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FISCALIDADE

O Estado para dar corpo aos seus objectivos de prestação de serviços à comunidade nos
mais variados campos como sejam:

 Educação;
 Saúde;
 Criação de infra-estruturas que possibilitem o desenvolvimento económico-
social;
 Segurança interna, integridade nacional, etc.

Necessita de receitas cuja fonte principal resulta dos impostos arrecadados dos
contribuintes, de acordo com regras estabelecidas legalmente.

Assim, atendemos à definição de imposto:

Imposto é a prestação pecuniária de carácter definitivo e unilateral, estabelecida por lei


a favor de uma pessoa colectiva de direito público, para a realização de fins públicos e
que não constitui sanção de um acto ilícito.

E distinguimo-lo de taxa porque:

Taxa é uma receita tributária em que há uma contraprestação individualizada de um


serviço público prestado àqueles que a pagam.

Direito Fiscal é o conjunto de normas jurídicas que regulam a obtenção das receitas por
via do imposto, as quais estabelecem todos os regulamentos que visam o lançamento, a
liquidação e a cobrança dos impostos.

Fiscalidade é o complexo de impostos que vigoram num determinado espaço territorial


bem como o conjunto (sistema) de leis e regulamentos administrativos (Contabilidade,
Direito, Economia).

ELABORADO POR: SILVESTRE BOTELHO “BÁVARO”


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Tel: 931 346 855 / 917 431 339 / 931 205 984
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FASES DO IMPOSTO

De um modo geral, para que exista um imposto, é necessário que exista um bem ou uma
situação sobre que ele recaia ou incida (objecto do imposto), a que corresponde um
determinado valor (Matéria Colectável), uma pessoa a quem deva ser exigido o seu
pagamento (devedor, contribuinte, sujeito passivo do imposto) e uma taxa que permita
determinar o montante da prestação a pagar.

Normalmente distinguem-se quatro fases ou momentos na vida do imposto:

Incidência – É a caracterização em abstracto dos elementos constitutivos da obrigação


do imposto;

Lançamento – Operações que permitem identificar o contribuinte e determinar a


matéria colectável;

Liquidação – Determinação do montante do imposto pela aplicação à matéria


colectável da respectiva taxa; pode ser feita pela administração fiscal, pelo contribuinte
ou por terceiros;

Cobrança – Operações de pagamento pelo contribuinte ou de arrecadação pelo Estado.

INCIDÊNCIA

A incidência ocupa-se da definição dos pressupostos necessários à geração do facto


tributário, isto é, a definição geral e abstracta, feita pela lei, dos actos ou situações
sujeitos a imposto e das pessoas sobre as quais recai o dever de o prestar. Ainda,
devemos distinguir Incidência Pessoal de Incidência Real:

 Incidência Pessoal - Determinação das categorias de sujeitos a imposto com


diferentes tratamentos fiscais;

 Incidência Real – Definição dos bens ou elementos do património que servem


de base à determinação do imposto a pagar.

O Sujeito Passivo do Imposto é a pessoa a quem a lei impõe o seu pagamento, que pode
ser uma pessoa singular ou colectiva, de direito público ou privado, nacional ou
estrangeiro.
Isenções: as normas de isenção são as que, formal ou sistematicamente, são exclusões
tributárias por estarem no capítulo da incidência, que claramente caiem no âmbito
genérico desta, afastando a respectiva aplicação, nos casos excepcionalmente previstos.

CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

 Impostos Directos
 Impostos Indirectos.

Impostos Directos – aqueles cujos pressupostos correspondem à verificação ou


identificação concreta do contribuinte, o qual está dotado de património colectável ou
aufere rendimento tributável.

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É o caso:
 Imposto sobre o rendimento do Trabalho;
 Imposto Industrial;
 Imposto sobre Sucessões e Doações;
 SISA.

Impostos Indirectos – Aqueles que surgem com a ocorrência de certas despesas ou


aquisições de bens para consumo ou fruição.

Neste caso destacamos:

 Imposto de Selo;
 IVA.

Impostos sobre o rendimento, impostos sobre o património e impostos sobre a


despesa.

A análise desta classificação, que é fundamentalmente económica, supõe a prévia


definição de rendimento, património e despesa.

Impostos sobre o Rendimento


O Rendimento é o produto imputável, regularmente e durante um certo período, a uma
fonte durável, designadamente ao trabalho (salários, comissões, etc.), ao património
(rendas, juros, etc.) ou a uma combinação dos dois (lucros de uma exploração
industrial ou comercial), sem amputação da fonte produtora.
São Impostos sobre o Rendimento, o IRT (Imposto sobre o Rendimento de Trabalho) e
o II (Imposto Industrial).

Impostos sobre o Património


Incidem sobre a riqueza adquirida, quer considerada estaticamente, considerando a
riqueza em si mesma (Imposto Predial Urbano), quer numa perspectiva dinâmica,
atingindo-a apenas no momento da respectiva transmissão (Imposto sobre Sucessões e
Doações, Imposto sobre Transmissões Onerosas de Imóveis ou móveis ou Sisa e
Imposto de Selo).

Impostos sobre a Despesa


Atingem a riqueza gasta, isto é, por intermédio do dispêndio pecuniário com a aquisição
de bens ou serviços, tributando-a no momento em que ela se manifesta. Podem revestir
a forma de impostos gerais sobre a despesa (IVA) ou de impostos especiais de consumo.

Impostos proporcionais, impostos progressivos e impostos regressivos

De harmonia com o tipo de taxas aplicáveis, os impostos são:


Proporcionais - quando a taxa é fixa para qualquer que seja o montante da matéria
colectável (II).
Progressivos - quando a taxa se eleva à medida que aumenta a matéria colectável (IRT)
Regressivos - quando a taxa diminui à medida que aumenta a matéria colectável (não
existe em Angola).
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IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DE TRABALHO (IRT)

Caracterização
O Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho foi criado pela lei 18/14 de 22 de
Outubro.

Trata-se de um imposto directo e progressivo que incide sobre os rendimentos por conta
própria ou por conta de outrem.

Incidência Pessoal ou subjectiva – (sobre quem incide o imposto?) Artigo 4.º

O Imposto é devido pelas pessoas singulares, quer residam, quer não, em território
nacional, cujos rendimentos sejam obtidos por serviços prestados, directa ou
indirectamente, a pessoas singulares ou colectivas com domicílio, sede, direcção
efectiva ou estabelecimento estável no país.

Consideram-se sempre obtidos em Angola os rendimentos derivados da:

 Actividade dos tripulantes de navios ou aeronaves pertencentes a empresas que


possuam no território nacional sede, direcção efectiva ou estabelecimento
estável;

 Actividade dos titulares dos cargos de gerência, administração e órgãos sociais


de sociedades tenham domicílio, no território nacional.

Incidência Real ou objectiva – (sobre que rendimentos incide o imposto?) Artigo


1.º

O Imposto incide sobre os rendimentos por conta própria ou por conta de outrem,
expressos em dinheiro, ainda que auferidos em espécie, de natureza contratual ou não
contratual, periódicos ou ocasionais, fixos ou variáveis, independentemente da sua
proveniência, local, moeda, forma estipulada para o seu cálculo e pagamento.

Constituem rendimentos para IRT

Todas as remunerações percebidas a título de:

 Ordenados, vencimentos e salários;


 Honorários e avenças;
 Gratificações, subsídios, prémios, comissões e senhas de presença;
 Emolumentos, participações em multas e custas, margens;
 Rendimentos comerciais e industriais;
 E outras remunerações acessórias.

