Ficha Técnica
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por qualquer forma ou processo sem o conhecimento prévio, por escrito, do IEFP
Índice Geral
IV. OS RÁCIOS............................................................................................................... 59
1. Resumo ............................................................................................................................................... 61
2. Plano das Sessões.............................................................................................................................. 64
3. Actividades/Avaliação ......................................................................................................................... 66
4. Transparências.................................................................................................................................... 72
5. Textos Complementares para o Formador ......................................................................................... 88
GLOSSÁRIO................................................................................................................. 135
Seleccionar métodos e técnicas mais adequados e eficazes em função dos grupos alvo e
dos objectivos pedagógicos definidos.
2. PRÉ-REQUISITOS
3. PERFIL DO FORMADOR
O formador (M/F) deve estar habilitado com licenciatura ou bacharelato na área da gestão, deve ter
formação sólida em contabilidade e análise financeira, preferencialmente com especialização ou
pós-graduação na área financeira. De igual modo, deve possuir experiência profissional mínima de
três anos, preferencialmente na área da contabilidade.
O formador (M/F) deve possuir certificado de aptidão profissional emitido pelo IEFP, garantia de
que possui competências pedagógicas para exercer a actividade de formação.
O formador (M/F) deve, ainda, revelar capacidades para entusiasmar os formandos, despertando-
lhes o interesse para os temas a abordar, alertando-os para os conceitos e ideias-chave das
unidades temáticas, apoiando-os em todo o processo da aprendizagem, propondo-lhes actividades
para desenvolverem em sala de aula e/ou em casa.
Este guia destina-se a orientar a formação profissional específica na área da Análise Financeira e
Gestão Orçamental.
(Nível 3)
(Nível 3)
(horas)
7. RECURSOS DIDÁCTICOS
Software de apoio:
- 12 Mb de RAM ou superior;
- Placa gráfica;
- Monitor policromático;
- Placa de som;
- Placa de rede;
Um vídeo-projector (datashow);
Um écran.
8. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
BORGES, António e Martins Ferrão, A Contabilidade e a Prestação de Contas, Ed. Rei dos Livros,
2002;
MOREIRA J.A. Cardoso, Análise Financeira de Empresas - da teoria à prática, Ed. BDP - Bolsa de
Derivados do Porto (IMC), 1997;
NEVES, J. Carvalho das, Análise Financeira - métodos e técnicas, Vol.I, Ed. Texto, 2000.
ANÁLISE FINANCEIRA
E
GESTÃO ORÇAMENTAL
I. A ANÁLISE FINANCEIRA IEFP
1. RESUMO
I
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 13
IEFP I. A ANÁLISE FINANCEIRA
(minutos)
1. A análise e a Exposição:
função financeira
Introduzir a definição de Análise Financeira;
2. Campo de
Apresentar o âmbito da função financeira;
Aplicação da
Análise Evidenciar a aplicação da Análise Financeira e o
Financeira seu objectivo principal;
90m
Introduzir alguns conceitos importantes, tais como
origens de fundos, aplicações de fundos,
rendibilidade e equilíbrio financeiro.
I
14 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
I. A ANÁLISE FINANCEIRA IEFP
(minutos)
3. Objectivos da Exposição:
Análise
Posicionar a Análise Financeira como um dos
Financeira
principais instrumentos da Gestão Financeira;
3.1. Gestão das 90m
Estruturar o conjunto de funções inerentes à
Disponibilidades
Análise Financeira.
3.2. Rendibilidade e
Equilíbrio
I
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 15
IEFP I. A ANÁLISE FINANCEIRA
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
Resolução:
Análise financeira é a actividade que prepara e dá suporte à gestão financeira da empresa.
Consiste na aplicação de metodologias para interpretar, caracterizar e dominar acontecimentos
e previsões relativos aos meios financeiros à disposição da empresa para o desenvolvimento
das suas actividades e às utilizações que destes são feitas.
Trata-se, em suma, de extrair informações e elaborar conclusões de natureza económico-
financeira e fundamentais para a gestão, a partir de dados relativos às contas de uma
organização, criteriosamente seleccionados e especificamente preparados para o efeito.
Resolução:
Os “meios financeiros à disposição” designam-se genericamente por origens de fundos ou
financiamento.
I
16 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
I. A ANÁLISE FINANCEIRA IEFP
I
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 17
IEFP I. A ANÁLISE FINANCEIRA
• Rendibilidade e equilíbrio;
• Estruturação financeira;
• Processo estratégico;
• Controlo económico-financeiro.
I
18 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
I. A ANÁLISE FINANCEIRA IEFP
I
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 19
IEFP I. A ANÁLISE FINANCEIRA
4. TRANSPARÊNCIAS
A Análise Financeira
A Função Financeira
A FU N Ç ÃO F IN A N C E IR A
T r ê s c o m p e tê n c ia s n e c e s s á r ia s :
E S T R A T É G IC A = > B A L A N Ç O
S O M O S - E s tru tu ra
O Q U E Q U E R E M O S S E R - F in a lid a d e s
V A M O S F A Z E R - V a lo r e s
E C O N Ó M IC A = > D E M O N S T R A Ç Ã O D E R E S U L T A D O S
P O L ÍT IC A S & N E G Ó C IO S
Q U E C U S T O S & P R O V E IT O S
R IS C O S & R E S U L T A D O S
M O N E T Á R IA = > D E M O N S T R A Ç Ã O D O S F L U X O S D E T E S O U R A R IA
G E R A D O R E S d e R E C E B IM E N T O S
Q U A IS O S
FLU XO S
G ER AD O R ES de PAG AM EN TO S
I
20 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
I. A ANÁLISE FINANCEIRA IEFP
Objectivo:
RENDIBILIDADE E EQUILÍBRIO
ESTRUTURAÇÃO FINANCEIRA
PROCESSO ESTRATÉGICO
Objectivo:
Diagnóstico - definição dos pontos fortes e fracos e das ameaças e oportunidades de que dispõe
no mercado, para a formulação da estratégia;
Controlo – proceder às revisões necessárias apostando num controlo preventivo e dar feedback
aos intervenientes.
CONTROLO ECONÓMICO-FINANCEIRO
I
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 21
IEFP I- A ANÁLISE FINANCEIRA
• ANÁLISE FINANCEIRA
Parte I, INTRODUÇÃO
Páginas 13 a 20.
H. Caldeira Menezes
INTRODUÇÃO
1. Preliminares
Páginas 15 a 31.
I
22 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
II. OS MÉTODOS
ANÁLISE FINANCEIRA
E
GESTÃO ORÇAMENTAL
II. OS MÉTODOS IEFP
1. RESUMO
II
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 25
IEFP II. OS MÉTODOS
(minutos)
Exposição:
1. Fluxos Caracterizar os diferentes tipos de fluxos
económicos da económicos da empresa (transparência 2.1.);
empresa Explicar a diferença entre despesas, receitas, 30m
pagamentos, recebimentos, custos e proveitos.
Exposição:
1. Bases Enunciar as cinco fases que servem de base ao
metodológicas método da Análise Financeira;
da Análise Descrever sumariamente cada uma dessas fases 60m
Financeira (transparência 2.2. e 2.3.)
1.1. Recolha de
informação
1.2. Análise e
tratamento da
informação
Os formandos, em grupo, devem discutir o tema,
1.3. Formulação de apresentar a sua opinião bem como formas
hipóteses complementares de tornar o método da Análise
1.4. Validação das Financeira mais adaptado às circunstâncias
hipóteses concretas de actividades diferenciadas (p.ex.,
distinguir a grande empresa e a PME). 30m
1.5. Conclusões e
As conclusões são apresentadas pelo porta-voz
recomendações de cada grupo.
II
26 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
II. OS MÉTODOS IEFP
(minutos)
2. O método de Exposição:
análise estática
Caracterizar o método de análise estática, a sua
3. O método de orientação e utilização;
análise dinâmica
Caracterizar o método de análise dinâmica, a sua
orientação e utilização; 60m
II
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 27
IEFP II. OS MÉTODOS
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
Despesas e receitas
As ‘despesas’ das empresas são compromissos, em geral assumidos para com fornecedores e
destinam-se a:
Adquirir equipamentos (imobilizado);
Adquirir bens para aprovisionar (existências);
Pagar serviços;
Adquirir bens para consumo (imediato ou quase imediato).
As despesas das empresas são facturadas pelos fornecedores/credores.
As ‘receitas’ das empresas são direitos, em geral constituídos perante clientes e provém de: (i)
facturação de bens ou serviços prestados; (ii) alienação de património. As receitas das empresas
dão lugar à emissão de facturas, a enviar aos seus clientes/devedores.
Pagamentos e recebimentos
II
28 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
II. OS MÉTODOS IEFP
1 Recolha da informação.
3 Formulação de hipóteses.
5 Conclusões e recomendações.
II
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 29
IEFP II. OS MÉTODOS
As demonstrações financeiras obtidas da contabilidade são verificadas, para garantir que têm
correspondência com movimentos reais efectivamente feitos. Em seguida, procede-se à
introdução de correcções (por processos extra-contabilísticos) a fim de dar relêvo a
determinados aspectos considerados importantes na óptica da anállise a efectuar (ver: 2.3.
Métodos).
A partir das demonstrações (de períodos sucessivos) rectificadas e dos mapas demonstrativos
auxiliares que sobre as mesmas se preparam, trabalha-se um conjunto de indicadores, para o
estudo da situação económica e financeira.
Os problemas financeiros que possam ser encontrados, em geral não existem de ‘per si’. Decorrem
de dificuldades na área comercial, problemas de domínio tecnológico, questões entre pessoas,
formulação estratégica inadequada, posicionamento desajustado face à concorrência e outros.
II
30 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
II. OS MÉTODOS IEFP
Para dar conteúdo analítico-financeiro às hipóteses, deve-se trabalhar por tentativas e com grande
cuidado, para que não sejam emitidas opiniões destituídas de sentido e afastadas da realidade.
A apresentação das conclusões é o topo do trabalho. Sem conclusões, não se pode dizer que está
feita a análise financeira.
