Você está na página 1de 15

Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região - 1º Grau

Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região - 1º Grau

O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 0016876-94.2019.5.16.0001


em 06/11/2019 11:28:30 - afc9d39 e assinado eletronicamente por:
- PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS

Consulte este documento em:


https://pje.trt16.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
Documento assinado pelo Shodo
usando o código:19110611281515500000011292739
PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS
ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA-MG 196738/D
PERÍCIAS INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

MM (A) JUIZ (A) DA 1ª VARA DO TRABALHO DE SÃO LUIS - MA

1ª Vara do Trabalho de São Luis - MA.


PROCESSO - 0016876-94.2019.5.16.0001
RECLAMANTE – ANA RITA DE SOUSA PEREIRA
RECLAMADA – HOSPITAL SAO DOMINGOS LTDA.

Philipe Saraiva Brito Dias, Perito nomeado na Reclamação Trabalhista em


referência, vem apresentar seu Laudo Técnico Pericial.

Aproveita a oportunidade para requerer o arbitramento dos honorários periciais,


estimados em R$2.300,00 (dois mil e trezentos Reais), os quais abrangem a remuneração
profissional e os custos já realizados com deslocamentos, inspeções, bem como despesas
operacionais de escritório.

Aproveita ainda para agradecer pela honrada tarefa, estando à disposição para novas
nomeações.

Belo Horizonte, 15 de outubro de 2019.

Respeitosamente,

PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS


PERITO OFICIAL

-1-

Rua Carlos Chagas nº 11 – Ipase Alto / São Luis – MA / CEP.: 65061-100


Tel: (31) 99921-8618
philipesaraivadias@gmail.com
PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS
ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA-MG 196738/D
PERÍCIAS INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

LAUDO TÉCNICO PERICIAL


INSALUBRIDADE
1ª Vara do Trabalho de São Luis - MA.
PROCESSO - 0016876-94.2019.5.16.0001
RECLAMANTE – ANA RITA DE SOUSA PEREIRA
RECLAMADA – HOSPITAL SAO DOMINGOS LTDA.

I - DADOS FUNCIONAIS:
• Data de admissão: 01/06/2008
• Data de encerramento do contrato: 10/04/2019
• Cargo: Copeira.

II - CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
Para a elaboração e conclusões periciais este Perito usou dos seguintes
critérios/procedimentos:

Das diligências:

• Local – Av. Jerônimo de Albuquerque, 540 - Bequimão, São Luís – MA.


• Dia – 15-09-19.
• Horário – 10h30min

As fontes de consultas foram:

• Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho - NRs da Portaria 3214/78 de


08-06-78, com suas respectivas modificações e acréscimos posteriores (todas aplicáveis
ao caso aqui discutido).
• Outras.

-2-

Rua Carlos Chagas nº 11 – Ipase Alto / São Luis – MA / CEP.: 65061-100


Tel: (31) 99921-8618
philipesaraivadias@gmail.com
PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS
ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA-MG 196738/D
PERÍCIAS INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

Como fontes verbais de informações:

• Reclamante – Sra. Ana Rita de Souza Pereira – fone: (98) 99243-7274;


• Informante – Sra. Roseone Sobrinho – fone: (98) 98194-0868.
• Informante – Sr. Afonso Silva Vieira – fone: (98) 98176-1023.

Estiveram presentes na perícia:

– Dra. Juliana Pereira Bosaipo Guimarâes, Advogada da Reclamada – fone: (98) 98744-9277;
– Dr. Marcelo Felipe Campos Sousa, Assistente Técnico da Reclamada – fone: (98 99141-7498;
– Sr. Marlon Mendes Martins, Supervisor Jurídico da Reclamada – fone: (98) 98239-9576;
– Dr. Silas Arouche Pazzini, Advogado da Reclamante – fone: (98) 98785-8698.

Solicitações feitas à Reclamada quando do agendamento da pericia, para análises


no decorrer da diligência:

• Informante devidamente qualificado.


• PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – NR 09 da Portaria 3214/78
do Ministério do Trabalho e Emprego.
• Comprovante de fornecimento de EPIs - Equipamentos de Proteção Individual – NR
06 e NR 09 da Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego.
• Comprovante de treinamento relacionado com riscos ocupacionais mais
especificamente quanto a uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual – EPIs.
• FISPQs – Fichas Informações Segurança Produtos Químicos caso aplicáveis.
• Outros documentos que a empresa entender necessários para instruir a parte técnica da
perícia.

Foram apresentados pela Reclamada no ato da diligência:

• Informante devidamente qualificado.

III-LOCAL DE TRABALHO E ATIVIDADES:


Com base nas informações obtidas constatou-se:

Informações Reclamante Sra. Ana Rita de Souza Pereira: solicitada a declarar todas
as suas atividades, respondeu: que exerceu a função de Copeira. Que realizava o preparo
de lanches no setor da nutrição do hospital Reclamado. Que após preparar estes lanches
procedia com a entrega dos alimentos em apartamentos situados em todos os setores do
hospital Reclamado. Que após a refeição do paciente realizava ainda o recolhimento da
-3-

Rua Carlos Chagas nº 11 – Ipase Alto / São Luis – MA / CEP.: 65061-100


Tel: (31) 99921-8618
philipesaraivadias@gmail.com
PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS
ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA-MG 196738/D
PERÍCIAS INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

bandeja utilizada. Que nesta atividade adentrava nos quartos e deixava as bandejas com
os alimentos na mesa do quarto. Que quando executava a entrega de alimentos em locais
nos quais havia pacientes portadores de doenças infectocontagiosas, e que demandavam
isolamento, adentrava no local do isolamento e deixava o alimento também na mesa
deste local. Que cerca de oito vezes por mês adentrava em local de isolamento para a
entrega de alimentos. Que possuía livre acesso a luvas e máscaras, mas que o
fornecimento de equipamentos não foi registrado; que foi orientada e cobrada pelo uso
das proteções; questionado a responder se executou mais alguma outra atividade ou se
desejava prestar algum esclarecimento pertinente, respondeu: nada mais.

Informações Sra. Roseone da Silva Sobrinho: que iniciou suas atividades na empresa
em 2009 como Coordenadora do Setor de Nutrição e conheceu as atividades da
Reclamante. Solicitada a declarar sobre as atividades da Reclamante, respondeu: que a
Reclamante exerceu a função de Copeira. Que realizava o preparo de lanches no setor da
nutrição do hospital Reclamado. Que após preparar estes lanches procedia com a entrega
dos alimentos em apartamentos situados em todos os setores do hospital Reclamado. Que
após a refeição do paciente realizava ainda o recolhimento da bandeja utilizada. Que
nesta atividade adentrava nos quartos e deixava as bandejas com os alimentos na mesa
do quarto. Que quando executava a entrega de alimentos em locais nos quais havia
pacientes portadores de doenças infectocontagiosas, e que demandavam isolamento, a
Autora entregava os alimentos ao técnico de enfermagem responsável pelo paciente em
isolamento, que posteriormente transportava ele mesmo, este conteúdo aos quartos.
Questionada a responder se o Reclamante executou mais alguma outra atividade ou se
desejava prestar algum esclarecimento pertinente, respondeu: nada mais.

Informações Sr. Afonso Silva Vieira: que iniciou suas atividades na empresa em 2011
como Técnico de Enfermagem da UTI e não conheceu as atividades da Reclamante,
porém tem conhecimento sobre as atividades exercidas por profissionais da função de
copeira. Solicitado a declarar sobre as atividades pertinentes a função de copeira
respondeu: que a profissional da função copeira realiza seus serviços no setor da
nutrição. Que realiza o preparo de lanches no setor da nutrição e a posterior entrega
destes lanches em apartamentos situados em todos os setores do hospital Reclamado.
Que após o término do lanche realiza ainda o recolhimento da bandeja utilizada. Que
nesta atividade adentra no quarto e deixa a bandeja com os alimentos na mesa do quarto.
Que a profissional copeira quando atua em locais nos quais existem pacientes que
possuem patologias infectocontagiosas e em situação de isolamento, entrega os alimentos
ao técnico de enfermagem responsável pelo paciente em isolamento, que posteriormente
transporta ele mesmo, este conteúdo aos quartos. Questionado a responder se desejava
prestar algum esclarecimento pertinente, respondeu: nada mais.

