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IEFP - ISG

Ficha Técnica

Colecção MANUAIS PARA APOIO À FORMAÇÃO EM CIÊNCIAS EMPRESARIAIS

Título Análise Financeira e Gestão Orçamental


Suporte Didáctico Guia do Formador
Coordenação e Revisão Pedagógica IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional -
Departamento de Formação Profissional
Coordenação e Revisão Técnica ISG – Instituto Superior de Gestão
Autor Carlos Saraiva Alves/ISG
Capa IEFP
Maquetagem ISG
Montagem ISG
Impressão e Acabamento JERAMA – Artes Gráficas, Lda.
Propriedade Instituto do Emprego e Formação Profissional, Av. José
Malhoa, 11 1099-018 Lisboa
Edição Portugal, Lisboa, Dezembro de 2004
Tiragem 100 exemplares
Depósito Legal 218231/04
ISBN 972-732-930-6

Copyright, 2004
Todos os direitos reservados ao IEFP
Nenhuma parte deste título pode ser reproduzido ou transmitido,
por qualquer forma ou processo sem o conhecimento prévio, por escrito, do IEFP

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador


ÍNDICE GERAL IEFP

Índice Geral

1. Objectivos Globais do Guia.............................................................................................................................. 1


2. Pré-Requisitos .................................................................................................................................................. 2
3. Perfil do Formador............................................................................................................................................ 3
4. Campo de Aplicação do Guia........................................................................................................................... 4
5. Plano de Desenvolvimento do Módulo/das Unidades Temáticas.................................................................... 5
6. Orientações Metodológicas Recomendadas ................................................................................................... 7
7. Recursos Didácticos......................................................................................................................................... 8
8. Bibliografia Recomendada ............................................................................................................................... 9

I. A ANÁLISE FINANCEIRA ........................................................................................... 11


1. Resumo ............................................................................................................................................... 13
2. Plano das Sessões.............................................................................................................................. 14
3. Actividades/Avaliação ......................................................................................................................... 16
4. Transparências.................................................................................................................................... 20
5. Textos Complementares para o Formador ......................................................................................... 22

II. OS MÉTODOS ............................................................................................................ 23


1. Resumo ............................................................................................................................................... 25
2. Plano das Sessões.............................................................................................................................. 26
3. Actividades/Avaliação ......................................................................................................................... 28
4. Transparências.................................................................................................................................... 34
5. Textos Complementares para o Formador ......................................................................................... 38

III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE .............................................. 39


1. Resumo ............................................................................................................................................... 41
2. Plano das Sessões.............................................................................................................................. 43
3. Actividades/Avaliação ......................................................................................................................... 45
4. Transparências.................................................................................................................................... 51

IV. OS RÁCIOS............................................................................................................... 59
1. Resumo ............................................................................................................................................... 61
2. Plano das Sessões.............................................................................................................................. 64
3. Actividades/Avaliação ......................................................................................................................... 66
4. Transparências.................................................................................................................................... 72
5. Textos Complementares para o Formador ......................................................................................... 88

Análise Financeira e Gestão e Orçamental Guia do Formador


IEFP ÍNDICE GERAL

V. O EQUÍLIBRIO FINANCEIRO .................................................................................... 89


1. Resumo ............................................................................................................................................... 91
2. Plano das Sessões.............................................................................................................................. 93
3. Actividades/Avaliação ......................................................................................................................... 96
4. Transparências.................................................................................................................................. 104
5. Textos Complementares para o Formador ....................................................................................... 109

FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL............................................................................. 111

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .................................................................................. 133

GLOSSÁRIO................................................................................................................. 135

Guia do Formador Análise Financeira e e Gestão e Orçamental


APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP

1. OBJECTIVOS GLOBAIS DO GUIA

Este guia tem os objectivos seguintes:

Definir os pré-requisitos ou as habilitações mínimas aconselháveis para os formandos, sem


as quais, seria muito difícil atingirem os objectivos de aprendizagem propostos;

Especificar as habilitações académicas, a formação específica, as competências


pedagógicas e a experiência profissional dos formadores (M/F) do módulo Análise
Financeira e Gestão Orçamental;

Apoiar os formadores na planificação e desenvolvimento das sessões;

Auxiliar os formadores na sua função de orientadores e facilitadores das aprendizagens,


diversificando instrumentos e actividades, contribuindo para a motivação e orientação da
aprendizagem dos formandos;

Disponibilizar informação coadjuvante que contribua para que os formandos atinjam os


seguintes objectivos de aprendizagem:

• Identificar os objectivos da análise financeira;

• Distinguir a análise estática da análise dinâmica;

• Preparar os elementos-base para a análise financeira;

• Aplicar diversos rácios;

• Identificar as bases do equilíbrio financeiro;

• Reconhecer os princípios básicos da gestão orçamental.

Seleccionar métodos e técnicas mais adequados e eficazes em função dos grupos alvo e
dos objectivos pedagógicos definidos.

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 1


IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO

2. PRÉ-REQUISITOS

O formando deve assegurar as condições de acesso seguintes:

Idade igual ou superior a 17 anos;

Habilitações escolares mínimas: 11º ano de escolaridade ou equivalente.

2 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental


APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP

3. PERFIL DO FORMADOR

O formador (M/F) deve estar habilitado com licenciatura ou bacharelato na área da gestão, deve ter
formação sólida em contabilidade e análise financeira, preferencialmente com especialização ou
pós-graduação na área financeira. De igual modo, deve possuir experiência profissional mínima de
três anos, preferencialmente na área da contabilidade.

O formador (M/F) deve possuir certificado de aptidão profissional emitido pelo IEFP, garantia de
que possui competências pedagógicas para exercer a actividade de formação.

O formador (M/F) deve, ainda, revelar capacidades para entusiasmar os formandos, despertando-
lhes o interesse para os temas a abordar, alertando-os para os conceitos e ideias-chave das
unidades temáticas, apoiando-os em todo o processo da aprendizagem, propondo-lhes actividades
para desenvolverem em sala de aula e/ou em casa.

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 3


IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO

4. CAMPO DE APLICAÇÃO DO GUIA

Este guia destina-se a orientar a formação profissional específica na área da Análise Financeira e
Gestão Orçamental.

Modalidades de Formação Qualificação Inicial e


Profissional

Área Profissional Serviços Comerciais,


Administrativos e Financeiros

Família Profissional Serviços Administrativos,


Contabilísticos e Financeiros

Curso de Formação Técnico de Contabilidade

(Nível 3)

Saída Profissional Técnico de Contabilidade

(Nível 3)

4 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental


APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP

5. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO MÓDULO/DAS UNIDADES TEMÁTICAS

Unidades Temáticas Objectivos Duração

(horas)

1. A Análise Financeira Definir a Análise Financeira e o seu


campo de aplicação;

Descrever o âmbito da função financeira


evidenciando a sua importância;

Identificar os objectivos a atingir com a


análise;

Caracterizar a Análise Financeira como 4h


um conjunto de funções complexas:
Gestão das Disponibilidades,
Rendibilidade e Equilíbrio, Estruturação
Financeira, Processo Estratégico e
Controlo Económico-Financeiro.

2. Os Métodos Distinguir os tipos de fluxos económicos


da empresa;

Enunciar os métodos da Análise


Financeira;
4h
Caracterizar o método da análise
estática;

Caracterizar o método da análise


dinâmica.

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 5


IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO

Unidades Temáticas Objectivos Duraçã


o
(horas)
3. Preparação dos Fundamentar a necessidade de
elementos para preparação dos elementos para análise;
análise
Explicar o modo de preparação e de
apresentação das contas para análise;
Fazer a preparação das contas de balanço
e de resultados; 12h
Elaborar a Demonstração de Origens e
Aplicações de Fundos.

4. Rácios Apresentar o método dos rácios;


Explicar as vantagens e os limites da
aplicação de rácios;
15h
Caracterizar os principais tipos de rácios.

5. O Equilíbrio Definir o equilíbrio financeiro e os seus


Financeiro elementos fundamentais;
Explicar o que se entende por Fundo de
Maneio Líquido;
Elaborar o cálculo do Fundo de Maneio 15h
Líquido;
Saber controlar o Fundo de Maneio
Líquido.

Duração Total do Módulo


50h

6 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental


APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP

6. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS RECOMENDADAS

O formador deve procurar alternar sessões expositivas de curta duração (cerca de 30


minutos) com actividades pedagógicas estruturantes, como resolução de exercícios práticos
e análise de temas ou casos em grupo, com apresentação das respectivas conclusões.

Durante cada exposição, o formador poderá ilustrar os conceitos com exemplos.

No final de cada sessão, o formador deve incentivar os formandos a resolver as questões


propostas no fim de cada unidade temática do Guia do Formando, ainda não abordadas nas
sessões presenciais.

Poderá ser utilizado software específico para apoiar a aprendizagem.

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 7


IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO

7. RECURSOS DIDÁCTICOS

Software de apoio:

- MS Office 97 ou posterior (Word, Excel, Acess, PowerPoint, Outlook).

Um PC por cada 3 ou 4 formandos com a configuração mínima seguinte:

- Processador a 110 Mhz ou superior;

- 12 Mb de RAM ou superior;

- Disco rígido com pelo menos 40 Mb disponíveis;

- Leitor de diskettes 3,5’’ e de CR-ROM ou DVD;

- Placa gráfica;

- Monitor policromático;

- Placa de som;

- Placa de rede;

- Sistema operativo Windows 98 ou 2000/NT.

Uma impressora ligada à rede;

Um vídeo-projector (datashow);

Um retroprojector (com uma lâmpada sobressalente);

Um quadro de parede e marcadores (4 cores);

Um écran.

8 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental


APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP

8. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

BODIE Zvi & Robert C. Merton, Finance, Prentice Hall, 2002;

BORGES, António e Martins Ferrão, A Contabilidade e a Prestação de Contas, Ed. Rei dos Livros,
2002;

BREALEY Richard A. & Stewart C. Myers, Princípios de Finanças Empresariais, McGraw-Hill de


Portugal, 2002;

MENEZES H. Caldeira, Princípios de Gestão Financeira, Ed. Presença, 1999;

MOREIRA J.A. Cardoso, Análise Financeira de Empresas - da teoria à prática, Ed. BDP - Bolsa de
Derivados do Porto (IMC), 1997;

NEVES, J. Carvalho das, Análise Financeira - métodos e técnicas, Vol.I, Ed. Texto, 2000.

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 9


I. A ANÁLISE FINANCEIRA

ANÁLISE FINANCEIRA
E
GESTÃO ORÇAMENTAL
I. A ANÁLISE FINANCEIRA IEFP

1. RESUMO

Análise financeira é a aplicação de metodologias para dominar, interpretar e caracterizar


acontecimentos e previsões relativos ao conjunto dos financiamentos (próprios e alheios) à
disposição da empresa e aos investimentos (utilizações expressas em activos) que destes são
feitos.
A análise financeira aplica-se aos acontecimentos com relevância económica (relativos à formação
de excedentes, margens e resultados) e financeira (respeitantes ao efeito do tempo sobre o valor
do património), quer tenham sido verificados no passado, quer respeitem a estudos e previsões a
verificar hipoteticamente no futuro.
Para fazer a análise financeira é necessário dispor da informação contabilística devidamente
organizada e com arquivos e registos em dia.
No âmbito da função financeira sublinha-se que a empresa tem que ter competência estratégica
(aptidão para cumprir a missão que lhe está atribuída e dar corpo às suas finalidades, num quadro
de valores partilhados), competência económica (capacidade para participar nos mercados e de
realizar negócios, obtendo rendibilidades positivas e de acordo com os níveis esperados) e
competência monetária ( capacidade para gerar, através da actividade normal, fluxos positivos de
tesouraria, ao longo do tempo e de forma sistemática).
O carácter geralmente interveniente da função financeira – presente em todas as decisões da
empresa – realiza-se, no fundamental, através da análise, na qual se apoia o exercício interactivo
de um conjunto de funções complexas, essenciais à estrutura.
A análise financeira é essencial para assegurar a gestão das disponibilidades, isto é, garantir que a
empresa disponha dos meios monetários necessários à sua exploração, ao menor custo e, tanto
quanto possível, sem aumentar o custo do endividamento perante terceiros.
A análise financeira utiliza-se para a análise e controlo da rendibilidade e do equilíbrio, condições
fundamentais de credibilidade, aceitação e integração da empresa no meio em que exerce
actividade.
A optimização dos fluxos de capitais e dos efeitos (de remuneração e outros) que lhes são
associados, no sentido da maximização do valor da empresa, constituem o objecto da análise para
a estruturação financeira – uma questão com profundas conexões com o processo estratégico.
A função financeira integra-se na estratégia global da empresa, participando na elaboração do
diagnóstico, na formulação estratégica, na definição das opções, na implementação dos planos e
no seu controlo.
A informação económica de controlo é a que incide sobre o desempenho operacional das diversas
funções da empresa e permite avaliar da sua eficiência na utilização dos recursos e da respectiva
contribuição para a formação dos resultados.
A informação financeira de controlo é a que se reporta à utilização eficiente dos fluxos de capitais
(créditos obtidos, cobranças, fundos próprios, etc.) que apoiam as actividades da empresa.
O controlo exerce-se na empresa do topo à base e os meios que mobiliza devem estar de acordo
com as necessidades e a importância estratégica e operacional das actividades.
A análise financeira presta igualmente contributo importante na motivação e desenvolvimento das
estruturas, proporcionando aos quadros da empresa um melhor conhecimento dos negócios e da
gestão operacional, através da informação e do controlo orçamental.

I
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 13
IEFP I. A ANÁLISE FINANCEIRA

2. PLANO DAS SESSÕES

Conteúdo Metodologia Duração

(minutos)

1. A análise e a Exposição:
função financeira
Introduzir a definição de Análise Financeira;
2. Campo de
Apresentar o âmbito da função financeira;
Aplicação da
Análise Evidenciar a aplicação da Análise Financeira e o
Financeira seu objectivo principal;
90m
Introduzir alguns conceitos importantes, tais como
origens de fundos, aplicações de fundos,
rendibilidade e equilíbrio financeiro.

Os formandos, reunidos em grupo, devem debater


o conceito apresentado, sendo o objectivo
posicionar a Análise Financeira no contexto sócio-
económico do século XXI.

As conclusões dos debates são apresentadas


30m
pelo porta-voz de cada grupo.

I
14 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
I. A ANÁLISE FINANCEIRA IEFP

Conteúdo Metodologia Duração

(minutos)

3. Objectivos da Exposição:
Análise
Posicionar a Análise Financeira como um dos
Financeira
principais instrumentos da Gestão Financeira;
3.1. Gestão das 90m
Estruturar o conjunto de funções inerentes à
Disponibilidades
Análise Financeira.
3.2. Rendibilidade e
Equilíbrio

Os formandos, reunidos em grupo, devem debater


3.3. Estruturação
a importância da Análise Financeira como uma
Financeira
das actividades desenvolvidas no âmbito da
3.4. Processo função financeira, as suas funções e o seu
Estratégico posicionamento como fonte de vantagem
competitiva. 30m
3.5. Controlo
Económico- As conclusões dos debates são apresentadas
Financeiro pelo porta-voz de cada grupo.

I
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 15
IEFP I. A ANÁLISE FINANCEIRA

3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO

1. O que é a análise financeira?

Resolução:
Análise financeira é a actividade que prepara e dá suporte à gestão financeira da empresa.
Consiste na aplicação de metodologias para interpretar, caracterizar e dominar acontecimentos
e previsões relativos aos meios financeiros à disposição da empresa para o desenvolvimento
das suas actividades e às utilizações que destes são feitas.
Trata-se, em suma, de extrair informações e elaborar conclusões de natureza económico-
financeira e fundamentais para a gestão, a partir de dados relativos às contas de uma
organização, criteriosamente seleccionados e especificamente preparados para o efeito.

2. Como se designam os meios financeiros à disposição da empresa?

Resolução:
Os “meios financeiros à disposição” designam-se genericamente por origens de fundos ou
financiamento.

3. Que agregados de contas do POC formam as origens de fundos?


Resolução:
Compreendem os ‘capitais próprios’ e o ‘passivo’ (que agrupa as diversas naturezas de capitais
alheios).

4. Que grupos de contas do POC respeitam às aplicações de fundos?


Resolução:
Compreendem todas as rubricas do ‘activo’ (por grandes grupos de naturezas: imobilizado,
existências, crédito concedido a terceiros e disponibilidades).

5. O que é a estrutura financeira e como se organiza?


Resolução:
A estruturação financeira representa o ajustamento sistemático e permanente dos fluxos de
liquidez e exigibilidade. A estrutura financeira da empresa encontra-se expressa nos dois ramos
do balanço. Desdobra-se em: ‘estrutura de investimento’ (também designada por ‘aplicações’ ou
‘activos’) e ‘estrutura de financiamento’ (que se designa também por ‘origens’ ou ‘capitais’).

I
16 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
I. A ANÁLISE FINANCEIRA IEFP

6. O que é a estrutura de capitais e quais as suas principais rubricas?


Resolução:

À estrutura de financiamento está associada a característica de exigibilidade – capacidade de,


num certo espaço de tempo, cada um dos seus componentes ser devolvido às entidades que
os emprestaram. A exigibilidade é traduzida em dias (por exemplo, o pagamento será exigível a
x dias). Também aqui há excepções a assinalar - os capitais colocados pelos sócios na
empresa não se destinam a ser devolvidos, como se de empréstimos se tratasse. Ficam na
empresa para apoiar a sua actividade e são até reforçados, com lucros não distribuídos. Estes,
são considerados como capitais sem exigibilidade.

7. O que é a estrutura de investimento e que agregados de contas a constituem?


Resolução:
A estrutura de investimento agrupa as aplicações financeiras - o conjunto de bens e direitos
que a empresa utiliza no desenvolvimento da sua actividade (equipamentos, stocks, crédito a
clientes, dinheiro). A estrutura de capitais consiste nas origens financeiras –os capitais dos
sócios e os que são provenientes do crédito concedido por outros (bancos, fornecedores,
estado).
À estrutura de investimento está associada a característica de liquidez – capacidade de, num
certo espaço de tempo, cada um dos seus componentes se transformar em meios monetários.
A liquidez é traduzida em dias (por exemplo, o recebimento far-se-á a x dias, a rotação dos
stocks de matérias-primas é de y dias).
Há excepções a isto, que devemos apontar. Assim, o imobilizado (os bens de equipamento e
outros) não tem directamente associada a condição de liquidez, porque não se destina a ser
vendido, mas sim utilizado para produzir. Os meios monetários em caixa e bancos, já
constituem liquidez por si mesmos.

8. A que tipo de acontecimentos se aplica a análise financeira?


Resolução:
A análise financeira aplica-se aos acontecimentos com relevância no plano económico (ou da
criação de excedentes) e no plano financeiro (ou respeitantes ao efeito do tempo sobre o valor
patrimonial). Quer já tenham sido verificados (como sejam, resultados obtidos em negócios,
contas de exercícios terminados, comportamentos de custos ou dos proveitos num dado
período, formação de stocks, crédito concedido a terceiros e outros), quer a estudos e previsões
de acontecimentos a verificar hipoteticamente no futuro (como sejam, desenvolvimento de
actividades, abertura de mercados, financiamentos, aplicações de capital, admissão de novos
sócios, aumentos de capital, concessão de crédito a clientes, oportunidades de novos negócios
e outros).

9. De que elementos é necessário dispor para efectuar a análise financeira da empresa?


Resolução:
Para fazer a análise financeira é necessário dispor (e, por vezes, observar em detalhe) de
correcta informação contabilística, pelo que se torna necessário que esta actividade esteja
devidamente organizada e com os seus arquivos e registos absolutamente em dia.

I
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 17
IEFP I. A ANÁLISE FINANCEIRA

10. Qual é o objectivo principal da análise financeira?


Resolução:

A análise financeira tem como principal objectivo a gestão financeira da empresa.

11. Quais as funções próprias da área financeira, que se apoiam na análise?


Resolução:

• Gestão das disponibilidades;

• Rendibilidade e equilíbrio;

• Estruturação financeira;

• Processo estratégico;

• Controlo económico-financeiro.

12. O que é a gestão das disponibilidades?


Resolução:

Gerir as disponibilidades é garantir os meios monetários necessários à exploração, ao menor


custo e sem aumentar o endividamento perante terceiros.
13. O que se entende por rendibilidade?
Resolução:
É a capacidade de gerar lucros com o desenvolvimento da actividade da empresa.
14. O que se entende por equilíbrio financeiro?
Resolução:
É a aptidão para fazer corresponder permanentemente os meios monetários disponíveis à
satisfação dos compromissos de pagamento assumidos com terceiros.

15. Porque é que a rendibilidade e o equilíbrio financeiro são importantes?


Resolução:
1. Porque dá aos seus clientes uma indicação de continuidade e crescimento que é favorável à
qualidade, à redução dos custos e dos preços e ao aperfeiçoamento das relações de
mercado;
2. Porque dá aos seus fornecedores a segurança de colocação de produtos e serviços, com
pagamento nas condições contratadas, dá aos bancos sinais de boa gestão, de potencial
alargamento dos negócios e de viabilidade;
3. Porque dá aos seus empregados segurança e motivação para trabalharem com qualidade e
de forma produtiva;
4. Porque dá à região em que está localizada sinais de empregabilidade e contributo social;
5. Porque garante ao estado o cumprimento correcto e atempado das suas obrigações sociais
e contributivas de modo geral.

I
18 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
I. A ANÁLISE FINANCEIRA IEFP

16. O que é a estruturação financeira e que relação tem com a análise?


Resolução:
A estruturação financeira representa o ajustamento sistemático e permanente dos fluxos de
liquidez e exigibilidade. A definição e verificação das proporções adequadas dos capitais, das
formas correctas da sua utilização, do cálculo das remunerações (dividendos e juros) que lhes
serão devidas e a optimização destes fluxos, constituem o objecto da análise no que respeita à
estruturação financeira – uma questão que tem ligações profundas com a estratégia da
empresa.
17. Qual a intervenção da análise financeira no processo estratégico?
Resolução:
A função financeira integra-se na estratégia global da empresa, participando na elaboração do
diagnóstico, na formulação estratégica, na definição das opções a considerar, na
implementação dos planos e no seu controlo.
A análise financeira é essencial ao processo estratégico, desde o diagnóstico – definição dos
pontos fortes e fracos e das ameaças e oportunidades de que dispõe em mercado, para a
formulação da estratégia – às fases seguintes do processo (consideração das opções e
implementação estratégica) e às revisões necessárias.
Compete ao gestor financeiro fazer a tradução dos planos estratégicos em documentos
financeiros provisionais (balanços, demonstrações de resultados e de tesouraria) por forma a
que as decisões e os objectivos estratégicos sejam assumidos pelos quadros e por toda a
organização, com domínio adequado dos respectivos efeitos – em termos económicos,
financeiros e monetários.
18. O que significa controlo económico e financeiro?
Resolução:
Controlar a gestão significa dominar a informação económico-financeira relevante e intervir,
com a necessária antecipação, para que os objectivos sejam alcançados.
A informação económica é a que incide sobre o desempenho operacional das diversas funções
da empresa e permite avaliar da sua eficiência na utilização dos recursos e da respectiva
contribuição para a formação dos resultados.
A informação financeira é a que se reporta ao controlo e utilização eficiente dos fluxos de
capitais (créditos obtidos, cobranças, fundos próprios, etc.) que apoiam as actividades da
empresa.
19. A que nível da empresa se faz o controlo de gestão?
Resolução:
O controlo exerce-se do topo à base e os meios que mobiliza (humanos, técnicos, informáticos
e outros) devem estar de acordo com as necessidades relativas da gestão e a importância das
actividades controladas. O controlo foca, fundamentalmente, o processo de criação de valor da
empresa.

