Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pergunta 1
0 / 2,5 pts
Assista ao vídeo a seguir sobre Sistemas de Controle da Administração
Pública.
Marque a opção que corresponde a uma alternativa INCORRETA:
Pergunta 2
2,5 / 2,5 pts
Julgue a seguinte situação hipotética;
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: No ano de 2011, o Estado do Espírito Santo firmou
um acordo cujo objeto visava a “construção de escolas técnicas
estaduais nos municípios de Baixo Guandú, Viana e Iúna”. Durante a
execução do convênio, foram realizadas auditorias em que se
constatou “a ausência de designação formal dos fiscais dos contratos,
ausência de segregação de funções, ausência de diários de obras e
boletins de controle tecnológico do concreto". O governo estadual foi
notificado a tomar providências, o que ensejou a abertura de
sindicância para apurar as irregularidades na construção das escolas
profissionalizantes. O processo administrativo incluiu o nome do estado
nos cadastros de inadimplentes. Segundo o governo capixaba, a
atitude traduz-se em “restrição abusiva que contraria iterativa
jurisprudência do STF, que só autoriza a inscrição no SIAFI/CAUC após
decisão final tomada de contas especial tramitada no TCU e, quando
se tratar de convênio firmado pela gestão anterior, quando a atual
gestão restar inerte”.
A manutenção do estado nos cadastros de devedores da União pode,
em tese, inviabilizar qualquer tentativa posterior de solução das
dificuldades financeiras. Com tal entendimento, a Justiça determinou a
exclusão das inscrições do estado do Espírito Santo e da administração
direta vinculada ao Poder Executivo de qualquer sistema de restrição
ao crédito utilizado pela União, no que exclusivamente tenha
vinculação entre a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia e o
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Pergunta 3
0 / 2,5 pts
Assista ao vídeo a seguir sobre mandado de segurança.
Marque a opção CORRETA:
Pergunta 4
2,5 / 2,5 pts
A hierarquia orgânica corresponde ao sistema organizacional da
Administração Púbica que encerra a existência de escalonamento
composto de vário patamares, formando o que se denomina
normalmente de via administrativa. Essa hierarquia é considerada, por
alguns, um dos poderes da administração que permite a disposição de
funções administrativa e distribuição de órgãos públicos. Todavia, há
quem entenda tratara-se de meio de controle pois, por ela, exerce-se o
poder fiscalizatório e revisional sobre os agentes de menor grau.
Correto!
Verdadeiro
Pergunta 5
2,5 / 2,5 pts
Julgue a afirmativa a seguir.
A anulação de um ato do Poder Executivo por decisão judicial é um
exemplo de controle externo mesmo quando o ato anulado é
uma sentença judicial
Correto!
Verdadeiro
Falso
Pergunta 6
2,5 / 2,5 pts
Analise a afirmativa a seguir.
A administração pode __________ seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ________, porque deles não se originam direitos; ou
________, por motivo de _________________________, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Correto!
Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.
Pergunta 7
0 / 2,5 pts
Assista ao vídeo a seguir sobre o poder de autotutela.
Julgue a seguinte afirmativa:
O controle de mérito administrativo é manifestação do poder de
autotutela da Administração Pública. Ele é exercido por meio de
atos administrativos de confirmação de conduta (aprovação,
confirmação, etc.), quando esta (a conduta) não precisa ser revista.
Resposta correta
Verdadeiro
Você respondeu
Falso
Pergunta 8
2,5 / 2,5 pts
O Min. Joaquim Barbosa, por ocasião do julgamento do MS 24.631,
explicitou que a doutrina francesa classifica os pareceres no que tange
às repercussões de natureza jurídico-administrativa. São três as
categorias possíveis: facultativo, vinculante e obrigatório, litteris:
“CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONTROLE EXTERNO. AUDITORIA
PELO TCU. RESPONSABILIDADE DE PROCURADOR DE AUTARQUIA POR
EMISSÃO DE PARECER TÉCNICO-JURÍDICO DE NATUREZA OPINATIVA.
SEGURANÇA DEFERIDA. I. Repercussões da natureza jurídico-
administrativa do parecer jurídico: (i) quando a consulta é facultativa, a
autoridade não se vincula ao parecer proferido, sendo que seu poder
de decisão não se altera pela manifestação do órgão consultivo; (ii)
quando a consulta é obrigatória, a autoridade administrativa se vincula
a emitir o ato tal como submetido à consultoria, com parecer favorável
ou contrário, e se pretender praticar ato de forma diversa
da apresentada à consultoria, deverá submetê-lo a novo parecer; (iii)
quando a lei estabelece a obrigação de decidir à luz de parecer
vinculante, essa manifestação de teor jurídica deixa de ser meramente
opinativa e o administrador não poderá decidir senão nos termos da
conclusão do parecer ou, então, não decidir. (...) III. Controle externo: É
lícito concluir que é abusiva a responsabilização do parecerista à luz de
uma alargada relação de causalidade entre seu parecer e o ato
administrativo do qual tenha resultado dano ao erário. Salvo
demonstração de culpa ou erro grosseiro, submetida às instâncias
administrativo-disciplinares ou jurisdicionais próprias, não cabe a
responsabilização do advogado público pelo conteúdo de seu parecer
de natureza meramente opinativa. Mandado de segurança
deferido.” (MS 24631, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Tribunal Pleno, julgado
em 09.08.2007, DJe 01.02.2008 – grifos nossos)
Julgue a afirmativa a seguir:
Dentre as atribuições da função, o advogado público emite pareceres
jurídicos ao administrador. Trata-se de uma forma de controle interno de
legalidade dos atos administrativos, em que assessora o administrador e
se posiciona sobre a legalidade de determinado ato da Administração
Pública. Todavia, a não responsabilização do parecerista em função de
ser o parecer ato administrativo de natureza opinativa compromete a
efetividade do controle dos atos administrativos. No mesmo sentido,
pode-se afirmar que o disposto no art. 28 da Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro alterada pela Lei 13.655/2018: o agente
público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro, tem caráter neutralizador
do controle dos atos administrativos.
Correto!
Verdadeiro
Falso
Pergunta 9
0 / 2,5 pts
Julgue a afirmativa a seguir.
A fiscalização COFOP, ou seja, contábil, financeira, operacional e
patrimonial dos atos da administração pública é considerada
modalidade de controle externo quando exercida pelos tribunais de
contas e interno quando exercida pelo controladoria do órgão em que
houver sido praticado o ato controlado.
Você respondeu
Verdadeiro
Resposta correta
Falso
Pergunta 10
2,5 / 2,5 pts
Julgue a afirmativa a seguir.
O controle legislativo exercido sobre as contas do Poder Executivo tem
natureza técnica, sendo seu principal órgão de atuação o tribunal de
contas.
Verdadeiro
Correto!
Falso
Tese - Para os fins do art. 1º, inciso I, alínea "g", da Lei Complementar 64, de 18
de maio de 1990, alterado pela Lei Complementar 135, de 4 de junho de 2010,
a apreciação das contas de prefeitos, tanto as de governo quanto as de
gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com o auxílio dos Tribunais de
Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por
decisão de 2/3 dos vereadores.
Pontuação do teste: 15 de 25
2a Prova Direito Administrativo III
Erros – 3, 4, 5, 6, 8, 10
Pergunta 1
Julgue a afirmativa:
O parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza
meramente opinativa, competindo exclusivamente à Câmara de
Vereadores o julgamento das contas anuais do Chefe do Poder
Executivo local, sendo incabível o julgamento ficto das contas por
decurso de prazo. Por via de consequência, pode-se afirmar que a
fiscalização COFOP (contábil, orçamentária, financeira, operacional e
patrimonial) exercida pelos tribunais de contas pode ser considerada
manifestação de controle político. Falso
Fundamento: A tese sobre a competência exclusiva da Câmara
Municipal para o julgamento das contas de Prefeito foi firmada no
julgamento da repercussão geral sobre o Tema 157 - Competência
exclusiva da Câmara Municipal para o julgamento das contas de
Prefeito. Leading Case: RE 729744. Por esse entendimento, o controle de
contas seria um controle político, apesar do controle reaizado pelos
tribunais de contas ser uma espécie de controle administrativo de
natureza externa.
