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SS 0¥ recone 2 Ste sie Zee PObntnt (0a 77 aan ot ars re LSD : bs livro rd Na e : T miseraveis Cyan Stupo Peer Se oee = ay de Natal Charles Dichens | uerra e paz Lean Gi aS me: see Fracasso aoe ba a oie oe C A colegio Leitura para toda a familia, a colegdo “Grandes Classicos da Literatura em Quadrinhos” foi concebida para divulgar as maiores obras da literatura mundial por meio das hist6rias em quadrinhos. Realizada com o apoio da Unesco, a colecao retine os romances mais conhecidos dos grandes escritores do mundo inteiro: A ilha do tesouro, de Robert Louis Stevenson, A volta ao mundo em 80 dias, de Jilio Verne, Robinson Crusoé, de Daniel Defoe, O corcunda de Notre-Dame, de Victor Hugo, O livro da selva, de Rudyard Kipling, Guerra e paz, de Leon Tolst6i, Dom Quixote, de Cervantes, e varias outras indispensi- veis obras do patrim6nio literario mundial. Uma equipe de roteiristas, desenhistas e coloristas reunida por Roger Brunel, diretor da colegio, criou para cada livro uma adaptago em quadrinhos, sempre fiel @ obra original. Gragas ao trabalho de roteirizagao e a qualidade dos desenhos, os livros que compdem a colegio preservam toda a forga e a originalidade do estilo proprio de cada autor. Ao fim de cada volume, um anexo didatico apresenta uma biografia do autor, comentarios sobre suas obras e dados sobre a vida politica, econdmica e social da época em questo. Esses anexos possibilitam uma abordagem complementar para melhor compreensio do contexto hist6rico e literdrio de cada obra. Nessa viagem impar pelos “Grandes Clissicos da Literatura em Quadrinhos”, vocé vai viver uma experiéncia literdria rica em aventuras de todos os géneros. Desejamos que vocé tenha longas ¢ interessantes horas de leitura GRANDES CLASSICOS DA LITERATURA EM QUADRINHOS Momew ODISSEIA Tradugao de Alexandre Boide Adaptacao e vteira: Christophe Lemaine Desenhas-ecores: Miguel Lalor Ombiniba Apoio da UNESCO [OuINPO, ETERNA MORID DOS ELSES. ALE DE ONDE © ve¥TO, RchuWA @ NEVE GPAES Be ENA ATEN, como ey PODER neseecuEcee De insea TSOMIOO LL STACh, SUA TERR ATC -ANOK CIORI0O & ESPERIDO POR PENELOPE, ‘GUE Se WINTEN CASTA € PEL DEPOIS DE NTE ANOS SEN ROTICUS DO WARIO. ese6, O mus suTt, ‘Oona BxGewioso Sos eveweeeos_ ADORIDO PELO FRO TEPIACO. $5QUECDO EDESPREDDO Pe.OS rs a vo ‘boom co teste . A TREANPIGOS EN Suh Ch mae of : aot ROA 2 9) a <7 a / i V7 eu nspeee Nee A come Ua Mea LIA, € TECeSsiRu Pack Faerie vi'TeR COM TELEMACO, (GUANTO A Wm Eu GARINTO 2 FETORO BO NERO ATE ADA PELOS VOCE, BELA sven, Mio STA COM WeDo? ana? ESSA NOTE Fu AVSADA EM UM SOMO PARA ie ATE Mie | taurcow ns mos seevs. iy E6TOU A ESPERL DF UM EXCONTRO WHORTANTE nos sane, Tear ENESTR ESTE HONEA, EU SOU NAUSEA FLA De ALONG, fe DOs FEICIOS. NOSSO POIG TEN k OBRIGAGIO OF OFERECER AUDA 103. AIMEE DEBFORTINADOS. == a NiO PODA penue usses MICA oEssA MORTAL ¢ cuRreeeNoeNTE! w UA PR SEL EXTIO fh FOL"AVGAOA EW UN SOMO"? eee voce vescopeu ‘ok 208 neu: ‘TRUGUES, WEL PA Ewa coMPaeTLMR DO NOSSO BINQUETE eu ue Toco. CORMEHS DA Nt F stoma 56 usssés/ De MORN GUE HERO. WMO! IME SOBRE UM FeTO ie € PRETENDE EVAR wos escurae o TPROCURA DO PAU ATO DO He EPO ve Dez ANOS OF cERcO A TROW, Os GREGOR Sk WIO ‘TR As EOPERINGA De WTR € 08 GREGOS THAN DENIDO UM CAVKLO De muDeN Pie TRG! 36 TROPIS GREGAS NCENOURNA (5 ACAWPANENTOS, EVBARCH eu Guam ace ANAM PARTIDO. & Go JNA DE GUERRA SE ESCONDIM PUWIDD DE KCWENS ei s ‘webs Denaein Fae 106 EH SUA wos este LOY VEADO Guz LAOCOONTE FO) cASTIGIOO POR Seu SACRLEGIO, (G8 TROWOS CONDUTEM O EAVALS 1 COWDELA PARA APLACAR 1 FoeA Dos Deus. WENTRE DO Nd ABR AeA 3 “ne 2 ogra F DO BRERCIT CONBISTA 1705 DEE NOS DE NISINCA NEN CORNGIO SE Fieon eronw entibd