A perícia é uma tecnologia contábil que tem a finalidade de esclarecer os fatos e/ou
diminuir as dúvidas de uma determinada questão ou pendência, facilitando aos árbitros
prolatarem (proferirem) suas sentenças sem tendências ou prejuízos para as partes envolvidas.
Os fatos estudados devem ser esclarecidos por intermédio das perícias, elaboradas e relatadas
por profissional habilitado, com conhecimento suficiente sobre aquilo que esteja trabalhando e
sempre pautado na ética, moralidade, imparcialidade e justiça.
Pode-se dizer, portanto, que a perícia contábil é um instrumento de suma importância
para a resolução dos fatos referentes a questões judiciais e extrajudiciais. É valiosa também
para o aprimoramento de sistemas de controles, quando há entendimento entre as partes,
sobre a necessidade de sua realização para salvaguardar o patrimônio pertencente a uma
pessoa ou grupo de pessoas ou a uma entidade.
A perícia contábil é apresentada por meio de laudos periciais,elaborados com base em
procedimentos técnicos, esclarecendo a verdade de fatos contestados por pessoas
interessadas. Os especialistas do assunto examinam os fatos, por meio de suas análises e
conclusões expressas no laudo. Normalmente, esses laudos servem como meio de prova pela
qual o Juiz busca conhecer o assunto ou fortalecer sua opinião, para solucionar determinados
litígios em processos judiciais e a seguir prolatar sua sentença.
A palavra perícia é de origem latim (peritia). O seu significado é o conhecimento aliado a
uma tecnologia.
Dentro da visão da Contabilidade, a perícia contábil é uma tecnologia contábil, cujos
procedimentos se aplicam de acordo com cada caso.
Com base na definição do termo perícia, particularizando, Lopes de Sá explica que:
“perícia contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer
opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias,
indagações, investigações, avaliações, em suma todo e qualquer procedimento necessário à
opinião”.
Percebe-se, portanto, que para a elaboração de perícias contábeis se faz obrigatória a
realização de procedimentos técnicos contábeis. Nesses procedimentos busca-se o equilíbrio
para estabelecer uma posição justa, alicerçada em comprovações que possam
traduzir,efetivamente, um suporte técnico esclarecedor dos fatos, reforçando a opinião do juiz,
ou desvendando os mistérios, corriqueiros nos processos judiciais. Feito assim, certamente a
sentença será aplicada de forma correta, para que o litígio chegue ao final, praticando-se
justiça.
OBJETIVOS E FINALIDADES
A perícia pode ser requerida para diversos fins.
Entre os principais fins estão os de matéria pré-judicial, judicial, regimentais, decisões
administrativas, decisões de âmbito social e para finalidades fiscais.
As perícias são desejadas para que se tomem decisões de diversas naturezas (gestão,
direito, etc).
O fim é sempre o de OBTER PROVA COMPETENTE para que se decida, e isto implica
responsabilidades sérias para o perito, quer civis, quer criminais.
Como ela é sempre prova, necessário se faz que se baseie em bases consistentes e de
plena materialidade.
Assim, por exemplo, se um sócio desconfia de outro e entra em juízo para evocar
distribuição justa dos lucros, que admite não tenha sido feita, só a perícia contábil poderá dar
ao Juiz os meios para que faça o julgamento.
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A perícia judicial tem sua origem em ação posta em juízo (ação judicial), ou
seja,origina-se sob a esfera jurídica, podendo ser determinada diretamente pelo juiz dirigente
do processo ou a ele requerida pelas partes em litígio. Na perícia judicial, os exames são, na
maioria das vezes, específicos e recaem sobre fatos que já se encontram em discussão no
âmbito do processo.
Podem ser efetuadas nas esferas: Judicial, Criminal, Justiça do Trabalho, Cível
Estadual, Justiça Federal, Justiça da Família, Varas de Falências e Recuperação Judicial,
Fazenda Pública e Execuções Fiscais.
A perícia extrajudicial é realizada fora do Poder Judiciário, por vontade das partes.
Pode ser exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária. O meio de prova é demonstrar a
veracidade ou não do fato em questão sendo sua principal finalidade. Esse tipo de perícia
ocorre em casos de sócios, onde um desconfia do trabalho do outro, ou até mesmo entre
empregado e patrão, comprovar fraudes e desvios. Sendo assim, o perito é contratado pelo
interessado para descobrir supostas irregularidades, o trabalho é o de investigar as respectivas
causas, e desvendar as suposições ocorridas.