Pergunta 2
Julgue a afirmativa a seguir:
A ausência de controle sobre o planejamento do exercício da função
administrativa é porta de entrada para a corrupção na medida em que
a reduz a possibilidade de eficiência da Administração Pública a
exercício aleatório da função administrativa ampliador da
discricionariedade administrativa. Verdadeiro
Fundamento: Planejar é atividade típica administrativa. O planejamento
administrativo permite que caminhos sejam traçados para que a
administração pública alcance resultados. Portanto, trata-se de boa
prática administrativa essencial para a boa governança pública, sem a
qual eficiência administrativa torna-se objeto de contingência. Ver
Decreto 9.020/2017. Vale lembrar que a ausência de planejamento
vinculante das ações administrativas executadas pelos agentes público
cria espaço para que discricionariedade administrativa atue propiciando
ambiente fecundo para a prática de atos de corrupção uma vez que
esses atos tendem a não ser objeto de controle externo. Por isso, faz parte
também dos atos de controle objeto da Lei 12.846/2013 (Lei
Anticorrupção) que passa a considerar o planejamento (programas de
integridade) elemento fundamento para o controle da corrupção na
Administração Pública.
Pergunta 3
Julgue a afirmativa a seguir:
O controle de contas é uma forma de controle externo de natureza
técnica exercido pelos tribunais de contas, que se traduz na fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das
unidades federativas e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas. Falso
Fundamento: tem natureza política, uma vez reconhecida pelos tribunais.
Pergunta 4
Julgue a afirmativa a seguir:
A comissão processante de processo administrativo de responsabilização
deve ser composta por servidores públicos estáveis. Falso
Fundamento: há exceções legalmente previstas e, pensando além, as
empresas estatais podem não usar, por exemplo, funcionários estáveis.
Pergunta 5
A competência avocatória da Controladoria Geral da União para
saneamento de processo administrativo de responsabilização de pessoas
jurídicas, que abrange atos praticados por entidades de outras unidades
federativas, pode ser considerada forma de intervenção administrativa
em sentido amplo que fere autonomia administrativa das unidades
administrativas. Verdadeiro
Pergunta 6
Julgue a afirmativa a seguir:
Controle da discricionariedade administrativa é controle de mérito do
ato administrativo. Falso
Pergunta 7
Julgue a afirmativa a seguir:
O processo administrativo de responsabilização de pessoas jurídicas deve
ser concluído em no máximo 30 dias. Falso (180 dias)
Pergunta 8
Julgue a afirmativa a seguir:
A investigação preliminar em processo administrativo de
responsabilização de pessoas jurídicas é obrigatória para defesa do
contraditório e ampla defesa das pessoas investigadas. Falso
Você resp
Pergunta 9
Julgue a afirmativa a seguir:
Pergunta 10
Julgue a afirmativa a seguir:
A ausência de planejamento administrativo pode ser considerada ato
lesivo à Administração Pública. Verdadeiro
Atividade Objetiva 01
Pergunta 1
1 / 1 pts
Uma das novidades sobre o controle da Administração Pública
introduzidas pela Lei 12.846/2013 é a majoração do valor das multas
decorrentes da prática de atos de corrupção por empresas que se
relacionam com a Administração Pública nacional.
Analise o quadro a seguir e responda: se o valor da multa aplicada varia
de acordo com a discricionariedade administrativa de o agente público
que a aplica, é possível que, tendo praticado o mesmo ato de
corrupção, pessoas jurídicas respondam de maneira distinta. Assim,
pode-se concluir que a discricionariedade administrativa tem o poder de
neutralizar os efeitos sancionatórios da lei na medida em que hierarquiza
de forma não vinculada a punição administrativa aplicada pela prática
de atos lesivos à Administração Pública.
Verdadeiro
Falso
Veja o que diz o Manual Prático para o Cálculo de Multas da CGU edição
2020, página 13:
Percebe-se que o Decreto 8.420/2015, apesar de trazer mais objetividade
aos critérios legais, também deixou uma margem de discricionariedade
para a Administração, quanto aos valores a serem considerados no
cálculo da multa, exceto no que se refere à situação econômica da
pessoa jurídica e à reincidência.
Essa discricionariedade foi estabelecida pelo legislador infralegal para
garantir uma maior autonomia na análise do fato sob apuração (em PAR
ou acordo de leniência), considerando sua gravidade e grau de
reprovabilidade, possibilitando o escalonamento em valores mínimos,
intermediários ou máximos para cada um dos parâmetros identificados.
Nada obstante, se por um lado um grau maior de discricionariedade
favorece o melhor balizamento do caso concreto, por outro lado,
poderá ensejar certo nível indesejado de insegurança jurídica e falta de
uniformidade por parte da Administração Pública quando da aplicação
da mesma norma.
Desse modo, o presente Manual apresenta nos próximos itens diretrizes
gerais que servem de referência para a aplicação de cada um dos
critérios. Assim, sem tirar da autoridade competente a margem de
discricionariedade necessária para melhor análise do caso concreto, as
recomendações deste Manual visam conferir maior objetividade e
segurança jurídica na aplicação dos parâmetros da multa. Vale apenas
destacar que os tópicos seguintes trarão uma sugestão para os
responsáveis pelo cálculo/proposição de multa, não havendo vedação
à utilização de métricas diferenciadas.
Pergunta 2
1 / 1 pts
Usualmente, quando nos referimos ao controle da Administração Pública,
afirma-se que o controle da legalidade do exercício da função
administrativa pode ser externo, quando exercido por outros poderes, e
interno quando exercido por órgãos da própria Administração Pública.
Com base nas considerações acima, julgue a seguinte afirmativa:
O controle exercido pela Controladoria Geral da União quando avoca
processo administrativo de responsabilização instaurado por órgão da
Administração Pública de um estado-membro é uma forma de controle
externo atípico na medida em que é exercido sobre a atuação de órgão
ou pessoa pertencente à Administração Pública de outra unidade
federativa.
Falso
Correto!
Verdadeiro
Pergunta 3
1 / 1 pts
Assista ao vídeo a seguir:
Pergunta 4
1 / 1 pts
A atividade de controle da Administração Pública é um dos temas mais
relevantes do direito administrativo, pois permite aferir se o exercício da
função administrativa pelos poderes estatais realiza-se de forma efetiva
e eficiente respeitando os limites das competências legais dos agentes
administrativos, bem como verificar se estão abrangidas pelo regime
jurídico de direito público/administrativo.
Nesse sentido, é correto afirmar sobre o controle da Administração
Pública, EXCETO:
Correto!
Pergunta 5
0 / 1 pts
Uma tendências do controle da Administração Pública diz respeito à sua
aplicação também a atos considerados de gestão e, portanto,
referentes ao exercício da função governamental abrangida pela
função executiva, anteriormente excluída do objeto do direito
administrativo em razão de sua natureza política (discricionária).
Julgue a afirmativa a seguir:
O conceito de governança pública envolve, entre outros aspectos da
gestão, transparência, prestação de contas (accountability), ética,
integridade, legalidade e participação social nas decisões.
Você respondeu
Falso
Resposta correta
Verdadeiro
Atividade Objetiva 02
Pergunta 1
1 / 1 pts
Segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o advogado
somente será civilmente responsável pelos danos causados a seus
clientes ou a terceiros, se decorrentes de erro grave, inescusável, ou de
ato ou omissão praticado com culpa, em sentido largo.
Falso
Correto!
Verdadeiro
Pergunta 2
1 / 1 pts
Segundo o Supremo Tribunal Federal, o advogado de empresa estatal
que, chamado a opinar, oferece parecer sugerindo contratação direta,
sem licitação, mediante interpretação da lei das licitações, é responsável
solidariamente com o administrador que decidiu pela contratação
direta.
Verdadeiro
Correto!
Falso
Pergunta 3
1 / 1 pts
Segundo o Supremo Tribunal Federal, são repercussões da natureza
jurídico-administrativa do parecer jurídico, EXCETO:
Correto!