20. Porque é que a análise pode contribuir para motivar e desenvolver?


Resolução:

Proporciona um melhor conhecimento dos negócios e da gestão, através do sistema de


informação e do controlo estratégico e orçamental.

I
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 19
IEFP I. A ANÁLISE FINANCEIRA

4. TRANSPARÊNCIAS

A Análise Financeira – Definição

A Análise Financeira

“A Teoria Financeira consiste num conjunto de conceitos e de modelos de análise quantitativa


– os conceitos ajudam a organizar o pensamento sobre a melhor forma de utilizar recursos
disponíveis ao longo do tempo, e os modelos ajudam a avaliar alternativas, a tomar decisões e a
pô-las em prática.”
Zvi Bodie & Robert C. Merton
‘Finance’ Prentice Hall, New Jersey, 1998

A Função Financeira

A FU N Ç ÃO F IN A N C E IR A

T r ê s c o m p e tê n c ia s n e c e s s á r ia s :

E S T R A T É G IC A = > B A L A N Ç O

S O M O S - E s tru tu ra
O Q U E Q U E R E M O S S E R - F in a lid a d e s
V A M O S F A Z E R - V a lo r e s

E C O N Ó M IC A = > D E M O N S T R A Ç Ã O D E R E S U L T A D O S

P O L ÍT IC A S & N E G Ó C IO S
Q U E C U S T O S & P R O V E IT O S
R IS C O S & R E S U L T A D O S

M O N E T Á R IA = > D E M O N S T R A Ç Ã O D O S F L U X O S D E T E S O U R A R IA

G E R A D O R E S d e R E C E B IM E N T O S
Q U A IS O S
FLU XO S
G ER AD O R ES de PAG AM EN TO S

I
20 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
I. A ANÁLISE FINANCEIRA IEFP

FUNÇÕES DA ANÁLISE FINANCEIRA

FUNÇÕES DA ANÁLISE FINANCEIRA

GESTÃO DAS DISPONIBILIDADES

Objectivo:

Garantir os meios necessários à exploração, ao menor custo e sem aumentar o endividamento


perante terceiros.

RENDIBILIDADE E EQUILÍBRIO

Rendibilidade: Capacidade de gerar lucros com o desenvolvimento da actividade da empresa.


Equilíbrio: aptidão para fazer corresponder permanentemente os meios monetários disponíveis à
satisfação dos compromissos de pagamento assumidos com terceiros.

ESTRUTURAÇÃO FINANCEIRA

ACTIVO – Estrutura de Investimento


BALANÇO
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO – Estrutura de Financiamento

PROCESSO ESTRATÉGICO

Objectivo:

Diagnóstico - definição dos pontos fortes e fracos e das ameaças e oportunidades de que dispõe
no mercado, para a formulação da estratégia;

Implementação – consideração das opções e tomada de decisão;

Controlo – proceder às revisões necessárias apostando num controlo preventivo e dar feedback
aos intervenientes.

CONTROLO ECONÓMICO-FINANCEIRO

Objectivo: Dominar a informação económico-financeira relevante e intervir, com a necessária


antecipação, para que os objectivos sejam alcançados.

Nota: Cópias impressas na página 79 e seguintes

I
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 21
IEFP I- A ANÁLISE FINANCEIRA

5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR

• ANÁLISE FINANCEIRA

Vol. I - Técnicas Fundamentais

João Carvalho das Neves,

Texto Editora – Textos de Gestão

12ª edição. Lisboa, 2000

Parte I, INTRODUÇÃO

1. O que são Função Financeira e Análise Financeira.

Páginas 13 a 20.

• PRINCÍPIOS DE GESTÃO FINANCEIRA

H. Caldeira Menezes

Editorial Presença – Fundamentos

7ª edição, Lisboa, 1999.

INTRODUÇÃO

1. Preliminares

2. O diagrama dos fluxos financeiros

3. O balanço sintético (clássico)

Páginas 15 a 31.

I
22 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
II. OS MÉTODOS

ANÁLISE FINANCEIRA
E
GESTÃO ORÇAMENTAL
II. OS MÉTODOS IEFP

1. RESUMO

1 Os métodos da análise financeira aplicam-se ao estudo dos fluxos económicos da empresa e à


sua intervenção no processo de criação de valor .
2 Chamam-se fluxos económicos os movimentos de bens, serviços e meios monetários, da
empresa para o exterior e vice-versa.
3 Fluxos reais, são os fluxos económicos de bens e serviços e fluxos monetários são os fluxos
económicos de dinheiro, cheques ou meios equivalentes.
4 Despesas são compromissos assumidos com fornecedores e outros credores, para adquirir
equipamentos, bens para aprovisionar, bens para consumir e obter serviços, incluindo os
financeiros. Dão lugar a facturação (ou movimento equivalente) por parte de terceiros.
5 Receitas são direitos constituídos perante clientes e outros devedores, provenientes de: bens
vendidos, serviços prestados, aplicações financeiras ou património alienado. Geram proveitos
de diversa natureza.
6 Pagamentos são regularizações monetárias de despesas efectuadas. Recebimentos são
regularizações monetárias de receitas geradas.
7 Custos são utilizações e consumos de bens e serviços numa actividade produtiva. Proveitos são
entregas de bens ou prestações de serviços a terceiros, com emissão de factura ou documento
equivalente, sobre terceiros.
8 A metodologia da análise baseia-se no método científico e desenvolve-se em cinco fases:
Recolha da informação; análise e tratamento; formulação de hipóteses; validação; conclusões.
9 A diferenciação existente entre os sectores e unidades empresariais, as diferentes condições de
desenvolvimento económico, tecnológico, financeiro e social, bem como as finalidades distintas
dos trabalhos a efectuar, são factores explicativos da utilização de métodos diferenciados para
a análise.
10 Razões de simplificação teórica, permitem afirmar que existem dois métodos, sendo um deles
designado por “estático” (ou clássico) e o outro por “dinâmico” (ou de mudança), com
características distintas (na forma e no conteúdo).
11 Por razões de objectividade, rigor e economia, os métodos compatibilizam-se e ajustam-se às
finalidades do trabalho, por forma a proporcionar a máxima aderência, relativamente ao
ambiente a que se aplica a análise.
12 Na análise estática (clássica): contas de períodos longos (anuais ou semestrais). Balanços
corrigidos para evidenciar reservas ocultas e introduzir prudência (provisões, amortizações).
Indicadores simples (estrutura, rendibilidade, equilíbrio). Óptica bancária. Comparação sectorial
de indicadores.
13 Na análise dinâmica (de mudança): contas de períodos curtos (trimestrais ou mensais) para
análise das variações dos fluxos. Balanços corrigidos para evidenciar o valor da empresa.
Indicadores compostos (articulação complexa de rácios). Análise marginal. Óptica da gestão
estratégica (visão criativa do futuro).
14 A análise financeira moderna remete para a síntese dos métodos, com percepção ampla da
empresa e do seu meio envolvente, compatibilização inteligente de processos e observação
rigorosa de procedimentos (onde necessário).

II
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 25
IEFP II. OS MÉTODOS

2. PLANO DAS SESSÕES

Conteúdo Metodologia Duração

(minutos)
Exposição:
1. Fluxos Caracterizar os diferentes tipos de fluxos
económicos da económicos da empresa (transparência 2.1.);
empresa Explicar a diferença entre despesas, receitas, 30m
pagamentos, recebimentos, custos e proveitos.

Os formandos, reunidos em grupo, devem


exemplificar situações que permitam diferenciar
Despesas e Receitas, Pagamentos e
Recebimentos e Custos e Proveitos.
30m
Os exemplos são apresentados pelo porta-voz de
cada grupo.

Exposição:
1. Bases Enunciar as cinco fases que servem de base ao
metodológicas método da Análise Financeira;
da Análise Descrever sumariamente cada uma dessas fases 60m
Financeira (transparência 2.2. e 2.3.)

1.1. Recolha de
informação
1.2. Análise e
tratamento da
informação
Os formandos, em grupo, devem discutir o tema,
1.3. Formulação de apresentar a sua opinião bem como formas
hipóteses complementares de tornar o método da Análise
1.4. Validação das Financeira mais adaptado às circunstâncias
hipóteses concretas de actividades diferenciadas (p.ex.,
distinguir a grande empresa e a PME). 30m
1.5. Conclusões e
As conclusões são apresentadas pelo porta-voz
recomendações de cada grupo.

II
26 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
II. OS MÉTODOS IEFP

Conteúdo Metodologia Duração

(minutos)

2. O método de Exposição:
análise estática
Caracterizar o método de análise estática, a sua
3. O método de orientação e utilização;
análise dinâmica
Caracterizar o método de análise dinâmica, a sua
orientação e utilização; 60m

Sublinhar a importância da utilização do método


de análise estática e do método de análise
dinâmica no contexto actual de mudança
permanente.

Os formandos, reunidos em grupo, devem debater


as diferenças substanciais entre os dois métodos
enunciados e a necessidade crescente da
empresa recorrer a ambos em simultâneo.
30m
As conclusões são apresentadas pelo porta-voz
de cada grupo.

II
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 27
IEFP II. OS MÉTODOS

3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO

1. O que são fluxos económicos da empresa?


Resolução:
Chamam-se fluxos económicos os movimentos de bens, serviços e meios monetários, da
empresa para o exterior e vice-versa.

2. Que tipos de fluxos económicos distingue?


Resolução:
Quando esses fluxos são constituídos por ‘bens e serviços’, são ‘fluxos reais’ e ocasionam
‘despesa’ (se a empresa os adquire) ou ‘receita’ (se a empresa os vende). Quando esses
fluxos são constituídos por ‘meios monetários’ (dinheiro, cheques ou meios equivalentes) são
designados por ‘fluxos monetários’ e geram ‘pagamentos’ (ou desembolsos) ou ‘recebimentos’
(embolsos).

3. Explique a diferença entre despesa, receita, pagamento e recebimento.


Resolução:

Despesas e receitas
As ‘despesas’ das empresas são compromissos, em geral assumidos para com fornecedores e
destinam-se a:
Adquirir equipamentos (imobilizado);
Adquirir bens para aprovisionar (existências);
Pagar serviços;
Adquirir bens para consumo (imediato ou quase imediato).
As despesas das empresas são facturadas pelos fornecedores/credores.
As ‘receitas’ das empresas são direitos, em geral constituídos perante clientes e provém de: (i)
facturação de bens ou serviços prestados; (ii) alienação de património. As receitas das empresas
dão lugar à emissão de facturas, a enviar aos seus clientes/devedores.

Pagamentos e recebimentos

Os ‘pagamentos’ representam a regularização monetária (no imediato ou no futuro) das


despesas efectuadas. São saídas em dinheiro, por cheques emitidos ou transferências
bancárias.

Os ‘recebimentos’ representam a regularização monetária (no imediato ou no futuro) das receitas


geradas. São entradas em dinheiro ou por cheques recebidos.

II
28 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
II. OS MÉTODOS IEFP

4. O que são custos e proveitos?


Resolução:
Custos e proveitos
Os ‘custos’ são gerados pela utilização e consumo (dos bens ou dos serviços) numa actividade
produtiva. Os valores que se registam como ‘custos’, ou são de bens e serviços directamente
adquiridos para a produção, ou (no caso das matérias-primas e dos bens intermédios) respeitam a
saídas de ‘stocks’ anteriormente aprovisionados, para uma finalidade específica (fabricar um
produto, reparar um equipamento, realizar uma tarefa administrativa, etc.).
A distribuição analítica dos ‘custos’ pelas actividades em que são incorporados é uma ‘imputação
ou distribuição de custos’ (uma forma de débito interno).
Os “proveitos” são gerados pela entrega de bens ou pela prestação de serviços a terceiros (aqueles
com quem temos transacções). Os valores que se registam como ‘proveitos’ têm associada a
emissão de uma factura (ou documento equivalente, como é o caso da nota de débito para certos
casos especiais).
A distribuição analítica dos ‘proveitos’ pelas actividades geradoras, chama-se ‘imputação ou
distribuição de proveitos’ (uma forma de crédito interno).

5. Enuncie as cinco fases de desenvolvimento do método da análise financeira.


Resolução:
As bases metodológicas da análise financeira assentam nos princípios gerais do método
científico, desenvolvendo-se em cinco fases:

1 Recolha da informação.

2 Análise e tratamento da informação.

3 Formulação de hipóteses.

4 Validação das hipóteses.

5 Conclusões e recomendações.

6. Qual a aplicação dos métodos de análise financeira?


Resolução:
Os métodos da análise financeira destinam-se a assegurar a máxima compreensão por parte de
não-especialistas (como são, afinal, a maioria dos gestores de empresa) no que se refere aos
procedimentos, recomendações e conclusões da análise.

7. Porque é que os métodos de análise devem ajustar-se às finalidades?


Resolução:
A par do rigor e credibilidade técnica (no plano nacional e internacional) que deve assegurar, a
análise financeira deve também proporcionar apoio para as decisões empresariais na vertente
económico-financeira, considerando condições concretas de complexidade de estruturas e de
negócios, de desenvolvimento dos mercados e de globalização das economias.

II
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 29
IEFP II. OS MÉTODOS

8. Em que consiste a recolha da informação para análise?


Resolução:
A informação base da análise é proveniente da contabilidade: balanços, demonstrações de
resultados e outra informação relevante (como sejam, os balancetes, os contratos de
financiamento, relatórios e anexos às contas).

9. Como se procede na fase da análise e tratamento da informação?


Resolução:
Em geral recolhe-se informação de dois ou três períodos (anos, trimestres, semestres)
anteriores, dependendo do período a abranger e do trabalho final a apresentar.
Existe outra informação (não contabilística) também importante, como os orçamentos e planos,
os organigramas, o quadro de pessoal, o absentismo, os volumes de produção e consumos
associados (matérias-primas, embalagem, etc.), os produtos e serviços da empresa, as quotas
de mercado, o controlo de qualidade e outras.
Finalmente, obtém-se informação sectorial (que a empresa, de um modo geral, tem, ou que se
pode obter através das associações do sector ou das centrais de balanços dos grandes
bancos), ou seja, dados sobre a concorrência, estatística actualizada, estrutura de custos e
proveitos do sector, níveis de investimento e crédito.

A informação recolhida é ordenada, classificada e seleccionada, de forma criteriosa e para


servir, de modo expedito e eficiente, as finalidades do trabalho que se deseja executar.

As demonstrações financeiras obtidas da contabilidade são verificadas, para garantir que têm
correspondência com movimentos reais efectivamente feitos. Em seguida, procede-se à
introdução de correcções (por processos extra-contabilísticos) a fim de dar relêvo a
determinados aspectos considerados importantes na óptica da anállise a efectuar (ver: 2.3.
Métodos).
A partir das demonstrações (de períodos sucessivos) rectificadas e dos mapas demonstrativos
auxiliares que sobre as mesmas se preparam, trabalha-se um conjunto de indicadores, para o
estudo da situação económica e financeira.

10. Como e porque é que se formulam hipóteses sobre as contas em análise?


Resolução:
Formulam-se hipóteses por dois processos:

Recorrendo a comparações com o passado;

Criando cenários para o futuro, para servirem igualmente de elementos comparativos.

O passado da empresa (e do sector) está geralmente publicado (contas, anexos e relatórios de


gestão). O futuro, está nos planos a médio ou longo prazo, nas análises das associações sectoriais,
na própria visão dos gestores sobre a empresa.

Os problemas financeiros que possam ser encontrados, em geral não existem de ‘per si’. Decorrem
de dificuldades na área comercial, problemas de domínio tecnológico, questões entre pessoas,
formulação estratégica inadequada, posicionamento desajustado face à concorrência e outros.

II
30 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
II. OS MÉTODOS IEFP

Para dar conteúdo analítico-financeiro às hipóteses, deve-se trabalhar por tentativas e com grande
cuidado, para que não sejam emitidas opiniões destituídas de sentido e afastadas da realidade.

11. O que é a validação das hipóteses formuladas?


Resolução:
Validar é verificar compatibilidades e testar afirmações.

12. O que são as conclusões e recomendações da análise?


Resolução:

A apresentação das conclusões é o topo do trabalho. Sem conclusões, não se pode dizer que está
feita a análise financeira.

13. Como devem apresentar-se as conclusões e recomendações?


Resolução:

As conclusões apresentam-se por escrito e a sua validação deve ser feita, com os responsáveis da
empresa que foi objecto do trabalho, por forma a que exista o mais amplo esclarecimento entre as
partes (gestão da empresa e analista) acerca do trabalho efectuado.

É normal que o relatório de Conclusões contenha igualmente um conjunto de Recomendações, em


geral respeitantes à rectificação de procedimentos ou à introdução de medidas de controlo.

14. O que são métodos de análise financeira?


Resolução:

Os métodos da análise financeira destinam-se a assegurar a máxima compreensão por parte


de não-especialistas (como são, afinal, a maioria dos gestores de empresa) no que se refere
aos procedimentos, recomendações e conclusões da análise.

15. O que significa corrigir o balanço das ‘reservas ocultas’?


Resolução:

Parte das demonstrações contabilísticas fundamentais (balanço e demonstração de resultados)


corrigidas para evidenciar ‘reservas ocultas (activos subavaliados e custos sobreavaliados).

16. Qual é a orientação dominante do método clássico?


Resolução:

A análise financeira estática (ou clássica) é orientada para a visão da ‘empresa estável’, que
assegura sem grandes alterações a sua continuidade.

II
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 31
IEFP II. OS MÉTODOS

17. O que é que caracteriza o método de análise dinâmica ?


Resolução:
A análise financeira dinâmica (ou de mudança) é orientada para a gestão estratégica (a visão
criativa do futuro) e para o planeamento a curto prazo – e, portanto, para a visão da empresa
como um sistema com características próprias e movimentos próprios, diferenciados, de que a
componente financeira é parte integrante.
18. Porque é que se corrigem as contas ?
Resolução:
'A análise financeira é feita sobre documentos de natureza contabilística – o balanço e a
demonstração de resultados líquidos. No entanto, estes documentos não respondem por inteiro às
exigências da análise (...) Além disso, a concepção da normalização contabilística adere mais a
princípios jurídico-patrimoniais do que a princípios financeiros, pelo que será conveniente que os
analistas não se iludam com as aparências. Só um autêntico domínio da técnica contabilística, nos
campos teórico e prático, permite ao analista financeiro ter uma consciência das dificuldades e
implicações que os métodos contabilísticos podem ter sobre certas rubricas, alterando-lhes o
sentido financeiro.'
João Carvalho das Neves
Análise Financeira – métodos e técnicas.
Texto Editora, Lisboa, 1991.
A preparação das contas para a análise, é um procedimento necessário, através do qual se faz a
transformação das demonstrações contabilísticas em demonstrações financeiras, tendo em vista a
obtenção do valor fiel e verdadeiro da empresa em análise.

19. Que factores tornam recomendável a síntese dos métodos de análise?


Resolução:
Implica estruturas bastante organizadas, amplo domínio das actividades e negócios e gestão
empresarial avançada.

20. Porque razão se afirma que a análise financeira está ligada à economia?
Resolução:
A análise financeira moderna acompanha o desenvolvimento e a evolução da economia. Portanto,
os analistas aplicam-se criativamente na síntese dos métodos (estático e dinâmico) para garantir
que, em matéria de procedimentos, recomendações e conclusões, existe perfeita correspondência
com a complexidade das decisões necessárias à gestão.
A síntese dos métodos torna igualmente necessário que, como tarefa preparatória da análisese
estude o sector, se percebam os canais de negócio e o ambiente concorrencial, se faça uma
avaliação rápida da estrutura e dos sistemas de funcionamento, se percebam as estratégias e as
orientações da organização (ou seja, as suas políticas) para gerar resultados.

Na perspectiva em que actualmente se desenvolvem as actividades empresariais, a apreensão


correcta e integral dos acontecimentos é um processo de envolvimento pessoal continuado.

Este mesmo conceito é bastante apropriado para definir a actividade do analista financeiro, quer na
síntese metodológica, quer na aprendizagem dos seus resultados. O domínio global da análise é

II
32 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
II. OS MÉTODOS IEFP

um saber que nunca se pode assumir como adquirido na sua totalidade, que evolui ao ritmo normal
da mudança dos sistemas de informação.

Nota: Para um correcto posicionamento da empresa no mercado, esta deve acompanhar a


evolução da economia, o que na vertente financeira se traduz, nomeadamente, no
acompanhamento da evolução das taxas de juro, das cotações das acções, etc.
21. O que entende por ‘análise da concorrência’?
Resolução:
Dados sobre a concorrência, estatística actualizada, estrutura de custos e proveitos do sector,
níveis de investimento e crédito.

Exercício Prático:

Preparar um ‘diagnóstico rápido’ aplicável à empresa ‘PNTB,sa’, cujas contas vão ser adiante
analisadas (vide 3.5., 4.5. e 5.4.).

II
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 33
IEFP II. OS MÉTODOS

4. TRANSPARÊNCIAS

2.1. Fluxos da Empresa

FLUXOS da EMPRESA

Fluxos REAIS (de bens e serviços) Fluxos MONETÁRIOS

FORNECEDORES COMPRAS FORNECEDORES


Pagamentos
despesas Custos STOCKS (M.Prim.e Subs.)

PRODUÇÃO $ CAIXA & BANCOS $

Proveitos STOCKS (P.Interm.e Acab.)

CLIENTES VENDAS CLIENTES


Recebimentos
receitas
INVESTIMENTO

BASES METODOLÓGICAS
RECOLHA DA INFORMAÇÃO

Informação Contabilística: balanços, demonstrações de resultados, anexos, balancetes,


relatórios de contas, e outra informação relevante.
INTERNA
Informação Extra-Contabilística: orçamentos e planos, organigramas, quadro de
pessoal, absentismo, volumes de produção, quotas de mercado, e outra informação
relevante.

II
34 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
II. OS MÉTODOS IEFP

RECOLHA DA INFORMAÇÃO

Informação Sectorial: concorrência, estatísticas actualizadas, estrutura de custos e


EXTERNA
proveitos do sector, níveis de investimento e crédito, e outra informação relevante.

ANÁLISE E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO


Objectivo:
Ordenar, classificar e seleccionar, de forma criteriosa e para servir, de modo expedito e eficiente, as
finalidades do trabalho que se deseja executar.

FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES

- Evolução Histórica: Recorrer a comparações com o passado da empresa (e do sector)


- Análise Prospectiva: Criar cenários para o futuro, observar as tendências do mercado e a
própria visão dos gestores sobre a empresa

VALIDAÇÃO DAS HIPÓTESES


Objectivo:
Verificar compatibilidades, testar afirmações e rever aspectos parcelares, quando necessário.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Objectivo:

Apresentar as conclusões por escrito aos responsáveis da empresa, que por norma incluem um
conjunto de recomendações respeitantes à rectificação de procedimentos e/ou à introdução de
medidas de controlo.

II
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 35
IEFP II. OS MÉTODOS

2.1 Informação Contabilística:

Informação Contabilística: Balanço e Demonstração de Resultados

BALANÇO

A PERSPECTIVA 'Retrato' da situação


DA GESTÃO ECONÓMICA & FINANCEIRA
CORRENTE da empresa,

representativo do seu
VALOR PATRIMONIAL,
A PERSPECTIVA num determinado momento
JURÍDICA e nos termos de um
ordenamento jurídico apropriado,

expresso numa
A PERSPECTIVA ESTRUTURA FINANCEIRA
DA GESTÃO e num dado
ESTRATÉGICA quadro contingencial.