O art. 372 do CPC menciona que o juiz poderá também admitir a utilização de prova
produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o
contraditório. Essa possibilidade é chamada “prova emprestada”. A intenção é que o processo
ganhe celeridade e que as lides se resolvam em tempos menores.
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O erro é um vício involuntário, de escrituração ou de demonstração contábil. Diferencia-
se, pois da fraude. Existem erros de inversões de números, de repetições de registros,
classificação de contas, de somas etc...
Detectado o erro o perito precisa procurar a origem do mesmo e as causas.
Conforme a relevância do erro, pode ele ter menor ou maior influencia na conclusão do
perito. Sendo o erro irrelevante, muitas vezes nem menção merece se, todavia influi
substancialmente nas conclusões, precisa ser evidenciado e declaradas as influencias que
provocou.
A questão relacionada à fraude é sempre grave. Fraude é lesão, o erro premeditado,
feito propositalmente para lesar alguém.
Em qualquer tipo de perícia a fraude é sempre algo que motiva muitos trabalhos de
verificação. As perícias quando voltadas para a localização de fraudes, devem ter planos
específicos com cautelas que envolvem algumas vezes cuidados especiais.
INDICIOS E PERICIA
Há substancial diferença entre indício e prova. Como a perícia deve ser uma prova, não
pode oferecer suas conclusões apenas com base em indícios.
O indício é um caminho, jamais uma prova.
Ex. Se uma empresa mantém compras superiores a seus volumes de vendas, há um
indício de que possa estar havendo irregularidades nas aquisições, porém não é uma prova.
O perito não transfere sua responsabilidade porque delegou sua tarefa a auxiliares ou
outros especialistas. Se está comprometido na perícia, se vai emitir opinião, responderá por
ela, integralmente.
Por isso, se precisar utilizar o trabalho de auxiliares ou especialistas (engenheiros, por
exemplo), deve certificar-se da capacidade desses.
É um risco muito grande a delegação de tarefas.
PERICIA X AUDITORIA
RISCOS NA PERICIA
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Conhecido o trabalho que deve executar e a opinião que deve emitir, em cada questão
ou quesito formulado, deve o perito traçar com antecedência a maneira de executar as tarefas
e os pontos que teve focar.
Essa previsão de tarefas, baseada nas questões propostas, constitui o plano de
trabalho.
Para conseguir tal plano é preciso seguir etapas. Um plano depende de:
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Exame de pagamentos do Sr..... 450 ..........
No caso acima o cronograma acusa que é possível dentro das previsões realizar a
tarefa.
As margens do cronograma devem ser calculadas com segurança, ou seja, sempre além
para cobrir os imprevistos que são naturais.
7) NATUREZA DE APOIOS => se o perito sabe com que apoios contar, planejará de acordo
com as circunstancias. Sendo necessário um programa de computador, o perito precisa saber
se vai dispor de pessoal da empresa ou se deve contratar. O perito deve fazer um elenco dos
apoios de que necessita, para depois realizar o plano.
METODOLOGIA EM PERICIA
O método depende sempre do objeto que se examina. Ou seja, de acordo com a matéria
que se tem a examinar é que se traça o curso dos trabalhos.
Quando a matéria é parcial, alcançável, examina-se tudo.
Quando a matéria é demasiadamente ampla, sem possibilidades de alcançar-se o
objetivo pela totalidade, utiliza-se a amostragem.
Pode ocorrer, em um processo, que a perícia em uma das partes não seja suficiente,
sendo necessária a perícia em outra empresa que não é parte do processo.
O juiz pode determinar, pois o exame em empresa que não esteja envolvida no
processo.
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Assim por exemplo, pode ocorrer a necessidade de verificar contas bancarias
particulares de sócios em um banco que não faz parte do processo.
O perito deve deslocar-se para tal verificação tão logo o juiz expeça o mandato e esteja
ele autorizado.
O perito deve limitar-se, exclusivamente, à matéria que trata o quesito, nada mais.
Tal procedimento é de máxima ética e preserva a pessoa do perito e da empresa ou
terceiro, que, não estando no processo, deve todavia, ter sua escrita verificada.
Uma perícia pode abranger agencias, filiais, fabricas de uma mesma parte, em diversas
localidades do país ou exterior.
Nesse caso o perito deverá deslocar-se. Tal deslocamento exige cuidados, ou seja, é
preciso que o perito, ao chegar ao local, venha munido de identificação e autorização
competente para sua verificação.
