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Faculdade Anhanguera

Unidade Sorocaba – SP

Gestão Comercial – 3ª Série

ATPS – GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS

Sorocaba
2013

Faculdade Anhanguera
Unidade Sorocaba – SP

Gestão Comercial – 3ª Série

ATPS – GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS

Trabalho solicitado para fins de avaliação


da 3ª serie, da Anhanguera Educacional,
sob orientação do Professor

Sorocaba
2013
Introdução

As organizações industriais, dentro de suas atribuições administrativas, precisam


obter e coordenar informações sobre estimativas de vendas, capacidade financeira,
estoques, prazos de entrega e custos de fabricação. Estas informações são subsídios
fundamentais para a elaboração de um planejamento da produção que possa explorar as
potencialidades disponíveis no mercado.
A apropriação dos custos indiretos de fabricação aos diversos produtos se constitui
num dos principais aspectos estratégicos para uma organização industrial.
Apropriações inadequadas podem prejudicar sensivelmente o comportamento das vendas
de seus produtos e até reduzir sua participação relativa dentro do mercado. A
crescente competitividade, os reflexos da abertura de mercado para os produtos
estrangeiros e a necessidade de otimizar resultados demandam procedimentos de
apropriação de custos indiretos que tornem os preços dos diversos produtos
fabricados mais competitivos e que explorem as tendências do mercado consumidor.
Todos os produtos são fabricados com a mesma matéria-prima e sofrem os mesmos
processos de transformação e acabamento percorrendo os mesmos caminhos de trabalho.
Seus respectivos tempos de fabricação são utilizados como parâmetro diferencial
para definir os preços de venda. Assim, uma empresa nestes padrões apresenta os
seguintes custos diretos de fabricação relativos aos seus produtos que são:
matéria-prima, materiais secundários, peças e componentes e embalagem.
Os custos indiretos de fabricação são compostos pelos seguintes elementos: mão de
obra e energia elétrica.
O parâmetro utilizado para a elaboração do modelo de projeção de custos indiretos
de fabricação foi a estruturação de custos dos produtos definida através dos
valores obtidos pelas médias das distribuições normais de frequência dos diversos
produtos de uma empresa em função de percentuais sobre seus respectivos preços de
venda. O mesmo procedimento foi adotado para a definição das margens de
contribuição dos diversos produtos. Para identificar a participação relativa dos
diversos elementos formadores dos custos de fabricação foi adotado um sistema
padronizado baseado numa equivalência percentual em relação aos preços de venda dos
noventa e cinco produtos de uma empresa.
Sobre a classificação dos custos de fabricação em uma organização industrial,
consideramos a alocação de cada um dos itens com os diversos produtos.

Objetivo da Gestão de Custos


O efetivo controle das atividades produtivas é condição indispensável para que
qualquer empresa possa competir em igualdade de condições com seus concorrentes,
hoje em dia. Sem este controle, ou seja, sem a capacidade de avaliar o desempenho
de suas atividades e de intervir rapidamente para a correção e melhoria dos
processos, a empresa estará em desvantagem frente à competição mais eficiente.
Tratando-se do controle de desempenho, cada vez mais as informações de custos
assumem importância, exigindo que as estratégias estejam vinculadas às diferentes
perspectivas de custos. Ou melhor, de acordo com o posicionamento estratégico, os
custos assumem papéis distintivos, permitindo diferentes formas de atuação das
administrações (maior ou menor ênfase ao seu controle).
A gestão de custos, independentemente das técnicas a serem utilizadas, pode se
transformar em fator diferenciador em relação a concorrentes, pares ou mesmo entre
unidades de uma mesma organização.

Definição
Pensando em uma empresa, podemos definir custos, despesas e gastos da seguinte
maneira:
Custos: São gastos diretamente relacionados com a produção dos bens e serviços
destinados a comercialização pela empresa.
Despesas: São os demais gastos decorrentes do exercício das funções empresarias de
apoio, de renda de pós venda e ou administração.
Gastos diretos e indiretos: gastos fixos e variáveis.

