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Projeto de Pesquisa
O que é? Como fazer?
um uia ara sua elaboração
Sobre os autores
DERNA PESCUMA. Pedagoga, mestra em
Educação: Supervisão e Currículo pela
PLJC-SP. Atualmente, coordena o
Programa de Avaliação Institucional
(PROAI/CPA) da Universidade
Católica de Santos e os Trabalhos de
Conclusão
Ciências dade Educação
Curso do daCentro de
mesma
Instituição, leciona Metodologia da
Pesquisa e Didática na graduação e na
pós-graduação. É autora dos livros
Referências bibliográficas e Trabalho
acadêmico (Olho d Água, 2003), jun-
tamente com A. P. E de Castilho, e de
diversos artigos sobre educação.
ligiãoPaulo.Atualmente,coordena
São pela l 'niversidade Metodista de
o Co-
mitê de Ética em Pesquisa envolvendo
Seres Humanos, o Curso de Filosofia e
o Grupo de Estudos sobre Problema do
Homem Contemporâneo da
Universidade Católica de Santos.
Leciona Fili isofia e Lógica,Filosofia
da Educação e Metodologia da
Pesquisa na gradua* ao e na pós-grad
nação. É autor dos livros Referências
bibliográficas e Trabalho acadêmico
(Olho d’Água,20i»í),
Derna juntamente
Pescuma, < de com
artigo sobre
filosofia.
PROJETO DE PESQUISA
0 QUE É? COMO FAZER?
Um gu ia pa ra su a elaboração
Março/201
3
© Dos autores
Editor
Jorge Claudio Ribeiro
Capa
Inês Ruivo
Diagramação A.C. Pinheiro
Impressão e acabamento FormaCerta
02-3409 CDD-808.066378
índices para catálogo sistemático:
1. Trabalhos acadêmicos : Redação 808.066378
PREFÁCIO.............................................................................................. 7
INTRODUÇÃO....................................................................................... 9
PARTE I
PESQUISA: CONCEITUAÇÃO E NÍVEIS ......................................... 11
O que é?.................................................................................... 12
Níveis de pesquisa....................................................................... 13
Pesquisa na graduação......................................................... 15
Pesquisa na pós-graduação .................................................. 15
PARTE n
PROJETO DE PESQUISA................................................................... 17
Projeto = problema ...................................................................... 18
Projeto de pesquisa ..................................................................... 19
O problema, cerne do projeto ............................................ 20
ELEMENTOS DE UM PROJETO DE PESQUISA ............................. 21
Tema ............................................................................................ 24
Justificativa .................................................................................. 25
Referencial teórico ....................................................................... 27
Delimitação do problema ............................................................. 29
Formulação das hipóteses ............................................................ 30
Título............................................................................................ 32
Objetivos .................................................................................... 32
Metodologia ................................................................................. 33
Cronograma das atividades .......................................................... 34
Recursos humanos e materiais - orçamento ................................. 36
Referências................................................................................... 36
APRESENTAÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA ...................... 39
Parte externa .................................................................................39
Parte interna..................................................................................40
5
Elementos pré-textuais ............................................................. 40
Elementos textuais ................................................................... 40
Elementos pós-textuais ............................................................ 41
Folha de rosto do Projeto de Pesquisa .......................................... 42
Exemplos de Projeto de Pesquisa ................................................. 44
PROJETO DE PESQUISA NA ÁRES DE SAÚDE:
ORIENTAÇÕES GERAIS .....................................................................73
PARTE III
O ORIENTADOR E O ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA...77
Orientação da pesquisa ................................................................. 77
Indicação de leituras ..................................................................... 79
Redação do trabalho .....................................................................79
DIMENSÃO ÉTICA DA PESQUISA QUE ENVOLVE
SERES HUMANOS .............................................................................. 82
Aspectos éticos .............................................................................83
Termo de consentimento .............................................................. 83
Protocolo de pesquisa ................................................................... 84
CONCLUSÃO........................................................................................ 85
REFERÊNCIAS .....................................................................................86
ANEXO A - Definições de pesquisa ...................................................... 90
ANEXO B - Resolução do Conselho Nacional de Saúde n2 196/96 .. 94
ANEXO C - Folha de rosto para pesquisa envolvendo
seres humanos .................................................................. 106
6
PREFÁCIO
7
verdadeiro tratado de epistemologia científica, transmitida por pequenas
doses bem digestivas.
Sobretudo, sua perspectiva é profundamente humanista,
focalizando sempre atitudes autenticamente humanas: colocar o
questionar e o problematizar no centro da perspectiva; sempre buscar
alternativas, evitando todo o dogmatismo; tomar consciência dos limites
próprios do pesquisador, dos seus centros de formação e documentação e
dos recursos disponíveis, antes de lançar-se na pesquisa; viver e sentir-se
inserido numa comunidade de pesquisadores; seguir uma ordem coerente
e progressiva, sem “dar o passo maior que a perna”; atender com cuidado
às novas exigências éticas. Enfim, envolver os orientadores, que
costumam esquecer-se de já terem sido principiantes, num clima de
diálogo e mútuo respeito. A excelente didática manifesta-se, entre outras
coisas, pelo caráter sugestivo dos quadros comparativos e pela tradução
da exposição em perguntas simples de se fazer a si mesmo. No final, dois
complementos preciosos: o texto completo das novas instruções oficiais
em matéria de ética da pesquisa e três modelos de projeto de pesquisa
elaborado.
Eis, então, um trabalho que, como os dois anteriores, merece e
precisa ser lido, recomendado e estar sempre ao alcance da mão para ser
consultado. Desejo aos autores o reconhecimento ao qual têm direito e,
aos seus leitores, pleno sucesso em suas pesquisas.
Etienne A. Higuet
Umesp - SBC.
8
INTRODUÇÃO
9
ABNT. Aproveitamos também para revisar o texto, aperfeiçoando-o e
corrigindo-o onde nos pareceu necessário. Deixamos nosso
agradecimento aos que acolheram este trabalho e apresentaram valiosas
críticas e sugestões.
Os autores
10
PARTE I
11
necessidade de se desenvolver uma metodologia capaz de apurar,
selecionar, elaborar, ordenar e sistematizar essa massa de informações e
transformá-la em conhecimento. Esse é o objetivo da pesquisa.
A pesquisa ocupa posição central na vida universitária e fecunda
tanto o ensino quanto a extensão. Por essa importância, é necessário
esclarecer o conceito.
O QUE É?
cidade das suas constatações. Espera-se, sim, que ele seja capaz de demonstrar -
segundo critérios públicos e convincentes - que o conhecimento que ele produz é
fidedigno e relevante teórica e/ou socialmente”. No campo científico, um dos
“critérios públicos e convincentes” é a utilização dos métodos de pesquisa.
3 Consulte o ANEXO A.
12
É realizada em determinada situação histórica por um ou mais membros
de uma comunidade científica os quais recebem influência dessa comunidade e
situação, bem como as influenciam mediante a comunicação dos resultados
atingidos, para serem avaliados.
Esse trabalho é realizado por estudiosos dotados de atitude crítica para:
superar a compreensão superficial e imediata; acolher um conhecimento novo e,
por vezes, surpreendente; delimitar adequadamente o campo do fsuber a ser
estudado; aceitar o julgamento de seu trabalho pela comunidade de
pesquisadores daquela área.
NÍVEIS DE PESQUISA
13
No primeiro nível, busca-se a “Interpretação Reprodutiva, no
sentido de tomar um texto e sintetizar de modo a reproduzir com
fidedignidade. A reprodução fidedigna contém alguma criatividade,
porque supõe pelo menos alguma forma de interpretação” (DEMO, 1994,
p. 40, grifo do autor).
No segundo, elabora-se uma “Interpretação Própria, no sentido de
tomar um texto e conferir-lhe formato interpretativo pessoal. Busca dizer
com palavras próprias, fazendo interpretação ativa, incluindo já um tipo
de leitura que discute com o texto. É pelo menos uma forma dinâmica de
ler autores, porque no fundo osreescreve” (DEMO, 1994, p. 40, grifo do
autor).
O nível seguinte aparece “como Reconstrução, no sentido de tomar
construção vigente como ponto de partida e refazer sob o signo de uma
proposta própria. Trata-se de movimentar-se com autonomia no meio do
que já existe, ou de questionar o que existe e repor proposta própria”
(DEMO, 1994, p. 41, grifo do autor).
No quarto nível, pretende-se atingir uma “Construção, no sentido
de tomar o que existe como simples referência e abrir caminhos novos.
Trata-se de ocupar espaço científico próprio produtivo no contexto dos
paradigmas. Supõe condições próprias de questionar vigências, lançando
caminhos alternativos” (DEMO, 1994, p. 41, grifo do autor).
Finalmente, “o quinto nível poderia delinear-se como Criação/
Descoberta, no sentido da introdução de novos paradigmas metodoló-
gicos, teóricos ou práticos. Trata-se de negar fases anteriores, questionar
radicalmente, opor-se frontalmente à existência de paradigmas,
perseguindo o novo como tal” (DEMO, 1994, p. 42, grifo do autor).
Todos esses patamares estão relacionados, mas ocorrem numa
escala de complexidade e aperfeiçoamento crescentes. É certo que podem
ocorrer em qualquer momento do ensino, mas, normalmente, na
graduação o aluno consegue atingir o primeiro e segundo níveis e na pós-
graduação os dois seguintes. Demo reserva o último nível para os poucos
pesquisadores que introduzem 6 “novos paradigmas metodológicos,
teóricos ou práticos” (1994, p. 42).
14
O presente estudo se concentrará na pesquisa acadêmica realizada
mi graduação e na pós-graduação.
PESQUISA NA GRADUAÇÃO
No seuA decorrer,
pesquisa deve ser elemento
o aluno constitutivo
deve aprender a ler, do curso de
entender graduação.
e reproduzir
lielmente o que lê; tomar-se capaz de buscar informações importanteso
coletar dados; relacionar as teorias e os dados empíricos; organizar
informações em vista da resolução de problemas e, fmalmente, elaborar
relatórios e outros trabalhos.
Por ocasião da elaboração do Trabalho de Conclusão do Curso
(TCC), o aluno deve saber delimitar um problema; ter adquirido maior
autonomia de estudo; ser capaz de buscar várias fontes de informação;
relacionar os conteúdos das diversas disciplinas; estabelecer os objetivos
do trabalho, elaborar o referencial teórico e escolher metodologia e
procedimentos de maneira coerente. Deve, também, ter adquirido a
capacidade de redigir o texto corretamente, no tocante à clareza e
coerência da argumentação e à utilização das normas técnicas.
A ênfase, nesta fase de estudos, é a fidelidade às ideias dos autores
estudados e a interpretação pessoal.
PESQUISA NA PÓS-GRADUAÇÃO
15
próprios dessa área.
A tese de doutorado também é um trabalho individual. Precisa
apresentar um problema srcinal e maior grau de elaboração teórica e
metodológica, profundidade, abrangência e complexidade do objeto a ser
pesquisado.
Todo trabalho monográfico, não importando a área do saber ou grau
acadêmico,
fundamentadadeve apresentar
da resposta parauma
essapergunta
pergunta na
no introdução, a busca
desenvolvimento e a
resposta na conclusão. Para a realização de pesquisas em qualquer nível, é
necessária a elaboração do projeto de pesquisa.
16
riepocle controlar, aquilo que frustra o ser humano, ou que o coloca ein
conflito consigo mesmo, com o outro e com o mundo. Não é disso que sc
fala ao referir-se ao problema de um projeto de pesquisa. Para que haja
um problema de pesquisa, ele deve estar bem delimitado, utilizar
conceitos bem definidos, permitir experimentos metódicos (dependendo
da área de pesquisa no qual se insere), ser passível de análise e permitir
uma conclusão.
PROJETO DE PESQUISA
19
O PROBLEMA, CERNE DO PROJETO
20
ELEMENTOS DE UM
PROJETO DE PESQUISA
21
pesquisa foi realizada sob determinadas condições, a
generalidade procura indicar (quanto possível) até que ponto,
sendo alteradas as condições, podem-se esperar resultados
semelhantes.
Pedro Demo (1991, p. 65-6) propõe os seguintes “passos
relevantes” para a elaboração de um projeto:
a) Primeiro,aé ser
interessante mister ter um “tema”,
estudado, fenômeno ou seja, um problema
pertinente que se
deseja analisar, fato novo que se pretende compreender;
b) segundo, projeta-se um caminho, com etapas para a
realização do estudo, o que denota sentido de sistematização e
disciplina de trabalho;
c) o momento inicial é geralmente marcado pela dúvida,
pois somente pesquisa quem não sabe tudo e convive
criticamente com os limites do conhecimento;
d) aí, pergunta-se pelo que já se sabe do tema, para buscar
alguma pista; chegando-se a uma pista preliminar, segue-se
em frente, para averiguar se tem futuro; pode-se descobrir que
é viável avançar, como também que o rumo está equivocado;
e) chega-se
delineie a uma primeira
o “tamanho” do esforçovisão
que geral
temosdode tema,
investirquee
diante do qual medimos o “tamanho” de nossas pernas; diante
de circunstâncias limitantes, como tempo disponível,
recursos, instrumentos empíricos, é possível assumir o tema
em maior ou menor profundidade;
f) importante será sempre “o que ler”, com vistas a
formular o “quadro de referências”, no qual vamos apresentar
nossa proposta explicativa da realidade; é preciso justificar as
relevâncias realçadas, o tipo de ponto de vista e de partida, a
preferência teórica, sempre em termos de elaboração própria;
g) importante é a questão metodológica que coloca o desafio
do como proceder: nas linhas, desenha os passos da análise
(bibliografia básica, dados a serem utilizados ou produzidos,
modo de interpretação, preferência de posicionamento
científico, fases da empreitada), e, nas entrelinhas, aparece a
tonalidade ideológica própria do autor, que é ator.
22
Tomando por base esses elementos do projeto de pesquisa,
apresentamos o seguinte modelo:
Justificativa realizada.