Ao realizar a viagem, levará consigo uma correspondência de autorização, seu CRC, os
quesitos específicos do local e seu plano de trabalho.
As despesas de viagem, como passagens, estadia, alimentação, locomoção, não são do
perito, mas custas do processo, e o perito deve solicitar o reembolso ou antecipação de
numerário.
INDEFERIMENTO DE PERÍCIA
SUSTAÇÃO DE PERÍCIA
Uma perícia pode ser autorizada pelo juiz a ser sustada. O perito precisa conhecer, pois,
desse fato.
Um mandato de segurança pode suspender uma perícia, mesmo determinada pelo juiz,
se ela é autorizada por este antes do julgamento das preliminares na contestação da ação.
LAUDOS PERICIAIS
Laudo Pericial Contábil é uma peça tecnológica que contem opiniões do perito contador,
como pronunciamento, sobre questões que lhe são formuladas e que requerem seu
pronunciamento.
Laudo é uma palavra que provém da expressão verbal latina substantivada laudare no
sentido de pronunciar.
O laudo é, de fato, um pronunciamento ou manifestação de um especialista, ou seja, o
que entende ele sobre uma questão ou várias, que se submetem a sua apreciação.
Não existe um padrão de laudo, mas existem formalidades que compõem a estrutura
dos mesmos.
A estrutura de um LAUDO PERICIAL deve conter:
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Para que um laudo possa classificar-se como de boa qualidade, precisa atender aos
seguintes requisitos mínimos:
1. Objetividade;
2. Rigor tecnológico;
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3. Concisão;
4. Argumentação;
5. Exatidão;
6. Clareza.
TIPOS DE LAUDOS
• Desfalques (fraudes);
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• Corrupção;
• Desempenho ou gestão;
• Aumentos salariais;
• Decisões administrativas diversas.
Ensejam, pois, perícias casos de vida administrativa onde se faz necessário investigar,
por exame contábil especifico, um problema sobre o qual a administração precisa inteirar-se
para saber como vai proceder.
No campo judicial também são vários e dependem da natureza das ações judiciais para
as quais foram requeridas.
Por isso, como são muito variadas, podemos pelo menos esclarecer que se referem a
trabalhos em processos judiciais de ações de:
O perito todas as vezes que necessitar esclarecer, dar mais força a seus argumentos
deve apelar para os anexos.
Devem-se evitar anexos sobre o obvio ou sobre matéria que já conste do processo.
Os anexos devem ser numerados, e a referência aos mesmos, no texto dos quesitos
será sempre por seu número.
Na resposta deve constar “conforme anexo nº....”. Preferencialmente, o número dos
anexos deve seguir a seqüência dos quesitos, ou seja, deve ser em numeração crescente.
Os anexos são partes do laudo que ao mesmo são adicionados para esclarecer ou
comprovar o texto da resposta aos quesitos.
A quantidade de anexos depende de cada caso; não são elementos obrigatórios de um
laudo, mas enriquecem o mesmo e ajudam os esclarecimentos.
Se o processo, todavia, já tem comprovações anexadas, basta que o perito se refira, em
sua resposta, à página em que o documento se acha, evitando novamente anexar o que já está
no processo.
Como o perito deve guardar cópia de seu trabalho (para seu controle), os anexos ao
laudo também devem fazer parte de seu arquivo.
LAUDOS COLETIVOS
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Em muitos casos, conforme exigência legal ou interesse de quem requer a perícia, o
trabalho é feito por mais de um profissional.
Nas perícias judiciais são três os peritos, em geral, mas podem ser mais.
Um é o perito do juiz e dois são assistentes, ou seja, um dos autores e outro dos réus. É
habitual, pois, o laudo coletivo ou realizado por uma junta de profissionais.
Em casos extrajudiciais, como por exemplo avaliação de bens para aumento de capital,
a lei obriga que sejam três os peritos.
Como o trabalho é coletivo, podem ocorrer concordância plena, concordância parcial e
discordância total entre os peritos.
No caso de discordância, o perito que não concorda produz um laudo à parte no qual
manifesta seu ponto de vista. É o caso dos laudos em separado.
Nesse caso o perito, em seu laudo, diz que concorda com os demais em tais ou quais
respostas, mas discorda em tal ou qual.
No caso de discordância, é preciso que o perito não só apresente seu ponto de vista,
como também o justifique, argumente porque discorda.
