentes métodos didácticos utilizados pelos professores, (…), gerando assim
maiores dificuldades na assimilação do conteúdo pelo aluno.
A autora entende que, se o professor não vier a escola os seus alunos podem ficar sem aulas se
não forem colocados em outras turmas da mesma classe. Se o professor substituto for novo,
pode não dominar bem o que ensina e o facto de usarem métodos e técnicas de ensinos
diferentes as do professor da turma as aulas provavelmente não irão render como devia.
Se as aulas não leccionadas não forem repostas, isso vai impactar de forma negativa no
cumprimento das aulas programadas para um determinado ano lectivo escolar, além de
influenciar no incumprimento das competências básicas definidas para o ensino básico. Assim
podemos ver muitas crianças a irem para o outro ciclo de ensino com com muitas dificuldades
na escrita, leitura, cálculos simples de matemáticas.
INOUE (2009), apud MALTA (2014), afirma que
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Autora entende que, se um professor falta, a sua tarefa deve ser realizada por um outro
professor que veio ao serviço, isso fazer com que o professor substituto esteja sobrecarregado,
e com a turma sobrelotada. Por causa da sobrecarga do seu trabalho e sobrelotação da turma
ele não pode atender de forma individual aos alunos ou as necessidades individuais de cada
aluno e consequentemente vai reduzir a qualidade do serviço por ele prestado.
Silva (2007) apud Oliveira e Assunção (2009) em sua pesquisa afirma que
Do mesmo modo, SILVA et al., (2011) apud MALTA (2014), advertem que
Com as ausências cada vez mais frequentes dos professores, (…), o número de aulas não
ministradas na educação básica vem crescendo de forma assustadora, particularmente no
ensino fundamental.
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Quanto as medidas para a mitigação do absenteísmo docente, vale ressaltar que não existe
uma única medida, faz-se necessário adoptar um conjunto de acções de controlo do
absenteísmo, como as que MCDONALD e SHAVER (1981) apud NASCIMENTO (2003),
propõem: Manter um processo de colecta de dados efectiva, confiável e compreensível acerca
das ausências, sendo o supervisor imediato o elemento-chave para identificação das causas,
detectar os padrões de cada falta e classifica-la segundo relação com doenças ou razões
particulares, adoptar politicas de auditorias junto ao pessoal, estabelecendo e comunicando o
posicionamento da chefia em relação as ausências, tratando de maneira justa e constante todos
os empregados, elaborar plano para avaliar as licenças justificadas por doenças, desenvolver
uma política de disciplina progressiva.
Segundo K OCAKULÂH et al., (2018), apud TIAGO (2018), o primeiro passo na criação de
um sistema de controlo para evitar o absentismo é:
Para KOCAKULÂH et al., (2018) uma política de absentismo não será significativa se os
trabalhadores não forem contratados com base em altos níveis de competência e assiduidade,
(…)
A autora entende que há necessidade de os gestores da instituições ou organizações
diversificarem as medidas para o controlo ou combate do absenteísmo.
A autora entende que há necessidade de não só identificar as causas ou motivos que lavam os
professores a ausentar da escola mais também agir sobre as causas,
GODOY (2001) apud DIAS (2012), acrescenta que por outro lado, os funcionários assíduos
devem ser recompensados, tanto monetariamente como através de elogios públicos.
(…) os governos (…) tende adoptar políticas públicas com incentivos financeiros
para, que além de aumentar o desempenho das escolas, minimizar os efeitos do
absenteísmo docente. (…). Em outros países, existem também experiências de
políticas que tentam aumentar a assiduidade do professor em sala de aula através de
incentivos financeiros e monitorar a actividade do professor.
Entende ainda que se deve premiar os profissionais da educação que alcançam metas
estipuladas pelo sector e que são assíduos e pontuais. A opinião da autora isso estimularia
práticas do docente e a melhoria de qualidade de educação ou a melhorar o seu desempenho e
consequentemente a aprendizagem dos alunos.
Bibliografia
CHIAVENATO, I. O Capital Humano das Organizações. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª ed. São Paulo, Atlas, 2008
PILETTI, C. Didáctica Geral. 23ª edição. São Paulo, Editora Ática, 2004
República de Moçambique, Boletim da República: Lei que aprova o Estatuto Geral dos
Funcionários e Agentes do Estado. In: Boletim da República, 10/2017 de 1 de Agosto de
2017.
República de Moçambique, Boletim da República: Lei que aprova o Estatuto dos Professores.
In: Boletim da República, 04/90 de 27 de Junho de 1990.
TAVARES, P. A. et al., “A falta faz falta? um estudo sobre o absenteísmo dos professores da
rede estadual paulista de ensino e seus efeitos sobre o desempenho escolar.” In: Área ANPEC:
Área 11- Economia Social e Demografia, 2009.