Componentes e Contas básicas


1 – MD / Materiais diretos, Matéria prima, Embalagem.
2 – MOD / Mão de obra direta, Mensurada e identificada de forma direta.
3 – CIF / Custos indiretos, custos que não são MD nem MOD.
4 – Despesas / Gastos não associados a produção
Margem de Contribuição por unidade é a diferença entre a receita e a soma dos
custos variáveis de cada produto, mostrando como cada produto contribui para,
primeiramente, amortizar os gastos fixos e, depois, formar o lucro.
n
Ct = Cd + S Pii x vii (equação 2)
i = 1
k
Cd = S Pei x vei (equação 3)
i = 1
Onde,
Ct - Custos totais;
Cd - Custos diretos relativos aos produtos fabricados;
Pii - Valor unitário do elemento de custo indireto i;
vi - Volume do elemento de custo indireto i consumido;
Pei - Valor unitário do elemento de custo direto i;
vei - Volume do elemento de custo direto i consumido;
n - Quantidade de elementos indiretos na estrutura de custos para a fabricação dos
produtos;
k - Quantidade de produtos fabricados.

Tipos e métodos de custeio


Custeio Direto ou Variável
O sistema de acumulação de custos só coletará, para apuração do custo de produção,
os custos diretos relacionados aos produtos.
Custeio padrão
É o sistema de acumulação de custos que mensura de forma científica, considerando
que todas as condições técnicas pré-estabelecidas de fabricação sejam alcançadas, o
valor dos produtos ou serviços.
Custeio ABC
Sistema de acumulação de custos que identifica e avalia monetariamente um conjunto
de eventos ou transações de cada atividade na empresa necessárias para a produção
de determinado produto ou serviço.
Custeio por Absorção
É o método tradicional de custeamento, onde, para se obter o custo de produção,
consideram se todos os gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou
variáveis. Os gastos industriais indiretos ou comuns são distribuídos aos produtos
por critérios de rateio.

PEPS
Este critério, também conhecido como FIFO (first-in, first-out) apura que os
primeiros artigos que entrarem no estoque, vão ser aqueles que vão sair em primeiro
lugar, deste modo o custo da matéria-prima deve ser considerado pelo valor de
compra desses primeiros artigos (Ferreira, 2007, p. 33).
Nesta maneira de agir, o estoque apresenta uma relação bastante expressiva com o
custo de reposição, sendo esse estoque representado pelos preços pagos
recentemente. Obviamente, adotar este método, faz com que o efeito da oscilação dos
preços sobre os resultados seja expressivo, as saídas são confrontadas com os
custos mais antigos, sendo esta uma das principais razões pelas quais alguns se
mostram contrários a este método.
UEPS
Este critério, também conhecido como LIFO (last-in first-out) é um método de
avaliar estoque bastante discutido. O custo do estoque é obtido como se as unidades
mais recentes adicionadas ao estoque (últimas a entrar) fossem as primeiras
unidades vendidas (saídas) (primeiro a sair). Pressupõe-se, deste modo, que o
estoque final consiste nas unidades mais antigas e é avaliado ao custo das mesmas.
Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o custo dos artigos vendidos (saídas)
tende a se refletir no custo dos artigos comprados mais recentemente (comprados ou
produzidos). Também permite reduzir os lucros líquidos expostos (Ferreira, 2007, p.
35).
Custo Médio
É o método aceito pela legislação fiscal mais utilizado pelas empresas no Brasil.
Consiste em avaliar o estoque pelo custo médio de aquisição apurado a cada entrada
de materiais, ponderado pelas quantidades adicionadas e pelas existentes
anteriormente. Esse sistema implica que em cada entrada a um custo de aquisição
diferente do custo médio anterior haverá um ajuste no custo médio. Como o custo
médio é resultado da divisão do valor monetário do estoque pelo saldo em
quantidades físicas, a cada saída, o custo é obtido pela multiplicação das unidades
saídas pelo custo médio atual. Dessa forma, nas saídas o custo médio permanece
inalterado, porém o fator de ponderação influenciará no cálculo do custo médio na
próxima entrada de materiais.
Por serem debitadas contra a receita os custos mais recentes de compras, e não o
custo total de reposição de todos os artigos utilizados, a aplicação deste método
não obtém a realização do objetivo básico. Esse método não é tão utilizado nas
empresas, pois dependendo do ramo de atuação, a empresa poderá ter sérios
prejuízos, por exemplo: Vendo produtos perecíveis, estes possuem validades, caso
venda os produtos que chegaram por último, se algum dia chegar a tentar vender
aqueles que foram adquiridos primeiramente, provavelmente os mesmos já estarão
vencidos.
Custeio Variável
A finalidade principal do emprego do conceito do custeio variável na execução dos
procedimentos da contabilidade de custos parece ser a revelação da margem de
contribuição, ou contribuição marginal. A margem de contribuição é a diferença
entre a receita de vendas e o custo variável de produção. A receita pode ser tanto
dos produtos quanto dos serviços ou de qualquer outro objeto de custeio. Para
muitos estudiosos a margem de contribuição tem um papel importante no auxílio à
gerência na tomada de decisões de curto prazo.