Consideram-se também rendimentos do trabalho:

 Os abonos para falhas, os subsídios diários de representação, de viagens ou


deslocações e outras acima do limite estabelecido para os funcionários públicos;

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 As remunerações dos detentores de participações sociais pelo trabalho nas
respectivas sociedades;
 As remunerações dos membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas e
entidades equiparadas;
 Os aumentos patrimoniais e despesas efectivamente realizadas sem a devida
comprovação da origem do rendimento;
 As remunerações pagas pelos partidos políticos e outras organizações de carácter
político ou social.

Não constituem matéria colectável (Artigo 2.º):

 As prestações sociais pagas pelo INSS;


 As gratificações de fim de carreira;
 O abono para falhas até 5% do salário base;
 O abono de família pago pela entidade patronal até 5% do salário base;
 As contribuições para a segurança social;
 Os subsídios de renda de casa até ao limite de 50% do valor do contrato de
arrendamento;
 As compensações pagas por rescisão contratual, que não ultrapassem os limites
da LGT;

Não constituem matéria colectável:


 Os salários dos trabalhadores eventuais agrícolas e dos trabalhadores domésticos
contratados por pessoas singulares ou por agregados familiares;
 Os subsídios atribuídos por lei aos cidadãos nacionais portadores de deficiências
motoras, sensoriais e mentais;
 O subsídio diário de deslocação no país até 18.750kz;
 Os subsídios diários de alimentação até ao limite mensal de 30.000,00 Kz;
 Os subsídios diários de transporte até ao limite mensal de 30.000,00 Kz;
 O reembolso de despesas incorridas pelos trabalhadores quando deslocados em
serviço;
 Os subsídios de férias e de natal até 100% do salário.

Grupos de tributação (Artigo 3.º)

O novo CIRT segmenta os rendimentos de trabalho em grupos de tributação,


nomeadamente:

Grupos de Tributação:
 Grupo A
 Grupo B
 Grupo C

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Grupo A

Neste grupo incluem-se todas as remunerações dos trabalhadores por conta de outrem e
pagas por uma entidade patronal.

Grupo B

Neste grupo incluem-se todas as remunerações dos:

 Trabalhadores por conta própria que desempenhem, de forma independente,


actividades constantes na lista anexa ao Código.

 Gerentes, administradores e outros órgãos sociais.

Grupo C

Neste grupo estão incluídas as remunerações de actividades industriais e comerciais,


que se presumem, todas as constantes na tabela dos lucros mínimos.

Isenções (Artigo 5.º)


Estão isentos deste imposto os rendimentos auferidos pelos:
 Agentes das missões diplomáticas e consulares sempre que haja reciprocidade de
tratamento;
 Trabalhadores ao serviço de organizações internacionais;
 Trabalhadores ao serviço das organizações não-governamentais;
 Deficientes físicos e mutilados de guerra, com invalidez igual ou superior a
50%;
 Cidadãos nacionais com mais de 60 anos, derivados do trabalho por conta de
outrem;
 Antigos combatentes, deficientes de guerra e familiares de combatente tombado
ou perecido, decorrente da actividade dos Grupos A e B;

Determinação da matéria colectável (Artigos, 7.º, 8,º e 9.º)


• Trabalhadores por conta de outrem
• Dedução à retribuição global das contribuições obrigatórias para segurança
social
• Dedução das componentes remuneratórias não sujeitas ou isentas do imposto
• Aplicação da tabela do IRT

Liquidação (Artigo 10. º)


• A liquidação do imposto devido pela atribuição de rendimentos do Grupo A é
efectuada pela entidade responsável pelo pagamento destes rendimentos
(entidade empregadora), mensalmente, após efectuar as deduções legais,
aplicando ao valor apurado o disposto na tabela de taxa sobre o IRT anexa ao
Código e preenchimento do Documento de Liquidação de Imposto (Retenção na
fonte)

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Entrega/pagamento. (Artigo 11.º)

O imposto devido pela atribuição de rendimentos do Grupo A deverá ser entregue, até
ao final do mês seguinte ao do pagamento, na repartição fiscal competente sobre a área
em que o trabalhador se encontra a desempenhar a prestação de trabalho, pela entidade
empregadora

Obrigações declarativas. (Artigo 12.º)

• As entidades responsáveis pela atribuição de rendimentos do Grupo A, B e C


deverão preencher, no mês de Fevereiro, uma declaração de rendimentos
anual (Modelo 2), em que conste a seguinte informação relativa ao exercício
fiscal anterior:

Nome completo e morada do beneficiário;


Número de identificação fiscal;
Número de Segurança Social;
Valor anual dos rendimentos pagos;
Montante total de imposto pago no ano anterior.

• Os titulares de rendimentos do Grupo B (trabalhadores independentes nos


termos da tabela de profissões anexa ao Código) deverão entregar, até o final do
mês de Março, na repartição fiscal da área do escritório ou estabelecimento, a
Modelo 1, em que deverão descriminar todas as remunerações auferidas no ano
anterior
• Os titulares de rendimentos do Grupo C (actividade comercial) deverão entregar,
até o final do mês de Março, na repartição fiscal da área do escritório ou
estabelecimento, a Declaração Modelo Oficial, descriminando as vendas e os
serviços não sujeitos à retenção na fonte, auferidas no ano anterior
• Os Contribuintes do Grupo B e C, sempre que cessarem a sua actividade no
decorrer do ano fiscal, deverão entregar uma declaração Modelo n.º 3, na qual
participam a Repartição Fiscal competente a respectiva cessação de actividade
Taxas (Artigo 16.º)
• À matéria colectável apurada por atribuição de rendimentos do Grupo A
aplicam-se as taxas constantes na tabela anexa ao Código.
• Aplica-se a taxa efectiva de 10,5% (15% sobre 70% da matéria colectável
apurada), quando se refere a retenção na fonte.
• Quando se refere ao titular do rendimento, aplica-se a taxa de 15% sobre o valor
dos rendimentos, após a dedução de 30% do valor, considerando como encargos
fiscais ou os custos que prove ter gasto, mas até ao limite aqui estabelecido.
• Quando os rendimentos sujeitos a retenção na fonte, nos termos do Código do
Imposto Industrial, a taxa é de 6,5% (retenção na fonte)
• Quanto aos rendimentos resultantes da prática de actos de comércio, o
rendimento colectável é o constante na Tabela de Lucros Mínimos em vigor, a
taxa de 30%.
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• Quando os rendimentos obtidos excedam quatro vezes o limite mínimo da
actividade, de acordo com Tabela dos Lucros Mínimos, a matéria coletável
corresponde ao volume total de vendas de bens e serviços não sujeitos a retenção
na fonte em sede do Imposto Industrial, a taxa é de 6,5%.
Obrigações acessórias. (Artigo 17.º)

• Para efeitos de entrega do imposto devido pela atribuição de rendimentos do


Grupo A, devem os salários ser processados por todas as entidades em mapas
de remunerações mensais, sempre que se trate de mais de três trabalhadores,
nelas se incluindo os trabalhadores isentos
Conservação da documentação (Artigo 22.º)

• Os sujeitos passivos e os substitutos tributários do Imposto sobre os


Rendimentos do Trabalho são obrigados a conservar toda a documentação
contabilística relevante para o correcto apuramento do imposto devido, por um
prazo de 5 anos.
• Devem ser conservados os documentos e registos que sirvam de suporte às
declarações dos contribuintes que exerçam actividade por conta própria devem
ser conservados também por um prazo de 5 anos.
Penalidades. (Artigo 27.º 35.º)

• A falta, inexactidão das várias declarações previstas no CIRT, bem como as


omissões nelas praticadas são punidas com multa nos termos do Código Geral
Tributário
• Os atrasos superiores a 30 dias na escrituração dos registos, são punidos com
multa a apurar nos termos do Código Geral Tributário no valor mínimo de Kz
50.000.
• Verificado o atraso, e independentemente do procedimento para a aplicação da
multa, a Repartição Fiscal manda notificar o transgressor para regularizar a sua
escrita dentro do prazo de 30 dias, com a cominação de que não o fazendo ficará
ainda sujeito as multa de Kz 100.000.
• As entidades responsáveis pela entrega da declaração Modelo 2, quando não
apresentarem, nos prazos definidos no código, são punidos com a pena de multa
de Kz 4.000, por cada nome.
• As entidades obrigadas à retenção de imposto na fonte que não cumpram essa
obrigação são punidas com multa nos termos do Código Geral Tributário, não
podendo ser inferior a Kz 50.000
• A falta de entrega do imposto, ou a entrega de quantia inferior à descontada é
punida com multa igual ao dobro do quantitativo do imposto em falta, sem
prejuízo de procedimento criminal se se presumir a existência de crime
(normalmente trata-se de crime de “abuso de confiança”, sem prejuízo de poder
preencher também os elementos da “fraude fiscal”)

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As multas constantes no CIRT são sempre reduzidas a metade, quando o cumprimento
da obrigação fiscal se efectuar voluntariamente, dentro dos 30 dias subsequentes àquele
em que devesse sê-lo feito

Procedimento para calcular:

 Calcular a remuneração completa sujeita ao INSS:


Salário base + retribuições + subsídios sujeitos a INSS.