II
36 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
II. OS MÉTODOS IEFP

Informação Contabilística: Balanço e Demonstração de Resultados

PROVEITOS & CUSTOS


ANALISAM-SE ATRAVÉS DA

DEMONSTRAÇÃO de RESULTADOS
ou
CONTA de EXPLORAÇÃO

É o documento que explica


A EVOLUÇÃO dos RESULTADOS
num dado período

e através do qual se avalia


O DESEMPENHO ECONÓMICO

Formas sob as quais se apresenta:

por NATUREZA

por FUNÇÕES

Nota: Cópias impressas na página 79 e seguintes.

II
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 37
IEFP II- OS MÉTODOS

5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR

• ANÁLISE FINANCEIRA

Vol. I - Técnicas Fundamentais

João Carvalho das Neves,

Texto Editora – Textos de Gestão

12ª edição. Lisboa, 2000

Parte II, INSTRUMENTOS-BASE DA ANÁLISE FINANCEIRA

3. Documentos-base da Análise Financeira

Páginas 35 a 60.

II
38 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE

ANÁLISE FINANCEIRA
E
GESTÃO ORÇAMENTAL
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP

1. RESUMO

1. A preparação das contas para a análise, é um procedimento através do qual se faz a


transformação das demonstrações contabilísticas em demonstrações financeiras, tendo em
vista a obtenção do valor fiel e verdadeiro da empresa em análise.

2. O processo decorre em duas fases: rectificação e verificação, para corrigir resultados, rever a
valorização de activos e reforçar o efeito da prudência (amortizações e provisões); elaboração
de demonstrações auxiliares, para a análise funcional do equilíbrio financeiro, da rendibilidade
e do funcionamento.

3. A preparação das contas no processo de obtenção das demonstrações financeiras, representa


uma opção pela avaliação do património por critérios efectivos ‘de mercado’, pela qual o
balanço assume a configuração de uma estrutura de origens e aplicações de fundos.

4. O processo de rectificação de contas consiste na simulação de lançamentos (débitos/créditos)


que adicionam ou subtraem valor às rubricas do Balanço sintético e da Demonstração de
Resultados. As demonstrações levam o subtítulo de ‘rectificado para análise’.

5. Na preparação do balanço faz-se a revisão de todas as rubricas do Activo, do Passivo e dos


Capitais Próprios e a inserção (não contabilística) de todas as rectificações que possam
contribuir para que as contas da empresa traduzam o seu valor financeiro, fiel e verdadeiro.

6. A demonstração de resultados é afectada pelos movimentos correctivos do Balanço (como


Amortizações e Provisões, por exemplo) bem como pelo que se refere especificamente aos
Custos e Proveitos, aos Resultados Financeiros e Extraordinários e ao Imposto sobre os
Resultados.

7. Como consequência da rectificação do balanço e da demonstração de resultados, produzem-


se também alterações nos fluxos das origens e aplicações de fundos, os quais poderão afectar
a estrutura financeira da empresa.

8. Após a verificação e rectificação de balanços e demonstrações de resultados, elaboram-se


demonstrações auxiliares (balanço funcional e demonstração de resultados por funções) para
a análise do equilíbrio financeiro, da rendibilidade e do funcionamento, estabelecendo a ligação
da estrutura com as políticas.

9. Os grupos de contas do balanço funcional, estão organizados segundo o critério de prazos de


liquidez e exigibilidade das rubricas, em três áreas: operações de investimento, operações
correntes cíclicas e operações de tesouraria.

10. A demonstração de resultados por funções põe em evidência os proveitos e custos do


exercício, consoante a sua proveniência funcional, reportando-os às actividades operacionais
correntes, às operações financeiras, aos acontecimentos extraordinárias, ou à fiscalidade.

11. A DR por funções prepara-se por leitura directa dos saldos (corrigidos) das contas de Proveitos
e Custos e confere nas principais rubricas e indicadores, com a demonstração de resultados
por natureza. Importante para analisar a rendibilidade e o funcionamento.

12. A Demonstração das Origens e Aplicações de Fundos (DOAF) é um instrumento de análise


estratégica no qual se explicam as variações dos fluxos financeiros, entre balanços

III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 41
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE

consecutivos. Definições importantes: Origens de Fundos, são aumentos de Passivos e de


Capitais Próprios e diminuições de Activos; Aplicações de Fundos são aumentos de Activos e
diminuições de Passivos e de Capitais Próprios.

13. A DOAF tem a forma tradicional (em T) das demonstrações contabilísticas, mas (ao contrário
do Balanço) as Origens de Fundos estão colocadas do lado esquerdo e as Aplicações de
Fundos do lado direito. Articula-se, ainda, em duas áreas:

14. Demonstração das variações das Aplicações em activo fixo e das Origens de fundos próprios e
alheios de médio e longo prazo, na parte superior; (b) Demonstração das Variações dos
Fundos Circulantes (existências, terceiros e disponibilidades) na parte inferior.

15. A DOAF elabora-se a partir do Quadro de Mutação de Valores e dos quadros auxiliares dos
Meios Libertos Líquidos e da distribuição de Resultados.

16. Em anexo à DOAF devem apresentar-se notas explicativas das principais variações de
balanço, fundamentadas nas estratégias e orientações políticas da empresa.

III
42 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP

2. PLANO DAS SESSÕES

Conteúdo Metodologia Duração

(minutos)

Exposição:

1. Preparação das Realçar a importância da preparação das contas


contas para análise (transparência 3.1.);

Identificar as duas fases em que decorre a


preparação das contas: rectificação do valor
2. Rectificar e
patrimonial e simulação extra-contabilística;
simular
Sublinhar a importância da contabilidade no
processo de preparação das contas para análise; 300m

Descrever sumariamente os procedimentos a

3. Balanço e efectuar nas rubricas do Balanço e da

Demonstração Demonstração de Resultados aquando da

de Resultados rectificação (transparência 3.2.);

rectificadas
Caracterizar as demonstrações auxiliares
elaboradas após a verificação e rectificação do
Balanço e da Demonstração de Resultados.

III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 43
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE

Conteúdo Metodologia Duração


(minutos)
Os formandos, reunidos em grupo, devem
elaborar o exercício prático (ponto 1. e 2.) nos
mapas respectivos – Diário, Balanço e
180m
Demonstração de Resultados (rectificados para
análise).
Os resultados obtidos devem ser confrontados
com a correcção do exercício apresentada pelo
formador.

Exposição:
4. Origens e Distinguir origens de fundos e aplicações de
aplicações de fundos;
fundos Descrever os procedimentos na elaboração 150m
prática da DOAF – Demonstração de Origens e
5. DOAF Aplicações de Fundos:
1. Quadro de Inserção de Balanços e Mutação de
Valores (transparência 3.3.);

2. DOAF (transparência 3.3.).

Os formandos, reunidos em grupo, devem


terminar o exercício prático (ponto 3.) nos mapas
90m
respectivos – Mapa de Mutação de Valores e
DOAF.
Os resultados obtidos devem ser confrontados
com a correcção do exercício apresentada pelo
formador.

III
44 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP

3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO

1. O que é fazer a preparação das contas para análise?


Resolução:

A preparação das contas para a análise, é um procedimento necessário, através do qual se faz
a transformação das demonstrações contabilísticas em demonstrações financeiras, tendo em
vista a obtenção do valor fiel e verdadeiro da empresa em análise.

2. Em que consiste o processo de preparação e rectificação das contas para análise?


Resolução:

O processo decorre em duas fases:

Rectificação e verificação, para corrigir resultados, rever a valorização de activos e reforçar o


efeito da prudência (amortizações e provisões).

Elaboração de demonstrações auxiliares, para a análise funcional do equilíbrio financeiro, da


rendibilidade e do funcionamento.

3. Qual a opção subjacente à rectificação das contas?


Resolução:

A preparação das contas no processo de obtenção das demonstrações financeiras, representa


uma opção pela avaliação do património por critérios efectivos ‘de mercado’.

4. Qual a intervenção da contabilidade no processo?


Resolução:

A contabilidade fornece os mapas financeiros, sobre os quais vão incidir a rectificação.

5. Quais os fluxos que podem ser afectados pela rectificação?


Resolução:

Fluxos das origens e aplicações de fundos.

6. Quais são as demonstrações financeiras a rectificar?


Resolução:

Balanço e a Demonstração de Resultados.

III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 45
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE

7. Que efeitos decorrem da rectificação do balanço e da demonstração de resultados?


Resolução:

Na preparação do balanço faz-se a revisão de todas as rubricas do Activo, do Passivo e dos


Capitais Próprios e a inserção (não contabilística) de todas as rectificações que possam
contribuir para que as contas da empresa traduzam o seu valor financeiro, fiel e verdadeiro.

Na preparação do balanço faz-se a revisão de todas as rubricas do Activo, do Passivo e dos


Capitais Próprios e a inserção (não contabilística) de todas as rectificações que possam
contribuir para que as contas da empresa traduzam o seu valor financeiro, fiel e verdadeiro.

Como consequência da rectificação do balanço e da demonstração de resultados, produzem-


se também alterações nos fluxos das origens e aplicações de fundos, os quais poderão afectar
a estrutura financeira da empresa.

8. O que são fluxos de origens e aplicações de fundos?


Resolução:

Origens de fundos, são:

Aumentos de Passivos e de Capitais Próprios e diminuições de Activos.

Aplicações de fundos, são:

Aumentos de Activos e diminuições de Passivos e de Capitais Próprios.

9. Qual a finalidade da elaboração das demonstrações financeiras auxiliares?


Resolução:

Após a verificação e rectificação dos balanços sintéticos e das demonstrações de resultados,


elaboram-se demonstrações auxiliares, através das quais se faz a integração das estratégias e
das políticas operacionais da empresa, para a análise funcional do equilíbrio financeiro, da
rendibilidade e do funcionamento. Estas demonstrações servem para analisar a estrutura
financeira e as operações de forma interactiva, estabelecendo a ligação entre as origens e
aplicações de fundos e as políticas que levaram à formação dos resultados.

10. O que é uma demonstração de resultados por funções?


Resolução:

A demonstração de resultados por funções é um documento financeiro que põe em evidência


os proveitos e custos do exercício, consoante a sua proveniência funcional, reportando-os às
actividades operacionais correntes, às operações financeiras, aos acontecimentos
extraordinárias, ou à fiscalidade.

III
46 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP

11. Que diferenças apresenta relativamente á demonstração de resultados por natureza?


Resolução:

A princiapl diferença é que esta última põe em evidência os proveitos e custos do exercício,
independentemente da sua proveniência funcional. Outra diferença reside no conceito de
custos extraordinários.

12. O que é um balanço funcional e com que finalidade se utiliza na análise?


Resolução:

Prepara-se com base no balanço sintético (corrigido) e nas políticas definidas para a gestão de
operações correntes (Existências, Clientes e Outros Devedores, Fornecedores e Outros
Credores, EOEP e Banca, financiamento normal a curto prazo).

Os grupos de contas do balanço funcional estão organizados em três ‘áreas funcionais’:

1 Operações de investimento;

2 Operações correntes cíclicas;

3 Operações de tesouraria.

O critério fundamental de construção desta demonstração auxiliar, assenta nos prazos (de
exigibilidade e liquidez) cujo ajustamento tem implicações dinâmicas muito variadas, que
constituem, de facto, a chave do equilíbrio financeiro.

13. O que é a Demonstração de Origens e Aplicações de Fundos (DOAF) e como está organizada?
Resolução:

A Demonstração das Origens e Aplicações de Fundos (DOAF) é um instrumento de análise


estratégica no qual se explicam, rubrica a rubrica e de forma agrupada, as variações dos fluxos
financeiros, entre balanços consecutivos.

Não é uma demonstração obrigatória na prestação normal de contas, mas a sua importância e
utilidade para o conhecimento da estrutura financeira e das suas variações, faz com que seja
um documento exigível pela banca em situações de análise de crédito e, portanto, de
elaboração essencial para as empresas que desejam recorrer ao financiamento bancário.

O documento tem a forma tradicional das demonstrações contabilísticas (em T) com as


Origens de Fundos do lado esquerdo e as Aplicações de Fundos do lado direito, e articula-se
em duas áreas:

i. Demonstração das aplicações em activo fixo e das origens de fundos próprios e alheios de
médio e longo prazo.

ii. Demonstração das variações dos fundos circulantes (existências, terceiros e


disponibilidades).

III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 47
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE

14. As políticas da empresa influenciam as variações da DOAF? Como?


Resolução:

1 Sim. Meios Libertos Líquidos: explicar as variações, excluindo explicitamente a parcela de


amortizações eventualmente resultante de reavaliação de activos; Amortizaçõesdo imobilizado:
explicar os abates (não incluindo na variação desta rubrica as amortizações provenientes de
eventual reavaliação de activos); Provisões (para Cobranças Duvidosas, Depreciação de
Existências e Outros Riscos e Encargos): explicitar política de ‘prudência’; Fiscalidade e
distribuição de resultados: explicitar políticas, Prazos Médios de Recebimento, Prazos Médios de
Pagamentos, Duração Média das Existências, entre outras.

Nota: As alterações nas políticas organizacionais podem implicar variações nas demonstrações
financeiras (p. ex., impor o prazo médio de recebimentos igual a 30 dias para todos os clientes).

15. Para que serve a demonstração dos fundos circulantes na DOAF?


Resolução:

Indica qual a variação ocorrida nos valores dos activos e passivos que não têm carácter de
permanência da empresa.

16. Como são constituídas as variações das origens de fundos na DOAF?


Resolução:

Variações (+) das Origens são: aumentos dos Passivos e Capitais Próprios e diminuições dos
Activos.

17. Como são constituídas as variações das aplicações de fundos na DOAF?


Resolução:

Variações (+) das Aplicações, são: diminuições dos Passivos e dos Capitais Próprios e
aumentos dos Activos

18. O que é o quadro de mutação de valores?


Resolução:

O ‘quadro de mutação de valores’, que consiste em organizar as diferenças pela ’regra do sinal
(+)’, isto é:

- Variações (+) das Origens são: aumentos dos Passivos e Capitais Próprios e diminuições dos
Activos.

- Variações (+) das Aplicações, são: diminuições dos Passivos e dos Capitais Próprios e
aumentos dos Activos.

III
48 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP

19. O que são Meios Libertos Líquidos?


Resolução:

Meios Libertos Líquidos = Resultado Líquido (retido) de (n+1) + Variação (de balanço) das
Amortizações + Variação (de balanço) das Provisões.

20. Crescimento dos meios libertos à custa das amortizações, é uma variação positiva das origens
ou das aplicações de fundos?
Resolução:

É uma variação positiva das origens de fundos.

21. A distribuição de resultados é uma variação positiva das origens ou das aplicações de fundos?
Resolução:

É uma variação positiva das aplicações de fundos.

22. Porque é que devem apresentar-se notas explicativas em anexo à DOAF ?


Resolução:

Para permitir uma melhor compreensão das principais variações de balanço, fundamentadas
nas estratégias e orientações políticas da empresa.

Nota: Uma das funções do Anexo é a de auxiliar a compreensão das variações ocorridas nas
demonstrações financeiras num determinado período de tempo.

III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 49
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE

Exercício Prático:

Temas: Correcção de contas. Balanço e Demonstração de Resultados rectificados para análise.


Demonstração das Origens e Aplicações de Fundos.

Relativamente aos Balanços e Demonstrações de Resultados em anexo, da empresa ‘PNTB,sa’,


anos (n), (n+1) e (n+2) de que dispomos para a elaboração da análise, obtivemos, na verificação
prévia efectuada na Contabilidade, as seguintes informações, que afectam o exercício (n+2):

1. No saldo de caixa estão registados 102€ de “vendas a dinheiro”, não cobrados e que
representam, de facto, valores de mercadoria entrega em confiança a agentes comissionistas
de venda directa.

2. A provisão para cobranças duvidosas foi estabelecida com base no CIRC, para moras
superiores a 2 anos (como é o caso). O total em débito, de Cobranças Duvidosas é de 3.500 €.

3. A provisão para depreciação de existências estabelecida no ano transacto (n+1) está correcta.
Em (n+2), todavia, não há a registar situações de obsolescência ou deterioração.

4. Não foi contabilizada a estimativa para férias e subsídio de férias (e respectivos encargos) a
processar em n+3. Como referência, as remunerações do mês de Dez/n+2 (incluindo 13º mês)
foram de 1.800€, antes de encargos patronais.

5. Em 01/Set/n+2 foi contraído um financiamento de curto prazo de 15.000€, à taxa de 12%,


vencível a 01/Mar/n+3 e do qual não estão contabilizados os juros.

6. Em 31/Dez/n+2 foi recebido um cheque de 5.000€, da companhia de seguros GPG, da


indemnização por acidente ocorrido na fábrica. O cheque foi retido na Administração, para
depósito em 02/1/n+3, sem inclusão em contas.

7. Em 31/12/n+2 foi feita uma devolução de um cliente, por avaria de produto. Valor de factura,
incluindo IVA à taxa de 19%, 1785€. Margem Bruta média do produto: 70% do valor de venda.
Valor nulo para Existências. O seguro cobre 15% do valor facturado (antes de IVA).

8. No fecho de exercício verificou-se que a BVL suspendeu (por irregularidade processual nas
contas publicadas) a cotação das acções da ‘Branquinha,sa’. A empresa possui 500, adquiridas
a 1,05€ cada.

9. A dívida de médio/longo prazo tem amortização de 25% em (n+3).

Trabalho a realizar:

a.) Simulação das correcções extra-contabilísticas das contas (incluindo as transferências de


Acréscimos e Diferimentos e a revisão do IRC estimado).

b.) Elaboração do Balanço e Demonstração de Resultados rectificados.

c.) Elaboração da Demonstração de Origens e Aplicações de Fundos.

III
50 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP

4. TRANSPARÊNCIAS

A Preparação das Contas

Preparação de Contas
'A análise financeira é feita sobre documentos de natureza contabilística – o balanço e a
demonstração de resultados líquidos. No entanto, estes documentos não respondem por inteiro às
exigências da análise (...) Além disso, a concepção da normalização contabilística adere mais a
princípios jurídico-patrimoniais do que a princípios financeiros, pelo que será conveniente que os
analistas não se iludam com as aparências. Só um autêntico domínio da técnica contabilística, nos
campos teórico e prático, permite ao analista financeiro ter uma consciência das dificuldades e
implicações que os métodos contabilísticos podem ter sobre certas rubricas, alterando-lhes o
sentido financeiro.'

João Carvalho das Neves

Análise Financeira – métodos e técnicas


Texto Editora, Lisboa, 1991

Rectificação do Balanço e da Demonstração de Resultados

Balanço

Saldos Rectificações Saldo Rect.


Cred Verif
Dev. Cred. A Deb. A Cred. Dev.
. .
Aplicações
Imob & Out.A/Fixo
Imob. Corpóreo 0
Imob. Incorpóreo 0
Imob. Financeiro 0
Amortizações
0
Imob.(-)
Prov.p/inves.finan.(-) 0
Outro Activo Fixo 0
Total do Activo Fixo 0 0 0 0 0
Activo Circulante
Existências 0
Prov.p/Depr,exist.(-) 0
Clientes 0

III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 51
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE

Prov.p/Cob.Duv.(-) 0
O/Devedores 0
EOEP 0
Outros 0
Títulos negociáveis 0
Depósitoa à ordem 0
Caixa 0
Total Activo
0 0 0 0 0
Circulante
Acréscimos e Difer.
Acrésc.de Proveitos 0 0
Custos Diferidos 0 0
Total dos Acr. & Dif. 0 0 0 0 0
Total de Aplicações 0 0 0 0 0
Origens
Capital Próprio
Capital Soc. E
0
Reservas
Resultados
0
Transitados
Resultados do
0
Exercício
Total do Cap.
0 0 0 0 0
Próprio
Exigivel a M/L Prazo
Emprest. Bancários 0
Outros passivos m/l
0
p
Prov. P/ ORE 0
Exig. M/L Prazo 0 0 0 0
Exigivel Curto Prazo
Empréstimos
0
bancários
Outros
0
financiamentos
Fornecedores 0
EOEP 0
O/Credores 0
Outros passivos 0
Prov. P/ ORE 0
Exig. C/Prazo 0 0 0 0
Acréscimos e Difer.
Acréscimos de
0
Custos
Proveitos Diferidos 0
Total dos Acr. & Dif. 0 0 0 0
Total de Cap. Alheio 0 0
Total de Origens 0 0 0 0 0
Verif. 0 0

III
52 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP

Demonstração de Resultados

Saldos Rectificações Saldo Rectif.


Dev. Cred. A A Dev. Cred. Verif.
Deb. Cred.
Proveitos
Vendas 0
Prestação de 0
serviços
Outros prov. 0
Operac.
Total Proveitos 0 0 0 0
Oper.
Custos
CMVMC 0
FSE 0
Pessoal 0
Outros 0
Amortizadores 0
exerc.
Provisões exerc. 0
Total Custos 0 0 0 0 0
Operac.
Resultado Operac. 0 0
Proveitos 0
financeiros(-)
Custos financeiros 0
Resultado corrente 0 0
Proveitos 0
extraordinários
Custos 0
extraordinários
Resultado antes 0 0
IMP.
IRC 0
Resultado líquido 0 0 0 0
Rectif. do resultado 0 0 0
Verif. 0 0 0

III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 53
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE

Inserção de Dados e Mutação de Valores/ Demonstração de Origens e Aplicações de Fundos

Empresa:

INSERÇÃO de DADOS e MUTAÇÃO de VALORES

+ + Activo
Passiv
o
BALANÇOS (N+2) (N+1) _Variaçã - Activo -
o_ Passivo
---------- ---------- (N+2)- = =
(N+1)
ACTIVO 0 0 ---------- Var.ORI Var.APLI
G. C.

IMOBILIZADO 0 0 ----------
Corpóreo 0 0 0 0 0
Amort.Corp.Acum. (-) 0 0 0 0 0
Incorpóreo 0 0 0 0 0
Amort.Incorp.Acum. (-) 0 0 0 0 0
Financeiro 0 0 0 0 0
Provisões p/ Imob.Fin.(-) 0 0 0 0 0
Em Curso 0 0 0 0 0

EXISTENCIAS 0 0 ----------
Mercadorias, Mat.Prim. e0 0 0 0 0
PVF
Prov.p/Deprec.Exist.(-) 0 0 0 0 0

REALIZAVEL 0 0 ----------
Clientes c/c e c/T.Rec. 0 0 0 0 0
Prov.Clientes Cob.Duv (-) 0 0 0 0 0
EOEP 0 0 0 0 0
O/Devedores c/p 0 0 0 0 0

DISPONIBILIDADES 0 0 0 0 0

CAP. PROPRIO+PASSIVO 0 0

CAPITAL PROPRIO 0 0 ----------


Capital Social 0 0 0 0 0
Reservas e Res. Transitados 0 0 0 0 0
Reserva de Reavaliação 0 0 0 0 0
Result.Líquido do Exerc. 0 0 ----------

III
54 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP

PASSIVO 0 0 ----------
Exigível M/L Prazo 0 0 ----------
Empréstimos Bancários 0 0 0 0 0
Provisões p/ ORE 0 0 0 0 0
Accionistas 0 0 0 0 0

Exigível a Curto Prazo 0 0 ----------


Empréstimos Bancários 0 0 0 0 0
Fornecedores e O/Credores 0 0 0 0 0
EOEP 0 0 0 0 0
= - ------- -------
verif:a=p+/-c'p 0 0

Empresa:

INSERÇÃO de DADOS e MUTAÇÃO de VALORES

+ + Activo
Passiv
o
BALANÇOS (N+1) (N) _Variaçã - Activo -
o_ Passivo
---------- ---------- (N+1)- = =
(N)
ACTIVO 0 0 ---------- Var.ORI Var.APL
G. IC.

