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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ENFERMAGEM

ANÁLISE DOS RISCOS CARDIOVASCULARES EM PACIENTES


COM DIABETES MELITO

HUGO MORAIS DE OLIVEIRA

Sobral
1

2010

HUGO MORAIS DE OLIVEIRA

ANÁLISE DOS RISCOS CARDIOVASCULARES EM PACIENTES


COM DIABETES MELITO

Artigo apresentado no Curso de


Enfermagem para obtenção do título
de Bacharel em Enfermagem sob a
orientação da Profª.Ms. Regina Célia
Carvalho da Silva

Sobral
2

2010

HUGO MORAIS DE OLIVEIRA

ANÁLISE DOS RISCOS CARDIOVASCULARES EM PACIENTES


COM DIABETES MELITO

Monografia apresentada em __/__/2010

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Profª. Ms. Regina Célia Carvalho da Silva

Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA

Orientadora

____________________________________________

Profª. Antônia Siomara Rodriges Silva

Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA

____________________________________________

Enfª. Esp. Kellyanne Abreu Silva

Unidade Básica de Saúde de Carmolândia


3

Dedico,

Aos meus familiares, a minha namorada e


principalmente aos meus pais, José Maria e
4

Ivonete, que sempre me incentivaram e me


guiaram em todos os momentos de minha vida.

AGRADECIMENTOS

A Deus, ser supremo, por iluminar meu caminho, ajudando a enfrentar sem
temer, os obstáculos da vida.

Aos meus pais, que sempre se fizeram presente na minha vida, confortando-
me, dando-me força, pessoas indispensáveis em minha formação.

A minha avó Antônia por sempre me apoiar deste o inicio da graduação e


considero como minha uma mãe.

As minhas irmãs Elia e Ana Paula por acreditarem em mim e me ajudarem na


minha entrada a Universidade.

Ao meu tio Thiago, que sempre esteve presente na minha vida como um
irmão e para seu filho Vicente.

A meu primo Diego que significava um irmão para mim, que me ajudou
bastante em quanto esteve presente neste mundo.

A minha namorada Márcia, sempre tão amiga e companheira, por ter sido tão
compreensiva, por escutar meus problemas, pelas palavras de ânimo e pelo amor
ofertado.

A minha orientadora, Profª. Ms. Regina Célia Carvalho Silva, pela


competência profissional, orientação segura e incentivo constante.

A Enfermeira Kellyanne Abreu Silva, por ter me recebido na Unidade Básica


de Saúde de Carmolândia e proporcionou a oportunidade de realizar esse trabalho
com o apoio e profissionalismo de toda sua equipe. Esteve presente em todas as
fases deste estudo.

A Profª. Esp. Antônia Siomara Rodrigues Silva, por sua inestimável


contribuição na realização deste trabalho, que foram de extrema importância para a
execução deste projeto e para os conhecimentos adquiridos. Além de uma grande
amiga.

A toda equipe da Unidade Básica de Saúde de Carmolândia, pela a ajuda


fundamental na realização deste trabalho.
5

A todos os professores da Faculdade de Enfermagem e também a todos os


funcionários que torceram por mim e muito ajudaram.

Aos meus amigos, Jardel, Geilson, Marcos, Audierick, Jó, entre outros, que
contribuíram para minha formação.
6

Há um tempo em que é preciso abandonar as


roupas, que já tem forma do nosso corpo, e
esquecer nossos caminhos, que nos levam
7

sempre aos mesmos lugares. É o tempo da


travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos
ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

Fernando Pessoa

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS E FIGURAS ................................................................. 8


RESUMO ........................................................................................................ 9
ABSTRACT .................................................................................................... 10
1 APRESENTAÇÃO ...................................................................................... 11
1.1 REFERÊNCIA ........................................................................................... 13
2 ARTIGO ...................................................................................................... 16
Análise dos riscos cardiovasculares em pacientes com diabetes melito
RESUMO ........................................................................................................ 16
ABSTRACT ..................................................................................................... 17
INTRODUÇÃO ................................................................................................ 18
MÉTODO ........................................................................................................ 20
RESULTADOS ................................................................................................ 22
DISCUSSÃO ................................................................................................... 27
CONCLUSÃO ................................................................................................. 32
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 33
APÊNDICES
APÊNCICE A .................................................................................................. 39
APÊNDICE B .................................................................................................. 40
ANEXOS
ANEXO A......................................................................................................... 43
ANEXO B ........................................................................................................ 51
8

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela1 - Características socio-demográficas população 2


estudada ...... 3
Tabela 2 - Fatores de Risco Encontrados na População e sua 2
Frequência em Cada Risco de acordo com 5
ERF....................
Tabela 3 - Alimentação inadequada relacionada a excesso de 2
peso...... 6
Figura 1 - Distribuição da população em faixas de risco segundo o 2
escore de risco de 6
Framingham .............................................
Figura 2 - Distribuição das faixas etárias pelo risco 3
cardiovascular ....... 1
9

RESUMO

As mudanças industriais e sociais dos dois últimos séculos refletem no campo da


saúde mudando drasticamente o perfil de morbidade e mortalidade da população,
passando a ter predomínio às doenças crônicas não transmissíveis e dentre elas as
Doenças Cardiovasculares assumem um papel de fundamental importância. O
objetivo deste trabalho é analisar o risco cardiovascular em uma população de
pacientes diabéticos acompanhados pela Unidade Básica de Saúde do Distrito de
Carmolândia. Foi realizado um estudo epidemiológico, com abordagem quantitativa,
realizado com 51 pessoas diagnosticadas com diabetes melito, cadastrados no
Sistema de Informação da Atenção Básica da Unidade Básica de Saúde do Distrito
de Carmolândia, Alcântara-CE. Paralelamente à estratificação de risco pelo escore
de risco de Framingham, foi investigada sua relação com empregabilidade,
alfabetização, sedentarismo, stress e histórico familiar de doença cardiovascular. A
avaliação do risco e sua associação com variáveis secundárias foram definidas a
partir de análise estatística. Como resultados verificou-se que 45% dos indivíduos
apresentaram alto risco cardiovascular, ocorreu uma alta prevalência de fatores de
risco como hipertensão, hiperglicemia, alimentação inadequada, sedentarismo,
gordura abdominal. Houve prevalência do sexo feminino perfazendo 70,6%, a faixa
etária foi alta com o predomínio igual ou maior de 60 anos correspondendo a 58,8%,
72,5% são aposentados, em relação ao nível de escolaridade 54,9% possuem
ensino fundamental incompleto. Inferimos que a população com diabetes melito
analisada apresentou alto risco para doença cardiovascular segundo os critérios de
Framingham e escala do risco cardiovascular global, como também associado a
altas prevalências de outros fatores de risco e, portanto, deve ser motivo de
preocupação para os planejadores de saúde. Porém o escore de risco de
Framingham não deve ser uma forma exclusiva de rastreio, já que não analisa outros
fatores de risco também relacionados a eventos cardiovasculares.
10