ob UeSeu FOR POveR WOE Ph Se se cow ho S2CUIORR = = = Q.VEATO NOS LANOY ATE O5 CLONES, NO PAS e TOWARD. Lk PARA AGRIOAR NEUS RONEN, PERT) ise SKOUEKSSEN O LUGAR. NFELONENTE, MATOS DOS weUs CONCINIEROS NiO GOSERAM Me OWE. CONEG We NASTIR DICUELA. COSTA AS PERD| MATOS HONENS. EROS GUE UNA TENPESTADE NOS DESVIOU 4 NOSSA ROTA APORTINOS "2M UMA TERR DESCONKECIOA iu eho ES ‘OLGA PIRECE ETI cperroe ao ortecces | | NEW ERGO, SEES. CAI SF i ne i K i 2. PSS a ee wa a Fo SE ga, ¥ Ae PoR omens ASSIM SERA, MEU FILHO’ yy J i, UGS, Sy oe Ve * We. © INFELINENTE, QUINDO 4h ESTOS, BEM PEETO De ITACR 08 WEL ROWENG, TOUCOS De Cueasiioe, xazEAN 6 'SIcO EAGUINTO Eu BORMA E SeaTac a TeNPESTIOE S —~ 825 provocwos nme, LS A TERRE COLERA De POSEDON 30 cONaUSTADOR DE TRO eeRcO ESTE SACO DF PELE AEASTIDOS DA NOSSA PATRI PELOS VENTOS, ESORENTIDOS, £0) CON 05 ObH0s waREsADOS DE FOWOS PARNR NA TEEEA DOs LEDTIGONES, ONDE Z55ES GIGINTES WATARAM FReree Pe.oe mcos Pe20008 In GRINDE NERO De COWPAMEROS NES. (QUE AVSTANOS UMA NOVA TERRA EPO De TaNTAS DESGRICAS, SEL GUE LEK PEMA XPLORE (UM LUGAR besCOMMECOO? wins ware Dstincn PaRece eR ALGUM TPO DE WAG ESTA Ne oueNDO ue aes FRM TeANsrORMOOS EM PORCOS?? {Qumioo Sun nay APORTAR NA Lah 06 TEMCIA LOGO ENCONTEARL © REBINO De HEAD. © 0euS 00 60. ESCUTE Beh ‘QUEM EICOSTAR A WKO NESSES MU MO TERK A WENO CHANCE De NOLTAR PAK CASH Hey FLO, VOCE ANA STK MO, € ANDA ASM 0 Velo evTee NOS Aga 0g Poston TORNOU 8 Yue NAS PACS ULsees, is VOcE ACE CONSEGUR RETORNR ‘STICK APESAP DAS Driuubibes € 008 Sorewexros. voce? coND NORTE we cHe6ou? FO, ice a Nese sec BIE on RBGHNE SE a, Musee Rasen aes feet Serrasise Seen Voce Mo & capa oF HOW, FLIO MEL? FO A TRSTEZA DA uk AUSENCA QUE ME THOU ® YOK fisoba) Goat foe) SNEELONEST, NEU FLAO, Auk 008 NORTOS PARA COND UM SOMO. me 2 — B= REMEM COM TODA A FORCAY eect Toma once ax bee iicecucr i a A L | SEGUDO As NeTRUCCEE DE 0 ‘DEO PIESAR LONGE OA Of CARBON € MiRGENR O De CLA PARA SAAR NOSIS VOAGY AR PALA Lia Dis Geeta, ocE FACoNTRAGL Doe TekeNes [A ‘OpsThcu.os. St TERTAR Pioske POR CARO \OCe wo conseve vente De PENSAR COND UN GUERRERO? GLEE MORTIC TODA A CORNGEN DO MUNDO MO BATA PARA VENCELA usses, poe Que 'SACOU A ARMA? OR QUE VEO ATE A MHA CASH, ‘eNeeIVeL @ QUERIDO WeeNes? 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(CORIGSES!€ VERDIDE GUE ANBHOS TECER 0 Da TODO. “RATER AQUI © AZCO D0 DUIND UISSES. AQUELE De VOCES GUE TOWkLO Wis WiOS.£ CONGEGUR ATCA UNA FLECKA ATEAVES De DOZE WICMDOS ENFLERIDOS SEEK O MEU WIRDO. TO BER, peitaoeres es 0 GUE Ey PROPEMO. ad sa ore BBE 0 besirO AAAHHHHHH/... vy 7806,. POR PEDIDE.. eve roweis! NTE O NEU SiL000 PATRIO PEGUE Uma ARMs PABA Mi 08 VNCER Fae DESIFO? AP TNE ALDAR DURANTE AD 02 VENCER E56E DESAPO! wee ‘uk oe NeNru DE NOs FON PAZ AGORA & WA VEL VEMOS De TENSIOMI 0 ARCO! SEC6 NES BeKOS AND TEM ‘50 NOS TROUME VERGONIA? "DE OUTRORN ‘compLeTaNenTE 3eBi00! esrk a RA De saguos Diu, Sinnth PATRON é Sh ofE6A De SAQUEAR ni CAS y FEC AS PORTIS, EuRICLEA, YY, LEME ANNA WE PARE Un Lugae seeueor ‘shan 02 PERT DAS ARMS, $25 PORCOS! eros ve We 08 oe estou mas Ula "ez-COM VOCE, TaN LAER NEMA OUTRA MARKER NO MNOO "TEN COEAGAO ASM TIO SECO! EL MENDS MONDE HERA WA CHA PARA Cue Lopenec, umciew LENE PARA FORA DO NEU ghlkro o ieromrok : ‘ ue useses consreuU COM BU Duma SDN! WUseEs CONSTR fA exTALAe! NO TRONCO (QUE ESTANA PLNTADA NO CHO DO NOSED BETIO'h ARVORE FOI CORTION © Que esr oue00, mane? Guz va Tene 0 WWGKe A Gatu'aue consreut com inns PROPRuS KOS? A. moi ALMA Twa We0O OF POSSE IM WPOSTOR, 0, OVERDIDERO. Nas asses cowece 0 seG%600 DO NOSSO LEO NUPCRL alas ; : a [O AUTOR, SUA EPOCA E SUA OBRA] Coma colaboragao de Gilles Thierriat ODISSEIA @ 1 HOMERO (SECULO VIII A.C.) s estudiosos