MANUAL DE
FORMAÇÃO
DESENVOLVIMENTO SOCIAL E PESSOAL
UFCD 669 – HIGIENE E PREVENÇÃO NO TRABALHO
Recursos Físicos e Pedagógicos envolvidos Físicos: Sala de Formação com mesas e cadeiras.
Pedagógicos: Videoprojector; Quadro de Cerâmica/Flip-Chart; Computador
Portátil.
Metodologias Pedagógicas A metodologia baseia-se na dinâmica do grupo, tendo um cariz essencialmente
prático:
Método Afirmativo (Expositivo e Interrogativo) com recurso a meios audiovisuais.
Ativo com Partilha de Experiências; Exercícios de grupo; estudos de caso e
debates.
Será utilizada uma pedagogia ativa baseada em: Contribuições teóricas e
metodológicas; Técnicas e instrumentos de trabalho; Exemplos de situações
reais; Enquadramento sobre os aspetos regulamentares e legais; Manual
concebido como um guia de referência sobre os pontos do programa, contendo as
disposições atualizadas sobre esta matéria.
DSP, 6669 – Higiene e Prevenção no Trabalho
DSP, 6669 – Higiene e Prevenção no Trabalho
Conceitos
Saúde
Segundo a O.M.S. – Organização Mundial de Saúde, “É um estado de bem-estar físico, mental e
social completo e não somente a ausência de dano ou doença.
Doença profissional
Doenças ligadas ao trabalho, ou seja, doenças que se agravam com o trabalho, ou que não
estando directamente ligadas ao trabalho são por este influenciadas.
Acidente de trabalho
É todo acidente que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza direta ou indiretamente
lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte a morte ou redução na capacidade
de trabalho ou de ganho.
É também considerado acidente de trabalho ocorrido:
Fora do local ou do tempo de trabalho, quando verificado na execução de serviços determinados
pela entidade empregadora ou por esta consentida;
Na ida para o local de trabalho ou no regresso deste, quando for utilizado meio de transporte
fornecido pela entidade empregadora, ou quando o acidente seja consequência de particular perigo
do percurso normal ou de outras circunstâncias que tenham agravado o risco do mesmo percurso
– acidente de trajeto;
3 – Nos casos de doença profissional ou quaisquer outros danos para a saúde ocorridos
durante o trabalho ou com ele relacionados, a Direcção-Geral dos Cuidados de Saúde Primários,
através das autoridades de saúde, bem como a Caixa Nacional de Seguros de Doenças
Profissionais, podem, igualmente, promover a realização de inquéritos.
a) Serviços internos;
b) Serviços interempresas;
c) Serviços externos.
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Havendo vários estabelecimentos, a empresa pode adoptar modalidades diferentes para cada um
deles.
Serviços internos
Serviços interempresas
Serviços externos
1 – Serviços externos são os contratados pela empresa a outras entidades.
2 – A contratação dos serviços externos não isenta o empregador das responsabilidades que lhe
são atribuídas pela legislação relativa à segurança, higiene e saúde nos locais de trabalho.
O trabalhador do posto analisado deve ser envolvido no processo de análise como forma de se
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obter a sua colaboração na identificação dos riscos e o seu empenhamento nas medidas
preventivas subsequentes.
O trabalho deve ser observado nas suas condições normais de exercício (por exemplo, se o
trabalho é normalmente realizado à noite, deve, então, ser observado à noite).
Quando estiver completa a observação e registo, as operações devem ser discutidas por todos
(incluindo o trabalhador), para se assegurar que estão registadas na sua ordem correta.
Identificação de Potenciais Riscos
Uma vez registadas as operações básicas, temos de identificar os potenciais riscos para cada
operação. Baseado nas observações, conhecimento de acidentes (suas causas) e pessoal
experiente, listamos as situações que podem estar erradas em cada operação.
A utilização de EPI’s deverá ser a ultima medida a adoptar, apenas quando estiverem esgotadas
todas as outras soluções.
A utilização de EPI’s deve obedecer a dois critérios fundamentais: a selecção e os
requisitos na utilização.
A selecção de EPI’s deve ser realizada observando os seguintes aspectos:
- O tipo de riscos contra os quais se pretende proteger
- A parte do corpo que se pretende proteger
O tipo de condições de trabalho
As características físicas do trabalhador Os requisitos de utilização são os seguintes:
Adaptabilidade
Comodidade
Robustez
Leveza
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É o mais utilizado e amplamente difundido. Existem muito tipos de máscaras. Elas diferem nos seguintes aspectos:
Grau
de
Classe de protecção que oferecem: eficácia:
eficácia
baixa
eficácia
Proteção auditiva
Uma vez que existem muitos tipos diferentes de protectores, que podem ser utilizados em
diversos ambientes de trabalho, é desejável que se escolha o protector auditivo mais adequado
para cada caso.
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São aqueles cujo formato é definido. Podem ser de diferentes materiais: borracha, silicone, PVC.
Isolam as vias respiratórias do trabalhador do ar ambiente que o rodeia. São utilizados em condições de trabalho mais extremas ,
em que a concentração dos agentes químicos excede determinados valores, que dependem dos agente em causa, e/ou a concentr
ação de oxigénio no ar dos locais de trabalho é muito baixa, inferior a 17% em volume.