As conclusões apresentam-se por escrito e a sua validação deve ser feita, com os responsáveis da
empresa que foi objecto do trabalho, por forma a que exista o mais amplo esclarecimento entre as
partes (gestão da empresa e analista) acerca do trabalho efectuado.
A análise financeira estática (ou clássica) é orientada para a visão da ‘empresa estável’, que
assegura sem grandes alterações a sua continuidade.
II
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 31
IEFP II. OS MÉTODOS
20. Porque razão se afirma que a análise financeira está ligada à economia?
Resolução:
A análise financeira moderna acompanha o desenvolvimento e a evolução da economia. Portanto,
os analistas aplicam-se criativamente na síntese dos métodos (estático e dinâmico) para garantir
que, em matéria de procedimentos, recomendações e conclusões, existe perfeita correspondência
com a complexidade das decisões necessárias à gestão.
A síntese dos métodos torna igualmente necessário que, como tarefa preparatória da análisese
estude o sector, se percebam os canais de negócio e o ambiente concorrencial, se faça uma
avaliação rápida da estrutura e dos sistemas de funcionamento, se percebam as estratégias e as
orientações da organização (ou seja, as suas políticas) para gerar resultados.
Este mesmo conceito é bastante apropriado para definir a actividade do analista financeiro, quer na
síntese metodológica, quer na aprendizagem dos seus resultados. O domínio global da análise é
II
32 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
II. OS MÉTODOS IEFP
um saber que nunca se pode assumir como adquirido na sua totalidade, que evolui ao ritmo normal
da mudança dos sistemas de informação.
Exercício Prático:
Preparar um ‘diagnóstico rápido’ aplicável à empresa ‘PNTB,sa’, cujas contas vão ser adiante
analisadas (vide 3.5., 4.5. e 5.4.).
II
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 33
IEFP II. OS MÉTODOS
4. TRANSPARÊNCIAS
FLUXOS da EMPRESA
BASES METODOLÓGICAS
RECOLHA DA INFORMAÇÃO
II
34 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
II. OS MÉTODOS IEFP
RECOLHA DA INFORMAÇÃO
FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Objectivo:
Apresentar as conclusões por escrito aos responsáveis da empresa, que por norma incluem um
conjunto de recomendações respeitantes à rectificação de procedimentos e/ou à introdução de
medidas de controlo.
II
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 35
IEFP II. OS MÉTODOS
BALANÇO
representativo do seu
VALOR PATRIMONIAL,
A PERSPECTIVA num determinado momento
JURÍDICA e nos termos de um
ordenamento jurídico apropriado,
expresso numa
A PERSPECTIVA ESTRUTURA FINANCEIRA
DA GESTÃO e num dado
ESTRATÉGICA quadro contingencial.
II
36 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
II. OS MÉTODOS IEFP
DEMONSTRAÇÃO de RESULTADOS
ou
CONTA de EXPLORAÇÃO
por NATUREZA
por FUNÇÕES
II
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 37
IEFP II- OS MÉTODOS
• ANÁLISE FINANCEIRA
Páginas 35 a 60.
II
38 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE
ANÁLISE FINANCEIRA
E
GESTÃO ORÇAMENTAL
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP
1. RESUMO
2. O processo decorre em duas fases: rectificação e verificação, para corrigir resultados, rever a
valorização de activos e reforçar o efeito da prudência (amortizações e provisões); elaboração
de demonstrações auxiliares, para a análise funcional do equilíbrio financeiro, da rendibilidade
e do funcionamento.
11. A DR por funções prepara-se por leitura directa dos saldos (corrigidos) das contas de Proveitos
e Custos e confere nas principais rubricas e indicadores, com a demonstração de resultados
por natureza. Importante para analisar a rendibilidade e o funcionamento.
III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 41
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE
13. A DOAF tem a forma tradicional (em T) das demonstrações contabilísticas, mas (ao contrário
do Balanço) as Origens de Fundos estão colocadas do lado esquerdo e as Aplicações de
Fundos do lado direito. Articula-se, ainda, em duas áreas:
14. Demonstração das variações das Aplicações em activo fixo e das Origens de fundos próprios e
alheios de médio e longo prazo, na parte superior; (b) Demonstração das Variações dos
Fundos Circulantes (existências, terceiros e disponibilidades) na parte inferior.
15. A DOAF elabora-se a partir do Quadro de Mutação de Valores e dos quadros auxiliares dos
Meios Libertos Líquidos e da distribuição de Resultados.
16. Em anexo à DOAF devem apresentar-se notas explicativas das principais variações de
balanço, fundamentadas nas estratégias e orientações políticas da empresa.
III
42 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP
(minutos)
Exposição:
rectificadas
Caracterizar as demonstrações auxiliares
elaboradas após a verificação e rectificação do
Balanço e da Demonstração de Resultados.
III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 43
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE
Exposição:
4. Origens e Distinguir origens de fundos e aplicações de
aplicações de fundos;
fundos Descrever os procedimentos na elaboração 150m
prática da DOAF – Demonstração de Origens e
5. DOAF Aplicações de Fundos:
1. Quadro de Inserção de Balanços e Mutação de
Valores (transparência 3.3.);
III
44 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
A preparação das contas para a análise, é um procedimento necessário, através do qual se faz
a transformação das demonstrações contabilísticas em demonstrações financeiras, tendo em
vista a obtenção do valor fiel e verdadeiro da empresa em análise.
III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 45
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE
III
46 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP
A princiapl diferença é que esta última põe em evidência os proveitos e custos do exercício,
independentemente da sua proveniência funcional. Outra diferença reside no conceito de
custos extraordinários.
Prepara-se com base no balanço sintético (corrigido) e nas políticas definidas para a gestão de
operações correntes (Existências, Clientes e Outros Devedores, Fornecedores e Outros
Credores, EOEP e Banca, financiamento normal a curto prazo).
1 Operações de investimento;
3 Operações de tesouraria.
O critério fundamental de construção desta demonstração auxiliar, assenta nos prazos (de
exigibilidade e liquidez) cujo ajustamento tem implicações dinâmicas muito variadas, que
constituem, de facto, a chave do equilíbrio financeiro.
13. O que é a Demonstração de Origens e Aplicações de Fundos (DOAF) e como está organizada?
Resolução:
Não é uma demonstração obrigatória na prestação normal de contas, mas a sua importância e
utilidade para o conhecimento da estrutura financeira e das suas variações, faz com que seja
um documento exigível pela banca em situações de análise de crédito e, portanto, de
elaboração essencial para as empresas que desejam recorrer ao financiamento bancário.
i. Demonstração das aplicações em activo fixo e das origens de fundos próprios e alheios de
médio e longo prazo.
III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 47
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE
Nota: As alterações nas políticas organizacionais podem implicar variações nas demonstrações
financeiras (p. ex., impor o prazo médio de recebimentos igual a 30 dias para todos os clientes).
Indica qual a variação ocorrida nos valores dos activos e passivos que não têm carácter de
permanência da empresa.
Variações (+) das Origens são: aumentos dos Passivos e Capitais Próprios e diminuições dos
Activos.
Variações (+) das Aplicações, são: diminuições dos Passivos e dos Capitais Próprios e
aumentos dos Activos
O ‘quadro de mutação de valores’, que consiste em organizar as diferenças pela ’regra do sinal
(+)’, isto é:
- Variações (+) das Origens são: aumentos dos Passivos e Capitais Próprios e diminuições dos
Activos.
- Variações (+) das Aplicações, são: diminuições dos Passivos e dos Capitais Próprios e
aumentos dos Activos.
III
48 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP
Meios Libertos Líquidos = Resultado Líquido (retido) de (n+1) + Variação (de balanço) das
Amortizações + Variação (de balanço) das Provisões.
20. Crescimento dos meios libertos à custa das amortizações, é uma variação positiva das origens
ou das aplicações de fundos?
Resolução:
21. A distribuição de resultados é uma variação positiva das origens ou das aplicações de fundos?
Resolução:
Para permitir uma melhor compreensão das principais variações de balanço, fundamentadas
nas estratégias e orientações políticas da empresa.
Nota: Uma das funções do Anexo é a de auxiliar a compreensão das variações ocorridas nas
demonstrações financeiras num determinado período de tempo.
III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 49
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE
Exercício Prático:
1. No saldo de caixa estão registados 102€ de “vendas a dinheiro”, não cobrados e que
representam, de facto, valores de mercadoria entrega em confiança a agentes comissionistas
de venda directa.
2. A provisão para cobranças duvidosas foi estabelecida com base no CIRC, para moras
superiores a 2 anos (como é o caso). O total em débito, de Cobranças Duvidosas é de 3.500 €.
3. A provisão para depreciação de existências estabelecida no ano transacto (n+1) está correcta.
Em (n+2), todavia, não há a registar situações de obsolescência ou deterioração.
4. Não foi contabilizada a estimativa para férias e subsídio de férias (e respectivos encargos) a
processar em n+3. Como referência, as remunerações do mês de Dez/n+2 (incluindo 13º mês)
foram de 1.800€, antes de encargos patronais.
7. Em 31/12/n+2 foi feita uma devolução de um cliente, por avaria de produto. Valor de factura,
incluindo IVA à taxa de 19%, 1785€. Margem Bruta média do produto: 70% do valor de venda.
Valor nulo para Existências. O seguro cobre 15% do valor facturado (antes de IVA).
8. No fecho de exercício verificou-se que a BVL suspendeu (por irregularidade processual nas
contas publicadas) a cotação das acções da ‘Branquinha,sa’. A empresa possui 500, adquiridas
a 1,05€ cada.
Trabalho a realizar:
III
50 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP
4. TRANSPARÊNCIAS
Preparação de Contas
'A análise financeira é feita sobre documentos de natureza contabilística – o balanço e a
demonstração de resultados líquidos. No entanto, estes documentos não respondem por inteiro às
exigências da análise (...) Além disso, a concepção da normalização contabilística adere mais a
princípios jurídico-patrimoniais do que a princípios financeiros, pelo que será conveniente que os
analistas não se iludam com as aparências. Só um autêntico domínio da técnica contabilística, nos
campos teórico e prático, permite ao analista financeiro ter uma consciência das dificuldades e
implicações que os métodos contabilísticos podem ter sobre certas rubricas, alterando-lhes o
sentido financeiro.'