gregos e romanos, cujos mestres. estudaram exaustivamente a Iliada e a Odisseia, acreditavam que Homero devia ser, em tempos remotissimos, um poeta cego. Diversas cidades gregas da Asia Menor disputam a honra de ser sua terra natal, em especial as ithas de Quios e Esmirna, Em Quios, havia na Antiguidade (e hé até hoje) um assento entalhado em um rochedo no qual dizem que Homero se sentava para recitar versos as criangas! Além disso, foram escritas diversas biografias do poeta na Antiguidade, uma mais fantasiosa que a outra. UM PERSONAGEM MITICO? A partir do século XVII, comecou-se a duvidar até mesmo da exis- téncia do autor. Houve de fato um Homero ¢, caso tenha havido, seria ele o autor da Iliada e da Odisseia ou de apenas uma dessas obras? Ou se trataria apenas de uma pessoa ficticia, por trés da qual se escon- deriam intimeros aedos, ou seja, poetas que recitavam epopeias acom- panhados pelo som da citara ou da ira (uma epopeia é, como a Iliada € a Odisseia, um poema que relata os feitos de um ou mais herdis)? A obra desses aedos, que ao longo das décadas e dos séculos foi sofrendo acréscimos e adaptagdes, poderia ser a origem desses dois textos que chegaram até nds? Esse é, de maneira simplificada, 0 cerne da chamada questéo homérica, Independentemente disso, hoje se pode afirmar com certeza que os dois poemas, que remontam a uma tradicdo de poesia oral iniciada muitos séculos atrs, foram compos- tosno século VIII a.C.,e que a Odisseia é um pouco mais recente que a Iliada, Essa diferenca de época, de linguagem e de estilo levou ao sur- gimento da tese de que as duas obras seriam de autores diferentes. Ainda assim, por comodidade e pela falta de dados mais conclusivos, Homero, pintura os dois livros continuam a ser associados ao nome Homero. deJean-Baptiste _Seja como for, tanto a Ilfada como a Odisseia foram algadas em Auguste Leloir, pouquissimo tempo a categoria de grandes clissicos. Mais ainda, pas- smuseu do Louvre (1844) saram a ser vistas como os verdadeiros pilares da cultura grega. No ano 560 a.C., Pisistrato, governante de Atenas, decidiu langar uma edigao oficial. O texto foi entao fixado, por assim dizer, de maneira definitiva, Se os versos atribuidos a Homero permanecem os mesmos desde a época de sua criagao, trata-se de uma questo ainda nao esclarecida. “OBISSETA Odisseia pode ser considerado 0 poema precursor do Az de aventura, e talvez até o precursor do género mance como um todo. Contém cerca de 12 mil versos, divididos —desde a origem, sem diivida nenhuma—em 24 partes denominadas cantos, que narram a hist6ria do retorno de Ulisses, rei de {taca, sua terra natal. Depois da Guerra de Troia, cujos episédios formam 0 niicleo _Ulisseseseu narrativo da Il{ada, o her6i Ulisses — Ulisses de mil ardis, como varias companheiros veres ¢ descrito ao longo da obra tenta voltar a seu pais, ilha de _enfrentam o cilope Itaca, onde ele € rei e onde sua esposa Penélope o aguarda, cortejada pela fina flor da juventude local. Ela teve de esperar vinte anos: dez anos de guerra e mais dez de atribulacdes, j4 que os obstaculos se multiplicaram durante o retorno do herdi. _ Apesar de se tratar, depois da Mliada, do poema mais antigo da izacao ocidental, a Odisseia nao tem nada de primitivo nem de ingénuo. Isso fica bem claro ao analisarmos a composicao da obra. TRES RELATOS COMBINADOS EM UM SO Antes de qualquer coisa, nos cantos Ia IV sao narradas as aven- turas do filho de Ulises, Telémaco, que partiu para o continente a procura do pai. Em seguida, no inicio do canto V, passamos a acompanhar nao mais Telémaco, mas Ulisses, aprisionado na ilha da ninfa Calipso, que se apaixonou pelo her6i grego. Zeus envia até cla Hermes, 0 mensa- geiro dos