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GESSO

1 DEFINIÇÃO

É um aglomerante aéreo (endurece pela ação química do CO2 do ar),


obtido pela desidratação total ou parcial da Gipsita – aglomerante já utilizado
pela humanidade há mais de 4.500 anos, no Egito.
A Gipsita é o sulfato de cálcio mais ou menos impuro, hidratado com 2
moléculas de água. Sua fórmula química é CaSO4 . 2H2O e suas impurezas –
que, no máximo, indicam 6% - são o silício (SiO2), a alumina (Al2O3), o óxido
de ferro (Fe2O3), o carbonato de cálcio (CaCO3), a cal (CaO), o anidrito
sulfúrico (SO3) e o anidrido carbônico (CO2) .

2 DESIDRATAÇÃO DA GIPSITA

No Brasil, a Gipsita é encontrada em jazidas no Norte e Nordeste, cujas


reservas são calculadas em 407 milhões de toneladas. Sua desidratação é feita
através do cozimento industrial (fornos), nas seguintes etapas:

a) As pedras de gipsita, depois da britagem e trituração, são queimadas na


temperatura entre 130 e 160ºC, realizadas com pressão atmosférica
ordinária. Nessa temperatura, a gipsita perde ¾ partes de sua água,
passando de diidrato para hemidrato, que é mais solúvel que o diidrato (o
hemidrato apresenta-se como sólido micro poroso mal cristalizado,
conhecido como hemidrato (B), utilizado na construção civil) .
(140ºC)
CaSO4 . 2H2O + calor  (CaSO4 . ½ H2O) + 1,5 H2O
gesso hemidrato

Esse gesso hemidrato é conhecido como gesso rápido (quanto à pega),


gesso estuque ou gesso Paris e endurece entre 15 e 20 minutos,
apresentando uma dilatação linear de 0,3% e, após seu endurecimento,
este retrai bem menos do que sua dilatação inicial, sendo, portanto, muito
usado em moldagem;

b) A partir de 250ºC, o gesso torna-se anidro (sem água) e o resultado é a


formação de anidrita solúvel, ávida por água, e que, rapidamente, na
presença desta, transforma-se em hemidrato;

(600ºC)
CaSO4 . 2H2O + calor  CaSO4 + 2H2O)
anidro
insolúvel

c) Entre 400 e 600ºC, a anidrita torna-se insolúvel e não é mais capaz de fazer
pega, transformando-se num material inerte, participando do conjunto
como material de enchimento.
d) Entre 900 e 1200ºC, o gesso sofre a separação do SO3 e da CaO, formando
um produto de pega lenta (pega entre 12 e 14 horas) chamado de gesso
de pavimentação, gesso hidráulico .

Observações :
1. Os hemidratos (CaSO4 . ½ H2O) e os anidros solúveis (CaSO4),
colocados em presença da água em temperatura ordinária, reconstituem
rapidamente o sulfato diidratado (CaSO4 . 2H2O) original.
Essa combinação forma uma malha fina cristalizada de “agulhas longas”
interprenetadas, responsável pela coesão do conjunto;

2. Os hemidratos tratados em autoclaves com temperatura entre 130 e


160ºC e pressão de 100 Kpa sofrem dissolução e recristalização em
meio líquido  hemidrato; ()  gesso de dentista;

3. O gesso mais utilizado na construção civil é o hemidratado: gesso Paris;

4. A Gipsita apresenta, entre os aglomerantes, o mais baixo consumo de


energia para sua produção (temperatura em média de 300ºC) ; o clínquer
precisa de 1450ºC ; a cal, 800 a 1000ºC .

3 PROPRIEDADES DO GESSO

No estado em que se encontra normalmente no mercado (hemidratado), as


características do gesso são :

massa específica aparente = 0,5 a 0,8 kg. / dm3 ;


massa específica real = 2,6 kg. / dm3 .

Pega: O gesso misturado com a água – conforme já foi visto anteriormente – começa a
endurecer, em razão da formação de uma malha de cristais e, depois do início da pega,
ele continua a endurecer como os demais aglomerantes.