Balanço
III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 51
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE
Prov.p/Cob.Duv.(-) 0
O/Devedores 0
EOEP 0
Outros 0
Títulos negociáveis 0
Depósitoa à ordem 0
Caixa 0
Total Activo
0 0 0 0 0
Circulante
Acréscimos e Difer.
Acrésc.de Proveitos 0 0
Custos Diferidos 0 0
Total dos Acr. & Dif. 0 0 0 0 0
Total de Aplicações 0 0 0 0 0
Origens
Capital Próprio
Capital Soc. E
0
Reservas
Resultados
0
Transitados
Resultados do
0
Exercício
Total do Cap.
0 0 0 0 0
Próprio
Exigivel a M/L Prazo
Emprest. Bancários 0
Outros passivos m/l
0
p
Prov. P/ ORE 0
Exig. M/L Prazo 0 0 0 0
Exigivel Curto Prazo
Empréstimos
0
bancários
Outros
0
financiamentos
Fornecedores 0
EOEP 0
O/Credores 0
Outros passivos 0
Prov. P/ ORE 0
Exig. C/Prazo 0 0 0 0
Acréscimos e Difer.
Acréscimos de
0
Custos
Proveitos Diferidos 0
Total dos Acr. & Dif. 0 0 0 0
Total de Cap. Alheio 0 0
Total de Origens 0 0 0 0 0
Verif. 0 0
III
52 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP
Demonstração de Resultados
III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 53
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE
Empresa:
+ + Activo
Passiv
o
BALANÇOS (N+2) (N+1) _Variaçã - Activo -
o_ Passivo
---------- ---------- (N+2)- = =
(N+1)
ACTIVO 0 0 ---------- Var.ORI Var.APLI
G. C.
IMOBILIZADO 0 0 ----------
Corpóreo 0 0 0 0 0
Amort.Corp.Acum. (-) 0 0 0 0 0
Incorpóreo 0 0 0 0 0
Amort.Incorp.Acum. (-) 0 0 0 0 0
Financeiro 0 0 0 0 0
Provisões p/ Imob.Fin.(-) 0 0 0 0 0
Em Curso 0 0 0 0 0
EXISTENCIAS 0 0 ----------
Mercadorias, Mat.Prim. e0 0 0 0 0
PVF
Prov.p/Deprec.Exist.(-) 0 0 0 0 0
REALIZAVEL 0 0 ----------
Clientes c/c e c/T.Rec. 0 0 0 0 0
Prov.Clientes Cob.Duv (-) 0 0 0 0 0
EOEP 0 0 0 0 0
O/Devedores c/p 0 0 0 0 0
DISPONIBILIDADES 0 0 0 0 0
CAP. PROPRIO+PASSIVO 0 0
III
54 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP
PASSIVO 0 0 ----------
Exigível M/L Prazo 0 0 ----------
Empréstimos Bancários 0 0 0 0 0
Provisões p/ ORE 0 0 0 0 0
Accionistas 0 0 0 0 0
Empresa:
+ + Activo
Passiv
o
BALANÇOS (N+1) (N) _Variaçã - Activo -
o_ Passivo
---------- ---------- (N+1)- = =
(N)
ACTIVO 0 0 ---------- Var.ORI Var.APL
G. IC.
IMOBILIZADO 0 0 ----------
Corpóreo 0 0 0 0 0
Amort.Corp.Acum. (-) 0 0 0 0 0
Incorpóreo 0 0 0 0 0
Amort.Incorp.Acum. (-) 0 0 0 0 0
Financeiro 0 0 0 0 0
Provisões p/ Imob.Fin.(-) 0 0 0 0 0
Em Curso 0 0 0 0 0
EXISTENCIAS 0 0 ----------
Mercadorias, Mat.Prim. e0 0 0 0 0
PVF
Prov.p/Deprec.Exist.(-) 0 0 0 0 0
REALIZAVEL 0 0 ----------
Clientes c/c e c/T.Rec. 0 0 0 0 0
Prov.Clientes Cob.Duv (-) 0 0 0 0 0
EOEP 0 0 0 0 0
O/Devedores c/p 0 0 0 0 0
DISPONIBILIDADES 0 0 0 0 0
III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 55
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE
CAP. PROPRIO+PASSIVO 0 0
PASSIVO 0 0 ----------
Exigível M/L Prazo 0 0 ----------
Empréstimos Bancários 0 0 0 0 0
Provisões p/ ORE 0 0 0 0 0
Accionistas 0 0 0 0 0
III
56 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP
III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 57
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE
| Aum.Investimentos Financeiros 0
| Aum.Dívidas de Terceiros M/L Prz 0
MOVIMENTOS FINANCEIROS M/L | Dim.Dívidas a Terceiros M/L Prz 0
PRAZO:
Dim.Investimentos Financeiros 0 | 0
Dim.Dívidas de Terceiros M/L Prz 0 |
Aum.Dívidas a Terceiros M/L Prz 0 |
0 |
|
|
DIMINUIÇOES DE | AUMENTOS DE IMOBILIZAÇÕES:
IMOBILIZAÇÕES:
De Imobilizado Incorpóreo 0 | Imobilizado Incorpóreo 0
De Imobilizado Corpóreo 0 | Imobilizado Corpóreo 0
De Imobilizado em Curso 0 | Imobilizado em Curso 0
0 | 0
|
III
58 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RÁCIOS
ANÁLISE FINANCEIRA
E
GESTÃO ORÇAMENTAL
IV. OS RACIOS IEFP
1. RESUMO
1. Indicadores são valores numéricos extraídos das contas, pela aplicação de conceitos e
formulações, previamente elaborados.
4. Os rácios devem ser normalizados pelo analista. Nos decimais, usam-se em geral duas casas
depois da vírgula (aproximação às centésimas) e percentagens apenas para as taxas de
rendibilidade (das vendas, do activo, dos capitais próprios, etc.).
7. Os rácios são bastante úteis principalmente por três motivos: (a) facilitam a comparação
relativa entre empresas e sectores; (b) são em geral quocientes simples de factores; (c) a
articulação de rácios simples possibilita a análise interactiva de factores de rendibilidade e
outros.
8. Os rácios têm limitações a considerar: (a) são mais interessantes para a análise de contas de
períodos sucessivos; (b) são essencialmente válidos na análise de ‘tendências’ e têm reduzido
interesse para explicar ‘valores exactos’; (c) não são de aplicação generalizada e não têm
significado universal.
10. Indicadores de estrutura financeira, são os que se reportam à capacidade financeira para
assegurar a autonomia da empresa, a solvência de compromissos (a curto e médio/longo
prazo) e mobilizar novos fluxos de capitais. São obtidos exclusivamente dos fluxos de balanço.
11. Indicadores de equilíbrio financeiro, são os que se reportam à relação entre a exigibilidade das
origens e a liquidez das aplicações de fundos, na dupla perspectiva do cumprimento da
estratégia e da optimização do funcionamento. São obtidos pela articulação dos fluxos de
balanço com as políticas de gestão corrente.
IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 61
IEFP IV. OS RÁCIOS
15. Autonomia é o grau de cobertura assegurado pelos capitais próprios para o investimento
global realizado pela empresa, expresso no volume líquido do seu activo total.
16. Endividamento é o grau das responsabilidades assumidas para com terceiros, relativamente
ao montante dos capitais próprios.
17. Liquidez é a capacidade da empresa para satisfazer e assumir compromissos no curto prazo.
A liquidez avalia-se a três níveis – geral, reduzida e imediata – e sempre em relação ao
passivo exigível a curto prazo.
21. A análise do indicador Fundo de Maneio é confirmada pela análise dos indicadores da
estrutura financeira (Autonomia, Solvabilidade e Endividamento).
23. O indicador Tesouraria é uma consequência do ajustamento entre o nível (estável) do Fundo
de Maneio e o nível das Necessidades de Fundo de Maneio, normalmente de elevada
variabilidade.
24. Rendibilidade é a aptidão (de uma empresa, negócio ou actividade) para gerar lucros. Os
indicadores de rendibilidade em valor absoluto, são ‘excedentes’ (isto é, obtidos por diferença).
25. Resultados, são indicadores de rendibilidade para cuja formação se verifica a intervenção de
‘políticas’.
26. Indicadores de rendibilidade mais comuns em valor absoluto: margem bruta, resultado
operacional, resultados financeiros, resultado corrente, resultados extraordinários, resultados
antes de impostos, resultado líquido.
IV
62 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP
27. Rácios de rendibilidade simples mais utilizados: margem bruta das vendas, rendibilidade
operacional das vendas, rendibilidade líquida das vendas, rendibilidade operacional do activo,
rendibilidade líquida do activo, rendibilidade dos capitais próprios.
28. A rendibilidade dos capitais próprios é o mais importante dos rácios de análise financeira, uma
vez que exprime a remuneração que é disponibilizada para os detentores do capital, no final de
cada exercício.
29. A análise da rendibilidade dos capitais próprios é geralmente feita por rácios compostos, para
que se possam estudar as contribuições factoriais (positivas, negativas ou neutras) para a sua
formação.
32. No processo aditivo, procura-se quantificar a percentagem de rendibilidade adicional (ao ROI)
gerada pelas política de financiamento e fiscalidade da empresa.
34. Indicadores de viabilidade associados à exploração: meios libertos brutos e meios libertos
líquidos (tesouraria ou ‘cash-flow’ potencial).
35. Indicadores de risco na exploração: ponto morto económico, margem de segurança das
vendas e graus económico e financeiro de alavanca.
36. Ponto morto económico, ou ‘breakeven point’ é o volume de actividade a partir do qual um
negócio passa do prejuízo ao lucro. Em valores absolutos, o ‘ponto morto’ observa a condição:
Vendas = Custos totais.