deuses, para ordenar que Ulisses seja libertado, Depois de enfrentar dezessete dias de navegacio e uma violenta tempestade, 0 heréi desembarca na terra dos Fedcios, governada por Alcino, Ulisses é bem recebido e, a partir do canto VIII até o final do canto XII, faz um relato de suas aventuras até o incidente com Calipso, e assim as, pontas da narrativa se amarram. £ possivel perceber que a obra emprega em boa parte 0 recurso do flashback, construgao que exige maestria na arte da composi¢ao literdria. Por fim, no canto XIII, os Fedcios conduzem Ulisses de volta a ftaca. O heréi ja esta de volta a patria, mas ainda estamos na metade do livro. Sao necessérios mais dez cantos para narrar a reconquista do reino, o triunfo sobre aqueles que, durante sua auséncia, viveram de suas riquezas, desrespeitaram seu lar e cobigaram sua esposa (no poema eles sao chamados de pretendentes). Ulisses guarda para eles um castigo impiedoso. Finalmente, no canto XXIII, o her6i é reconhecido pela esposa. O canto derradeiro é uma espécie de epilogo ambientado em parte na casa do pai de Ulisses, Laertes (nao se sabe ao certo se esse canto foi escrito na mesma época que os anteriores). (¢ u NC ODISSEIA UM EXITO INCONTESTAVEL ‘Ao acompanhar as aventuras de Ulisses, o leitor toma contato com todo um universo de lendas e episédios fabulosos, fruto de uma ima- ginacao prodigiosa. E esse o caso principalmente dos cantos IX ao XII, que contém os relatos que o proprio Ulisses,assumindo de modo tem- porérioa figura do aedo, faz de suas aventuras. “Durante nove dias fui levado por ventos terriveis / sobre o mar piscoso. Ao décimo dia desembarcamos / na terra dos Lot6fagos, que comema flor de Létus.” Os companheiros de Ulisses que experimentam essa planta magica se esquecem de tudo e perdem o desejo de voltar para casa. Ulisses € obri- gado a leva-los amarrados e fugir dali o mais rapido possivel. £ um epi- s6dio bastante breve, mas inesquecivel, assim como aquele que 0 sucede, ambientado na “terra dos olhos redondos’, ou seja, dos gigantes antropéfagos conhecidos como ciclopes. Todo mundo conhece tam- ‘tena pedeaZeus _bém a facanha de Ulisses ao escapar das Sereias. Quanto a feiticeira quedeixe Ulisses Circe, em um piscar de olhos ela transforma os companheiros de voltaraltaca Ulises em porcos. O ELEMENTO FANTASTICO NA ODISSEIA Ulisses vaga pelos mares Os deuses intervém o tempo todo na narrativa, se metamorfoseiam, noretornoaliaca _assumiem essa ou aquela forma. Atenas aparece para Ulisses na forma cde um jovem pastor, Poséidon assume a forma do adivinho Calcas e assim por diante, Apesar disso, ainda que na Odisseia as criaturas monstruosas sejam numerosas (Ciclopes, Sereias, Caribdis e Cla etc.), de uma maneira geral Homero permite ao leitor que as imaginem. As famosas Sereias ndo s4o descritas por ele, apenas suas vozes, “que enfeitigam com um limpido canto” NS Na Odisseia ha amplo espaco também para a magia. Nao faltam pogées e remédios mégicos: no canto IV, Helena dé a Telémaco uma droga que causava “a anulagéo da dor e da ira 0 esquecimento de todos os males”; uma dose bastava para que nesse dia quem a bebesse nao vertesse uma lgrima, ainda que visse morrer o pai ea mae... No inicio do canto X, Hermes tira do solo uma erva para proteger Ulisses. Circe instrui o heréi a descer a terra dos mortos para consultar a alma do vidente Tirésias. Mas como penetrar no reino de Hades? Ulisses considera essa ideia uma loucura. Circe ento Ihe mostra uma maneira de fazé-lo: cavar um buraco bem fundo, fazer uma oferenda aos mortos (Ieite com mel, vinho doce e égua pura), polvilhar tudo com cevada branca, entoar uma prece, sacrificar uma vitela eum bode preto. ODISSEIA O MUNDO DA ODISSEIA