IMOBILIZADO 0 0 ----------
Corpóreo 0 0 0 0 0
Amort.Corp.Acum. (-) 0 0 0 0 0
Incorpóreo 0 0 0 0 0
Amort.Incorp.Acum. (-) 0 0 0 0 0
Financeiro 0 0 0 0 0
Provisões p/ Imob.Fin.(-) 0 0 0 0 0
Em Curso 0 0 0 0 0

EXISTENCIAS 0 0 ----------
Mercadorias, Mat.Prim. e0 0 0 0 0
PVF
Prov.p/Deprec.Exist.(-) 0 0 0 0 0

REALIZAVEL 0 0 ----------
Clientes c/c e c/T.Rec. 0 0 0 0 0
Prov.Clientes Cob.Duv (-) 0 0 0 0 0
EOEP 0 0 0 0 0
O/Devedores c/p 0 0 0 0 0

DISPONIBILIDADES 0 0 0 0 0

III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 55
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE

CAP. PROPRIO+PASSIVO 0 0

CAPITAL PROPRIO 0 0 ----------


Capital Social 0 0 0 0 0
Reservas e Res. Transitados 0 0 0 0 0
Reserva de Reavaliação 0 0 0 0 0
Result.Líquido do Exerc. 0 0 ----------

PASSIVO 0 0 ----------
Exigível M/L Prazo 0 0 ----------
Empréstimos Bancários 0 0 0 0 0
Provisões p/ ORE 0 0 0 0 0
Accionistas 0 0 0 0 0

Exigível a Curto Prazo 0 0 ----------


Empréstimos Bancários 0 0 0 0 0
Fornecedores e O/Credores 0 0 0 0 0
EOEP 0 0 0 0 0
= - ------- -------
verif:a=p+/-c'p 0 0

Empresa: Ano (N+2)

DEMONSTRAÇAO DAS ORIGENS E APLICAÇOES DE FUNDOS


- -
ORIGENS DE FUNDOS | APLICAÇOES DE FUNDOS
|
INTERNAS: | DISTRIBUIÇÕES:
Resultado Líquido Exercício 0 | Por Aplicação de Resultados 0
Variação das Amortizações 0 | Por Aplicação de Reservas 0
Variação de Provisões 0 | 0
Meios Libertos Líquidos 0 |
|
| DIMINUIÇÕES de CAPITAIS
PROPRIOS:
EXTERNAS: | Diminuições de Capital
Aumentos dos Capitais Próprios: | Diminuições de Prest.Suplement.
Aumentos de Capital e Reservas 0 | 0
Reservas Especiais 0 |
Cobertura de Prejuízos 0 |
0 | MOVIMENTOS FINANCEIROS M/L PRAZO:
| Aum.Investimentos Financeiros 0
| Aum.Dívidas de Terceiros M/L Prz 0
MOVIMENTOS FINANCEIROS M/L | Dim.Dívidas a Terceiros M/L Prz 0
PRAZO:
Dim.Investimentos Financeiros 0 | 0

III
56 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE IEFP

Dim.Dívidas de Terceiros M/L Prz 0 |


Aum.Dívidas a Terceiros M/L Prz 0 |
0 |
|
|
DIMINUIÇOES DE | AUMENTOS DE IMOBILIZAÇÕES:
IMOBILIZAÇÕES:
De Imobilizado Incorpóreo 0 | Imobilizado Incorpóreo 0
De Imobilizado Corpóreo 0 | Imobilizado Corpóreo 0
De Imobilizado em Curso 0 | Imobilizado em Curso 0
0 | 0
|
|
|
DIMINUIÇÕES dos FUNDOS 0 | AUMENTOS dos FUNDOS 0
CIRCULANTES CIRCULANTES
|
Total ORIGENS DE FUNDOS 0 | Total APLICAÇOES DE FUNDOS 0
====== | = 0

DEMONSTRAÇAO DOS FUNDOS CIRCULANTES

1. Aumentos das Existências 0 | 1. Diminuições das Existências 0


2. Aumentos Dívidas de Terc.c/p 0 | 2. Dimin.Dívidas de Terc.c/p 0
3. Dim.Dívidas a Terceiros c/p 0 | 3. Aum. Dívidas a Terceiros c/p 0
4. Aumentos das Disponibilidades 0 | 4. Dimin. das Disponibilidades 0
5. Diminuição Fundos Circulantes 0 | 5. Aumento Fundos Circulantes 0
|
0 | 0

Empresa: Ano (N+1)

DEMONSTRAÇAO DAS ORIGENS E APLICAÇOES DE FUNDOS


- -
ORIGENS DE FUNDOS | APLICAÇOES DE FUNDOS
|
INTERNAS: | DISTRIBUIÇÕES:
Resultado Líquido Exercício 0 | Por Aplicação de Resultados 0
Variação das Amortizações 0 | Por Aplicação de Reservas 0
Variação de Provisões 0 | 0
Meios Libertos Líquidos 0 |
|
| DIMINUIÇÕES de CAPITAIS PROPRIOS:
EXTERNAS: | Diminuições de Capital
Aumentos dos Capitais Próprios: | Diminuições de Prest.Suplement.
Aumentos de Capital e Reservas 0 | 0
Reservas Especiais 0 |
Cobertura de Prejuízos 0 |
0 | MOVIMENTOS FINANCEIROS M/L PRAZO:

III
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 57
IEFP III. PREPARAÇÃO DOS ELEMENTOS PARA ANÁLISE

| Aum.Investimentos Financeiros 0
| Aum.Dívidas de Terceiros M/L Prz 0
MOVIMENTOS FINANCEIROS M/L | Dim.Dívidas a Terceiros M/L Prz 0
PRAZO:
Dim.Investimentos Financeiros 0 | 0
Dim.Dívidas de Terceiros M/L Prz 0 |
Aum.Dívidas a Terceiros M/L Prz 0 |
0 |
|
|
DIMINUIÇOES DE | AUMENTOS DE IMOBILIZAÇÕES:
IMOBILIZAÇÕES:
De Imobilizado Incorpóreo 0 | Imobilizado Incorpóreo 0
De Imobilizado Corpóreo 0 | Imobilizado Corpóreo 0
De Imobilizado em Curso 0 | Imobilizado em Curso 0
0 | 0
|

DIMINUIÇÕES dos FUNDOS 0 | AUMENTOS dos FUNDOS 0


CIRCULANTES CIRCULANTES
|
Total ORIGENS DE FUNDOS 0 | Total APLICAÇOES DE FUNDOS 0
====== | = 0

DEMONSTRAÇAO DOS FUNDOS CIRCULANTES

1. Aumentos das Existências 0 | 1. Diminuições das Existências 0


2. Aumentos Dívidas de Terc.c/p 0 | 2. Dimin.Dívidas de Terc.c/p 0
3. Dim.Dívidas a Terceiros c/p 0 | 3. Aum. Dívidas a Terceiros c/p 0
4. Aumentos das Disponibilidades 0 | 4. Dimin. das Disponibilidades 0
5. Diminuição Fundos Circulantes 0 | 5. Aumento Fundos Circulantes 0
|
0 | 0

Nota: Cópias impressas na página 79 e seguintes.

III
58 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RÁCIOS

ANÁLISE FINANCEIRA
E
GESTÃO ORÇAMENTAL
IV. OS RACIOS IEFP

1. RESUMO

1. Indicadores são valores numéricos extraídos das contas, pela aplicação de conceitos e
formulações, previamente elaborados.

2. Os indicadores podem apresentar-se em valor absoluto e em valor relativo. Os indicadores em


valor relativo são os rácios (do latim ‘ratio’) porque são quocientes de valores absolutos. A
designação genérica de rácios aplica-se, no entanto, aos indicadores financeiros de um modo
geral.

3. Para o cálculo de rácios, as contas (balanços e demonstrações de resultados) devem estar em


milhares de escudos (contos) ou, se a dimensão o justificar, em milhões de escudos (milhares
de contos).

4. Os rácios devem ser normalizados pelo analista. Nos decimais, usam-se em geral duas casas
depois da vírgula (aproximação às centésimas) e percentagens apenas para as taxas de
rendibilidade (das vendas, do activo, dos capitais próprios, etc.).

5. O significado dos indicadores de análise financeira não é universal, varia consoante as


condições e o meio (empresa, sector de actividade, ciclo do produto, ambiente económico,
etc.).

6. Os indicadores sectoriais das centrais de balanços dos grandes bancos, constituem


referências comparativas úteis para a análise de empresas enquadradas em ramos de
actividade de que exista um número significativo de unidades empresariais.

7. Os rácios são bastante úteis principalmente por três motivos: (a) facilitam a comparação
relativa entre empresas e sectores; (b) são em geral quocientes simples de factores; (c) a
articulação de rácios simples possibilita a análise interactiva de factores de rendibilidade e
outros.

8. Os rácios têm limitações a considerar: (a) são mais interessantes para a análise de contas de
períodos sucessivos; (b) são essencialmente válidos na análise de ‘tendências’ e têm reduzido
interesse para explicar ‘valores exactos’; (c) não são de aplicação generalizada e não têm
significado universal.

9. A escolha de indicadores de análise obedece, regra geral, a pressupostos lógicos. Os


indicadores fundamentais serão: (a) os da estrutura financeira; (b) os do equilíbrio financeiro;
(c) os da rendibilidade; (c) os do funcionamento; (d) os da viabilidade; (e) os do risco (na
exploração).

10. Indicadores de estrutura financeira, são os que se reportam à capacidade financeira para
assegurar a autonomia da empresa, a solvência de compromissos (a curto e médio/longo
prazo) e mobilizar novos fluxos de capitais. São obtidos exclusivamente dos fluxos de balanço.

11. Indicadores de equilíbrio financeiro, são os que se reportam à relação entre a exigibilidade das
origens e a liquidez das aplicações de fundos, na dupla perspectiva do cumprimento da
estratégia e da optimização do funcionamento. São obtidos pela articulação dos fluxos de
balanço com as políticas de gestão corrente.

IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 61
IEFP IV. OS RÁCIOS

12. Indicadores de rendibilidade, são os que se reportam à eficiência dos desempenhos na


exploração e funcionamento e ao nível dos resultados em relação ao volume dos activos e aos
capitais próprios. São obtidos pela síntese dos fluxos da demonstração de resultados e do
balanço.

13. Indicadores da estrutura financeira: solvabilidade, autonomia, endividamento e liquidez.

14. Solvabilidade é a capacidade da empresa para satisfazer e assumir compromissos no


médio/longo prazo.

15. Autonomia é o grau de cobertura assegurado pelos capitais próprios para o investimento
global realizado pela empresa, expresso no volume líquido do seu activo total.

16. Endividamento é o grau das responsabilidades assumidas para com terceiros, relativamente
ao montante dos capitais próprios.

17. Liquidez é a capacidade da empresa para satisfazer e assumir compromissos no curto prazo.
A liquidez avalia-se a três níveis – geral, reduzida e imediata – e sempre em relação ao
passivo exigível a curto prazo.

18. Indicadores do equilíbrio financeiro: Fundo de Maneio, Necessidades de Fundo de Maneio,


Tesouraria.

19. Indicadores de funcionamento associados à análise do equilíbrio financeiro: prazo médio de


recebimentos, prazo médio de pagamentos, duração média das existências.

20. O Fundo de Maneio é o elemento estruturante principal da tesouraria. Exprime a convergência


estratégica entre as participações de capital (próprio e alheio de médio e longo prazo) e a
opções traduzidas nos investimentos em activo fixo.

21. A análise do indicador Fundo de Maneio é confirmada pela análise dos indicadores da
estrutura financeira (Autonomia, Solvabilidade e Endividamento).

22. O indicador Necessidades de Fundo de Maneio é o segundo elemento estruturante da


tesouraria, que reflecte o ajustamento entre a liquidez dos activos circulantes e a exigibilidade
dos passivos a curto prazo, nas operações correntes da empresa.

23. O indicador Tesouraria é uma consequência do ajustamento entre o nível (estável) do Fundo
de Maneio e o nível das Necessidades de Fundo de Maneio, normalmente de elevada
variabilidade.

24. Rendibilidade é a aptidão (de uma empresa, negócio ou actividade) para gerar lucros. Os
indicadores de rendibilidade em valor absoluto, são ‘excedentes’ (isto é, obtidos por diferença).

25. Resultados, são indicadores de rendibilidade para cuja formação se verifica a intervenção de
‘políticas’.

26. Indicadores de rendibilidade mais comuns em valor absoluto: margem bruta, resultado
operacional, resultados financeiros, resultado corrente, resultados extraordinários, resultados
antes de impostos, resultado líquido.

IV
62 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP

27. Rácios de rendibilidade simples mais utilizados: margem bruta das vendas, rendibilidade
operacional das vendas, rendibilidade líquida das vendas, rendibilidade operacional do activo,
rendibilidade líquida do activo, rendibilidade dos capitais próprios.

28. A rendibilidade dos capitais próprios é o mais importante dos rácios de análise financeira, uma
vez que exprime a remuneração que é disponibilizada para os detentores do capital, no final de
cada exercício.

29. A análise da rendibilidade dos capitais próprios é geralmente feita por rácios compostos, para
que se possam estudar as contribuições factoriais (positivas, negativas ou neutras) para a sua
formação.

30. A rendibilidade operacional do activo (ROI) é um rácio-chave para a análise da rendibilidade


dos capitais próprios, seja pelo processo multiplicativo, seja pelo aditivo.

31. No processo multiplicativo de análise da rendibilidade dos capitais próprios procura-se, no


essencial, determinar o ‘efeito global de alavanca financeira’ (sobre o ROI), ou seja, a
contribuição das políticas de financiamento e fiscal para a rendibilidade global.

32. No processo aditivo, procura-se quantificar a percentagem de rendibilidade adicional (ao ROI)
gerada pelas política de financiamento e fiscalidade da empresa.

33. Indicadores de funcionamento associados à rendibilidade: prazo médio de recebimentos, prazo


médio de pagamentos, duração média das existências.

34. Indicadores de viabilidade associados à exploração: meios libertos brutos e meios libertos
líquidos (tesouraria ou ‘cash-flow’ potencial).

35. Indicadores de risco na exploração: ponto morto económico, margem de segurança das
vendas e graus económico e financeiro de alavanca.

36. Ponto morto económico, ou ‘breakeven point’ é o volume de actividade a partir do qual um
negócio passa do prejuízo ao lucro. Em valores absolutos, o ‘ponto morto’ observa a condição:
Vendas = Custos totais.

37. A margem de segurança das vendas é um indicador percentual do afastamento (positivo ou


negativo) da facturação, em relação ao seu ponto crítico.

38. Grau económico de alavanca é uma relação indicativa de risco de a margem bruta ser
absorvida pelos custos de funcionamento e pelas políticas de amortizações e provisões.

39. Grau financeiro de alavanca é uma relação indicativa de risco de o resultado operacional ser
absorvido pelos custos da política de financiamento, pelos acontecimentos extraordinários que
afectem a exploração e pela política fiscal.

IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 63
IEFP IV. OS RÁCIOS

2. PLANO DAS SESSÕES

Conteúdo Metodologia Duração

(minutos)
Exposição:
1. Indicadores e Estabelecer a relação entre indicadores e rácios;
rácios Enunciar a utilidade e limitações dos rácios
(transparência 4.1.);
Enunciar os tipos de rácios e fazer uma breve
240m
2. Tipos de rácios descrição de cada um deles (transparência 4.2.):
- Indicadores de Estrutura Financeira
- Indicadores de Equilíbrio Financeiro
- Indicadores de Rendibilidade
- Indicadores de Viabilidade
- Indicadores de Risco na Exploração

Conteúdo Metodologia Duração

(minutos
)
Os formandos, em grupo, vem debater a
necessidade da utilização de rácios na Análise
60m
Financeira e exemplificar com situações
empresariais em que o seu uso é a base da
tomada de decisão.
As conclusões e os exemplos devem ser
apresentados pelo porta-vos do grupo.

IV
64 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP

Exposição:
Apresentar a Fonte, o Modo e o Conteúdo dos
diferentes tipos de indicadores;
Descrever os rácios que caracterizam os
3. Indicadores da diferentes tipos de indicadores:
estrutura - Indicadores de estrutura financeira:
financeira Solvabilidade, Autonomia, Endividamento e
Liquidez (transparências 4.3., 4.4., 4.5. e 4.6.)

4. Indicadores do - Indicadores de equilíbrio financeiro: Fundo de


equilíbrio Maneio, Necessidades de Fundo de Maneio, 420m
financeiro Tesouraria e indicadores associados (de
estrutura financeira e de funcionamento –

5. Indicadores de Prazos Médio de Recebimento, Prazos Médio

rendibilidade de Pagamento e Duração Média das


Existências) (transparência 4.7.)
- Indicadores de rendibilidade: rácios simples e
compostos (transparência 4.8.)
- Indicadores de viabilidade: Meios Libertos
Brutos e Meios Libertos Líquidos
(transparência 4.9.)
- Indicadores de risco na exploração: Ponto
Morto Económico, Margem de Segurança nas
Vendas, Grau Económico de Alavanca e Grau
Financeiro de Alavanca (transparências 4.10.,
4.11. e 4.12.)

Conteúdo Metodologia Duração

(minutos)
Os formandos, reunidos em grupo, devem
efectuar o exercício prático. 180m

Os resultados obtidos devem ser confrontados


com a correcção do exercício apresentada pelo
formador.

IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 65
IEFP IV. OS RÁCIOS

3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO

1. O que são indicadores de análise financeira?


Resolução:
Indicadores são valores numéricos extraídos das contas, pela aplicação de conceitos e
formulações previamente elaborados.

2. Que formas podem assumir os indicadores?


Resolução:
Os indicadores financeiros podem apresentar-se em valor absoluto (por exemplo, o volume de
vendas é de 500 mil euros, o valor do activo é de 3 milhões, o resultado líquido é de 325 mil
euros, etc.) e em valor relativo (por exemplo, a autonomia é de 0,55, a margem bruta das
vendas é de 65%, o custo médio do endividamento é de 9%, etc.).

3. O que são rácios de análise financeira? Dê exemplos.


Resolução:
Trata-se de extrair informações e elaborar conclusões de natureza económico-financeira e
fundamentais para a gestão, a partir de dados relativos às contas de uma organização,
criteriosamente seleccionados e especificamente preparados para o efeito. São exemplos a
Autonomia Financier, a Solvabilidade, Rendibilidade dos Capitais Próprios, entre outros.

4. O que são rácios compostos? Dê exemplos.


Resolução:
São valores numéricos extraídos das contas, pela aplicação de conceitos e formulações
previamente elaborados, mas cujo valor final é função de outros rácios. São exemplos a
Rendibilidade Operacional do Activo, a Rendibilidade dos Capitais Próprios, entre outros.

5. Que apresentação deve ser dada às contas para a obtenção de indicadores?


Resolução:
Para o cálculo de rácios, as contas (balanços e demonstrações de resultados) devem estar em
milhares de escudos (contos) ou, se a dimensão o justificar, em milhões de escudos (milhares
de contos).

6. Como devem apresentar-se os rácios de análise?


Resolução:
Os rácios devem ser normalizados pelo analista. Nos décimais, usam-se em geral duas casas
depois da vírgula (aproximação às centésimas) e percentagens apenas para as taxas de
rendibilidade (das vendas, do activo, dos capitais próprios, etc.).

IV
66 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP

7. Como é que se determina o significado de um indicador?


Resolução:
O significado dos indicadores de análise financeira não é universal, varia consoante as
condições e o meio (empresa, sector de actividade, ciclo do produto, ambiente económico,
etc.).

8. Qual é o critério usado para escolher indicadores?


Resolução:
As condições e o meio (empresa, sector de actividade, ciclo do produto, ambiente económico,
etc.).

9. Qual a utilidade dos rácios? Refira limitações do uso de rácios.


Resolução:

A comparação relativa entre empresas e sectores torna-se imediata, pela superação do efeito
dos valores absolutos;

Os cálculos consistem em quocientes simples de factores, cujos resultados se apresentam na


forma centesimal (isto é, com duas casas depois da vírgula) ou (quando se trata de taxas de
rendibilidade) em percentagem;

A análise factorial de indicadores (por exemplo, rendibilidade do activo, do capital próprio,


efeito de alavanca e outras) faz-se pela articulação algébrica de rácios simples.

Limitações dos rácios:

São especialmente interessantes para a análise de contas de períodos sucessivos;

São essencialmente válidos na análise de ‘tendências’ e têm reduzido interesse para explicar
‘valores exactos’;

Não são de aplicação generalizada e não têm significado universal.

10. O que são indicadores de estrutura financeira?


Resolução:

São os que se reportam à capacidade financeira para assegurar a autonomia da empresa, a


solvência de compromissos (a curto e médio/longo prazo) e mobilizar novos fluxos de capitais.

11. Explique os principais indicadores de estrutura financeira, incluindo a proveniência dos dados.
Resolução:
Solvabilidade: Capacidade da empresa para satisfazer e assumir compromissos no
médio/longo prazo.
Autonomia: Grau de cobertura assegurado pelos capitais próprios para o investimento global
realizado pela empresa, expresso no volume líquido do seu activo total.

Endividamento: O conceito é inverso ao da solvabilidade e, portanto, exprime o grau das


responsabilidades assumidas para com terceiros, relativamente ao montante dos capitais próprios

IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 67
IEFP IV. OS RÁCIOS

Estrutura do endividamento: Parcela do passivo exigível a curto prazo (1 ano de data)


relativamente ao endividamento total.

Liquidez: Capacidade da empresa para satisfazer e assumir compromissos no curto prazo.


Indicadores com tendência para apresentar variabilidade.

A liquidez avalia-se a três níveis – geral, reduzida e imediata – e sempre em relação ao passivo
exigível a curto prazo:

Liquidez geral

Liquidez reduzida

Liquidez imediata

São obtidos exclusivamente a partir dos fluxos de balanço.

12. O que são indicadores do equilíbrio financeiro? Explique-os, tendo em atenção a proveniência
dos dados.
Resolução:

São os que se reportam à relação entre a exigibilidade das origens e a liquidez das aplicações
de fundos, na dupla perspectiva do cumprimento da estratégia e da optimização do
funcionamento. São obtidos pela articulação dos fluxos de balanço com as políticas de gestão
corrente (ver: Balanço Funcional).
Fundo de maneio: exprime a convergência estratégica entre as participações de capital
(próprio e alheio de médio e longo prazo) e a opções traduzidas nos investimentos em activo
fixo (dimensão, localização, tecnologias, etc.).

Necessidades de fundo de maneio: reflecte a convergência (ajustamento entre a liquidez dos


activos circulantes e a exigibilidade dos passivos a curto prazo) nas operações correntes da
empresa.

Tesouraria: O indicador é uma consequência do ajustamento entre o nível (estável) do Fundo


de Maneio e o nível das Necessidades de Fundo de Maneio (normalmente de elevada
variabilidade).

13. O que são indicadores de rendibilidade? Quais os mais importantes indicadores de


rendibilidade?
Resolução:
São os que se reportam à eficiência dos desempenhos na exploração e funcionamento e ao
nível dos resultados em relação ao volume dos activos e aos capitais próprios.