Palavras-chave: Fator de risco cardiovascular; Doenças crônicas não


transmissíveis; diabetes Melito; Fatores de risco; Epidemiologia; mortalidade

ABSTRACT

The industrial and social changes of the last two centuries contemplate in the field of
the health changing the morbidade profile and mortality of the population drastically,
starting to have prevalence not to the chronic diseases transmissible and among
them the Cardiovascular Diseases assume a paper of fundamental importance. The
objective of this work is to analyze the cardiovascular risk in a population of diabetic
patients accompanied by the Basic Unit of Health of the District of Carmolândia. An
epidemic study was accomplished, with quantitative approach, accomplished with 51
people diagnosed with diabetes melito, registered in the System of Information of the
Basic Attention of the Basic Unit of Health of the District of Carmolândia, Alcântara-
CE. The patients were classified low, moderate and loud with relationship to the risk
of developing cardiovascular disease in the period of 10 years. Parallel to the risk
classification for the score of risk of Framingham, they were investigated factors
cardiovascular risks that are not contemplated in the score of risk of Framingham. As
results were verified that 45% of the individuals presented high cardiovascular risk,
there was a high prevalence of risk factors such as hypertension, hyperglycemia,
poor diet, inactivity, abdominal fat. There was prevalence of the sex feminine making
70,6%, the age group it was high with the prevalence same or larger of 60 years
corresponding to 58,8%, 72,5% are retired, in relation to the level of education 54,9%
they possess incomplete fundamental teaching. We infer that people with diabetes
melito examined showed high risk for cardiovascular disease according to
Framingham criteria and scale of global cardiovascular risk , also associated with
high prevalence of other risk factors and therefore it should be reason concern for the
for planners of health. However the score of risk of Framingham should not be an
exclusive form of screening, since it doesn't also analyze other risk factors related to
cardiovascular events.
11

Key-words: Cardiovascular risk factors; Non-communicable chronic diseases;


Diabetes Mellitus; Risk factors; Epidemiology; mortality

1 APRESENTAÇÃO

As mudanças industriais e sociais dos dois últimos séculos refletem no campo


da saúde mudando drasticamente o perfil de morbidade e mortalidade da população,
passando a ter predomínio às doenças crônicas não transmissíveis e dentre elas as
doenças cardiovasculares (DCV) assumem um papel de fundamental importância 1.
Essas mudanças causaram uma transição epidemiológica que como conseqüência
houve diminuição da mortalidade das doenças infecciosas e o aumento da
mortalidade das doenças crônicas no mundo, porém no Brasil e na América Latina
ocorreu uma coexistência das doenças crônicas e infecciosas como causa de
morte2.

O termo DCV designa uma ampla gama de distúrbios que afetam o coração e
os vasos sanguíneos. Suas principais manifestações são a doença arterial
coronariana (DAC), a doença cerebrovascular e a doença vascular periférica3.
As DCV representam mais de 30% do total de óbitos com causa definida 4.
Essas doenças contribuem com índices de mortalidade de 16,6 milhões de pessoas.
As DCV são responsáveis por aproximadamente 283.977 óbitos em 2005, o que
corresponde a 31,5% do total de morte no Brasil, esses dados nos mostram que são
23.661 mortes por mês, 789 mortes por dia ou 32 mortes por DCV por hora em
20055.
As projeções para 2020 apontam que os óbitos por DAC aumentarão em
100% entre homens e 80% entre mulheres. Estes dados epidemiológicos reforçam a
necessidade da implantação de medidas imediatas voltadas à avaliação dos fatores
de risco6.
De acordo com o Ministério da Saúde, os fatores de risco para DCV são:
história familiar de doença arterial coronariana prematura (familiar 1 0 grau sexo
masculino <55 anos e sexo feminino <65 anos); homem >45 anos e mulher
12

>55anos; tabagismo; lipoproteínas de baixa densidade(LDL-C) elevada; hipertensão


arterial sistêmica; diabetes melito (DM); obesidade ( IMC > 30 kg/m 2); gordura
abdominal; sedentarismo; dieta pobre em frutas e vegetais e estresse psico-social 1.
Dentre esses fatores de risco para DCV destaca-se o DM, pois, nas últimas
décadas, as inovações no tratamento do DM vêm consentindo um aumento na
expectativa de vida do paciente resultando em maior prevalência de complicações
crônicas, destacando-se a DCV, pois 50% da mortalidade dos pacientes com DM
está relacionada à DCV. A incidência de doença arterial coronariana e
cerebrovascular é duas a quatro vezes maiores nos pacientes com DM do que na
população geral, sendo que os que desenvolvem DCV apresentam um pior
prognóstico e uma menor sobrevida em relação aos indivíduos não-diabéticos 7.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o número pessoas com DM em
todo o mundo era de 177 milhões em 2000, com expectativa de alcançar 350
milhões de pessoas em 2025. No Brasil são cerca de seis milhões de portadores, a
números de hoje, e deve alcançar 10 milhões de pessoas em 2010 8.
No Brasil, no final da década de 1980, avaliou-se que o diabetes ocorria em
cerca de 8% da população, de 30 a 69 anos de idade, residente em áreas
metropolitanas brasileiras. Essa prevalência alterava de 3% a 17% entre as faixas
de 30-39 e de 60-69 anos. A prevalência da tolerância à glicose diminuída era
igualmente de 8%, alternando de 6 a 11% entre as mesmas faixas etárias.
Atualmente calcula-se que há 5 milhões e meio de portadores com idade igual ou
superior a 40 anos, representando 11% da população dessa idade 8.
Na atualidade, O DM é uma das doenças crônicas de maior prevalência em
todo o mundo, constituindo-se assim como um dos mais importantes problemas de
Saúde Pública, não apenas devido á sua elevada prevalência, mas também em
razão da acentuada morbimortalidade decorrentes das complicações desta
patologia. Sua incidência e prevalência já alcançam proporções epidêmicas,
consideradas graves, à medida que pode passar despercebido, levando aos
indivíduos ao risco de complicações crônicas mesmo antes do diagnóstico 9.
Fatores de risco cardiovasculares são condições que quando presentes
favorecem o aparecimento de DCV ou as agravam se já existentes. É importante
identificá-los e avaliar os riscos cardiovasculares, principalmente em pacientes com
DM para que se possa intervir, antes da ocorrência do óbito ou da perda da
capacidade produtiva do indivíduo por DCV.
13