No laudo, o perito passa então a apresentar os motivos de sua discordância e a resposta
que entende como correta.
Laudos discordantes são naturais, pois podem ocorrer diferenças de ponto de vista em
questões polemicas e mesmo em forma de observar os fatos.
Não há demérito em discordar, mas existe em ofender ou tentar menosprezar um colega
no exercício da profissão. Mesmo quando há diferença de experiência e cultura, o respeito é
condição essencial.
LAUDO INSUFICIENTE
Laudo insuficiente é aquele que não esclarece tudo o que dele se espera como meio de
atendimento sobre uma questão ou várias que tenham sido formuladas.
Pode ocorrer que um laudo não satisfaça. Pode ocorrer que seja questionável e omisso.
Quando ocorre a insuficiência é aconselhável outra perícia.
As verificações podem ser incompletas, os exames podem omitir ou mal interpretar ou
um fato pode passar despercebido.
Todas essas ocorrências podem suceder, e são de fato, na prática, constatáveis; a
própria lei prevê isto para os casos de perícia judicial.
Na perícia administrativa pode, também, ocorrer que as respostas não sejam tão
esclarecedoras como delas se esperava.
Tudo isso pode ensejar uma segunda perícia sobre os mesmos assuntos. Outro perito
pode chegar a conclusões mais amplas e satisfatórias.
Sendo o laudo uma peça de valia para os fins de decisão, pode ocorrer que uma das
partes interessadas o considere lesivo a seus direitos, porque omitiu ou distorceu opiniões.
As condições de insuficiências dos laudos, todavia, não devem ser tratadas com
excesso de rigor.
Só se deve considerar um laudo insuficiente quando os dados omissos no mesmo ou
que estiverem exposto de forma incompleta forem capazes de alterar a decisão do juiz.
Pequenos erros de cálculos, exclusões de detalhes e documentos irrelevantes, falta de
analises de particularidades não decisivas em face do julgamento são imperfeições, mas não
insuficiências competentes para que um laudo seja, de fato, considerado defeituoso por
insuficiência de dados.
Entretanto, não escapa ao julgamento de laudo insuficiente aquele que tem como
resposta a evasiva ou uma declaração de incapacidade de apuração quando na realidade a
apuração era possível.
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ESCLARECIMENTO DE LAUDO
Um laudo pode não estar devidamente claro, embora não seja considerado insuficiente.
Há uma diferença de conceitos; o laudo insuficiente é geralmente o que omite ou
distorce; o laudo que enseja esclarecimentos é o que não omite, não distorce, mas permite
interpretação duvidosa.
Existem expressões que podem permitir duplo sentido ou que possam conduzir a
entendimentos opostos.
Assim, por exemplo, a uma pergunta objetiva pode corresponder a uma resposta
subjetiva ou duvidosa.
Ocorrendo a necessidade de esclarecimentos, podem as partes e o próprio juiz ficarem
satisfeitos com explicações verbais ou adicionais.
Os laudos possuem prazos, ou seja, tempo certo em que devem ser produzidos;
portanto, para que haja prova de que o prazo se cumpre é preciso formalizar a entrega.
O perito deve proteger-se com a prova da entrega. A formalização de entrega deve
obedecer à natureza e às formalidades de cada caso; nas perícias administrativas, uma carta
ou um ofício; nas judiciais a petição ao juiz para anexação aos autos.
O laudo é compromisso em tempo determinado e por isso sua entrega deve ser sempre
comprovada.
Quando o perito contábil está a serviço do juiz, por ele nomeado, tem por
responsabilidade principal orientar a decisão do magistrado.
Algumas vezes, tal orientação está além do que consta do questionado, ou seja, o laudo
pode transcender os limites dos quesitos formulados. Deve o perito, então, por exercício da
consciência ética, ir além dos que requerem os temas elaborados pelas partes e acrescentar o
que pode contribuir para a decisão e que por ele foi detectado.
Trata-se de assumir o verdadeiro “espírito de opinião”, ou seja, o que o juiz espera como
orientação para proferir sua sentença.
Se o perito consegue perceber o que não foi perguntado mas que influi na decisão,
deve, a serviço da justiça e da qualidade de seu trabalho, transcender o que foi inquirido.
É da essência do trabalho do perito do juiz auxiliar o magistrado no sentido de uma
decisão adequada. A opinião do perito deve ser dada sempre quando ela puder influir no
critério da sentença.