São obtidos pela síntese de fluxos da demonstração de resultados (por funções) e do balanço
sintético

Rendibilidade Económica ou Operacional do Activo (ROI)

Rendibilidade do Activo Líquido (ROE)

IV
68 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP

14. Qual o interesse da análise da rendibilidade dos capitais próprios com rácios compostos?
Resolução:
Para se poder observar e analisar o respectivo efeito/contribuição (positivo, negativo ou neutro)
para a formação da rendibilidade final (depois de impostos) colocada à disposição dos sócios
da empresa.

15. Qual a lógica de se referirem indicadores de funcionamento associados à rendibilidade?


Resolução:
São em geral auxiliares dos indicadores de análise da rendibilidade e reportam-se à eficiência
da utilização de recursos (por exemplo, rotação de activos) e ao controlo de terceiros (por
exemplo, prazos médios de recebimento de clientes e de pagamento a fornecedores).

16. Que relação pode haver entre a viabilidade da exploração e a análise da rendibilidade?
Resolução:
São indicativos dos limiares e condições de continuidade das actividades da empresa, em
termos económicos e em termos financeiros, logo está-se a estudar a capacidade da empresa
em gerar lucros.

17. Indique os principais indicadores de rendibilidade, explicitando a forma de obtenção dos dados.
Resolução:
São obtidos pela síntese de fluxos da demonstração de resultados (por funções) e do balanço
sintético.
Margem bruta das Vendas
Rendibilidade Operacional das Vendas
Rendibilidade Líquida das Vendas
Rotação do Activo
Rendibilidade Económica ou Operacional do Activo (ROI)
Rendibilidade do Activo Líquido
Margem Bruta (MB)
Resultado Operacional ou Económico (RO ou RE)
Resultados Financeiros (RF)
Resultado Corrente (RC)
Resultados Extraordinários (RE)
Resultado Antes de Impostos (RAI)
Resultado Líquido (RL)

IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 69
IEFP IV. OS RÁCIOS

18. O que são resultados?


Resolução:
Resultados, são indicadores de rendibilidade para cuja formação se verifica a intervenção de
‘políticas’.
O pressuposto é de que os resultados se formam a partir de estruturas, em que a aplicação de
conhecimentos tem uma participação significativa. De resto, as políticas são orientações (mais
ou menos formalizadas, dependendo das circunstâncias e da organização) cuja finalidade é
gerar resultados.

19. O que são políticas de exploração da empresa? Dê exemplos.


Resolução:
O modo como a empresa se desenvolve a respectiva actividade nos mercados. Exemplos:
Prazo Médio de Recebimentos, Prazo Médio de Pagamentos, Duração Média das
Existências,entre outros.

20. O que é o ponto morto económico? Porque é que o ponto morto económico é um indicador de
risco na exploração?
Resolução:
‘Ponto morto’ ou ‘breakeven point’ é o volume de actividade a partir do qual um negócio passa
do prejuízo ao lucro. Em valores absolutos, o ‘ponto morto’ observa a condição: Vendas =
Custos totais.

Vendas
Valor (€)

Custos totais
(Fixos+Variáv

BEP

Custos fixos

Volume de actividade (Q)


0 BEP

Em linguagem gráfica, é assim:

O ‘ponto morto’ é uma análise de risco que põe em presença os preços, os volumes de venda
e os custos (directos e indirectos) necessários para o funcionamento do negócio.

IV
70 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP

21. Qual o interesse do indicador margem de segurança das vendas?


Resolução:

A margem de segurança das vendas é um indicador percentual do afastamento (positivo ou


negativo) da facturação, em relação ao seu ponto crítico.

22. Que riscos caracterizam, respectivamente, o indicador grau económico da alavanca e o


indicador grau financeiro de alavanca na exploração?
Resolução:

Grau económico de alavanca é uma relação indicativa de risco de a margem bruta ser
absorvida pelos custos de funcionamento e pelas políticas de amortizações e provisões

Grau financeiro de alavanca é uma relação indicativa de risco de o resultado operacional ser
absorvido pelos custos da política de financiamento, pelos acontecimentos extraordinários que
afectem a exploração e pela política fiscal.

Exercício Prático:

Relativamente às contas em anexo, da empresa PNTB,sa’, que deverão estar devidamente


rectificadas e respeitam aos anos (n), (n+1) e (n+2), é necessário determinar indicadores para
analisar a estrutura financeira, o equilíbrio, a rendibilidade, a viabilidade e o risco na exploração.

Trabalho a realizar:

1. Elaborar o quadro de indicadores

2. Apresentar os comentários apropriados, tendo em conta as políticas de exploração da empresa

IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 71
IEFP IV. OS RÁCIOS

4. TRANSPARÊNCIAS

Utilidade e Limitações dos Rácios

Utilidade dos Rácios:


A comparação relativa entre empresas e sectores torna-se imediata, pela superação do
efeito dos valores absolutos;

Os cálculos consistem em quocientes simples de factores, cujos resultados se apresentam


na forma centesimal ou em percentagem;

A análise factorial de indicadores faz-se pela articulação algébrica de rácios simples.

Limitações dos Rácios:

São especialmente interessantes para a análise de contas de períodos sucessivos;

São essencialmente válidos na análise de “tendências” e têm reduzido interesse para


explicar “valores exactos”;

Não são de aplicação generalizada e não têm significado universal.

IV
72 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP

3.1. A função financeira: cinco questões institucionais

FUNÇÃO FINANCEIRA

Três motivos para a Empresa:

TER : Possuir PATRIMÓNIO, condição para estar no MERCADO.

CRESCER : A RENDIBILIDADE depende do nível da ACTIVIDADE.

RENDER : O LUCRO desenvolve a confiança e atrai INVESTIMENTO.

Cinco questões institucionais

ESTRUTURA: A questão da SOBREVIVÊNCIA.


( primeira condição da estratégia)

EQUILÍBRIO: A questão da ACEITAÇÃO SOCIAL.


( tema fundamental da ética empresarial )

RENDIBILIDADE: A questão da MOTIVAÇÃO do INVESTIDOR.


( confiança & energia para assegurar retorno )

VIABILIDADE: A questão da CONTINUIDADE.


( pressuposto básico da gestão empresarial )

RISCO: A questão CENTRAL da empresa e da sociedade.


( quantificar & decidir o nível de aceitação )

IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 73
IEFP IV. OS RÁCIOS

Solvabilidade, Autonomia e Endividamento

SOLVABILIDADE, AUTONOMIA E ENDIVIDAMENTO

CAPACIDADE DA EMPRESA PARA SOLVER e ASSUMIR


COMPROMISSOS NO MÉDIO / LONGO PRAZO

RACIOS

Capitais Próprios
SOLVABILIDADE =
Passivo Total

Capitais Próprios
AUTONOMIA =
Activo Total Líquido

Passivo Total
Endividamento =
Capitais Próprios

Estrutura do Passivo a curto prazo


Endividamento =
Passivo Total

IV
74 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP

3.2. Liquidez

LIQUIDEZ

É A CAPACIDADE DA EM PRESA PARA SOLVER


OS SEUS COM PROM ISSOS NO CURTO PRAZO.

RACIOS

Activo Circulante
GERAL =
Dívidas a Terceiros a curto prazo

Activo Circulante - Existências


REDUZIDA =
Dívidas a Terceiros a curto prazo

Disponibilidades
IMEDIATA =
Dívidas a Terceiros a curto prazo

ACTIVO CIRCULANTE = Disponível + Crédº.conc.c/p + Existências


DISPONIBILIDADES = Caixa + Depósitos em Bancos + 'quase $'

Para validar os racios deve verificar-se AJUSTAM ENTO ENTRE

OS PRAZOS DE EXIGIBILIDADE do Passivo a Curto Prazo e

a CAPACIDADE DE CONVERSÃO EM M EIOS M ONETÁRIOS

dos Activos de Exploração que esse Passivo está a suportar.

IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 75
IEFP IV. OS RÁCIOS

Factores que influenciam a Liquidez

LIQUIDEZ
FACTORES QUE A INFLUENCIAM

LIQUIDEZ

ROTAÇÃO PRAZO do CRÉD. PRAZO do CRÉD.


dos STOCKS a CLIENTES de FORNEC.

Como melhorar a Liquidez


SEM INVESTIR MAIS FUNDOS

CRÉDITO CONCEDIDO a CLIENTES - Volume & Prazo


STOCKS: Rotação
PAGAMENTO A FORNECEDORES - Volume & Prazo

Todavia,
A QUESTÃO PRINCIPAL, é

A ESTRATÉGIA DA EMPRESA PODE COMPORTAR


TAIS MODIFICAÇÕES NAS POLíTICAS ?

IV
76 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP

Avaliação de Comportamento dos factores de Líquidez

AVALIAÇÃO do COMPORTAMENTO
dos

FACTORES de LIQUIDEZ

PRAZO MÉDIO de RECEBIMENTOS

SALDO da conta 'CLIENTES'


x 365 d.
VENDAS

PRAZO MÉDIO de PAGAMENTOS

SALDO da conta 'FORNECEDORES'


x 365 d.
COMPRAS

'STOCK' MÉDIO

Stock Inicial + Stock Final

Nº. de períodos de contagem

ROTAÇÃO de consumo de 'STOCKS'

Custo das Exist.Vend.e Mat.Pr.Consumidas

Stock médio

IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 77
IEFP IV. OS RÁCIOS

Fundos de Maneio

FUNDO de MANEIO
um elemento estrutural

PERSPECTIVA ESTRATÉGICA:

FUNDO de MANEIO
=
CAPITAIS PERMANENTES (-)ACTIVO FIXO

PERSPECTIVA OPERACIONAL:

FUNDO de MANEIO
=
ACTIVO CIRCULANTE (-) EXIGÍVEL a CURTO PRAZO

CAPITAIS PERMANENTES: Capitais Próprios


+ Capitais Alheios de m/l prazo

ACTIVO FIXO: Imobilizado Líquido


+ Outros Activos c/ grau de liquidez
superior ao ciclo de exploração

ACTIVO CIRCULANTE: Existências (não estratégicas)


+ Débitos de Terceiros a curto prazo
+ Disponibilidades

EXIGÍVEL a CURTO PRAZO: Dívidas a Terceiros a curto prazo

ACRÉSCIMOS
& DIFERIMENTOS: Devem ser analisados por natureza
por forma a receberem o tratamento
analítico mais adequado.

IV
78 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP

Rendibilidade

RENDIBILIDADE

É A APTIDÃO DA EMPRESA PARA GERAR LUCROS

EXISTEM DIFERENTES TIPOS DE RENDIBILIDADE E A


ESTA AVALIA-SE GERALMENTE POR DUAS FORMAS:
1ª.) EM VALOR ABSOLUTO;
2ª.) EM RELAÇÃO A OUTRO FACTOR.

# Os valores absolutos para os diversos níveis de Rendibilidade, obtém-se


da Demonstração de Resultados, directamente ou através de cálculos.

Exemplos: MARGEM BRUTA


MEIOS LIBERTOS BRUTOS
RESULTADO OPERACIONAL ou Económico
RESULTADO CORRENTE ou RAJI (Resultado antes
de Juros e Impostos)
RESULTADOS FINANCEIROS
RESULTADOS EXTRAORDINÁRIOS
RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS
RESULTADO LÍQUIDO
MEIOS LIBERTOS LÍQUIDOS ou Capacidade de
Autofinanciamento

# Os indicadores em valores relativos (racios) obtém-se estabelecendo o


quociente entre valores da Demonstração de Resultados ou entre estes
(no numerador) e valores do Balanço (no denominador).

Exemplos: RENDIBILIDADE DAS VENDAS


ou ROS (Return on Sales)
RENDIBILIDADE DOS CAPITAIS PRÓPRIOS
ou ROE (Return on Equity)
RENDIBILIDADE DO ACTIVO LÍQUIDO
ou ROA (Return on Assets)
RENDIBILIDADE ECONÓMICA DO ACTIVO
ou ROI (Return on Investment)
RENDIBILIDADE DO ACTIVO ECONÓMICO
ou ROW A (Return on W orking Assets)

IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 79
IEFP IV. OS RÁCIOS

Rendibilidade – Indicadores em Valores Absolutos

RENDIBILIDADE
Indicadores em valor absoluto
excedentes, margens & resultados, extraídos
das contas de Exploração

MARGEM BRUTA=PROVEITOS LIQ.(-)CUSTOS VARIÁVEIS

MEIOS LIBERTOS BRUTOS = PROVEITOS LIQ. (-) CUSTOS DESEMBOLSÁVEIS

RESULTADO OPERACIONAL =
= MARGEM BRUTA (-) CUSTOS DE FUNCIONAMENTO

RESULTADO CORRENTE =
= RESULTADO OPERACIONAL (- /+) CUSTOS ou PROVEITOS FINANCEIROS

RESULTADO ANTES de IMPOSTOS =


= RESULTADO CORRENTE (- /+) CUSTOS ou PROVEITOS EXTRAORDINÁRIOS

RESULTADO LÍQUIDO =
= RESULTADO ANTES de IMPOSTOS (-) IRC a liquidar

MEIOS LIBERTOS LÍQ. = RESULTADO LÍQ.(+) AMORTIZAÇÕES(+)PROVISÕES

IV
80 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP

Rendibilidade – Indicadores em Racio

RENDIBILIDADE
Indicadores em racio
mais importantes
extraídos conjuntamente
da Demonstração de Resultados e do Balanço

RESULTADO LIQ.
RENDIBILIDADE DAS VENDAS (ROS) = -----------------------------
VENDAS LÍQUIDAS

RENDIBILIDADE RESULTADO LIQ.


DOS CAPITAIS PRÓPRIOS (ROE) = -----------------------------
CAPITAIS PRÓPR.

RESULTADO LIQ.
RENDIBILIDADE DO ACTIVO LÍQUIDO (ROA) = -----------------------------
ACTIVO TOTAL LIQ.

RENDIBILIDADE RESULTADO OPER.


ECONÓMICA (ou Operacional) DO ACTIVO (ROI) = -----------------------------
ACTIVO TOTAL LIQ.

RENDIBILIDADE RESULTADO OPER.


DO ACTIVO ECONÓMICO (ROWA) = -----------------------------
ACTIVO ECONÓM.

IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 81
IEFP IV. OS RÁCIOS

Viabilidade Económico

VIABILIDADE ECONÓMICA

CAPACIDADE DA EMPRESA PARA LIBERTAR


MEIOS FINANCEIROS POSITIVOS E SUFICIENTES
PARA SUPORTAR AS SUAS POLÍTICAS DE EXPLORAÇÃO,
nomeadamente:

de Amortizações,
de Provisões,
de Pessoal e de Funcionamento,
de Financiamento Corrente,
de Resultados
& ainda,
a política Fiscal.

Esses meios financeiros, chamam-se MEIOS LIBERTOS BRUTOS


e representam o limiar mínimo de rendibilidade de uma actividade,
pelo que devem, obviamente, ser POSITIVOS & ADEQUADOS a
suportar as 'orientações que têm como objectivo gerar Resultados',
i.é, aquilo que acima designámos por Políticas de exploração.

MLB = PROVEITOS - CUSTOS desembolsáveis


ou
MLB = Resultados Operacionais + Amortizações + Provisões
do Exerc. do Exerc.

IV
82 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP

Viabilidade Financeira

VIABILIDADE FINANCEIRA

CAPACIDADE DA EMPRESA PARA GERAR,


AO LONGO DO TEMPO E SISTEMATICAMENTE,
UMA TESOURARIA DE EXPLORAÇÃO
POSITIVA E ADEQUADA, PARA:

1. FAZER FACE AO PAGAMENTO DOS IMPOSTOS.

2. REEMBOLSAR OS CAPITAIS ALHEIOS E PAGAR OS JUROS,


DE ACORDO COM O CONTRATADO.

3. REMUNERAR OS DETENTORES DO CAPITAL PRÓPRIO,


DE ACORDO COM A POLÍTICA DA EMPRESA.

IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 83
IEFP IV. OS RÁCIOS

MEIOS LIBERTOS LÍQUIDOS,


'Cash-Flow' Operacional,
ou
Capacidade de Autofinanciamento

Potencial de geração de meios financeiros líquidos


que é proporcionado pelas actividades globais de Exploração

isto é,

RESULTADOS LÍQUIDOS do Exercício, não distribuídos


(+)
AMORTIZAÇÕES do Exercício (deduzidos os Abates)
(+)
PROVISÕES do Exercício (não utilizadas)

A SENSIBILIZAÇÃO PARA A DIFERENÇA DOS CONCEITOS 'MEIOS


LIBERTOS LÍQUIDOS', CAPACIDADE DE AUTOFINANCIAMENTO' E
CASH-FLOW OPERACIONAL', PODE SER FEITA NESTE EXEMPLO:

C/Explor. mês 0 mês 1 mês 2 mês 3

VENDAS 1.000 250 250 250 250 (+)


C.VARIÁVEIS 600 0 300 300 0 (-)
Margem Bruta 400
C.FIXOS desembols. 150 50 50 50 0 (-)
AMORTIZAÇÕES 35
PROVISÕES 15
Result.Operacional 200
Custos/(Prov.) Fin. 25 25 (-)
Result. Corrente 175
Custos/(Prov.) Extr. 0 0 0 0 0 (-)
Result. a/ Impostos 175
IRC 70 0 0 0 70 (-)
Resultado Líquido 105

Cap.Autofin.ou MLL 155

Cash-Flow' Operac. 155 200 -125 -100 180 (=)

NOTA: A 'ponte' entre a conta de Exploração e a Tesouraria,


faz-se por via das políticas de Exploração, as quais
devem orientar-se para gerar 'cash-flows' positivos.

IV
84 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP

Conceito de Risco

CONCEITOS de RISCO

ECONÓMICO FINANCEIRO

PROBABILIDADE de RESULTA da event ual


os RESULTADOS AFECTAÇÃO da
se sit uarem nos TESOURARIA de
NÍVEIS ADEQUADOS EXPLORAÇÃO
para SUPORTAREM (curt o prazo)
as POLÍTICAS ou do nível da
de EXPLORAÇÃO. SOLVABILIDADE TOTAL
(médio/ longo prazo).
DECORRE exclusivament e
de PODE DECORRER de
CUSTOS & PROVEITOS. DECISÕES de
FINANCIAMENTO ou de
DOIS subt ipos do RISCO PERDAS DE ISENÇÃO de
ECONÓMICO: IMPOSTOS, ou ainda de
SÚBITA REDUÇÃO DE
- O COMERCIAL PROVEITOS, SUBSÍDIOS,
- O TECNOLÓGICO ETC..

IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 85
IEFP IV. OS RÁCIOS

PONTO MORTO da EXPLORAÇÃO


ou
'BREAKEVEN POINT'

ECONÓMICO: Resultado Económico = 0


i.é, os Custos de Funcionamento, as Amortizações e as
Provisões do Exercício, absorvem toda a Margem Bruta.

FINANCEIRO: Resultado antes de Impostos = 0


i.é, os Custos de Funcionamento, as Amortizações e as
Provisões do Exercício, mais os Resultados Financeiros,
absorvem integralmente a Margem Bruta.

TOTAL : Resultado Líquido = 0


i.é, os Custos de Funcionamento, as Amortizações e as
Provisões do Exercício, os Resultados Financeiros e os
Extraordinários, bem como o IRC, absorvem por inteiro a
Margem Bruta.

Custos Fixos
ECONÓMICO: -----------------------------------------
(em v alor) ( Margem Bruta / Vendas )

( Custos Fixos + Result. Financeiros )


FINANCEIRO: -------------------------------------------------------------
(em v alor) ( Margem Bruta / Vendas )

( Custos Fixos + Res. Financ.+Res.Extr.+IRC )


TOTAL : -----------------------------------------------------------------------------
(em v alor) ( Margem Bruta / Vendas )

Para obter qualquer 'breakeven' em Quantidade,


basta fazer o quociente:
Ponto Morto (em valor)
----------------------------------------------
Preço unitário de Venda

O 'ponto morto' significa o valor mínimo do volume de negócios


para que o negócio garanta a absorção dos Custos Fixos.
Em quantidade, significa quanto é preciso vender para que
os Custos Fixos possam ser suportados pelo negócio.

IV
86 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
IV. OS RACIOS IEFP

ALAVANCA na EXPLORAÇÃO

VENDAS

(-)
CUST OS VARIÁVEIS

(=)
Efeito Económ ico de MARGEM BRUT A
Alav anca na explor.

(-)
CUST OS FIXOS Grau Económ ico de
AMORT IZAÇÕES & PROVISÕES Alav anca na explor.

(=)
RESULT ADO OPERACIONAL

(-)
CUST OS FINANCEIROS

(=)
RESULT ADO CORRENT E

(-)
CUST OS EXT RAORDINÁRIOS
Grau Financeiro de
Efeito Financeiro de Alav anca na expl.
(=)
de Alav anca na expl
RESULT ADO ANT ES de IMPOST OS

(-)
IMPOST OS sobre RESULT ADOS

(=)
RESULT ADO LÍQUIDO

LIMIT ES: GEA e GFA: ( 1, + infinito )

EEA e EFA: ( 0, + 1 )

Valor es n egat ivos, t r at am -se com o 'zer os'

Nota: Cópias impressas na página 79 e seguintes


.

IV
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 87
IEFP IV-OS RÁCIOS

5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR

• ANÁLISE FINANCEIRA

Vol. I - Técnicas Fundamentais

João Carvalho das Neves,

Texto Editora – Textos de Gestão

12ª edição. Lisboa, 2000

Parte II. INSTRUMENTOS-BASE DA ANÁLISE FINANCEIRA

5. Método dos Rácios – Uma Técnica-Base da Análise Financeira

Páginas 79 a 97.
.

IV
88 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUILÍBRIO FINANCEIRO

ANÁLISE FINANCEIRA
E
GESTÃO ORÇAMENTAL
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP

1. RESUMO

1. Equilíbrio financeiro é o ajustamento sistemático e permanente dos fluxos de liquidez e


exigibilidade.

2. Constituem bases do equilíbrio financeiro: (a) as opções respeitantes a produtos, mercados,


dimensão do negócio, localização, tecnologia e infra-estruturas; (b) a estrutura de
financiamento da empresa; (c) a evolução do negócio e seus reflexos nos activos a financiar e
nos recursos mobilizáveis.

3. No equilíbrio financeiro verifica-se a coexistência de factores de natureza estrutural (ou


estratégica) e de natureza conjuntural (ou táctica), cuja resultante final é a posição de
tesouraria.

4. São de natureza estrutural (ou estratégica) os factores expressos pelo indicador Fundo de
Maneio. São de natureza conjuntural (ou táctica) os factores expressos pelo indicador
Necessidades de Fundo de Maneio.

5. O equilíbrio financeiro no curto prazo apoia-se no fundo de maneio e depende,


fundamentalmente, da evolução das necessidades de fundo de maneio. Para a compreensão
deste facto, importa conhecer a actividade da empresa e a duração do seu ciclo de produção.
6. O alongamento do ciclo de produção determina maior esforço de financiamento das operações
correntes de exploração e sujeita a empresa a condições mais complexas de negociação e
controlo.
7. Quanto mais dilatados forem os prazos de pagamento concedidos aos clientes, maiores serão
as necessidades em fundo de maneio. Situação esta que não depende da empresa mas das
condições do mercado.
8. Quanto menores forem os prazos de pagamento obtidos dos fornecedores, maiores serão as
necessidades de fundo de maneio.
9. Quanto maior for o tempo de imobilização dos stocks (de matérias-primas, de produtos em vias
de fabrico, de produtos acabados) maiores serão as necessidades de fundo de maneio.
10. O equilíbrio financeiro analisa-se através do balanço funcional, uma demonstração financeira
auxiliar que se prepara com base no balanço sintético (corrigido) e nas políticas de gestão de
operações correntes.