A velocidade de endurecimento do gesso depende de:


 Temperatura e tempo de calcinação;
 Fissura de suas partículas;
 Quantidade de água no amassamento;
 Presença de impurezas ou uso de aditivos.

Sobre estes itens, pode-se afirmar:


Os gessos hemidratados (CaSO4 . ½ H2O) dão pega em poucos minutos,
mas os gessos anidro solúveis podem ter pega tão lenta quanto se desejar. Os
anidros insolúveis não dão pega e a finura dos grãos é responsável pela
aceleração da pega, em função da maior superfície específica disponível para
hidratação.
A quantidade d’água funciona negativamente no fenômeno de pega, pois
quanto mais água, mais lenta se dá a pega e o endurecimento.
A quantidade ótima de água a ser utilizada no gesso é, normalmente, em
torno de 19% de massa do mesmo.
A presença de impurezas diminui muito a velocidade de pega. Mas
existem aditivos que podem acelerar ou retardar essa pega do gesso. Como
retardador de pega, podem ser misturados ao gesso:

Açúcar / álcool / cola / serragem fina de madeira / sangue e outros


produtos de matadouros (chifres e cascos), na proporção de 0,1% da
massa de gesso.

Tais produtos retardam a pega, pois formam membranas protetoras entre


os grãos, isolando-os.
Como aceleradores de pega, podem-se utilizar no gesso:

Sal de cozinha / alúmen (silicato duplo de alumínio e potássio) /


sulfatos de alumínio e potássio e o próprio gesso hidratado .

Resistências mecânicas:
As pastas de gesso, depois de endurecidas, atingem resistências à tração
de 7 a 35 kgf/cm2 e a compressão entre 50 e 150 kgf/cm2.
As argamassas, devido ao uso de areias, diminuem esses totais.

Tração no Gesso (determinação) :


São 6 corpos de prova com (4 x 4 x 16 cm.) utilizados na flexão, com carga
pontual (P) em seu centro. Com os resultados obtidos, tira-se a média aritmética, sendo
que cada resultado deve obedecer o limite de 15% (para mais ou menos, em relação a
sua média).
Só é permitido que, no máximo, 2 resultados estejam fora dessa média. Caso
existam mais, deve-se repetir o ensaio.

Aderência :
As pastas e argamassas de gesso aderem bem a tijolos, pedras, ferro e
aderem mal à superfícies de madeira.
A aderência gesso-ferro é boa, mas pode ocasionar a oxidação do ferro.
Não se deve fazer gesso-armado como cimento-armado, argamassa armada ou
concreto. Mas pode-se utilizar armação de ferro galvanizado com o gesso.

Observação : O gesso, devido a sua fácil solubilidade, não deve ser utilizado no
exterior.

Isolamento :
As pastas e argamassas de gesso são bons isolantes térmicos, acústicos.
Conferem boa resistência ao fogo pois, tendo sua água evaporada, reduz-se a pó.

Ex.: Uma estrutura, recoberta com gesso com 3 cm. de espessura, resiste
até 45 minutos a fogo de 1000ºC devido ao gesso.
4 FABRICAÇÃO DO GESSO

O gesso pode ser fabricado em fornos chamados de marmita e também de


fornos rotativos (mais utilizados):

 No forno de marmita, a gipsita pulverizada é aquecida dentro de um


grande recipiente (10 a 20 toneladas), onde o material é aquecido e
agitado por fogo indireto. Entre 130 e 160ºC, a umidade superficial é
eliminada, ocorrendo a desidratação da gipsita. Essa água é eliminada
em forma de vapor, com uma agitação violenta, que assemelha-se à
fervura. Após terminar esse ciclo, o gesso que é hemidratado entra
em repouso (1º cozedura).
Dando-se continuidade ao processo, eleva-se a temperatura a 250ºC,
eliminando o restante de água de hidratação e observando-se nova
fervura nesse 2º cozimento. Nesse 2º ciclo, tem-se o gesso anidro
solúvel, que possui pega mais rápida.

