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COMO OFERECER SUGESTÕES IDEAIS PARA

CRIANÇAS COM PROBLEMAS DE APETITE


CONTENTS
03      Introdução

06      Causas da falta de apetite em crianças

11      Como montar um cardápio para resolver esse problema

18      Como convencer a criança a seguir o cardápio

22      Conclusão

24      Sobre o Instituto Cristina Martins


INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

Você sabia que 1/3 das crianças são classificadas como picky eaters? Traduzindo, seria algo como
“comedores exigentes” ou seja, “crianças seletivas”. Destas, mais de 60% fazem de tudo para não ter que
se alimentar. E não para por aí: 90% consomem guloseimas no decorrer do dia, fator que atrapalha
o apetite no momento da refeição principal. 

Não à toa, a falta de fome dos filhos


pequenos está entre as principais
reclamações dos pais dentro das
clínicas de nutrição — seja por falta de
interesse na comida, seja pela ingestão
somente de alimentos específicos. Isso sem
falar na distração dos pequenos à mesa. 

O fato é que a ingestão inapropriada


de nutrientes durante a infância pode
afetar o desenvolvimento intelectual e até
mesmo físico. Por isso, é necessário ter
atenção redobrada em relação à alimentação
e observar se a falta de apetite é algo
4 recorrente ou persistente.
INTRODUÇÃO

Além do mais, é uma responsabilidade


dos pais identificar quais são os fatores
que podem gerar esse quadro e, assim,
procurar ajuda de um profissional
especializado na área — como em
nutrição infantil. Afinal, ele saberá
lidar com esse cenário, apresentando
soluções viáveis e, claro, saudáveis. 

Gostou da premissa e quer saber


mais sobre o tema? Elaboramos um
conteúdo especial com tudo o que
você precisa saber sobre crianças com
problemas de apetite, mostrando não só
a causa, mas também como resolver a
situação. Confira!

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CAUSAS DA FALTA DE
APETITE EM CRIANÇAS
CAUSAS DA FALTA DE APETITE EM CRIANÇAS

Os pais, às vezes, associam a falta de apetite das crianças apenas ao mal comportamento, ou seja,


às birras habituais da criança, o que é um engano. Como profissional da área, você deve saber que
existem diversos fatores responsáveis por reduzir o apetite dos pequenos. Que tal conhecer os
principais deles a seguir?

DOENÇAS 

As infecções bacterianas e virais, por


exemplo, são capazes de afetar a fome. Se a
causa for uma infecção aguda, o problema é
mais fácil de resolver e os danos não serão
extensos aos pequenos. Até porque essas
doenças são de curto prazo. 

Entretanto, se a infecção for crônica,


como é no caso de uma tuberculose, a
perda de fome é prolongada, gerando um
quadro complicado, que pode levar até
mesmo à desnutrição. 
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CAUSAS DA FALTA DE APETITE EM CRIANÇAS

Outra doença que prejudica o apetite


das crianças é a apendicite aguda,
que também é associada a náuseas e
também dores fortes do lado direito da
barriga. Além disso, a obstrução do
intestino, caracterizada pelo bloqueio da
passagem do conteúdo para o intestino, é
mais uma das causas da redução da fome.

Essas são apenas algumas das doenças.


Por isso, é importante que os pais fiquem
atentos e, por menor que seja a suspeita,
procurem um médico especializado para
conseguir o diagnóstico e depois tratar o
problema — de preferência com o suporte
de um nutricionista.

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CAUSAS DA FALTA DE APETITE EM CRIANÇAS

MOTIVOS PSICOLÓGICOS TRANSTORNOS ALIMENTARES

A falta de apetite também pode estar ligada Vinculados aos fatores psicológicos, os
a questões emocionais. Ansiedade, tédio, transtornos alimentares, como já dito,
estresse ou depressão são capazes de reduzir também estão na lista de possíveis causas
o apetite, assim como podem desenvolver para reduzir de forma geral o apetite. 
uma compulsão alimentar. 
A neofobia, caracterizada pelo medo que
Vale ressaltar que as causas psicológicas, algumas crianças têm de experimentar
demonstradas por meio das variações refeições diferentes, por exemplo, é
de humor, merecem cuidados especiais, um transtorno alimentar. Os pequenos,
assim como as doenças. Os pais devem nesse sentido, têm resistência em
ficar sempre alertas, pois elas podem se aceitar novos alimentos. Eles se negam a
manifestar também por sintomas físicos comer qualquer tipo de comida que seja
que levam à hipovitaminose, distúrbios desconhecida ou que não faça parte de
metabólicos e desnutrição. suas preferências alimentares. 