Razões de se realizar a pesquisa. estudar?
Por que considero
importante estudar
esse tema?
Objetivos 0 que se pretende atingir com a pesquisa. Para que fazer essa
pesquisa?
Metodologia Orientação filosófica sobre a realidade e Como vou
conjunto de atividades para coleta de dados. desenvolver minha
pesquisa?
Cronograma das Lista, por ordem e prazos, da realização eQuando e em que
atividades conclusão das atividades relacionadas com aordem vou realizar
pesquisa. as ações da
pesquisa?
TEMA
23
relevância científica e social, e ser de tal modo abrangente que contenha
aspectos a serem explorados. Deverá ser delimitado para ser estudado
com maior profundidade.
Sempre há riscos na escolha do tema. Eis alguns deles:
1 Escolha de um tema que o pesquisador ainda não estudou ou que nada
tenha a ver com sua atividade profissional.
Ao escolher um tema, é necessário um bom conhecimento a
respeito dele. Para conseguir formar o necessário conjunto de
conhecimentos que lhe permitirão chegar a um problema bem delimitado
(SEVERINO, 2007, p. 130), é importante que o pesquisador tenha feito
diversas leituras, participado de cursos, seminários e atividades
relacionadas com o tema. Isso ocorre normalmente durante os cursos
realizados na vida acadêmica ou na experiência profissional.
2 Escolha de um tema sobre o qual não haja fontes acessíveis de
consulta ou que exija condições fora do alcance do pesquisador.
Antes de decidir-se por um tema, o pesquisador deve fazer uma
verificação do que já existe sobre o assunto e de sua possibilidade de
acesso (AZEVEDO, 1997, p. 42). Deve também verificar se ele pode ser
desenvolvido com metodologia disponível.
3 Escolha de um tema que não possa ser feito no limite de tempo
disponível para a realização da pesquisa.
Antes de optar por um tema, o pesquisador deve calcular
cuidadosamente as exigências que o mesmo comporta frente ao prazo
disponível (AZEVEDO, 1997, p. 42).
24
Perguntas para ajudar a escolher o tema10 O
que eu quero estudar?
O que mais me interessa dentre as coisas que eu estudo?
Quais assuntos me deixam curioso, levantam dúvidas, interrogações?
Além dos livros que o professor indica, quais outros eu gosto de ler? De que
assunto tratam?
Em meu trabalho ou nos estágios que faço, aparecem dúvidas que eu não sei
resolver e que aguçam minha curiosidade?
Que tema despertou meu interesse?
Esse tema está dentro do meu alcance?
Tenho acesso ao material necessário para enfrentar esse tema?
Poderei concluir minha pesquisa dentro do prazo de que disponho para isso?
4 Escolha de um tema que não encante o pesquisador.
E sabido,
nasce da desde
admiração os gregos,
e do fascínioque
poroalgo.
desejo intenso deve-se
Portanto, de buscar a verdade
tomar como
tema de pesquisa algo que apaixone o pesquisador.
JUSTIFICATIVA
1 Relevância pessoal
Mostra por que o problema é importante para o pesquisador. Este
deve indicar como surgiu o interesse pelo tema de investigação, qual foi a
srcem da curiosidade pelo assunto, que circunstâncias interferiram na sua
escolha e por que foi feita tal opção. É a parte mais pessoal da exposição
do projeto, momento de se apontarem motivações
10 Não é necessário que o pesquisador responda a todas essas perguntas. Seu único
objetivo é auxiliar na elaboração do projeto de pesquisa.
25
e interesses ligados diretamente às circunstâncias da vida do pesquisador.
2 Relevância acadêmica
Todas as pesquisas partem de resultados obtidos pela comunidade
científica e contribuem para o aumento do conhecimento em determinada
área. Há, portanto, um encadeamento do trabalho científico com os
estudos anteriores da comunidade acadêmica. Nessa perspectiva, cada
pesquisa realizada oferece uma contribuição para a Academia. Daí, a
importância de se apontar essa relevância no próprio projeto de pesquisa.
3 Relevância profissional
Uma das características da ciência moderna é ter uma aplicação
prática no processo de dominação e transformação do mundo. Há,
portanto, uma aplicação prática a se buscar para ser utilizada na vida
profissional. Assim sendo, o pesquisador deverá destacar neste item a
importância de sua pesquisa para a profissão.
4 Relevância social
Mesmo os trabalhos mais teóricos e aparentemente desligados de
uma prática deve
pesquisador socialestar
ou política
conscientepossuem essa dimensão.
da contribuição Por estudos
que seus isso, o
11
podem prestar a projetos políticos, ficando alerta sobre isso .
11 Por exemplo, um lógico que pesquise de maneira puramente teórica sua área do
conhecimento deve saber que o resultado de suas pesquisas poderá ser usado,
tanto para a construção de computadores mais potentes, que possibilitarão o
controle mais rígido das populações, como para tomar mais acessível a todos a
utilização da infonnática.
26
Perguntas para ajudar a elaborar a justificativa
Como essecontemporânea?
sociedade assunto pode contribuir para a solução dos inúmeros problemas da
Como esse assunto contribui para que eu me responsabilize para a construção
de uma sociedade melhor?
REFERENCIAL TEÓRICO
27
tratamento dos dados e mostrará como estes são interpretados por
diversos autores.
Os seguintes passos são úteis para a elaboração do referencial
teórico:
»
pesquisa.
Conta-se que
norte-americano, Georgeum
ao buscar Washington Carver
problema para suas(1864-1943), cientista
pesquisas, pensou em
estudar a imensidão do universo. Perguntou a Deus o que pensava disso e
Ele respondeu: “É demais para sua cabeça!” O cientista, então, moderou
suas expectativas e pensou em estudar o poder do Sol. Novamente,
perguntou a opinião de Deus e ouviu a resposta: “Ainda é demais para
sua cabeça!” Mais uma vez, o cientista pôs-se a pensar t' decidiu estudar
a grandeza da Terra. Ao apresentar sua ideia a Deus, ouviu a mesma
resposta. Tudo se repetiu muitas e muitas vezes - a cada proposta do
cientista, a mesma resposta divina. Abatido, o cientista perguntou: “O
que então devo pesquisar?” A voz de Deus: “Estude o mnendoim, pois
tem o tamanho ideal para você”. Humildemente, o cientista começou a
29
desnecessárias. É fundamental, portanto, delimitar, determinar e
Perguntas para ajudar a delimitar o problema
O que eu não sei e quero saber?
Qual é minha pergunta?
Por que o tema escolhido precisa ainda ser pesquisado?
Que tipo de informações permite limitar o tema?
Que tipo de informações permite fazer um recorte mais específico do tema? O que
investigar? Sob quais aspectos investigar?
Qual é o meu problema? É pequeno, restrito, definido e delimitado?
Há coerência entre tema e problema?
Estou seguro de que é esse problema que pretendo estudar?
Meu problema está formulado em forma de pergunta?
Está redigido de maneira clara e concisa? Utiliza conceitos bem determinados?
Conseguirei resolver meu problema?
circunscrever o problema, definindo também o ângulo ou perspectiva em
que será tratado.
Essa história mostra ainda que um problema de pesquisa mal
delimitado estará além das condições do pesquisador; e que um problema
modesto e bem definido poderá ser solucionado com mais profundidade,
precisão e facilidade.
O problema deve ser formulado como pergunta ou questão, de
maneira concisa e clara, utilizando conceitos bem determinados, de tal
forma que sua solução seja possível. Deve orientar todo o
desenvolvimento do trabalho e ser respondido sinteticamente em sua
conclusão.
30
ou mais hipóteses (conjecturas ou suposições) que deverão ser
demonstradas.
Todo o trabalho científico deve ser constituído de uma
argumentação7 que relaciona o problema com os dados coletados
(bibliográficos, de campo e experimentais) e com as hipóteses.
Inicialmente, o pesquisador possui meras hipóteses a respeito do objeto a
ser estudado. A medida que tiver maior domínio do assunto, melhor
aprofundamento do tema e adequada coleta de dados, poderá comprovar
ou refutar as hipóteses, que é o objetivo da pesquisa.
As hipóteses devem ser enunciadas de modo conciso e claro, escritas
de forma afirmativa, formuladas de maneira lógica evidenciando as
lacunas ou as ambiguidades do assunto. Poderão ser modificadas ou
abandonadas durante a pesquisa caso se verifique que são inadequadas ou
falsas.
15 "ise debate está fora do objetivo deste trabalho e por isso não nos deteremos
nele. Pode-se consultar sobre esse assunto: SEVERINO, 2007; LAKATOS, 1095;
LAKATOS, 1996; GIL, 2002; BABBIE, 2001; LAVILLE; DIONNE, 1999;
LAMY, 2011.
\ argumentação é que conduz à solução do problema: “A construção lógica do
Imbalho é o arranjo encadeado dos raciocínios utilizados para a demonstração d i
hipótese formulada no início” (SEVERINO, 2007, p. 148). Consultar também a
seção 2.3 A estrutura lógica do texto (SEVERINO, 2007, p. 74-89).
31
Perguntas para ajudar a escolher o título
Como se chamará?
O título é fiel ao trabalho que pretendo realizar?
O titulo é coerente com o conteúdo do meu trabalho?
Expressa claramente o que pretendo desenvolver com meu trabalho?
Exprime de maneira objetiva o que pretendo estudar?
Comunica diretamente o que pretendo apresentar com meus estudos?
TÍTULO
OBJETIVOS
trabalho.
Os objetivos devem ser formulados com a utilização de verbos no
infinitivo, tais como: aplicar, avaliar, buscar, caracterizar, determinar,
enumerar, formular, encontrar, explicar.
32
METODOLOGIA
Os
Rm instrumentos
qtiom, onde, são compreensíveis
quando e como vou para quem vai aplicá-los ou respondê- lo»?
aplicá-los?
Como vou organizar e apresentar esses dados?
Consigo relacioná-los com meu referencial teórico?
Tomei ns providências éticas exigidas para pesquisas com seres humanos?
33
CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES
34
• entrega da conclusão, apêndices, anexos e referências do trabalho para
correção;
• reelaboração da conclusão, apêndices, anexos e referências do
trabalho após a correção;
• redação da introdução do trabalho;
• entrega da introdução para correção;
• reelaboração da introdução após a correção;
• elaboração dos demais elementos (capa, folha de rosto...);
• redação final do trabalho;
• impressão, cópias e encadernação do trabalho;
• entrega do trabalho;
• apresentação pública do trabalho, quando for determinada pela
instituição.
Para melhor visualização do cronograma, pode-se construir uma
tabela levando em conta os prazos em dias, semanas ou meses, a critério
do pesquisador.
Prazo (semanas) 1 2 3 39 40
Atividades
reelaboração do projeto X
elaboração do sumário provisório
X
entrega do trabalho X
apresentação pública X
35
Perguntas para ajudar a definir o cronograma
Quando e em que ordem vou realizar as ações da pesquisa?
Que atividades devo realizar para concluir meu trabalho?
Quais providências devo tomar?
Que atividades e providências dependem de outras anteriores?
Que ordem de atividades devo seguir?
Há atividades ou providências que podem ser realizadas simultaneamente? Quais
são? Como organizá-las?
Quando vou realizar as atividades arroladas no quadro acima?
Qual o prazo final para conclusão e entrega de cada atividade?
Qual o prazo final para conclusão e entrega do trabalho?
Deixo um tempo para possíveis imprevistos?
REFERÊNCIAS
36
rigorosamente as normas da ABNT16. É bom salientar que a lista de
referências apresentada inicialmente tende a ser ampliada durante a
pesquisa, já que novos documentos poderão ser levantados no
desenvolvimento do trabalho.
16 Sobre isso, consulte nossa obra Referências bibliográficas, publicada pela Editora
Olho d’Água.
37
PARTE INTERNA
APRESENTAÇÃO DE UM
PROJETO DE PESQUISA
PARTE EXTERNA19
Elemento Obrigatoriedade
Capa Opcional
Lombada Opcional
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
38
Elementos pré-textuais
Elemento Obrigatoriedade
ELEMENTOS TEXTUAIS
Os elementos
delimitação textuaisformulação
do problema, são: tema, das
justificativa,
hipóteses,referencial teórico,
título, objetivos,
metodologia, cronograma das atividades e recursos humanos e materiais 20.
39
Elementos textuais
Elemento Obrigatoriedade
Tema Obrigatório
Justificativa Obrigatório
Objetivos Obrigatório
Metodologia Obrigatório
Cronograma das atividades Obrigatório
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
Referências Obrigatório
Glossário Opcional
Apêndice Opcional
Anexo Opcional
índice Opcional
21
Capa final Recomendada
21 Apesar da ABNT não fazer alusão, recomendamos que seja colocada, ao final do
trabalho, uma capa final.
40
linguagem clara e demonstre domínio da gramática e dos conceitos.
Quanto à fonnatação do projeto de pesquisa a NBR 15287/2011
recomenda que os elementos pré-textuais iniciem no anverso da folha e
“que os elementos textuais e pós-textuais sejam digitados ou
datilografados no anverso e verso das folhas” (item 5.1). Os mesmos
podem ser apresentados em sequência, sem necessidade de se iniciar uma
nova páginaA4
de tamanho para(21
cada
cm elemento.
x 29,7cm).Pode ser usado papel branco ou reciclado
As margens das páginas ímpares (anverso da folha) devem ter:
• Margem esquerda e superior: 3 cm.
• Margem direita e inferior: 2 cm.
• As margens das páginas pares (verso da folha) devem ter:
• Margem direita e superior: 3 cm.
• Margem esquerda e inferior: 2 cm.
Deve ser datilografado ou digitado em cor preta, com fonte de
tamanho 12, com espaço 1,5 entre as linhas. As citações com mais de três
linhas, notas de rodapé, referências, legendas das ilustrações e das tabelas,
tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade devem ser digitados ou
datilografados
As referências em espaço
devem ser simples e fonte
separadas entre de
si tamanho menor simples
por um espaço e uniforme.
em
branco (itens 5.1 e 5.2 NBR 15287/2011).