Para avaliar o risco cardiovascular (RCV) o escore de risco de Framingham


(ERF) associado ao risco cardiovascular global, o método facilita o levantamento de
dados epidemiológicos, além de representar uma ferramenta de baixo custo e fácil
manuseio com importantes resultados no campo da prevenção primária, pois estima
o risco absoluto de um indivíduo desenvolver DCV em 10 anos, em ambos os sexos,
a partir de variáveis simples, clínicas e laboratoriais, utilizadas rotineiramente na
prática clínica10.
O escore de Framingham adotado pelas III Diretrizes Brasileiras sobre
dislipidemias baseia-se em valores numéricos, positivos e negativos, a partir de
zero, de acordo com o risco atribuível aos valores da idade, pressão arterial,
colesterol das LDL-C, colesterol das lipoproteínas de alta densidade (HDL-C),
tabagismo e DM, depois somam os pontos de cada fator e esse somatório estima o
risco cardiovascular em 10 anos, com base em dados epidemiológicos 11.
Para melhorar as políticas de saúde que visam à diminuição da mortalidade
cardiovascular, necessita-se de avaliações epidemiológicas das populações em
risco. A importância do tema, dada à crescente participação deste indicador de
mortalidade na estatística vital e a escassez de estudos pertinentes realizados na
zona Norte do Ceará.
O interesse em desenvolver esse tema foi minha inserção no Projeto de
Extensão “A enfermagem no Controle da Hipertensão e Diabetes”, ofertado pelo
Curso de Enfermagem da Universidade Vale do Acaraú, no sexto semestre, no qual
tive a oportunidade de discutir com outros colegas assuntos relacionados à diabetes
e hipertensão. Foi um espaço que nos propiciou desenvolver ações junto à
comunidade, traçar metas e discutir planos de como se trabalhar com esta
população dentro de uma perspectiva holística e humanizada, o que contribuiu
significativamente para escolha da temática.

Assim, este trabalho de conclusão de curso é constituída de um artigo que


será submetido à Revista Ciência&Saúde Coletiva com o seguinte título:

“Análise dos riscos cardiovasculares em pacientes com diabetes melito”

1.1REFERÊNCIAS
14

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção À Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Prevenção Clínica de Doenças Cardiovasculares,
Cerebrovasculares e Renais / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção a
Saúde, Departamento de Atenção Básica. - Brasília: Ministério da Saúde,
2006.

2. Pontes RJS, Júnior ANR, Kerr LRS, Bosi MLM. Transição Demográfica e
Epidemiológica. In: Medronho RA, Bloch KV, Luiz RR, Werneck GL.
Epidemiologia. São Paulo: Atheneu; 2009. p.123-151
3. GAVA, FGS. Risco cardiovascular em indivíduos segurados por planos de
saúde privados. [dissertação de mestrado]. São Paulo: Faculdade de
Enfermagem da USP; 2008.

4. Organização Mundial de Saúde, Relatório Mundial. Cuidados inovadores para


condições crônicas: componentes estruturais de ação. Brasília: Organização
Mundial de Saúde; 2003

.
5. SÁ, C.R. A avaliação do perfil de risco cardiovascular pelo escore de
framingham em uma amostra da população adulta no município de Mateus
Leme (MG). [dissertação de mestrado]. Belo Horizonte Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais; 2009.

6. Filho WCP; Barbosa MM; Chula ED. Cardiologia: Sociedade Mineira de


Cardiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005

7. Oliveira DS, Tannus LRM, Matheus ASM, Corrêa FH, Cobas R, Cunha EF. et
al . Avaliação do risco cardiovascular segundo os critérios de Framingham em
pacientes com diabetes tipo 2. Arq Bras Endocrinol Metab [serial on the
Internet]. 2007 Mar [cited 2010 Nov 12] ; 51(2): 268-274. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-
27302007000200015&lng=en. doi: 10.1590/S0004-27302007000200015.

8. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento


de Atenção Básica. Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único de
Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento
de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

9. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD). Diagnostico e Tratamento


do Diabetes Mellitus e Tratamento do Diabetes Tipo 2: Recomendações da
Sociedade Brasileira de Diabetes, 2002
15

10. Sampaio MR, Melo MBO, Wanderley MSA. Estratificação do Risco


Cardiovascular Global em Pacientes Atendidos numa Unidade de Saúde da
Família (USF) de Maceió, Alagoas. Rev Bras Cardiol, [serial on the Internet]
2010 Mar [cited 2010 Nov 12]. Available from <
http://sociedades.cardiol.br/socerj/revista/2010_01/a2010_v23_n01_05marcus
sampaio.pdf>.