-4-

Rua Carlos Chagas nº 11 – Ipase Alto / São Luis – MA / CEP.: 65061-100


Tel: (31) 99921-8618
philipesaraivadias@gmail.com
PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS
ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA-MG 196738/D
PERÍCIAS INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

IV-AVALIAÇÕES REALIZADAS:
As avaliações qualitativas e/ou quantitativas foram feitas com base nas
Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho vigente.

IV.1.1-RUÍDO do Anexo 1 (CONTÍNUO/INTERMITENTE),


NR-15 determina que a avaliação seja quantitativa e impõe Limites de Tolerância, o
qual, se ultrapassado, caracteriza a insalubridade em grau médio (20%).

Não constatado.

IV.1.2-RUÍDO do Anexo 2, (IMPACTO), NR-15 determina que


a avaliação seja quantitativa e impõe Limites de Tolerância, o qual, se ultrapassado,
caracteriza a insalubridade em grau médio (20%).

Não constatado.

IV.1.3-CALOR - Anexo 3 , NR-15 determina que a avaliação seja


quantitativa e impõe Limites de Tolerância, o qual, se ultrapassado, caracteriza a
insalubridade em grau médio (20%).

Não constatado.

IV.1.4-ILUMINAÇÃO - Anexo 4 , NR - 15 revogado pela


Portaria 3435/90 de 19-06-90, a qual foi reeditada em 23-11-90 pela Portaria 3751/90,
que manteve a revogação.

IV.1.5-RADIAÇÕES IONIZANTES - Anexo 5,


NR-15 determina que a avaliação seja quantitativa e impõe Limites de Tolerância, o
qual, se ultrapassado, caracteriza a insalubridade em grau máximo (40%).

Não constatado.

IV.1.6-TRABALHO SOB CONDIÇÕES


HIPERBÁRICAS - Anexo 6, NR-15 determina que a avaliação
seja qualitativa e quantitativa em função da própria atividade desenvolvida. A exposição
aos efeitos a tais condições gera, se detectada, a insalubridade em grau máximo (40%).

Não constatado.
-5-

Rua Carlos Chagas nº 11 – Ipase Alto / São Luis – MA / CEP.: 65061-100


Tel: (31) 99921-8618
philipesaraivadias@gmail.com
PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS
ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA-MG 196738/D
PERÍCIAS INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

IV.1.7-RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES -


Anexo 7, NR-15 determina que a avaliação seja qualitativa, não impõe Limites
de Tolerância, concentrações, tempo de exposição ou quantidades. A exposição aos
efeitos a tais radiações gera, se detectada, a insalubridade em grau médio (20%).

Não constatado.

IV.1.8-VIBRAÇÕES - Anexo 8, NR-15 determina que a


avaliação seja quantitativa e impõe Limites de Tolerância, o qual, se ultrapassado,
caracteriza a insalubridade em grau médio (20%).

Não constatado.

IV.1.9-FRIO - Anexo 9, NR-15 determina que a avaliação seja


qualitativa, não impõe Limites de Tolerância, concentrações, tempo de exposição ou
quantidades. A exposição aos efeitos a tais condições gera, se detectada, a insalubridade
em, grau médio (20%).

Não constatado.

IV.1.10-UMIDADE - Anexo 10, NR-15 determina que a


avaliação seja qualitativa, não impõe Limites de Tolerância, concentrações, tempo de
exposição ou quantidades. A exposição aos efeitos a tais condições gera, se detectada, a
insalubridade em grau médio (20%).

Não constatado.

IV.1.11-AGENTES QUÍMICOS do Anexo 11,


NR-15 determina que a avaliação seja quantitativa e impõe Limites de Tolerância, o
qual, se ultrapassado, caracteriza a insalubridade em grau médio (20%) ou máximo
(40%) conforme o agente envolvido.

Não constatado.

IV.1.12-AGENTES QUÍMICOS do Anexo 12,


NR-15 determina que a avaliação seja quantitativa e impõe Limites de Tolerância, o
qual, se ultrapassado, caracteriza a insalubridade em grau máximo (40%) .