A Odisseia é uma obra de ficgao, e 0 mundo em que se desenrolam as aventuras de Ulisses € em boa parte imagindrio. E preciso sempre ter isso em mente, ja que as tentativas de estabelecer um paralelo entre a geografia homérica e a realidade terminam em inevitavel frustra- ‘40 e equivoco. Homero escrevewa Odisseia no século VIII = R= aC, mas a Guerra de Troia ocorreu muito A Cdisseia é uma obra de ficcao, tempo antes, no século XI a.C.O poetaesta- @ a munda em que se desenratam as aventunas ria retratando a sociedade de seu tempo ou a —— ee dojeeilefailia.c: a chamada civilizacgo 07 Ulisses é em baa parte imagindria “micénica”? Na verdade, nem uma nem outra! Ele mistura elementos de diversas épocas. Ao evocar uma socie- dade muito anterior a sua, mais ou menos quatrocentos anos depois, © poeta nao tinha condicées de descrevé-la tal como era, mas ape- nas da maneira como a imaginava, ou seja, idealizada, mais vir- tuosa, condizente com os tempos heroicos.O poema guarda, sem diividas, resquicios da idade do bronze (por exemplo, objetos que mais tarde os arquedlogos viriam aencontrar, como elmos, escudos etc.), mas sio muito mais numerosos os elementos comuns ao século em que viveu Homero. E por isso que 0 comércio maritimo ocupa tanto espaco na Odisseia, pois assim era na época do poeta, com mercadores e piratas. Da mesma forma, existem os rebanhos € as terras cultivadas, que constituem um critério de civilizacao. Na Odisseia, onde nao existe a agricultura, reina a barbarie (por exem- plo, na ilha dos Ciclopes). Do ponto de vista da organizagao politica, © que se nota éa prefiguragao do conceito de cidade (em grego, polis) tal como ele comecava a se desenhar naquela época. As “assembleias onde se tomam as decisoes” tém um papel de grande importancia, com poderes bastante amplos, apesar de serem dominadas pelos membros da aristocracia. ULISSES,O HOMEM POR EXCELENCIA Nao € 56 0 sobrenatural que predomina na Odisseia, A realidade ea humanidade tem POP ae rE Cec CC en een ete ee acd oferecidos a Ulisses por Calipso, com a condi¢ao de que ficasse com ela. O heréi recusa, decidido a permanecer como um simples mortal, voltar para a mulher e seu pequeno pais, e é essa escolha que faz dele um grande homem. A historia de Ulises € um tributo a inteligencia humana, Ele € astuto, precavido... € talvez até mentiroso! E é Preece tt ameter tener eee teste ee end rl cetan ys 5s A MITOLOGIA GREGA dificil estabelecer uma nogao precisa da religido dos Bex: antes da Odisseia. Na assembleia divina que Jocorre no inicio do poema, Ul Zeus nao apenas pela i zelo na oferta de sac isses é elogiado por teligéncia, mas também por seu aos imortais. A piedade dos deuses ¢ fundamental, e nisso Ulisses é exemplar: é protegido por Atena. Acontece também que alguns deuses esto ira- dos com determinados mortais, e clamam por vinganea: é 0 caso de Postidon, que nao perdoa Ulisses por ter cegado seu filho Polifemo. Os deuses do Olimpo,afresco Os deuses se comunicam com os homens através de sonhos ou por de Giulio Romano no teto da meio de videntes, como o cego Tirésias (nas epopeias antigas, os Sala dos Gigantes do Palazzo _videntes, assim como os poetas, em geral s4o cegos). E ele quem Ulisses mMantua vai consultar no inferno (canto X1). Entre os deuses, é Zeus quem reina supremo; os demais o obedecem, as vezes a contragosto, as vezes protestando aberta- mente. Sao eles: Hades € Poséidon, seus irmaos, Hera, sua esposa, Atena, sua filha par- tenogénica, e Apolo, Artemis, Hefesto e Ares, também seus filhos. Trata-se de uma familia de relacionamento turbulento, e Zeus se irrita ‘com muita frequéncia! Em certo sentido, os deuses so muito semelhantes aos homens, mas ndo se deixe