Quando o trabalho for digitado ou datilografado em anverso e
verso, a numeração das páginas deve ser colocada no anverso da folha, no
canto superior direito; e no verso, no canto superior esquerdo. A
numeração é contada desde a folha de rosto, mas aparece somente a partir
da folha ou página que contém o primeiro elemento textual do projeto. Se
o trabalho tiver vários volumes, a numeração das páginas deverá estar em
sequência do primeiro ao último volume (item 5.3 NBR 15287/2011).
41
margem direita” (item 5.2, NBR15287/2011).
Projeto
sa __ dadeárea
pesquisa na linha de_____
de concentração pesqui-
apresentado a(o) (nome do órgão
financiador).
42
Exemplos de Projeto de Pesquisa - Iniciação Científica5
CAPA
S O PAULO-2004
43
FOLHA DE ROSTO
SÃO PAULO-2004
44
SUM RIO
SUMÁRIO
1 TEMA 3
2 JUSTIFICATIVA 3
3 REFERENCIAL TEÓRICO 3
4 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA 3
6 TÍTULO 3
7 OBJETIVO 4
8 METODOLOGIA 4
10
11
REFERÊNCIAS 5
45
1 Tema
Educação à distância e a formação de professores de Mate- Qual é o meu
mática tema?
2 Justificativa
O tema escolhido envolve a Educação a distância e a formação Por que
de professores de Matemática, pois hoje em dia se faz importante fazer?
a necessidade de uma melhor formação e um melhor suporte aos
professores de nossa rede educacional. Para que esta formação
seja realizada, as plataformas de educação a distância
constituem ferramenta importante e eficaz e que hoje em dia são
cada vez mais usadas para a realização deste objetivo de
formação.
Mas os tempos são outros. Os requisitos de um professor nos Relevância
tempos de hoje não são mais os mesmos. Hoje o professor deve social
não apenas transmitir o conhecimento necessário à formação
profissional do sujeito, mas principalmente preocupar- se com a
formação do cidadão, criando nele um senso de análise critica
não só dos conteúdos ensinados, como também de situações da
vida cotidiana.
Outro motivo é o desejo de participar de um projeto de iniciação Relevância
científica. pessoal
3 Referencial teórico
Segundo Tajra (2002), o uso da plataforma de educação a dis- O sobre que seio
tância traz os seguintes ganhos pedagógicos: assunto?
. Acessibilidade a fontes inesgotáveis de assuntos para
pesquisas;
. Páginas educacionais especificas para a pesquisa escolar;
. Comunicação e interação com outras escolas; Como vou
. Estímulo para pesquisar, a partir de temas previamente desenvolver
definidos ou a partir da curiosidade dos próprios alunos; minha
. Desenvolvimento da autonomia. pesquisa?
Segundo Pontes (2003) entende-se por aula investigativa a
prática da docência por meio do estudo de problemas, estimu-
lando a construção do conhecimento e não simplesmente es-
tipulando respostas a exercícios óbvios, que não constituem um
desafio para o aluno.
4 Delimitação do problema
Nesta pesquisa de iniciação científica procuraremos responder à
seguinte questão: “A partir de uma plataforma determinada, quetipos Qual é a
de interações em um curso de educação a distância, formação minha
continuada, podem ser desencadeadas visando instrumentalizar um pergunta?
professor para aula investigativa, modificando assim a prática
docente?”
46
Novembro Elaboração das considerações conclusivas
Dezembro Formatação final e entrega do trabalho de
iniciação científica
48
SUM RIO
SUM RIO
1TEMÀ 3
2 JUSTIFICATIVA 3
3 REFERENCIAL TEÓRICO 3
4 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA 3
6 TÍTULO 4
7 OBJETIVO 4
8 METODOLOGIA 4
9 REFERÊNCIAS 4
52
1 Tema
Os procedimentos narrativos nos contos de Machado de Assis. Qual é o
meu tema?
2 Justificativa
O narrador machadiano tem sido objeto de estudo da crítica
especializada que se concentrou na análise dos romances. No Por que
entanto, a habilidade do autor, na criação de seus narradores nos fazer?
contos, ainda não mereceu a devida atenção. Portanto, faz-se
necessária uma pesquisa que priorize a análise dos
procedimentos narrativos nos contos, para que se possa avaliar a
obra do autor como um todo.
3 Referencial teórico
O interesse pelos contos de Machado de Assis nasceu de nossa
dissertação de mestrado, Marcas teatrais em Machado de Assis, O que sei
em que discutimos o modo dramático da narrativa. Nessa sobre o
pesquisa, já nos chamara a atenção os diversos meios usados assunto?
pelo autor para relatar suas histórias. Hábil manejador de
disfarces, Machado coloca em cena uma diversidade de
narradores, propiciando os mais variados efeitos, com a
finalidade de despertar o interesse do leitor. Suas opiniões,
classe, idade, moral, conhecimento, temperamento, modo de
narrar, diferem, na maioria dos textos. Todos, de um modo geral,
possuem uma maneira singular de se presentificar, de justificar a
narrativa,em
sempre, de maior
dialogar
ou com
menoro leitor, de apresentarA seu
grau, dissimulado. discurso,
dissimulação
pode ser considerada a marca dos narradores machadianos. O
uso desse recurso permite-lhe sublinhar que, apesar de
expressar tal ponto de vista, ele discorda do modo de pensar. Ao
sobrepor os dois pontos de vista numa só enunciação, o do
enunciador no momento presente e o do enunciador cujo ponto
de vista é recusado, põe à mostra o contraste entre a visão
limitada da vitima e a visão dupla do enunciador, rompendo,
assim, os limites da pessoa verbal. Esse constante jogo irônico já
indicia, de certa forma, que, por trás do narrador, há um sagaz
observador, que manipula seus narradores para atingir determi-
nado efeito.
4 Delimitação do problema
Apesar da diversidade de recursos técnico-formais utilizados por
Machado deOu
insistência? Assis
seja,haveria
existemrecursos que comparecem
procedimentos com mais
dominantes? Qual é a
5 Formulação das hipóteses minha
A pesquisa tem como objetivo principal delimitar os meios uti- pergunta?
lizados pelos narradores machadianos em todos os textos do
O que o
trabalho
pretende
demonstrar?
53
autor, publicados em vida, para, em seguida, destacar os pro-
cedimentos dominantes que comparecem nos contos e confrontá-
los com os que se presentificam em seus romances. Cumpre
esclarecer que os tipos de narradores que comparecem em mais
de um texto foram, para efeito de estudo, agrupados da seguinte
maneira:
1. Narradores em terceira pessoa: narrador observador, narrador
que se isenta da responsabilidade do relato, atribuin- do-a a
manuscritos ou documentos, denominado transcritor, como
sugere Oscar Tacca8, narrador intruso, narrador observador e
protagonista num mesmo texto.
2. Narradores em primeira pessoa: narrador protagonista, nar-
rativa epistolar, narrador testemunha, narrador transcritor.
6 Título Como se
Contos de Machado de Assis: para uma gramática do foco nar- chamará?
rativo.
8 Metodologia
Para alcançar os objetivos propostos, faz-se necessária uma Como vou
análise minuciosa de todos os contos publicados por Machado de desenvolver
Assis, concentrando a atenção no estudo não só do narrador, mas minha
de todos os artifícios utilizados por ele, para causar determinados pesquisa?
efeitos,
enunciadocomo análise do espaço,
e enunciação, do tempo,
intertextua- defasagem
lidade com entre
a literatura
nacional e estrangeira.
9 Referências O que
AGUIAR E SILVA, Vítor Manuel de. Teoria da literatura. São consultei
Paulo: Martins Fontes, 1976. para fazer o
projeto?
ASSIS, Machado de. Crítica teatral. Rio de Janeiro: Jackson,
1938a.
____ . Teatro. Rio de Janeiro: Jackson, 1938b.
54
____ . Contos Avulsos. Prefaciado e organizado por R. Magalhães Júnior.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1956.
____ . Obra Completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998. 3v.
AUERBACH, Erich. Mimesis. Tradução de George B. Sperber, São Pauio:
Perspectiva, 1971.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal.São Paulo: Martins Fontes, 1997.
____ . Questões
HUCITEC, 1998.
de literatura e de estética:a teoria do romance. São Paulo:
55
FOLHA DE ROSTO
S O PAULO-2003
58
SUM RIO
SUM RIO
1TEMÀ 3
2 JUSTIFICATIVA 4
3 REFERENCIAL TEÓRICO 5
4 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA 6
5 FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES 7
6 TÍTULO 7
7 OBJETIVO 7
8 METODOLOGIA 8
11 REFERÊNCIAS 9
59
1 Tema Qual é o meu
Estatística e Educação Matemática tema?
2 Justificativa
A motivação inicial para a realização desta pesquisa surgiu com Por que
os resultados obtidos na dissertação de mestrado realizada por fazer?
esta autora (SILVA, 2000). Neste estudo, partiu-se do
pressuposto que os alunos geralmente apresentavam de-
sempenho sofrívelpesquisa,
disciplina. Nessa em Estatística pelo fatoade
perguntou-se nãoalunos
643 gostarem da
de dez
cursos de graduação, após o término da disciplina Estatística
(cuja duração foi de um ano) sobre a ideia que tinham da
disciplina. As respostas dos alunos foram categorizadas e
obteve-se que 34% definiram-na como Matemática e 33% Relevância
conseguiram apresentar alguma ideia realmente pertinente à pessoal
Estatística. Os resultados demonstraram uma realidade ainda
mais cruel: os alunos sequer conseguiam diferenciar Estatística
de Matemática. Ou seja, eles não poderiam gostar de algo que
sequer conheciam. Tal constatação motivou-me a empreender
esta nova pesquisa.
Também foi perguntado aos alunos qual a crítica que tinham da
Estatística e 25% dos alunos apresentaram críticas ao professor.
A partir destes resultados, começou-se a pensar em elaborar
trabalhos com objetivos didáticos. Nestes dez cursos de
graduação em que foram obtidos os dados para a pesquisa do
mestrado, em todos os conteúdos programáticos era reservado
um semestre para trabalhar os conceitos da Estatística
Descritiva. Por este motivo, pensou-se em abordar nesta
pesquisa doutoral os conceitos de Estatística Descritiva,
especificamente, média aritmética, desvio padrão e intervalo de
confiança.
Tanto na vida acadêmica quanto na vida pessoal do aluno,
inúmeras situações apresentarão o conceito de média e isto Relevância
requererá um entendimento correto deste conceito. Como acadêmica
exemplo na vida acadêmica, trabalhos diversas áreas de
graduação utilizam testes estatísticos de comparação de médias,
e se o aluno apresentar um entendimento equivocado de média,
poderá também apresentar uma interpretação errônea do teste.
Em situações cotidianas, inúmeros são os exemplos, tais como o
preço médio da gasolina, a renda per capita etc.
Porém, conhecer a média é insuficiente para que possam ser
tomadas decisões. Segundo Rodrigues (1999), o conhecimento
apenas da média de uma distribuição não nos dá muita in-
formação sobre ela e por isto faz-se necessário conhecer a Relevância
social
60
variabilidade dos dados. Esse conhecimento permite que se faça
estimativas (intervalos de confiança) e que, com estes
conhecimentos, é possível melhorar muito a interpretação da
média.
Meletiou e Lee (2002) argumentam que a deficiência dos alunos
em relação à estatística pode ser conseqüência da deficiência do
ensino dos conceitos de variabilidade. Daí a importância da
elaboração visando
conteúdos de umauma seqüência
melhor didática que trabalhe
compreensão comdestes
e utilização estes
conceitos por parte dos professores. Apesar de existirem
dissertações sobre o conceito de média no Ensino Fundamental e
no Médio, não foi encontrado nenhum trabalho dissertando sobre
o ensino de intervalo de confiança.
Com a inserção dos conteúdos estatísticos na Matemática do
Ensino Fundamental é necessário uma reflexão dos pesqui- Relevância
sadores sobre as adaptações necessárias. Segundo Annie Morin acadêmica
(2002), é surpreendente observar que estão sendo introduzidas
no Ensino Médio as propostas que foram feitas há dez anos para
o nível universitário. Para esta autora, “as coisas não são
exatamente as mesmas: tem-se mais poder tecnológico; os
alunos são diferentes e os conteúdos devem ser adaptados”.
Nos trabalhos publicados sobre Ensino de Estatística tem-se
questionado sobre quais
devem ser abordados emoscada
conteúdos
série doe Ensino
com que profundidade
Fundamental e
Médio. Esta preocupação visa adequar o nível de abstração do
conteúdo com a maturidade intelectual do aluno de maneira a
evitar concepções errôneas sobre determinados conteúdos, como
relatam Watson e Kelly (2002).
Para tanto, é necessário preparar os professores de matemática
para lidar com o conteúdo de estatística. Quase a totalidade dos
professores de matemática do Ensino Fundamental e Médio são
Relevância
formados em matemática e talvez tenham tido em sua formação profissional
apenas uma disciplina de Estatística. Daí a importância de
complementar essa formação e proporcionar ao professor mais
conhecimento sobre as peculiaridades do conteúdo estatístico.
Assim sendo, justifica-se a elaboração desta pesquisa na área de
Educação Estatística, principalmente no tocante ao
aperfeiçoamento dos professores de Matemática do Ensino
Fundamental e Médio.
3 Referencial teórico
A autora deste projeto estabelece relações entre os três conceitos
enunciados acima e sua compreensão e utilização por
O que sei
sobre o
assunto?
61
parte de alunos do Ensino Fundamental, Médio e Superior e tam-
bém de professores de matemática.
