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A Incontinência Urinária (IU) feminina é um importante problema de saúde pública, devido a

sua elevada prevalência e/ou elevado impacto físico, psíquico e social na vida da mulher
(SANTOS et al., 2006).

A incontinência urinária (IU) não é considerada uma doença, e sim um sintoma e um sinal de
disfunção vesical e/ou disfunção do mecanismo esfincteriano uretral. 

a incontinência é dividida em: Incontinência de esforço, onde a perda involuntária de urina


ocorre após exercício físico, tosse ou espirro; urge-incontinência, onde a perda involuntária de
urina é acompanhada ou precedida de uma urgência urinária; e a incontinência urinária mista,
onde a perda involuntária de urina acontece por urgência, associada à tosse, espirro ou
esforço (BARACHO, 2007).

A mulher durante a gestação sofre várias modificações fisiológicas no seu organismo, como:
alterações do sistema hormonal, músculo-esquelético, cardiovascular, respiratório,
tegumentar, gastrointestinal, entre outras. Alterações importantes podem surgir
principalmente no sistema genito-urinário, desencadeando incontinência urinária e disfunções
sexuais.

A forma mais prevalente de incontinência urinária nas mulheres nos anos reprodutivos é a
Incontinência Urinária de Esforço (IUE). Este tipo de IU é caracterizado como a perda
involuntária de urina durante a realização de esforços físicos, devendo-se a um aumento
brusco da pressão intra-abdominal na ausência da atividade do músculo detrusor. 

Alterações no trato urinário, com intensas modificações anatômicas e fisiológicas são


desencadeadas durante a gestação. Esses sintomas do trato urinário inferior são tão comuns
na gestação, que para muitos são considerados normais. Entretanto, os efeitos de uma
gestação normal sobre a fisiologia do trato urinário permanecem ainda não completamente
esclarecidos (PALMA, 2009).

Prevalência de IU aumenta consideravelmente durante a gravidez devido ao aumento da


incidência de estresse sobre o assoalho pélvico. A incidência de IU é baixa em no primeiro
trimestre, crescendo rapidamente no segundo trimestre e continua a subir, embora mais
lentamente, no terceiro trimestre.

As principais causas da IU na gravidez e no pós parto podem estar relacionadas a fatores


neonatais, como: elevado peso do neonato, grande perímetro cefálico, idade gestacional no
parto; ou a outros fatores, como: longo trabalho de parto, uso de fórceps, parto traumático,
episiotomia, lacerações do períneo, idade materna acima de 35 anos, multiparidade,
tabagismo, entre outros que levam ao enfraquecimento dos músculos do pavimento pélvico.

 pavimento pélvico é um conjunto de tecidos musculares com a função de sustentar os órgãos


pélvicos e realizar a manutenção das continências urinária e fecal, além de permitir as relações
sexuais e o parto. O estiramento (distensão) destes músculos durante o parto vaginal é muito
grande. Em muitos casos, não é identificada nenhuma lesão, pois as hormonas da gravidez
auxiliam nesse processo, porém, num grande número de mulheres é possível identificar
traumatismos que acarretam alterações morfológicas.
Mulheres que desenvolveram IU durante o período gestacional têm maior probabilidade de
desenvolver a IU no pós-parto do que aquelas que não apresentaram nenhum sintoma
urinário durante a gravidez. As mulheres submetidas ao parto vaginal podem evoluir para um
quadro de incontinência urinária por esforço (IUE) no período pós-parto. 

A incontinência urinária, também pode ter impacto de forma significativa na função sexual das
mulheres. Uma vez que têm medo de perder urina durante o ato sexual, ou da necessidade de
interromper a relação para urinar. Deste modo, a perda urinária pode tornar-se um obstáculo
para o envolvimento e satisfação sexual, pois, os sentimentos negativos, podem levar a mulher
a sentir-se impotente por não conseguir controlar uma função do próprio corpo. Esta condição
pode gerar: frustração, depressão e isolamento social.

tratamento da IU na gravidez e no pós-parto pode englobar, dependendo da avaliação

de cada paciente, fisioterapia com exercícios de fortalecimento e relaxamento dos músculos


do pavimento pélvico, terapia laser de baixa intensidade, electroestimulação e bio feedback,
otimização do ambiente hormonal, melhorias dos hábitos de vida associados a uma dieta
alimentar equilibrada e redução dos fatores de risco.

Os exercícios para o pavimento pélvico são geralmente recomendados durante a gravidez e


após o parto para a prevenção e tratamento de incontinência, que podem ser feitos várias
vezes por dia para fortalecer os músculos do pavimento pélvico, e são normalmente ensinados
por um profissional de saúde como um fisioterapeuta.

De facto, a profilaxia é um fator determinante na vida da mulher, pois as estruturas que


suportam os órgãos pélvicos necessitam de adaptar-se à sobrecarga do peso e à passagem do
feto durante o parto vaginal. Para isso, os exercícios perineais e a preparação dos músculos do
pavimento pélvico durante o período gestacional são fundamentais para prevenir danos
neuromusculares e a IU, uma vez que é esperado um declínio da força do pavimento pélvico
desde a 20ª semana de gestação até seis semanas após o parto.
Imagem
O assoalho pélvico é um conjunto de músculos que fecham e seguram a cavidade inferior
do abdômen. Estamos falando de funções vitais como a continência urinária e fecal, serve
de suporte para os órgãos abdominais e para o bebê numa situação de gravidez, além da
função sexual e reprodutiva.

Apesar de ser tão  importante quanto outros músculos, ninguém lembra de exercitá-lo.

Em nossa sociedade ainda é tratado como tabu, e 1 em cada 3 mulheres sofre calada por
vergonha ou pudor.

E como evitar este problema?

Se você está pensando em engravidar, sugiro que inicie um trabalho de reforço muscular
adequado como preparação para suportar o peso do bebê. A gravidez em si é um fator de
risco para a incontinência urinária, e não apenas a via de parto ( cesárea ou parto normal)
como a maioria das pessoas pensa. Não é a toa que ja na gravidez as mulheres
apresentam quadro de perda urinária, sendo que ainda não passaram pelo parto.

O número de gestações consequentemente também adiciona risco potencial.

Alguns medicamentos e o tabagismo contribuem para o enfraquecimento muscular.


Quanto antes cortar estes hábitos, mais saudável seu músculo ficará.

Atividades físicas de impacto são contra-indicadas também, prefira exercícios localizados


que promovam reforço muscular.

Ao evacuar evite ficar "fazendo força" para as fezes sairem. Esta força gera uma
sobrecarga grande no assoalho pélvico.

Manter uma alimentação saudável é fundamental! Tanto para o bom funcionamento do


intestino, quanto para evitar o sobrepeso. O excesso de peso corporal também é um fator
de risco adicional!

O Pilates se bem orientado é uma excelente opção para quem quer fortalecer o corpo
como um todo, incluindo o assoalho pélvico. Já o Pilates Funcional Mother Fit® além de
prevenir a incontinência urinária, também faz preparação específica para o parto normal.

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