A margem de contribuição destina-se a mostrar quanto sobrou da receita direta de


vendas, depois de deduzidos os custos e as despesas variáveis de fabricação, para
pagar os custos periódicos. A princípio, trazem maiores lucros para a empresa
aqueles produtos que alcançarem margens de contribuição maiores do que os outros.
Só poderemos destacar a margem de contribuição se a contabilidade separar os custos
e as despesas de fabricação em fixos e variáveis, o que nem sempre é muito fácil,
pois depende do contexto em que atua a empresa (tamanho, complexidade, etc) e o
mercado em que seus produtos são consumidos.
Segundo Leone (1997; 341-344), o custeio variável é um instrumento bastante
utilizado pela gerência em sua função de planejamento das operações. Porque o
custeamento variável divide as despesas e os custos de fabricação e de outras
funções em fixos e variáveis e determina a margem de contribuição em relação a
qualquer objeto ou segmento da empresa, facilitando a análise do processo de
simulação antevendo os resultados da interação de custos, volume e lucro.
Mas nem tudo é vantajoso na metodologia do custeio variável, podemos mencionar
algumas desvantagens entre elas: os resultados do custeio variável não devem
substituir, em algumas decisões, as informações decorrentes de outros critérios. O
custeio variável é bem aplicado em problemas cujas soluções são de curto prazo.
Para obter soluções de longo prazo, normalmente as informações do custeio variável
não são recomendadas. O trabalho de análise das despesas e custos em fixos e
variáveis é dispendioso e demorado, o que indica que deverão ser feitos estudos de
custo x benefícios.
Considerando-se que as vendas totais e custo total variável são o resultado dos
respectivos valores unitários pelo volume de vendas, a apuração de resultados de
uma empresa através do método de custeio variável, para um dado período, poderia de
forma bastante simplista ser demonstrada como:
Vendas Totais
( - ) Custo Variável Total
( = ) Margem de Contribuição Total
( - ) Custos Fixos Totais
( = ) Resultado do Período