Pergunta 4
1 / 1 pts
As decisões emanadas do Tribunais de Contas não são dotadas de auto-
executoriedade. Por isso, assegurar-lhes a coercibilidade torna-se tarefa
do Poder Judiciário, que no sistema jurídico brasileiro detêm o monopólio
do exercício estatal da jurisdição.
Falso
Correto!
Verdadeiro
Costuma-se sustentar na doutrina e jurisprudência administrativista que o
mérito do ato administrativo, via de regra, não pode ser objeto de
controle judicial, sob pena de violação do princípio da separação de
poderes, em que pese haver exceções quanto ao seu motivo e objeto.
Sabe-se que no âmbito do controle judicial dos atos administrativos
vigora o princípio da insindicabilidade do mérito administrativo, segundo
o qual o mérito não pode ser alvo de controle judicial, sendo de exclusivo
controle por parte da Administração Pública por via do exercício de seu
poder de autotutela administrativa (v. STF, Súmulas 343 e 473). Nesse
sentido, a atuação dos Tribunais de Contas em certa medida implica em
violação dessa regra, pois transfere para o Legislativo o controle da
legalidade do mérito das contas de governo.
A atuação dos Tribunais de Contas, na condição de instituições
incumbidas constitucionalmente de processar e julgar as contas anuais
dos Chefes do Poder Executivo (art. 71. I da CF/88), não está implícito o
caráter de definitividade, faltando-lhes o poder para sua imposição
coercitiva. Por outro lado, o controle, assim exercido, representa um
exemplo de sindicabilidade do ato administrativo reconhecida pela
jurisprudência brasileira.
Pergunta 5
1 / 1 pts
Julgue as afirmativas a seguir com fundamento no entendimento do
Tribunal de Contas da União:
1. O parecerista jurídico pode ser responsabilizado pela emissão de
parecer obrigatório, nos termos do art. 38, parágrafo único, da Lei
8.666/1993, não devidamente fundamentado, que defenda tese não
aceitável, por se mostrar frontalmente contrário à lei.
2. A decisão tomada com base em parecer deficiente afasta a
responsabilidade do gestor supervisor por atos considerados irregulares.
1. Falso; 2. Verdadeiro
Correto!
1. Verdadeiro; 2.Falso
Pontuação do teste: 5 de 5
3ª Atividade Objetiva – Direito Administrativo
VERDADEIRA
Fundamento: súmula 611-A, STJ
FALSA
Fundamento:
FALSA
Fundamento: súmula vinculante n. 05, STF
VERDADEIRO
5) As situações flagrantemente inconstitucionais não se submetem ao
prazo decadencial de 5 anos previsto no artigo 54 da Lei 9.784/1999, não
havendo que se falar em convalidação pelo mero decurso do tempo.
Pergunta 1 1 pts
A tributação progressiva como instrumento de política urbana, bem
como a desapropriação para fins de reforma urbana destinam-se ao
cumprimento da função social da propriedade e não representam
confisco de bens.
Falso
Verdadeiro
Pergunta 2 1 pts
O Estado de Aqui Somos Eficientes visando garantir maior
eficiência administrativa edita lei em que é permitida a utilização de
bens apreendidos em serviços de inteligência, a critério da Secretaria de
Defesa Social de carros particulares apreendidos, que se encontrem nos
pátios das delegacias e no Detran, cujos proprietários tenham sido
notificados há mais de 60 dias, sendo a responsabilidade
pela manutenção e conservação dos veículos utilizados durante as
operações é de inteira responsabilidade do Poder Público”.
A referida lei foi editada com base no artigo 328 da Lei N. 9.503/1997
(Código Brasileiro de Trânsito) que estabelece:
Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qualquer título e não
reclamado por seu proprietário dentro do prazo de sessenta dias,
contado da data de recolhimento, será avaliado e levado a leilão, a
ser realizado preferencialmente por meio eletrônico. (Redação
dada pela Lei nº 13.160, de 2015)
Pergunta 3 1 pts
Uma das medidas adotadas pelo Governo Espanhol no combate à
pandemia do COVID-19 foi a estatização temporária de hospitais
particulares.
Considerando as formas de intervenção dos estados na propriedade
privada previstas no sistema jurídico brasileiro, marque a forma que
melhor se adequaria a essa situação, se medida semelhante fosse
adotada pelo Governo Brasileiro.
Ocupação temporária
Requisição administrativa
Servidão administrativa
Desapropriação especial
Pergunta 4 1 pts
A lei específica que aprovar a operação urbana consorciada poderá
prever a emissão pelo Município de quantidade determinada de
certificados de potencial adicional de construção, que serão alienados
em leilão ou utilizados diretamente no pagamento das obras necessárias
à própria operação. Os certificados de potencial adicional de
construção serão livremente negociados, mas conversíveis em direito de
construir unicamente na área objeto da operação.
Falso
Verdadeiro
Pergunta 5 1 pts
O cultivo de drogas em terras particulares é uma das situações que
autorizam o confisco legal de bens pelo poder público, mas pode ser
afastado caso não seja comprovada culpa do proprietário.
Grupo de escolhas da pergunta
Verdadeiro
Falso
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Faculdade Mineira De Direito
Unidade Coração Eucarístico
NOME_____________________________________________________________
NOME_____________________________________________________________
NOTA __________
Fundamentação legal: Art. 5°, inciso LV da CF/88; arts. 143 e 153 da Lei n° 8.112/90.
Conteúdo da aula do dia 13/08 e 10/09/2018 - O processo administrativo é uma
espécie de procedimento em contraditório, garantindo-se a ampla defesa, facultando-
se a oportunidade para manifestação, defesa e recurso.
BOA PROVA!
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS
GERAIS Faculdade Mineira De Direito
Unidade Coração Eucarístico
NOME_____________________________________________________________
NOME_____________________________________________________________
NOTA __________
Contudo, vale lembrar que, por serem comissões legislativas, elas também podem
investigar autoridades do próprio legislativo. Neste caso, atuam como instrumento
de controle interno do Legislativo.
A afirmativa é verdadeira.
A afirmativa é verdadeira.
a) Ouvidorias
b) Corregedorias
c) Controladorias
d) Defensorias
As ouvidorias são propriamente órgãos de controle interno em sentido amplo sem poder
sancionador (poder disciplinar ou poder de polícia). Elas recebem denúncias, mas
também elogios. Nelas se pode apresentar sugestões, elogios, solicitações,
reclamações e denúncias. Funcionam como uma espécie de “ponte” entre o cidadão e
a Administração Pública. Assim, a ouvidoria recebe as manifestações dos cidadãos,
analisa, orienta e encaminha às áreas responsáveis pelo tratamento ou apuração do
caso. A Ouvidoria-Geral da União (OGU) integra a estrutura da Controladoria-Geral da
União (CGU) e é o órgão responsável por receber, examinar e encaminhar denúncias,
reclamações, sugestões, elogios e solicitações referentes a irregularidades na
utilização de dinheiro público, procedimentos e ações de agentes públicos, órgãos e
entidades do Poder Executivo Federal. Além disso, a partir das informações trazidas
pelos cidadãos, a Ouvidoria pode identificar melhorias, propor mudanças, assim como
apontar situações irregulares no órgão ou entidade.
QUESTÃO 5. São situações que, quando comprovadas, ensejam reprovação das contas
de administradores e demais responsáveis por irregularidade no julgamento dos
tribunais de contas, EXCETO:
Por força do art. 5º, inciso LXXVIII, da CF/88, o princípio da razoável duração do
processo também se aplica a processos administrativos.
O controle hierárquico não se restringe a atos que cause dano ao erário, mas a toda
irregularidade detectada no exercício da função administrativa. Não fosse assim, não
haveria improbidade administrativa por violação de princípio e nem a possiblidade de
instauração de PAD para apurar exercício funcional violador de princípio da
administração pública.
O controle interno decorre dos poderes hierárquico e disciplinar e não está vinculado
à natureza da irregularidade ser ou não considerada ato de improbidade
administrativa.