11. Cantos GA, Silva CSM, Waltrick CDA, Hermes EM, Bonetti A, Bagestam M et
al. Avaliação da intervenção multiprofissional e interdisciplinar na evolução do
quadro clínico de pacientes com alto risco de doença arterial coronariana.
Revista brasileira de análises clínicas [serial on the Internet]. 2006 jul.-set
[cited 2010 Nov 12]; 38(3):159-162. Available from:
http://www.sbac.org.br/pt/pdfs/rbac/rbac_38_03/rbac3803_06.pdf
16

2 ARTIGO

ANÁLISE DOS RISCOS CARDIOVASCULARES EM PACIENTES COM DIABETES

MELITO

ANALYSIS OF CARDIOVASCULAR RISK IN PATIENTS WITH DIABETES

MELLITUS

RESUMO

As mudanças industriais e sociais dos dois últimos séculos refletem no campo da

saúde mudando drasticamente o perfil de morbidade e mortalidade da população,

passando a ter predomínio às doenças crônicas não transmissíveis e dentre elas as

Doenças Cardiovasculares assumem um papel de fundamental importância. O

objetivo desse estudo foi analisar os riscos cardiovasculares em pacientes com diabetes

melito. Estudo epidemiológico, com abordagem quantitativa, realizado com 51

pessoas com diabetes melito, cadastrados no Distrito de Carmolândia, Alcântara-

CE. Os pacientes foram classificados como baixo, moderados e alto quanto ao risco

de desenvolver doença cardiovascular no período de 10 anos, utilizando a

classificação de risco pelo escore de risco de Framingham. Nos resultados verificou-

se que 45% dos indivíduos apresentaram alto risco cardiovascular. A prevalência de

fatores de risco como hipertensão, hiperglicemia, alimentação inadequada,


17

sedentarismo, gordura abdominal, foram alta. Houve prevalência do sexo feminino

perfazendo 70,6%, a faixa etária foi alta com o predomínio igual ou maior de 60 anos

correspondendo a 58,8%, 72,5% são aposentados, em relação ao nível de

escolaridade 54,9% possuem ensino fundamental incompleto. Concluímos que a

população com diabetes melito analisada apresentou alto risco para doença

cardiovascular segundo os critérios de Framingham e escala do risco cardiovascular

global, como também associado a altas prevalências de outros fatores de risco e,

portanto, deve ser motivo de preocupação para os gestores e planejadores de

saúde.

Palavras-chave: Fator de risco cardiovascular; Doenças crônicas não

transmissíveis; Diabetes Melito; Fatores de risco; Epidemiologia; Mortalidade.

ABSTRACT

The industrial and social changes of the last two centuries contemplate in the field of

the health changing the morbidade profile and mortality of the population drastically,

starting to have prevalence not to the chronic diseases transmissible and among

them the Cardiovascular Diseases assume a paper of fundamental importance. The

objective of that study was to analyze the cardiovascular risks in patients with

diabetes mellitus. Epidemiological study with quantitative approach, accomplished

with 51 people diagnosed with diabetes Mellitus, registered in the District of

Carmolândia, Alcântara-CE. The patients were classified as bass, moderate and loud

with relationship to the risk of developing cardiovascular disease in the period of 10

years, using the risk classification for the score of risk of Framingham. In the results it

was verified that 45% of the individuals presented high cardiovascular risk. The

prevalence of risk factors as hypertension, hyperglycemia, inadequate feeding,


18

inactivity, abdominal fat, they were high. There was prevalence of the sex feminine

making 70,6%, the age group it was high with the prevalence same or larger of 60

years corresponding to 58,8%, 72,5% are retired, in relation to the level of education

54,9% they possess incomplete fundamental teaching. CONCLUSION: We infer that

people with diabetes mellitus examined showed high risk for cardiovascular disease

according to Framingham criteria and scale of global cardiovascular risk , also

associated with high prevalence of other risk factors and therefore it should be

reason concern for the for planners of health..

Key-words: Cardiovascular risk factors; Non-communicable chronic diseases;

Diabetes Mellitus; Risk factors; Epidemiology; mortality

INTRODUÇÃO

As mudanças industriais e sociais dos dois últimos séculos refletem no campo

da saúde mudando drasticamente o perfil de morbidade e mortalidade da população,

passando a ter predomínio às doenças crônicas não transmissíveis e dentre elas as

doenças cardiovasculares (DCV) assumem um papel de fundamental importância 1.

As DCV representam mais de 30% do total de óbitos com causa definida.

Essas doenças contribuem com índices de mortalidade de 16,6 milhões de

pessoas2. As DCV são responsáveis por aproximadamente 283.977 óbitos em 2005,

o que corresponde a 31,5% do total de morte no Brasil, esses dados nos mostram

que são 23.661 mortes por mês, 789 mortes por dia ou 32 mortes por DCV por hora

em 20053.

De acordo com o Ministério da Saúde, os fatores de risco para DCV são:

historia familiar de doença arterial coronariana prematura (familiar 10 grau sexo

masculino <55 anos e sexo feminino <65 anos); homem >45 anos e mulher
19

>55anos; tabagismo; lipoproteínas de baixa densidade elevado (LDL-C); hipertensão

arterial sistêmica; diabetes melito(DM); obesidade ( IMC > 30 kg/m2); gordura

abdominal; sedentarismo; dieta pobre em frutas e vegetais e estresse psico-social 1.

Dentre esses fatores de risco cardiovascular o DM tem merecido destaque

pelo fato de impulsionar a incidência de doença arterial coronariana e

cerebrovascular de duas a quatro vezes mais nesse grupo de pacientes, além de

aumentar o risco até quatro vezes maior de morte por doenças cardiovasculares do

que a população geral, sendo que os que apresentarem DCV têm um pior

prognóstico e uma menor sobrevida. Essa elevada prevalência de DCV é uma

importante causa de morbidade e mortalidade, além de ter um enorme impacto

sócio-econômico, pois a DCV adquire uma acentuada importância para os custos

diretos e indiretos com a doença, devido perda da produtividade e mortalidade

precoce4.

No Brasil, no final da década de 1980, avaliou-se que o diabetes ocorria em

cerca de 8% da população, de 30 a 69 anos de idade, residente em áreas

metropolitanas brasileiras. Essa prevalência alterava de 3% a 17% entre as faixas

de 30-39 e de 60-69 anos. A prevalência da tolerância à glicose diminuída era

igualmente de 8%, alternando de 6 a 11% entre as mesmas faixas etárias.

Atualmente calcula-se que há 5 milhões e meio de portadores com idade igual ou

superior a 40 anos, representando 11% da população dessa idade 5.