 Aplicar a taxa de INSS [3%] e calcular a prestação obrigatória.


 Calcular a remuneração sujeita a IRT:
Salário base + retribuições + subsídios sujeitos a IRT – Prestação de
INSS

 Aplicar a taxa de IRT consoante a tabela de IRT e calcular o imposto a reter ao


colaborador
Calcular a remuneração líquida:

 Soma de todos os componentes da remuneração - Prestação de IRT – Prestação


de INSS

Grupo A

Taxas

Até 34.450,00 Kz Isento


De 34.451,00 a 35.000,00 excesso de 34.450,00
De 35.001,00 a 40.000,00 Parcela fixa 550,00 + 7% sobre o excesso de 35.000,00
De 40.001,00 a 45.000,00 Parcela fixa 900,00 + 8% sobre o excesso de 40.000,00
De 45.001,00 a 50.000,00 Parcela fixa 1.300,00 + 9% sobre o excesso de 45.000,00
De 50.001,00 a 70.000,00 Parcela fixa 1.750,00 + 10% sobre o excesso de 50.000,00
De 70.001,00 a 90.000,00 Parcela fixa 3.750,00 + 11% sobre o excesso de 70.000,00
De 90.001,00 a 110.000,00 Parcela fixa 5.950,00 + 12% sobre o excesso de
90.000,00
De 110.001,00 a 140.000,00 Parcela fixa 8.350,00 + 13% sobre o excesso de
110.000,00
De 140.001,00 a 170.000,00 Parcela fixa 12.250,00 + 14% sobre o excesso de
140.000,00
De 170.001,00 a 200.000,00 Parcela fixa 16.450,00 + 15% sobre o excesso de
170.000,00
De 200.001,00 a 230.000,00 Parcela fixa 20.950,00 + 16% sobre o excesso de
200.000,00
+ 230.001,00 Parcela fixa 25.750,00 + 17% sobre o excesso de 230.000,00

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Exemplo
Grupo A

Vejamos o caso de um contribuinte que aufere uma remuneração mensal de 50.000,00


Kwanzas.

Rendimento Bruto = 50.000,00

Descontos para Segurança Social = 50.000 X 3% = 1 500,00

Rendimento colectável = 50.000,00 – 1500,00 = 48.500,00

Colecta = 48.500,00 - 45.000,00 = 3.500,00 X 9% = 315,00

315,00 + 1.300,00 = 1.615,00


O imposto a pagar é de 1.615,00 Kwanzas.

Vejamos o exemplo:

Um contribuinte que exerce a profissão liberal de contabilista, emitiu recibos, durante o


ano, no valor de 1.200.000,00 kz, sem qualquer retenção. Os encargos da actividade
foram:

A renda anual do escritório foi de 120.000,00 kz;


As despesas com comunicações foram de 30.000,00 kz;
Os salários anuais da secretária 240.000,00 kz.

Rendimento Bruto 1.200.000,00

Deduções:

Rendas 120.000,00

Comunicações 30.000,00

Remunerações ao pessoal 240.000,00


---------------
Total dos encargos 390.000,00

30% X 1.200.000,00 = 360.000,00

Os encargos são limitados a 30% do Rendimento Bruto.

Rendimento colectável 1.200.000,00 – 360.000,00 = 840.000,00

Colecta 840.000,00 X 15% = 126.000,00

Imposto a pagar = 126.000,00

O contribuinte terá que pagar até ao fim do mês de Março do ano seguinte.

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CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURANÇA SOCIAL

Caracterização
As Contribuições para o Sistema de Segurança Social estão definidas no Decreto nº
38/08 de 19 de Junho.

Incidência objectiva

Constituem base de incidência:


 Remuneração ilíquida do trabalhador, nomeadamente:
 Todas as prestações pecuniárias que, nos termos da relação jurídico-laboral,
são devidas ao trabalhador pela entidade empregadora.
 No caso de remunerações em espécie, estas deverão ser referenciadas pelo valor
em dinheiro, para efeitos de cálculo da contribuição.
NÃO integram a base de incidência da contribuição:
 Prestações sociais pagas pelas entidades empregadoras no âmbito da protecção
social obrigatória.
 Subsídio de férias

Taxas
As taxas de contribuição são:
 8% para as entidades empregadoras;
 3% para os trabalhadores por conta de outrem.
 8% para os trabalhadores por conta própria, sobre o salário declarado.
 Poderá ser de 11%, caso o contribuinte opte pelo esquema alargado.

Liquidação
As entidades empregadoras devem entregar, mensalmente, até ao dia 10, no Instituto
Nacional de Segurança Social, as folhas de remunerações pagas no mês anterior.

Cobrança
O pagamento das contribuições deve ser efectuado até ao dia 10 do mês seguinte.
Decorridos os prazos para o pagamento das contribuições são devidos juros de mora.

EXERCÍCIO 1

O Senhor Bimbo da Costa trabalha por conta de outrem e durante o mês anterior auferiu
as seguintes remunerações:

Salário 90 000,00 kz;


Subsídio de férias 100 000,00 kz;
Abono de família 5 000,00 kz;
Subsídio de transporte 35 000,00 kz;
Subsídio de renda de casa 12 000,00 kz, sabendo que o contrato de arrendamento é de
20 000,00 kz.
Calcule o valor líquido que o Sr Bimbo recebeu.
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IMPOSTO INDUSTRIAL (II)

Caracterização

Foi aprovado pela Lei n.º 19/14 de 22 de Outubro.

Trata-se de um imposto directo que tributa os lucros do exercício.

Incidência

Incidência real ou objectiva (material) - O que está sujeito a imposto (Artigo 1.º)

O imposto industrial incide sobre os lucros imputáveis ao exercício das actividades


comerciais e industriais, ainda que acidentais.

É considerado de natureza comercial ou industrial a actividade:

• De exploração agrícola, aquícola, avícola, pecuária, piscatória e sílvicola;


• De mediação, agência ou representação na realização de contratos de qualquer
natureza;
• Regulada pela entidade de supervisão de seguros, pela entidade de supervisão de
jogos, pelo BNA e pela Comissão do Mercado de Capitais;
• Das sociedades cujo objecto consista na mera gestão de uma carteira de imóveis,
de participações sociais ou títulos;
• Das fundações, dos fundos autónomos e das associações de beneficência.
Incidência pessoal ou subjectiva - Quem está sujeito a imposto. (Artigos 2.º, 3.º e 4.º)

Ficam sujeitas a imposto industrial pelos lucros realizados em Angola as pessoas


colectivas:

• Nacionais; e
• Estrangeiras.
Que exerçam qualquer actividade referida anteriormente.