Feitos em espuma moldável, com superfície lisa que evita irritações no canal auditivo. Contornam-
se ao canal auditivo do utilizador, independentemente do tamanho ou formato do canal
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As desvantagens são:
Movimentos (fala e mastigação) podem deslocar o protector, prejudicando a atenuação;
Necessidade de treino específico para colocação;
Bons níveis de atenuação dependem da boa colocação;
Não é recomendado o manuseio se o utilizador estiver com as mãos sujas;
Só podem ser utilizados em canais auditivos saudáveis; Fáceis
de perder.
São formados por uma haste plástica de alta resistência à deformação e rompimento, utilizadas
abaixo do queixo ou atrás da cabeça, com pontas de espuma substituíveis nas extremidades.
Acomodam-se na entrada do canal auditivo, possuem formato definido, não entrando em contanto
com o canal auditivo do utilizador.
O transporte manual de cargas envolve partes ou todo o corpo e, mesmo que a carga a
movimentar não seja muito pesada ou volumosa, a baixa eficiência do sistema muscular
humano torna este trabalho pesado, provocando rapidamente fadiga com consequências
gravosas, nomeadamente aumentando o risco de ocorrência de acidentes de trabalho ou
de incidência de doenças profissionais. Os estudos biomecânicos assumem particular
importância nas tarefas de transporte e levantamento de cargas, comuns a um grande
número de actividades, nas quais se inclui a indústria metalomecânica, responsáveis por
várias lesões, por vezes irreversíveis ou de difícil tratamento, sobretudo ao nível da coluna.
A coluna vertebral, devido à sua estrutura em discos, é pouco resistente a forças
contrárias ao seu eixo (F2), como se pode observar na figura. Quando se levanta a carga
na posição o mais erecta possível, o esforço de compressão distribui-se uniformemente
sobre a superfície total de vértebras e discos. Nesta posição consegue-se reduzir em cerca
de 20 % a compressão nos discos, em relação ao levantamento na posição curvada.
Existem dois tipos de levantamento de cargas no trabalho:
• Levantamento esporádico: relacionado com a capacidade muscular;
• Levantamento repetitivo: onde acresce a capacidade energética do trabalhador e a fadiga física.
Quando surge a fadiga? Durante o esforço muscular estático os vasos sanguíneos do tecido
muscular são comprimidos e o fluxo de sangue diminui, assim como, o fornecimento de oxigénio e
açúcar. A fadiga pode provocar consequências gravosas, não só porque reduz a eficiência do
trabalho, como pode conduzir a acidentes. Normalmente, a sua frequência é elevada e aumenta
para o final do dia de trabalho.
Parte destes riscos podem ser controlados pela utilização de dispositivos de protecção individual:
capacetes, luvas, calçado de protecção, ou recorrendo a aparelhos auxiliares.
PREVENÇÃO
Levantamento e transporte de
cargas - Mãos colocadas em lados
opostos; - A carga mantém-se junto ao
corpo.
Ergonomia
Prevenção
Acções de prevenção são todas as medidas destinadas a evitar os acidentes de trabalho e
as doenças profissionais.
Definir as acções de prevenção consiste na tomada de decisões quanto às medidas a
adoptar para:
– Eliminar riscos;
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– Limitar riscos;
– Limitar as consequências dos riscos.
Risco
Consideram-se Risco de Trabalho todas as situações, reais ou potenciais, susceptíveis de
a curto, médio ou longo prazo, causarem lesões aos trabalhadores ou à comunidade, em
resultado do trabalho.
A utilização do computador como ferramenta de trabalho exige regras de utilização, com vista ao
bem estar humano.
O uso prolongado do teclado ou do rato pode levar a dores nos músculos e nervos a menos que
algumas orientações sejam seguidas. Trabalho intenso no computador sem alternância, pausas
para descanso e mudanças de postura pode ser prejudicial.
• Alterar as tarefas com o fim de não permanecer com o corpo na mesma posição, por tempo
prolongados, durante o trabalho.
• Manter os dedos e articulações relaxadas enquanto digita.
• Evitar bater no teclado com muita força. As mãos devem ficar relaxadas.
• Descansar os olhos olhando, de vez em quando, para objetos diferentes enquanto
trabalha.
• Evitar perder tempo a procurar coisas enquanto digita. Os apontamentos, arquivos e
telefones devem estar num lugar de fácil acesso.
• Usar um apoio para o teclado e para o rato de modo a posicioná-los corretamente.
• Ajustar e posicionar o monitor de modo que ao olhar para ele, o pescoço fique em posição
neutra ou reta.
• O monitor deve ficar diretamente á nossa frente. A parte superior da tela deve estar
diretamente à frente dos nossos olhos de modo que ao olhar para ela se olhe levemente
para baixo.
• Regular o monitor de modo a evitar brilho excessivo. Evitar também reflexos de janelas e
outras fontes luminosas.
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Bibliografia
Gaspar, Cândido Dias e outros, “Colecção Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho”,
Universidade Aberta. Miguel, Alberto Sérgio S.R.
“Manual de Higiene e Segurança do Trabalho”, Porto Editora. Cabral, Fernando A. e Roxo,
Manuel M.
“Segurança e Saúde do Trabalho – Legislação Anotada”, 2.ª Edição, Almedina. Vilar, Manuel
Dória.
“Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais”, Vislis Editores. Aurélio, José Alexandrino,
“Segurança, Higiene e Saúde na Construção Civil”, Vislis Editores.
“Higiene, Segurança, Saúde e Prevenção de Acidentes de Trabalho”, Verlag Dashöfer.
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