Para avaliar o risco cardiovascular (RCV) o escore de risco de Framingham

(ERF) associado ao risco cardiovascular global, o método facilita o levantamento de

dados epidemiológicos, além de representar uma ferramenta de baixo custo e fácil

manuseio com importantes resultados no campo da prevenção primária, pois estima

o risco absoluto de um indivíduo desenvolver DCV em 10 anos, em ambos os sexos,


20

a partir de variáveis simples, clínicas e laboratoriais, utilizadas rotineiramente na

prática clínica6.

O escore de Framingham adotado pelas III Diretrizes Brasileiras sobre

dislipidemias baseia-se em valores numéricos, positivos e negativos, a partir de

zero, de acordo com o risco atribuível aos valores da idade, pressão arterial,

colesterol das LDL-C, colesterol das lipoproteínas de alta densidade (HDL-C),

tabagismo e DM, depois somam os pontos de cada fator e esse somatório estima o

risco cardiovascular em 10 anos, com base em dados epidemiológicos 7.

Portanto, este trabalho teve como objetivo analisar os riscos cardiovasculares

em uma população de pacientes diabéticos acompanhados pela Unidade Básica de

Saúde (UBS) do Distrito de Carmolândia, na cidade de Alcantâra-CE, de acordo com

o Escore de Risco de Framingham e risco cardiovascular global.

MÉTODOS

Estudo epidemiológico, com abordagem quantitativa, realizado com indivíduos

do gênero masculino e feminino com diagnóstico de diabetes melito, cadastrados no

Sistema de Informação da Atenção Básica da UBS do Distrito de Carmolândia,

Alcântara-CE. A pesquisa foi realizada no período de outubro a novembro de 2010.

Os dados foram extraídos de um formulário respondido pelo paciente, pela análise

do prontuário para coletar resultados laboratoriais, pela avaliação antropométrica e

dos níveis pressóricos. O método incluiu todos os diabéticos registrados no SIAB de

Setembro que correspondiam a 69 pessoas, a coleta foi realizada em cada

localidade que a UBS atendia, através dos cronogramas de atendimentos a essa

localidade e em um lugar fixado pela a equipe, ao término das visitas nas

localidades foi verificado que não foram contemplados todos os diabéticos, com isso
21

foi realizado busca ativa domiciliar, e os sujeitos da pesquisa que não

compareceram ao encontro de coleta de dados e não foram contactados por meio

da visita domiciliar ou não tinham os resultados dos exames necessários no

prontuário e não realizaram esse exames durante a pesquisa, não foram incluso

nessa pesquisa.

Foram pesquisadas as variáveis relacionadas ao ERF revisado (tabagismo,

HDL-C, LDL-C, pressão arterial, idade e diabetes mellitus) paralelamente às outros

riscos cardiovasculares que não são utilizados na ERF: raça, hiperglicemia,

empregabilidade, alimentação inadequada, stress, histórico de DCV na família,

gordura abdominal e sedentarismo.

Para todos os pacientes calculou-se um valor percentual do risco de

desenvolver doença cardiovascular nos próximos 10 anos por meio do ERF, e a

seguir foram inseridos nas categorias de baixo (<10%), médio (10% a 20%) e alto

risco (20%) de acordo com a escala de risco cardiovascular global. Os resultados

dos exames laboratoriais foram obtidos através do prontuário sendo selecionados os

mais recentes resultados, respeitando-se o limite máximo de dois anos como

condição para serem considerados válidos.

Foram considerados empregados os pacientes que relataram participar de

atividade remunerada, independente do exercício de atividade formal ou informal,

como também aí incluídos os pacientes aposentados. Foram considerados

sedentários, alfabetizados e tabagistas os pacientes que assim o informaram. Para

a raça ser um fator de risco cardiovascular o individuo tem que ser negro, pois

segundo Borona a raça negra é um fator de risco para DCV 8.

As medidas antropométricas como peso, estatura foram verificados para o

cálculo do IMC e circunferência abdominal (CA) para saber sobre a gordura


22

abdominal, foram realizadas com o auxílio de uma balança, fita métrica e uma trena.

Para a verificação do peso, os sujeitos da permaneciam descalços. A estatura foi

verificada com os sujeitos eretos e com os calcanhares unidos, através de uma

trena, e a circunferência abdominal medida com uma fita métrica acima da cicatriz

umbilical. O risco aumentado para desenvolver DCV foi definido como CA > 102 cm

nos homens e CA > 88 cm nas mulheres. O IMC foi obtido através da divisão da

massa corporal, em quilogramas, pelo quadrado da estatura, em metros. Foi

considerado obesidade quando IMC >30 kg/m 2.

Os resultados dos exames laboratoriais referiam-se ao último exame, porém

tinha que ter sido realizado no máximo em período dois anos, que incluía exames de

HDL e LDL. Foi considerado risco de DCV HDL-C <40 mg/dL e LDL-C > 150 mg/dL.

Para saber se o paciente estava com hiperglicemia foi realizado o exame de

glicemia capilar que é considerado alterado quando for igual ou maior que 140mg/dl.

A avaliação do grau de risco e sua associação com as variáveis secundárias

foram definidas a partir de análise estatística.

A análise ocorreu no programa Microsoft Excel 2007 e os resultados

expressos em valores absolutos e percentuais, por meio de tabelas, gráficos e

procedimentos estatísticos simplificados.

Este estudo foi elaborado obedecendo às recomendações da Resolução n°

196/96 do Conselho Nacional de Saúde e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa

da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA com parecer nº 925.

RESULTADOS

De uma população de 69 diabéticos cadastrados no SIAB, foram estudadas

51 pessoas que corresponde a 74 % dos diabéticos(as) cadastrados no SIAB da


23

UBS de Carmolândia, Alcantara-CE, foram exclusos do estudo 16 pessoas por não

comparecer ao local marcado para coleta de dados e não foram encontrados na

busca ativa domiciliar e 2 pessoas por não ter exames laboratoriais e não realizá-los.

Para traçar o perfil sociodemográfico, foram utilizadas as variáveis: idade; sexo;

raça; estado civil; renda; escolaridade; ocupação; convivência, esses resultados são

encontrados na tabela 1.

Amostra composta por 51 indivíduos, sendo 70,6% (n=36) pertencentes ao

sexo feminino e 29,4% (n=15) ao sexo masculino.