Não constatado.
-6-

Rua Carlos Chagas nº 11 – Ipase Alto / São Luis – MA / CEP.: 65061-100


Tel: (31) 99921-8618
philipesaraivadias@gmail.com
PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS
ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA-MG 196738/D
PERÍCIAS INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

IV.1.13-AGENTES QUÍMICOS do Anexo 13,


NR-15 determina que a avaliação seja qualitativa, não impõe Limites de Tolerância,
concentrações, tempo de exposição ou quantidades. A exposição aos efeitos a tais
situações ali relacionadas ou agentes, gera, se detectada, a insalubridade em grau
mínimo (10%), médio (20%) ou máximo (40%), conforme a situação apurada.

Não constatado.

IV.1.14-AGENTES BIOLÓGICOS - Anexo 14,


NR-15 determina que a avaliação seja qualitativa, não impõe Limites de Tolerância,
concentrações, tempo de exposição ou quantidades. A exposição a agentes biológicos
gera, se detectada, a insalubridade em grau médio (20%) ou máximo (40%), conforme o
tipo de atividade desenvolvida.

Constatado.

Da constatação: a Autora em suas atividades realizava o preparo de


lanches no setor da Nutrição e a posterior entrega destes alimentos em
quartos situados em todos os setores do hospital Reclamado. Quando o
alimento precisava ser entregue para pacientes portadores de doenças
infectocontagiosas, e em situação de isolamento seja por via aérea ou de
contato, a Autora Informou que adentrava no ambiente de isolamento e
deixava este alimento na mesa deste local, o que conforme dito em
depoimento ocorria cerca de oito vezes por mês. Ambos os Informantes
informaram que havendo demanda de entrega de alimentos em ambientes
destinados ao isolamento de pacientes, a copeira apenas entregava este
alimento ao técnico de enfermagem responsável pelo paciente em
isolamento, que posteriormente executava ele mesmo a entrega deste
alimento ao paciente isolado.

Ainda que seja comprovado o relato da Autora, a mesma adentrava em


ambiente de isolamento no qual havia pacientes portadores de doenças
infectocontagiosas, somente por alguns segundos durante a atividade de
deixar o lanche na mesa do quarto isolado, não mantendo assim contato
direto com este paciente.

Desta forma, restou apurado em diligência que a Autora realizou suas


atividades em ambiente hospitalar e exposta de forma permanente a agente
biológicos diversos, o que caracterizou atividade insalubre em grau médio.

-7-

Rua Carlos Chagas nº 11 – Ipase Alto / São Luis – MA / CEP.: 65061-100


Tel: (31) 99921-8618
philipesaraivadias@gmail.com
PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS
ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA-MG 196738/D
PERÍCIAS INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

Da legislação:

NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES


ANEXO 14 - AGENTES BIOLÓGICOS

Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade


é caracterizada pela avaliação qualitativa.

Insalubridade de grau médio Trabalhos e operações em contato permanente


com pacientes, animais ou com material infecto-contagiante, em:

- hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de


vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde
humana (aplica-se unicamente ao pessoal que tenha contato com os
pacientes, bem como aos que manuseiam objetos de uso desses pacientes,
não previamente esterilizados);

Do fornecimento de proteções: o uso de equipamentos de proteção


individual não é capaz de neutralizar o risco ocasionado pelo contato com
agentes biológicos.

Meio de transmissão de doenças infectocontagiosas: a transmissão


pessoa-a-pessoa, isto é, do paciente para o trabalhador, do trabalhador para
o paciente, de trabalhador para trabalhador, etc, inclusive envolvendo
parentes ou acompanhantes, é a principal via de transmissão pela qual os
trabalhadores dos serviços de saúde adquirem doenças transmissíveis no
ambiente de trabalho. Em outras palavras, a transmissão pessoa-a-pessoa
constitui-se na principal via de exposição ocupacional a agentes biológicos
em serviços de saúde. (Fundacentro)

Estas pessoas podem possuir infecções ativas, podem estar em um período


assintomático ou de incubação de uma doença infecciosa ou podem estar
temporariamente ou cronicamente colonizadas com agentes patogênicos,
particularmente nos tratos respiratórios ou gastrointestinais (Siegel et al.,
2007).