11. O somatório das rubricas activas do balanço funcional deve corresponder ao valor do activo
total líquido do balanço sintético. E o somatório das rubricas passivas do balanço funcional
deve ser igual à soma dos valores do passivo e dos capitais próprios do mesmo balanço
sintético.

12. No balanço funcional, temos: operações de investimento, operações correntes cíclicas e


operações de tesouraria.

13. Operações de investimento são as que mobilizam origens e registam aplicações, cuja duração
é superior a 1 ano.
14. Operações correntes cíclicas, são as que, de acordo com as políticas de gestão operacional
da empresa, agrupam ‘necessidades de financiamento’ e ‘recursos financeiros’ cíclicos e
ligados às operações normais, com duração de curto prazo (inferior a 1 ano).

V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 91
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

15. Operações de tesouraria, são todas as operações (activas e passivas) que representam
liquidez (isto é, são ou poderão vir a ser, meios monetários) e exigibilidade (isto é,
obrigatoriedade de pagamento) a muito curto prazo (entre 1 e 30 dias).
16. A gestão financeira de curto prazo não é autónoma, faz-se em sintonia com a gestão
financeira de médio e longo prazo e vice-versa. A gestão da tesouraria é, de facto, a gestão de
um stock muito especial da empresa – o dos meios monetários disponíveis.
17. Fundo de maneio líquido é o saldo entre os valores do activo circulante (existências, crédito
concedido e disponibilidades) e do exigível a curto prazo (fornecedores, Crédito bancário,
EOEP, outros credores).
18. A análise do Fundo de Maneio Líquido coloca na gestão da Tesouraria o controlo das
operações de curto prazo.
19. Procedimentos normais de controlo do curto prazo: efectuar em tempo as cobranças de
clientes, fazer os pagamentos a fornecedores, estado e banca, de acordo com obrigações
legais e contratos firmados, cobrir os déficits ou aplicar os excedentes.
20. O volume de crédito deve relacionar-se com o volume e com rendibilidade das vendas,
relacionando-se, deste modo, com as características da actividade em que a empresa opera.
21. A concessão de crédito a clientes deve ser encarada como um investimento (uma aplicação de
recursos) e, como tal, deve obedecer aos critérios de risco, liquidez e custo.
22. A concessão e cobrança de créditos devem estar adequadas ao fluxo de tesouraria global para
não colocar em risco a continuidade da empresa.
23. A análise de um cliente para concessão de crédito, envolve um conjunto de apreciações em
que pondera, antes do mais, o volume relativo da operação. São pontuados, em geral, quatro
parâmetros: carácter, capacidade, capital, conjuntura.
24. Uma vez concedido o crédito, é necessário organizar a sua cobrança em devido tempo.
25. As existências representam um activo importante, sobretudo nas empresas industriais, mas
também representam um custo que é preciso gerir e minimizar.
26. A gestão do exigível abrange os débitos a fornecedores e a outros credores e os empréstimos
a curto prazo.
27. O crédito dos fornecedores não tem um custo explícito, mas também não é gratuito. É
frequente haver diferenças nos preços consoante se compre a pronto pagamento ou a crédito.
28. Os saldos negativos de tesouraria são, geralmente, mais frequentes que os saldos positivos e,
se atingirem um determinado volume, provocam problemas à gestão corrente.
29. Para financiamento dos déficits de tesouraria recorre-se a instrumentos de curto prazo,
disponíveis nas instituições financeiras, sendo, contudo, necessário proceder a uma criteriosa
escolha, tendo em conta as suas vantagens e o seu custo.
30. A posição de tesouraria excedentária é menos frequente que a posição de déficit. Contudo,
ocorrem situações pontuais de excesso que é necessário aplicar.
31. A melhor aplicação de curto prazo é a redução do endividamento bancário. Podem também
antecipar-se pagamentos a fornecedores, se puder beneficiar de descontos financeiros por
esse facto.
32. No caso de os excedentes serem de maior dimensão ou frequência, pode encarar-se a
aplicação em instrumentos financeiros de curto prazo, cuja rendibilidade, liquidez e risco
devem ser previamente calculados.

V
92 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP

2. PLANO DAS SESSÕES

Conteúdo Metodologia Duração

(minutos)

Exposição:

1. Bases do Apresentar o conceito de equilíbrio financeiro;


equilíbrio
Enunciar as bases do equilíbrio financeiro
financeiro
(transparência 5.1.);

Caracterizar os indicadores do equilíbrio


2. A dinâmica do financeiro e explicar como se obtêm;
equilíbrio 180m
Estabelecer a conexão entre a duração do ciclo
financeiro
de produção de uma empresa e o seu equilíbrio
financeiro no curto prazo;

3. Análise do Enunciar os documentos que servem de suporte à


equilíbrio análise do equilíbrio financeiro.
financeiro
Os formandos, em grupo, vem procurar
desenvolver o tema “A dinâmica do equilíbrio
financeiro”, enunciando quais os problemas que
podem surgir durante os ciclos de produção e
comercialização e estabelecer eventuais 30m
soluções.

As conclusões e os exemplos devem ser


apresentados pelo porta-voz do grupo.

V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 93
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

Exposição:

Estabelecer a relação existente entre o balanço


funcional e o balanço sintético;
4. O balanço
funcional Caracterizar o balanço funcional e explicar como
se obtém (transparência 5.2.)

- operações de investimento: Fundo de Maneio


(transparência 5.3.)

5. Indicadores 360m
- operações correntes cíclicas: Fundo de
Maneio Necessário

- operações de tesouraria: Tesouraria Líquida


(transparência 5.4.)

Caracterizar o indicador Fundo de Maneio


Líquido, descrever a sua relação com o Fundo de
Maneio e enunciar as políticas que o influenciam.

Os formandos, reunidos em grupo, devem discutir


a necessidade de “transformação” do balanço
sintético num balanço funcional.

As conclusões devem ser apresentadas pelo 60m


porta-voz do grupo.

V
94 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP

Exposição:
6. Gestão de curto Enunciar os princípios básicos da gestão de
prazo créditos a terceiros;
Assinalar as quatro etapas na gestão de clientes;

6.1. Gestão de Caracterizar sumariamente os factores que


créditos a determinam e influenciam os prazos de
clientes pagamento concedidos a clientes; 90m
6.2. Gestão das Descrever o processo de gestão das cobranças;
existências Sublinhar os dois aspectos fundamentais a
6.3. Gestão de considerar na gestão das existências;
fornecedores Caracterizar as preocupações do gestor financeiro
6.4. Gestão da com o volume das existências;
tesouraria Enunciar alguns dos modos de obter crédito de
fornecedores;

Descrever as formas que a empresa dispõe para


financiar o saldo negativo as sua tesouraria;
Descrever as formas que a empresa dispõe para
aplicar o saldo positivo da sua tesouraria.

Os formandos, reunidos em grupo, devem


efectuar o exercício prático.
180m
Os resultados obtidos devem ser confrontados
com a correcção do exercício apresentada pelo
formador.

V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 95
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO

1. O que é equilíbrio financeiro?


Resolução:

O equilíbrio financeiro traduz a interacção e as condições de compatibilidade existentes entre a


estrutura financeira e a gestão corrente das diversas funções da empresa, cuja resultante final
é a posição de tesouraria.

Equilíbrio financeiro é o ajustamento sistemático e permanente dos fluxos de liquidez e


exigibilidade.

2. Quais são as bases do equilíbrio financeiro?


Resolução:

Constituem bases do equilíbrio financeiro:

As opções respeitantes a produtos, mercados, dimensão do negócio, localização, tecnologia e


infraestruturas.

A estrutura de financiamento da empresa (relação entre capitais próprios e alheios, parcela de


curto prazo nos capitais alheios e natureza desses capitais).

A evolução do negócio e seus reflexos quanto ao volume e natureza dos activos a financiar e
aos recursos financeiros mobilizáveis.

3. Quais são os indicadores do equilíbrio financeiro e como se obtém?


Resolução:

O Fundo de Maneio é um indicador essencialmente estável (de mudança lenta) que exprime o
diferencial entre as participações de capital (próprio e alheio de médio/longo prazo) e o valor
líquido das aplicações em activo fixo

Necessidades de Fundo de Maneio é um indicador essencialmente instável (sujeito às


mudanças impostas pela variabilidade dos mercados) dado pela diferença entre o volume dos
activos circulantes necessários à actividade (basicamente, existências, crédito a clientes e
outros devedores) e o crédito obtido (basicamente, de fornecedores, credores diversos e
banca) para os financiar.
A tesouraria é a área em que se desenvolve toda a dinâmica de equilíbrio dos fluxos
estratégicos (zero liquidez, versus baixa ou nenhuma exigibilidade) e tácticos (liquidez possível,
versus exigibilidade contratada)

V
96 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP

4. Explique o que entende por factores de natureza estrutural e conjuntural no equilíbrio


financeiro.
Resolução:
Factores de Natureza Estrutural são as operações que mobilizam origens e aplicações de
duração superior a 1 ano.

Factores de Natureza Conjuntural são as operações que, de acordo com as políticas de gestão
corrente da empresa, agrupam ‘necessidades de financiamento’ e ‘recursos financeiros’
cíclicos e ligados às operações normais, com duração de curto prazo (inferior a 1 ano).

5. O que são o fundo de maneio e as necessidades de fundo de maneio?


Resolução:
O Fundo de Maneio é um indicador essencialmente estável (de mudança lenta) que exprime o
diferencial entre as participações de capital (próprio e alheio de médio/longo prazo) e o valor
líquido das aplicações em activo fixo
Necessidades de Fundo de Maneio é um indicador essencialmente instável (sujeito às
mudanças impostas pela variabilidade dos mercados) dado pela diferença entre o volume dos
activos circulantes necessários à actividade (basicamente, existências, crédito a clientes e
outros devedores) e o crédito obtido (basicamente, de fornecedores, credores diversos e
banca) para os financiar.

6. Que relação existe entre o indicador Tesouraria, o Fundo de Maneio e as Necessidades de


Fundo de Maneio?
Resolução:

A tesouraria é a área em que se desenvolve toda a dinâmica de equilíbrio dos fluxos


estratégicos (zero liquidez, versus baixa ou nenhuma exigibilidade) e tácticos (liquidez possível,
versus exigibilidade contratada).
Tesouraria Líquida = Fundo de Maneio – Fundo de maneio Necessário

7. O que é o balanço funcional e como se obtém?


Resolução:

O Balanço Funcional prepara-se com base no balanço sintético (corrigido) e nas políticas
definidas para a gestão de operações correntes (Existências, Clientes e Outros Devedores,
Fornecedores e Outros Credores, EOEP e Banca, financiamento normal a curto prazo).

8. Que relação existe entre o balanço funcional e o balanço sintético?


Resolução:
O Balanço Funcional prepara-se com base no balanço sintético (corrigido) e nas políticas
definidas para a gestão de operações correntes (Existências, Clientes e Outros Devedores,
Fornecedores e Outros Credores, EOEP e Banca, financiamento normal a curto prazo).

V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 97
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

9. O indicador Fundo de Maneio é estável? Porquê?


Resolução:

Sim. Pois o mesmo é determinado com base em rubricas que são de mudança lenta.

As origens são constituídas pelos capitais permanentes, (somatório dos capitais próprios com
os alheios de médio e longo prazo), cuja exigibilidade é nula ou de prazo alongado.

As aplicações são formadas pelo valor líquido do activo fixo (imobilizado), cuja liquidez é nula,
porque se trata de bens de uso, não destinados a venda.

Nota: Quanto menor for a exigibilidade dos capitais alheio e a liquidez dos activos, maior é a
tendência de estabilidade dos indicadores do equilíbrio financeiro.

10. indicador Tesouraria é estável? Porquê?


Resolução:
Não. A tesouraria é a área em que se desenvolve toda a dinâmica de equilíbrio dos fluxos
estratégicos (zero liquidez, versus baixa ou nenhuma exigibilidade) e tácticos (liquidez possível,
versus exigibilidade contratada).

11. O que é o ciclo de exploração?


Resolução:

Quanto tempo decorre entre:

1. A encomenda das matérias-primas e a entrada na empresa;

2. A entrada das matérias-primas e a passagem à produção;

3. A entrada na produção e a obtenção do produto final;

4. A transferência para armazém e a entrega aos clientes;

5. A entrega aos clientes e o pagamento por parte destes.

12. Que relação existe entre o equilíbrio financeiro e o ciclo de exploração?


Resolução:

• O alongamento do ciclo de produção determina maior esforço de financiamento das


operações correntes de exploração e sujeita a empresa a condições mais complexas de
negociação e controlo.

• Quanto mais dilatados forem os prazos de pagamento concedidos aos clientes, maiores serão
as necessidades em fundo de maneio. Situação esta que não depende da empresa mas das
condições do mercado.

• Quanto menores forem os prazos de pagamento obtidos dos fornecedores, maiores serão as
necessidades de fundo de maneio.

• Quanto maior for o tempo de imobilização dos stocks (de matérias-primas, de produtos em
vias de fabrico, de produtos acabados) maiores serão as necessidades de fundo de maneio.

V
98 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP

13. O que são políticas de gestão de curto prazo?


Resolução:
Os ‘déficits’ de tesouraria têm que ser rectificados, por negociação com clientes e
fornecedores, por entrada de dinheiro fresco de sócios, por financiamento bancário, ou através
de solução mista das várias hipóteses. Os ‘superavits’ de tesouraria devem ser aplicados, por
forma a não constituírem activos sem produtividade.

14. O que são operações de tesouraria?


Resolução:

São todas as operações - activas e passivas – que representam liquidez (isto é, são ou
poderão vir a ser, meios monetários) e exigibilidade (isto é, obrigatoriedade de pagamento) a
muito curto prazo (entre 1 e 30 dias).

15. O que é gerir a tesouraria?


Resolução:
A gestão da tesouraria é, de facto, a gestão de um stock muito especial da empresa – o dos
meios monetários disponíveis.

16. O que é o fundo de maneio líquido?


Resolução:

Fundo de maneio líquido é o saldo entre os valores do activo circulante (existências, crédito
concedido e disponibilidades) e do exigível a curto prazo (fornecedores, Crédito bancário,
EOEP, outros credores).

17. Que relação existe entre o fundo de maneio líquido e o fundo de maneio?
Resolução:
Fundo de Maneio Líquido e Fundo de Maneio são indicadores para os quais se obtém o
mesmo valor, com métodos de cálculo diferentes.

18. Demonstre a identidade de valor entre os indicadores fundo de maneio e fundo de maneio
líquido.
Resolução:
Demonstração:

Admitindo que:

Activo Circulante – Passivo a Curto Prazo


=
Capitais Permanentes – Activo Fixo

V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 99
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

Teremos também:

Activo Circulante – Passivo a Curto Prazo


=
Capital Próprio + Passivo de médio/longo prazo – Activo Fixo

Donde se verifica:

Activo Fixo + Activo Circulante

Capital Próprio+Passivo a médio/longo prazo+Passivo a curto Prazo

O que respeita a igualdade fundamental do balanço:

Activo total líquido = Capital Próprio + Passivo total

19. Estabeleça a ligação entre a análise do fundo de maneio líquido e a gestão financeira de curto
prazo.
Resolução:
Procedimentos normais de controlo financeiro de curto prazo: efectuar em tempo as cobranças
de clientes, fazer os pagamentos a fornecedores, estado e banca, de acordo com obrigações
legais e contratos firmados, cobrir os déficits ou aplicar os excedentes.
20. Que políticas de gestão podem melhorar (tornar mais positivo) o indicador fundo de maneio
líquido?
Resolução:
Política de Concessão de Crédito, Obtenção de Crédito e Rotação das Existências em
Armazém.
21. O que é a gestão do crédito a clientes?
Resolução:
Nas transacções económicas entre empresas, a prática corrente é de conceder crédito, o que
significa entregar produtos e serviços em troca de compromissos de pagamento futuro. Deste
modo, surge no balanço da empresa, no activo, um conjunto de direitos de recebimento que
aqui englobamos sob a designação de Clientes.

22. Que factores determinam e influenciam os prazos de pagamento concedidos a clientes?


Resolução:
A política de crédito deverá ser ajustada ao perfil do cliente. As grandes empresas têm
processos de decisão hierarquizados e solidez financeira, enquanto os pequenos clientes têm,
em geral, situação financeira precária. A maioria das PME está entre estes dois extremos, com
potencialidades para concessão de crédito que, em circunstância alguma, poderá ser ilimitado.

V
100 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP

Uma decisão de concessão de crédito tem implicações diversas sobre a rendibilidadeÉ


necessário pois, analisá-las para se perceber claramente a necessidade da formulação da
política de crédito.
Rendibilidade e comportamentos dos clientes

a.) cliente paga pontualmente: a concessão de crédito permitirá aumentar as vendas e a


rendibilidade; a recusa de crédito significaria o inverso.

b.) cliente paga, mas para além do prazo concedido: a concessão do crédito vai implicar gasto de
cobrança com consequências negativas na rendibilidade da empresa; se não se lhes conceder
crédito haverá redução nas vendas e na rendibilidade.

Nestas situações, é necessário encontrar um ponto de equilíbrio que poderá passar pelo
ajustamento das vendas.

a.) O cliente não paga: a concessão de crédito só origina perdas; perda dos créditos acrescida de
gastos de cobrança. Nestas situações é mais económico não vender.

23. O que é que é importante na análise de clientes?


Resolução:
A análisede um cliente para concessão de crédito, envolve um conjunto de apreciações em que
pondera, antes do mais, o volume relativo da operação. São pontuados, em geral, quatro
parâmetros: carácter, capacidade, capital, conjuntura.

24. Qual o critério para decidir o volume de crédito a conceder?


Resolução:
É necessário, com regularidade, proceder a uma avaliação da rendibilidadedas vendas
condições concretas versus condições definidas) tendo em conta o custo financeiro dos atrasos
de pagamento e as provisões para cobranças duvidosas que é necessário criar.
25. A concessão de crédito a clientes é um investimento? Porquê?
Resolução:
A concessão de crédito a clientes deve ser encarada como um investimento, pois representa
uma aplicação de recursos.

26. O director financeiro deve controlar as existências? Explique.


Resolução:

O gestor financeiro intervém neste quadro de responsabilidades repartidas, (e, por vezes,
conflituais) para minimizar os valores imobilizados nos diferentes tipos de existências, tendo
em consideração a rendibilidade e a liquidez.

27. O que significa fazer a gestão do exigível?


Resolução:

A gestão do exigível abrange os débitos a fornecedores e a outros credores e os empréstimos


a curto prazo.

28. Que cuidados devem ser observados na relação de crédito com fornecedores?

V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 101
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

Resolução:

O crédito dos fornecedores não tem um custo explícito, mas também não é gratuito. Embora o
crédito de fornecedores seja o mais barato, é frequente haver diferenças nos preços consoante
se compre a pronto pagamento ou a crédito. Na verdade, isto depende das condições de
mercado e deve ser devidamente considerado no relacionamento com os fornecedores.

O atraso nos pagamentos aos fornecedores não só pode originar rupturas nos abastecimentos
como o corte nos créditos, implicando, qualquer das situações, custos financeiros e de
imagem.

A gestão desta fonte de financiamento merece ser tratada com muita atenção pelas
implicações que tem na vida da empresa.

29. Porque é que é necessário analisar e antecipar previsões sobre a formação dos saldos de
tesouraria?
Resolução:

Os saldos negativos de tesouraria são, geralmente, mais frequentes que os saldos positivos e,
se atingirem um determinado volume, provocam problemas à gestão corrente.
Para financiamento dos déficits de tesouraria recorre-se a instrumentos de curto prazo,
disponíveis nas instituições financeiras, sendo, contudo, necessário proceder a uma criteriosa
escolha, tendo em conta as suas vantagens e o seu custo.
A posição de tesouraria excedentária é menos frequente que a posição de déficit. Contudo,
ocorrem situações pontuais de excesso que é necessário aplicar.

Nota: Um dos objectivos do planeamento financeiro é fazer previsões sobre o saldo positivo ou
negativo da tesouraria para que em tempo oportuno a empresa possa aplicar o excedente ou
financiar o déficit.

30. A gestão da tesouraria gera rendibilidade?


Resolução:
Sim.Pois no caso de os excedentes serem de maior dimensão ou frequência, pode encarar-se
a aplicação em instrumentos financeiros de curto prazo (Bilhetes de Tesouro e Fundos de
Tesouraria, entre outros) cuja rendibilidade, liquidez e risco devem ser previamente calculados,
em conjunto com a entidade bancária que coloca esses produtos à disposição do mercado.
31. O que é que se faz quando existem saldos negativos de tesouraria?
Resolução:

Para financiamento dos déficits de tesouraria recorre-se a instrumentos de curto prazo,


disponíveis nas instituições financeiras, sendo, contudo, necessário proceder a uma criteriosa
escolha, tendo em conta as suas vantagens e o seu custo.

V
102 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP

32. E se houver excedentes (superavits) de tesouraria, como se procede?


Resolução:

Para reduzir os excedentes pontuais começa-se, desde logo, por reduzir a mobilização de
créditos ou de descobertos bancários. Com efeito, a melhor aplicação de curto prazo é sempre
a redução do endividamento bancário. Podem também antecipar-se pagamentos a
fornecedores, se se puder beneficiar de descontos financeiros por esse facto.
No caso de os excedentes serem de maior dimensão ou frequência, pode encarar-se a
aplicação em instrumentos financeiros de curto prazo (Bilhetes de Tesouro e Fundos de
Tesouraria, entre outros)

Exercício Prático
Relativamente aos Balanços e Demonstrações de Resultados da empresa PNTB,sa’, devidamente
rectificados e respeitantes aos anos (n), (n+1) e (n+2), é necessário efectuar a análise do Equilíbrio
Financeiro, da Tesouraria e do Fundo de Maneio Líquido.
Trabalho a Realizar:

1. Elaborar o Balanço Funcional e analisar os respectivos indicadores, bem como o mapa analítico
da Tesouraria.

2. Fazer a análise do Fundo de Maneio Líquido.

3. Comentar as condições globais de equilíbrio financeiro da empresa, a partir das contas


rectificadas de fecho do
4. exercícios (n), (n+1 e (n+2).

V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 103
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

4. TRANSPARÊNCIAS

ANÁLISE da ESTRUTURA FINANCEIRA


da EMPRESA

APLICAÇÕES DE FUNDOS

CICLO DE DISPONIBILIZAÇÃO CICLO DE DISPONIBILIZAÇÃO


INFERIOR a 1 ANO SUPERIOR a 1 ANO

ACTIVO CIRCULANTE ACTIVO FIXO

ORIGENS de FUNDOS

GRAU DE EXIGIBILIDADE GRAU DE EXIGIBILIDADE


INFERIOR a 1 ANO SUPERIOR a 1 ANO

EXIGÍVEL A CURTO PRAZO CAPITAIS PERMANENTES

... DEPENDENDO SEMPRE DO NEGÓCIO ...

V
104 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP

. . . O QUE EQUIVALE A DIZER QUE

A ESTRUTURA FINANCEIRA DA EMPRESA ESTÁ

EQUILIBRADA QUANDO A DISTRIBUIÇÃO DAS

ORIGENS E DAS APLICAÇÕES DE FUNDOS PERMITE

QUE, EM CADA MOMENTO, EXISTAM OS MEIOS

FINANCEIROS SUFICIENTES PARA LIQUIDAR AS

DÍVIDAS QUE SE VÃO VENCENDO.