enganar: as diferencas entre mortais e imortais so imensas. Os deuses sto maiores, mais belos e mais fortes, e se ali- mentam de modo diferente, com néctar e ambrosia, deslocam-se com maior rapidez etc. Mas, acima de tudo, por definigao, eles nao morrem. E 0 destino que aguarda os humanos depois da morte nao € nada invejével, como se vé no canto XI, em um famoso didlogo entre Ulisses e a alma de Aquiles: “Agora rei- nas poderosamente sobre os mortos, / tendo vindo para aqui: nao te lamentes por teres morrido, 6 Aquiles”, diz Ulisses. Ao que Aquiles responde: “Eu preferiria estar na terr. como servo de outro, [..] do que reinar aq sobre todos os mortos”. O OLIMPO E SUAS DIVINDADES Os olimpianos sao as divindades gregas que, de acordo com a mitologia, habitam o monte Olimpo e sao capazes de gerar outros deuses. As vezes descem a Terra como mortais, a fim de ajud4-los, puni-los ou unir-se a eles, gerando assim os semideuses. A MITOLOGIA GREGA ‘Tradicion-almente, o cénone olimpiano se limita a doze divindades, seis masculinas e seis femininas. A lista varia de acordo com a época, eno total os olimpianos chegam a catorze. Zeus, Hera, Postidon, Ares, Hermes, Hefesto, Atena, Apolo e Artemis esto sempre entre os doze. Mas hé também Héstia, Deméter, Afrodite e Hades, cuja presenga se alterna. Zeus O mestre do universo é filho de Reia, a Terra, e de Crono, o Tempo. Depois de destronar o pai, ele triunfa sobre os Tits. No canto I da Odisseia, em uma assembleia dos deuses, é ele quem determina 0 retorno de Ulisses, instigado por Atena. Hera A esposa de Zeus (a terceira) também ¢ filha de Reia e de Crono. Ea deusa do casamento e da fertilidade. Jovem Baco, pintura de Poséidon Caravaggio, Palicio dos Irmao de Zeus, Hades e Hera, reina sobre os mares e nao aceita a _Oficios, Florenea (1593) soberania de Zeus, de quem se considera um igual. E um deus pode- Toso, que pode elevar os mares ¢ fazer tremer a terra. Na Odisseia, ele €0 responsével pelos infortinios de Ulisses. Persegue o her6i para se vingar do tratamento dispensado a um de seus filhos, 0 Ciclope Polifemo. Hades Irmao de Zeus, Poséidon e Hera, seu reino é 0 Inferno, © mundo subterrineo dos mortos. E casado com Perséfone, que foi raptada por ele. S6 vem para a Terra durante uma época do ano: 0 inverno. Atena Fitha de Zeus e de Métis (palavra grega que significa inteligén ardilosa), é uma deusa guerreira timida e casta, protetora das artes e das estratégias. Desempenha um papel fundamental na Odisseia, protegendo Ulisses o tempo todo. Afrodite Ea deusa do amor, do desejo ¢ da beleza. Mas também sabe ser maldosa. Casada com Hefesto, tem incontaveis amantes, como Ares, deus da guerra, e Adénis. Artemis Filha de Zeus e de Leto, irma gémea de Apolo, essa virgem indomAvel olha pelas jovens antes do casamento. Deusa da caga, é bastante temida e poderosa. A MITOLOG A GREGA Apolo Filho de Zeus e de Leto, irmao gémeo de Artemis, é uma divindade da luz (ainda que Homero faga distingao entre ele e o deus do Sol, Hélio) e das artes, com poderes de purificacao e de cura. Mas as fle- chas de seu arco também podem punir e ferir para matar. Ares Filho de Zeus e de Hera, é 0 deus da guerra Hermes Filho de Zeus e de Maia, é o mensageiro dos deuses, protetor do comércio e das viagens. £ também o encarregado de conduzir a alma dos mortos até Hades. Na Odisseia, aparece em nome dos deuses para y< anunciar a Calipso que Ulisses deve ser libertado. Hefesto Filho de Zeus e de Hera, marido da infiel Afrodite, 60 deus do fogo, . => _ mestre da metalurgia. Um dos mitos sobre ele o retrata como uma. figura de feiura pavorosa, para desespero de sua mac, Hera, enver- gonhada por gerar tal criatura. Ela o teria arremessado ao