A aplicação do poder disciplinar prescreve em 5 anos contados do conhecimento do
ato quando a conduta praticada puder ensejar a demissão do servidor público (art. 23,
inciso II, Lei No. 8.429/1992 c/c art. 142, inciso I, §§ 1º e 2º Lei No. 8.112/1990).
Logo, não há prescrição, pois, sendo a conduta praticada por João e Gilberto tipificada
como ato de improbidade administrativa (art. 11, inciso V, Lei No. 8.429/1992), ela
é passível de demissão.
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser
propostas:
RE 848826 – Tese com Repercussão Geral: “Para os fins do artigo 1º, inciso I,
alínea g, da Lei Complementar 64/1990, a apreciação das contas de prefeito,
tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais,
com auxílio dos Tribunais de Contas competentes, cujo parecer prévio somente
deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos vereadores”
A afirmativa é verdadeira segundo o art. 13, inciso II, da Lei No. 9.784/1999. Vale
lembrar que o controle interno deriva de dever geral de apurar irregularidades que
todo servidor público titulariza segundo o art. 143 da Lei No. 8.112/1990. Não se trata,
portanto, de competência exclusiva, apesar de esse poder ser exercido muitas vezes
por órgãos especializados. O poder de avocar competências é inerente ao poder de
delega-las.
Vale lembrar que recentemente o STF tem mudado o entendimento contido na Súmula
347 do STF, editada em 1963, e que prevê a possibilidade de o Tribunal de Contas, no
exercício de suas atribuições, apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do
Poder Público. Por exemplo, o Min. Alexandre de Moraes concedeu liminar no MS
35.498, impetrado pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do trabalho, para
afastar o mesmo entendimento do TCU em relação ao pagamento, aos inativos, do
bônus de eficiência devido à categoria e também previsto na Lei 13.464/2017. Decisão
no mesmo sentido já havia sido proferida no MS 35.410.
BOA PROVA!
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
FACULDADE MINEIRA DE DIREITO
Unidade Coração Eucarístico
NOME
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
NOTA __________
A prova deve ser realizada à caneta, em dupla ou individualmente. As rasuras invalidam
as questões, sendo considerado rasura qualquer marcação visível, ainda que leve, nos
espações destinados a respostas. Após a divulgação dos resultados e da chave de
correção no SGA, pedidos de revisão poderão ser diretamente endereçados à
professora. É obrigatória a assinatura na lista de presença para que a nota seja lançada
no SGA.
Página1
1. O projeto de lei é inconstitucional.
O projeto de lei não é inconstitucional porque municípios podem legislar sobre
assuntos de interesse local (art. 30, inciso I, CF/88) e sobre política de
desenvolvimento urbano (art. 182 CF/88) que abrange todo o seu território (art. 40,
§ 2º, Lei n. 10.257/2001), o que inclui o planejamento local habitacional de
interesse social, uma vez que habitação é uma das funções-chaves da cidade. A
competência para legislar sobre desapropriação é privativa da União (art. 2º, inciso
II, CF/88). Todavia, essa delimitação constitucional de competência legislativa
aplica-se a normas jurídicas sobre o procedimento ou processo de desapropriação
e não inclui a identificação das áreas a serem desapropriadas. Do contrário, a
competência legislativa municipal para tratar de planejamento habitacional seria
suprimida. Vale lembrar que o fato de a área ser da União não torna o projeto
inconstitucional, uma vez que não há nenhuma vedação constitucional que proíba
a desapropriação de imóveis públicos por municípios, mas sim, ilegal (art. 37,
caput, da CF/88) por violação ao disposto no artigo 2º, § 2º, do Decreto-lei
3.365/1941. Por fim, regularização fundiária para fins de assentamento de
população de baixa renda não se confunde necessariamente com a
desapropriação para fins de reforma agrária a que se refere o artigo 184 da CF/88,
pois no caso de reforma agrária há a reutilização produtiva do imóvel rural (art.
185 CF/88). Para evitar questionamentos quanto à natureza do processo de
regularização fundiária, municípios são usualmente orientados a firmarem acordos
com o INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, autarquia
federal criada pelo Decreto 1.110/1970 com a missão prioritária de executar a
reforma agrária e realizar o ordenamento fundiário nacional.
PORQUE
2. Municípios não podem legislar sobre desapropriação.
A competência para legislar sobre desapropriação é privativa da União segundo o
art. 22, inciso II, da CF/88.
Logo, a resposta correta é LETRA C.
a) ( ) A afirmativa 1 é falsa.
b) ( ) Ambas as afirmativas são verdadeiras.
c) ( X ) A afirmativa 1 é falsa, mas a afirmativa 2 é verdadeira.
d) ( ) A afirmativa 1 é verdadeira, mas a afirmativa 2 é falsa.
QUESTÃO 2. Considerando a situação apresentada, analise as afirmativas a seguir e
marque a opção CORRETA:
1. A desapropriação a ser realizada tem natureza sancionatória, pois destina-se à
regularização fundiária.
Página2
descumpre função social da propriedade. A ocupação do imóvel por população
de baixa renda em si caracteriza descumprimento de função social da
propriedade. O fundamento legal para esse tipo de desapropriação em caso de
imóveis urbanos é o artigo 182, § 4º, da CF/88. Contudo, nem todo processo de
regularização fundiária tem natureza sancionatória. É o caso da regularização
fundiária de interesse especial para fins de legalização de condomínios fechados,
por exemplo (Lei n. 13.465/2017). Em síntese, não é a destinação à regularização
fundiária que torna a desapropriação sancionatória, mas o descumprimento da
função social da propriedade.
CONTUDO
Regularização fundiária para fins de assentamento de população de baixa renda
não se confunde necessariamente com a desapropriação para fins de reforma
agrária a que se refere o artigo 184 da CF/88, pois no caso de reforma agrária há
a reutilização produtiva do imóvel rural (art. 185 CF/88). Para evitar
questionamentos quanto à natureza do processo de regularização fundiária,
municípios são usualmente orientados a firmarem acordos com o INCRA –
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, autarquia federal criada pelo
Decreto 1.110/1970 com a missão prioritária de executar a reforma agrária e
realizar o ordenamento fundiário nacional.
Página3
(art. 185 CF/88). Para evitar questionamentos quanto à natureza do processo de
regularização fundiária, municípios são usualmente orientados a firmarem acordos
com o INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, autarquia
federal criada pelo Decreto 1.110/1970 com a missão prioritária de executar a
reforma agrária e realizar o ordenamento fundiário nacional (art. 184 da CF/88).
MAS
a) ( X ) A afirmativa 1 é falsa.
b) ( ) A afirmativa 2 é falsa.
c) ( ) A afirmativa 1 é verdadeira, mas a afirmativa 2 é falsa.
d) ( ) Ambas as afirmativas são verdadeiras.
Página4
regulado pela Lei n. 10.257/2001, aplica-se a imóveis urbanos que não cumprem
sua função social.
2. A lei é formalmente inconstitucional, uma vez que é competência de os municípios
legislarem sobre política urbana, mas não sobre parcelamento do solo.
A competência municipal para legislar sobre política urbana local abrange normas
jurídicas sobre parcelamento do solo (loteamento e desmembramento de imóveis),
uma vez que o parcelamento em si é instrumento de ordenação do solo urbano ou
de planejamento da política urbana (art. 4º, letra b, Lei n. 10.257/2001). Ademais,
a inconstitucionalidade formal de um texto legal refere-se a problemas no ciclo de
perfeição do ato legislativo e não a seu conteúdo.
A resposta correta é LETRA C.
a) ( ) A afirmativa 1 é falsa.
b) ( ) Ambas as afirmativas são falsas.
c) ( X ) A afirmativa 1 é verdadeira, mas a afirmativa 2 é falsa.
d) ( ) A afirmativa 1 é falsa , mas a afirmativa 2 é verdadeira.
QUESTÃO 5. Considerando a situação apresentada, analise as afirmativas a seguir e
marque a opção CORRETA:
1. Não haverá inconstitucionalidade desde que o parcelamento compulsório atenda
às exigências de ordenação do solo estabelecidas pelo plano diretor do município.