24

A faixa etária foi alta com o predomínio igual ou maior de 60 anos com 30

pessoas correspondendo 58,8%, as outras faixas etárias foram 50 a 59 com 10

pessoas (19,6%); 40 a 49 com 6 pessoas (11,8%); 30 a 39 com 4 pessoas (7,8%) e

20 a 29 com 1 pessoa (2).

A raça prevalente foi parda com 98% do total de entrevistados e sendo que a

raça branca apresentou-se em 1 sujeito do estudo (2%).

Em relação ao estado civil o(a)s casado(a)s obtiveram 62,7%, o(a)s

solteiro(a)s 11,8%, o(a)s viúvo(a)s 15,7% e o(a)s separado(a)s 9,8%.

Com relação ao convívio familiar 39,2% moram com o companheiro e filhos,

17,6% moram com o companheiro, 11,8% com os filhos, 11,8% com outros

familiares, 9,8% moram com o companheiro(a) e filho(os) e outros familiares, 5,9%

moram sozinhos e 3,9% com os filhos e outros familiares.

De acordo com a ocupação 72,5% são aposentado(a)s, 13,7% não exerce

trabalho remunerado, 3,9% agricultor(a), 3,9% pensionista, 2% professor(a), 2%

merendeiro(a), 2% costureiro(a).

Analisando a renda familiar 49% possuem renda de dois salários mínimos,

20,4% de um salário mínimo, 9,8% entre 1 e 2 salários, 5,8% três salários, 3,9%

entre 2 e 3 salários e 2% menos de um salário.

Em relação ao nível de escolaridade 54,9% possuem ensino fundamental

incompleto, 31,3% são analfabetos, 9, 8% completarão o ensino fundamental, 2%

completarão o ensino médio e 2% tem nível superior.


25

Os fatores de risco para desenvolver DCV encontrados na população

estudada estão ligados a história de doença pregressa, estilo de vida e histórico de

doença familiar. A tabela 2 a seguir mostra os dados referentes à temática discutida.

A idade como fator de risco foi encontrado em 72,5% da amostra, são

tabagistas 14 pessoas correspondendo a 27,4%. A HAS foi o fator de risco mais

preponderante atingindo um percentual de 78,4%, esse enorme percentual ocorre,

pois a HAS e DM são doenças que frequentemente acometem simultaneamente o

indivíduo.

Ainda sobre a Tabela 2, salientamos que a obesidade é um fator que contribui

decisivamente para o aparecimento de DCV, o percentual de obeso foi de 27,4%,

A gordura abdominal diagnostica pela CA e o sedentarismo foi o terceiro fator

de risco que mais acometeu a população estudada, com um percentual de 60,8%. A

raça como fator de risco não apareceu no estudo.

Como fator de risco a raça não apresentou nenhuma porcentagem, já a

hiperglicemia foi encontrada em 47% do grupo estudado.


26

As alterações evidenciadas no colesterol LDL-C e HDL-C foram

respectivamente de 17,6% e 29,4%. O stress foi encontrado em 6 pessoas com

11,7% do total, foram também encontrados 21 sujeitos que apresentaram no

histórico familiar a presença de DCV representando 41,2% dos estudados. Já a

hiperglicemia ficou evidenciada em 24 pessoas correspondendo um percentual de

47%.

Analisando a dieta alimentar, foi encontrado um percentual de 51% dos

sujeitos da pesquisa que tinham uma má alimentação não seguindo a dieta

preconizada para essa população de diabéticos. Essa má alimentação esta ligada

diretamente a alta taxa de gordura abdominal e obesidade conforme mostra a tabela

3.

No que diz respeito aos RCV, para avaliar foi aplicada na população estudada

o ERF associado ao escore de risco global. A figura 1 a seguir mostra os dados

referentes à temática discutida:


27

Verificou-se que 23 indivíduos (45%) apresentaram alto risco para DCV em 10

anos, 15 indivíduos (29%) estavam na faixa do risco médio e 13 indivíduos (26%)

apresentavam alto risco (Figura 1).

DISCUSSÂO

No que concerne ao perfil sócio-demográfico dos sujeitos, observamos uma

prevalência da população feminina, o que é compreensível, pelo fato das mulheres

serem mais presentes em consultas e serviços de saúde, com 70,6%, essa

tendência também foi descrita em outros estudos que mostram o predomínio das

mulheres9,10. Isto, muitas vezes, gera preocupação por parte do Sistema de Saúde

com relação à saúde do homem, que quase sempre só busca o médico quando há

piora do quadro.

Esse predomínio do sexo feminino é causado pela a maior preocupação com

sua saúde, pois nos países ocidentais, as mulheres procuram consultas médicas
28

mais do que os homens, elas declaram mais suas doenças, consomem mais

medicamentos e se submetem a mais exames11.

Vários são os fatores que influenciam na adesão ao tratamento e controle dos

riscos em doenças crônicas. Na população estudada alguns fatores encontrados se

mostram como desafios para o manejo ao paciente com patologia crônica, como o

nível de escolaridade baixo, que afeta diretamente a boa adesão ao tratamento,

compreensão das complicações, essa negligencia dos diabéticos leva ao

aparecimento das DCV.

Outro fator preponderante está ligado à renda familiar, no grupo estudado

houve um predomínio da renda familiar de cerca de dois salários mínimos, porém

muitas vezes esta renda não está voltada para a as necessidades dos diabéticos,

como qualidade da alimentação, mas, para suprir as necessidades da família, que

muitas vezes é composta por filhos, genros/noras e netos.

Com relação à idade, embora este fator isoladamente já influencie

diretamente no aumento do risco para DCV, é importante considerar que a idade

está associada ao enrijecimento da parede arterial e que essa alteração anatômica

poderia ocasionar um aumento dos níveis da HAS, sendo que a HAS tem sido

considerada o maior fator de risco para acidente vascular cerebral (AVC) 12.

Os hábitos alimentares e o estilo de vida saudável também são fatores

imprescindíveis para a prevenção das DCV.

Na população investigada, 14 dos 51 analisados são tabagistas

representando (27,4%), esse dado traz relevância à medida que o uso do tabagismo

está intimamente ligado aos fatores de risco para DCV, pois 11 dos 14 tabagistas

estão classificados como risco alto para desenvolverem DCV, isso demonstra como

o fumo influencia na DCV.