As que tiverem sede em Angola são tributadas pela totalidade dos lucros obtidos no país
e no estrangeiro.

As pessoas colectivas que tiverem sede no estrangeiro e estabelecimento estável em


Angola serão tributados pelos lucros imputáveis:

• Ao estabelecimento estável aqui situado;


• Às vendas no país, de mercadorias da mesma natureza ou de natureza similar das
vendidas pelo estabelecimento estável;
• A outras actividades comerciais no país da mesma natureza ou de natureza
similar das exercidas pelo estabelecimento estável.

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As que tenham sede no estrangeiro, sem estabelecimento estável no país são tributados
à taxa liberatória.

São considerados sujeitos passivos (Artigo 5.º):

• Sociedades comerciais ou civis sob forma comercial;


• Cooperativas, fundações, associações e fundos autónomos, empresas públicas e
as demais pessoas colectivas de direito público ou privado, com sede em
Angola;
• Entidades desprovidas de personalidade jurídica, com sede em Angola, cujos
rendimentos não sejam directamente tributáveis em Imposto Industrial, quer
estejam na titularidade de pessoas singulares ou colectivas. Será, o caso, das
heranças jacentes, as pessoas colectivas em relação às quais seja declarada a
invalidade, as associações e sociedades civis sem personalidade jurídica e as
sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, anteriormente ao registo
definitivo;
• Que não tenham sede em Angola, mas que obtenham rendimentos no país.
Grupos de Tributação, o CII está repartido em dois grupos A e B, (Artigo 7.º, 8.º,
9.º e 10.º)

Grupo A

Serão tributadas pelo Grupo A as:

• Empresas públicas e entes equiparados;


• Sociedades constituídas nos termos da Lei das Sociedades Comerciais ou Lei
das Sociedades Unipessoais, de capital social igual ou superior a 2.000.000,00
de kwanzas;
• Sociedades constituídas nos termos da Lei das Sociedades ou Lei das Sociedades
Unipessoais, com proveitos totais anuais de valor igual ou superior a
500.000.000,00 de kwanzas;
Grupo B

São tributadas pelo Grupo B:


• Os sujeitos passivos, referidos na incidência pessoal ou subjectiva, que
não estejam abrangidos pelo Grupo A; e
• Os que, da mesma natureza subjectiva, devam imposto somente pela
prática de alguma operação ou acto isolado de natureza comercial ou
industrial.

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GRUPO A

Determinação da Matéria Colectável (Artigo 12.º)

A matéria colectável:

• É determinada com base na declaração fiscal e demonstrações financeiras do


contribuinte cuja elaboração é obrigatória nos termos dos Planos de Contas;
• Poderá ser apurada pela administração fiscal por métodos indirectos, na
ausência, insuficiência ou falta de idoneidade na determinação do imposto.
• O lucro tributável será o saldo da conta de resultados do exercício, ou seja a
diferença entre proveitos ou ganhos e custos ou perdas, eventualmente
corrigidos nos termos do Código do Imposto Industrial.

• As declarações poderão ser submetidas através de meios electrónicos.

Proveitos ou Ganhos (Artigo 13.º)

Consideram-se proveitos ou ganhos os provenientes de transacções ou operações


efectuadas em consequência de uma acção normal ou ocasional, básica ou meramente
acessória e derivados de:

• Exploração básica, tais como a venda de bens ou serviços, bónus e abatimentos


conseguidos, comissões e corretagens;
• Explorações complementares ou acessórias, incluindo as de carácter social e
assistencial de que advenham proveitos ou ganhos;
• Operações financeiras, tais como juros, dividendos, participações em lucros,
descontos, ágios, transferências, variações cambiais e prémios de acções ou
obrigações, não tributadas noutro imposto;
• Rendimentos de propriedade industrial;
• Prestações de serviços de carácter científico ou técnico;
• Valores de construções, equipamentos, ou outos bens de investimento
produzidos e utilizados na própria empresa;
• Indemnizações que representem compensação por lucro cessante ou dano
emergente de quaisquer tipos;
• Mais valias realizadas que se considerem proveitos realizados, por transmissão
onerosa, de quaisquer bens ou direitos;
• Variações patrimoniais positivas, excluídas as que decorrem de entradas de
capital ou coberturas de prejuízos, efectuadas pelos titulares do capital ou
créditos de impostos;
• Perdões de dívidas.
Não se consideram proveitos ou ganhos as rendas recebidas pelo exercício de qualquer
actividade sujeita a Imposto Predial Urbano.
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Custos e Gastos (Artigo 14.º e 15.º)

Consideram-se custos ou gastos do exercício, aqueles que se revelem,


comprovadamente pelo contribuinte e tomados pela AGT, como indispensáveis à
manutenção da fonte produtora ou à realização dos proveitos e ganhos sujeitos a
imposto, nomeadamente os seguintes encargos:

• Da actividade básica, acessória ou complementar, relativos à produção de


quaisquer bens ou serviços, como materiais, mão-de-obra, energia e outros
gastos gerais;
• De distribuição e venda, abrangendo os de transporte, seguros, publicidade e
colocação de mercadorias;
• Financeiros, como juros de capitais alheios, descontos ágios, transferências,
variações cambiais, cobrança de dívidas e emissões de acções e obrigações e
prémios de reembolso;
• Administrativos, designadamente com remunerações, ajudas de custo, pensões
de reforma, contribuições para fundos de pensões, material de consumo corrente,
transportes, comunicações, rendas e alugueres, segurança, serviços jurídicos e de
contencioso, seguros, gastos com benefícios atribuídos pela cessação de relações
laborais;
• Com análises, racionalização, investigação, consulta e formação do pessoal;
• Encargos fiscais e parafiscais, excepto:
• Imposto industrial;
• Imposto Predial Urbano;
• Imposto sobre a Aplicação de Capitais;
• Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho;
• Contribuições para Segurança Social na parcela que constitui encargo do
trabalhador;
• O imposto que incida sobre transmissões de fonte sucessória, ou sobre
transacções gratuitas, que constituam obrigação tributária de terceiros à
sociedade e o imposto que incida sobre remunerações dos trabalhadores
ou pagamentos de prestadores de serviços que tenha sido suportado pela
entidade sujeita a Imposto Industrial;
• As multas e todos os encargos pela prática de infracções;
• As indemnizações pagas pela ocorrência de eventos cujo risco seja
segurável;
• Os custos de conservação e reparação de imóveis arrendados relevados
como custo no apuramento do Imposto Predial Urbano;
• Correcções da matéria colectável relativas a exercícios anteriores, bem
como as correcções extraordinárias do exercício;
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• Os seguro dos ramos vida e saúde
cujo benefício não seja atribuído à generalidade do pessoal da empresa.
Consideram-se ainda custos do exercício:

• As amortizações do exercício dos activos sujeitos a deperecimento;


• As provisões constituídas de acordo com a legislação em vigor;
• As indemnizações e prejuízos resultantes de eventos cujo risco não seja
segurável;
• As despesas com assistência médica, creches, cantinas, bibliotecas e escolas para
atender exclusivamente a fins sociais dos trabalhadores da empresa, cujo
benefício seja disponibilizado generalizadamente aos trabalhadores.

Não se consideram custos fiscais os juros de empréstimos dos detentores de capital ou


de suprimentos. As práticas que encobrirem estes custos e outros não aceites
fiscalmente serão sancionadas com pena de multa.

Documentação de Custo (Artigo 17.º)

Todos os custos deverão ter documentação de suporte, caso contrário, não serão
fiscalmente aceites e terão de acrescer ao lucro tributável e, ainda, a partir de 2017 serão
objecto de tributação autónoma, nos termos seguintes:

A acrescer ao lucro Taxa de tributação


Despesas: tributável autónoma

Devidamente documentadas Não -

Indevidamente documentadas Sim 2%

Não documentadas Sim 4%

Confidenciais Sim 30%

A taxa de tributação autónoma das despesas confidenciais será de 50% se as despesas


originarem um custo ou um proveito de um sujeito passivo isento ou não sujeito a
Imposto Industrial.