A obrigatoriedade de a ordenação do solo municipal atender às exigências do
plano diretor está prevista no artigo 182 da CF/88 e foi reconhecida pelo STF no
julgamento do RE 607.940/DF com repercussão geral - Tema 348. Contudo, a
PEUC é um instrumento de política urbana (art. 182, § 4º, inciso I, CF/88) e não
se aplica a imóveis rurais.
2. O parcelamento e edificação compulsórios é considerado uma forma
constitucional de intervenção do estado sobre a propriedade, ainda que a
propriedade de Paulo se localize em área rural, pois os planos diretores abrangem
todo o território do município.
As normas jurídicas estabelecidas pelos planos diretores municipais abrangem
todo o território do município segundo o artigo 40, § 2º, da Lei n. 10.257/2001.
Todavia, a PEUC é um instrumento de política urbana (art. 182, § 4º, inciso I,
CF/88).
Logo, ambas afirmativas são falsas. Por isso, não há resposta correta
possível para a questão. Assim sendo, a questão foi anulada por erro
material na formulação da afirmativa 1.
a) ( X ) A afirmativa 1 é verdadeira falsa.
b) ( ) A afirmativa 2 é verdadeira.
Página5
c) ( ) A afirmativa 1 é verdadeira, mas a afirmativa 2 é falsa.
d) ( ) A afirmativa 1 é falsa , mas a afirmativa 2 é verdadeira.
Joaquim é proprietário de um grande terreno no qual pretende instalar um loteamento,
ainda não aprovado pelo Poder Público. Contudo, antes que Joaquim iniciasse o projeto,
sua propriedade foi integralmente incluída nos limites de um Parque Nacional, unidade
de conservação que admite apenas o uso indireto de recursos naturais, ou seja, que não
envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais.
QUESTÃO 6. Considerando a situação apresentada, analise as afirmativas a seguir e
marque a opção CORRETA:
1. Não há intervenção do estado sobre a propriedade de Joaquim, uma vez que a
propriedade ainda poderá ser utilizada para outros fins econômicos.
O estabelecimento de limitação administrativa, seja de natureza urbanística ou não
(ambiental, por exemplo), sobre determinado imóvel é considerado forma de
intervenção do estado sobre a propriedade nada medida em que restringe as
faculdades inerentes ao direito de propriedades (art. 1.228 do Código Civil) tendo
em vista a concretização de interesse público. Sua caracterização (da limitação
administrativa) independe da possiblidade de o imóvel ser utilizado para outros
fins de natureza econômica, que é mais uma decorrência de sua gradação (da
limitação administrativa) e não um elemento caracterizado de sua natureza. A
possiblidade de utilização do imóvel para outros fins de natureza econômica é
considerada, entretanto, para fins de estabelecimento do dever de indenizar, uma
vez que, em regra, essa forma de intervenção do estado sobre a propriedade não
gera dever de indenizar. Vale lembrar que, em princípio, a possiblidade de
destinação econômica diversa descaracteriza a hipótese de aniquilamento do
valor econômico da propriedade. Segundo a jurisprudência dominante, para que
haja aniquilamento do valor da propriedade deve ser comprovada perda
econômica entre 50 e 80% do valor do imóvel.
2. Joaquim não tem direito à indenização pelos lucros cessantes decorrentes da
inviabilização do empreendimento, pois as restrições de uso do solo apresentam
natureza geral uma vez que são aplicáveis a todos os imóveis abrangidos pelo
perímetro do Parque.
Em função de seu caráter geral, limitações administrativas não são em regra
indenizáveis, sobretudo quando subsiste possibilidade de destinação econômica
do imóvel, um dos requisitos necessários para a descaracterização da hipótese de
aniquilamento do valor econômico da propriedade. Segundo a jurisprudência
dominante, para que haja aniquilamento do valor da propriedade deve ser
comprovada perda econômica entre 50 e 80% do valor do imóvel. Ademais, vale
lembrar que, segundo a jurisprudência dominante, não há direito adquirido de
construir em um determinado imóvel, salvo se a licença edilícia houver sido
expedida e as fundações da obra iniciadas.
Página6
Logo, a resposta correta é LETRA D. A LETRA B é falsa porque está incompleta
face à abrangência da afirmativa contida na LETRA D.
a) ( ) A afirmativa 1 é verdadeira.
b) ( ) A afirmativa 2 é verdadeira.
c) ( ) A afirmativa 1 é verdadeira, mas a afirmativa 2 é falsa.
d) ( X ) A afirmativa 1 é falsa , mas a afirmativa 2 é verdadeira.
QUESTÃO 7. Considerando a situação apresentada, analise as afirmativas a seguir e
marque a opção CORRETA:
1. Joaquim poderá ajuizar ação para reaver as perdas econômicas sofridas, caso a
constituição do parque suprima substancialmente o valor econômico de sua
propriedade.
A supressão substancial ou aniquilamento do valor econômico do imóvel pode
ensejar direito à indenização das perdas sofridas a título de lucros cessantes.
Todavia, a possibilidade remanescente de destinação econômica do imóvel tende
a descaracterizar o direito à indenização face à natureza geral do interesse público
(proteção do meio ambiente) que fundamenta o estabelecimento da limitação
administrativa.
2. A constituição do parque pode ser considerada uma limitação urbanística ao direito
de propriedade e, portanto, deve ser indenizada.
Apesar de a constituição do parque implicar no estabelecimento de limitação
urbanística ao direito propriedade sobre o imóvel, em razão da natureza geral
dessa forma de intervenção do estado na propriedade, o dever de o Poder Público
indenizar as eventuais perdas econômicas sofridas, somente se caracteriza se
comprovado aniquilamento do valor da propriedade imobiliária. Segundo a
jurisprudência dominante, para que haja aniquilamento do valor da propriedade
deve ser comprovada perda econômica entre 70 e 80% do valor do imóvel.
Logo, a resposta correta é LETRA C. A LETRA A é falsa porque está incompleta
face à abrangência da afirmativa contida na LETRA C.
a) ( ) A afirmativa 1 é verdadeira.
b) ( ) A afirmativa 2 é verdadeira.
c) ( X ) A afirmativa 1 é verdadeira, mas a afirmativa 2 é falsa.
d) ( ) A afirmativa 1 é falsa , mas a afirmativa 2 é verdadeira.
O Município “X” pretende realizar obra de ampliação de sua malha viária urbana para
garantir maior mobilidade de pessoas e melhorara a circulação de veículos. Contudo, não
dispõe de recursos para a realização da obra. Para tentar viabilizar financeiramente a
obra, o prefeito, consulta a Procuradoria Geral do Município sobre alternativas para
financiamento do empreendimento. A Procuradoria, então, emite parecer sobre a
consulta realizada pelo prefeito que considera os seguintes limites legais.
Página7
Julgue as afirmativas a seguir considerando os possíveis argumentos apresentados no
parecer da Procuradoria:
QUESTÃO 8. VERDADEIRA - Considerando ser necessário desapropriar os imóveis
localizados na área para a abertura de novas vias públicas, a realização do
empreendimento somente poderia ocorrer com o pagamento de prévia e justa
indenização a seus proprietários.
A desapropriação para realização de obras de infraestrutura, abertura de vias públicas,
por exemplo, é um dos casos de desapropriação por utilidade pública previstos no artigo
5º do Decreto-lei 3.365/1941 (alínea i). Segundo o artigo 5º, inciso XXIV, e o artigo 182,
§ 3º, da CF/88, a desapropriação por utilidade pública e a de imóveis urbanos devem ser
realizadas mediante o pagamento de prévia e justa indenização pagas em dinheiro. Vale
lembrar que na prática, muitas vezes, alegando urgência, o Poder Público imite-se
provisoriamente na posse do imóvel sem depósito prévio, o que caracteriza
desapropriação indireta do imóvel e que recentemente o STF decidiu no julgamento do
RE 922.144/MG que o pagamento por precatório não descaracteriza a natureza prévia
da indenização Tema de Repercussão Geral n. 865: Compatibilidade da garantia da justa
e prévia indenização em dinheiro (CF/88, art. 5º, XXIV) com o regime de precatórios (art.