29

O tabagismo é um dos mais importantes problemas de saúde pública, que

deve ser considerado como uma pandemia, pois morrem cinco milhões de pessoas

por ano em decorrência das doenças provocadas pelo uso do tabaco,

correspondendo a aproximadamente seis mortes a cada segundo, dessas mortes

quatro milhões são no sexo masculino e um milhão no sexo feminino. Estima-se que

ocorrerão 10 milhões de mortes decorrentes do uso do tabaco no ano de 2025, caso

não haja modificação nas prevalências atuais de tabagismo. Calcula-se que há

cerca de 1,3 bilhões de pessoas fumantes no mundo, sendo aproximadamente um

bilhão do sexo masculino e 300 milhões do sexo feminino 13.

Outro fator marcante nos sujeitos investigados foi à presença de HAS, com

maior prevalência entre os fatores de risco encontrados, com 78,4% do total.

Segundo o Ministério da Saúde HAS em combinação com o DM no Brasil e

no mundo são um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de

doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, sendo responsável por pelo menos

40% das mortes por acidente vascular cerebral, por 25% das mortes por doença

arterial coronariana5. A HAS está presente em cerca de 70,0% dos casos de DCV 12.

É importante salientar que a hipertensão é fortemente associada à obesidade (ligada

ao sedentarismo) e freqüente em pacientes com alterações da glicemia de jejum.

Esse resultado já era esperado, pois como foi dito na discussão da faixa etária,

como o aumento da idade a uma maior probabilidade de HAS.

A obesidade também teve valor relevante nos dados encontrados, onde

27,4% apresentaram IMC > 30kg/m 2, fato preocupante, superior a média nacional.

Pois segundo a Organização Mundial de Saúde em pesquisas nacionais verificou

que 32% dos adultos do Brasil estão com algum grau de excesso de peso, mas só

8% apresentam obesidade14. Esse percentual era esperado, pois em outro estudo a


30

obesidade também apresenta elevada prevalência na população com DM 4. Esse

resultado causa preocupação pela elevada taxa de obesidade sendo mais de quatro

vezes superior ao percentual nacional.

Outro fator de risco para DCV encontrado foi a CA com 60,8% do percentual.

Esses dados demonstram que um número significativo de pessoas estão com

excesso de peso, o que requer cuidados imediatos e orientações sobre dieta e

exercício físico, auxilio de outros profissionais com consultas especializadas. A CA é

assinalada como importante preceptor de risco para as doenças crônicas não

transmissíveis, principalmente para doenças cardiovasculares e diabetes 15.

A hiperglicemia foi constatada em 47% das pessoas, esta alta taxa está ligada

ao grande percentual de pessoas que tem uma alimentação inadequada e

obesidade. A hiperglicemia é preocupante, pois ela tem efeitos nos nervos e vasos,

contribuindo para futuras complicações16.

O sedentarismo também teve percentual elevado neste estudo, perfazendo

60,8%, essa alta porcentagem de sedentarismo é muito preocupante, com isso

pode-se inferir que o perfil de risco evidenciado neste estudo poderia ser bem

diferente se a prevalência de sedentarismo fosse menor, tendo em vista que a

realização de exercício físico poder ajudar na prevenção de fatores de risco

associados à DCV e na redução dos sintomas da doença já instalada 17 e estima-se

que em 2020, 73% das mortes estarão associada ao sedentarismo 18.

As alterações encontradas no HDL-C foram preocupantes, visto que as

evidências epidemiológicas associam os níveis baixos do HDL-C com o aumento da

morbidade e da mortalidade por DCV e sugerem que 1% de redução no nível sérico

do HDL-C está associada com 2 a 3% de aumento no risco para doença arterial

coronariana que é uma DCV3. Já o colesterol LDL-C foi encontrado alterado em nove
31

pessoas, com 17,3% dos casos. O LDL-C é considerado como indicador de predição

de morte por causa cardiovascular de importância considerável 19. Como era

esperado, o menor percentual de alterações ocorreu no baixo risco.

O estresse foi encontrado em 11,8% dos investigados. Esse fator atua em

sinergismo, piorando a ação dos fatores de risco maiores e independentes (idade,

gênero masculino, HAS, DM, HDL-C baixo, LDL-C elevado, obesidade,

sedentarismo e tabagismo) na origem das DCV. Situações estressantes podem

acarretar desgaste emocional, ansiedade, aumento da freqüência cardíaca, insônia,

medo, entre outros fatores, o que somados podem levar ao aparecimento das DCV 3.

A presença de DCV na família também foi encontrada no estudo, 21 das

pessoas estudadas afirmaram ter um parente próximo com DCV, esse percentual foi

elevado causando uma preocupação, pois a história familiar de doença coronariana

está presente em 50% dos pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM) que é

uma DCV14.

A análise percentual de ERF mostrou predominância do sexo feminino nos

três níveis de risco cardiovascular, mas esta não se associou à relevância

estatística, pois 70,6% dos sujeitos da pesquisa são do sexo feminino. O estudo

mostra como alguns fatores influenciam decisivamente para o alto risco de DCV

como a idade, tabagismo e LDL-C Esse aumento do risco cardiovascular global se

relacionou ao aumento da idade em ambos os sexos. Como já foi mencionado o

avanço da idade apresentou significância estatística quando relacionado ao alto

risco cardiovascular como pode ser visto na figura 2.


32

CONCLUSÂO

Este estudo apresenta a importância de avaliar o risco cardiovascular e

realizar o levantamento da prevalência de fatores de risco numa população. Os

resultados ratificam que a detecção e o controle dos fatores de risco são tarefas

importantes na prevenção DCV, havendo, assim, necessidade de procurar medidas

preventivas e educativas que conduzam a mudanças no estilo de vida desses

indivíduos.

Constatamos que a população com DM analisada apresentou alto risco para

DCV segundo os critérios de Framingham e escala do risco cardiovascular global,

como também associado a altas prevalências de outros fatores de risco e, portanto,

deve ser motivo de preocupação para os planejadores de saúde.