Entendem-se por despesas:

Indevidamente documentadas, aquelas que apenas identificam o beneficiário do


pagamento;

Não documentadas, aquelas em que não existe documentação válida de suporte da


despesa, mas em que a sua ocorrência e natureza são materialmente relevantes;

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Confidenciais, aquelas em que não existe documentação válida de suporte da despesa, e
em que a sua natureza, função ou origem, não são materialmente comprováveis.

Amortizações (Artigo 24.º)

São custos do exercício os encargos com amortizações:

• Do activo corpóreo e incorpóreo, sujeitos a deperecimento;


• Se estiverem contabilizadas.
• Não são aceites as amortizações de bens sujeitos a registo, desde que,
não possua pelo menos a declaração de venda.
Método de cálculo (Artigos 27.º, 28.º, 29.º, e 30.º)

O cálculo das amortizações do exercício deve fazer-se pelo Método das quotas
constantes;

Qualquer outro desde que solicitado e aprovado previamente pela AGT.

As amortizações podem ser calculadas por períodos:

Anuais; ou

Mensais, dividindo o valor das amortizações anuais por duodécimos.

As amortizações do exercício devem observar os limites das taxas anuais estabelecidas


na Tabela definidas em diploma.

Quando os bens do activo imobilizado estiverem em regime de laboração intensiva, ou


seja, sujeitos a desgaste mais rápido que o normal poderão aumentar a taxa de
amortização.

Assim, as taxas poderão aumentar em:

• 25%, se a laboração for de dois turnos;


• 50%, se a laboração for contínua.
Amortizações de imóveis (Artigo 31.º)

Os terrenos não são amortizáveis, excepto se estiverem exclusivamente afectos à


actividade de exploração e apenas na parte sujeita a deperecimento.

No caso de imóveis que integrem terrenos e edifícios ou outras construções e que


tenham sido adquiridos sem indicação expressa do valor do custo do terreno, o valor a
atribuir a este para efeitos fiscais é fixado em 20%.

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Exercício

A empresa adquiriu uma loja para instalação do seu negócio na Avenida Rainha Ginga
por cem milhões de kwanzas. Contabilize a amortização e calcule o valor a acrescer ao
Lucro Tributável.

Amortizações de Bens de reduzido valor (Artigo 36.º)

Os bens, individualmente considerados, que não excedam o valor de 30.000,00 kwanzas


poderão ser totalmente amortizados no primeiro exercício.

Amortizações não aceites (Artigo 40.º)

Não sejam contabilizadas em custos do exercício;

Sejam calculadas sobre bens e elementos do imobilizado corpóreo e incorpóreo não


sujeitos a deperecimento;

Excedam as taxas limite e períodos de vida útil estabelecidos pela legislação, salvo nos
casos excepcionais fundamentados e aceites pela AGT;

Sejam calculados sobre imóveis na parte correspondente ao valor dos terrenos;

No caso de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, sejam calculadas sobre o valor


que exceda 7.000.000,00 de kwanzas, excepto se estiverem afectas à exploração de
serviços públicos de transporte ou se destinarem a ser alugadas no exercício da
actividade normal da empresa;

Sejam calculadas sobre o custo de barcos de recreio e aviões ou helicópteros e todos os


encargos com eles relacionados, excepto se estiverem afectos à exploração de serviços
públicos de transporte ou se destinarem a ser alugadas no exercício da actividade
normal da empresa;

Sendo excepcionais, o contribuinte não tenha obtido a aprovação prévia da AGT;

Não estejam inscritos e devidamente justificados nos mapas de amortizações que devem
acompanhar a declaração Modelo1;

Apresentação da declaração modelo 1 (Artigo 51.º)

• Os contribuintes do grupo A apresentarão anualmente, no mês de Maio, uma


declaração, em duplicado, Modelo n.º 1.
A declaração deve ser entregue obrigatoriamente sob pena da sua não recepção,
acompanhada de:

• Demonstração de resultados por natureza;


• Balanço
• Balancete do Razão e Balancete Geral Analítico, antes e depois dos
lançamentos de rectificação ou regularização e de apuramento dos
resultados e respectivos anexos;

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Estes documentos devem ser assinados pelo contabilista responsável pela sua
elaboração.

Deve acompanhar a declaração um relatório técnico onde o contabilista deve comentar


sucintamente:

• As reintegrações e amortizações contabilizadas com método utilizado, as


taxas aplicadas;
• As alterações das existências e os critérios de valorimetria;
• As provisões constituídas ou as alterações;
• Os créditos incobráveis;
• As mais valias realizadas;
• As variações patrimoniais ocorridas;
• Os gastos gerais de administração, em especial as remunerações dos
corpos gerentes e as despesas de representação;
• As mudanças nos critérios de imputação de custo ou de proveitos;
• Quaisquer outros elementos reputados de interesse.
• Os contribuintes do Grupo A que, que sejam sociedades, obrigadas a ter
as suas demonstrações financeiras auditadas por perito contabilista,
devem apresentar, para além dos documentos referidos o relatório e o
parecer do respectivo perito contabilista sobre tais demonstrações
financeiras.
Documentação a arquivar com a Modelo 1 (Artigo 52.º)

A Modelo 1 deve ficar disponível nas instalações do contribuinte acompanhada dos


seguintes documentos:

• Relação dos titulares dos órgãos de gestão;


• Cópia da acta da reunião ou assembleia de aprovação de contas;
• Balanço e Balancete do Razão e Balancete Geral Analítico, antes e
depois dos lançamentos de rectificação ou regularização e de apuramento
dos resultados;
• Demonstração de resultados e Demonstração de fluxos de caixa;
• Mapas de amortizações de bens do activo imobilizado;
• Mapa geral de todos os impostos pagos no decurso do exercício;

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Cessação da actividade

• No prazo de 60 dias a contar da data de cessação de actividade, os


contribuintes deverão apresentar, em triplicado, da declaração modelo n.º
1, acompanhada dos seguintes documentos:
• Relação dos liquidatários;
• Identificação do contabilista envolvido na preparação das demonstrações
financeiras;
• Identificação do advogado envolvido nos actos e negócios jurídicos da
liquidação
• Cópia da acta da assembleia geral que tiver aprovado as contas, ou
havendo aprovação judicial, certidão da respectiva decisão;
• Mapa da conta de resultados da liquidação, discriminado por rubricas do
balanço;
• Mapa da conta de resultados do exercício;
• Mapa do balanço final.
Grupo B

Obrigações declarativas (Artigo 58.º)

Os contribuintes do Grupo B apresentam anualmente, em duplicado, relativo ao


exercício anterior, a declaração:

• Modelo 1, no caso de contribuintes com contabilidade organizada;


• Modelo 2, no caso de contribuintes sem contabilidade organizada;
A matéria colectável dos contribuintes do Grupo B: (Artigo 59.º)

• Com contabilidade organizada é apurada nos mesmos termos dos


contribuintes do Grupo A e com as mesmas deduções;
• Sem contabilidade organizada corresponde ao volume de vendas de bens
e serviços prestados, sem qualquer dedução.
Cessação de actividade no Grupo B (artigo 63.º)

Taxas (Artigo 64.º)

Taxas Descrição

30% Taxa geral

15% Actividades agrícolas, aquícolas, avícolas, pecuárias, piscatórias e

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silvícolas.

6.5% Grupo B sem contabilidade organizada.

A taxa pode ser reduzida no âmbito dos projectos de investimento


privado licenciados por autoridade pública.

6.5% Liquidação provisória sobre os serviços prestados (retenção).

2% Liquidação provisória sobre as vendas do 1º semestre.

