Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESTRATÉGICO DE ORGANIZAÇÕES
1
Roberto Lopes da Fonseca, 44, Professor Mestre de Teoria Geral da Administração, da Sociedade
Lageana de Educação.
2
4
GRZYBOWSKI, Cândido. Método de análise de conjuntura. 4ª ed.. Caderno. São Leopoldo, Rio
Grande do Sul: CECA, 1989.
4
atores sociais presentes no ambiente externo para que nossos objetivos sejam
atingidos.
Por fim, uma das categorias mais importantes da análise de conjuntura é a
ARTICULAÇÃO ENTRE ESTRUTURA E CONJUNTURA. O que aqui se enfatiza é o
fato de que os acontecimentos, os atores, as relações de força e os cenários não
ocorrem no vazio. Estes aspectos guardam relação com a história, com o passado,
com relações sociais, econômicas e políticas de um processo mais longo (SOUZA,
1995: 14). A análise de conjuntura é uma determinada cena dentro de um filme de
longa metragem. O desenvolvimento de uma teoria organizacional tem uma relação
com a própria história de desenvolvimento da administração. Neste aspecto, pode
ser bastante útil observar o fenômeno segundo a dialética de seu movimento. Como
observa-se em Teoria Geral da Administração, a Teoria Clássica foi negada pela
Teoria de Relações Humanas. Esta, por sua vez, foi negada pela Teoria
Neoclássica, que foi negada pela Teoria Behaviorista e assim por diante. Estes
acontecimentos ocorrem no modo de produção capitalista que apresenta algumas
características permanentes ao longo de seu desenvolvimento. Nota-se estar
presente nestas sucessões históricas o movimento dialético, como a negação da
negação ou o desenvolvimento em forma de espiral, ou ainda a saturação de uma
determinada quantidade gerando um outro patamar qualitativamente diferente. Para
Herbert de SOUZA (1995: 14-15), “tão importante quanto apreender o sentido de um
acontecimento é perceber quais as forças, os movimentos, as contradições, as
condições que o geraram”. Neste sentido, é preciso contextualizar os
acontecimentos, extraindo deles os seus possíveis sentidos. Do mesmo modo,
Herbert de SOUZA (1995: 15) recomenda que, ao entender o que está acontecendo,
é necessário observar também os fenômenos novos que começam a se manifestar.
Como verificamos atualmente, é importante estar atento a mudanças no processo de
produção, mas sem deixar de considerar as alterações que estão ocorrendo no
mundo dos negócios, como a presença da Internet abrindo espaços para formas
virtuais de troca.
Contudo, é perfeitamente possível encontrar acontecimentos que não
guardam um sentido lógico, racional. Isto não nos impede de procurar uma ligação,
um fio condutor entre os acontecimentos. Como exemplifica Herbert de SOUZA
(1995: 15) “quando somos capazes de perceber a lógica interna de uma
determinada política econômica ficará mais fácil entender o sentido dos decretos,
das ações”.
Um aspecto importante a considerar ao se fazer uma análise de conjuntura se
refere ao PONTO DE VISTA A SER ASSUMIDO. Se olharmos para a realidade com
os olhos de uma grande empresa, poderemos, ao invés de buscar um sentido para
nossas ações, estar reforçando a lógica dominante. É por isto que se deve tomar
cuidado com as análise feitas por grandes corporações, quando estamos inseridos
num pequeno ou médio empreendimento. A lógica das grandes empresas é buscar
formas para manter seus domínios de mercado, o monopólio. A lógica de micro,
pequenos e médios empreendedores é o de romper com este domínio para que
possa participar do mercado. Como sabemos, as linhas de crédito para grandes
empresas são muito mais acessíveis a eles do que as linhas de crédito para o
pequeno empreendedor. Isto é, o crédito para os grandes é facilitado, enquanto que
para os pequenos é dificultado.
6