38. Grau económico de alavanca é uma relação indicativa de risco de a margem bruta ser
absorvida pelos custos de funcionamento e pelas políticas de amortizações e provisões.
39. Grau financeiro de alavanca é uma relação indicativa de risco de o resultado operacional ser
absorvido pelos custos da política de financiamento, pelos acontecimentos extraordinários que
afectem a exploração e pela política fiscal.
IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 63
IEFP IV. OS RÁCIOS
(minutos)
Exposição:
1. Indicadores e Estabelecer a relação entre indicadores e rácios;
rácios Enunciar a utilidade e limitações dos rácios
(transparência 4.1.);
Enunciar os tipos de rácios e fazer uma breve
240m
2. Tipos de rácios descrição de cada um deles (transparência 4.2.):
- Indicadores de Estrutura Financeira
- Indicadores de Equilíbrio Financeiro
- Indicadores de Rendibilidade
- Indicadores de Viabilidade
- Indicadores de Risco na Exploração
(minutos
)
Os formandos, em grupo, vem debater a
necessidade da utilização de rácios na Análise
60m
Financeira e exemplificar com situações
empresariais em que o seu uso é a base da
tomada de decisão.
As conclusões e os exemplos devem ser
apresentados pelo porta-vos do grupo.
IV
64 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP
Exposição:
Apresentar a Fonte, o Modo e o Conteúdo dos
diferentes tipos de indicadores;
Descrever os rácios que caracterizam os
3. Indicadores da diferentes tipos de indicadores:
estrutura - Indicadores de estrutura financeira:
financeira Solvabilidade, Autonomia, Endividamento e
Liquidez (transparências 4.3., 4.4., 4.5. e 4.6.)
(minutos)
Os formandos, reunidos em grupo, devem
efectuar o exercício prático. 180m
IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 65
IEFP IV. OS RÁCIOS
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
IV
66 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP
A comparação relativa entre empresas e sectores torna-se imediata, pela superação do efeito
dos valores absolutos;
São essencialmente válidos na análise de ‘tendências’ e têm reduzido interesse para explicar
‘valores exactos’;
11. Explique os principais indicadores de estrutura financeira, incluindo a proveniência dos dados.
Resolução:
Solvabilidade: Capacidade da empresa para satisfazer e assumir compromissos no
médio/longo prazo.
Autonomia: Grau de cobertura assegurado pelos capitais próprios para o investimento global
realizado pela empresa, expresso no volume líquido do seu activo total.
IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 67
IEFP IV. OS RÁCIOS
A liquidez avalia-se a três níveis – geral, reduzida e imediata – e sempre em relação ao passivo
exigível a curto prazo:
Liquidez geral
Liquidez reduzida
Liquidez imediata
12. O que são indicadores do equilíbrio financeiro? Explique-os, tendo em atenção a proveniência
dos dados.
Resolução:
São os que se reportam à relação entre a exigibilidade das origens e a liquidez das aplicações
de fundos, na dupla perspectiva do cumprimento da estratégia e da optimização do
funcionamento. São obtidos pela articulação dos fluxos de balanço com as políticas de gestão
corrente (ver: Balanço Funcional).
Fundo de maneio: exprime a convergência estratégica entre as participações de capital
(próprio e alheio de médio e longo prazo) e a opções traduzidas nos investimentos em activo
fixo (dimensão, localização, tecnologias, etc.).
São obtidos pela síntese de fluxos da demonstração de resultados (por funções) e do balanço
sintético
IV
68 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP
14. Qual o interesse da análise da rendibilidade dos capitais próprios com rácios compostos?
Resolução:
Para se poder observar e analisar o respectivo efeito/contribuição (positivo, negativo ou neutro)
para a formação da rendibilidade final (depois de impostos) colocada à disposição dos sócios
da empresa.
16. Que relação pode haver entre a viabilidade da exploração e a análise da rendibilidade?
Resolução:
São indicativos dos limiares e condições de continuidade das actividades da empresa, em
termos económicos e em termos financeiros, logo está-se a estudar a capacidade da empresa
em gerar lucros.
17. Indique os principais indicadores de rendibilidade, explicitando a forma de obtenção dos dados.
Resolução:
São obtidos pela síntese de fluxos da demonstração de resultados (por funções) e do balanço
sintético.
Margem bruta das Vendas
Rendibilidade Operacional das Vendas
Rendibilidade Líquida das Vendas
Rotação do Activo
Rendibilidade Económica ou Operacional do Activo (ROI)
Rendibilidade do Activo Líquido
Margem Bruta (MB)
Resultado Operacional ou Económico (RO ou RE)
Resultados Financeiros (RF)
Resultado Corrente (RC)
Resultados Extraordinários (RE)
Resultado Antes de Impostos (RAI)
Resultado Líquido (RL)
IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 69
IEFP IV. OS RÁCIOS
20. O que é o ponto morto económico? Porque é que o ponto morto económico é um indicador de
risco na exploração?
Resolução:
‘Ponto morto’ ou ‘breakeven point’ é o volume de actividade a partir do qual um negócio passa
do prejuízo ao lucro. Em valores absolutos, o ‘ponto morto’ observa a condição: Vendas =
Custos totais.
Vendas
Valor (€)
Custos totais
(Fixos+Variáv
BEP
Custos fixos
O ‘ponto morto’ é uma análise de risco que põe em presença os preços, os volumes de venda
e os custos (directos e indirectos) necessários para o funcionamento do negócio.
IV
70 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP
Grau económico de alavanca é uma relação indicativa de risco de a margem bruta ser
absorvida pelos custos de funcionamento e pelas políticas de amortizações e provisões
Grau financeiro de alavanca é uma relação indicativa de risco de o resultado operacional ser
absorvido pelos custos da política de financiamento, pelos acontecimentos extraordinários que
afectem a exploração e pela política fiscal.
Exercício Prático:
Trabalho a realizar:
IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 71
IEFP IV. OS RÁCIOS
4. TRANSPARÊNCIAS
IV
72 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP
FUNÇÃO FINANCEIRA
IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 73
IEFP IV. OS RÁCIOS
RACIOS
Capitais Próprios
SOLVABILIDADE =
Passivo Total
Capitais Próprios
AUTONOMIA =
Activo Total Líquido
Passivo Total
Endividamento =
Capitais Próprios
IV
74 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP
3.2. Liquidez
LIQUIDEZ
RACIOS
Activo Circulante
GERAL =
Dívidas a Terceiros a curto prazo
Disponibilidades
IMEDIATA =
Dívidas a Terceiros a curto prazo
IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 75
IEFP IV. OS RÁCIOS
LIQUIDEZ
FACTORES QUE A INFLUENCIAM
LIQUIDEZ
Todavia,
A QUESTÃO PRINCIPAL, é
IV
76 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP
AVALIAÇÃO do COMPORTAMENTO
dos
FACTORES de LIQUIDEZ
'STOCK' MÉDIO
Stock médio
IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 77
IEFP IV. OS RÁCIOS
Fundos de Maneio
FUNDO de MANEIO
um elemento estrutural
PERSPECTIVA ESTRATÉGICA:
FUNDO de MANEIO
=
CAPITAIS PERMANENTES (-)ACTIVO FIXO
PERSPECTIVA OPERACIONAL:
FUNDO de MANEIO
=
ACTIVO CIRCULANTE (-) EXIGÍVEL a CURTO PRAZO
ACRÉSCIMOS
& DIFERIMENTOS: Devem ser analisados por natureza
por forma a receberem o tratamento
analítico mais adequado.
IV
78 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP
Rendibilidade
RENDIBILIDADE
IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 79
IEFP IV. OS RÁCIOS
RENDIBILIDADE
Indicadores em valor absoluto
excedentes, margens & resultados, extraídos
das contas de Exploração
RESULTADO OPERACIONAL =
= MARGEM BRUTA (-) CUSTOS DE FUNCIONAMENTO
RESULTADO CORRENTE =
= RESULTADO OPERACIONAL (- /+) CUSTOS ou PROVEITOS FINANCEIROS
RESULTADO LÍQUIDO =
= RESULTADO ANTES de IMPOSTOS (-) IRC a liquidar
IV
80 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP
RENDIBILIDADE
Indicadores em racio
mais importantes
extraídos conjuntamente
da Demonstração de Resultados e do Balanço
RESULTADO LIQ.
RENDIBILIDADE DAS VENDAS (ROS) = -----------------------------
VENDAS LÍQUIDAS
RESULTADO LIQ.
RENDIBILIDADE DO ACTIVO LÍQUIDO (ROA) = -----------------------------
ACTIVO TOTAL LIQ.
IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 81
IEFP IV. OS RÁCIOS
Viabilidade Económico
VIABILIDADE ECONÓMICA
de Amortizações,
de Provisões,
de Pessoal e de Funcionamento,
de Financiamento Corrente,
de Resultados
& ainda,
a política Fiscal.
IV
82 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP
Viabilidade Financeira
VIABILIDADE FINANCEIRA
IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 83
IEFP IV. OS RÁCIOS
isto é,
IV
84 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP
Conceito de Risco
CONCEITOS de RISCO
ECONÓMICO FINANCEIRO
IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 85
IEFP IV. OS RÁCIOS
Custos Fixos
ECONÓMICO: -----------------------------------------
(em v alor) ( Margem Bruta / Vendas )
IV
86 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP
ALAVANCA na EXPLORAÇÃO
VENDAS
(-)
CUST OS VARIÁVEIS
(=)
Efeito Económ ico de MARGEM BRUT A
Alav anca na explor.
(-)
CUST OS FIXOS Grau Económ ico de
AMORT IZAÇÕES & PROVISÕES Alav anca na explor.
(=)
RESULT ADO OPERACIONAL
(-)
CUST OS FINANCEIROS
(=)
RESULT ADO CORRENT E
(-)
CUST OS EXT RAORDINÁRIOS
Grau Financeiro de
Efeito Financeiro de Alav anca na expl.