6.5% Taxa de tributação liberatória incidente sobre os serviços prestados por


empresas estrangeiras.

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RETENÇÃO NA FONTE

Retenção na fonte (Artigo 67.º)

Os sujeitos passivos de imposto industrial nacionais prestadores de serviços estão


sujeitos a tributação, por retenção na fonte à taxa de 6,5%, cuja entrega do imposto
retido deve ser efectuada até ao final do mês seguinte.

A liquidação e entrega do imposto devido é da responsabilidade da pessoa colectiva da


pagadora do serviço.

Este imposto é provisório e pode ser deduzido à colecta final do contribuinte retido.

No acto de entrega do imposto retido, deve ser apresentado em duplicado um mapa, que
é carimbado e assinado pela repartição fiscal, contendo:

• A designação social e NIF do fornecedor do serviço;


• A descrição do serviço;
• O valor total da factura;
• O valor da factura a pagar, no caso de pagamento parcelado;
• O valor do imposto retido.
No apuramento final do Imposto Industrial, ocorrido com a entrega da Declaração
Modelo 1, se for apurado imposto a inferior ao pago provisoriamente, esse crédito deve
ser abatido no exercício seguinte e assim sucessivamente, nos exercícios que se seguem.

Em caso de cessação de actividade, o imposto provisório, liquidado e pago durante anos


anteriores, deve ser abatido à colecta final devida com a apresentação da declaração de
encerramento.

Se o valor retido for superior à colecta, considera-se definitivo.

Não estão sujeitos a retenção:


• Os serviços de ensino, serviços prestados por jardins de infância, lactários,
berçarios e estabelecimentos análogos;
• Os serviços de assistência médico-sanitária e operações conexas efectuadas por
clínicas, hospitais e similares;
• Quaisquer serviços, cujo valor não ultrapasse os 20.000,00 Kz;
• Os transportes de passageiros;
• A locação de equipamentos que estejam sujeitos a IAC;
• Os serviços de intermediação financeira e seguradora;
• Os serviços de hotelaria e similares;
• Os serviços de telecomunicações.
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Regra base:
A retenção é efectuada sempre à taxa de 6,5% sobre todas as prestações de serviços.

Excepção à regra base:


Se o valor integral da prestação de serviços não ultrapassar AKZ 20.000 (vinte mil
Kwanzas), não retém Imposto.

Outras excepções à regra base:

Responsabilidade do pagamento do imposto

O sujeito passivo pagador da prestação de serviços nunca deve esquecer de efectuar a


retenção do imposto, pois é sobre ele que recai a responsabilidade pela totalidade do
imposto e pelos juros e multas no caso de não retenção e posterior pagamento às
finanças.

Como apurar o valor sobre o qual incide a retenção do imposto

Quando o prestador de serviços apresentar as facturas onde conste o valor do serviço


prestado bem como as matérias-primas, peças ou materiais necessários à prestação do
serviço, a retenção é calculada apenas sobre a prestação do serviço.

Quando o prestador de serviços apresentar as facturas onde conste o valor do serviço


prestado e não apresente a separação entre o serviço prestado e as matérias-primas,
peças ou materiais necessários à prestação desse serviço, a retenção é calculada sobre a
totalidade da factura.

Liquidação definitiva (Artigo 69.º)

A liquidação definitiva do Imposto Industrial deve efectuar--se, anualmente, até:

30 de Abril, para os contribuintes do Grupo B;

31 de Maio, para os contribuintes do Grupo A.

Sem prejuízo da liquidação a que se deva proceder nestes termos, deixa de se efectuar a
liquidação provisória a partir do momento em que, por parte o contribuinte, cesse a
prática de actos de natureza comercial ou industrial.

Pagamento definitivo (Artigo 70.º)

O Imposto Industrial definitivo deve pagar-se, anualmente, até:

30 de Abril, para os contribuintes do Grupo B;

31 de Maio, para os contribuintes do Grupo A;

No prazo de 15 dias, da data da notificação.

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Penalidades (Artigo 75.º)

A falta de apresentação da declaração fiscal, ou a sua entrega a pós o decurso do


seu prazo legal, sujeita o infractor, a pena de multa de:

• 200.000,00kz para os contribuntes do Grupo B que entreguem a


Modelo2;
• 800.000,00kz para os contribuintes do Grupo A e B que apresentem a
Modelo1.
Por cada ano de incumprimento.

A recusa de exibição ou entrega de livros e demais elementos de escrituração ou a


recusa ilegítima de acessos às instalações do contribuinte é punida com pena de multa
de:
• 100.000,00kz para os contribuntes do Grupo B;
• 200.000,00kz para os contribuintes do Grupo A.
Os valores das multas a aplicar elevam-se para o dobro, quando houver fraude
na prática dos actos referidos.

Presumem-se dolosas:

• O início de actividade sem a competente inscrição no Registo Geral de


Contribuintes;
• A falta de apresentação das declarações Modelo 1 e Modelo 2;
• As declarações inexactas sobre a cessação do exercício de actividade.
EXERCÍCIO 9

A empresa Fiote, Lda. adquiriu:

• Em 2008, um edifício por um milhão de kwanzas;


• Em 2009, uma secretária por duzentos mil kwanzas;
• Em 2010, uma central telefónica por cento e vinte mil kz;
• Em 2011, uma máquina de escrever setenta mil kwanzas;
• Em 2012, um avião por um milhão de kwanzas;
• Em 2013, uma viatura ligeira de passageiros por trezentos mil kz;
• Em 2014, uma mota, para o estafeta, por duzentos mil kwanzas;
• Em 2015, um reservatório, para colocar no terraço, por cinquenta mil
kwanzas.
Elabore o mapa de amortizações e reintegrações referente ao exercício económico de
2015.

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IMPOSTO DO SELO

Caracterização
É um imposto indirecto.
Encontra-se regulado no: Decreto Legislativo Presidencial n.º 3/14 de 21 de Outubro.

Incidência Real ou Objectiva (Artigo 1.º)


Estão sujeitos a imposto do selo todos os actos, contratos, documentos, títulos,
operações e outros factos previstos na tabela do imposto do selo ou em leis especiais.

Incidência Pessoal ou Subjectiva (Artigo 2.º)


São sujeitos passivos:
• Notários, Conservadores e outras entidades públicas;
• Entidades concedentes de crédito e de garantias ou credoras de juros, prémios,
comissões e outras de natureza financeira;
• Instituições de crédito, sociedades financeiras e outras equiparadas;
• Entidades mutuárias, beneficiárias de garantias ou devedoras de juros e
comissões;
• Locadores nos contratos de leasing;
• Locador e sublocador no arrendamento e subarrendamento;
• Empresas seguradoras;
• Entidades emitentes de letras;
• Segurados, se o seguro for estrangeiro;
• Trespassante;
• Trespassante ou o subconcedente, nos trespasses e subconcessões feitos pelo
Estado;
• Outras entidades que intervenham em actos e contratos ou operações;
• Representantes de instituições de crédito estrangeiras.

Encargo do Imposto (Artigo 3.º)


O Imposto constitui encargo dos titulares do interesse económico, considerando-se
como tal:
• Na aquisição de bens, o adquirente;
• Na concessão de crédito, o utilizador;
• Na locação financeira, o locatário;
• No arrendamento e subarrendamento, o locador e o sublocador;
• Nas apostas, o apostador;
• Nas garantias, as entidades obrigadas à sua apresentação;
• Nos juros e comissões bancários, o cliente;
• Nos seguros, o segurado;
• Na actividade de mediação, o mediador;
• Nas outras operações financeiras, o cliente;
• Nas angariações de crédito ou de garantias, o angariador;
• No comodato, o comodatário;
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• Na publicidade, o publicitante;
• Nos cheques, o titular da conta;
• Nas letras e livranças, o sacado e o devedor;
• Nos restantes títulos de crédito, o credor;
• Nas procurações e substabelecimentos, o procurador e o substabelecido;
• No reporte, o primeiro alienante;
• Na constituição de uma sociedade, a sociedade;
• No aumento de capital de uma sociedade, a sociedade;
• Na transferência de sede da sociedade para o estrangeiro, a sociedade;
• Na matrícula de veículos, o requerente;
• No Trespasse, o adquirente;
• Em quaisquer outros actos, contratos e operações, o requerente, os interessados e
o beneficiário, respectivamente.