100 da CF/88).
A desapropriação indireta decorre de um esbulho possessório, denominado
apossamento administrativo, praticado com certa frequência pela Administração Pública,
que ocupa determinado bem antes da conclusão, ou até mesmo início, do procedimento
expropriatório, dando-lhe uso público que justificaria sua desapropriação, com o que
conta a tolerância dos Poderes Legislativo e Judiciário, diversamente do que se faz em
relação aos movimentos sociais. Enciclopédia Jurídica da PUCSP, tomo II (recurso
eletrônico): direito administrativo e constitucional / coord. Vidal Serrano Nunes Jr. [et al.]
– São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017.
QUESTÃO 9. VERDADEIRA - Por se tratar de obra de infraestrutura urbana que se
destina à circulação viária, uma das funções-chave da cidade, os imóveis vazios
poderiam ser desapropriados para fins de cumprimento da função social da propriedade
urbana com pagamento de títulos da dívida pública municipal regatáveis em dez anos.
Segundo o artigo 182, § 4º, inciso III, da CF/88, os imóveis urbanos que não cumprem
função social da propriedade podem ser objeto de desapropriação sanção para fins de
reformar urbana. Para tanto, a utilização da área em questão para fins de circulação
(função-chave da cidade) deve constar entre as exigências de ordenação do solo
previstas no plano diretor do município (art. 182, § 2º, da CF/88).
QUESTÃO 10. FALSA - A desapropriação de imóveis urbanos deve atender as
exigências de ordenação do solo previstas no plano diretor do município, que no caso
não prevê investimentos em ampliação do sistema viário do município. Contudo, o
município não pode desapropriar imóveis públicos localizados na área.
Não há no Decreto-lei 3.365/1941 nenhuma regra que estabeleça vinculação ao plano
diretor como pressuposto para realização de desapropriação por utilidade pública.
Página8
Contudo, segundo o artigo 182, § 2º, da CF/88, os imóveis urbanos que não cumprem
função social da propriedade podem ser objeto de desapropriação sanção para fins de
reforma urbana. Para tanto, a finalidade a que se destina a desapropriação deve constar
entre as exigências de ordenação do solo previstas no plano diretor do município. Por
fim, segundo o entendimento do STF, sobre a possibilidade de desapropriação de bens
públicos deve atender ao princípio da hierarquia estabelecido no artigo 2º, § 2º, do
Decreto-lei 3.365/1941.
BOA PROVA!
Página9
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
FACULDADE MINEIRA DE DIREITO
Unidade Coração Eucarístico
NOME
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
NOTA __________
A prova deve ser realizada à caneta, em dupla ou individualmente. As rasuras invalidam as questões,
sendo considerado rasura qualquer marcação visível, ainda que leve, nos espações destinados a respostas.
Após a divulgação dos resultados e da chave de correção no SGA, pedidos de revisão poderão ser
diretamente endereçados à professora. É obrigatória a assinatura na lista de presença para que a nota
seja lançada no SGA.
Página1
b) A desapropriação a ser realizada tem natureza especial, porque destina-se à regularização
fundiária.
c) A regularização fundiária não poderá ser realizada, pois a competência para legislar sobre
desapropriação é privativa da União.
d) O município pode legislar sobre regulação fundiária com fundamento em sua competência para
tratar de assuntos locais, desde que respeite as exigências de ordenação do solo previstas em seu
plano diretor.
Página2
regularização fundiária desloque-se para o município. Assim, sendo considerada núcleo urbano, mesmo
que imóvel seja União, pelas regras de regularização fundiária presentes na Lei Federal nº 13.465/2017,
poderia ser objeto de política municipal. Por isso, a afirmativa não pode ser considerada completamente
verdadeira, nem tampouco útil para fundamentar a competência do município na situação concreta.
QUESTÃO 3. A Lei Federal nº “X”, de iniciativa parlamentar, estabelece regras gerais acerca do
parcelamento do solo urbano. Com fundamento nessa lei federal, a Lei Municipal nº “Y” fixa área que
será objeto do parcelamento, em função da subutilização de imóveis, para fins de cumprimento da função
social da propriedade urbana com base no artigo 182 do texto constitucional. Inconformado com a nova
regra, que atinge seu imóvel, Paulo procura seu advogado para que o oriente sobre uma possível
irregularidade nas novas regras.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor,
exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado,
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios; (...)
Considerando a hipótese, acerca da Lei Federal nº “X”, assinale a afirmativa correta.
a) Apesar de os municípios poderem intervir sobre a propriedade imobiliária privada localizada em
seu território, a lei é formalmente inconstitucional, uma vez que é competência de os municípios
legislar sobre política urbana, mas não sobre parcelamento do solo.
b) Não haverá inconstitucionalidade desde que o parcelamento compulsório atenda às exigências de
ordenação do solo estabelecidas pelo plano diretor do município.
Página3
c) É considerada uma forma constitucional de intervenção do estado sobre a propriedade, ainda que
a propriedade de Paulo se localize em área rural, pois os planos diretores abrangem todo o
território do município.
d) O parcelamento é considerado inconstitucional pois a propriedade presume-se plena e exclusiva,
até que se prove o contrário.
A resposta correta é LETRA B.
A Letra B é verdadeira porque o parcelamento compulsório é instrumento de política urbana, conforme
o art. 182, §4º, da CF/88 e arts. 5º e 6º do Estatuto da Cidade. Sendo, inclusive, parte do conteúdo
mínimo obrigatório do Plano Diretor, de acordo com o art. 42 do Estatuto da Cidade.
A Letra A é falsa porque o parcelamento urbano faz parte da política urbana, que versa, segundo o artigo
182 da CF/88 sobre ordenação do solo, sendo o parcelamento um de seus instrumentos (art. 3º do Estatuto
da Cidade).
A Letra C é falsa porque, segundo o art. 182, §4º, da CF/88, o instrumento somente pode ser utilizado
para fins de cumprimento da função social da propriedade urbana. Logo, em imóveis localizados em áreas
urbanas do município (art. 5º do Estatuto da Cidade).
A Letra D é falsa porque a plenitude e exclusividade da propriedade deve ser relativizada em face de sua
qualificação para fins de cumprimento da função social da propriedade, prevista no inciso XXIII do art. 5º
da CF/88.
Página4
órgão competente. Igualmente é importe lembrar que, em regra, limitações administrativas, urbanísticas
ou ambientais, estabelecidas pela lei, em razão de seu caráter geral, não geram dever de indenizar.
A Letra D é falsa porque apesar de a criação do parque nacional ser considerada limitação urbanística,
em regra, as limitações urbanísticas não são indenizáveis.
QUESTÃO 5. O Município “X” pretende realizar obra de ampliação de sua malha viária urbana para
garantir maior mobilidade de pessoas e melhorara a circulação de veículos. Contudo, não dispõe de
recursos para a realização da obra. Para tentar viabilizar financeiramente a obra, o prefeito, após
consulta a Procuradoria Geral do Município sobre alternativas para financiamento do empreendimento. A
Procuradoria, então, emite parecer sobre a consulta realizada pelo prefeito que considera os seguintes
limites legais.
Marque a alternativa correta:
a) Considerando ser necessário desapropriar os imóveis localizados na área para a abertura de novas
vias públicas, a realização do empreendimento somente poderia ocorrer com o pagamento de
prévia e justa indenização a seus proprietários.
b) Por se tratar de obra de infraestrutura urbana que se destina à circulação viária, uma das funções-
chave da cidade, os imóveis vazios poderiam ser desapropriados para fins de cumprimento da
função social da propriedade urbana com pagamento de títulos da dívida pública municipal
regatáveis em dez anos.
c) A desapropriação de imóveis urbanos deve atender as exigências de ordenação do solo previstas
no plano diretor do município, que no caso não prevê investimentos em ampliação do sistema
viário do município.
d) O município não poderia desapropriar imóveis públicos localizados na área.
A resposta correta é LETRA B.