Média Aritmética
Para buscar respostas para as questões de pesquisa, faz-se
necessário verificar quais os conteúdos mínimos sugeridos pelos
Parâmetros Curriculares Nacionais. Para as 5a e 6a séries é
sugerida, entre outros conteúdos, a compreensão do significado
de média aritmética e outras medidas de tendência central. Para
as 7a e 8a séries, é sugerida a obtenção destas medidas
enfatizando seus significados para fazer inferências (BRASIL,
Ministério da Educação, 1998).
No NCTM (1989) foi sugerido para a 5a até a 8a série a organi-
zação e a descrição de dados, dando ênfase em apresentação
gráfica e a exploração dos conceitos de centro e dispersão dos
dados, podendo-se questionar o significado de valores
discrepantes (outliers).
Um dos estudos sobre média aritmética mais citados nos artigos
científicos recentes é de Strauss e Bichler (1988). Os autores
fizeram um estudo com 80 crianças, sendo 20 nas seguintes
idades (8, 10, 12 e 14 anos) para verificar a compreensão das 7
propriedades da média aritmética e avaliar o meio de
apresentação de seus entendimentos (estória, concreto e
numérico).aos
aritmética Em12 Israel,
anos,asmas
crianças aprendem
os autores a calcular
argumentam queaembora
média
seja um conteúdo sempre ensinado, nem sempre a criança tem
uma compreensão correta do conceito. Talvez a simplicidade da
questão técnica (cálculo) faz com que o conceito de média pareça
ser simples. Foram aplicadas 32 tarefas individualmente com
cada criança. A maioria das tarefas foram qualitativas, ou seja,
não era necessário calcular a média para responder às questões.
As atividades consideradas mais fáceis e que tiveram maior
pontuação foram referentes à propriedade que enuncia que a
média está entre os valores extremos, a propriedade que diz que
a média é influenciada por valores extremos e a propriedade que
enuncia que a média não necessariamente é igual a qualquer um
dos dados.
Cortina (2002) realizou entrevistas individuais com 12 alunos de
a
7lizada
série
emdoproblemas
Ensino Fundamental para verificar
de média aritmética. O autora tinha
estratégia uti-
a inten-
ção de refletir sobre a possibilidade da média ser tratada com
uma razão matemática na fase inicial de seu ensino. Ele cita
como exemplo desta estratégia instrucional renda per capita e
quilômetros por litro. Para o autor, esta estratégia pode auxiliar o
aluno a comparar proporções em situações que envolvem grupos
de tamanhos diferentes. Dois pesquisadores realizaram a
experiência. Um pesquisador aplicou 3 problemas para os alu-
62
nos e o outro pesquisador anotava a experiência. Um dos pro-
blemas era comparar as vendas de bolachas de uma loja em dois
anos (1998 e 1999). Foi informado aos alunos que 10 pessoas
venderam 778 caixas de bolachas em 1998 e 15 pessoas
venderam 1002 caixas de bolachas em 1999 e então perguntado
se o grupo de vendedores deveria estar satisfeitos com os
resultados de 1999, com base em 1998. Também foi perguntado
se a metaOs
razoável. para 2000 (vender analisaram
pesquisadores 2000 caixasa com 25 vendedores)
estratégia era
de resolução
de cada aluno. Foram três as estratégias utilizadas:
1o) aproximação pela multiplicação: 778/10 = 77,8 e então mul-
tiplicava por 15 para estimar as vendas de 1999;
2a) parte perdida: 778/2 = 389 e 10/2 = 5, ou seja, 778 caixas
vendidas para 10 vendedores e (778 + 389) caixas vendidas para
(10 + 5) vendedores;
3a) relacionar o resultado final, em que foi calculado o número de
caixas vendidas por pessoa: 778/10 = 77,8 e 1002/15 = 66,8.
Embora o autor concorde com a crítica de Paul Cobb (coordenador
do projeto que incluía esta pesquisa) que a média sendo tratada
como razão deixa de ser um conteúdo estritamente estatístico,
pois o valor de cada dado na soma total é deixado de lado e,
portanto, não lida com variabilidade, considera que o estudo
contribuiu
comparações para proporcionais
a compreensãoem de maneiras
situações intuitivas
em quede alidar com
média
aritmética é pertinente.
O trabalho brasileiro sobre uma experiência em sala de aula com
conteúdo estatístico foi apresentado por Panaino (1998). Este
autor realizou um estudo com duas salas de 7â série e duas salas
de 8a série para verificar como podem ser utilizados os conceitos
estatísticos em aulas de matemática. Foram ensinados os
diferentes tipos de variáveis, tabelas, gráficos e medidas de
tendência central em 8 encontros. Era objetivo ensinar noções e
cálculos de variabilidade, mas não foi possível devido ao término
do período escolar. Embora o autor tenha aplicado uma avaliação
final e esta continha questões de cálculo e interpretação de média,
não foi relatado qual o índice de acerto das questões nem o tipo de
dificuldade encontrada pelos alunos.
Cazorla (2002) que
de graduação realizou um estudo
estavam coma814
cursando alunos Estatística
disciplina de oito cursos
em
1999 em uma universidade estadual da Bahia. Foi aplicado pré-
teste a 757 alunos no inicio das aulas e foi aplicado o pós-teste
para 366 alunos ao término do semestre. A autora não foi a
instrutora. Os testes incluíam questões sobre média, gráficos,
atitudes e habilidades em estatística. Sobre a média
63
aritmética, quando foi perguntado aos alunos o que é média arit-
mética, 41,7% dos alunos (no pré-teste) definiram-na como al-
goritmo, ou seja, apresentaram a fórmula da média. No pós-tes-
te, 54,9% dos alunos apresentaram o algoritmo. Quando foi
perguntado sobre a utilidade da Estatística, 20,6% dos alunos, no
pré-teste, responderam que a média serve para representar um
conjunto de dados (no pós-teste foi 26,2%), mas, apenas 4,9%
dos alunos no pré-teste (e 7,9% no pós-teste) responderam que a
média serve para fazer inferência. Na prova sobre a média, que
continha seis questões, a que obteve menor pontuação foi sobre
a interpretação da média. A questão que obteve maior pontuação
foi a aplicação do algoritmo para o cálculo da média aritmética
simples.
Com o estudo de Cazorla (2002) é possível notar que mesmo os
alunos de graduação, após cursar uma disciplina Estatística,
apresentam dificuldade para interpretar a média.
Cai e Gorowara (2002) estudaram a concepção de professores
de matemática acerca da representação pedagógica para o
ensino da média aritmética. Os autores trabalharam com o
conceito de representação como sendo usado para expressar
algum objeto, conceito ou teorema matemático e a média arit-
mética é entendida como representação de um conjunto de da-
dos e, quando
conjunto. acompanhada
Os autores do que
consideram desvio padrão,
entender resume
a média este
aritmé-
tica requer um conhecimento do algoritmo (cálculo), um enten-
dimento conceituai do algoritmo que possibilite ao aluno aplicar
este algoritmo para diferentes contextos e um entendimento
conceituai da média como uma estatística que possibilita tomar
decisões. Foram sujeitos 12 inexperientes professores e 11
experientes professores de 6a e 7a séries do Ensino Funda-
mental. Foi solicitado a estes professores que elaborassem uma
aula sobre média e que imaginassem como os alunos de 6a e 7 a
séries resolveriam cinco problemas propostos. Os professores
experientes apresentaram mais de uma solução para, pelo
menos, um dos cinco problemas e identificaram possíveis erros
que os alunos cometeriam. Os professores inexperientes usaram
soluções algébricas.
O planejamento
fessores da aula Ambos
foi semelhante. sobre média dos dois
elaboraram gruposcom
atividades de pro-
si-
tuações cotidianas, embora os professores experientes
apresentassem menos exemplos.
Segundo Batanero (2000), ainda não há um estudo sobre o
desenvolvimento do conceito de média em diferentes idades e
que as medidas de tendência central (onde está incluída a média)
são conceitos que, no caso de serem obtidos fora do âmbito
escolar, podem ser limitados e restritos.
64
Obs.: além de expor o conceito de média aritmética, a autora
deste projeto de pesquisa apresenta em seu texto uma ampla
reflexão sobre os conceitos de variabilidade e intervalo de con-
fiança que, por razões de brevidade de espaço, aqui foram
omitidos.
4 Delimitação do problema
Qual é a
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, a
compreensão do significado da média aritmética é um conteúdo pergunta?
minha
proposto para a disciplina Matemática para o terceiro ciclo do
Ensino Fundamental, tendo continuidade no quarto ciclo, quando
é sugerida também a compreensão de outras medidas de
tendência central, como a moda e a mediana (BRASIL, Ministério
da Educação, 1998).
Esta inserção de conceitos estatísticos na disciplina Matemática
exige do professor a ampliação de seus conhecimentos sobre
este assunto, pois, em sua formação, é possível que ele tenha
cursado apenas uma disciplina denominada Probabilidade e
Estatística.
Segundo Batanero (2000), o ensino de Estatística fica sob a
responsabilidade do professor de matemática, que possivelmente
não teve uma formação didática específica para este conteúdo,
65
não é uma medida confiável. Com esta preocupação, Rodrigues
(1999), escreveu um artigo sobre o conceito de média a partir do
seguinte comentário de um jornalista: “Estatisticamente, eu morri
há cinco anos”. Para Rodrigues (1999), o jornalista não usou o
conceito de média para interpretar a informação, pois não
compreendeu a média como estimativa (como um valor
representativo), em que os dados oscilam acima e abaixo dela.
Desta
vinculadomaneira, o conceito
ao conceito de variabilidade
de média. Para Watsondevee estar
Kelly sempre
(2002),
Como vou
variação é o coração de toda investigação estatística. Se não há
desenvolver
variação nos dados, a Estatística torna-se desnecessária. O
minha
ensino de média aritmético desvinculado do ensino de va-
pesquisa?
riabilidade pode contribuir para desenvolvimento de equívocos
acerca do próprio conceito de média.
Daí segue-se o segundo questionamento deste projeto:A uti-
lização de novas tecnologias, mais especificamente, de si-
mulação em ambiente informatizado, pode auxiliar o professor na
demonstração da diferença entre os conceitos de média e
mediana, através da intervenção dos conceitos de variabilidade?
É comum o ensino do desvio padrão como medida de
variabilidade da média, mas é pouco comum o ensino da
amplitude interquartílica como medida de variabilidade da
mediana. Lehrer e Schauble (2002) argumentam que ainda é
dada pouca atenção ao ensino de variabilidade e, quando isto é
feito, limita-se ao cálculo de média e desvio padrão.
A literatura sobre ensino de estatística tem reforçado a
importância de ensinar os conceitos iniciais de estatística o mais
cedo possível. Segundo Batanero (2000), é necessário adaptar o
conhecimento estatístico à capacidade cognitiva do aluno e
desenvolver situações didáticas que propiciem uma
aprendizagem significativa.
Segundo Gras apud Morin (2002), uma das funções essenciais
para o ensino de estatística é sua função epistemológi- ca,
enfatizando a diferença entre uma maneira determinística de
raciocínio e uma não-determinística. O professor de matemática,
em sua formação, teve desenvolvido o raciocino determinístico e,
ao ensinar estatística, deve lidar com o raciocínio probabilístico.
Este se faz necessário na compreensão do conceito de intervalo
de confiança. No momento de se construir um intervalo de
confiança para a média aritmética, são necessários os conceitos
de média aritmética, desvio padrão, distribuição amostrai da
média (média das médias) e distribuição normal de probabilidade.
66
Geralmente, estes conceitos são apresentados na disciplina
Estatística, na graduação.Considera-se precipitado ensinar esses
conceitos ainda no Ensino Fundamental, porém questiona-se a
possibilidade de desenvolver estes conceitos de forma intuitiva.
O último questionamento, o problema principal, é, mediante o
conhecimento de média aritmética e de uma medida de varia-
bilidade (desvio padrão), determinar:Quais as contribuições que
um trabalho de formação continuada sobre conceitos elementares
de estatística, com enfoque particular sobre questões de ensino e
de aprendizagem dos conceitos de média e variabilidade, junto a
professores do Ensino Fundamental, pode trazer para a prática
docente destes profissionais?
67
• desenvolver ou adaptar rotinas em um software (a ser definido)
para que seja utilizado durante todas as sequências didáticas;
. avaliar o uso de tecnologias como ferramentas facilitadoras na
compreensão de conceitos;
. analisar a apresentação didática de média aritmética e desvio
padrão em livros didáticos do Ensino Fundamental e Médio.
8 Metodologia
Para coletar em
experimento ossala
dados necessários,
de aula envolvendopretende-se
o ensino derealizar
média eum
de Como vou
desvio padrão para conceituar o intervalo de confiança para a desenvolver
média. Utilizar-se-á para isso a Engenharia Didática que, minha
segundo Artigue apud Coutinho (1994), é uma metodologia de pesquisa?
pesquisa que se caracteriza em primeiro lugar por um esquema
experimental, baseado em realizações didáticas em classe.
Na realização do experimento, utilizar-se-á como recurso
didático a definição de Domínio Pseudoconcreto que foi
apresentada em Coutinho (2002). Nesse domínio, os alunos
identificam o modelo teórico utilizando elementos de linguagem
tirados da experiência concreta (experiência de referência) ou de
seu cotidiano, pois, segundo Cumming (2002), alguns aspectos
de intervalo de confiança são difíceis de entender e de ensinar e,
portanto, é importante a utilização de recursos visuais, que, no
entenderdo desta
alunos Ensinoautora, podem graças
Fundamental ser bastante explorados
à utilização com
do Domínio
Pseudoconcreto, que não exige destes alunos ferramentas
matemáticas complexas e formais.
Além do experimento, pretende-se realizar uma análise de livros
didáticos do Ensino Fundamental utilizados pelos professores de
Matemática, para verificar como as medidas de tendência central
e dispersão estão sendo desenvolvidas. Pretende-se verificar se
estão sendo abordados somente os procedimentos e os
algoritmos, ou se também estão sendo abordados aspectos
conceituais.
Os sujeitos do experimento serão os professores do Ensino
Fundamental de uma escola pública de São Paulo. Portanto, a
amostragem será intencional.