ENTÃO,
COMO ANALISAR O

FUNDO de MANEIO
A CURTO PRAZO
EQUILÍBRIO LIQUIDEZ
FINANCEIRO
A MÉDIO E LONGO SOLVABILIDADE
PRAZO

V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 105
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

BALANÇO FUNCIONAL
( ESQUEMÁTICO ou NORMATIVO )

(DOCUMENTO ANALÍTICO DA TESOURARIA)

OPERAÇÕES de INVESTIMENTO

1. (+) CAPITAIS PRÓPRIOS


2. (+) EXIGÍVEL A M/L PRAZO
3. (=) CAPITAIS PERMANENTES (1+2)
4. (-) ACTIVO FIXO
5. (=) FUNDO de MANEIO (3-4)

OPERAÇÕES de EXPLORAÇÃO

6. (+) NECESSIDADES de FINANCIAMENTO


do ciclo de exploração
7. (-) RECURSOS de FINANCIAMENTO
do ciclo de exploração
8. (=) NECESSIDADES
de FUNDO de MANEIO (6-7)

OPERAÇÕES de TESOURARIA

10. TESOURARIA global líquida (5-8)

TESOURARIA GLOBAL

A. ELEMENTOS ACTIVOS ( de Tesouraria )


B. ELEMENTOS PASSIVOS ( de Tesouraria )

TESOURARIA GLOBAL (A +/- B)

V
106 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP

FUNDO de MANEIO
APLICAÇÕES ORIGENS
(ACTIVO) (CAP.PRÓP.& PASSIVO)

ACTIVO CAPITAIS
FIXO PERMANENTES
___________________________
FUNDO
de
ACTIVO MANEIO
CIRCULANTE >0 ___________________________
EXIGÍVEL a
CURTO PRAZO

CAPITAIS
ACTIVO PERMANENTES
FIXO ___________________________
FUNDO
de
MANEIO
___________________________ <0
EXIGÍVEL a
ACTIVO CURTO PRAZO
CIRCULANTE

ACTIVO CAPITAIS
FIXO PERMANENTES
___________________________ FM = 0 ___________________________

ACTIVO EXIGÍVEL a
CIRCULANTE CURTO PRAZO

REGRA DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO MÍNIMO: FM = 0


Quando se tem uma estrutura organizada
segundo a regra do 'equilíbrio financeiro mínimo',
correm-se riscos financeiros a prazo, por inadequação dos
Capitais Permanentes e porque o Imobilizado apresenta
natural lentidão na geração de meios líquidos (via Amortizações).

Na realidade, é desejável que o Fundo de Maneio seja


POSITIVO & ADEQUADO
para suportar uma parte das Necessidades do Ciclo de Exploração

V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 107
IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

TESOURARIA
( T = FM - NFM )

NECESSIDADES
de
FUNDO FUNDO
de (=) de
MANEIO MANEIO

NFCE - RFCE CP - AF

NECESSIDADES
de
FUNDO FUNDO
de (») de
MANEIO MANEIO

NFCE - RFCE CP - AF
__________________

'DÉFICIT'

NECESSIDADES
de
FUNDO FUNDO
de («) de
MANEIO MANEIO

NFCE - RFCE CP - AF
__________________

'SUPERAVIT'

V
108 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO IEFP

T E S O U R A R IA

A g e s tã o a b ra n g e o s flu x o s
d o C a p ita l C irc u la n te
e d o P a s s iv o d e c u rto p ra z o

P a ra u m a e s tra té g ia d e T e s o u ra ria

F a c to re s D E T E R M IN A N T E S
V ia b ilid a d e F in a n c e ira : T E > 0 e a d e q u a d a .
V ia b ilid a d e E c o n ó m ic a : M L B > 0 e d e n ív e l a d e q u a d o .

F a c to re s E S T R U T U R A IS
F u n d o d e M a n e io : ( C P - A F ) > 0 e d e n ív e l a d e q u a d o .
N e c e s s id a d e s d e F u n d o d e M a n e io : a p o ia d a s p e lo F M .

E le m e n to s G L O B A IS
F in a lid a d e s & O b je c tiv o s
P o lític a s - P re v is õ e s - P ro g ra m a s - O rç a m e n to s

E le m e n to s A C T U A N T E S
E le m e n to s a n a lític o s d e T e s o u ra ria
C o n tro lo d o 'C a s h -flo w '

D o c u m e n to d e c o n tro lo e
a v a lia ç ã o d o s F L U X O S d e te rm in a n te s d e
P A G A M E N T O & R E C E B IM E N T O

D E M O N S TR AÇ ÃO d o s F L U X O S
d e T E S O U R A R IA
Nota: Cópias impressas na página 79 e seguintes.

V
Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 109
IEFP V-O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR

• ANÁLISE FINANCEIRA

Vol. I - Técnicas Fundamentais

João Carvalho das Neves,

Texto Editora – Textos de Gestão

12ª edição. Lisboa, 2000

Parte III, ANÁLISE DO RISCO

8. Análise do Equilíbrio Financeiro.

Páginas 122 a 146.

• PRINCÍPIOS DE GESTÃO FINANCEIRA

H. Caldeira Menezes

Editorial Presença – Fundamentos

7ª edição, Lisboa, 1999.

III.A GESTÃO DA TESOURARIA

1. Introdução

2. Os conceitos tradicionais

3. As necessidades e os recursos financeiros

4. Os conceitos de fundo de maneio necessário

5. A relação fundamental da tesouraria.

Páginas 119 a 136.

V
110 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL

ANÁLISE FINANCEIRA
E
GESTÃO ORÇAMENTAL
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 111


FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

Ficha nº1

Observe as contas em anexo, da empresa ‘Who’s_who,sa’, anos (n) e (n+1) e desenvolva os


seguintes procedimentos:
1. Determine indicadores para analisar:
a) A estrutura financeira;
b) Equilíbrio financeiro;
c) A rendibilidade e a alavanca financeira;
d) Risco na exploração.
2. Estude o equilíbrio da Tesouraria, considerando o seguinte: (a) Que 25% dos Clientes e Outros
Devedores pagam entre os 20 e os 30 dias; (b) Que 50% dos saldos de Fornecedores e Outros
Credores e Banca c/p são exigíveis até 30 dias; (c) Que 80% do saldo credor de EOEP é
exigível até 25 dias. Com base neste mapa e tendo em atenção o saldo de (n+1), propor as
alterações adequadas das políticas de exploração.

Empresa: Who’s who, sa


Balanços
Un.: 10 3 €
n n+1 n n+1
Aplicações Origens
Imobilizado Capital Próprio
Corp./Incorp./Fin. 10.000 40.000 Cap.Social 1.300 1.300
Amortizações (-) -5.000 -9.500 Reserva Legal 241 426
Imob.Líq. 5.000 30.500 O/Res. e R.Tr. 5.000 7.515
Result.Líq.Exº. 8.515 4.080
Existências Cap.Próprio 15.056 13.321
Merc,MP,PA 12.000 14.000
ePVF
Prov.Dep.Exist(-) -240 -280 Capitais Alheios
Existências 11.760 13.720 Banca M/L prz 2.000 31.000
Accionistas 4.000 2.700
Crédito conced. Subtotal m/lg. Prz. 6.000 33.700
Clientes e O/Dev. 17.000 20.000 Forn.& O/Cred. 10.000 15.000
EOEP 0 0 Banca curto prz 6.000 4.350
Prov.Cob.Duv.(-) -170 -200 EOEP 1.155 1.800
Créd.Conc. 16.830 19.800 Prov.p/ ORE 168 30
Subtotal curto prz. 17.323 21.180
Disponibilidades 4.789 4.181 Passivo 23.323 54.880

ACT.TOT. LIQ. 38.379 68.201 TOT.CAP.PRÓP.+PASS. 38.379 68.201

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 113


IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

Empresa: Who’s who, sa


Demonstrações de Resultados
Un.: 10 3 €
n n+1
Vendas 230.000 250.000
Custos Variáveis 172.500 193.750
Margem Bruta 57.500 56.250
Custos c/ Pessoal (40%),
FSExt. (55%) e Outr.(5%) 40.170 41.375
Amortizações do exº. 2.500 5.000
Provisões do exº. 70 170
Resultado Operacional 14.760 9.705
Resultados Financeiros 1.440 3.720
Resultado Corrente 13.320 5.985
Resultados Extraordinários 180 -15
Resultado a/ Impostos 13.140 6.000
Imposto sobre Resultados 4.625 1.920
Resultado Líquido 8.515 4.080

V
114 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

ANEXO 1
Inserção de Dados e Mutação de Valores
+ + Activo
Passivo
Balanços (n+1) (n) _Variação - Activo -
_ Passivo
---------- ---------- (n+1)-(n) = =
ACTIVO 68.201 38.379 ---------- Var.ORI Var.APLI
G. C.
Imobilizado 30.500 5.000 ----------
Corpóreo 40.000 10.000 30.000
Amort.Corp.Acum. (-) -9.500 -5.000 -4.500
Incorpóreo 0 0 0
Amort.Incorp.Acum. (-) 0 0 0
Financeiro 0 0 0
Provisões p/ Imob.Fin.(-) 0 0 0
Em Curso 0 0 0

EXISTENCIAS 13.720 11.760


Mercadorias, Mat.Prim. e PVF 14.000 12.000 2.000
Prov.p/Deprec.Exist.(-) -280 -240 -30

REALIZAVEL 19.800 16.830


Clientes c/c e c/T.Rec. 20.000 17.000 3.000
Prov.Clientes Cob.Duv (-) -200 -170 -30
EOEP 0 0 0
E/Grupo e O/Devedores c/p 0 0 0

DISPONIBILIDADES 4.181 4.789 -608

CAP. PRÓPRIO+PASSIVO 68.201 38.379

CAPITAL PRÓPRIO 13.321 15.056


Capital Social 1.300 1.300 0
Reservas 7.941 5.241 2.700
Result.Transitados 0 0 0
Result.Líquido do Exerc. 4.080 8.515

Passivo 54.880 23.323


Exigível M/L Prazo 33.730 6.000
Empréstimos Bancários 31.000 2.000 29.000
Accionistas 2.700 4.000 -1.300

Exigível a Curto Prazo 21.180 17.323


Empréstimos Bancários 4.350 6.000 -1.650
Fornecedores e O/Credores 15.000 10.000 5.000
EOEP 1.800 1.155 645
Provisões p/ ORE 30 168 -138

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 115


IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

Ficha nº2

1. Prepare a Demonstração das Origens e Aplicações de Fundos de (n+1), com base no Mapa de
Mutação de Valores (que está semi-elaborado). Com base neste mapa, explique a evolução do
autofinanciamento. Ver Anexos 1 e 2.

2. Apresente relatório sintético de análise financeira, com base nos indicadores (de estrutura
financeira, rendibilidade, equilíbrio financeiro e risco na exploração) anteriormente calculados.

Empresa: Who’s who, sa

Balanços

Un.: 10 3 €
n n+1 n n+1
Aplicações Origens
Imobilizado Capital Próprio
Corp./Incorp./Fin. 10.000 40.000 Cap.Social 1.300 1.300
Amortizações (-) -5.000 -9.500 Reserva Legal 241 426
Imob.Líq. 5.000 30.500 O/Res. e R.Tr. 5.000 7.515
Result.Líq.Exº. 8.515 4.080
Existências Cap.Próprio 15.056 13.321
Merc,MP,PA 12.000 14.000
ePVF
Prov.Dep.Exist.(- -240 -280 Capitais Alheios
)
Existências 11.760 13.720 Banca M/L prz 2.000 31.000
Accionistas 4.000 2.700
Subtotal m/lg. Prz. 6.000 33.700
Crédito conced.
Clientes e 17.000 20.000 Forn.& O/Cred. 10.000 15.000
O/Dev.
EOEP 0 0 Banca curto prz 6.000 4.350
Prov.Cob.Duv.(-) -170 -200 EOEP 1.155 1.800
Créd.Conc. 16.830 19.800 Prov.p/ ORE 168 30
Subtotal curto prz. 17.323 21.180
Disponibilidades 4.789 4.181 Passivo 23.323 54.880

ACT.TOT. LIQ. 38.379 68.201 TOT.CAP.PRÓP.+PASS. 38.379 68.201

V
116 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

Empresa: Who’s who, sa


Demonstrações de Resultados
Un.: 10 3 €

n n+1
Vendas 230.000 250.000
Custos Variáveis 172.500 193.750
Margem Bruta 57.500 56.250
Custos c/ Pessoal (40%),
FSExt. (55%) e Outr.(5%) 40.170 41.375
Amortizações do exº. 2.500 5.000
Provisões do exº. 70 170
Resultado Operacional 14.760 9.705
Resultados Financeiros 1.440 3.720
Resultado Corrente 13.320 5.985
Resultados Extraordinários 180 -15
Resultado a/ Impostos 13.140 6.000
Imposto sobre Resultados 4.625 1.920
Resultado Líquido 8.515 4.080

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 117


IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

Ano:
ANEXO 2 n+1

Demonstração das Origens e Aplicações de Fundos

Origens de Fundos Aplicaçoes de Fundos

Internas: Distribuições:
Resultado Líquido Exercício Por Aplicação de Resultados
Variação das Amortizações Por Aplicação de Reservas
Variação de Provisões
Meios Libertos Líquidos
Diminuições de Capitais Proprios:
Externas: Diminuições de Capital
Aumentos dos Capitais Próprios: Diminuições de Prest.Suplement.
Aumentos de Capital e Reservas
Reservas Especiais
Cobertura de Prejuízos
Mov. Financeiros m/l Prazo:
Aum.Investimentos Financeiros
Aum.Dívidas de Terceiros M/L Prz
Mov. Financeiros m/l Prazo: Dim.Dívidas a Terceiros M/L Prz
Dim.Investimentos Financeiros
Dim.Dívidas de Terceiros M/L Prz
Aum.Dívidas a Terceiros M/L Prz

Diminuiçoes de Imobilizações: Aumentos de Imobilizações:


de imobilizado Incorpóreo Imobilizado Incorpóreo
De Imobilizado Corpóreo Imobilizado Corpóreo
De Imobilizado em Curso Imobilizado em Curso

Diminuições Fundos Circulantes Aumentos Fundos Circulantes

total Origens de Fundos Total Aplicações de Fundos

Demonstração dos Fundos Circulantes

1. Aumentos das Existências 1. Diminuições das Existências


2. Aumentos Dívidas de Terc.c/p 2. Dimin.Dívidas de Terc.c/p
3. Dim.Dívidas a Terceiros c/p 3. Aum. Dívidas a Terceiros c/p
4. Aumentos das Disponibilidades 4. Dimin. das Disponibilidades
5. Diminuição Fundos Circulantes 5. Aumento Fundos Circulantes

V
118 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

Resolução

Ficha nº1

1.
Balanço Un: 10^3 Euros

Activo N N+1 N+2


Imobilizado
Imobilizacoes incorporeas 0% 0%
(Amortizações acum.Imob.Incorpóreo) 0% 0%
Imobilizacoes corporeas 10.000 26% 40.000 59%
(Amortizações acum.Imob.Corpóreo) (5.000) -13% (9.500) -14%
Imobilizacoes financeiras 0% 0%
(Provisão p/ Imobilizado Financeiro) 0% 0%
Imobilizacoes em Curso 0% 0%
Imobilizado Líquido (IL) 5.000 13% 30.500 45% 0
Existências
Matérias primas e Subsidiárias 0% 0%
Produtos e Trabalhos em Curso 0% 0%
Produtos Acabados 0% 0%
Mercadorias 12.000 31% 14.000 21%
(Prov.p/Depreciação de Existências) (240) -1% (280) 0%
Existências (E) 11.760 31% 13.720 20% 0
Realizável
Clientes c/c e c/Tit.a Rec. 17.000 44% 20.000 29%
(Prov.p/ Cobranças Duvidosas) (170) 0% (200) 0%
Adiantamentos a Fornecedores 0% 0%
Estado e Outros Entes Públicos 0% 0%
Outros devedores 0% 0%
Realizável (R) 16.830 44% 19.800 29% 0
Disponibilidades
Títulos Negociáveis 0% 0%
Depositos a Ordem 4.000 10% 4.000 6%
Caixa 789 2% 181 0%
Disponivel (D) 4.789 12% 4.181 6% 0
Acréscimos e Diferimentos 0% 0%

Activo Total Liquido (ATL) 38.379 100% 68.201 100% 0

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 119


IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

Capital Próprio e Passivo N N+1 N+2

Capital Próprio
Capital social 1.300 3% 1.300 2%
Reservas e Resultados Transitados 5.241 14% 7.941 12%
Reserva de Reavaliação 0 0% 0 0%
Resultados líquidos 8.515 22% 4.080 6% 0
TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO (C'P) 15.056 39% 13.321 20% 0
Passivo
Exigivel a Medio e Longo Prazo
Emprestimos Bancários 2.000 5% 31.000 45%
Accionistas 4.000 10% 2.700 4%
Passivo m/l prazo (P.mlp) 6.000 16% 33.700 49% 0
Provisões p/ Outros Riscos e Encargos 168 0% 30 0%
Exigivel a Curto Prazo
Emprestimos bancarios 6.000 16% 4.350 6%
Adiantamentos de Clientes 0 0% 0 0%
Fornecedores 10.000 26% 15.000 22%
Estado e Outros Entes Públicos 1.155 3% 1.800 3%
Outros Credores 0% 0%
Passivo c/prazo (P.cp) 17.155 45% 21.150 31% 0
Acréscimos e Diferimentos 0% 0%
Passivo Total (P) 23.323 61% 54.880 80% 0

Capital Próprio + Passivo 38.379 100% 68.201 100% 0


verificação (A-(P+C'P)) 0 0 0

V
120 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

Un: 10^3 Euros

Demonstração de Resultados N N+1 N+2


Proveitos e Ganhos
1. Vendas Líquidas 230.000 100% 250.000 100%
2. Prestacão Serviços 0% 0%
3. Trabalhos p/ Própria Empresa 0% 0%
4. Subsidios Destinados à Exploração 0% 0%
5. Outros Proveitos e Ganhos 0% 0%
6. Variacao da Producao 0% 0%
7. TOTAL dos Proveitos & Ganhos 230.000 100% 250.000 100% 0
Custos e Perdas
8. Custo Merc.Vendidas e Mat.Pr.Cons 172.500 75% 193.750 78%
9. Fornecimentos Servicos do Exterior 16.068 7% 16.550 7%
10.Custos c/ Pessoal 22.094 10% 22.756 9%
11.Amortizacoes do Exercicio 2.500 1% 5.000 2%
12.Provisoes do Exercicio 70 0% 170 0%
13.Impostos 0% 0%
14.Outros Custos Operacionais 2.009 1% 2.069 1%
15.TOTAL dos Custos e Perdas 215.240 94% 240.295 96% 0
16.Resultado Operacional (RO) 14.760 6% 9.705 4% 0
17.Proveitos Financeiros 0 0% 0 0%
18.Custos e Perdas Financeiras 1.440 1% 3.720 1%
19.Resultado Corrente (RC) 13.320 6% 5.985 2% 0
20.Proveitos Extraordinarios 0 0% 0 0%
21.Custos e Perdas Extraordinarias 180 0% (15) 0%
22.Resultados Antes Imp.(RAI) 13.140 6% 6.000 2% 0
23.Imposto sobre o Rendim.Exercicio 4.625 2% 1.920 1%

24.Resultados Liquidos (RL) 8.515 4% 4.080 2% 0

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 121


IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

DEMONSTRAÇÃO de RESULTADOS por FUNÇÕES

N N+1 N+2
% % %

(+) VENDAS 230.000 100% 250.000 100%


(-)Custos Variáveis 172.500 193.750
(=)Margem Bruta 57.500 25% 56.250 23%
(-)Custos Fixos 40.170 41.375
(-)Amortizações do exº. 2.500 5.000
(-)Provisões do exº. 70 170
(=)RESULTADO OPERACIONAL 14.760 6% 9.705 4%
(-)Resultados Financeiros 1.440 3.720
(=)RESULTADO CORRENTE 13.320 6% 5.985 2%
(-)Resultados Extraordinários 180 -15
(=)RESULTADO ANTES de IMPOSTOS 13.140 6% 6.000 2%
(-)Imposto sobre Resultados do Exº. 4.625 1.920
(=) RESULTADO LÍQUIDO 8.515 4% 4.080 2%
Verif.c/BAL 0 0

Resultado distribuído 0 0
Capacidade de autofinanc. 11.085 9.250

V
122 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

BALANÇO FUNCIONAL

N N+1 N+2
Ciclo de Investimento
(+) Capitais Permanentes (C.Prop+C.Alh.m/l p) 21.224 47.051 0
(-) Activo Fixo (Imob.Líq.) 5.000 30.500 0
(=)FUNDO de MANEIO 16.224 16.551 0
Ciclo das Oper.Correntes de Expl.
(+) Activo cíclico (Exist+Realiz-Liq.imed.) 24.383 28.570 0 Inclui Acréscimos e Difer.
(-) Passivo cíclico (Exig.c/p-Exig.imed.) 8.231 9.675 0 Inclui Acréscimos e Difer.
(=)NECESS. FUNDO de MANEIO 16.152 18.895 0
Tesouraria

(+) Tesouraria activa (liq.imediata) 8.997 9.131 0


(-) Tesouraria passiva (exig.imediato) 8.924 11.475 0
0
(=)TESOURARIA = FM - NFM 73 -2.344
Verif.c/Tes. 0 0 0
Verif.c/ATL 0 0 0
Verif.c/C'P+Pas.0 0 0

MAPA ANALÍTICO dos valores da TESOURARIA à data de fecho de contas


Tesª. Activa (liq.imed.)
Disponibilidades 4.789 4.181
Clientes, O/Deved., EOEP 4.208 4.950
Total T/act. 8.997 9.131
Tesª. Passiva(exig.imed.)
Fornecedores 5.000 7.500
Banca curto prz 3.000 2.175
EOEP 924 1.800
Outros Credores 0 0
Total T/pass. 8.924 11.475
TESª.Liq. (Ta-Tp) 73 -2.344
Verif.c/Tes. 0 0

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 123


IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

INDICADORES & RÁCIOS


(N) (N+1)
ESTRUTURA
Activo total líquido (ATL) 38.379 68.201
Passivo (P) 23.323 54.880
Capitais Próprios (C'P) 15.056 13.321

Autonomia Financeira (C'P/ATL) 0,39 0,20


Solvabilidade (C'P / P) 0,65 0,24
Endividamento (restr.) (P / C'P) 1,55 4,12
Endividamento (lato) (P / ATL) 0,61 0,80

Liquidez geral ((D+R+E) / Pcp) 1,95 1,78


Liquidez reduzida ((D+R) / Pcp) 1,26 1,13
Liquidez imediata ( D / Pcp ) 0,279 0,198

EQUILÍBRIO
Fundo de Maneio (FM) 16.224 16.551
Neces. Fundo de Maneio (NFM) 16.152 18.895
Tesouraria ( T = FM-NFM) 73 -2.344
Autofinanciamento pot.(MLL=RL ret.+Am.exº+Pr.exº) 2.570 5.170

FUNCIONAMENTO
Vendas (líquidas de descontos) 230.000 250.000
Compras (p/ Exist.) = Exist.final-Exist.Inicial+CEVMC 184.500 195.750
Prazo Médio de Recebimentos (de Clientes) 27 29
Prazo Médio de Pagamentos (a Fornecedores) 20 28