 No forno rotativo: Usa um processo mais econômico para calcinação


do gesso. São fornos sem revestimentos refratários, que produzem
100 toneladas por dia de gesso. Nesse caso, a gipsita não é
previamente pulverizada, sendo apenas britada em fragmentos de 1
ou 2” . Esses fragmentos, embora aquecidos a temperatura de 200 a
300ºC, possuem sua parte central não totalmente desidratada, o que
obriga, após o cozimento, a permanência do gesso em silos durante
um período de 36 horas, para que a temperatura se uniformize,
completando-se assim a calcinação.

5 CLASSIFICAÇÃO COMERCIAL DOS GESSOS HEMIDRATADOS

Gesso Escaiola: gesso com 80% de peso hemidratado, de cor branca,


com finura adequada quando moído;

Gesso Branco: 66% de peso hemidratado, de cor branca e também com


finura adequada quando moído;

Gesso Negro: 55% de peso hemidratado, de cor cinza devido às


impurezas e com granulometria menor do que o gesso
Escaiola ou Branco.

6 APLICAÇÕES DO GESSO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Revestimentos e Decoração de interiores:

O material é muito bom para esse tipo de serviço, aplicado como pasta
(gesso com água) ou misturado com areia (argamassa) .
No Brasil, o custo do gesso é alto e os revestimentos utilizados são com
argamassas de cal, areia e cimento ou argamassas industrializadas.
7 FOSFOGESSO (gesso químico originário da Indústria)

A indústria de fertilizante – concentrada na região Sul e Sudeste do


Brasil – produz diariamente um subproduto (10.000 toneladas / diárias)
conhecido como fosfogesso, resultante da produção do ácido fosfórico para
aquela indústria.
Como o gesso brasileiro é relativamente de alto custo, devido às
distâncias de suas jazidas (Norte e Nordeste), existem estudos no sentido da
produção de gesso a partir do fosfogesso das indústrias do Sul (subproduto).

Observação: Resíduo  refere-se a material acumulado sem destinação;


Subproduto  refere-se a material acumulado com aplicação
qualificada.

 Nos países desenvolvidos existem diversos tipos de gessos


comercializados, enquanto no Brasil existe à disposição um único
tipo (hemidratado);

 Apesar disso, esse gesso – aqui produzido sem aditivos – possuem


suas propriedades satisfatórias, quando comparadas com os gessos
comuns especificados no exterior ;

CAL

1 HISTÓRICO

Comprovadamente, os gregos, os etruscos e, mais tarde, os romanos, já


utilizavam a cal como alomerante, misturando-a com areia, formando assim uma
argamassa que era preparada pelo mesmo processo ainda hoje adotado e que
consiste na extinção (adição de água) de pedras de calcário cozidas, obtendo-se
assim uma pasta ligante que recebe adição de areia.
Essa cal que é denominada de cal aérea, pois para seu endurecimento
necessita da reação química do CO2 (gas carbônico) existente na atmosfera, não
possui grande resistência mecânica e não pode ficar sujeita à ação da água, pois
“amolece”.
Sabe-se que os antigos descobriram também que a mistura dessa cal
aérea com pozolanas (naquela época, terras de origem vulcânica, cinzas
vulcânicas etc.) melhoravam significativamente a resistência dessas argamassas ,
mesmo quando submetidas à ação da água.
Os gregos empregavam muito as terras vulcânicas da ilha Santorim e os
romanos utilizavam uma cinza vulcânica encontrada em diversos pontos da baía
de Nápoles, bem como tijolos e telhas de barro triturados.
A pozolana mais conhecida àquela época provinha das vizinhanças da
cidade de Pozzuoli, tendo assim recebido o nome de pozolana todos esses
produtos naturais e artificiais que, misturados à cal aérea, transformavam-na em
uma espécie de cal hidráulica – que resiste à ação da água depois de endurecida.
2 CLASSIFICAÇÃO DAS CALES

Basicamente, conforme se observa já no Histórico da Cal, visto


anteriormente, as cales se dividem em cal aéreas e cal hidráulicas.
Antes de serem analisados esses dois tipo de cales, será feito um breve
retrospecto sobre o tipo de rocha básica que produz a cal, que é o calcário
(CaCO3) – carbonato de cálcio.