Pretende-se realizar esta pesquisa numa perspectiva da didática
francesa, possivelmente utilizando a Teoria das Situações de G.
Brousseau, com as quais pôde-se ter um primeiro contato neste
ano, na participação (na condição de aluna ouvinte) do grupo de
pesquisa G4 do Programa de Pós- Graduação em Educação
Matemática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
68
Trabalhar-se-á com situações-problema, construídas à luz deste
quadro teórico, de maneira a fazer com que o professor possa
refletir sobre como trabalhar os conceitos estatísticos com o
aluno.
Pretende-se analisar inicialmente o conhecimento dos profes-
sores sobre as medidas de tendência central e dispersão. Esta
análise será quantitativa, obtendo-se a média das notas, bem
como qualitativa, fazendo uma categorização dos tipos de erros
desenvolvidos pelos professores.
Para analisar as seqüências didáticas, far-se-á uma análise
qualitativa, buscando identificar as dificuldades e/ou possíveis
obstáculos epistemológicos e didáticos encontrados pelos
professores no desenvolvimento das estratégias utilizadas para
a resolução dos problemas.
Obs: a autora deste projeto detalha muito mais a metodologia a
ser adotada durante a pesquisa. Novamente, seu texto foi
condensado por razões de brevidade de espaço.
Quando e
9 Cronograma das atividades em que
O quadro abaixo apresenta o cronograma previsto para a ordem vou
elaboração da pesquisa. realizá-la?
Atividades Ano 2003 Ano 2004 A no 2005
0E 09 1 o:
<
(V 05 0 o 09 1 1 1 o: 04 0 0 0£
Revisão do 0 11 12 X É 0 1 2 02 06 7 08
referencial teórico
Revisão
bibliográfica
Desenvolvimento
do software
Desenvolvimento
das sequências
didáticas
Aplicação das
sequências
didáticas
Análise do
experimento
Redação dos
resultados
Redação do texto
final
Entrega da
pesquisa
69
10 Recursos humanos e materiais - Orçamento De que vou
Gastos com material para a elaboração dos questionários e para precisar?
a impressão da tese. Aquisição de softwares (ESCI -Exploratory
software for confidence intervals e o FATHOM) além de outros
recursos computacionais necessários para a realização da
simulação para o intervalo de confiança.
Será necessário estudar a viabilidade financeira para a
aquisição dos mesmos.
11 Referências O que
ALMOULOUD, Saddo Ag. Fundamentos da Didática da Ma- consultei
temática. São Paulo, 2000. 2 v. (Material didático-pedagógico para fazer o
não publicado). projeto?
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CD.
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Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: matemática.
Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação
Fundamental, 1998.
CAZORLA, Irene Maurício. A relação entre a habilidade viso-
pictórica e o domínio de conceitos estatísticos na leitura de
gráficos. 2002. Tese (Doutorado em Educação) UNICAMP,
Campinas.
CORTINA, José Luís. Developing instructional conjectures about
how to support students'understanding of the arithmetic mean as
a ratio. In: PHILLIPS, Brian (Org.). Proceedings of the Sixth
International Conference on Teaching Statistics.South Africa,
2002. International Statistical Institute. CD.
COUTINHO, Cileda de Queiroz e Silva.Introdução ao conceito
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_____. Um contexto para a modelização e a simulação de
situações aleatórias com Cabri. In: ANPED. Anais da 25a reunião
anual da Associação Nacional de Pós-Graduação
70
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<http://www.anped.org.br>. Acesso em: 30 abr. 2003.
CUMMING, Geoff. Live figures: interactive diagrams for statistical
understanding. In: PHILLIPS, Brian (Org.). Proceedings of the Sixth
International Conference on Teaching Statistics.South Africa, 2002.
International Statistical Institute. CD.
71
PROJETO DE PESQUISA NA
ÁREA DE SAÚDE: ORIENTAÇÕES
GERAIS
Prof. Dr. Paulo Angelo Lorandi23
Ciências Naturais
científico, calcadodiferem das Ciências Humanas
no experimentalismo pelo próprio Não
e objetividade. estatutoé
preocupação desta obra discutir a questão da objetividade científica, pois
disto se ocupa a filosofia das ciências. De qualquer modo, o método
científico aplicado às Ciências Naturais (Física, Química, Biologia e todas
as outras delas derivadas) caracteriza-se pela possibilidade de reprodução
e de controle das variáveis.
Assim sendo, ao propor um projeto de pesquisa para as Ciências da
Saúde, à parte das considerações gerais deste livro, serão apontadas suas
particularidades.
A pesquisa em saúde pode apresentar diversas facetas: ensaios
laboratoriais pré-clínicos utilizando animais, ensaios clínicos em seres
humanos edosestudos
magnitude epidemiológicos,
problemas descrevendo
da saúde humana, bem como a distribuição
identificar ose
fatores de risco para estes distúrbios, com fins de facilitar e propor ações
de saúde coletiva.
Todo e qualquer projeto é constituído de elemento pré-textuais,
23 Texto elaborado pelo Prof. Dr. Paulo Angelo Lorandi, Bacharel em Farmácia e
Doutor em Educação - Currículo, professor de instituições de ensino superior.
72
textuais e pós-textuais. Será dada ênfase aos elementos textuais: os
elementos introdutórios, objetivos, metodologia e recursos.
ELEMENTOS INTRODUTÓRIOS
Esta parte não precisa ser muito aprofundada, mas há que se deixar
claro o grau de conhecimento sobre o assunto. Faz-se a revisão da
literatura apresentando-se o tema de pesquisa (é obrigatório respeitarem-se
as normas de citações e referências). O tema deve ser delimitado de
acordo com a capacidade do pesquisador. Essa delimitação deve ser em
relação ao período a ser estudado, local, amostra (tamanho, características,
composição). Deve-se finalizar com a justificativa para a realização da
pesquisa. Esta justificativa pode incluir o caminho pessoal que o levou a
essa pesquisa específica, inclusive apontando as leituras mais motivadoras
para essa elaboração.
Antes de começar a pesquisa, o pesquisador deve ler trabalhos de
conclusão de curso, dissertações de mestrado, teses de doutoramento e
artigos de periódicos com o objetivo de favorecer a escolha de um tema
atraente, bem como qual o grau de abrangência possível. De um modo
geral, todo pesquisador inexperiente busca resolver mais do que é capaz, o
que exigirá do orientador uma adequação à sua capacidade. Do tema
apresentado nascerá o problema que a pesquisa tentará responder e que
deverá ser bem formulado no projeto.
OBJETIVO
73
ou separados por itens, representam um fracionamento do objetivo geral.
O atendimento dos objetivos específicos leva à resposta do geral.
METODOLOGIA E RECURSOS
24 Cf. abaixo o capítulo: Dimensão Ética da Pesquisa que Envolve Seres Humanos.
74
PARTE III
O ORIENTADOR E O
ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA
ORIENTAÇÃO DA PESQUISA
“exigir nível
maior que [ode
orientando]
clareza: se
na expresse por escrito;e assim
problematização ele atingirá um
contextualização do
problema, explicitação da relevância do tema e do que pretende e
definição dos seus objetivos (poucos, precisos, claros e viáveis)”
(IIAGUETTE, 2002, p. 378).
Após a aprovação do projeto, o orientador deve auxiliar o aluno a
fazer o sumário do trabalho2, pois sua elaboração contribui para definir,
ainda que provisoriamente, o roteiro da pesquisa sinalizando os rumos
que ela pode tomar.
78
INDICAÇÃO DE LEITURAS
REDAÇÃO DO TRABALHO
79
também para a unidade, a continuidade e a consistência do texto.
Alertará o autor no tocante às ambiguidades e imprecisões que devem
ser superadas. Não pode em hipótese alguma escrever em lugar do
orientando, contribuindo assim para o amadurecimento intelectual do
aluno.
Cabe ao orientador iniciar o orientando nos métodos e técnicas de
coleta de dados próprios de cada ciência, transmitir “os pequenos
segredos que só a prática compartilhada aponta” (MARQUES, 2002, p.
233). Deve também acompanhar a elaboração e a aplicação rigorosa da
metodologia a ser utilizada, assim como avaliar se os dados coletados
são suficientes para o desenvolvimento da pesquisa.
O orientador não deve seivir-se do orientando para suas pesquisas
particulares.
É interessante que o orientador combine com o orientando prazos e
datas (estabelecendo um cronograma, pois isso contribui para que o
aluno adquira uma disciplina de trabalho) e cobre esses prazos, “pois as
tramas da pesquisa se desencadeiam e tomam corpo diante da urgência
de prazos estabelecidos” (MARQUES, 2002, p. 233).
O orientador deve também deixar claros os critérios de avaliação
para o aluno. Esses critérios deverão ser seguidos, tanto ao longo do
trabalho, quanto na apresentação final. Dentre eles, salientamos os
seguintes:
• clareza - facilidade de compreensão das ideias desenvolvidas e dos
fatos expostos;
• coerência das partes - existência de uma adequada relação entre
ideias, fatos, partes (capítulos ou seções primárias, seções
secundárias, seções terciárias...) e títulos;
• coerência de pensamento - estruturação do trabalho de acordo com a
linha teórica anunciada implícita ou explicitamente na introdução;
relação
resoluçãoentredoproblema,
problemaobjetivos, referencial
enunciado; teórico edos
explicitação metodologia;
aspectos
importantes;
• solidez da argumentação - encadeamento lógico da argumentação;
• criatividade - escolha de autores, teorias e métodos novos; busca de
um tema inovador;
80
• aspectos metodológicos - texto padronizado de acordo com as normas
de um trabalho científico.
Finalmente, deve orientar o aluno para a apresentação pública da
pesquisa perante a uma banca, se for previsto pelo regimento da
instituição26. Na apresentação oral, é preciso que o aluno tenha domínio
do assunto, clareza na exposição das ideias e linguagem correta e
pertinente.
DIMENSÃO ÉTICA DA PESQUISA
QUE ENVOLVE SERES HUMANOS
81
1996 (ANEXO B), que regulamenta as pesquisas envolvendo seres
humanos. Esse documento deve ser consultado e seguido pelo
pesquisador e orientador. Em cada pesquisa, ambos devem tomar
especial cuidado nos aspectos éticos, na elaboração do Termo de
82
Consentimento e do Protocolo de Pesquisa a ser apresentado ao CEP da
instituição, elemento contemplado na Resolução.
ASPECTOS ÉTICOS
Para que uma pesquisa com seres humanos seja ética, é necessário
respeitar os seguintes princípios (item 1, inciso III, Res. CNS ne
196/96):
a) que os indivíduos envolvidos na pesquisa deem, por si ou por seus
responsáveis, seu consentimento livre e esclarecido em participar da
pesquisa;
b) que os benefícios esperados superem possíveis riscos e danos à
dignidade e à integridade da pessoa;
c) que se evitem os prejuízos previsíveis;
d) que, da pesquisa, resultem benefícios tanto para os sujeitos
envolvidos quanto para a sociedade.
Outros aspectos são apresentados na Res. CNS n° 196/96.
TERMO DE CONSENTIMENTO
83
seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem
penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado;
g) a garantia de sigilo que assegure a privacidade dos
sujeitos quanto aos dados confidenciais envolvidos na
pesquisa;
h) as formas de ressarcimento das despesas decorrentes da
participação na pesquisa; e
i) as formas de indenização diante de eventuais danos
decorrentes da pesquisa.
Outros esclarecimentos, de ordem prática ou em relação aos riscos
e benefícios que poderão eventualmente afetar os seres humanos
envolvidos na pesquisa, encontram-se na referida resolução.
PROTOCOLO DE PESQUISA
apresentá-lo
os seguintes àelementos:
instituição folha
para avaliação
de rosto pelo
para CEP. Nele,envolvendo
pesquisa deverão constar
seres
humanos proposta pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
(CONEP) do Ministério da Saúde (ANEXO C); descrição da pesquisa;
informações relativas ao sujeito da pesquisa; qualificação (curriculum
vitae) do(s) pesquisador(es) e do orientador; termo de compromisso do
pesquisador e da Instituição e modelo do termo de consentimento livre e
esclarecido. Esses elementos estão detalhados nos itens 1 a 5 do inciso
VI da Resolução CNS nfl 196/96.
84
CONCLUSÃO
85
REFERÊNCIAS
86
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89
ANEXO A — D E F I NI ÇÕE S DE PE SQUI SA
Aidil de Jesus Paes de Barros e Neide Aparecida de Souza Lehfeld (1999, p. 14):
[Pesquisa] é a exploração, é a inquisição, é o procedimento sistemático e
intensivo, que tem por objetivo descobrir e interpretar os fatos que estão
inseridos em uma determinada realidade.
A pesquisa é definida como uma forma de estudo de um objeto. Esse estudo
é sistemático e realizado com a finalidade de incorporar os resultados obtidos
em expressões comunicáveis e comprovadas aos níveis do conhecimento
obtido.
A pesquisa científica é o produto de uma investigação, cujo objetivo é re-
solver problemas e solucionar dúvidas, mediante a utilização de procedi-
mentos científicos. A investigação é a composição do ato de estudar,
observar e experimentar os fenômenos, colocando de lado a sua com-
preensão a partir de apreensões superficiais, subjetivas e imediatas.
Wayne C. Booth et al. (1995, p. 8):
Pesquisa é simplesmente recolher a informação que você precisa para
responder uma questão e assim ajudá-lo a resolver um problema.
Bernadete A. Gatti (2002, p. 9 -10):
A palavra "pesquisa” passou a ser utilizada no cotidiano das pessoas e nas
escolas com sentidos os mais diferentes.
Pesquisa é o ato pelo qual procuramos obter conhecimento sobre alguma
coisa. Com essa definição assim tão ampla, podemos dizer que estamos
sempre pesquisando em nossa vida de todo dia, toda vez que buscamos
alguma
colhendoinformação
para isso ouosnos debruçamos
elementos que na solução de importantes
consideramos algum problema,
para
esclarecer nossas dúvidas, aumentar nosso conhecimento ou fazer uma
escolha. Assim, podemos falar em pesquisar o sentido exato de uma palavra
no dicionário; ou em pesquisar a melhor maneira de temperar uma comida;
ou em pesquisar o preço de certo produto em várias lojas.