mar do 9 alto do Olimpo. Outra versio da mesma lenda credita esse gesto a Zeus. Na Odisseia, 0 aedo Demédoco (canto VIII) narra o amor de Ares e Afrodite e a vinganga do marido traido, Habil artesao, Hefesto fabrica um leito que se transforma em uma jaula para os amantes e depois convoca os demais deuses para contem- plar o espetaculo, que define como “risivel”. Na obra de Homero, Hefesto nao tem vulcdes como oficinas e nem Ciclopes como auxiliares. Deméter Filha de Crono e de Reia, 0 que faz dela irma de Zeus, Poséidon, Hades, Hera e Héstia. Ea deusa da fertilidade e da agricultura. F ela quem ensina os homens a cultivar o trigo. OS DEUSES GREGOS E ROMANOS Paes Os deuses gregos foram depois incorporados as divindades ja existentes, pintura deGiovanni em Roma, O esquema ¢ sempre o mesmo. Para cada tema cotidiano relevante (guerra Battista Tiepolo, colheita, sol, morte, forja...) existe uma divindade associada em ambas as culturas, museudo Louvre _apesar de receberem nomes diferentes na Grécia e em Roma. Como s6 atingiram 0 Recent ne ee eee Sonar eee mane ese mre rents aos deuses gregos e a associaram as proprias divindades. E por isso que determina dos deuses tem um nome em grego e outro em latim, apesar da lenda sobre sua ori gem ser a mesma. A historia de Dionisio, o deus grego do vinho, ¢ idéntica a do Dey rte A MITOLOGIA GREGA Dionisio Filho de Zeus e Semele, uma princesa tebana, € 0 inico deus que viveu uma vida de mortal antes de ascender ao Olimpo. Eassociado a vegetagao, em especial a vinha, que produz 0 vinho, ¢ é res- ponsavel pelo transe mistico. Trata-se de um deus essencialmente errante, sempre acompanhado de um ruidoso séquito de sétiros e ménades. Héstia Irma de Zeus, Hera, Hades e Poséidon, é a deusa do ambiente domés- tico, a protetora das familias ¢ dos vilarejos. Assim como Artemis Atena, é uma deusa casta. Tem como atributos o chifre da abundan- cia eo fogo sagrado. O LEGADO LINGUISTICO DE HOMERO Muitas expresses que usamos até hoje tém origem na Odisseia ou foram inspiradas em Homero. ‘A.cada um o que lhe cabe: 0 adjetivo “homérico” descreve eventos Detalhe de um vaso grego, grandiosos, espetaculares, dignos dos relatos épicos de Homero (um representando uma sereia combate, um enfrentamento homérico). (480-470 a.C.) A palavra “odisseia” ¢ usada —e bem se vé por qué — para deno- minar uma jornada atribulada, cheia de aventuras: “nosso retorno das férias foi uma verdadeira odisseia’. Nos primeiros cantos da Odisseia, Telémaco, convicto de que o pai ainda estava vivo, parte em sua procura. £ acompanhado nessa jornada por um homem mais velho chamado Mentor, que olha por ele. E por isso que o termo mentor é usado para designar um guia, um conselheiro mais velho e mais sabio, e costuma ser aplicado a um contexto de aprendizado. (O vinho de étima qualidade, ou em termos mais genéricos uma bebida requintada, costuma ser chamado de néctar, uma referéncia a bebida dos imortais, reservada apenas aos deuses na obra do Homero. [As Sereias, como se sabe, na Odisseia sao divindades marinhas que entoam belos cantos para as embarcagdes € sio a perdicao dos navegadores. Portanto, as expresses “ouvir o canto da sereia” e“sucumbir ao canto da sereia” significam se deixar seduzir. Decididamente, a viagem de Ulisses nao foi nada prazerosa! Depois de escapar das Sereias daquelas vozes encantadoras, ele teve que enfrentar um perigo ainda maior: dois monstros ferozes 0 aguardavam. Ulisses foi obrigado a escolher entre Caribdis, que destroi as embarcagdes com redemoinhos, e Cila, devoradora de marinheiros (como no caso dos seis companheiros de Ulisses). Estar entre Cila e Caribdis, portanto, significa estar cercado de perigos dos quais no fim das contas nao ¢ possivel escapar. Proteu é um deus do mar que tem o dom da profecia e pode se metamorfosear a seu bel-prazer. No canto IV da Odisseia, ele € consultado por Menelau. O adjetivo proteiforme significa “aquele que muda com frequéncia de forma”. 