O valor e a tomada de decisão


A questão valor
Não existe um consenso na definição da palavra valor, provavelmente em virtude de
uma concepção errônea dos significados das palavras, o que gera discussões e
interpretações dúbias com relação aos conceitos. Objetivando minimizar a ação deste
tipo de barreira, será definido o termo básico de Valor. Segundo Buzzatto (1999;
19) “Valor é o mínimo a ser gasto para adquirir ou produzir um produto com uso, a
estima e a qualidade requerida”.
Segundo Helfert (2000; 277): “o encadeamento entre fluxos de caixa e a geração de
valor econômico é a expressão final do sucesso ou fracasso das decisões
empresariais de investimento, operações e financiamentos”.
Ainda o mesmo autor descreve os diferentes tipos de valor (2000; 278-282):
Valor Econômico – se relaciona à habilidade básica de um ativo ou de um direito de
propiciar fluxos de caixa pós-impostos de renda para o titular. É um conceito
orientado para o futuro.
Valor de Mercado – ou valor justo de mercado, que é o valor de qualquer ativo ou
grupo de ativos quando comercializado em um mercado organizado ou entre partes
privadas em uma transação espontânea, sem coerção.
Valor Contábil – é o valor estabelecido no balanço patrimonial, registrado de
acordo com os princípios fundamentais da contabilidade. É um valor histórico.
Valor de Liquidação – está relacionado à situação particular de uma empresa que
precisa liquidar parte ou todos os seus ativos e obrigações.
Valor de Cisão – uma variação no valor de liquidação, o valor de cisão está
relacionado às atividades de aquisição ou de reestruturação de uma empresa.
Valor de Reposição – é o montante que seria exigido para substituir um ativo fixo
existente. É o custo de substituição de uma máquina, de instalações ou de outros
ativos semelhantes.
Valor de Garantia – é o valor de um ativo utilizado como garantia para um
empréstimo ou outro tipo de crédito. Geralmente é considerado o montante máximo de
crédito que pode ser concedido pelo empenho de um ativo.
Valor Estimado – é estabelecido segundo normas legais locais como a base para a
tributação patrimônio.
Valor de Avaliação – é subjetivamente determinado e utilizado quando o ativo em
questão não tem um valor de mercado claramente definido.
Valor da Empresa em Operação – é uma aplicação do conceito econômico em uma empresa
ativa, da qual se espera a produção de uma série de fluxo de caixa futuros que o
comprador potencial deve avaliar para chegar ao preço do negócio como um todo.
Valor para o acionista – é gerado quando os retornos obtidos, a partir dos
investimentos existentes e novos, excedem o custo de capital da empresa.
Valor para o Investidor – é definido como o valor presente do investimento para o
investidor, enquanto o rendimento representa a taxa interna de retorno (TIR) obtida
pelo investidor em relação ao preço pago pelo investimento.
A questão do que seja valor passa necessariamente por diversas interpretações, uma
delas é definida por Copeland (et al. 2000; 86-87):
“O valor da empresa é determinado pelos fluxos de caixa futuros descontados e o
valor é criado quando as empresa investem com retornos que excedem seu custo de
capital”. E complementa: “Um administrador que tenha o valor como princípio está
tão interessado nas sutilezas do comportamento organizacional como em usar a
avaliação métrica do desempenho e ferramenta de decisão”.
É importante frisar que, na revisão literária, observa-se que o termo valor para
designar a expressão monetária de um objeto (empresa, produto, serviço etc.) no
qual pretende comprar, investir ou vender. Dessa forma, esse estudo pretende
utilizar-se de alguns desses conceitos de valor para uma melhor explanação sobre o
assunto.
O melhor exemplo para se entender o conceito é o dado por Adam Smith (1983) em seu
livro “A Riqueza das Nações” onde ele aborda o seguinte aspecto no ano de 1723:
“Nada é mais útil do que a água e, no entanto dificilmente se comprará alguma coisa
com ela, ou seja, dificilmente se conseguirá trocar água por alguma outra coisa. Ao
contrário, um diamante dificilmente possui algum valor de uso, mas por ele se pode,
muitas vezes, trocar uma quantidade muito grande de outros bens”.
Verifica-se uma confusão nos conceitos de valor e riqueza, para tanto diz Adam
Smith: “Um homem é rico ou pobre de acordo com o grau em que possa desfrutar de
tudo que é necessário, útil e agradável à vida humana”.
Portanto, o valor difere essencialmente da riqueza porque o valor depende não da
abundância, mas da facilidade ou dificuldade da produção. O trabalho de um milhão
de homens nas indústrias produzirá sempre o mesmo valor, mas não produzirá sempre a
mesma riqueza. Com o crescimento da competitividade as empresas precisarão de
gerentes competentes para enfrentar as dificuldades e incertezas que crescem no
mundo de hoje. Para tanto, os mesmos deverão ser treinados no processo de tomada de
decisão referente à tomada de decisão que agregam valores as empresas, elevando-se
a eficiência dos mesmos.
Uma outra questão é a mensuração do valor. O escritor Destutt de Tracy (apud
Ricardo, 1982) em 1804 diz:
“Medir qualquer coisa é compará-la com uma determinada quantidade da mesma coisa
que tomamos como medida-padrão, como unidade de comparação. Desse modo, medir para
determinar um comprimento, um peso, um valor é determinar quantas vezes representam
em metros, gramas, dinheiro, em síntese, quantas unidades do mesmo tipo”.
Pode-se dizer que ainda que seja impossível determinar com algum grau de precisão
qual é ou foi à média dos lucros do capital, no presente ou no passado, a
consideração dos juros do dinheiro é capaz de expressar uma ideia sobre os lucros.
Pode-se adotar que, onde se pode ganhar muito com o uso do dinheiro, muito se
pagará por esse uso, e onde pouco se pode ganhar com o uso dele, menos ainda é o
que se pagará por esse uso. Conforme, a taxa habitual de mercado dos juros variar
em um país, podemos afirmar que os lucros do capital variarão com ela: baixam
quando ela baixa, e sobem quando ela sobe. Portanto, a evolução dos juros do
dinheiro pode levar-nos a formar alguma ideia sobre a evolução do lucro de capital
ou acréscimo de valor.

