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Na quinta meditação dos Exercícios Espirituais da Quaresma em Ariccia, que o Papa Francisco
segue do Vaticano, o pregador Pe. Bovati aprofunda o tema da “travessia noturna” que pode
intimidar e suscitar dúvidas sem a âncora de salvação representada pela Palavra de Deus.
As pessoas hoje “têm medo porque se sentem ser de pó”: o antídoto desse medo não é “uma
compensação” calibrada sobre os genéricos “valores humanos”, mas é somente a Palavra de
Deus que aparece na história dos homens e os encoraja concretamente, indicando a direção para
“a travessia noturna”, sem atalhos ou varinhas mágicas. Sobretudo “no momento em que se
experimenta a dificuldade ou mesmo o desastre”.
Meditação desta quarta-feira de manhã
Os textos extraídos do livro do Êxodo (14, 1-31) e do Evangelho de Mateus (14, 22-32),
propostos por Pe. Pietro Bovati na manhã desta quarta-feira (4), foram atualizados com
profunda vivacidade durante a quinta meditação dos Exercícios Espirituais para a Cúria Romana
que estão sendo realizados na cidade de Ariccia.
A intenção deste dia de oração, confidenciou o pregador, “é de acolher o sentido espiritual de
alguns relatos” da Escritura, “trazendo indicações que nos ajudem na missão que o Senhor nos
confiou com o nosso chamado sacerdotal e com o chamado de responsabilidade na Igreja”. O
jesuíta trouxe novamente o exemplo de Moisés, “o servo de Deus”, “pessoa obediente e também
corajosa, dócil e ao mesmo tempo instrumento de docilidade aos outros”. Moisés “é oferecido a
nós como modelo para ser imitado”.
A travessia noturna
O Pe. Bovati recordou que o encontro recebeu o título de “travessia noturna”, já que através da
palavra “noite”, “somos chamados a entrar numa perspectiva de obscuridade que comporta
dimensões de inquietação, de desorientação”. E, ao mesmo tempo, “a noite é o lugar do
mistério, onde Deus se manifesta”. Ma há inclusive “o aspecto do caminho que, porém, se
apresenta como uma travessia, isto é, como uma estrada que faz passar, como no evento pascal,
através de um estreitamento e, como tal, ainda desperta medo e até rejeição”.
No final das contas, acrescentou o pregador, “são temáticas que falam do coração humano, do
processo daqueles que estão na dúvida, intimidados e, assim, buscam o socorro na Palavra de
Deus, do homem que o Senhor suscitou para completar essa passagem”. Na verdade, “as
pessoas têm medo porque se sentem ser de pó. É como a erva do campo, um sopro efêmero: é a
experiência de cada homem”.