3 CALCÁRIOS

Definição de Rochas (ABNT – TB – 3) :

Rochas são materiais constituintes essenciais da crosta terrestre,


provenientes da solidificação do magma, de lavas vulcânicas ou da consolidação
de depósitos sedimentares (material transportado), tendo sofrido ou não
transformações metamórficas (pela ação do calor, pressão e água).
Das rochas podem ser extraídos blocos, matacões, agregados e pedras de
construção (pedras de alvenaria tipo cantaria, guias, paralelepípedos, lajotas e
placas).

Classificação Geológica das Rochas:

 Rochas Eruptivas ou Ígneas:


Formadas após um fusão total ou parcial de materiais
provenientes do magma.
Ex.: granito / basalto.

 Rochas Sedimentares (transportadas):


Formadas pela consolidação de materiais transportados e
depositados pelo vento, água etc.
Ex.: arenitos – deposição de detritos ;
calcários – precipitação química ;
turfas – acumulação de substâncias orgânicas.

 Rochas Metamórficas:
Formadas pela alteração gradual na estrutura das rochas
sedimentares, pela ação do calor, da pressão ou da água .
Ex.: gnaisses – alteração dos granitos;
quartzitos – alteração de arenitos ;
mármores1 – alteração de calcários ;
travertinos2 – alteração de calcários .

Calcários

Grandemente empregados nos revestimentos, devido à resistência às


intempéries.

1
Mármores – são calcários utilizados para revestimento ;
2
Travertinos – são calcários lacustres, compactos leves, resistentes e duráveis, também usados para revestimentos .
Propriedades mais importantes do calcário:

 Cores variadas;
 Calcinam-se pela ação do calor, resultando em:
CaCO3 + calor  CaO + CO2
(cal) (gás carbônico)
 Se atacados por ácidos, desprendem CO2 com efervescência;
 São facilmente riscados com canivete (grau 3 da escala Mohr) .

Tipos de calcários

Os calcários (CaCO3) apresentam-se na natureza sob diversas variedades,


dependendo do seu grau de impureza. A sílica (SiO2), os óxidos de ferro
(Fe2O3), os óxidos de alumínio (Al2O3) e os óxidos de magnésio (MgO) são as
impurezas mais freqüentes das rochas calcárias .

 Calcário Calcítico (CaCO3): é um carbonato de cálcio cristalino


(CaCO3), mineral muito abundante, tem massa específica igual a 2,7
kg/m3 e dureza = 3. Possui fraca solubilidade na água sem CO2 . Essa
solubilidade aumenta consideravelmente na presença de CO2, quando
então tem-se a formação de bicarbonato Ca(HCO3)2 .

 Calcário Dolomítico (CaCO3.MgCO3): calcário com carbonato de cálcio


e magnésio, com as mesmas propriedades que o calcário calcítico, porém
mais resistente e menos solúvel em água .

 Calcário Magnesítico (MgCO3) – emprega-se como material refratário


para revestimentos de forros.

Observação:
1. As cales são provenientes da rocha calcária (CaCO3) e, dependendo
de sua constituição (impurezas), tem-se :
a) cal cálcica : com teor de MgO  20% ;
b) cal magnesiana ou dolomítica : com teor de MgO  20% ,

sendo que a soma dos teores de CaO + MgO  95% e os


componentes argilosos (SiO2 + Al2O3 + Fe2O3)  5% .

4 CAL AÉREA

Sua fabricação utiliza uma única matéria-prima que é o calcário (CaCO3),


com teor pequeno de argila.
Ela é empregada sob forma de pasta pura ou misturada com areia
(argamassa), para revestimentos e rejuntamentos de alvenarias (internamente).
O CaCO3 é cozido a uma temperatura inferior à fusão, cerca de 900ºC,
suficiente para separar do CaCO3 a cal (CAO) e o CO2 (gás carbônico).
cal viva
CaCO3 + calor = CAO + CO2
100% 56% 44%
A cal viva ou cal virgem (CaO) em forma de pedras porosas possui a
propriedade de combinar-se com a água, formando uma pasta de hidróxido de
cálcio ou cal extinta ou cal hidratada, com grande desprendimento de calor.