9 Titulo original: Odisseia, adaptacao de Odissea, de Homero Adaptagao e roteiro : Christophe Lemoine Desenhos e cores: Miguel Lalor Imbiriba ‘Tradugio : Alexandre Boide Diregdo do projeto: Nicolas Waintraub (Lagardére Active), Marie-Thérése Asmar Courie (Editions Adonis) e David Kings (Ecitions Glénat) Direcao da colesio : Roger Brunel (Glénat Concept) ‘Coordenagao : Nadia Chaara e Marine Bos (Lagardére active), Estelle Matha e Marie-Agnes Leroux (Editions Glénat) Projeto grifico : Editions Glénat (capa e quadrinhos) e Copyright (O autor, sua época e sua obra) Ilustragio da capa : Jean-Yves Delitte O autor, sua época e sua obra : Imagens: p.51 : ©Costa/Leemage ; p.52 : ©Photo Josse/Leemage ; p.56 : ORaffael/Leemage ; 1.57 : ©Immagina/Leemage ; p.58 : ©Photo Josse/Leemage ;p.59 : Luisa Ricciarini/Leemage ; Textos p.51-59 : Gilles Thierriat Agradecimentos Claire Léost, Saad Khoury, Benoit Marin, Lorenzo Sacasa, Marta Arenas, Francisco Perales, Géraldine Denis © Editions Adonis, 2010 © L&PM Editores para a tradusio em portugues, 2012 Edicdo: HFA — 92534 Levallois-Perret Cedex, France Importado e distribui ‘wwvidelprado.com.br Distribugao em bancas Pega na banca de sua preferéncia que sejareservado, todas as semanas, um exemplar da colegio « Grandes Clissicos da Literatura ‘em Quadrinhos », Adquirindo a edicao sempre no mesmo local vocé teré um melhor servigo ¢ uma distribuicao mais eficiente Del Prado mantém suas publicagdes em estoque por até seis meses ap6s o recolhimento das bancas para atendimento aos letores que ceventualmente nio as adquiriram na época de seu langamento, Seus pedidos de ntimeros atrasados podem ser feitos ao seu jornaleiro. buidorexclusivo para bancas de todo o Brasil: FC Comercial e Distribuidora S.A. Estrada Dr. Kenkiti Shimomoto, 1.678, Sala A - Jardim Belmonte Osaseo ~ SP ‘al (11) 3789-3000 ‘Atendimento a0 colecionador Para consults, recamagdes ou informagSes adicionais sobre a colegdo, Del Prado coloca a sua disposiqao os telefones de atendimento ao cliente (21) 2244-2492 « 2244- 7590, bem como o e-mail faleconosco@elprado.com.br Produga : Glénat Production Impresso na Franga por Pollina, Z.1. de Chasnais— 85407 Lugon, France - L68605, ISBN : 978-2-35710-412-9 Impressto : julho de 2014 Depésito legal : agosto de 2014 Todos 0s direitos reservados para todos os paises. O editor se reserva o direito de modificar a estrutura da coleso, sua ordem de publicagao, e 0 mimero de edigdes caso circunstincias técnicas ou de mercado de qualquer tipo assim o aconselharem. O material grifico promocional reproduz.componentes da colegio que poderio softer modificagbes devido as circunstincias mencionadas anteriormente. Coe ODISSEIA maT ao ares ae ee Tote k= a ee ot eer Ao fim da Guerra de Troia, Ulisses decide voltar para casa, em [taca, mas 0 caminho COS Ora eect ee OR Redeem Ce ncn Cents Me a arsets Oe Cen e crt Ce Rn Ken eM nCce RCT terete Me SU Tectcy etree oro COMO NCO can re oc CeCe MOCO eonnTec RCUe I OM CoCo Oe ce BCT tee acm eR Oe eae aeons Peace tse Sante Ailha do tesouro %. SL. Stewensan / A volta ao mundo em 80 dias hilio Verne | Robinson Oe eC a CS ea ee ee Cs hs ee ee ee ee ee Ce ec O tiltimo dos moicanos “James J. Cooper / As mil e uma noites / Oliver Twist Charles Dickens | CUS e oa ec Oe Guerra e paz Lean Talstai | O capitao Fracasso Thcophile Gautier | Quo vadis Henryk eC Re eC ee ee cy eR re LS eC CC cs mace

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