(=)
de Alav anca na expl
RESULT ADO ANT ES de IMPOST OS
(-)
IMPOST OS sobre RESULT ADOS
(=)
RESULT ADO LÍQUIDO
EEA e EFA: ( 0, + 1 )
IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 87
IEFP IV-OS RÁCIOS
• ANÁLISE FINANCEIRA
Páginas 79 a 97.
.
IV
88 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUILÍBRIO FINANCEIRO
ANÁLISE FINANCEIRA
E
GESTÃO ORÇAMENTAL
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP
1. RESUMO
4. São de natureza estrutural (ou estratégica) os factores expressos pelo indicador Fundo de
Maneio. São de natureza conjuntural (ou táctica) os factores expressos pelo indicador
Necessidades de Fundo de Maneio.
11. O somatório das rubricas activas do balanço funcional deve corresponder ao valor do activo
total líquido do balanço sintético. E o somatório das rubricas passivas do balanço funcional
deve ser igual à soma dos valores do passivo e dos capitais próprios do mesmo balanço
sintético.
13. Operações de investimento são as que mobilizam origens e registam aplicações, cuja duração
é superior a 1 ano.
14. Operações correntes cíclicas, são as que, de acordo com as políticas de gestão operacional
da empresa, agrupam ‘necessidades de financiamento’ e ‘recursos financeiros’ cíclicos e
ligados às operações normais, com duração de curto prazo (inferior a 1 ano).
V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 91
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO
15. Operações de tesouraria, são todas as operações (activas e passivas) que representam
liquidez (isto é, são ou poderão vir a ser, meios monetários) e exigibilidade (isto é,
obrigatoriedade de pagamento) a muito curto prazo (entre 1 e 30 dias).
16. A gestão financeira de curto prazo não é autónoma, faz-se em sintonia com a gestão
financeira de médio e longo prazo e vice-versa. A gestão da tesouraria é, de facto, a gestão de
um stock muito especial da empresa – o dos meios monetários disponíveis.
17. Fundo de maneio líquido é o saldo entre os valores do activo circulante (existências, crédito
concedido e disponibilidades) e do exigível a curto prazo (fornecedores, Crédito bancário,
EOEP, outros credores).
18. A análise do Fundo de Maneio Líquido coloca na gestão da Tesouraria o controlo das
operações de curto prazo.
19. Procedimentos normais de controlo do curto prazo: efectuar em tempo as cobranças de
clientes, fazer os pagamentos a fornecedores, estado e banca, de acordo com obrigações
legais e contratos firmados, cobrir os déficits ou aplicar os excedentes.
20. O volume de crédito deve relacionar-se com o volume e com rendibilidade das vendas,
relacionando-se, deste modo, com as características da actividade em que a empresa opera.
21. A concessão de crédito a clientes deve ser encarada como um investimento (uma aplicação de
recursos) e, como tal, deve obedecer aos critérios de risco, liquidez e custo.
22. A concessão e cobrança de créditos devem estar adequadas ao fluxo de tesouraria global para
não colocar em risco a continuidade da empresa.
23. A análise de um cliente para concessão de crédito, envolve um conjunto de apreciações em
que pondera, antes do mais, o volume relativo da operação. São pontuados, em geral, quatro
parâmetros: carácter, capacidade, capital, conjuntura.
24. Uma vez concedido o crédito, é necessário organizar a sua cobrança em devido tempo.
25. As existências representam um activo importante, sobretudo nas empresas industriais, mas
também representam um custo que é preciso gerir e minimizar.
26. A gestão do exigível abrange os débitos a fornecedores e a outros credores e os empréstimos
a curto prazo.
27. O crédito dos fornecedores não tem um custo explícito, mas também não é gratuito. É
frequente haver diferenças nos preços consoante se compre a pronto pagamento ou a crédito.
28. Os saldos negativos de tesouraria são, geralmente, mais frequentes que os saldos positivos e,
se atingirem um determinado volume, provocam problemas à gestão corrente.
29. Para financiamento dos déficits de tesouraria recorre-se a instrumentos de curto prazo,
disponíveis nas instituições financeiras, sendo, contudo, necessário proceder a uma criteriosa
escolha, tendo em conta as suas vantagens e o seu custo.
30. A posição de tesouraria excedentária é menos frequente que a posição de déficit. Contudo,
ocorrem situações pontuais de excesso que é necessário aplicar.
31. A melhor aplicação de curto prazo é a redução do endividamento bancário. Podem também
antecipar-se pagamentos a fornecedores, se puder beneficiar de descontos financeiros por
esse facto.
32. No caso de os excedentes serem de maior dimensão ou frequência, pode encarar-se a
aplicação em instrumentos financeiros de curto prazo, cuja rendibilidade, liquidez e risco
devem ser previamente calculados.
V
92 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP
(minutos)
Exposição:
V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 93
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO
Exposição:
5. Indicadores 360m
- operações correntes cíclicas: Fundo de
Maneio Necessário
V
94 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP
Exposição:
6. Gestão de curto Enunciar os princípios básicos da gestão de
prazo créditos a terceiros;
Assinalar as quatro etapas na gestão de clientes;
V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 95
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
A evolução do negócio e seus reflexos quanto ao volume e natureza dos activos a financiar e
aos recursos financeiros mobilizáveis.
O Fundo de Maneio é um indicador essencialmente estável (de mudança lenta) que exprime o
diferencial entre as participações de capital (próprio e alheio de médio/longo prazo) e o valor
líquido das aplicações em activo fixo
V
96 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP
Factores de Natureza Conjuntural são as operações que, de acordo com as políticas de gestão
corrente da empresa, agrupam ‘necessidades de financiamento’ e ‘recursos financeiros’
cíclicos e ligados às operações normais, com duração de curto prazo (inferior a 1 ano).
O Balanço Funcional prepara-se com base no balanço sintético (corrigido) e nas políticas
definidas para a gestão de operações correntes (Existências, Clientes e Outros Devedores,
Fornecedores e Outros Credores, EOEP e Banca, financiamento normal a curto prazo).
V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 97
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO
Sim. Pois o mesmo é determinado com base em rubricas que são de mudança lenta.
As origens são constituídas pelos capitais permanentes, (somatório dos capitais próprios com
os alheios de médio e longo prazo), cuja exigibilidade é nula ou de prazo alongado.
As aplicações são formadas pelo valor líquido do activo fixo (imobilizado), cuja liquidez é nula,
porque se trata de bens de uso, não destinados a venda.
Nota: Quanto menor for a exigibilidade dos capitais alheio e a liquidez dos activos, maior é a
tendência de estabilidade dos indicadores do equilíbrio financeiro.
• Quanto mais dilatados forem os prazos de pagamento concedidos aos clientes, maiores serão
as necessidades em fundo de maneio. Situação esta que não depende da empresa mas das
condições do mercado.
• Quanto menores forem os prazos de pagamento obtidos dos fornecedores, maiores serão as
necessidades de fundo de maneio.
• Quanto maior for o tempo de imobilização dos stocks (de matérias-primas, de produtos em
vias de fabrico, de produtos acabados) maiores serão as necessidades de fundo de maneio.
V
98 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP
São todas as operações - activas e passivas – que representam liquidez (isto é, são ou
poderão vir a ser, meios monetários) e exigibilidade (isto é, obrigatoriedade de pagamento) a
muito curto prazo (entre 1 e 30 dias).
Fundo de maneio líquido é o saldo entre os valores do activo circulante (existências, crédito
concedido e disponibilidades) e do exigível a curto prazo (fornecedores, Crédito bancário,
EOEP, outros credores).
17. Que relação existe entre o fundo de maneio líquido e o fundo de maneio?
Resolução:
Fundo de Maneio Líquido e Fundo de Maneio são indicadores para os quais se obtém o
mesmo valor, com métodos de cálculo diferentes.
18. Demonstre a identidade de valor entre os indicadores fundo de maneio e fundo de maneio
líquido.
Resolução:
Demonstração:
Admitindo que:
V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 99
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO
Teremos também:
Donde se verifica:
19. Estabeleça a ligação entre a análise do fundo de maneio líquido e a gestão financeira de curto
prazo.
Resolução:
Procedimentos normais de controlo financeiro de curto prazo: efectuar em tempo as cobranças
de clientes, fazer os pagamentos a fornecedores, estado e banca, de acordo com obrigações
legais e contratos firmados, cobrir os déficits ou aplicar os excedentes.
20. Que políticas de gestão podem melhorar (tornar mais positivo) o indicador fundo de maneio
líquido?
Resolução:
Política de Concessão de Crédito, Obtenção de Crédito e Rotação das Existências em
Armazém.
21. O que é a gestão do crédito a clientes?
Resolução:
Nas transacções económicas entre empresas, a prática corrente é de conceder crédito, o que
significa entregar produtos e serviços em troca de compromissos de pagamento futuro. Deste
modo, surge no balanço da empresa, no activo, um conjunto de direitos de recebimento que
aqui englobamos sob a designação de Clientes.
V
100 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP
b.) cliente paga, mas para além do prazo concedido: a concessão do crédito vai implicar gasto de
cobrança com consequências negativas na rendibilidade da empresa; se não se lhes conceder
crédito haverá redução nas vendas e na rendibilidade.
Nestas situações, é necessário encontrar um ponto de equilíbrio que poderá passar pelo
ajustamento das vendas.
a.) O cliente não paga: a concessão de crédito só origina perdas; perda dos créditos acrescida de
gastos de cobrança. Nestas situações é mais económico não vender.
O gestor financeiro intervém neste quadro de responsabilidades repartidas, (e, por vezes,
conflituais) para minimizar os valores imobilizados nos diferentes tipos de existências, tendo
em consideração a rendibilidade e a liquidez.
28. Que cuidados devem ser observados na relação de crédito com fornecedores?
V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 101
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO
Resolução:
O crédito dos fornecedores não tem um custo explícito, mas também não é gratuito. Embora o
crédito de fornecedores seja o mais barato, é frequente haver diferenças nos preços consoante
se compre a pronto pagamento ou a crédito. Na verdade, isto depende das condições de
mercado e deve ser devidamente considerado no relacionamento com os fornecedores.