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CAUSAS DA FALTA DE APETITE EM CRIANÇAS

FATORES EXTERNOS

Acredite: até mesmo questões externas


podem prejudicar o apetite dos pequenos.
Quer um exemplo? Se eles estiverem em
locais movimentados, onde haja muitos
acontecimentos interessantes, é possível
que isso desvie a atenção da alimentação.
A criança passa a focar em outro objeto ou
situação — e isso pode ser causa da recusa
alimentar ou da inapetência observada. 

Além do mais, existe a possibilidade de que


a recusa dos alimentos seja uma tentativa
de chamar a atenção dos pais, decorrente
de conflitos familiares. Nesses casos, A manipulação do comportamento da
recompensas, chantagens, subornos, punições criança por meio de alimentos também
ou castigos para forçar a criança a comer pode reforçar, ainda mais, a ação de
devem ser evitados.  repulsa à alimentação.
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COMO MONTAR UM
CARDÁPIO PARA
RESOLVER ESSE
PROBLEMA
COMO MONTAR UM CARDÁPIO PARA
RESOLVER ESSE PROBLEMA

O primeiro passo para conseguir


garantir uma alimentação
equilibrada para o seu cliente
mirim é descobrir o motivo
da falta de apetite. Em outras
palavras, a fonte da perda da
fome que, como já explicado,
pode acontecer devido a
inúmeros aspectos. 

Já descobriu a origem? Então,


agora é hora de montar
um cardápio a partir desse
diagnóstico. Para ajudar nessa
tarefa, reunimos algumas
dicas de como solucionar o
problema. Acompanhe!

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COMO MONTAR UM CARDÁPIO PARA
RESOLVER ESSE PROBLEMA

DEFINA O CARDÁPIO DO DIA Portanto, quando for elaborar o


COM A PRÓPRIA CRIANÇA menu, tente compreender os gostos
das crianças e escolha as refeições
Isso não significa que o menu vai ter baseando-se na percepção
só junk foods, mais conhecidas como sensorial que elas têm, combinado?
“besteirinhas”, uma vez que são alimentos
com alto teor calórico, mas com baixo nível
de nutrientes. Pelo contrário, o indicado
é desenvolver um cardápio saudável,
mas levando em consideração as
preferências da criança.

Vale frisar que as crianças classificam


os alimentos pela cor, forma e sabor
— “com gosto” ou “sem gosto”. Assim, a
apresentação é muito importante e
pode ser o critério para aceitar ou rejeitar
um alimento. 

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COMO MONTAR UM CARDÁPIO PARA
RESOLVER ESSE PROBLEMA

INCENTIVE A CRIANÇA A COMER


NAS HORAS CORRETAS

Na fase pré-escolar, muitas crianças já frequentam


creches e instituições de educação infantil. Os
lanches nessas instituições passam a fazer parte da
rotina alimentar e o número de refeições aumenta. 

Contudo, a oferta de alimentos a qualquer


hora cria a ideia errônea de que não há regras
para a alimentação. É nesse contexto que surge
a importância de determinar horários fixos e
preestabelecidos para todas as refeições. 

Isso possibilita, desde cedo, o desenvolvimento


de bons hábitos alimentares. Os intervalos entre
as refeições também devem ser observados. Duas
a três horas, entre uma refeição e outra, são
suficientes. Cinco ou seis refeições devem
14 compor o cardápio dessas crianças. 
COMO MONTAR UM CARDÁPIO PARA
RESOLVER ESSE PROBLEMA

Outro ponto crítico é o tempo


estipulado para cada refeição.
Se a criança recusar os alimentos no
período determinado para o consumo,
a refeição deve ser encerrada. Nenhum
outro alimento deve ser oferecido até o
próximo horário. 