90
Contudo, num sentido mais estrito, visando à criação de um corpo de co-
nhecimentos sobre certo assunto, o ato de pesquisar deve apresentar certas
características específicas. Não buscamos, com ele, qualquer conhecimento,
mas um conhecimento que ultrapasse nosso entendimento imediato na
explicação ou na compreensão da realidade que observamos. Um
conhecimento que pode até mesmo contrariar esse entendimento primeiro e
negar as explicações óbvias a que chegamos com nossas observações
superficiais e não sistemáticas. Um conhecimento que obtemos indo além
dos fatos, desvelando processos, explicando consistentemente fenômenos
segundo algum referencial.
91
minada porção do saber, a qual ele se compromete a construir naquele mo-
mento.
Antonio Carlos Gil (2002, p. 17):
Pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo
proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é
requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao
problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal
estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada com o
problema.
A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos dis-
poníveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedi-
mentos científicos. Na realidade, a pesquisa desenvolve-se ao longo de um
processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do
problema até a satisfatória apresentação dos resultados.
Pesquisa
passando significa [...]patamar
para outro reconstruir
comconhecimento, partindo
maior ou menor do quemas
srcinalidade, já existe
sempree
com um passo a frente. Implica habilidade metodológica mínima em termos
de saber montar propostas dotadas de alguma cientificidade, em particular a
capacidade de argumentar. Geralmente, supomos manipulação de dados ou
de informação, denotando inserção clara no real. Toda pes-
92
quisa procede pela via do questionamento, porque tem como ponto de par-
tida questões não respondidas e que procuramos responder de alguma
forma. Por isso, desconstrói o que imagina não estar adequadamente mon-
tado, e reconstrói de modo alternativo, dentro da expectativa de que, nesse
processo, ganhamos conhecimento anterior. [...] A pesquisa é procedimento
que induz ao pensamento crítico, inclui sempre a autocrítica de quem
pesquisa porque não sabe tudo, realça a presença do sujeito capaz de
proposta própria, e, não por último, planta a cidadania que sabe usar uma
das energias
Pesquisar nãomais decisivas
é apenas de intervenção
oferecer que éé também,
argumentos, o conhecimento.
no mesmo[...]
processo, provocar contra-argumentos.
93
ANEXO B — R E SOLUÇÃO DO C ONSELHO
N ACI ONAL DE SAÚDE N ° 196, DE
10 DE OUTUBRO DE 1996
94
periódicas desta Resolução, conforme necessidades nas áreas tecnocientífica e
ética.
Ressalta-se, ainda, que cada área temática de investigação e cada modalidade de
pesquisa, além de respeitar os princípios emanados deste texto, deve cumprir as
exigências setoriais e regulamentações específicas.
II - TERMOS E DEFINIÇÕES
A presente Resolução adota no seu âmbito as seguintes definições:
II. 1 - Pesquisa - classe de atividades cujo objetivo é desenvolver ou contribuir para
o conhecimento generalizável. O conhecimento generalizável consiste em teorias,
relações ou princípios ou no acúmulo de informações sobre as quais estão baseados,
que possam ser corroborados por métodos científicos aceitos de observação e
inferência.
11.2 - Pesquisa en volvendo seres humanos - pesquisa que, individual ou
coletivamente, envolva o ser humano, de forma direta ou indireta, em sua totalidade
ou partes dele, incluindo o manejo de informações ou materiais.
11.3 - Protocolo de Pesquisa - Documento contemplando a descrição da pesquisa
em seus aspectos fundamentais, informações relativas ao sujeito da pesquisa, à
qualificação dos pesquisadores e a todas as instâncias responsáveis.
11.4 - Pesquisador responsável - pessoa responsável pela coordenação e
realização da pesquisa e pela integridade e bem-estar dos sujeitos da pesquisa.
11.5 - Instituição de pesquisa - organização, pública ou privada, legitimamente
constituída e habilitada, na qual são realizadas investigações científicas.
11.6 - Promotor - indivíduo ou instituição responsável pela promoção da pesquisa.
11.7 - Patrocinador - pessoa física ou jurídica que apoia financeiramente a
pesquisa.
11.8 - Risco da pesquisa - possibilidade de danos à dimensão física, psíquica, moral,
intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano, em qualquer fase de uma
pesquisa e dela decorrente.
11.9 - Dano associado ou decorrente da pesquisa - agravo imediato ou tardio, ao
indivíduo ou à coletividade, com nexo causal comprovado, direto ou indireto,
decorrente do estudo científico.
11.10 - Sujeito da pesquisa - é o(a) participante pesquisado(a), individual ou
coletivamente, de caráter voluntário, vedada qualquer forma de remuneração.
11.11 - Consentimento livre e esclarecido - anuência do sujeito da pesquisa e/ou
de seu representante legal, livre de vícios (simulação, fraude ou erro), dependência,
subordinação ou intimidação, após explicação completa e pormenorizada sobre a
natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais
riscos e o incômodo que esta possa acarretar, formulada em um termo de
consentimento, autorizando sua participação voluntária na pesquisa.
11.12 - Indenização - cobertura material, em reparação a dano imediato ou tardio,
causado pela pesquisa ao ser humano a ela submetida.
11.13 - Ressarcimento - cobertura, em compensação, exclusiva de despesas
decorrentes da participação
11.14 - Comitês de Ética doemsujeito na pesquisa.- colegiados interdisciplinares e
Pesquisa-CEP
independentes, com "munus público", de caráter consultivo, deliberativo e educativo,
criados para defender os interesses dos sujeitos da pesquisa em sua integridade e
dignidade e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões
éticos.
11.15 - Vulnerabilidade - refere-se a estado de pessoas ou grupos que, por
quaisquer razões ou motivos, tenham a sua capacidade de autodeterminação
95
reduzida, sobretudo no que se refere ao consentimento livre e esclarecido.
II. 16 - Incapacidade - Refere-se ao possível sujeito da pesquisa que não tenha
capacidade civil para dar o seu consentimento livre e esclarecido, devendo ser
assistido ou representado, de acordo com a legislação brasileira vigente.
III - ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS
As pesquisas envolvendo seres humanos devem atender às exigências éticas e
científicas fundamentais.
III. 1 - A eticidade da pesquisa implica:
a) consentimento livre e esclarecido dos indivíduos-alvo e a proteção a grupos
vulneráveis e aos legalmente incapazes (autonomia). Neste sentido, a pesquisa
envolvendo seres humanos deverá sempre tratá-los em sua dignidade, respeitá- los
em sua autonomia e defendê-los em sua vulnerabilidade:
b) ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais como potenciais, individuais ou
coletivos (beneficência), comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo
de danos e riscos;
c) garantia de que danos previsíveis serão evitados(não maieficência)\
d) relevância social da pesquisa com vantagens significativas para os sujeitos da
pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis, o que garante a igual
consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação
socio-humanitária (Justiça e equidade).
111.2 - Todo procedimento de qualquer natureza envolvendo o ser humano, cuja
aceitação não esteja ainda consagrada na literatura científica, será considerado como
pesquisa e, portanto, deverá obedecer às diretrizes da presente Resolução. Os
procedimentos referidos incluem entre outros, os de natureza instrumental, ambiental,
nutricional, educacional, sociológica, econômica, física, psíquica ou biológica, sejam
eles farmacológicos, clínicos ou cirúrgicos e de finalidade preventiva, diagnóstica ou
terapêutica.
111.3 - A pesquisa em qualquer área do conhecimento, envolvendo seres humanos
deverá observar as seguintes exigências:
a) ser adequada aos princípios científicos que a justifiquem e com possibilidades
concretas de responder a incertezas;
b) estar fundamentada na experimentação prévia realizada em laboratórios, animais
ou em outros fatos científicos;
c) ser realizada somente quando o conhecimento que se pretende obter não possa
ser obtido por outro meio;
d) prevalecer sempre as probabilidades dos benefícios esperados sobre os riscos
previsíveis;
e) obedecer a metodologia adequada. Se houver necessidade de distribuição
aleatória dos sujeitos da pesquisa em grupos experimentais e de controle, assegurar
que, a priori, não seja possível estabelecer as vantagens de um procedimento sobre
outro através de revisão de literatura, métodos observacionais ou métodos que não
envolvam seres humanos;
f) ter plenamente
de não maleficênciajustificada, quando for
e de necessidade o caso, a utilização de placebo, em termos
metodológica;
g) contar com o consentimento livre e esclarecido do sujeito da pesquisa e/ou seu
representante legal;
h) contar com os recursos humanos e materiais necessários que garantam o bem-
estar do sujeito da pesquisa, devendo ainda haver adequação entre a competência do
pesquisador e o projeto proposto;
i) prever procedimentos que assegurem a confidencialidade e a privacidade, a
proteção da imagem e a não estigmatização, garantindo a não utilização das
96
informações em prejuízo das pessoas e/ou das comunidades, inclusive em termos de
autoestima, de prestígio e/ou económico-financeiro;
j) ser desenvolvida preferencialmente em indivíduos com autonomia plena.
Indivíduos ou grupos vulneráveis não devem ser sujeitos de pesquisa quando a
informação desejada possa ser obtida através de sujeitos com plena autonomia, a
menos que a investigação possa trazer benefícios diretos aos vulneráveis. Nestes
casos, o direito dos indivíduos ou grupos que queiram participar da pesquisa deve
ser assegurado, desde que seja garantida a proteção à sua vulnerabilidade e
incapacidade legalmente definida;
l) respeitar sempre os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos, bem
como os hábitos e costumes quando as pesquisas envolverem comunidades;
m) garantir que as pesquisas em comunidades, sempre que possível, se traduzirão
em benefícios cujos efeitos continuem a se fazer sentir após sua conclusão. O
projeto deve analisar as necessidades de cada um dos membros da comunidade e
analisar as diferenças presentes entre eles, explicitando como será assegurado o
respeito às mesmas;
n) garantir o retorno dos benefícios obtidos através das pesquisas para as pessoas
e as comunidades onde as mesmas forem realizadas. Quando, no interesse da
comunidade, houver benefício real em incentivar ou estimular mudanças de
costumes ou comportamentos, o protocolo de pesquisa deve incluir, sempre que
possível, disposições para comunicar tal benefício às pessoas e/ou comunidades;
o) comunicar às autoridades sanitárias os resultados da pesquisa, sempre que os
mesmos puderem contribuir para a melhoria das condições de saúde da coletividade,
preservando, porém, a imagem e assegurando que os sujeitos da pesquisa não
sejam estigmatizados ou percam a autoestima;
p) assegurar aos sujeitos da pesquisa os benefícios resultantes do projeto, seja em
termos de retorno social, acesso aos procedimentos, produtos ou agentes da
pesquisa;
q) assegurar aos sujeitos da pesquisa as condições de acompanhamento,
tratamento ou de orientação, conforme o caso, nas pesquisas de rastreamento;
demonstrar a preponderância de benefícios sobre riscos e custos;
r) assegurar a inexistência de conflito de interesses entre o pesquisador e os
sujeitos da pesquisa ou patrocinador do projeto;
s) comprovar, nas pesquisas conduzidas do exterior ou com cooperação
estrangeira, os compromissos e as vantagens, para os sujeitos das pesquisas e para
o Brasil, decorrentes de sua realização. Nestes casos, deve ser identificado o
pesquisador e a instituição nacionais co-responsáveis pela pesquisa. O protocolo
deverá observar as exigências da Declaração de Helsinque e incluir documento de
aprovação, no país de srcem, entre os apresentados para avaliação do Comitê de
Ética em Pesquisa da instituição brasileira, que exigirá o cumprimento de seus
próprios referenciais éticos. Os estudos patrocinados do exterior também devem
responder às necessidades de treinamento de pessoal no Brasil, para que o país
possa desenvolver projetos similares de forma independente;
t) utilizar oprevista
a finalidade materialnobiológico e os dados obtidos na pesquisa exclusivamente para
seu protocolo;
u) levar em conta, nas pesquisas realizadas em mulheres em idade fértil ou em
mulheres grávidas, a avaliação de riscos e benefícios e as eventuais interferências
sobre a fertilidade, a gravidez, o embrião ou o feto, o trabalho de parto, o puerpério, a
lactação e o recém-nascido;
v) considerar que as pesquisas em mulheres grávidas devem ser precedidas de
97
pesquisas em mulheres fora do período gestacional, exceto quando a gravidez for o
objetivo fundamental da pesquisa;
x) propiciar, nos estudos multicêntricos, a participação dos pesquisadores que
desenvolverão a pesquisa na elaboração do delineamento geral do projeto; e z)
descontinuar o estudo somente após análise das razões da descontinuidade pelo
CEP que a aprovou.
IV-CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe após
consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, indivíduos ou grupos que por si e/ou
por seus representantes legais manifestem a sua anuência à participação na
pesquisa.
IV. 1 - Exige-se que o esclarecimento dos sujeitos se faça em linguagem acessível
e que inclua necessariamente os seguintes aspectos:
a) a justificativa, os objetivos e os procedimentos que serão utilizados na pesquisa;
b) os desconfortos e riscos possíveis e os benefícios esperados;
c) os métodos alternativos existentes;
d) a forma de acompanhamento e assistência, assim como seus responsáveis;
e) a garantia de esclarecimentos, antes e durante o curso da pesquisa, sobre a
metodologia, informando a possibilidade de inclusão em grupo controle ou placebo;
f) a liberdade do sujeito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em
qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado;
g) a garantia do sigilo que assegure a privacidade dos sujeitos quanto aos dados
confidenciais envolvidos na pesquisa;
h) as formas de ressarcimento das despesas decorrentes da participação na pesquisa; e
i) as formas de indenização diante de eventuais danos decorrentes da pesquisa.