A Letra B é verdadeira porque os imóveis vazios podem ser desapropriados com o pagamento de títulos
da dívida pública municipal com base no cumprimento da função social da propriedade desde que siga os
termos do art. 182, §4º da CF/88. Ademais, esta opção é coerente com a consulta demandada pelo
Prefeitura à Procuradoria.
A Letra A é falsa apesar de, sob o ponto de vista jurídico estritamente, a afirmativa poder ser considerada
parcialmente correta, uma vez que se trata de transcrição literal do art. 5º, inciso XXIV, da CF/88.
Contudo, a afirmativa não considera que pode haver desapropriação sem indenização (art. 243 CF/88) no
caso de a área ser utilizada para plantio de substância psicotrópica, nem tampouco a possibilidade de o
pagamento da indenização ser realizado com título da dívida pública resgatáveis em 10 anos (art. 182,
§4º da CF/88) e em 20 anos (art. 184 da CF/88)
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que
couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)
A Letra C é falsa porque, a priori todo ato administrativo municipal que verse sobre ordenação do solo
urbano deve considerar as diretrizes e regras de ordenação do solo previstas no plano diretor. Contudo,
o fato de o plano diretor do município não prever investimentos em ampliação do sistema viário não
significa que esses não se tornem necessários caso novas condições urbanas justifiquem a ampliação.
Além disso, usualmente o Decreto-lei n. 3.365/41 que é utilizado para embasar desapropriação de
utilidade pública, modalidade na qual se enquadra a desapropriação para realização de obras de
infraestrutura, tem sido aplicado de forma independente a partir de demandas específicas por serviços
públicos sem considerar as diretrizes de ordenação do solo contidas no plano diretor.
A Letra D é falsa porque, conforme o princípio federativo, é possível a desapropriação de imóveis públicos
por entes da federação desde que para cumprir finalidade de interesse público ou sua função social. Ver
Justen Filho, 2015, p. 627.
BOA PROVA!
Página5
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
FACULDADE MINEIRA DE DIREITO
Unidade Coração Eucarístico
NOME __________________________________________________________________
__________________________________________________________________
NOTA __________
Página1
Justificativa: todos os tribunais de contas mantem órgãos de controle externo que
podem ser utilizados pelos cidadãos. São eles as chamadas Ouvidorias. Qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar
ilegalidades perante os tribunais de contas. Contudo, por se tratar de contratos
administrativos que versam sobre interesse público municipal, o controle de contas
municipais é exercido por tribunais de contas estaduais ou municipais, no caso dos
municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo. Veja artigo 70 e ss. da CG/88. Vale lembrar
que, em geral, compete à Ouvidoria realizar triagem das manifestações e encaminhá-las
às unidades competentes de seu respectivo tribunal de contas, para averiguação e
eventuais providências.
Página2
acompanhar o trabalho das demais Ouvidorias do Poder Executivo com o objetivo de
integrar o tratamento das manifestações. Em Minas gerais, a Ouvidoria Geral do
Estado é órgão autônomo subordinado ao Governador do Estado. As competências da
Controladoria Geral do Estão previstas na Lei N. 22.257, de 27 de julho de 2016.
LEI N. 22.257, DE 27 DE JULHO DE 2016
Estabelece a estrutura orgânica da administração pública do Poder Executivo do
Estado e dá outras providências.
Art. 48. A Controladoria-Geral do Estado - CGE, órgão central do controle interno
do Poder Executivo, tem como competência assistir diretamente o Governador no
desempenho de suas atribuições quanto aos assuntos e providências atinentes, no
âmbito do Poder Executivo, à defesa do patrimônio público, ao controle interno, à
auditoria pública, à correição, ao aperfeiçoamento de serviços e utilidades públicos, à
prevenção e ao combate à corrupção, ao incremento da transparência da gestão e ao
acesso à informação no âmbito da administração pública estadual.
§ 1º A CGE, enquanto órgão central do controle interno do Poder Executivo, será
responsável por:
I - receber e adotar as providências necessárias para o integral tratamento de
denúncias, representações, reclamações e sugestões que tenham por objeto:
a) correção de erro, omissão ou abuso de agente público estadual;;
b) prevenção e correção de ato ou procedimento incompatível com os princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência da administração
pública estadual;;
c) (VETADO);;
d) proteção ao patrimônio público;;
II - instaurar ou requisitar a instauração de sindicância, processo administrativo
disciplinar e outros processos administrativos em desfavor de qualquer servidor
público estadual, inclusive de detentores de emprego público, e avocar aqueles já em
curso em órgão ou entidade da administração pública estadual, inclusive promovendo a
aplicação da penalidade administrativa cabível, observado o disposto no § 5º do art. 9º
desta Lei;;
LEI COMPLEMENTAR Nº 73, DE 10 DE FEVEREIRO DE 1993
Institui a Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União e dá outras providências.
Art. 34. Qualquer pessoa pode representar ao Corregedor-Geral da Advocacia da
União contra abuso, erro grosseiro, omissão ou qualquer outra irregularidade
funcional dos membros da Advocacia-Geral da União.
Página3
QUESTÃO 4. VERDADEIRO João teve seu imóvel compulsoriamente tombado pela
União. Caso, após notificar o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional da
impossibilidade financeira de proceder às obras de conservação e reparação
necessárias, o poder público não adotar nenhuma providência dentro do prazo de seis
meses, João poderá requerer o cancelamento do tombamento.
Justificativa: Apesar de a obrigação de conservação do imóvel tombado ser de
proprietário, uma vez que o tombamento é uma forma de intervenção do estado sobre a
propriedade meramente restritiva e não supressiva do direito de propriedade, caso este
não tenha recurso para suporta-la, essa responsabilidade se transfere para a unidade
federativa que tombou o imóvel. É o que prescreve o artigo 19, parágrafo 2º, do
Decreto-lei N. 25, de 30 de novembro de 1937, sendo a ausência de providencias por
parte do Estado um dos casos de cancelamento do tombamento.
Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuzer de recursos para proceder
às obras de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao
conhecimento do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a
necessidade das mencionadas obras, sob pena de multa correspondente ao dobro da
importância em que fôr avaliado o dano sofrido pela mesma coisa.
§ 1º Recebida a comunicação, e consideradas necessárias as obras, o diretor do
Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional mandará executá-las, a expensas da
União, devendo as mesmas ser iniciadas dentro do prazo de seis mezes, ou
providenciará para que seja feita a desapropriação da coisa.
§ 2º À falta de qualquer das providências previstas no parágrafo anterior, poderá o
proprietário requerer que seja cancelado o tombamento da coisa.
QUESTÃO 5. VERDADEIRO A norma que limitou a quinze o número de andares dos
prédios a serem construídos na localidade constitui limitação administrativa que, dotada
de caráter geral, se distingue das demais formas de intervenção estatal na propriedade,
não caracterizando, via de regra, situação passível de indenização.
Justificativa: as normas urbanísticas de uso e ocupação do solo são formas restritivas
do direito de propriedade. Caracterizam, por isso, formas de intervenção do estado sobre
a propriedade. Contudo, em razão de sua generalidade e abrangência, não ensejam
direito à indenização, salvo se caracterizada supressão do direito de propriedade
desigual em relação aos demais proprietários que se encontrem na mesma situação
dentro da zona urbanística ou área a que se apliquem.
QUESTÃO 6. FALSO Nos termos da jurisprudência do STF, caso um particular
interponha recurso administrativo contra uma multa de trânsito, por se tratar do exercício
do poder de polícia pela administração, a admissibilidade do recurso administrativo
dependerá de depósito prévio a ser efetuado pelo administrado
Página4
Justificativa: Em razão da garantia constitucional ao direito ao contraditório e à ampla
defesa prevista no artigo 5º, LV da CF/88, entende o STF que não cabe preparo de
recurso administrativo por considerar que sua exigibilidade implica em cerceamento de
defesa. Esse entendimento está sumulado na Súmula Vinculante 21. Há, todavia,
alguns entendimentos no sentido de que essa garantia se limitaria à segunda instância
administrativa recursal e não à terceira. Vale lembrar que o direito ao recurso deixa de
existir quando o processo transcorrer mediante hierarquia administrativa. Mesmo nessa
hipótese, contudo, é comum que se assegure o direito a pedir reconsideração. Observe-
se ainda que, segundo o artigo 56, parágrafo 2º, da Lei N. 9.784/1999, salvo exigência
legal, o recurso administrativo independe de caução.