Cabe a você, como profissional da


área, instruir os pais para que eles
tenham mais controle sobre os horários
que os pequenos se alimentam. Afinal,
para conseguir acertar os ponteiros, é
preciso de um engajamento familiar
e escolar, que envolva os pequenos, os
pais e os professores.

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COMO MONTAR UM CARDÁPIO PARA
RESOLVER ESSE PROBLEMA

Não se esqueça, aqui, de surpreender a criança


APOSTE EM UM MENU com algo que ela ainda não conheça, uma vez
DIVERSIFICADO que essa ação incentiva a experimentação. Dê
uma atenção especial à oferta de alimentos ricos
Pelas características singulares dessa faixa em ferro, cálcio, vitamina A e zinco, já que são
etária, a monotonia alimentar pode ser essenciais nessa fase da vida.
um obstáculo. Servir sempre os mesmos
alimentos, preparados de forma semelhante, Além do mais, os doces ou sobremesas não
tira o apetite e o interesse da criança.  só podem, como devem ser considerados
parte da refeição. Só não caia na armadilha
Por isso, o indicado é desenvolver de utilizá-los como forma de recompensa ao
um cardápio alimentar rico em consumo dos demais alimentos. 
variedades de cores, sabores, texturas
e odores. Um alimento que tenha sido É comum o ato de barganhar com a criança: “se
rejeitado anteriormente pode ser oferecido você comer tudo, poderá comer a sobremesa”.
em outra oportunidade, com uma nova Essa é uma prática desaconselhada. O ideal é
forma de preparo ou de apresentação.  considerar a refeição inteira. Logo, se não há
espaço para os alimentos principais, também não
há para a sobremesa. 
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COMO MONTAR UM CARDÁPIO PARA
RESOLVER ESSE PROBLEMA

MODERE, MAS NÃO EXCLUA É importante escolher momentos próprios para


OS ALIMENTOS CALÓRICOS  a ingestão desses produtos. Os responsáveis
precisam determinar, junto à criança, dias ou
Não há dúvidas de que salgadinhos, horários destinados ao consumo, explicando
bolachas, doces e até mesmo refrigerantes a ela as razões dessa conduta.
estão na lista de alimentos preferidos
na maioria dos pequenos. Só há um Lembre-se ainda de que devido ao grande
probleminha: eles são altamente calóricos espaço dedicado pela mídia para a
e vazios de nutrientes. Então, devem ser divulgação desses alimentos, a proibição
extintos do cardápio, certo? pode estimular ainda mais o interesse
da criança.
Errado! O ideal, aqui, é moderar o
consumo e não eliminar. Esses Já no que diz respeito aos líquidos, a oferta
itens não devem ser proibidos. O também precisa ser limitada. Água, sucos,
mais recomendado é oferecê-los chás e, principalmente, bebidas gaseificadas
esporadicamente. Ou seja, apenas distendem o estômago e podem resultar em
em ocasiões especiais.  falsa sensação de saciedade. 

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COMO CONVENCER A
CRIANÇA A SEGUIR O
CARDÁPIO
COMO CONVENCER A CRIANÇA A SEGUIR O CARDÁPIO

O mais difícil foi feito, concorda? Não mesmo! De nada adianta montar um cardápio ideal se o cliente não
segui-lo à risca. É agora, então, que entra outro aspecto importante: convencer a criança de acompanhar,
na íntegra, o cardápio desenvolvido exclusivamente para ela. Veja a seguir como isso é possível!

AS CRIANÇAS DEVEM TER


O EXEMPLO EM CASA

Por mais que o nutricionista tenha um papel


fundamental na construção de um cardápio
alimentar adequado, é em casa, sob a influência
da família, que os pequenos aprendem a se
alimentar bem e de maneira saudável. 

Não à toa, os pais devem dar o exemplo.