IV. ser2 elaborado
a) - O termo de consentimento
pelo pesquisador livre e esclarecido
responsável, obedecerá
expressando aos seguintesde
o cumprimento requisitos:
cada uma das exigências acima;
b) ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa que referenda a investigação;
c) ser assinado ou identificado por impressão dactiloscópica, por todos e cada um
dos sujeitos da pesquisa ou por seus representantes legais; e
d) ser elaborado em duas vias, sendo uma retida pelo sujeito da pesquisa ou por
seu representante legal e uma arquivada pelo pesquisador.
IV. 3 - Nos casos em que haja qualquer restrição à liberdade ou ao esclarecimento
necessários para o adequado consentimento, deve-se ainda observar:
a) em pesquisas envolvendo crianças e adolescentes, portadores de perturbação ou
doença mental e sujeitos em situação de substancial diminuição em suas
capacidades de consentimento, deverá haver justificação clara da escolha dos
sujeitos da pesquisa, especificada no protocolo, aprovada pelo Comitê de Ética em
Pesquisa, e cumprir as exigências do consentimento livre e esclarecido, através dos
representantes legais dos referidos sujeitos, sem suspensão do direito de informação
do indivíduo, no limite de sua capacidade;
b) a liberdade
sujeitos do consentimento
que, embora adultos e deverá
capazes,serestejam
particularmente
expostosgarantida para aqueles
a condicionamentos
específicos ou à influência de autoridade, especialmente estudantes, militares,
empregados, presidiários, internos em centros de
readaptação, casas-abrigo, asilos, associações religiosas e semelhantes,
assegurando-lhes a inteira liberdade de participar ou não da pesquisa, sem quaisquer
represálias;
c) nos casos em que seja impossível registrar o consentimento livre e esclarecido,
tal fato deve ser devidamente documentado, com explicação das causas da
impossibilidade, e parecer do Comitê de Ética em Pesquisa;
98
d) as pesquisas em pessoas com o diagnóstico de morte encefálica só podem ser
realizadas desde que estejam preenchidas as seguintes condições:
- documento comprobatório da morte encefálica (atestado de óbito);
- consentimento explícito dos familiares e/ou do responsável legal, ou manifestação
prévia da vontade da pessoa;
- respeito total à dignidade do ser humano sem mutilação ou violação do corpo;
- sem ônus econômico financeiro adicional à família;
- sem prejuízo para outros pacientes aguardando internação ou tratamento;
- possibilidade de obter conhecimento científico relevante, novo e que não possa ser
99
V.6 - Os sujeitos da pesquisa que vierem a sofrer qualquer tipo de dano previsto ou
não no termo de consentimento e resultante de sua participação, além do direito à
assistência integral, têm direito à indenização.
V. 7 - Jamais poderá ser exigido do sujeito da pesquisa, sob qualquer argumento,
renúncia ao direito à indenização por dano. O formulário do consentimento livre e
esclarecido não deve conter nenhuma ressalva que afaste essa responsabilidade ou
que implique ao sujeito da pesquisa abrir mão de seus direitos legais, incluindo o
direito de procurar obter indenização por danos eventuais.
VI - PROTOCOLO DE PESQUISA
O protocolo a ser submetido à revisão ética somente poderá ser apreciado se estiver
instruído com os seguintes documentos, em português:
VI. 1 - folha de rosto: título do projeto, nome, número da carteira de identidade, CPF,
telefone e endereço para correspondência do pesquisador responsável e do
patrocinador, nome e assinaturas dos dirigentes da instituição e/ou organização;
VI. 2 - descrição da pesquisa, compreendendo os seguintes itens:
a) descrição dos propósitos e das hipóteses a serem testadas;
b) antecedentes científicos e dados que justifiquem a pesquisa. Se o propósito for
testar um novo produto ou dispositivo para a saúde, de procedência estrangeira ou
não, deverá ser indicada a situação atual de registro junto a agências regulatórias do
pais de srcem;
c) descrição detalhada e ordenada do projeto de pesquisa (material e métodos,
casuística, resultados esperados e bibliografia);
d) análise crítica de riscos e benefícios;
e) duração total da pesquisa, a partir da aprovação;
f) explicitação das responsabilidades do pesquisador, da instituição, do promotor e
do patrocinador;
g) explicitação de critérios para suspender ou encerrar a pesquisa;
h) local da pesquisa: detalhar as instalações dos serviços, centros, comunidades e
instituições nas quais se processarão as várias etapas da pesquisa;
i) demonstrativo da existência de infraestrutura necessária ao desenvolvimento da
pesquisa e para atender eventuais problemas dela resultantes, com a concordância
documentada da instituição;
j) orçamento financeiro detalhado da pesquisa: recursos, fontes e destinação, bem
como a forma e o valor da remuneração do pesquisador;
l) explicitação de acordo preexistente quanto à propriedade das informações
geradas, demonstrando a inexistência de qualquer cláusula restritiva quanto à
divulgação pública dos resultados, a menos que se trate de caso de obtenção de
patenteamento; neste caso, os resultados devem se tornar públicos, tão logo se
encerre a etapa de patenteamento;
m) declaração de que os resultados da pesquisa serão tornados públicos, sejam eles
favoráveis ou não; e
n) declaração sobre o uso e destinação do material e/ou dados coletados.
VI. 3 - informações
a) descrever relativas aodasujeito
as características da pesquisa:
população a estudar: tamanho, faixa etária, sexo,
cor (classificação do IBGE), estado geral de saúde, classes e grupos sociais etc.
Expor as razões para a utilização de grupos vulneráveis;
b) descrever os métodos que afetem diretamente os sujeitos da pesquisa;
c) identificar as fontes de material de pesquisa, tais como espécimens, registros e
dados a serem obtidos de seres humanos. Indicar se esse material será obtido
100
especificamente para os propósitos da pesquisa ou se será usado para outros fins;
d) descrever os planos para o recrutamento de indivíduos e os procedimentos a
serem seguidos. Fornecer critérios de inclusão e exclusão;
e) apresentar o formulário ou termo de consentimento, específico para a pesquisa,
para a apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa, incluindo informações sobre as
circunstâncias sob as quais o consentimento será obtido, quem irá tratar de obtê-lo e
a natureza da informação a ser fornecida aos sujeitos da pesquisa;
f) descrever qualquer risco, avaliando sua possibilidade e gravidade;
g) descrever as medidas para proteção ou minimização de qualquer risco eventual.
Quando apropriado, descrever as medidas para assegurar os necessários cuidados à
saúde, no caso de danos aos indivíduos. Descrever também os procedimentos para
monitoramento da coleta de dados para prover a segurança dos indivíduos, incluindo
as medidas de proteção à confidencialidade; e
h) apresentar previsão de ressarcimento de gastos aos sujeitos da pesquisa. A
importância referente não poderá ser de tal monta que possa interferir na autonomia
da decisão do indivíduo ou responsável de participar ou não da pesquisa.
VI, 4 - qualificação dos pesquisadores: “Curriculum vitae” do pesquisador responsável
e dos demais participantes.
VI. 5 - termo de compromisso do pesquisador responsável e da instituição de
cumprir os termos desta Resolução.
VII - COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA-CEP
Toda pesquisa envolvendo seres humanos deverá ser submetida à apreciação de um
Comitê de Ética em Pesquisa.
VII. 1 - As instituições nas quais se realizem pesquisas envolvendo seres humanos
deverão constituir um ou mais de um Comitê de Ética em Pesquisa - CEP, conforme
suas necessidades.
VII. 2 - Na impossibilidade de se constituir CEP, a instituição ou o
pesquisador responsável deverá submeter o projeto à apreciação do CEP de outra
instituição, preferencialmente dentre os indicados pela Comissão Nacional de Ética
em Pesquisa (CONEP/MS).
VII. 3 - Organização - A organização e criação do CEP será da competência
da instituição, respeitadas as normas desta Resolução, assim como o provimento de
condições adequadas para o seu funcionamento.
VII. 4 - Composição - O CEP deverá ser constituído por colegiado com
número não inferior a 7 (sete) membros. Sua constituição deverá incluir a
participação de profissionais da área de saúde, das ciências exatas, sociais e
humanas, incluindo, por exemplo, juristas, teólogos, sociólogos, filósofos, bioeticistas
e, pelo menos, um membro da sociedade representando os usuários da instituição.
Poderá variar na sua composição, dependendo das especificidades da instituição e
das linhas de pesquisa a serem analisadas.
VII. 5 - Terá sempre caráter multi e transdisciplinar, não devendo haver mais
que metade de seus membros pertencentes à mesma categoria profissional,
participando pessoas dos
pessoas pertencentes ou dois
não sexos. Poderácom
à instituição, ainda
a contar comde
finalidade consultores “ad hoc”,
fornecer subsídios
técnicos.
VII.6 - No caso de pesquisas em grupos vulneráveis, comunidades e coletividades,
deverá ser convidado um representante, como membro “ad hoc” do CEP, pa ra
participar da análise do projeto específico.
101
VII.7 - Nas pesquisas em população indígena deverá participar um consultor
familiarizado com os costumes e tradições da comunidade.
VII.8 - Os membros do CEP deverão se isentar de tomada de decisão, quando
diretamente envolvidos na pesquisa em análise.
VII.9 - Mandato e escolha dos membros - A composição de cada CEP deverá ser
definida a critério da instituição, sendo pelo menos metade dos membros com
experiência em pesquisa, eleitos pelos seus pares. A escolha da coordenação de
cada Comitê deverá ser feita pelos membros que compõem o colegiado, durante a
primeira reunião de trabalho. Será de três anos a duração do mandato, sendo
permitida
VII.10 recondução. - Os membros do CEP não poderão ser remunerados no
- Remuneração
desempenho desta tarefa, sendo recomendável, porém, que sejam dispensados nos
horários de trabalho do Comitê das outras obrigações nas instituições às quais
prestam serviço, podendo receber ressarcimento de despesas efetuadas com
transporte, hospedagem e alimentação.
VII.11 - Arquivo - O CEP deverá manter em arquivo o projeto, o protocolo e os
relatórios correspondentes, por 5 (cinco) anos após o encerramento do estudo.VII.12
- Liberdade de trabalho - Os membros dos CEPs deverão ter total independência na
tomada das decisões no exercício das suas funções, mantendo sob caráter
confidencial as informações recebidas. Deste modo, não podem sofrer qualquer tipo
de pressão por parte de superiores hierárquicos ou pelos interessados em
determinada pesquisa, devem isentar-se de envolvimento financeiro e não devem
estar submetidos a conflito de interesse.
VII.13 - Atribuições do CEP:
a) revisar todos os protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos, inclusive os
multicêntricos, cabendo-lhe a responsabilidade primária pelas decisões sobre a ética
da pesquisae aosser
integridade desenvolvida
direitos na instituição,
dos voluntários de modo
participantes a garantir
nas referidas e resguardar a
pesquisas;
b) emitir parecer consubstanciado por escrito, no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
identificando com clareza o ensaio, documentos estudados e data de revisão. A
revisão de cada protocolo culminará com seu enquadramento em uma das seguintes
categorias:
• aprovado;
•com pendência: quando o Comitê considera o protocolo como aceitável, porém
identifica determinados problemas no protocolo, no formulário do consentimento ou
em ambos, e recomenda uma revisão específica ou solicita uma modificação ou
informação relevante, que deverá ser atendida em 60 (sessenta) dias pelos
pesquisadores;
• retirado: quando, transcorrido o prazo, o protocolo permanece pendente;
• não aprovado; e
• aprovado e encaminhado, com o devido parecer, para apreciação pela Comissão
Nacional de Ética em Pesquisa-CONEP/MS, nos casos previstos no capítulo VIII,
item 4.c.
c) manter a guarda confidencial de todos os dados obtidos na execução de sua
tarefa e arquivamento do protocolo completo, que ficaráà disposição das autoridades
sanitárias;
d) acompanhar o desenvolvimento dos projetos através de relatórios anuais dos
pesquisadores;
e) desempenhar papel consultivo e educativo, fomentando a reflexão em torno da
ética na ciência;
f) receber dos sujeitos da pesquisa ou de qualquer outra parte denúncias de
102
abusos ou notificação sobre fatos adversos que possam alterar o curso normal do
estudo, decidindo pela continuidade, modificação ou suspensão da pesquisa,
devendo, se necessário, adequar o termo de consentimento. Considera-se como
antiética a pesquisa descontinuada sem justificativa aceita pelo CEP que a aprovou;
g) requerer instauração de sindicância à direção da instituição em caso de
denúncias de irregularidades de natureza ética nas pesquisas e, em havendo
comprovação, comunicar à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa-CONEP/MS e,
no que couber, a outras instâncias; e
h) manter comunicação regular e permanente com a CONEP/MS.
VII. A14revisão
a) - Atuação
éticadode
CEP:
toda e qualquer proposta de pesquisa envolvendo seres
humanos não poderá ser dissociada da sua análise científica. Pesquisa que não se
faça acompanhar do respectivo protocolo não deve ser analisada pelo Comitê.
b) Cada CEP deverá elaborar suas normas de funcionamento, contendo
metodologia de trabalho, a exemplo de: elaboração das atas; planejamento anual de
suas atividades; periodicidade de reuniões; número mínimo de presentes para início
das reuniões; prazos para emissão de pareceres; critérios para solicitação de
consultas de experts na área em que se desejam informações técnicas; modelo de
tomada de decisão, etc.
VIII - COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA EM PESQUISA (CONEP/MS)
A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP/MS é uma instância colegiada,
de natureza consultiva, deliberativa, normativa, educativa, independente, vinculada
ao Conselho Nacional de Saúde.
0 Ministério da Saúde adotará as medidas necessárias para o funcionamento pleno
da Comissão e de sua Secretaria Executiva.