Formação do Preço de Venda


Mark Up I e Mark Up II
Este estudo tem seu referencial teórico baseado na caracterização da
intangibilidade do “produto” serviço; na diferenciação entre investimento, custo e
despesa; na discriminação da teoria de custo e na definição do mark-up como
componente base da formação do preço de venda de uma empresa prestadora de serviços
na área de conservação e limpeza. Os indicadores econômicos de interesse estão
referenciados na análise do custo de prestação de serviços e na formação dos preços
de venda desses serviços.

Procedimento para cálculo de Mark-Up:

Serviço, bem intangível


As sociedades modernas são caracterizadas, principalmente, pelo fato de buscarem
satisfazer às necessidades humanas. Para Carvalho (1998), necessidade humana é
qualquer manifestação de desejo que envolva a escolha de um bem econômico capaz de
contribuir para a realização social do indivíduo.
Deste modo, pode-se caracterizar “bem”, como tudo aquilo capaz de atender a uma
necessidade humana, podendo ser classificado como tangível ou material – quando se
pode atribuir-lhes características físicas – e como intangível ou imaterial – que
são de caráter abstrato. Assim, todos os serviços prestados podem ser classificados
como bens intangíveis ou imateriais, pois deixam de existir quase que
simultaneamente à sua execução ou produção.
Troster e Morcillo (1999) definem serviço como o resultado de um esforço, de uma
performance que, quando vendido, não há, via de regra, nada a ser mostrado que seja
palpável. Ou seja, são produzidos e consumidos ao mesmo tempo.
Como um determinado bem ou serviço é procurado porque tem utilidade – satisfazer à
necessidade humana – sua oferta torna-se limitada pela escassez de recursos
(capital, terra e trabalho) disponíveis para produzir ou executá-los. Assim,
Carvalho (1998) caracteriza o serviço como um bem intangível com escassez
econômica. Por isso, possui preço, que serve para delinear as ilimitadas
necessidades humanas.