A transmissão por aerossóis ocorre pela disseminação no ar de aerossóis


contendo agentes biológicos que permanecem infecciosos mesmo passado
algum tempo e após distâncias maiores percorridas por estas partículas.
Microrganismos dispersados desta forma podem alcançar grandes

-8-

Rua Carlos Chagas nº 11 – Ipase Alto / São Luis – MA / CEP.: 65061-100


Tel: (31) 99921-8618
philipesaraivadias@gmail.com
PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS
ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA-MG 196738/D
PERÍCIAS INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

distâncias em correntes de ar e podem ser inalados por indivíduos


suscetíveis que não tiveram contato face a face ou que não estavam no
mesmo recinto com o sujeito infectado. Agentes biológicos transmitidos por
esta via incluem os agentes da tuberculose, sarampo e catapora, sendo que
há alguma evidência que gripe e até mesmo alguns vírus gastrintestinais
também poderiam ser transmitidos por via aérea (Siegel et al., 2007).

V- QUESITOS RECLAMANTE – Id 5ec04fb:


1 - Em que setor da empresa a reclamante trabalhava e qual atividade
a mesma exercia? Na hipótese das partes apresentarem versões
divergentes no momento da diligência, indique o senhor perito, de
forma objetiva, em relação a qual fato há controvérsia.

R.: Conforme já exposto no Laudo:

Informações Reclamante Sra. Ana Rita de Souza Pereira:


solicitada a declarar todas as suas atividades, respondeu: que
exerceu a função de Copeira. Que realizava o preparo de
lanches no setor da nutrição do hospital Reclamado. Que
após preparar estes lanches procedia com a entrega dos
alimentos em apartamentos situados em todos os setores do
hospital Reclamado. Que após a refeição do paciente
realizava ainda o recolhimento da bandeja utilizada. Que
nesta atividade adentrava nos quartos e deixava as bandejas
com os alimentos na mesa do quarto. Que quando executava
a entrega de alimentos em locais nos quais havia pacientes
portadores de doenças infectocontagiosas, e que
demandavam isolamento, adentrava no local do isolamento e
deixava o alimento também na mesa deste local. Que cerca
de oito vezes por mês adentrava em local de isolamento para
a entrega de alimentos. Que possuía livre acesso a luvas e
máscaras, mas que o fornecimento de equipamentos não foi
registrado; que foi orientada e cobrada pelo uso das
proteções; questionado a responder se executou mais alguma
outra atividade ou se desejava prestar algum esclarecimento
pertinente, respondeu: nada mais.

Informações Sra. Roseone da Silva Sobrinho: que iniciou


suas atividades na empresa em 2009 como Coordenadora do
-9-

Rua Carlos Chagas nº 11 – Ipase Alto / São Luis – MA / CEP.: 65061-100


Tel: (31) 99921-8618
philipesaraivadias@gmail.com
PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS
ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA-MG 196738/D
PERÍCIAS INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

Setor de Nutrição e conheceu as atividades da Reclamante.


Solicitada a declarar sobre as atividades da Reclamante,
respondeu: que a Reclamante exerceu a função de Copeira.
Que realizava o preparo de lanches no setor da nutrição do
hospital Reclamado. Que após preparar estes lanches
procedia com a entrega dos alimentos em apartamentos
situados em todos os setores do hospital Reclamado. Que
após a refeição do paciente realizava ainda o recolhimento da
bandeja utilizada. Que nesta atividade adentrava nos quartos
e deixava as bandejas com os alimentos na mesa do quarto.
Que quando executava a entrega de alimentos em locais nos
quais havia pacientes portadores de doenças
infectocontagiosas, e que demandavam isolamento, a Autora
entregava os alimentos ao técnico de enfermagem
responsável pelo paciente em isolamento, que posteriormente
transportava ele mesmo, este conteúdo aos quartos.
Questionada a responder se o Reclamante executou mais
alguma outra atividade ou se desejava prestar algum
esclarecimento pertinente, respondeu: nada mais.