NOVA PERICIA
Pode também o juiz não satisfeito com o laudo, determinar que seja feita uma nova
perícia.
Nesse caso não se trata de esclarecer um trabalho feito, mas de realizar outro.
A nova perícia não anula a primeira, ambas são instrumentos validos de apreciação.
No caso de uma nova perícia o perito vai esclarecer somente as dúvidas que ainda
restaram ao juiz e concentrar seu trabalho somente nesses quesitos. Só se justifica uma nova
perícia, quando a primeira for considerada insuficiente.
A insuficiência se justifica por falta de esclarecimento.
PERÍCIAS DISCREPANTES
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Diante de perícias discrepantes, o juiz pode tomar uma media de opiniões; o juiz não é
obrigado a limitar-se a um laudo especifico.
Assim por exemplo em um arbitramento de aluguel os laudos podem chegar a valores
diversos, mas, sendo todos muito bem fundamentados, pode o juiz optar por uma média de
opiniões.
O fato de uma perícia discrepar da outra é natural, especialmente em matéria que gera
polemica. O importante é que cada perito tenha condições de bem argumentar sua conclusão.
Os quesitos devem ser pertinentes a matéria que forma o motivo da ação. Devem ser
formulados em seqüência lógica de modo a conduzir-se à conclusão que se deseja.
O advogado depende muito de seu perito, mas este, para poder executar um bom
trabalho para as partes que o elegem, precisa muito bem conhecer os argumentos ou razoes
sobre as quais o advogado espera defender seu constituinte.
Os quesitos devem resultar de um esforço conjunto entre o contador e o advogado, de
modo possuírem uma forma lógica competente para se chegar às conclusões desejadas como
provas.
QUESITOS SUPLEMENTARES
Não se trata de um novo exame, mas de adicionar ao já feito elementos que se fazem
necessários.
Após a entrega dos laudos, o juiz abre às partes o exame dos mesmos; então, sim, pode
surgir a necessidade de complementar, em razão de as respostas sugerirem novos exames
pertinentes.
O juiz deverá deferir o pedido, pois se não o fizer, ainda que requeridos não serão
motivo de trabalho pericial.
Quando o perito vai realizar seu trabalho com base em quesitos complementares, deve
em seu lado identificar que de fato são desta natureza.
Na pratica há um novo laudo, embora esteja vinculado ao primeiro.
QUESITOS IMPERTINENTES
O perito pode deixar de responder um quesito se julgar que foge a sua especialidade.
Obviamente, o que extrapola ao campo contábil não é responsabilidade do perito contador.
Assim, por exemplo, se o quesito solicita ao perito a interpretação de um texto de lei,
não é ele obrigado a responder, por isso foge aos limites de sua responsabilidade, a menos
que o texto se refira especificamente a fato contábil.
Tais quesitos são ditos impertinentes, ou seja não se referem a matéria.
Por isso não é obrigado a responder a tudo o que lhe é perguntado, mas ao que é
pertinente a sua especialidade.
O PERITO CONTÁBIL
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exerce a atividade pericial de forma pessoal ou por meio de órgão técnico ou científico, com as
seguintes denominações:
(a) perito do juízo é o contador nomeado pelo poder judiciário para exercício da perícia
contábil;
(b) perito arbitral é o contador nomeado em arbitragem para exercício da perícia contábil;
(c) perito oficial é o contador investido na função por lei e pertencente a órgão especial
do Estado;
(d) assistente técnico é o contador ou órgão técnico ou científico indicado e contratado
pela parte em perícias contábeis.
Além dos conhecimentos técnicos de sua especialidade, o perito deve ter um conjunto
de qualidades morais e comportamentais que lhe poderão dar a reputação necessária para ser
preferido pelas partes interessadas e pelas autoridades judiciais.
Esse conjunto de qualidades fortalece a confiança que a justiça deposita no profissional,
elevando o grau de sua aceitação, confiança e também a preferência no momento da definição
do nome do profissional selecionado para o trabalho.
São elas:
Nas perícias contábeis judiciais, já vimos, três são os peritos: um do juiz e um de cada
parte do litígio.
O perito das partes devem ser indicados no prazo de quinze dias, contados da intimação
do despacho de nomeação do perito e no mesmo prazo, os quesitos são apresentados pelas
partes.
Aceita a indicação, o perito do juiz se compromete e pode então comunicar-se com os
assistentes indicados.
O assistente técnico conhece de sua indicação pelas partes em litígio ou pelos
advogados.