Terminologias utilizadas no estudo


Para melhor adequação didática dos recursos utilizados no processo de composição do
preço de serviços prestados, podem-se utilizar as seguintes classificações, segundo
Martins (2000):
Gasto: é todo sacrifício financeiro com que a entidade arca para obter um produto
ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de
entrega de ativos (dinheiro). Não inclui todos os sacrifícios com que a entidade
acaba por arcar, excluindo-se, por exemplo, o custo de oportunidade e a
depreciação, por não implicarem na entrega de ativos;
Investimentos: são os gastos com ativos (máquinas, veículos, acessórios, entre
outros) em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuros períodos;
Custo: é todo gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens
ou serviços;
Despesas: são bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção
de receitas.

Essas terminologias são de extrema importância para a empresa prestadora de


serviço, pois servem como uma ferramenta útil para análise gerencial da política de
preço adotada. Isso porque, segundo Bernardi (1996), sem uma política de preços bem
definida, estudada, avaliada e corretamente adequada ao mercado, a empresa estará
atuando aleatoriamente e sem direção, ou vendendo menos do que poderia, sem clara
consciência de sua performance, do impacto do mercado e da condição competitiva.

Modelo de custo
Para melhor satisfazer às necessidades dos clientes, cada serviço – bem intangível
ou imaterial – possui um processo de “produção” diferenciado e, consequentemente,
utiliza uma função de produção diferente para melhor adequação dos fatores de
produção. Como os fatores de produção são considerados recursos escassos e,
portanto, têm seu valor, as empresas buscam as melhores formas possíveis de definir
uma política de preço, com o objetivo de maximizar os resultados.
Pelo fato das empresas raramente possuírem ou obterem dados empíricos necessários à
construção da curva de demanda para um dado serviço, Bernardi (1996) cita que um
dos métodos mais utilizados para formação de preços é o que tem por base os custos,
devido à relativa praticidade e simplicidade.
Segundo Reis (2002), o modelo de custo serve para verificar se e como os recursos
empregados em uma atividade empresarial estão sendo remunerados, possibilitando
também verificar como está a rentabilidade de um dado empreendimento, se comparado
a outras alternativas de emprego do tempo e de capital. Assim, segundo esse autor,
a teoria do custo pode ser definida como a soma de todos os recursos (insumos e
serviços) utilizados no processo de produção de um bem (tangível ou não).
Considerando a teoria do custo como a melhor forma para estabelecer uma política de
preço para efeito de planejamento, deve-se determinar o período de tempo para
proceder à análise, que pode ser de curto ou de longo prazo.

A partir do curto prazo, pode-se classificar o custo total de produção de um bem em


custos fixos e custos variáveis. Os custos fixos correspondem à parcela dos custos
totais que são decorrentes dos gastos com fatores fixos de produção, ou seja,
gastos que não se incorporam totalmente ao serviço, mas o fazem em tantos serviços
executados conforme sua vida útil permitir. Reis (2002) complementa o raciocínio
afirmando que os custos fixos não são facilmente alteráveis no curto prazo e seu
conjunto determina a capacidade de produção de um empreendimento. Os custos
variáveis, por sua vez, correspondem à parcela dos custos totais que dependem da
produção do bem, ou seja, são aqueles gastos que possuem duração igual ou inferior
ao curto prazo e se incorporam ao serviço, necessitando ser repostos a cada serviço
a ser prestado. Além disso, eles podem ser alterados no curto prazo.
No longo prazo, todos os recursos utilizados para a execução dos serviços são
considerados variáveis, haja vista que o período identificado assume toda a vida
útil dos recursos fixos utilizados.
Carvalho (1998) define como custo total de produção de um bem (tangível ou não) o
total das despesas realizadas pela empresa com a utilização da combinação mais
econômica dos fatores de produção. Resumindo, o custo total nada mais é do que a
soma dos custos fixos e variáveis.
De acordo com Reis (2002), uma forma de melhorar a análise seria a decomposição dos
custos fixos e dos variáveis em custos operacionais e alternativos (ou de
oportunidade). Os operacionais constituem o gasto exigido pelos recursos que
necessitam de desembolso monetário por parte da atividade empresarial para sua
reposição. Já os alternativos (ou de oportunidade) correspondem ao retorno que o
capital utilizado na atividade empresarial estaria proporcionando se fosse aplicado
à outras alternativas. Ou seja, permite verificar se o empreendimento é viável,
desde que seu retorno financeiro seja igual ou superior à outras alternativas de
uso do capital. Assim, somando-se o custo operacional ao custo alternativo, obtém-
se o custo econômico.
A receita, no caso das empresas prestadoras de serviços, corresponde ao valor total
recebido por um dado serviço prestado.