O atraso nos pagamentos aos fornecedores não só pode originar rupturas nos abastecimentos
como o corte nos créditos, implicando, qualquer das situações, custos financeiros e de
imagem.
A gestão desta fonte de financiamento merece ser tratada com muita atenção pelas
implicações que tem na vida da empresa.
29. Porque é que é necessário analisar e antecipar previsões sobre a formação dos saldos de
tesouraria?
Resolução:
Os saldos negativos de tesouraria são, geralmente, mais frequentes que os saldos positivos e,
se atingirem um determinado volume, provocam problemas à gestão corrente.
Para financiamento dos déficits de tesouraria recorre-se a instrumentos de curto prazo,
disponíveis nas instituições financeiras, sendo, contudo, necessário proceder a uma criteriosa
escolha, tendo em conta as suas vantagens e o seu custo.
A posição de tesouraria excedentária é menos frequente que a posição de déficit. Contudo,
ocorrem situações pontuais de excesso que é necessário aplicar.
Nota: Um dos objectivos do planeamento financeiro é fazer previsões sobre o saldo positivo ou
negativo da tesouraria para que em tempo oportuno a empresa possa aplicar o excedente ou
financiar o déficit.
V
102 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP
Para reduzir os excedentes pontuais começa-se, desde logo, por reduzir a mobilização de
créditos ou de descobertos bancários. Com efeito, a melhor aplicação de curto prazo é sempre
a redução do endividamento bancário. Podem também antecipar-se pagamentos a
fornecedores, se se puder beneficiar de descontos financeiros por esse facto.
No caso de os excedentes serem de maior dimensão ou frequência, pode encarar-se a
aplicação em instrumentos financeiros de curto prazo (Bilhetes de Tesouro e Fundos de
Tesouraria, entre outros)
Exercício Prático
Relativamente aos Balanços e Demonstrações de Resultados da empresa PNTB,sa’, devidamente
rectificados e respeitantes aos anos (n), (n+1) e (n+2), é necessário efectuar a análise do Equilíbrio
Financeiro, da Tesouraria e do Fundo de Maneio Líquido.
Trabalho a Realizar:
1. Elaborar o Balanço Funcional e analisar os respectivos indicadores, bem como o mapa analítico
da Tesouraria.
V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 103
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO
4. TRANSPARÊNCIAS
APLICAÇÕES DE FUNDOS
ORIGENS de FUNDOS
V
104 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP
ENTÃO,
COMO ANALISAR O
FUNDO de MANEIO
A CURTO PRAZO
EQUILÍBRIO LIQUIDEZ
FINANCEIRO
A MÉDIO E LONGO SOLVABILIDADE
PRAZO
V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 105
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO
BALANÇO FUNCIONAL
( ESQUEMÁTICO ou NORMATIVO )
OPERAÇÕES de INVESTIMENTO
OPERAÇÕES de EXPLORAÇÃO
OPERAÇÕES de TESOURARIA
TESOURARIA GLOBAL
V
106 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP
FUNDO de MANEIO
APLICAÇÕES ORIGENS
(ACTIVO) (CAP.PRÓP.& PASSIVO)
ACTIVO CAPITAIS
FIXO PERMANENTES
___________________________
FUNDO
de
ACTIVO MANEIO
CIRCULANTE >0 ___________________________
EXIGÍVEL a
CURTO PRAZO
CAPITAIS
ACTIVO PERMANENTES
FIXO ___________________________
FUNDO
de
MANEIO
___________________________ <0
EXIGÍVEL a
ACTIVO CURTO PRAZO
CIRCULANTE
ACTIVO CAPITAIS
FIXO PERMANENTES
___________________________ FM = 0 ___________________________
ACTIVO EXIGÍVEL a
CIRCULANTE CURTO PRAZO
V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 107
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO
TESOURARIA
( T = FM - NFM )
NECESSIDADES
de
FUNDO FUNDO
de (=) de
MANEIO MANEIO
NFCE - RFCE CP - AF
NECESSIDADES
de
FUNDO FUNDO
de (») de
MANEIO MANEIO
NFCE - RFCE CP - AF
__________________
'DÉFICIT'
NECESSIDADES
de
FUNDO FUNDO
de («) de
MANEIO MANEIO
NFCE - RFCE CP - AF
__________________
'SUPERAVIT'
V
108 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP
T E S O U R A R IA
A g e s tã o a b ra n g e o s flu x o s
d o C a p ita l C irc u la n te
e d o P a s s iv o d e c u rto p ra z o
P a ra u m a e s tra té g ia d e T e s o u ra ria
F a c to re s D E T E R M IN A N T E S
V ia b ilid a d e F in a n c e ira : T E > 0 e a d e q u a d a .
V ia b ilid a d e E c o n ó m ic a : M L B > 0 e d e n ív e l a d e q u a d o .
F a c to re s E S T R U T U R A IS
F u n d o d e M a n e io : ( C P - A F ) > 0 e d e n ív e l a d e q u a d o .
N e c e s s id a d e s d e F u n d o d e M a n e io : a p o ia d a s p e lo F M .
E le m e n to s G L O B A IS
F in a lid a d e s & O b je c tiv o s
P o lític a s - P re v is õ e s - P ro g ra m a s - O rç a m e n to s
E le m e n to s A C T U A N T E S
E le m e n to s a n a lític o s d e T e s o u ra ria
C o n tro lo d o 'C a s h -flo w '
D o c u m e n to d e c o n tro lo e
a v a lia ç ã o d o s F L U X O S d e te rm in a n te s d e
P A G A M E N T O & R E C E B IM E N T O
D E M O N S TR AÇ ÃO d o s F L U X O S
d e T E S O U R A R IA
Nota: Cópias impressas na página 79 e seguintes.
V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 109
IEFP V-O EQUÍLIBIO FINANCEIRO
• ANÁLISE FINANCEIRA
H. Caldeira Menezes
1. Introdução
2. Os conceitos tradicionais
V
110 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL
ANÁLISE FINANCEIRA
E
GESTÃO ORÇAMENTAL
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
Ficha nº1
V
114 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
ANEXO 1
Inserção de Dados e Mutação de Valores
+ + Activo
Passivo
Balanços (n+1) (n) _Variação - Activo -
_ Passivo
---------- ---------- (n+1)-(n) = =
ACTIVO 68.201 38.379 ---------- Var.ORI Var.APLI
G. C.
Imobilizado 30.500 5.000 ----------
Corpóreo 40.000 10.000 30.000
Amort.Corp.Acum. (-) -9.500 -5.000 -4.500
Incorpóreo 0 0 0
Amort.Incorp.Acum. (-) 0 0 0
Financeiro 0 0 0
Provisões p/ Imob.Fin.(-) 0 0 0
Em Curso 0 0 0
Ficha nº2
1. Prepare a Demonstração das Origens e Aplicações de Fundos de (n+1), com base no Mapa de
Mutação de Valores (que está semi-elaborado). Com base neste mapa, explique a evolução do
autofinanciamento. Ver Anexos 1 e 2.
2. Apresente relatório sintético de análise financeira, com base nos indicadores (de estrutura
financeira, rendibilidade, equilíbrio financeiro e risco na exploração) anteriormente calculados.
Balanços
Un.: 10 3 €
n n+1 n n+1
Aplicações Origens
Imobilizado Capital Próprio
Corp./Incorp./Fin. 10.000 40.000 Cap.Social 1.300 1.300
Amortizações (-) -5.000 -9.500 Reserva Legal 241 426
Imob.Líq. 5.000 30.500 O/Res. e R.Tr. 5.000 7.515
Result.Líq.Exº. 8.515 4.080
Existências Cap.Próprio 15.056 13.321
Merc,MP,PA 12.000 14.000
ePVF
Prov.Dep.Exist.(- -240 -280 Capitais Alheios
)
Existências 11.760 13.720 Banca M/L prz 2.000 31.000
Accionistas 4.000 2.700
Subtotal m/lg. Prz. 6.000 33.700
Crédito conced.
Clientes e 17.000 20.000 Forn.& O/Cred. 10.000 15.000
O/Dev.
EOEP 0 0 Banca curto prz 6.000 4.350
Prov.Cob.Duv.(-) -170 -200 EOEP 1.155 1.800
Créd.Conc. 16.830 19.800 Prov.p/ ORE 168 30
Subtotal curto prz. 17.323 21.180
Disponibilidades 4.789 4.181 Passivo 23.323 54.880
V
116 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
n n+1
Vendas 230.000 250.000
Custos Variáveis 172.500 193.750
Margem Bruta 57.500 56.250
Custos c/ Pessoal (40%),
FSExt. (55%) e Outr.(5%) 40.170 41.375
Amortizações do exº. 2.500 5.000
Provisões do exº. 70 170
Resultado Operacional 14.760 9.705
Resultados Financeiros 1.440 3.720
Resultado Corrente 13.320 5.985
Resultados Extraordinários 180 -15
Resultado a/ Impostos 13.140 6.000
Imposto sobre Resultados 4.625 1.920
Resultado Líquido 8.515 4.080
Ano:
ANEXO 2 n+1
Internas: Distribuições:
Resultado Líquido Exercício Por Aplicação de Resultados
Variação das Amortizações Por Aplicação de Reservas
Variação de Provisões
Meios Libertos Líquidos
Diminuições de Capitais Proprios:
Externas: Diminuições de Capital
Aumentos dos Capitais Próprios: Diminuições de Prest.Suplement.
Aumentos de Capital e Reservas
Reservas Especiais
Cobertura de Prejuízos
Mov. Financeiros m/l Prazo:
Aum.Investimentos Financeiros
Aum.Dívidas de Terceiros M/L Prz
Mov. Financeiros m/l Prazo: Dim.Dívidas a Terceiros M/L Prz
Dim.Investimentos Financeiros
Dim.Dívidas de Terceiros M/L Prz
Aum.Dívidas a Terceiros M/L Prz
V
118 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
Resolução
Ficha nº1
1.