VIII. 1 - Composição: A CONEP terá composição multi e transdiciplinar, com
pessoas de ambos os sexos e deverá ser composta por 13 (treze) membros titulares
e seus respectivos suplentes, sendo 05 (cinco) deles personalidades destacadas no
campo da ética na pesquisa e na saúde e 08 (oito) personalidades com destacada
atuação nos campos teológico, jurídico e outros, assegurando- se que pelo menos
um seja da área de gestão da saúde. Os membros serão selecionados, a partir de
listas indicativas elaboradas pelas instituições que possuem CEP registrados na
CONEP, sendo que 07 (sete) serão escolhidos pelo Conselho Nacional de Saúde e
06 (seis) serão definidos por sorteio. Poderá contar também com consultores e
membros “ad hoc”, assegurada a representação dos usuários.
VIII. 2 - Cada CEP poderá indicar duas personalidades.
VIII. 3 - O mandato dos membros da CONEP será de quatro anos com
renovação alternada a cada dois anos, de sete ou seis de seus membros.
VIII. 4 - Atribuições da CONEP - Compete à CONEP o exame dos aspectos
éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, bem como a adequação e
atualização das normas atinentes. A CONEP consultará a sociedade sempre que
julgar necessário, cabendo-lhe, entre outras, as seguintes atribuições:
a)
b) estimular a criação
registrar os de CEPs institucionais
CEPs institucionais e de outraseinstâncias;
de outras instâncias;
c) aprovar, no prazo de 60 dias, e acompanhar os protocolos de pesquisa em áreas
temáticas especiais tais como:
1 - genética humana;
2 - reprodução humana;
3 - farmácos, medicamentos, vacinas etestes diagnósticos novos(fases I, II e
103
III) ou não registrados no país (ainda que fase IV), ou quando a pesquisa for
referente a seu uso com modalidades, indicações, doses ou vias de
administração diferentes daquelas estabelecidas, incluindo seu emprego em
combinações;
4 - equipamentos, insumos e dispositivos para a saúde novos, ou não registrados
no país;
5 - novos procedimentos ainda não consagrados na literatura;
6 - populações indígenas;
7 - projetos que envolvam aspectos de biossegurança;
8 - pesquisas que
coordenadas
envolvamdoremessa
exterior de
oumaterial
com participação
biológico estrangeira e e
para o exterior;
9 - projetos que, a critério do CEP, devidamente justificado, sejamjulgados
merecedores de análise pela CONEP;
d) prover normas específicas no campo da ética em pesquisa, inclusive nas áreas
temáticas especiais, bem como recomendações para aplicação das mesmas;
e) funcionar como instância final de recursos, a partir de informações fornecidas
sistematicamente, em caráter ex-ofício ou a partir de denúncias ou de solicitação de
partes interessadas, devendo manifestar-se em um prazo não superior a 60
(sessenta) dias;
f) rever responsabilidades, proibir ou interromper pesquisas, definitiva ou
temporariamente, podendo requisitar protocolos para revisão ética inclusive, os já
aprovados pelo CEP;
g) constituir um sistema de informação e acompanhamento dos aspectos éticos das
pesquisas envolvendo seres humanos em todo o território nacional, mantendo
atualizados os bancos de dados;
h) informar e assessorar o MS, o CNS e outras instâncias do SUS, bem como do
governo
humanos;e da sociedade, sobre questões éticas relativas à pesquisa em seres
i) divulgar esta e outras normas relativas à ética em pesquisa envolvendo seres
humanos;
j) a CONEP, juntamente com outros setores do Ministério da Saúde, estabelecerá
normas e critérios para o credenciamento de Centros de Pesquisa. Este
credenciamento deverá ser proposto pelos setores do Ministério da Saúde, de acordo
com suas necessidades, e aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde; e I)
estabelecer suas próprias normas de funcionamento.
VIII. 5 - A CONEP submeterá ao CNS para sua deliberação:
a) propostas de normas gerais a serem aplicadas às pesquisas envolvendo seres
humanos, inclusive modificações desta norma;
b) plano de trabalho anual;
c) relatório anual de suas atividades, incluindo sumário dos CEP estabelecidos e
dos projetos analisados.27
27 - OPERACIONALIZAÇÃO
IX. 1 - Todo e qualquer projeto de pesquisa envolvendo seres humanos deverá
obedecer às recomendações desta Resolução e dos documentos endossados em seu
preâmbulo. A responsabilidade do pesquisador é indelegável, indeclinável e
compreende os aspectos éticos e legais,
IX. 2 - Ao pesquisador cabe:
a) apresentar o protocolo, devidamente instruído ao CEP, aguardando o
pronunciamento deste, antes de iniciar a pesquisa;
b) desenvolver o projeto conforme delineado;
104
c) elaborar e apresentar os relatórios parciais e final;
d) apresentar dados solicitados pelo CEP, a qualquer momento;
e) manter em arquivo, sob sua guarda, por 5 anos, os dados da pesquisa, contendo
fichas individuais e todos os demais documentos recomendados pelo CEP;
f) encaminhar os resultados para publicação, com os devidos créditos aos
pesquisadores associados e ao pessoal técnico participante do projeto;
g) justificar, perante o CEP, interrupção do projeto ou a não publicação dos
resultados.
IX. 3 - O Comitê de Ética em Pesquisa institucional deverá estar registrado junto à
CONEP/MS.
IX. 4 - Uma vez aprovado o projeto, o CEP passa a ser co-responsável no que se
refere aos aspectos éticos da pesquisa.
IX. 5 - Consideram-se autorizados para execução, os projetos aprovados pelo CEP,
exceto os que se enquadrarem nas áreas temáticas especiais, os quais, após
aprovação pelo CEP institucional deverão ser enviados à CONEP/MS, que dará o
devido encaminhamento.
IX.6 - Pesquisas com novos medicamentos, vacinas, testes diagnósticos,
equipamentos e dispositivos para a saúde deverão ser encaminhados do CEP à
CONEP/MS e desta, após parecer, à Secretaria de Vigilância Sanitária.
IX.7 - As agências de fomento à pesquisa e o corpo editorial das revistas científicas
deverão exigir documentação comprobatória de aprovação do projeto pelo CEP e/ou
CONEP, quando for o caso.
IX. 8 - Os CEP institucionais deverão encaminhar trimestralmente à CONEP/MS a
relação dos projetos de pesquisa analisados, aprovados e concluídos, bem como dos
projetos em andamento e, imediatamente, aqueles suspensos.
X - DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
X. 1 - O Grupo Executivo de Trabalho-GET, constituído através da Resolução CNS
170/95, assumirá as atribuições da CONEP até a sua constituição,
responsabilizando-se por:
a) tomar as medidas necessárias ao processo de criação da CONEP/MS;
b) estabelecer normas para registro dos CEP institucionais;
X. 2 - O GET terá 180 dias para finalizar as suas tarefas.
X. 3 - Os CEP das instituições devem proceder, no prazo de 90 (noventa) dias, ao
levantamento e análise, se for o caso, dos projetos de pesquisa em seres humanos já
em andamento, devendo encaminhar à CONEP/MS, a relação dos mesmos.
X. 4 - Fica revogada a Resolução 01/88.
ADIB D. JATENE
Presidente do Conselho Nacional de Saúde
105
NEXO C F OLHA DE R OSTO PAR A PE SQUI SA
—
í. Projeto de Pesquisa:
2. rea do Conhecimento (Ver relação no verso) 3. Código; 4. Nível: (Só áreas do conhecimento 4
9. Número de 10. Grupos Especiais : <18 anos ( ) Portador de Deficiência Mental ( ) Embrião/Feto ( ) Relação de Dependência
sujeitos No (Estudantes. Militares, Presidiários, etc ) ( ) Outros ( ) Nüo se aplica ( )
Centro : Total:
11. Nome:
14. Nacionalidade: 15. Profissão: 20. CEP: 21. Cidade: 22. U.F.
Termo de Compromisso: Declaro que conheço C cumprirei os requisitos da Rcs. CNS 196/96 e suas complementares Comprometo-me a utilizar os
materiais e dados coletados exclusivamente para os fins previstos no protocolo e a publica os resultados sejam eles favoráveis ou não. Aceito as
responsabilidades pela condução científica do projeto acima.
Data: ________ / _______ / ______
Assinatura
MBigi
36. Nome: 39. Endereço
106
37. Responsável: 40. CEP: 41. Cidade: 42. UF
ílíFf^íiiilí I iíIF fl
45. Data de Entrada: 46. Registro no CEP: 47. Conclusão: Aprovado ( ) 48. Não Aprovado ( ) Data: / /
Data: / /
49. Relatório(s) do
Pesquisador responsável
previsto(s) para:
53. Coordenador/Nome
Anexar o parecer
Encaminho a CONEP: consubstanciado
50. Os dados acima pura
registro ( ) 51.0 projeto para apreciação ( )
52. Data: _______ / __
—ms
56.Data Recebimento : 57. Registro na CONEP:
mm
54. N»
Expediente :
55. Processo :
58. Observações:
r
CEP AprovaçSo
GRUPO I
Código • Arcas Temáticas Especial* GRUPO
Código- II
ÁreaTemátlc* Especial
II. 3. Noves Fármaccs, Vacinas e
Todos os outros que náo se enquadrem
em áreas temáticas especiais
1.1, Genética Humana
1.2. Reproduçfio Humano Testes Diagnósticosn
Io 4. Novos Equip, insumos e dispositivo»28*’ I.
5. Novos procedimentos 1. 6. Populações
Indígenas 1» 7. Oiosscgurança
1. 8. Pesquisas com cooperação cutíAügelrA I. 9.
A critério do CEP
Enviar:
Enviar: - Folha de Rosto
* Protocolo completo - Parecer Consubstanciado
- Folha de Rosto
- Parcccr Consubstanciado
(para
| toara ooreclncflo) acompanhamento) (para banco do dados)<
107
3-ENGENHARIAS
2 - CI- BIOLOGIA
2.1 NCIAS BIOL GICAS (*)
GERAL 3.0) • ENGENHARIA CIVIL
2.2 - OENÊTICA 3.2 • ENGENHARIA DE MINAS
2.3 - BOTANTCA 3.3 - ENGENHARIA DB MATERIAIS E
2.4- ZOOLOGIA METALÚRGICA
2.5- ECOLOGIA 2.06 3.4 - ENGENHARIA ELÉTRICA
• MORFOLOGIA 2.07- 3.5 - ENGENHARIA MECÂNICA
FISIOLOGIA 3.6 • ENGENHARIA QUÍMICA
108
l.OS • OCEANOGRAFIA 2.8- BIOQUÍMICA 3.7 - ENOENHARIA SANIT RIA
2.9- BIOFÍSICA 3.8 - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
2.10- FARMACOLOGIA 3.9 - ENGENHARIA NUCLEAR
2.11 - IMUNOLOGIA 3.10 - ENGENHARIA BE TRANSPORTES
2.12- MICROBIOLOGIA 3.11 - ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA
2.13- PARASTOLOGIA 3.12 - ENGENHARIA AEROESPACIAL
2.14 - TOXICOLOGIA
5 - CIÊNCIAS AGRÁRIAS
4 • CIÊNCIAS DA SAÚDE (*) 5.1 - AORONOMIA 6 • CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
4.01 - MEDICINA 5.2 - RECURSOS FLORESTAIS E •6.01 - DIRETO 6.02 -
4.2- ODONTOLOGIA ADMINISTRAÇÃO 6.03-ECONOMIA
4.3- FARMÁCIA ENGENHARIA FLORESTAL
5.3 - ENGENHARIA AGRÍCOLA 6.4 - ARQUITETURA E URBANISMO
4.4- ENFERMAGEM 6.5 - PLANEJAMENTO URBANO E
5.4 - 2O0TECNIA
4.05 - NUTRIÇÃO REGIONAL
5.5 - MEDICINA VETERINÁRIA
4.6- SAÚDE COLETIVA 6.06-DEMOGRAFIA
5.6 - RECURSOS PESQUEIROS E
4.7- FONOAUDIOLOGIA 6.7 - CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
ENGENHARIA DE PESCA
4.08 - FISIOTERAPIA E TER APIA 6.8 - MUSEOLOGIA
5.7 - CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
OCUPACIONAL 6.9 - COMUNICAÇÃO 6.10-SERVIÇO
ALIMENTOS
4.09-EDUCAÇÃO FÍSICA SOCIAL
6.11 • ECONOMIA DOMÉSTICA
6.12 - DESENHO IDUSTRIAL 6.13-
TURISMO
7.10- TEOLOGIA
(*) OBS: - As pesquisas das éreas temáticas 3 e 4 (novos fámnacos e novos equipamentos) qae dependem de licença de importação da
ANVS/MS, devem obedecei ao seguinte fluxo- Os projetos da área 3 que se enquadrarem simultaneamente em outras áreas que dependam
da aprovaçáo da CONEP, e os da área 4 devem ser enviados á CONEP, c esta os enviaiá à ANVS/MS com seu parecer.
• Os projetos exclusivos da área 3 aprovados no CEP ( Res. CNS 251/97- itera V.2 ) deveráo ser enviados à ANVS pelo
patrocinador ou pesquisador
109
Hcfcftw sa»
VENENOS
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A-A
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SOBBt1
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^nsirvar
o prr^^er
Este livro...
... será útil a todos, desde aprendizes até orientadores.
... fornecerá um rumo a tantos mestrandos e doutorandos desorientados, na hora
de problematizar o seu tema ou de justificar os seus procedimentos. Ao destilar o
suco
largo de um referencial
público, não apenasmetodológico
um conjuntocomplexo, o livro
de diretrizes tornamas
precisas, acessível
tambéma um
um
verdadeiro tratado de epistemologia científica, transmitida por pequenas doses
bem digestivas.
Sua excelente didática manifesta-se pelo caráter sugestivo dos quadros
comparativos e por perguntas simples de se fazer a si mesmo na elaboração do
projeto de pesquisa.
ETIENNE A. HIGIJET
www.olhodagua.com.br
ISBN 85-7642-004-
97 8 8 5 7 6 " 2 0 0 0 " |