V
124 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

RENDIBILIDADE
Margem Bruta (MB) 57.500 56.250
Resultado Operacional (RO) 14.760 9.705
Resultado Líquido (RL) 8.515 4.080
Rend.Oper.Vendas (RO / V) 6% 4%
Rotação do Activo (V / ATL) 5,99 3,67
Rendibilidade Operac.do Activo (ROI = RO / ATL) 38% 14%
Eficª. finª. expl. = RL / RO 0,58 0,42
Multiplic.do Activo = ATL / C'P 2,55 5,12
Rendib.Cap.Próprios (RC'P=RL/C'P) 57% 31%
EGAF (factor multiplicativo sobre o ROI) = RC'P / ROI 1,47 2,15
EGAF (factor aditivo do ROI) = RC'P - ROI 18% 16%
Custo Médio do Endividamento: i = Res.Fin./P 6,2% 6,8%
Limites do Endividamento Remunerado: (ROI-i) 32,3% 7,5%
Rend. Liq.Vendas (RL / V) 4% 2%
Rendib. Líq.do Activo (ROA=RL/ATL) 22% 6%

RISCO
Ponto Morto Económico(PME = (CF+Am+Pr)/(MB / V) ) 170.960 206.867
Margem de Segurança das Vendas (MS=(V-PME)/PME) 35% 21%
Grau Económico de Alavanca (GEA = MB / RO) 3,9 5,8
Grau Financeiro de Alavanca (GFA = RO / RL) 1,73 2,38

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 125


IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

2.
Empresa:
MAPA do FUNDO de MANEIO LÍQUIDO, no fecho de contas
(N) (N+1) (N+2)
ACTIVO CIRCULANTE
EXISTÊNCIAS
Matérias primas e Subsidiárias 0 0
Produtos e Trabalhos em Curso 0 0
Produtos Acabados 0 0
Mercadorias 0 0
(Prov.p/Depr.Existências) 0 0
Subtotal Existências 0 0
REALIZÁVEL
Clientes c/c e c/Tit.a Rec. 0 0
(Prov.p/ Cobranças Duvidosas) 0 0
Adiantamentos a Fornecedores 0 0
EOEP 0 0
Outros devedores 0 0
Subtotal Realizável 0 0
DISPONIBILIDADES (*) 0 0
TOTAL do ACTIVO CIRCULANTE 0 0

PASSIVO a CURTO PRAZO


Empréstimos bancários 0 0
Adiantamentos p/c/ de Vendas 0 0
Fornecedores 0 0
Estado e Outros Entes Públicos 0 0
Outros Credores 0 0
TOTAL PASSIVO a CURTO PRAZO 0 0

FUNDO de MANEIO LIQUIDO 0 0


Verif.: 0 0

V
126 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

MAPA ANALÍTICO dos valores da TESOURARIA LIQUIDA no fecho de contas


(N) (N+1) (N+2)
Tesª. Activa (liquidez imediata)
Disponibilidades 0 0
Clientes, O/Dev., EOEP 0 0
Total da Tesouraria Activa 0 0
Tesª. Passiva(exigibilidade imediata)
Fornecedores 0 0
Banca curto prz 0 0
EOEP 0 0
Outros Credores 0 0
Total da Tesouraria Passiva 0 0
TESOURARIA LÍQUIDA 0 0
Verif.: 0 0

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 127


IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

Ficha nº2

1.
Empresa: Ano (N+1)
DEMONSTRAÇAO DAS ORIGENS E APLICAÇOES DE FUNDOS
- - -- -
ORIGENS DE FUNDOS | APLICAÇOES DE FUNDOS
INTERNAS: | DISTRIBUIÇÕES:
Resultado Líquido Exercício 4.080 | Por Aplicação de Resultados 8.515
Variação das Amortizações 4.500 | Por Aplicação de Reservas 0
Variação de Provisões -68 | 8.515
Meios Libertos Líquidos 8.512 | -
| DIMINUIÇÕES de CAPITAIS PROPRIOS:
EXTERNAS: | Diminuições de Capital
Aumentos dos Capitais Próprios: | Diminuições de Prest.Suplement.
Aumentos de Capital e Reservas 2.700 | 0
Reservas Especiais 0 | -
Cobertura de Prejuízos 0 |
2.700 | MOVIMENTOS FINANCEIROS M/L PRAZO:
- | Aum.Investimentos Financeiros 0
| Aum.Dívidas de Terceiros M/L Prz 0
MOVIMENTOS FINANCEIROS M/L PRAZO: | Dim.Dívidas a Terceiros M/L Prz 1.300
Dim.Investimentos Financeiros 0 | 1.300
Dim.Dívidas de Terceiros M/L Prz 0 | -
Aum.Dívidas a Terceiros M/L Prz 29.000 |
29.000 |
DIMINUIÇOES DE IMOBILIZAÇÕES: | AUMENTOS DE IMOBILIZAÇÕES:
De Imobilizado Incorpóreo 0 | Imobilizado Incorpóreo 0
De Imobilizado Corpóreo 0 | Imobilizado Corpóreo 30.000
De Imobilizado em Curso 0 | Imobilizado em Curso 0
0 | 30.000
DIMINUIÇÕES dos FUNDOS CIRCULANTES 6.253 | AUMENTOS dos FUNDOS CIRCULANTES6.650
Total ORIGENS DE FUNDOS 46.465 | Total APLICAÇOES DE FUNDOS 46.465
==========| = 0
DEMONSTRAÇAO DOS FUNDOS CIRCULANTES
1. Aumentos das Existências 2.000 | 1. Diminuições das Existências 0
2. Aumentos Dívidas de Terc.c/p 3.000 | 2. Dimin.Dívidas de Terc.c/p 0
3. Dim.Dívidas a Terceiros c/p 1.650 | 3. Aum. Dívidas a Terceiros c/p 5.645
4. Aumentos das Disponibilidades 0 | 4. Dimin. das Disponibilidades 608
5. Diminuição Fundos Circulantes 6.253 | 5. Aumento Fundos Circulantes 6.650
- | -
12.903 | 12.903
0

V
128 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

2.

Empresa ‘Who’s_Who, sa’

Relatório Económico-Financeiro

Contas dos anos N e N+1

Estrutura Financeira:

Em (N), activos da ordem dos 38,4 milhares de €uros, financiados por 15,1 milhares de €uros de
capitais próprios e 23,3 de capitais alheios.

Em (N+1) os activos crescem (fundamentalmente por efeito de adição de imobilizados) para 68,2
milhares de €uros, financiados por 13,3 milhares de €uros de capitais próprios e 54,9 de capitais
alheios.

Estrutura de Financiamento
Capitais próprios: Em (N), o Capital Social e Reservas cobrem 17% do activo e os Resultados
Líquidos do exercício correspondem a 22% do mesmo activo.

Em (N+1), o Capital Social e Reservas cobrem 14% do activo, cabendo ao Resultado Líquido do
Exercício 6%.

Capitais alheios: Em (N), a Banca financia 21% do activo líquido (sendo 5% deste passivo exigível
a médio/longo prazo e 16% a curto prazo) e os Accionistas participam com empréstimo de
médio/longo prazo correspondente a 10%. Os Fornecedores ponderam com 26% no financiamento
do activo e o Estado e Outros Entes Públicos (IRC e IVA a pagar) têm 3%.

Em (N+1), o financiamento bancário total é de 51% do activo líquido (45% exigível a médio/longo
prazo e 6% a curto prazo). O empréstimo de Accionistas cobre 4%, a posição de Fornecedores
passou a 22% e a rubrica Estado e Outros Entes Públicos mantém-se nos 4%.

Estrutura de Investimento

Em (N), o activo líquido distribui-se por: 13% de Imobilizado (equipamento e edifícios) deduzidas as
amortizações; 31% de Existências (mercadorias) adequadamente provisionadas; 44% de
Realizável (Clientes e outros); 12% de Disponibilidades (Caixa e Bancos).

O volume de Amortizações acumuladas corresponde a 13% do activo líquido. As Provisões


acumuladas (para Depreciação de Existências, Cobranças Duvidosas e Outros Riscos e Encargos)
são da ordem de 1,5% do mesmo activo.

Indicadores
O rácio de Autonomia indica que os capitais próprios cobrem em (N) 39% do activo líquido,
descendo em (N+1) para 20%, uma vez que a empresa beneficiou do apoio bancário de
médio/longo prazo para financiar o investimento. Os rácios de Solvabilidade e Endividamento
apresentam correspondência com o indicador de autonomia. O rácio de Liquidez Imediata, de 0,279
em (N) permite a cobertura integral da parcela de Passivo a curto prazo exigível a menos de 30

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 129


IEFP V. O EQUÍLIBIO FINANCEIRO

dias (vide indicador de Tesouraria). Esta situação agrava-se porém substancialmente em (N+1)
exigindo medidas de reposição do equilíbrio financeiro de curto prazo.

Equilíbrio Financeiro:

Em (N) o Fundo de Maneio é tangencialmente adequado à cobertura das Necessidades de Fundo


de Maneio, permitindo uma situação de equilíbrio mínimo de Tesouraria, sem especiais
inconvenientes ou dificuldades.

Em (N+1), no entanto, a gestão da Tesouraria apresenta-se como uma das áreas frágeis da
estrutura funcional. De facto, embora a empresa beneficie de uma relação muito favorável entre os
prazos médios de recebimento e de pagamento, não existe idêntica correspondência nos volumes
de ‘existências’ e ‘crédito concedido a clientes’ com o ‘crédito obtido de fornecedores’.

Em (N+1), a situação de Tesouraria poderá apresentar-se em determinados momentos deficitária e


com necessidade de recurso a financiamentos de curto prazo por parte dos Accionistas.

Exploração:

Esta área apresenta custos directos (Custo das Existências Vendidas e das Matérias Consumidas)
relativamente elevados em relação às vendas, com níveis insignificantes de eficiência operacional
(6% em (N) e 4% em (N+1).

A relação Custos Directos / Vendas, passa de 75% em (N) para 78% em (N+1), o que leva à
absorção integral do acréscimo de facturação gerado. A empresa deve considerar medidas
profundas de reestruturação da sua área de custos directos (provavelmente, actividades de
produção e logística, manutenção, controlo de qualidade e distribuição) para superar esta
dificuldade.

Os encargos financeiros suportados pela empresa mais do que duplicam em valor absoluto entre
(N) e (N+1) situação esta inevitável por ter sido feita a recomposição integral da estrutura de
financiamento, com incremento substancial dos capitais alheiros bancários.

Rendibilidade:

Com os elementos de que dispomos e numa análise realizada sem análise interna da empresa nem
contactos com a estrutura, entendemos:
a) Que a margem bruta em valor absoluto desce 750 u.m., apesar do crescimento de 20.000 u.m.,
na facturação, devido ao excesso dos custos directos operacionais (CEVMC);
b) Que a rendibilidade operacional das vendas (RO/V) cai significativamente (de 6% para 4%) de
(N) para (N+1). O efeito do excesso dos custos directos operacionais (CEVMC) é determinante,
juntando-se-lhe o crescimento das amortizações que decorre do aumento do volume de
imobilizado.
c) Que o a rendibilidade operacional do activo (ROI = (RO/ATL) diminui significativamente (de 38%
para 14%) no período considerado, sendo determinante neste indicador o efeito do crescimento
do activo líquido por via do imobilizado, sem correspondência imediata nos resultados de
exploração;
d) Que o resultado líquido se reduz para menos de metade em valor absoluto (entre (N) e (N+1)
passa de 8.515 u.m., para 4.080 u.m.) pelo efeito conjunto da quebra do resultado operacional
com o agravamento dos custos financeiros.

V
130 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

Equilíbrio Financeiro:

A Tesouraria da empresa (liquidez imediata vs. exigibilidade imediata), que se encontrava em


situação de equilíbrio no ano (N), agrava-se de forma significativa em (N+1) apresentando nas
contas anexas um ‘déficit’ considerável (2.344 u.m.). Tal situação deve-se à insuficiência do Fundo
de Maneio, cujo nível se manteve praticamente entre (N) e (N+1), face a dois factores:
a) Financiamento das operações correntes, traduzido pelo indicador NFM (Necessidades de
Fundo de Maneio), considerando que NFM = (Existências + Realizável + Disponível) – (Passivo
a Curto Prazo + Tesouraria Líquida);
b) Desregulação entre os níveis de ‘caixa e bancos, mais recebíveis imediatos’ e os dos
compromissos (fornecedores, banca e EOEP) com exigibilidade imediata.

Financiamento à Tesouraria:
Em (N+1) impõe-se o financiamento à tesouraria, por forma a cobrir o ‘déficit’ anunciado.
Essa cobertura deverá ser feita, no imediato e tanto quanto possível, por capitais sem custo
explícito (crédito de fornecedores, reforço de capitais próprios). Haverá, entretanto, outras medidas
a tomar, tendo em vista a revisão das políticas de exploração, no que diz respeito ao nível dos
stocks (que poderá, eventualmente, ser reduzido) e ao ajustamento dos níveis do crédito obtido de
terceiros, por forma a compensar o apoio a clientes e os créditos concedidos a outros devedores
(estado incluído).

Risco na Exploração:

O Ponto Morto Económico ou ‘breakeven’ (volume de actividade que corresponde ao resultado


operacional nulo) passa de 170.960 u.m. em (N) para 206.867 u.m. em (N+1). Este agravamento
significa que a Margem de Segurança das Vendas (afastamento em relação ao ‘breakeven’ desce
de 35% para 21%.

O Grau Económico de Alavanca (MB/RO) cresce de 3,9 para 5,8 entre (N) e (N+1), indicando
crescimento do nível de absorção da margem bruta pelos custos de funcionamento e pelas políticas
de amortizações e provisões, pelo efeito conjunto da redução relativa da margem bruta com o
crescimento das amortizações.
O Grau Financeiro de Alavanca (RO/RL) cresce de 1,73 para 2,38 entre (N) e (N+1), indicando
aumento do nível de absorção do resultado operacional pelos custos e perdas financeiras.

Autofinanciamento:

O autofinanciamento da empresa está traduzido nos seus Meios Libertos Líquidos (ver DOAF)e
provém de três fontes essenciais: Resultados Líquidos do Exercício (que, no caso, se assumem
como integralmente retidos), variação (ou seja, a diferença dos acumulados de (N+1) – (N)) das
Amortizações Acumuladas (ver Balanços, contas 48.) e variação (ou seja, a diferença dos
acumulados de (N+1) – (N) ) das Provisões Acumuladas (ver Balanços, contas 19., 28., 29., 39. e
49.).
Os Meios Libertos Líquidos em (N+1) são de 8.512 u.m., conforme consta da Demonstração das
Origens e Aplicações de Fundos.

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 131


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA IEFP

Bibliografia Consultada

BODIE Zvi & Robert C. Merton, Finance, Prentice Hall, 2002;

BORGES, António e Martins Ferrão, A Contabilidade e a Prestação de Contas, Ed. Rei dos Livros,
2002;

BREALEY Richard A. & Stewart C. Myers, Princípios de Finanças Empresariais, McGraw-Hill de


Portugal, 2002;

MENEZES H. Caldeira, Princípios de Gestão Financeira, Ed. Presença, 1999;

MOREIRA J.A. Cardoso, Análise Financeira de Empresas - da teoria à prática, Ed. BDP - Bolsa de
Derivados do Porto (IMC), 1997;

NEVES, J. Carvalho das, Análise Financeira - métodos e técnicas, Vol.I, Ed. Texto, 2000.

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 133


GLOSSÁRIO IEFP

Glossário

A C
Activo Capitais alheios
Conjunto dos bens e direitos da empresa, Responsabilidades perante terceiros
expresso no lado esquerdo do balanço. (emprestadores ou credores da empresa)
também designados por Origens financeiras
Amortização
ou Passivo.
Valor da depreciação de um activo (se
relacionada com o imobilizado) ou Capital circulante
pagamento por conta (se relacionada com Diferença entre os valores do activo
dívida financeira). circulante e do passivo a curto prazo.
Análise financeira Capital próprio
Aplicação de metodologias para dominar, O conjunto do capital social, das reservas e
interpretar e caracterizar acontecimentos e dos resultados. Figura, juntamente com o
previsões relativos ao conjunto dos passivo, no lado direito do balanço.
financiamentos (de origem própria e alheia)
Custos
à disposição da empresa e aos
Fluxos financeiros de saída, que exprimem
investimentos (utilizações expressas em
usos ou consumos (de materiais,
activos) que destes são feitas.
equipamentos e serviços) directamente
Aplicações de fundos relacionados com a produção (de bens e
São os aumentos de activos e as serviços) no âmbito da actividade corrente.
diminuições de passivos e de capitais
próprios. Designação genérica dos activos,
D
na acepção financeira. Demonstração das origens e aplicações de
fundos (DOAF)
Autofinanciamento Instrumento de análise estratégica no qual
Capacidade de prover necessidades se explicam as variações dos fluxos
financeiras por meios próprios. financeiros, entre balanços consecutivos.
Autonomia financeira Despesas
Grau de cobertura assegurado pelos capitais Compromissos de desembolso em que a
próprios para o investimento global realizado empresa incorre na aquisição de bens ou
pela empresa, expresso no volume líquido serviços, para fins variados da sua
do seu activo total. actividade.
B E
Balanço funcional Endividamento
Demonstração financeira através da qual se Grau das responsabilidades assumidas para
faz a análise do equilíbrio financeiro da com terceiros, relativamente ao montante
empresa. Quando utilizado no planeamento dos capitais próprios.
financeiro com finalidades normativas
chama-se ‘balanço esquemático’. Equilíbrio financeiro
Indicador que exprime a relação entra
Balanço exigibilidade dos capitais que financiam a
Demonstração financeira dos valores empresa e a liquidez dos activos que estão
patrimoniais da empresa (na terminologia a ser financiados.
jurídico-contabilística) ou do valor global dos
seus investimentos e da forma como foram Estratégia
Orientação seguida pela empresa e
financiados (na perspectiva financeira).
estrutura de objectivos que orientam as suas
actividades no médio/longo prazo.

Análise Financeira e Gestão Orçamental Guia do Formador 135


IEFP GLOSSÁRIO

Estrutura financeira política de financiamento, pelos


Conjunto das origens e aplicações da acontecimentos extraordinários que afectem
empresa, traduzido no balanço. a exploração e pela política fiscal.
Exigibilidade I
Atributo dos passivos da empresa, que se Indicadores
traduz no prazo dentro do qual um valor em Valores numéricos extraídos das contas,
dívida tem que ser reembolsado. pela aplicação de conceitos e formulações,
previamente elaborados, que se podem
F
apresentar em valor absoluto e em valor
Financiamento
relativo.Os indicadores em valor relativo são
Fluxos de entrada de fundos,
os rácios (do latim ‘ratio’) porque são
representativos de responsabilidade para o
quocientes de valores absolutos. A
tomador. Designação financeira genérica
designação genérica de rácios aplica-se, no
atribuída ao conjunto formado pelos capitais
entanto, aos indicadores financeiros de um
próprios e pelo passivo.
modo geral.
Flexibilidade
Investimento
Atributo que representa capacidade de
Designação financeira genérica do conjunto
ajustamento à mudança, sem perdas
dos bens de imobilizado, existências e
qualitativas.
valores monetários, com os direitos
Fluxos económicos traduzidos em crédito concedido a terceiros,
Movimentos de bens, serviços e meios também designado por activo total líquido.
monetários, da empresa para o exterior e
L
vice-versa.
Liquidez
Fundo de maneio líquido Atributo dos activos da empresa, que
Saldo entre os valores do activo circulante representa a respectiva aptidão ou
(existências, crédito concedido e capacidade (traduzida por um prazo) de
disponibilidades) e do exigível a curto prazo conversão em meios monetários.
(fornecedores, Crédito bancário, EOEP,
M
outros credores). Assume valor igual ao do
Margem de segurança das vendas
fundo de maneio.
Indicador percentual do afastamento
Fundo de maneio necessário (positivo ou negativo) da facturação, em
Diferença entre os fluxos financeiros de relação ao ponto morto económico.
‘necessidades’ e ‘recursos’ do ciclo de
Meio envolvente
exploração da empresa.
Espaço relacional (físico, humano, político,
Fundo de maneio científico, ideológico, social, cultural,
Diferença entre o valor das participações de tecnológico, de mercado, etc.) Próximo e
capital (próprio e alheio de médio e longo afastado, em que a empresa desenvolve
prazo) e o dos investimentos em activo fixo, actividades.
deduzidas as amortizações. Assume valor
Motivações
igual ao do fundo de maneio líquido.
Disposição profunda e assumida (pelos
G indivíduos ou pelos grupos) para a tomada
Grau económico de alavanca de determinadas decisões ou para a
Relação indicativa do risco de a margem realização de tarefas necessárias.
bruta ser absorvida pelos custos de
N
funcionamento e pelas políticas de
Necessidades de fundo de maneio
amortizações e provisões.
O mesmo que fundo de maneio necessário.
Grau financeiro de alavanca
Relação indicativa do risco de o resultado
operacional ser absorvido pelos custos da

136 Guia do Formador Análise Financeira e Gestão Orçamental


GLOSSÁRIO IEFP

O Receitas
Origens de fundos Presunção de recebimentos a prazo,
Tecnicamente são os aumentos de passivos traduzida em direitos sobre terceiros.
e de capitais próprios e as diminuições de
Recursos financeiros
activos. Financiamentos (por capitais
Crédito obtido de terceiros (em geral, banca,
próprios ou alheios) mobilizados pela
fornecedores, estado ou outros credores).
empresa.
Rendibilidade
P
Resultado de um negócio ou actividade, em
Pagamentos
valor absoluto ou em rácio.
Regularizações monetárias de despesas
efectuadas. Resultados
Diferença entre proveitos e custos de um
Passivo
negócio ou actividade.
Conjunto das responsabilidades patrimoniais
da empresa perante terceiros (o mesmo que Risco
capitais alheios). Figura, juntamente com o Expressão quantitativa da verificação de
capuital próprio, no lado direito do balanço. uma determinada ocorrência.
Políticas (da empresa) Rotação (de activos)
Orientações normativas da empresa com Relação entre o volume financeiro das
vistas à obtenção de resultados. vendas num determinado período e um
determinado volume de capital aplicado
Ponto morto económico
(p.ex., Na globalidade do activo líquido, em
Nível de facturação para o Ponto morto
stocks, em activos fixos, etc.).
ponto ponto morto económico (ou breakeven
point): nível de facturação para o qual o S
resultado de exploração é zero e que Simulação
exprime o ‘equilíbrio’ entre os proveitos Criação de condições (limitadas) de
gerados por uma actividade e os custos que aproximação a uma determinada realidade,
lhe são associados, ou limite de actividade para calcular valores.
abaixo do qual a empresa tem resultados Solvabilidade
operacionais negativos. Capacidade da empresa para satisfazer e
Preparação das contas para análise assumir compromissos no médio/longo
Procedimento através do qual se faz a prazo.
transformação das demonstrações V
contabilísticas em demonstrações Viabilidade
financeiras, tendo em vista a obtenção do Continuidade assegurada para uma
valor fiel e verdadeiro da empresa em actividade ou negócio, na sua dupla vertente
análise. económica e financeira
Proveitos
Fluxos financeiros de entrada, provenientes
da venda de bens ou serviços prestados.
R
Rácios
Indicadores em valor relativo (em geral
quociente ou produto de dois ou mais
indicadores em valor absoluto).
Recebimentos
Regularizações monetárias de receitas
geradas.

Contabilidade Básica Guia do Formador 137

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