Os assistentes não se compromissam, mas apenas são indicados e depois avaliam o
laudo do perito do juiz.
Aos assistentes técnicos, cabe a manifestação em forma de parecer do laudo do perito
do juiz, concordando ou ressalvando.
Conforme a importância da causa, deve-se escolher a importância do perito. Quanto
mais complexa a causa, mais experiência e cultura deve ter o profissional.
Ao juiz compete também, fixar local, hora e prazo para entrega do laudo pericial.
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É também, lícito às partes recusar o perito do juiz por suspeição, mas deverá provar os
motivos da não aceitação do mesmo.
IMPEDIMENTOS
IMPEDIMENTOS LEGAIS
IMPEDIMENTO TÉCNICO
SUSPEIÇÃO
INDEPENDÊNCIA
Aceita a perícia, o profissional deve requerer seus honorários (fazem parte das custas e
quem pede a perícia é quem deve fazer o deposito).
Toda fixação previa pode, todavia, ser reajustada se o prazo da perícia assim o exigir e
nos casos de inflação.
Em caso de aumento da carga horária de trabalho do perito, mesmo ele tendo fixado
previamente seus honorários, pode pedir reajuste.
Cabe ao autor adiantar as despesas, mas se o réu perder, deverá com as mesmas
arcar.
A proposta pode ainda detalhar mais a natureza dos trabalhos a serem executados, para
justificar a previsão.
Pode ainda requerer o local em que o deposito seja feito a disposição do Meritíssimo juiz
a ser levantado quando da entrega dos trabalhos.
No caso dos assistentes os honorários são ajustados entre as partes.
Portanto:
1) faz se a proposta e pede-se o deposito prévio em conta e à disposição do MM. Juiz;
2) Executa-se a perícia e produz-se o laudo;
3) Entrega-se o laudo e faz-se petição para a liberação do deposito feito em conta que
ficou à disposição da justiça
Essa é a seqüência normal, todavia, pode o perito requerer ao juiz parte de seus
honorários por antecipação em caso de perícias que levarão tempo para serem concluídas (em
geral 50%).
Para bem conhecer todo o processo e realizar o plano da perícia, o perito precisa
conhecer bem os autos; para isso precisa retirá-lo do cartório onde se acha.
Tal ato também implica em requerimento, ou sendo o perito já bem conhecido é usual
que mediante simples controle do cartório lhe é entregue o processo.
Outras vezes é retirado pelo advogado e cedido ao perito em confiança.
O perito deve, ao devolver os autos, solicitar baixa da carga mediante protocolo de
entrega, para não correr o risco de ser acusado no caso de extravio do processo.
O perito pode ser responsabilizado pela inveracidade de seu laudo, se comprovado dolo
ou má fé, que em juiz, quer perante os conselhos de contabilidade. Tal responsabilidade
envolve:
Alem destas, pode também sofrer as sanções que venham a ser estabelecidas pelo
Tribunal de Ética Profissional dos Conselhos de Contabilidade.
Por isso o perito deve trabalhar com forte dose de cautela. Não deve precipitar-se.
É preferível omitir uma opinião sobre fatos os quais não se chegou a um convencimento
pleno do que lançar qualquer resposta só para satisfazer aos quesitos que foram formulados.
A pressa é inimiga de um trabalho pericial perfeito.
O sigilo profissional é um dever ético para qualquer tarefa contábil, mas essencialmente
na perícia.
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O profissional tem o dever de nada revelar sobre o que conhece ao elaborar seu
trabalho nem deve comentar o que realiza, com terceiros.
Na busca de um dado, pode-se passar por muitos outros.
A lei protege o sigilo.A ética impõe o sigilo.
OS PROCEDIMENTOS ARBITRAIS
O judiciário está cada vez mais lotado de processos e os litígios demorando anos para
serem julgados. Nesse sentido o judiciário aposta cada vez mais em alternativas para resolver
as lides de forma extrajudicial.
Idealmente, esses meios devem ser utilizados a fim de evitar que o conflito tenhaque ser
levado ao Judiciário. São as chamadas formas puras, a saber: a negociação, a conciliação, a
mediação e a arbitragem.
NEGOCIAÇÃO
CONCILIAÇÃO
MEDIAÇÃO
A mediação, assim como a conciliação, é comandada por uma terceira pessoa, estranha
ao litígio e neutra.