Informações Sr. Afonso Silva Vieira: que iniciou suas


atividades na empresa em 2011 como Técnico de
Enfermagem da UTI e não conheceu as atividades da
Reclamante, porém tem conhecimento sobre as atividades
exercidas por profissionais da função de copeira. Solicitado a
declarar sobre as atividades pertinentes a função de copeira
respondeu: que a profissional da função copeira realiza seus
serviços no setor da nutrição. Que realiza o preparo de
lanches no setor da nutrição e a posterior entrega destes
lanches em apartamentos situados em todos os setores do
hospital Reclamado. Que após o término do lanche realiza
ainda o recolhimento da bandeja utilizada. Que nesta
atividade adentra no quarto e deixa a bandeja com os
alimentos na mesa do quarto. Que a profissional copeira
quando atua em locais nos quais existem pacientes que
possuem patologias infectocontagiosas e em situação de
isolamento, entrega os alimentos ao técnico de enfermagem
responsável pelo paciente em isolamento, que posteriormente
transporta ele mesmo, este conteúdo aos quartos.
Questionado a responder se desejava prestar algum
esclarecimento pertinente, respondeu: nada mais.
- 10 -

Rua Carlos Chagas nº 11 – Ipase Alto / São Luis – MA / CEP.: 65061-100


Tel: (31) 99921-8618
philipesaraivadias@gmail.com
PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS
ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA-MG 196738/D
PERÍCIAS INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

2 - Considerando o que dispõe o art. 190 da CLT, esclareça o senhor


perito se a atividade da Reclamante encontra-se elencada como
insalubre na NR-15, anexo 14 Agentes Biológicos, aprovada pela
Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978?

R.: Restou apurada insalubridade conforme Anexo 14 da NR-15.

3 - A Reclamante estava exposta a algum agente que fizesse


necessária a utilização de equipamentos de proteção capazes de elidir
a ação dos possíveis agentes prejudiciais à saúde?

R.: Restou apurada insalubridade conforme Anexo 14 da NR-15.

4 – A quais agentes insalubres estava sujeita a Reclamante?

R.: Restou apurada insalubridade conforme Anexo 14 da NR-15.

5 - Indique o senhor perito, de forma objetiva, se a exposição da


reclamante à atuação do agente insalubre referido na resposta ao
quesito de número 3 se dava em caráter eventual, intermitente ou
permanente?

R.: A Autora em suas atividades esteve exposta a agentes biológicos de


forma permanente.

6 – A reclamante recebeu EPIs?

R.: O uso de equipamentos de proteção individual não é capaz de


neutralizar o risco ocasionado pelo contato com agentes biológicos.

Em caso de resposta afirmativa, indique o senhor perito, de forma


objetiva:

A) quais?

R.: O uso de equipamentos de proteção individual não é capaz de


neutralizar o risco ocasionado pelo contato com agentes biológicos.

- 11 -

Rua Carlos Chagas nº 11 – Ipase Alto / São Luis – MA / CEP.: 65061-100


Tel: (31) 99921-8618
philipesaraivadias@gmail.com
PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS
ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA-MG 196738/D
PERÍCIAS INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

B) se os mesmos são dotados do certificado de que cogita o art. 167


da CLT?

R.: O uso de equipamentos de proteção individual não é capaz de


neutralizar o risco ocasionado pelo contato com agentes biológicos.

C) se eram os mesmos eficazes para elidir a atuação do agente


insalubre referido na resposta ao quesito de número 3?

R.: O uso de equipamentos de proteção individual não é capaz de


neutralizar o risco ocasionado pelo contato com agentes biológicos.

D) Havia fiscalização da utilização dos EPI’s?

R.: O uso de equipamentos de proteção individual não é capaz de


neutralizar o risco ocasionado pelo contato com agentes biológicos.

7- Segundo sua avaliação, está-se diante de serviço prestado sob


condições de insalubridade, e, em caso positivo, em que grau e em
que extensão?

R.: Restou apurada insalubridade conforme Anexo 14 da NR-15.

8- As pessoas que acompanharam a vistoria trabalharam com a


Reclamante?

R.: Somente a informante Sra. Roseone da Silva Sobrinho.

VI- QUESITOS RECLAMADA – Id ac6213e:


1. Qual a diferença técnica entre exposição de grau máximo e grau médio
para agente biológico no tocante ao definido no Anexo 14 da NR 15 e
suportado pelo Art. 65 do Decreto 3.048/99 e alterado pelo Decreto 8.123/13?