Reis (2002) sugere as seguintes análises a partir da comparação entre o custo e a


receita obtida com dado serviço:
Lucro econômico ou supernormal: um empreendimento enquadra-se nessa condição quando
a receita total obtida for superior ao custo total de execução do serviço. Ou seja,
é uma situação em que a atividade empresarial está obtendo retornos maiores do que
as melhores alternativas possíveis de emprego do capital;
Lucro normal: já nessa condição, a receita total do serviço prestado é igual ao
custo total. Neste caso, a atividade empresarial está obtendo retornos iguais aos
que seriam obtidos nas melhores alternativas possíveis de emprego dos recursos;
Situação de resíduos: nesta condição, a receita total não é suficiente para cobrir
o custo total. Neste caso, o empreendimento não remunera totalmente os custos
alternativos, sendo necessário fazer uma análise a partir do custo operacional.
Assim, pode-se encontrar os seguintes resultados: a) resíduo positivo, quando a
receita total é menor do que o custo total, porém, maior do que o custo operacional
total; b) resíduo nulo, quando a receita total é igual ao custo operacional total;
c) resíduo negativo com cobertura de parte do custo fixo, quando a receita total é
menor do que o custo operacional total, porém, maior que o custo operacional
variável total; d) resíduo negativo sem cobertura dos recursos fixos, quando a
receita total é igual ao custo operacional variável total e, finalmente, e) resíduo
negativo sem cobrir os recursos variáveis ou capital de giro, nessa situação em que
o empreendimento encontra-se em total prejuízo.

Preço de venda pelo Mark-Up


A maioria das empresas prestadoras de serviço, sobretudo as de conservação e
limpeza, possui a estrutura de custos variáveis bem definida, onde se conhecem
quase todos os itens que a compõem. Entretanto, a alocação dos custos, as despesas
fixas e a determinação de um percentual de lucro ficam a critério das prestadoras
de serviços que, em muitos casos, vêem-se obrigadas a desconsiderar parte ou todo o
percentual destinado aos custos e despesas fixas, como forma de aumentar sua
competitividade no mercado por meio do preço.
Para Carvalho (1998), uma forma eficiente de alocação dos recursos fixos e do lucro
seria através do mark-up, que é uma margem fixa que incide sobre o custo variável,
proporcionando o preço final de venda. O autor completa dizendo que esse modelo
parte do pressuposto de que as firmas conhecem melhor seus custos de produção de
bens do que a demanda do serviço, razão pela qual o preço do produto é fixado a
partir de uma margem sobre os custos diretos de produção.
O mark-up não deve ser confundido com o lucro da empresa, uma vez que ele incide
somente sobre o custo variável, ou seja, uma parte dele, portanto, destina-se a
cobrir o custo fixo (CARVALHO, 1998). Assim, a margem pode ser dividida em dois
componentes básicos: um destinado a cobrir o custo fixo e outro representando o
lucro.
Carvalho (1998) conclui que o modelo de mark-up é muito utilizado em um modelo de
oligopólio, em que o objetivo da empresa é maximizar o mark-up, e não os lucros.
Essa situação é confirmada por Reis e Carvalho (1999), que afirmam que quanto mais
imperfeito for o mercado, maiores são as facilidades da firma, individualmente,
estabelecer sua política de mark-up, ou alterá-la, se assim lhe interessar.

