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Observações etnográficas sobre um terreiro de Umbanda Omolokô em terras lusitanas.

Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o processo de transculturação elaborado
em um terreiro de Umbanda Omolokô situado na Grande Lisboa. Chefiado por um pai
de santo português e frequentado por filhos de santo e clientes portugueses, este terreiro
é organizado em função da origem brasileira, da procedência angolana da mãe
biológica do pai de santo e da adaptação necessária para esta religião se estabelecer em
Lisboa. A análise é voltada para o transnacionalismo religioso e como esta religião afro-
brasileira engendrou diálogos transatlânticos complexos ao instalar-se em Portugal.
Foi por meio da observação participante dessa variante portuguesa da Umbanda
Omolokô, que pude notar como em muitos momentos seus ritos remontam a terreiros
brasileiros e em outros são ressignificados, pelo fato de estarem instalados em outra
sociedade. Isso pode ser notado na elaboração do espaço, nas cantigas de exu e nas
próprias entidades como Zé Pelintra, Maria Padilha, Maria Molambo entre outras
conhecidas do panteão de exus brasileiros. De outro modo quando as entidades
"baixam" a comunicação com aquele que vem consultá-las se dá com sotaque português
e adaptações necessárias para a realização da consulta em Portugal.

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