Normalmente, uma demanda precisa ser mediada quando não existe diálogo entre as
partes e o motivo pelo qual elas estão brigando não é claro. Um exemplo clássico é a briga de
vizinhos, que acumula várias questões durante um tempo, sendo necessário, primeiramente,
separar o que é de fato incômodo do que é apenas implicância.
Por causa disso, o papel do mediador é diferente do conciliador. Não cabe ao mediador
propor acordos. As partes determinam as regras e a forma de conversar. O profissional que
está ali, organizando a conversa, deve facilitar o diálogo e garantir que a ordem e a civilidade
sejam seguidas.
Com o advento do novo código de processo civil, a mediação e a conciliação ganharam
fôlego, pois o legislativo apostou em sua profissionalização e na regularização de sua utilização
em diversas oportunidades.
ARBITRAGEM
Legislação
Tipos e Características
De acordo com o art. 2o da Lei de Arbitragem, a arbitragem pode ser de direito ou por
equidade, a critério das partes.
Arbitragem de direito é aquela em que os árbitros decidirão a controvérsia
fundamentando-se nas regras de direito.
Arbitragem por eqüidade é aquela em que o árbitro decide a controvérsia fora das regras
de direito de acordo com seu real saber e entender. Poderá reduzir os efeitos da lei e decidir de
acordo com seu critério de justo. Para que o árbitro possa decidir por eqüidade as partes
devem prévia e expressamente autorizá-lo.
Há, contudo, um limite claro imposto à arbitragem que envolve a Administração Pública
(art. 2ª, § 3ª, da Lei 9.307). Neste caso, a arbitragem deverá ser sempre de direito, e ainda,
pública.
Os árbitros
De acordo com o art. 13 da Lei n. 9.307/96, pode ser árbitro qualquer pessoa capaze
que tenha a confiança das partes. A conjunção “e” revela que esses dois requisitos são
cumulativos.
Em relação ao requisito da capacidade, aplicam-se as regras do Código Civil.
Nesseparticular, há quem defenda, por exemplo, que até mesmo um analfabeto, apesar de
todas as dificuldades práticas, poderia ser árbitro.
Também não há impedimento para que um estrangeiro atue como árbitro, a menos que
exista alguma disposição em sentido contrário na convenção de arbitragem, uma vez que não
há nenhuma restrição na lei especial.
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Por outro lado, existem algumas vedações legais para que uma pessoa atue
comoárbitro. É o caso do magistrado em atividade, uma vez que o art. 95, parágrafo único, I,
da Constituição Federal lhe impede de exercer outro cargo ou função, exceto a de magistério.
Além disso, o mediador não poderá atuar como árbitro nem funcionar como testemunha
em processos judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que tenha atuado como mediador
(art. 7o da Lei de Mediação).
Vale registrar que o árbitro não precisa ser advogado, embora já se tenha reconhecido
que sua atuação como tal representaria exercício da advocacia.
Questão ainda controversa diz respeito à possibilidade de pessoa jurídica figurar como
árbitro. Há quem entenda que sim.
O legislador ao mencionar “pessoa” no art. 13, está se referindo apenas às pessoas
físicas, já que os árbitros possuem deveres e responsabilidades inerentes à sua atuação,
submetendo-se às mesmas regras de impedimento e suspeição dos juízes (art. 14), podendo,
ainda, ser responsabilizados criminalmente.
A Lei de Arbitragem não prevê um número máximo para árbitros, mas a quantidade deve
ser “sempre em número ímpar” (art. 13, § 1o), evitando-se um empate. Na grande maioria dos
casos, quando a arbitragem não é conduzida por árbitro único, é formado um painel com três
árbitros.
O processo de escolha dos árbitros deve observar o disposto na convenção de
arbitragem. Via de regra, a escolha dos árbitros é feita diretamente pelas partes. Cada parte
escolhe um árbitro (“coárbitro”) e os dois escolhidos elegem um terceiro, formando o painel
arbitral.
Os deveres dos árbitros estão bem definidos na lei especial (art. 13, § 6o). Devem agir
com imparcialidade, independência, competência, diligência e discrição. Também devem
observar o dever de cooperação e de divulgação.
De acordo com o art. 14 da Lei de Arbitragem, estão impedidos de funcionar
comoárbitros as pessoas que tenham – com as partes ou com o litígio que lhes for submetido –
algumas das relações que caracterizam os casos de impedimento ou suspeição de juízes,
observando-se, no que couber, o disposto no CPC.