R.: A diferença da insalubre ocasionada por agentes biológicos em grau


máximo e médio se dá mediante a confirmação ou não do contato do
profissional com pacientes portadores de doenças infectocontagiosas e
em situação de isolamento seja por via aérea ou de contato.

- 12 -

Rua Carlos Chagas nº 11 – Ipase Alto / São Luis – MA / CEP.: 65061-100


Tel: (31) 99921-8618
philipesaraivadias@gmail.com
PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS
ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA-MG 196738/D
PERÍCIAS INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

2. Qual o tempo médio de duração da entrega das alimentações, por


paciente? Qual a média de entregas realizadas por dia e tipo de refeição
(desjejum, lanche, almoço, janta, ceia)? Quantas são realizadas dentro de
uma mesma jornada de trabalho?

R.: Somente tem importância para este Profissional o fato da Autora


trabalhar dentro de um hospital, exposta assim a agentes biológicos
variados.

3. O tempo (médio e máximo) de execução das atividades de entrega de


alimentação, considerando a jornada total do trabalhador e as demais
atividades desenvolvidas, caracteriza a frequência de suposta exposição a
agentes insalubres como eventual, intermitente ou habitual/permanente?

R.: Somente tem importância para este Profissional o fato da Autora


trabalhar dentro de um hospital, exposta assim a agentes biológicos
variados.

4. Consta na Descrição de Cargo da reclamante a atividade de coleta ou


manipulação de resíduos hospitalares? Se sim, qual a classificação dos
resíduos manipulados? Estes se enquadram nos moldes da NBR 12808/16,
Resolução CONAMA 358/04 e RDC MS 306/04?

R.: Não restou apurado em diligência a realização desta atividade por


parte da Autora.
5. A reclamante realizava o uso de respirador para riscos biológicos? Se sim,
com que frequência e sob qual orientação?

R.: O uso de equipamentos de proteção individual não é capaz de


neutralizar o risco ocasionado pelo contato com agentes biológicos.

6. A reclamante possuía orientação de restrição de acesso aos apartamentos


com isolamento, devendo repassar os alimentos à equipe do posto de
enfermagem do pavimento, e que esta é quem faria a entrega ao paciente?

R.: A Reclamante afirmou em diligência que cerca de oito vezes por


mês adentrava em ambientes destinado ao isolamento de pacientes
para deixar refeições. Ambos os Informantes informaram ao Perito que
isto jamais ocorreu e que havendo necessidade da entrega de alimentos
a pacientes em isolamento, que a Autora simplesmente entregava este
alimento ao técnico de enfermagem responsável pelo paciente isolado,
que em seguida entrega ele mesmo a refeição a este paciente.

- 13 -

Rua Carlos Chagas nº 11 – Ipase Alto / São Luis – MA / CEP.: 65061-100


Tel: (31) 99921-8618
philipesaraivadias@gmail.com
PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS
ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA-MG 196738/D
PERÍCIAS INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

7. Qual a dinâmica existente dentro do processo de admissão do


paciente/entrada no hospital, seja via emergência, eletiva ou transferência de
outra unidade de saúde? Dentro desta dinâmica, em quais momentos já é
possível se definir a classificação de risco do paciente? A partir de quando se
passa a fornecer alimento pelo hospital ao paciente?

R.: Quesito sem qualquer importância.

VII - CONCLUSÃO
Após pesquisas e avaliações realizadas com base nas Normas de
Regulamentadoras aplicáveis a este caso e com base nas apurações feitas
em diligência, passa o Perito apresentar suas considerações e conclusões a
seguir:

CONCLUSÕES FINAIS:

Ficou CARACTERIZADA a INSALUBRIDADE em


grau médio (20%) por Agentes Biológicos – Anexo 14,
NR-15 – durante todo o pacto laboral.

Sendo estes os dados apurados e avaliados, ficam à disposição de V. Exa.


para os devidos fins.

Belo Horizonte, 15 de outubro de 2019.

PHILIPE SARAIVA BRITO DIAS


PERITO OFICIAL

- 14 -

Rua Carlos Chagas nº 11 – Ipase Alto / São Luis – MA / CEP.: 65061-100


Tel: (31) 99921-8618
philipesaraivadias@gmail.com

Você também pode gostar