Isenções (Artigo 6.º)


São isentos do imposto do selo:
• O Estado e quaisquer dos seus serviços, excepto as empresas públicas;
São também isentos, excepto quando actuem no âmbito do desenvolvimento de
actividades económicas as:
• Instituições públicas de previdência ou segurança social;
• Associações de utilidade pública.
Estão ainda isentos do imposto:
• O micro crédito;
• Os créditos até 5 dias;
• O crédito Contas Jovem e Terceira Idade, até 17.600 kz / mês;
• Os créditos utilizados nos cartões, sem pagamento de juros;
• Os créditos relacionados com exportações;
• As contraprestações dos financiamentos ao crédito à habitação;
• O depósito-caução a favor do Estado;
• Garantias sobre valores mobiliários, contratos de futuros, taxas de juro, divisas
ou índices;
• Juros e comissões sobre micro crédito, crédito até 5 dias, crédito nas contas
Jovem e Terceira Idade e no crédito à exportação;
• Os juros de Bilhetes do Tesouro, TBCs;
• As comissões em fundos de investimento e fundos de pensões;
• As comissões em quaisquer contas de poupança;
• As operações e respectivos juros, até um ano, para apoio à tesouraria realizadas
pelos sócios que detenham pelo menos 10% do capital pelo período de um ano;
• Os suprimentos de sócios e juros por um prazo não inferior a um ano e que não
sejam reembolsados antes do fim do prazo;
• O reporte de valores mobiliários;
• Os prémios recebidos por resseguros a empresas em Angola;
• Os prémios e comissões de seguros de vida, acidentes de trabalho, saúde e
agrícolas ou pecuários.
• As operações de gestão de tesouraria entre empresas do grupo.
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• Os documentos de representação forense;
• Os títulos negociáveis vendidos em bolsa;
• A transmissão de imóveis, no âmbito de processos de fusão, cisão ou
incorporação, depois de aprovado pela AGT;
• Os contratos de trabalho;
• As operações de exportação, excepto as exportações dos bens previstos na
tabela;
• As transmissões gratuitas de direito de propriedade entre pais e filhos.

Liquidação (Artigo 13.º)


A liquidação do Imposto do selo:
• É efectuada por meio de guia mediante aplicação da respectiva verba;
• Compete aos sujeitos passivos referidos anteriormente; referido no artigo 2.º;
• Tratando-se de imposto devido por operações de crédito ou garantias prestadas
por várias instituições pode ser efectuada por qualquer uma das instituições, sem
prejuízo da responsabilidade, de cada uma delas em caso de incumprimento;
• É efectuada pela Alfandega nas operações aduaneiras e pago até ao dia 15 do
mês seguinte;
• Deve ser mencionada nos documentos, ou seja, o valor do Imposto e a data;

A liquidação do Imposto do selo:


• É feita e entregue pelas entidades residentes em Angola e que contratem
entidades não residentes, nas situações em que compete àqueles o dever de
liquidar;
• É efectuada no momento do pagamento da prestação, nos contratos em que o
Estado, seja parte, excepto nas empresas públicas e depositado nos cofres do
Estado Até ao dia 15 do mês seguinte através do Documento de Arrecadação de
Receitas;

Taxas (Artigo 12.º)


As taxas do imposto são as constantes na Tabela anexa em vigor no momento em que o
imposto é devido.
As taxas aplicáveis no Imposto do Selo são:
• Definição de um montante fixo:
300 kz, 500 kz, 1.000 kz, 3.000 kz, etc;
• Taxa percentual 1% ;
• Permilagem 1‰, 2‰, 3‰, 4‰, 5‰, 7‰, etc.
Cobrança (Artigo 15.º)
O imposto do selo é pago:
• Mediante a apresentação do Documento de Liquidação de Impostos (DLI);
• Até ao final do mês seguinte àquele em que a obrigação tributária se tenha
constituído.

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Declaração anual (Artigo 19.º)
Os sujeitos passivos ou os seus representantes legais são obrigados a apresentar,
anualmente, até ao fim de Março, uma declaração oficial discriminativa do imposto do
selo liquidado no ano anterior.

Obrigações contabilísticas (Artigo 20.º)


Os contribuintes com contabilidade organizada nos termos do Plano Geral de
Contabilidade (PGC) devem fazer um registo das operações e actos, de modo a
possibilitar a verificação do imposto de selo liquidado, da seguinte forma:
• O valor das operações e dos actos realizados sujeitos a imposto;
• O valor das operações e dos actos realizados isentos;
• O valor do imposto liquidado;
• O valor do imposto compensado.
A documentação de suporte deve ser guardada durante 5 anos.

Exemplo 1:
A empresa Alfa vendeu mercadorias, durante o mês de Janeiro, pelo valor de um milhão
de Kwanzas, mas, apenas recebeu oitocentos mil Kwanzas.
A matéria colectável é de 800.000,00 Kwanzas.
A taxa é de 1% segundo o artº 24.4 da tabela.
A colecta será = 800.000 X 1% = 8.000,00 Kwanzas.

Neste caso a empresa Alfa terá que entregar, nos cofres do Estado, até ao fim de
Fevereiro a importância de oito mil Kwanzas.

Exemplo2
A empresa Beta dirigiu-se ao Banco BPD a solicitar um financiamento de dois milhões
de Kwanzas, o qual foi concedido pelo período de um ano à taxa anual de 10%. O banco
também cobrou uma comissão de gestão no valor de cem mil Kwanzas. O capital e os
juros serão pagos no final do prazo.

Matéria colectável de 2.000.000,00 Kz.


Taxa de 5‰ - artº 16.1.2 – utilização crédito.
Colecta = 2.000.000 X 0,005 = 10.000,00 Kwanzas.
Matéria colectável de 100.000,00 Kz.
Taxa de 7‰ - artº 16.2.4 - sobre comissões.
Colecta = 100.000 X 0,007 = 700,00 Kwanzas

Exemplo2 (continuação.)
A empresa Beta suporta todos estes encargos no início do prazo.
No final do prazo também vai pagar os juros e o imposto de selo sobre os juros.
Neste caso a matéria colectável é o valor dos juros
= 2.000.000,00 X 10% = 200.000,00 Kwanzas.
Taxa de 2‰ - artº 16.2.1 - sobre os juros.
Colecta = 200.000 X 0,002= 400,00 Kwanzas.
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O IMPOSTO SOBRE A APLICAÇÃO DE CAPITAIS

Caracterização
Foi revisto e republicado pelo Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/14 de 20 de
Outubro.

Incidência Real ou Objectiva


O imposto incide sobre os rendimentos proveniente da simples aplicação de capitais e
divide-se em duas secções; A e B.

Incidência Pessoal ou Subjectiva


Este imposto é devido pelos titulares dos respectivos rendimentos, sem prejuízo da sua
exigência a outras entidades.

Rendimentos englobados na secção A Taxa

Os juros dos capitais mutuados 15%

Os rendimentos provenientes dos contratos


de abertura de crédito 15%

Os rendimentos originados pelo diferimento

no tempo de uma prestação ou pela mora no

pagamento, e ainda que auferidos a título de 15%

indemnização ou de clausula penal,


estipuladas nos contratos

Rendimentos englobados na Secção A:


Presume-se que os mútuos e as aberturas de créditos vencem juros à taxa anual de 6%,
caso outra mais elevada não conste do título constitutivo ou não tenha sido declarada.