Balanço Un: 10^3 Euros
Capital Próprio
Capital social 1.300 3% 1.300 2%
Reservas e Resultados Transitados 5.241 14% 7.941 12%
Reserva de Reavaliação 0 0% 0 0%
Resultados líquidos 8.515 22% 4.080 6% 0
TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO (C'P) 15.056 39% 13.321 20% 0
Passivo
Exigivel a Medio e Longo Prazo
Emprestimos Bancários 2.000 5% 31.000 45%
Accionistas 4.000 10% 2.700 4%
Passivo m/l prazo (P.mlp) 6.000 16% 33.700 49% 0
Provisões p/ Outros Riscos e Encargos 168 0% 30 0%
Exigivel a Curto Prazo
Emprestimos bancarios 6.000 16% 4.350 6%
Adiantamentos de Clientes 0 0% 0 0%
Fornecedores 10.000 26% 15.000 22%
Estado e Outros Entes Públicos 1.155 3% 1.800 3%
Outros Credores 0% 0%
Passivo c/prazo (P.cp) 17.155 45% 21.150 31% 0
Acréscimos e Diferimentos 0% 0%
Passivo Total (P) 23.323 61% 54.880 80% 0
V
120 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
N N+1 N+2
% % %
Resultado distribuído 0 0
Capacidade de autofinanc. 11.085 9.250
V
122 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
BALANÇO FUNCIONAL
N N+1 N+2
Ciclo de Investimento
(+) Capitais Permanentes (C.Prop+C.Alh.m/l p) 21.224 47.051 0
(-) Activo Fixo (Imob.Líq.) 5.000 30.500 0
(=)FUNDO de MANEIO 16.224 16.551 0
Ciclo das Oper.Correntes de Expl.
(+) Activo cíclico (Exist+Realiz-Liq.imed.) 24.383 28.570 0 Inclui Acréscimos e Difer.
(-) Passivo cíclico (Exig.c/p-Exig.imed.) 8.231 9.675 0 Inclui Acréscimos e Difer.
(=)NECESS. FUNDO de MANEIO 16.152 18.895 0
Tesouraria
EQUILÍBRIO
Fundo de Maneio (FM) 16.224 16.551
Neces. Fundo de Maneio (NFM) 16.152 18.895
Tesouraria ( T = FM-NFM) 73 -2.344
Autofinanciamento pot.(MLL=RL ret.+Am.exº+Pr.exº) 2.570 5.170
FUNCIONAMENTO
Vendas (líquidas de descontos) 230.000 250.000
Compras (p/ Exist.) = Exist.final-Exist.Inicial+CEVMC 184.500 195.750
Prazo Médio de Recebimentos (de Clientes) 27 29
Prazo Médio de Pagamentos (a Fornecedores) 20 28
V
124 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
RENDIBILIDADE
Margem Bruta (MB) 57.500 56.250
Resultado Operacional (RO) 14.760 9.705
Resultado Líquido (RL) 8.515 4.080
Rend.Oper.Vendas (RO / V) 6% 4%
Rotação do Activo (V / ATL) 5,99 3,67
Rendibilidade Operac.do Activo (ROI = RO / ATL) 38% 14%
Eficª. finª. expl. = RL / RO 0,58 0,42
Multiplic.do Activo = ATL / C'P 2,55 5,12
Rendib.Cap.Próprios (RC'P=RL/C'P) 57% 31%
EGAF (factor multiplicativo sobre o ROI) = RC'P / ROI 1,47 2,15
EGAF (factor aditivo do ROI) = RC'P - ROI 18% 16%
Custo Médio do Endividamento: i = Res.Fin./P 6,2% 6,8%
Limites do Endividamento Remunerado: (ROI-i) 32,3% 7,5%
Rend. Liq.Vendas (RL / V) 4% 2%
Rendib. Líq.do Activo (ROA=RL/ATL) 22% 6%
RISCO
Ponto Morto Económico(PME = (CF+Am+Pr)/(MB / V) ) 170.960 206.867
Margem de Segurança das Vendas (MS=(V-PME)/PME) 35% 21%
Grau Económico de Alavanca (GEA = MB / RO) 3,9 5,8
Grau Financeiro de Alavanca (GFA = RO / RL) 1,73 2,38
2.
Empresa:
MAPA do FUNDO de MANEIO LÍQUIDO, no fecho de contas
(N) (N+1) (N+2)
ACTIVO CIRCULANTE
EXISTÊNCIAS
Matérias primas e Subsidiárias 0 0
Produtos e Trabalhos em Curso 0 0
Produtos Acabados 0 0
Mercadorias 0 0
(Prov.p/Depr.Existências) 0 0
Subtotal Existências 0 0
REALIZÁVEL
Clientes c/c e c/Tit.a Rec. 0 0
(Prov.p/ Cobranças Duvidosas) 0 0
Adiantamentos a Fornecedores 0 0
EOEP 0 0
Outros devedores 0 0
Subtotal Realizável 0 0
DISPONIBILIDADES (*) 0 0
TOTAL do ACTIVO CIRCULANTE 0 0
V
126 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
Ficha nº2
1.
Empresa: Ano (N+1)
DEMONSTRAÇAO DAS ORIGENS E APLICAÇOES DE FUNDOS
- - -- -
ORIGENS DE FUNDOS | APLICAÇOES DE FUNDOS
INTERNAS: | DISTRIBUIÇÕES:
Resultado Líquido Exercício 4.080 | Por Aplicação de Resultados 8.515
Variação das Amortizações 4.500 | Por Aplicação de Reservas 0
Variação de Provisões -68 | 8.515
Meios Libertos Líquidos 8.512 | -
| DIMINUIÇÕES de CAPITAIS PROPRIOS:
EXTERNAS: | Diminuições de Capital
Aumentos dos Capitais Próprios: | Diminuições de Prest.Suplement.
Aumentos de Capital e Reservas 2.700 | 0
Reservas Especiais 0 | -
Cobertura de Prejuízos 0 |
2.700 | MOVIMENTOS FINANCEIROS M/L PRAZO:
- | Aum.Investimentos Financeiros 0
| Aum.Dívidas de Terceiros M/L Prz 0
MOVIMENTOS FINANCEIROS M/L PRAZO: | Dim.Dívidas a Terceiros M/L Prz 1.300
Dim.Investimentos Financeiros 0 | 1.300
Dim.Dívidas de Terceiros M/L Prz 0 | -
Aum.Dívidas a Terceiros M/L Prz 29.000 |
29.000 |
DIMINUIÇOES DE IMOBILIZAÇÕES: | AUMENTOS DE IMOBILIZAÇÕES:
De Imobilizado Incorpóreo 0 | Imobilizado Incorpóreo 0
De Imobilizado Corpóreo 0 | Imobilizado Corpóreo 30.000
De Imobilizado em Curso 0 | Imobilizado em Curso 0
0 | 30.000
DIMINUIÇÕES dos FUNDOS CIRCULANTES 6.253 | AUMENTOS dos FUNDOS CIRCULANTES6.650
Total ORIGENS DE FUNDOS 46.465 | Total APLICAÇOES DE FUNDOS 46.465
==========| = 0
DEMONSTRAÇAO DOS FUNDOS CIRCULANTES
1. Aumentos das Existências 2.000 | 1. Diminuições das Existências 0
2. Aumentos Dívidas de Terc.c/p 3.000 | 2. Dimin.Dívidas de Terc.c/p 0
3. Dim.Dívidas a Terceiros c/p 1.650 | 3. Aum. Dívidas a Terceiros c/p 5.645
4. Aumentos das Disponibilidades 0 | 4. Dimin. das Disponibilidades 608
5. Diminuição Fundos Circulantes 6.253 | 5. Aumento Fundos Circulantes 6.650
- | -
12.903 | 12.903
0
V
128 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
2.
Relatório Económico-Financeiro
Estrutura Financeira:
Em (N), activos da ordem dos 38,4 milhares de €uros, financiados por 15,1 milhares de €uros de
capitais próprios e 23,3 de capitais alheios.
Em (N+1) os activos crescem (fundamentalmente por efeito de adição de imobilizados) para 68,2
milhares de €uros, financiados por 13,3 milhares de €uros de capitais próprios e 54,9 de capitais
alheios.
Estrutura de Financiamento
Capitais próprios: Em (N), o Capital Social e Reservas cobrem 17% do activo e os Resultados
Líquidos do exercício correspondem a 22% do mesmo activo.
Em (N+1), o Capital Social e Reservas cobrem 14% do activo, cabendo ao Resultado Líquido do
Exercício 6%.
Capitais alheios: Em (N), a Banca financia 21% do activo líquido (sendo 5% deste passivo exigível
a médio/longo prazo e 16% a curto prazo) e os Accionistas participam com empréstimo de
médio/longo prazo correspondente a 10%. Os Fornecedores ponderam com 26% no financiamento
do activo e o Estado e Outros Entes Públicos (IRC e IVA a pagar) têm 3%.
Em (N+1), o financiamento bancário total é de 51% do activo líquido (45% exigível a médio/longo
prazo e 6% a curto prazo). O empréstimo de Accionistas cobre 4%, a posição de Fornecedores
passou a 22% e a rubrica Estado e Outros Entes Públicos mantém-se nos 4%.
Estrutura de Investimento
Em (N), o activo líquido distribui-se por: 13% de Imobilizado (equipamento e edifícios) deduzidas as
amortizações; 31% de Existências (mercadorias) adequadamente provisionadas; 44% de
Realizável (Clientes e outros); 12% de Disponibilidades (Caixa e Bancos).
Indicadores
O rácio de Autonomia indica que os capitais próprios cobrem em (N) 39% do activo líquido,
descendo em (N+1) para 20%, uma vez que a empresa beneficiou do apoio bancário de
médio/longo prazo para financiar o investimento. Os rácios de Solvabilidade e Endividamento
apresentam correspondência com o indicador de autonomia. O rácio de Liquidez Imediata, de 0,279
em (N) permite a cobertura integral da parcela de Passivo a curto prazo exigível a menos de 30
dias (vide indicador de Tesouraria). Esta situação agrava-se porém substancialmente em (N+1)
exigindo medidas de reposição do equilíbrio financeiro de curto prazo.