Os homens apresentaram maior risco para doenças cardiovasculares que as

mulheres. Os sujeitos do estudo mostraram-se sedentários com uma alimentação

inadequada e a grande maioria não é tabagista, com diagnóstico de excesso de


33

peso, segundo o IMC e CA. Houve uma grande prevalência de HAS, analfabetismos

e de poucos anos de estudo na população diabética estudada. Recomenda-se, no

entanto, monitoramento constante dessa população e orientações específicas sobre

saúde, qualidade de vida e nutrição.

A aplicação do ERF pode permitir um melhor direcionamento na adoção de

medidas de intervenção mais precoces, contudo não deve ser realizada como forma

exclusiva de rastreio, visto que os parâmetros avaliados por esse método não

analisa outros fatores de risco que estão relacionados a eventos cardiovasculares.

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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-

782X2006001600014&lng=en. doi: 10.1590/S0066-782X2006001600014.


38

APÊNDICES

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Caro Sr. (a):


Sou acadêmico do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
estamos desenvolvendo uma pesquisa intitulada: ANÁLISE DOS RISCOS CARDIOVASCULARES
39

EM PACIENTES COM DIABETES MELITO, que tem como objetivo geral Analisar os riscos
cardiovasculares de pacientes com Diabetes Melito.
Neste sentido, estou solicitando sua colaboração na participação do estudo, respondendo a
um formulário, contendo questões relacionadas os riscos de doenças que atinjam o coração, veias,
artérias e rins, bem como será utilizado também dados do seu prontuário. Neste formulário o senhor
responderá sobre assuntos relacionados ao seu modo de vida. Assim sendo, esta entrevista poderá
durar até aproximadamente vinte minutos. É válido ressaltar que esta pesquisa segue os preceitos da
Resolução nº 196/96, do CNS – MS, sobre Diretrizes e Normas Reguladoras da Pesquisa Envolvendo
Seres Humanos. Desse modo, você terá sua identidade mantida em sigilo, sendo respeitada em
todos os momentos da coleta de informações, inclusive no repasse fidedigno das respostas
analisadas. Os dados obtidos nessa entrevista serão somados com os dados de outros participantes
– usuários deste Comitê. Pretendemos, com essa pesquisa, obter informações sobre os riscos de
doenças do coração, veias, artérias e rins. Informo, ainda, que: Mesmo tendo aceitado participar, se
por qualquer motivo, durante o andamento da pesquisa, resolver desistir, tem toda liberdade para
retirar o seu consentimento, através telefone (88) 92917066 ou nome endereço Rua Coronel José
Inácio, 313-altos,Centro,Sobral, CEP- 62010-790. Para possíveis esclarecimentos estamos
disponíveis também pelo endereço do Comitê de Ética em Pesquisa da UVA situado na Av. Dr.
Guarany, N. 398, Campus Cidao, Centro, Sobral-CE, telefone: (88) 3677-4255.
Atenciosamente,
______________________________ ______________________________
Hugo Morais de Oliveira Antonia Siomara Rodrigues Silva
Pesquisadora
_________________________________________________________________________
TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS-INFORMADO
Declaro que tomei conhecimento do estudo que pretende analisar os riscos de doenças que
atingem o coração, veias e artérias, cujo titulo é: ANÁLISE DOS RISCOS CARDIOVASCULARES EM
PACIENTES COM DIABETES MELITO, a realizar-se pela pesquisadora Antonia Siomara Rodrigues
Silva, compreendi seus propósitos e, concordo em participar da pesquisa e utilizar dados do
prontuário, não me opondo a realizar esses desenhos, e também que em qualquer momento posso
retirar meu consentimento em participar da mesma.
Sobral, _____ de ___________________ de 2010.

_____________________________
Assinatura do sujeito da pesquisa

APÊNDICE B- INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Dados Sociodemocráfico:
Identificação:_____________________________________________
40

Idade:
( )20 a 29 ( )45 a 49 ( )60 a 64
( )30 a 34 ( )50 a 54 ( )65 a 69
( )35 a 39 ( )55 a 59 ( )70 a 74
( )40 a 44

Sexo:
( )Feminino ( )Masculino

Etnia:
( ) Branca ( ) Negra ( ) Parda

Estado Civil:
( )Casado ( ) Viúvo
( ) Solteiro ( ) Separado

Com quem reside:


( ) Só
( )Com companheiro(a)
( ) Com companheiro(a) e filhos
( ) Com companheiro(a), filhos e outros familiares
( )Com filho (s)
( )Com Filhos e outro familiares
( )Com outros Familiares
Ocupação:____________________

Renda familiar:
( )< 1 salário ( ) entre 1 e 2 salários ( ) entre 2 e 3 salários
( ) 1 salário ( ) 2 salários ( ) 3 salários
Grau de instrução:
( )Analfabeto ( ) Ensino Médio completo
( ) Ensino Fundamental completo ( ) Ensino Médio incompleto
( ) Ensino Fundamental incompleto ( )Nível superior
41

Avaliação clínica e identificação dos fatores de risco:


Terapia medicamentosa para DM: Sim ( ) Não ( )
Usa hipoglicemiante: Sim ( ) Não ( )
Usa insulina: Sim ( ) Não ( )
Fuma: Sim ( ) Não ( ) Quantos cigarros___________
Tem na família alguém que teve alguma doença ou morte relacionada ao coração,
veias, artérias ou rins: Sim ( ) Não ( ) Qual(is)__________________
Tem pressão alta: Sim ( ) Não ( )
Terapia medicamentosa para HAS: Sim ( ) Não ( )
Sofre de ansiedade: Sim ( ) Não ( )
Faz terapia para depressão? Sim ( ) Não ( )
Faz alguma atividade física: Sim ( ) Não( ) Qual:_________
Tem o habito de se alimentar de frutas e verduras: Sim ( ) Não( )
Peso:___________________
Altura:__________________
IMC:____________________
Pressão Arterial: _____________
Glicemia capilar ______________
Diâmetro da circunferência da cintura: ___________________________
Resultado do HDL- Colesterol mg/dl:__________________
Resultado do LDL- Colesterol mg/dl:__________________
42

ANEXOS

ANEXO A - NORMAS PARA APRESENTAÇÂO DE ARTIGOS DA REVISTA


CIÊNCIA & SAÚDE COLETIVA
43
44
45
46
47
48
49
50
51

ANEXO B - PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA


52
53

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