Assim, não se corre o risco das crianças
perguntarem: “por que eu tenho que comer isso
se meus pais não comem?”. Cabe a você, então,
orientar também os responsáveis para que eles
tenham cuidado em relação ao que consomem
19 na frente dos filhos.
COMO CONVENCER A CRIANÇA A SEGUIR O CARDÁPIO

O MOMENTO DE REFEIÇÃO
DEVE SER AGRADÁVEL

A mesa de refeição não pode, em hipótese alguma,


ser um campo de batalha. Os pais, nesse sentido,
devem evitar algumas expressões, como: “se não
comer, não sai da mesa” — essa abordagem não vai
surtir nenhum efeito positivo. 

A família precisar criar o hábito de se sentar à mesa


e tornar esse um momento prazeroso. Essa não é
a hora de opressão e muito menos de despejar as
tensões do dia.

Além do mais, é recomendado desligar os


eletrônicos que podem ser uma distração.
Então, nada de tablets, televisão ou celular na hora
da refeição. Mostre para os pais que essa é uma
oportunidade única não só de comer bem, mas
20 também estreitar os laços familiares e interagir.
COMO CONVENCER A CRIANÇA A SEGUIR O CARDÁPIO

TORNE A ALIMENTAÇÃO Nesse momento, a criança muda


SAUDÁVEL UM HÁBITO sua percepção e aumenta muito
a relevância dada às questões  dos
As ações educativas relacionadas à alimentos. As refeições representam
alimentação precisam ser uma constante na um importante evento nas
vida da família e não apenas um ato isolado. interações familiares e são
Por isso, incentive a manutenção de uma portadoras de muito significado. 
rotina equilibrada — começando por uma
dieta saudável.  Os exemplos dados pela família são
usados como sustentação para os futuros
Vale frisar, nesse sentido, a importância hábitos do pequeno. As influências
de continuar estimulando o hábito de externas adquirem significado social. E
comer bem, sobretudo na denominada fase o padrão corporal exigido culturalmente
escolar — período que começa aos sete anos é somado às influências da mídia. Dessa
e segue até a criança completar 10 anos de forma, a pressão passa a ser sentida como
idade, quando inicia a adolescência.  uma força incontrolável.

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CONCLUSÃO
CONCLUSÃO

Não existe uma fórmula mágica capaz de Se a base familiar e escolar for
solucionar o problema de falta de apetite sólida, servirá como contraponto para
das crianças. Contudo, ao colocar em ajudar a criança — tanto na fase pré
prática as sugestões citadas, os pais quanto escolar —, a seguir um padrão
terão mais êxito nessa tarefa. alimentar saudável. Caso contrário, ela
ficará à deriva e aceitará as informações
É fundamental ressaltar que a veiculadas na mídia, independentemente
tendência atual é realizar esforços de serem adequadas ou não.
conjuntos entre o ambiente escolar
e familiar, bem como envolver a Em outras palavras, as crianças e seus
criança nas tarefas relacionadas à familiares devem receber orientações
alimentação — ou seja, da escolha e individualizadas sobre a dieta,
aquisição ao preparo e consumo. atividade física e mudanças
comportamentais ou ambientais.
É também essencial que a criança Contudo, toda a família deve ser
observe o comportamento alimentar das encorajada a seguir um modelo mais
pessoas próximas e receba explicações saudável de escolhas alimentares.
sobre as escolhas realizadas, com Tenha em mente que o efeito do modelo
orientações relacionadas aos prós e os parental é fundamental!
23 contras de cada opção.
rockcontent.com

SOBRE O INSTITUTO
INTRODUÇÃO

CRISTINA MARTINS

O Instituto Cristina Martins é


uma empresa madura e com atuação
há mais de 20 anos no mercado.
O nosso foco é prover educação de
qualidade na área de nutrição para
profissionais da saúde por meio de
cursos online.

Atualmente, contamos com 4 cursos


de especialização Lato sensu, além
de mais de 50 cursos de extensão.
Sem contar os mais de 30 materiais
educativos publicados.

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