Súmula Vinculante
21. É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
para admissibilidade de recurso administrativo.
QUESTÃO 7. FALSO Caso o referido servidor seja demitido por decisão de processo
administrativo disciplinar, poderá o Poder Judiciário revogar esse ato administrativo se
ficar comprovado o cerceamento de defesa, ainda que exista recurso administrativo
pendente de decisão.
Justificativa: Cerceamento de defesa gera anulação do ato administrativo de demissão
por vício de legalidade e não revogação (artigo 53 da Lei N. 9.784/1999). Essa regra
encontra-se igualmente positivada na Súmula 473 STF e Súmula 346 STF. Ademais,
segundo o artigo 61 da Lei N. 9.784/1999, os recursos administrativos têm, em regra,
caráter devolutivo. Por isso, não impedem que os indivíduos prejudicados por atos
praticados pela Administração Pública recorram diretamente ao Judiciário. Vale lembrar
que há quem considere que a atribuição de efeito apenas devolutivo aos recursos
administrativos representa uma violação a condição inerente ao direito de recorrer.
QUESTÃO 8. Para preservar área de proteção ambiental permanente, uma lei municipal
determinou recuo obrigatório de construção em propriedades situadas em localidade de
certo município. Nessa situação hipotética, ocorre restrição ao direito de propriedade
denominada:
a) servidão administrativa.
b) tombamento.
c) desapropriação por utilidade pública.
d) limitação administrativa.
A resposta correta é LETRA D.
Página5
As limitações administrativas são formas de intervenção do estado sobre a propriedade
que se caracterizam pelo estabelecimento de regras gerais sobre o direito de
propriedade, usualmente instituídas por lei, mas que também podem ocorrer por atos
administrativos, desde que infralegais. Não se confundem com as servidões
administrativas porque as servidões impõem obrigações de não fazer que devem ser
suportadas pelo proprietário do imóvel, ou seja, um pace se vincula ao imóvel,
independentemente de quem seja o seu proprietário. Além disso, são específicas. O
tombamento somente se aplica quando o imóvel apresenta valor cultural ou paisagístico.
A desapropriação por utilidade pública é estabelecida por decreto de utilidade pública,
não tem caráter geral, e se destinam a realização de alguma obra ou serviço público.
QUESTÃO 9. Dado o poder de autotutela, compete à administração pública anular seus
próprios atos, quando eles estiverem eivados de vício de legalidade. De acordo com a
Lei de Processo Administrativo, o prazo para anular atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários e efeitos danosos ao estado deve ser contado da
data em que tais atos forem praticados e decai em:
a) cinco anos, salvo comprovada má-fé.
b) dez anos, salvo comprovada má-fé.
c) vinte anos, salvo comprovada má-fé.
d) quinze anos, em todos os casos.
A resposta correta é LETRA A.
Segundo o artigo 54 da Lei N. 9.784/1999, o prazo para Administração anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em
cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
Quanto ao prazo para a Administração anular atos administração dos quais decorram
efeitos danosos ao estado, lembre-se que o STF decidiu, a partir de discussão que
envolvia a aplicação do § 5º do art. 37 da Constituição de 1988, que há prescrição em
danos à Fazenda Pública decorrentes de ilícito civil, tendo firmado a tese de
repercussão geral (Tema 666) no sentido de que “é prescritível a ação de reparação
de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil”. Essa tese foi elaborada no
julgamento do RE 669.069/MG em que se discute o prazo de prescrição das ações de
ressarcimento por danos causados ao erário, entretanto essa tese não alcança
prejuízos que decorram de ato de improbidade administrativa, esta última questão
objeto de discussão no RE 852475/RJ. Prazos prescricionais e decadenciais quinquenais
aplicáveis a pretensões da própria Fazenda Pública estão previstos na Lei 9.873/99 e
no Decreto 20.910/32.
Artigo 37, § 5º. A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
respectivas ações de ressarcimento.
Página6
Vale lembrar que STF vai discutir anulação de ato administrativo após término do prazo
decadencial. O Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir se é facultado à
Administração Pública o direito de anular um ato administrativo mesmo depois de
decorrido o prazo decadencial previsto na Lei 9.784/1999, caso seja constatada
manifesta inconstitucionalidade. A matéria é objeto do RE 817.338, que teve repercussão
geral reconhecida pelo Plenário Virtual da Corte. No recurso se discute ainda se uma
portaria que disciplina o tempo máximo de permanência no serviço militar atende aos
requisitos do artigo 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), que
concede anistia aos servidores atingidos por atos de motivação exclusivamente política.
Tema 839 - a) Possibilidade de um ato administrativo, caso evidenciada a violação
direta ao texto constitucional, ser anulado pela Administração Pública quando
decorrido o prazo decadencial previsto na Lei nº 9.784/1999. b) Saber se portaria
que disciplina tempo máximo de serviço de militar atende aos requisitos do art. 8º
do ADCT.
Recursos extraordinários em que se discute, à luz dos arts. 2º, 5º, II, XXXVI e LXIX, e
37, caput, da Constituição Federal e do art. 8º do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, a possibilidade de um ato administrativo, caso
evidenciada a violação direta do texto constitucional, ser anulado pela
Administração Pública quando decorrido o prazo decadencial previsto na Lei nº
9.784/1999. Discute-se, ainda, se uma portaria que disciplina tempo máximo de serviço
de militar atende aos requisitos do art. 8º do ADCT.
QUESTÃO 10. Pedro interpôs recurso administrativo visando reverter decisão
administrativa que havia determinado a interdição de estabelecimento comercial de sua
propriedade, com aplicação de multa. Nessa situação hipotética, com base nas
disposições legais concernentes aos processos administrativos,
a) se do julgamento do recurso administrativo puder decorrer gravame à situação de
Pedro, este deverá ser cientificado para apresentar nova manifestação antes da
decisão.
b) salvo disposição legal em sentido contrário, o recurso interposto por Pedro terá
efeito devolutivo e suspensivo.
c) interposto o recurso administrativo, o acesso de Pedro ao Poder Judiciário
somente poderá ocorrer após o julgamento definitivo na esfera administrativa.
d) o recolhimento do valor da multa aplicada é condição de admissibilidade do
recurso administrativo. E julgado improcedente o recurso administrativo e
mantidas as penalidades administrativas aplicadas, não haverá necessidade de
motivação da decisão da instância superior.
A resposta correta é LETRA A.
Página7
O recurso administrativo, em regra não ter efeito suspensivo, segundo o artigo 61 da
Lei N. 9.784/1999. Todavia, em havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta
reparação, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior a ela poderá, de oficio ou
a requerimento, dar ao recurso efeito suspensivo. É o que estabelece o parágrafo único
do artigo 61 da Lei N. 9.784/1999. Observe-se ainda que as sanções civis, penais e
administrativas são independentes entre si. Há quem entenda, todavia, essa
independência é relativa uma vez que a própria legislação e a jurisprudência têm
conferido efeitos cada vez mais relevantes a atos praticados no âmbito administrativo,
em especial em relação ao processo penal. Exemplo: Súmula 24 do STF, que faz
depender a “materialidade típica do crime fiscal da constituição administrativa do crédito
tributário”, e a Lei 12.259/11, que determina a extinção da punibilidade dos crimes de
cartel quando cumprido do acordo de leniência, firmado no âmbito do Cade. Por fim, vale
lembrar que a Súmula Vinculante 21 do STF desobriga o preparo no caso de recursos
administrativos.
Lei 8.112/90
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo
independentes entre si.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de
absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Código Civil
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando
estas questões se acharem decididas no juízo criminal .
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal , a ação civil poderá
ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência
material do fato
Súmula 429 STF
A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso
do mandado de segurança contra omissão da autoridade.
Súmula 21 do STF
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
para admissibilidade de recurso administrativo.
BOA PROVA!
Página8