Rendimentos da secção B Taxa

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Os lucros atribuídos aos sócios das sociedades

bem como o repatriamento de lucros 10%

As importâncias atribuídas aos sócios das

cooperativas, desde que não constituam 10%

remunerações do capital

Os juros, os prémios de amortização ou reembolso de obrigações ou títulos de


participação emitidas por qualquer sociedade 10%

Os juros de suprimentos ou de outros abonos

efectuados pelos sócios às sociedades 10%

Rendimentos da secção B taxa

O saldo dos juros apurados em conta corrente 15%

As importâncias atribuídas a empresas

atribuídas a título de indemnização pela 15%

suspensão da sua actividade

Os lucros atribuídos a pessoas pelo facto do

comerciante as interessar nos seus negócios, 10%

em regime de conta em participação

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A emissão de acções com reserva de
preferência ou subscrição 10%

Rendimentos da secção B taxa

Royalties 10%

Os juros dos depósitos à ordem e a prazo 10%


O saldo positivo, apurado em cada ano, entre as mais valias e as menos valias,
decorrentes da venda de participações

sociais ou outros instrumentos que gerem

rendimentos sujeitos a IAC, desde que não 10%


estejam sujeitos a imposto industrial ou IRT.
Esta taxa reduz em 50% se forem realizadas na bolsa de valores

Prémios de jogo 15%


Quaisquer outros rendimentos derivados da
simples aplicação de capitais não compreendidos
na secção A
15%

Constituição da obrigação do Imposto


A obrigação do imposto tanto pode resultar da atribuição efectiva como da presunção da
sua existência.
Entende-se que os suprimentos, abonos e lucros atribuídos aos sócios produzem sempre
rendimento, cujo quantitativo não pode ser inferior ao resultante da aplicação da taxa
máxima anual dos juros activos estabelecidos pelo BNA, para as operações de crédito
realizadas pelos bancos comerciais com as empresas.

Royalties
• O termo “Royalties” significa as retribuições atribuídas pela concessão de uso de
um direito de autor, de uma patente, de uma marca, de um desenho, de um
modelo, de um plano, de uma fórmula ou de um processo secreto, bem como
pelo uso ou pela concessão do um equipamento industrial, comercial ou
científico ou por informações respeitantes a uma experiência adquirida no sector
industrial, comercial ou científico.

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Isenções
Secção A
• Os rendimentos das instituições de crédito e das cooperativas quando sujeitos a
imposto industrial, embora dele isentos;
• Os juros das vendas a crédito dos comerciantes relativos a produtos ou serviços
do seu comercio ou industria, bem como o juro ou qualquer compensação da
mora no pagamento do respectivo preço;
• Os juros dos empréstimos sobre apólices de seguros de vida, feitos por
sociedades de seguros.
Isenções
Secção B
• Os lucros distribuídos por uma entidade com sede em Angola no caso em que a
entidade beneficiária seja uma pessoa colectiva com sede em Angola, sujeita a
imposto industrial, ainda que dele isenta, que detenha no capital da entidade que
distribui os lucros uma participação não inferior a 25% por um período superior
a um ano anterior à distribuição dos lucros;
• Os juros de instrumentos que se destinem a fomentar a poupança que sejam
devida e previamente aprovados pelo Ministro das Finanças sob parecer da
AGT, ouvido o BNA, até ao limite de 500.000,00 kz por pessoa;
• Os juros das contas poupança-habitação criadas com o objectivo de fomentar a
poupança com vista à aquisição de habitação própria e permanente;

EXERCÍCIO 22
A empresa A distribuiu os seguintes dividendos:
• Cinquenta e cinco mil kwanzas ao sócio José Kalumba, que possui 55% do
capital há três anos;
• Trinta mil kwanzas à empresa B, que possui 30% do capital há dois anos;
• Quinze mil kwanzas à empresa C, que possui 15% do capital há quatro anos.
a) Contabilize todos os movimentos na empresa A;
b) Contabilize todos os movimentos na empresa B;
c) Contabilize todos os movimentos na empresa C.

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IMPOSTO PREDIAL URBANO

Caracterização
Foi aprovado pelo diploma legislativo nº 4044/70 de 13 de Outubro.
Lei 18/77 de 7 de Outubro.
Lei 18/11 de 21 de Abril.
É um imposto que tributa os prédios urbanos liberando os rústicos.

Incidência objectiva
O imposto incide sobre os rendimentos de prédios urbanos quando estejam arrendados
ou sobre a sua detenção quando o não estejam.
No caso de:
• Prédios arrendados o imposto incide sobre o valor da respectiva renda;
• Prédios não arrendados o imposto incide sobre o valor patrimonial.

Incidência subjectiva
O imposto é devido, no caso de prédios:
• Arrendados, pelos titulares do direito aos rendimentos dos prédios, presumindo-
se como tais as pessoas em nome de quem os mesmos se encontrem inscritos na
matriz;
• Não arrendados, pelo proprietário, frutuário ou beneficiário do direito de
superfície relativos ao prédio.

Isenções
• O Estado, institutos públicos e associações que gozem do estatuto de utilidade
pública;
• Os Estados estrangeiros, quanto aos imóveis destinados às respectivas
representações diplomáticas e consulares, quando haja reciprocidade;
• As instituições religiosas legalizadas, quanto aos imóveis destinados
exclusivamente ao culto.

Taxas
A taxa é de 25% para os prédios arrendados.
Mas não pode haver imposto a pagar inferior a 1% do valor patrimonial.
Para os prédios não arrendados será 0,5% sobre o excesso de cinco milhões do valor
patrimonial.

Liquidação
A matéria colectável é determinada em função da renda e deve constar na caderneta
predial devido ao depósito do contrato de arrendamento no bairro fiscal.

O imposto será liquidado anualmente.


O rendimento colectável de prédios arrendados é igual ao valor da renda deduzido de
40% para despesas.

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Os contribuintes que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, a quem
competir o pagamento das rendas relativas a imóveis, devem fazer a retenção na fonte à
taxa de 15%, no momento do pagamento da renda.

Cobrança
O contribuinte que fez a retenção na fonte tem que entregar, nos cofres do Estado, até ao
dia 30 do mês seguinte, o valor retido.
Os documentos de cobrança serão entregues até ao dia 25 de Novembro ou até 15 de
Junho nos casos em que a declaração é baseada na declaração do contribuinte.
Quando não houver retenção o imposto é pago em duas prestações em:
• Janeiro
• Julho
Poderá, desde que declarado pelo contribuinte, pagar-se em quatro prestações em:
• Janeiro;
• Abril;
• Julho;
• Outubro.
Se não for feita a retenção, poderá ser pago em 2 prestações em:
• Julho;
• Outubro.

Penalidades
O senhorio que receber, em regime de isenção temporária, qualquer valor a título de
“chave” ou outro, relacionado com o arrendamento, incorrerá numa multa igual ao
dobro do valor recebido.

A falta de apresentação das declarações será punida com multa igual a 20% do
rendimento colectável.
Por omissão ou inexactidão nas declarações de que resulte falta de liquidação ou
liquidação inferior será punida com um valor nunca superior ao imposto.
E havendo dolo, neste caso, considera-se dolosa a inexactidão praticada com a
conivência do inquilino a multa será igual ao dobro do imposto e o inquilino num valor
entre 100 e 500 kz.

EXERCÍCIO 27
Calcule o imposto predial urbano:
• De um apartamento, não arrendado, com o valor patrimonial de oito milhões de
kwanzas.

EXERCÍCIO 28
A empresa A pagou à empresa B a renda do escritório do corrente mês no valor de
100.000,00 kwanzas.
a) - Contabilize na empresa A.
b) - Contabilize na empresa B.
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