Equilíbrio Financeiro:
Em (N+1), no entanto, a gestão da Tesouraria apresenta-se como uma das áreas frágeis da
estrutura funcional. De facto, embora a empresa beneficie de uma relação muito favorável entre os
prazos médios de recebimento e de pagamento, não existe idêntica correspondência nos volumes
de ‘existências’ e ‘crédito concedido a clientes’ com o ‘crédito obtido de fornecedores’.
Exploração:
Esta área apresenta custos directos (Custo das Existências Vendidas e das Matérias Consumidas)
relativamente elevados em relação às vendas, com níveis insignificantes de eficiência operacional
(6% em (N) e 4% em (N+1).
A relação Custos Directos / Vendas, passa de 75% em (N) para 78% em (N+1), o que leva à
absorção integral do acréscimo de facturação gerado. A empresa deve considerar medidas
profundas de reestruturação da sua área de custos directos (provavelmente, actividades de
produção e logística, manutenção, controlo de qualidade e distribuição) para superar esta
dificuldade.
Os encargos financeiros suportados pela empresa mais do que duplicam em valor absoluto entre
(N) e (N+1) situação esta inevitável por ter sido feita a recomposição integral da estrutura de
financiamento, com incremento substancial dos capitais alheiros bancários.
Rendibilidade:
Com os elementos de que dispomos e numa análise realizada sem análise interna da empresa nem
contactos com a estrutura, entendemos:
a) Que a margem bruta em valor absoluto desce 750 u.m., apesar do crescimento de 20.000 u.m.,
na facturação, devido ao excesso dos custos directos operacionais (CEVMC);
b) Que a rendibilidade operacional das vendas (RO/V) cai significativamente (de 6% para 4%) de
(N) para (N+1). O efeito do excesso dos custos directos operacionais (CEVMC) é determinante,
juntando-se-lhe o crescimento das amortizações que decorre do aumento do volume de
imobilizado.
c) Que o a rendibilidade operacional do activo (ROI = (RO/ATL) diminui significativamente (de 38%
para 14%) no período considerado, sendo determinante neste indicador o efeito do crescimento
do activo líquido por via do imobilizado, sem correspondência imediata nos resultados de
exploração;
d) Que o resultado líquido se reduz para menos de metade em valor absoluto (entre (N) e (N+1)
passa de 8.515 u.m., para 4.080 u.m.) pelo efeito conjunto da quebra do resultado operacional
com o agravamento dos custos financeiros.
V
130 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP
Equilíbrio Financeiro:
Financiamento à Tesouraria:
Em (N+1) impõe-se o financiamento à tesouraria, por forma a cobrir o ‘déficit’ anunciado.
Essa cobertura deverá ser feita, no imediato e tanto quanto possível, por capitais sem custo
explícito (crédito de fornecedores, reforço de capitais próprios). Haverá, entretanto, outras medidas
a tomar, tendo em vista a revisão das políticas de exploração, no que diz respeito ao nível dos
stocks (que poderá, eventualmente, ser reduzido) e ao ajustamento dos níveis do crédito obtido de
terceiros, por forma a compensar o apoio a clientes e os créditos concedidos a outros devedores
(estado incluído).
Risco na Exploração:
O Grau Económico de Alavanca (MB/RO) cresce de 3,9 para 5,8 entre (N) e (N+1), indicando
crescimento do nível de absorção da margem bruta pelos custos de funcionamento e pelas políticas
de amortizações e provisões, pelo efeito conjunto da redução relativa da margem bruta com o
crescimento das amortizações.
O Grau Financeiro de Alavanca (RO/RL) cresce de 1,73 para 2,38 entre (N) e (N+1), indicando
aumento do nível de absorção do resultado operacional pelos custos e perdas financeiras.
Autofinanciamento:
O autofinanciamento da empresa está traduzido nos seus Meios Libertos Líquidos (ver DOAF)e
provém de três fontes essenciais: Resultados Líquidos do Exercício (que, no caso, se assumem
como integralmente retidos), variação (ou seja, a diferença dos acumulados de (N+1) – (N)) das
Amortizações Acumuladas (ver Balanços, contas 48.) e variação (ou seja, a diferença dos
acumulados de (N+1) – (N) ) das Provisões Acumuladas (ver Balanços, contas 19., 28., 29., 39. e
49.).
Os Meios Libertos Líquidos em (N+1) são de 8.512 u.m., conforme consta da Demonstração das
Origens e Aplicações de Fundos.
Bibliografia Consultada
BORGES, António e Martins Ferrão, A Contabilidade e a Prestação de Contas, Ed. Rei dos Livros,
2002;
MOREIRA J.A. Cardoso, Análise Financeira de Empresas - da teoria à prática, Ed. BDP - Bolsa de
Derivados do Porto (IMC), 1997;
NEVES, J. Carvalho das, Análise Financeira - métodos e técnicas, Vol.I, Ed. Texto, 2000.
Glossário
A C
Activo Capitais alheios
Conjunto dos bens e direitos da empresa, Responsabilidades perante terceiros
expresso no lado esquerdo do balanço. (emprestadores ou credores da empresa)
também designados por Origens financeiras
Amortização
ou Passivo.
Valor da depreciação de um activo (se
relacionada com o imobilizado) ou Capital circulante
pagamento por conta (se relacionada com Diferença entre os valores do activo
dívida financeira). circulante e do passivo a curto prazo.
Análise financeira Capital próprio
Aplicação de metodologias para dominar, O conjunto do capital social, das reservas e
interpretar e caracterizar acontecimentos e dos resultados. Figura, juntamente com o
previsões relativos ao conjunto dos passivo, no lado direito do balanço.
financiamentos (de origem própria e alheia)
Custos
à disposição da empresa e aos
Fluxos financeiros de saída, que exprimem
investimentos (utilizações expressas em
usos ou consumos (de materiais,
activos) que destes são feitas.
equipamentos e serviços) directamente
Aplicações de fundos relacionados com a produção (de bens e
São os aumentos de activos e as serviços) no âmbito da actividade corrente.
diminuições de passivos e de capitais
próprios. Designação genérica dos activos,
D
na acepção financeira. Demonstração das origens e aplicações de
fundos (DOAF)
Autofinanciamento Instrumento de análise estratégica no qual
Capacidade de prover necessidades se explicam as variações dos fluxos
financeiras por meios próprios. financeiros, entre balanços consecutivos.
Autonomia financeira Despesas
Grau de cobertura assegurado pelos capitais Compromissos de desembolso em que a
próprios para o investimento global realizado empresa incorre na aquisição de bens ou
pela empresa, expresso no volume líquido serviços, para fins variados da sua
do seu activo total. actividade.
B E
Balanço funcional Endividamento
Demonstração financeira através da qual se Grau das responsabilidades assumidas para
faz a análise do equilíbrio financeiro da com terceiros, relativamente ao montante
empresa. Quando utilizado no planeamento dos capitais próprios.
financeiro com finalidades normativas
chama-se ‘balanço esquemático’. Equilíbrio financeiro
Indicador que exprime a relação entra
Balanço exigibilidade dos capitais que financiam a
Demonstração financeira dos valores empresa e a liquidez dos activos que estão
patrimoniais da empresa (na terminologia a ser financiados.
jurídico-contabilística) ou do valor global dos
seus investimentos e da forma como foram Estratégia
Orientação seguida pela empresa e
financiados (na perspectiva financeira).
estrutura de objectivos que orientam as suas
actividades no médio/longo prazo.
O Receitas
Origens de fundos Presunção de recebimentos a prazo,
Tecnicamente são os aumentos de passivos traduzida em direitos sobre terceiros.
e de capitais próprios e as diminuições de
Recursos financeiros
activos. Financiamentos (por capitais
Crédito obtido de terceiros (em geral, banca,
próprios ou alheios) mobilizados pela
fornecedores, estado ou outros credores).
empresa.
Rendibilidade
P
Resultado de um negócio ou actividade, em
Pagamentos
valor absoluto ou em rácio.
Regularizações monetárias de despesas
efectuadas. Resultados
Diferença entre proveitos e custos de um
Passivo
negócio ou actividade.
Conjunto das responsabilidades patrimoniais
da empresa perante terceiros (o mesmo que Risco
capitais alheios). Figura, juntamente com o Expressão quantitativa da verificação de
capuital próprio, no lado direito do balanço. uma determinada ocorrência.
Políticas (da empresa) Rotação (de activos)
Orientações normativas da empresa com Relação entre o volume financeiro das
vistas à obtenção de resultados. vendas num determinado período e um
determinado volume de capital aplicado
Ponto morto económico
(p.ex., Na globalidade do activo líquido, em
Nível de facturação para o Ponto morto
stocks, em activos fixos, etc.).
ponto ponto morto económico (ou breakeven
point): nível de facturação para o qual o S
resultado de exploração é zero e que Simulação
exprime o ‘equilíbrio’ entre os proveitos Criação de condições (limitadas) de
gerados por uma actividade e os custos que aproximação a uma determinada realidade,
lhe são associados, ou limite de actividade para calcular valores.
abaixo do qual a empresa tem resultados Solvabilidade
operacionais negativos. Capacidade da empresa para satisfazer e
Preparação das contas para análise assumir compromissos no médio/longo
Procedimento através do qual se faz a prazo.
transformação das demonstrações V
contabilísticas em demonstrações Viabilidade
financeiras, tendo em vista a obtenção do Continuidade assegurada para uma
valor fiel e verdadeiro da empresa em actividade ou negócio, na sua dupla vertente
análise. económica e financeira
Proveitos
Fluxos financeiros de entrada, provenientes
da venda de bens ou serviços prestados.
R
Rácios
Indicadores em valor relativo (em geral
quociente ou produto de dois ou mais
indicadores em valor absoluto).
Recebimentos
Regularizações monetárias de receitas
geradas.