Conclusão

Este estudo descreve a importância da Gestão de Custos para as empresas,


principalmente em um mundo globalizado e altamente competitivo como atualmente se
encontra, sendo que uma boa gestão de custos pode e deve representar um grande
diferencial competitivo. Porém são necessárias muitas técnicas, a maioria delas
bastante apuradas para se obter êxito no sentido de se detectar os vilões contábeis
que reduzem a lucratividade das empresas, pois muitas vezes são entendidos por
parte dos gestores menos preparados que não é possível reduzir custos sem perder
competitividade e por consequência entender que isso pode representar uma ameaça ao
crescimento da mesma.
Um bom sistema de gestão de custos deve fornecer as informações necessárias para
uma boa tomada de decisões, dando um diagnóstico confiável para a classificação das
despesas, estabelecimento de metas, melhoria dos processos, gestão de recursos,
orçamento de custos, etc.
Não existem formulas milagrosas para reduzir desperdícios, mas é fundamental uma
boa Gestão no que se refere aos custos dentro de uma empresa, pois, provavelmente,
será este controle que definirá a sustentabilidade da mesma em um mundo altamente
competitivo.
Num mundo em que cada vez mais, as grandes organizações buscam a excelência
empresarial para tornarem-se cada vez mais competitivas, há um forte investimento
em novas tecnologias e no capital intelectual de seus colaboradores, porém,
constata-se que muitas organizações encontram dificuldades que impedem ou freiam o
alcance dessa excelência. Isso pode estar ocorrendo devido à adoção de um sistema
de custeio que não absorve a realidade vivenciada pela organização. Ainda é
possível encontrar empresas que utilizam sistemas de custeio antigos e obsoletos,
que eram utilizados em uma realidade competitiva totalmente diferente da que
vivenciamos hoje.
Tendo-se constatado que os sistemas tradicionais de custeio já não vinham atendendo
adequadamente às necessidades atuais de administração e controle de custos, muitas
empresas líderes de diversas áreas industriais, organizações profissionais de áreas
de consultoria e contabilidade, universidades de grande renome internacional,
agências governamentais, professores universitários e outros formaram em 1986 um
fórum internacional, organizado pela CAM-I (Computer Aided Manufacturing –
International, Inc.) para o desenvolvimento de um projeto de pesquisa que recebeu a
denominação de Cost Management System (CMS). (NAKAGAWA, 1991, P-34)
Foi a partir desse movimento que o CSM ou GEC começou a se desenvolver, em face das
pesquisas e estudos que esse movimento produziu. Atualmente, existem diversos
sistemas de custeio que foram aperfeiçoados ao longo dos anos e que se implantados
poderiam melhorar ou auxiliar as tomadas de decisões dos gestores e assim, alcançar
a eficiência e eficácia tão almejada pelas organizações.
O presente trabalho enfatiza a importância da gestão estratégica de custos (GEC)
para as organizações e descreve alguns dos sistemas de custeio mais utilizados,
como, UEP, ABC, ABM e métodos alternativos de custeio, tendo base na sua
importância para a gestão estratégica de custos e para o gerenciamento ótimo das
empresas contemporâneas.
Em decorrência de mudanças contínuas nos ambientes corporativos, torna-se
necessário que as empresas atualizem-se constantemente. Portanto, tomar a decisão
certa no momento certo passa a ser algo primordial para a longevidade das empresas.
Em outras palavras, as situações decisórias no âmbito profissional, podem afetar
toda a empresa positivamente ou negativamente. Nesse sentido tomar a decisão certa
passa a ser a base de sucesso de todas as empresas.
Referências Bibliográficas
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