O STJ já decidiu que a Lei de Arbitragem, ao estabelecer que o árbitro tem odever de
revelar qualquer fato que denote dúvida justificada quanto à sua imparcialidade, “não trata a
questão da imparcialidade do árbitro em numerus clausus, pelo contrário,estabelece uma
dimensão aberta, muito ampla desse dever, em razão das peculiaridades mesmas da
arbitragem”.
Diante da importância da função exercida e também para garantir maior proteçãoàs
partes, o art. 17 da Lei n. 9.307/96 equipara o árbitro, quando no exercício de suas funções ou
em razão delas, aos funcionários públicos para os efeitos da legislação penal.
De um modo geral, a idéia é proteger as partes de crimes como a concussão, corrupção
e prevaricação, disciplinados nos arts. 316, 317 e 319 do Código Penal.
Procedimentos arbitrais
Sentença arbitral
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O legislador fixou tal prazo (seis meses) para prestigiar um dos vetores da arbitragem(a
celeridade), entendendo, aparentemente, que o referido lapso temporal seria suficiente para a
conclusão do procedimento, o que, porém, não é a realidade do mercado.
De toda forma, cabe destacar que as partes podem convencionar um prazo distinto,seja
por meio da cláusula arbitral, por compromisso ou por qualquer outra forma de declaração de
vontade.
A sentença arbitral deve ser escrita eassinada pelos árbitros, ainda que em língua
estrangeira. Com efeito, não é permitida a prolação de sentença oral, mesmo que exista
registro audiovisual de seu conteúdo. A forma escrita confere maior segurança às partes.
De um modo geral, os requisitos da sentença arbitral se assemelham aos da sentença
judicial. Afirma-se que essa equiparação fortalece a identidade deambas quanto à eficácia
jurídica e ainda reforça a necessidade de se oferecer ao jurisdicionado uma satisfação do
quanto avaliado e decidido.
Em relação ao relatório, seja completo ou mais sucinto, ele contém a descrição dosfatos,
dos pedidos e do próprio conflito, criando uma moldura para o litígio. Isso é importante para
que as partes e os próprios árbitros possam compreender e aferir com previsão os limites da
arbitragem.
A data da assinatura da sentença arbitral põe fim à contagem do prazo (legal ou
convencional) para a pronuncia da decisão e também indica a finalização do processo
(ressalvada a hipótese de embargos arbitrais ou pedido de esclarecimentos).
Em todas essas hipóteses, será cabível a ação anulatória, e os árbitros terão que
retificar a sentença arbitral, seja para examinar o ponto não analisado, seja para suprimir “algo
estranho”, e, ainda, para excluir a parcela conferida a maior. A rigor, sempre quepossível,
devem ser preservadas as partes da sentença arbitral que estiverem dentro dos limites da
convenção.
Perícias na arbitragem
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Na arbitragem, embora seja possível a escolha de árbitros com expertise na
matériaobjeto do conflito, isso não elimina a necessidade de realização de perícia para
apuração de questões técnicas controvertidas.
Assim como ocorre no processo judicial, é muito comum que as partes
tambémapresentem pareceres técnicos para subsidiar os árbitros com elementos técnicos.
Em relação à escolha do perito, existem basicamente duas formas: nomeação
pelaspróprias partes ou pelos árbitros. É muito importante que o profissional escolhido
tenhaexperiência, credibilidade mercadológica e seja especializado na respectiva área de
atuação.
Da mesma forma que no processo judicial, o árbitro não está vinculado ao laudo
doperito, devendo examinar a integridade e força da prova à luz dos outros elementos dos
autos.
Diante da importância do encargo assumido, os peritos devem ser imparciais e
independentes. Normalmente, costuma-se exigir uma declaração de independência e
imparcialidade, franqueando-se prazo para as partes apresentarem eventual impugnação,
sobretudo quando a escolha é feita diretamente pelo árbitro.
Por sua vez, o laudo do perito deve ser claro e objetivo, com o enfrentamento daquestão
técnica. Além do relato dos fatos, cabe ao perito responder aos quesitos formulados,
descrevendo os pontos relevantes e indicando, se possível, a metodologia utilizada. Durante
eventuais diligências técnicas e na fase de elaboração do laudo, compete ao perito assegurar
as mesmas oportunidades às partes, agindo de modo absolutamente transparente. Também
lhe incumbe analisar e dialogar com os pareceres dos assistentes técnicos das partes,
garantindo um exame mais plural da controvérsia.
BIBLIOGRAFIA
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