CaO + (H2O)  Ca(OH)2 + calor (extinção da cal)

Essa transformação de óxido em hidróxido de denomina-se extinção da


cal. É essa cal extinta Ca(OH)2 o aglomerante empregado para constituição de
argamassa de cal, destinados à execução de alvenarias e revestimentos.
A cal aérea, depois de extinta (misturada com água), torna-se uma massa
que endurece com o ar, o mesmo não acontecendo na sua ausência.
Porém, depois de endurecida, dentro de água renovada, dissolve-se aos
poucos (1,3 g. de cal por litro d’água), dando-se o nome de água de cal a esta
solução.
A diferença entre cal aérea e cal hidráulica é que a segunda, depois de
endurecida pela ação da água, não se dissolve na presença da mesma.
A cal hidráulica possui teores de materiais argilosos na rocha calcária
(SiO2 + Al2O3 + Fe2O) bem maior do que a cal aérea.

5 ENDURECIMENTO DA CAL AÉREA


(ar)

Ca(OH)2 + CO2  CaCO3 + H2O (carbonatação)

então, temos o seguinte ciclo da cal aérea :

Calcinação  CaCO3 + calor  CaO + CO2


Extinção  CaO + H2O  Ca(OH)+ + calor
Carbonatação  Ca(OH)2 + CO2  CaCO3 + H2O

O CO2 vai transformando lentamente a superfície da argamassa formada


por carbonato de cálcio e vai penetrando lentamente na massa que assim vai se
consolidando. Essa reação de carbonização só é possível em presença da água
que, dissolvendo ao mesmo tempo a cal e o CO2, possibilita essa combinação,
funcionando a água como catalisador.
A carbonatação produz-se lentamente do exterior para o interior e o seu
processamento é tanto mais lento quanto mais lisa for à superfície.
A carbonatação é acompanhada de um aumento de volume. Devido a isso
(essa deformação), deve-se aplicar cal aérea com areia (argamassas) para atenuar
esse aumento de volume, além de diminuir a retração que se processa com a
perda d’água, aumentando a porosidade e, conseqüentemente, facilitando a
penetração do CO2.
Não se deve empregar cal aérea para execução de pedaços de alvenaria
muito espessos, nem tampouco empregar argamassas com muita cal.

6 CLASSIFICAÇÃO DAS CALES AÉREAS

 As cales aéreas podem ser classificadas pela sua composição química


em:
 Cales cálcicas: máximo de 20% de MgO ;
 Cales magnesianas: mínimo d 20% de MgO .

Obs: Elas devem apresentar no máximo 1% de materiais argilosos nos


calcários.

 Segundo o seu rendimento:


 Cal gorda: quando 1m3 de cal origina 1,82m3 de pasta ou são
necessários 550kg. de cal para obter-se 1m3 de pasta ;
 Cal magra’’: quando 1m3 da cal origina menos que 1,82m3 de pasta
ou são necessários mais do que 550 kg. de cal para obter-se 1m3 de
pasta.
Obs : Cal gorda  sua pasta é plástica, homogênea, untuosa ;
Cal magra  sua pasta é terrosa e grumosa.

7 FABRICAÇÃO DE CAL

Feita em fornos, onde o CaCO3, a uma temperatura entre 850 e 900ºC,


transforma-se em CaO.
Temperaturas mais baixas ocasionam produto “subcozido” e nas
temperaturas mais altas (1200ºC) as impurezas das rochas calcárias começam a
combinar-se com o CaO, verificando uma vitrificação das superfícies dos
materiais.
Os fornos utilizados podem ser intermitentes ou contínuos.

8 EXTINÇÃO DA CAL VIRGEM

Adicionando-se água à cal virgem, esta hidrata-se dando origem ao


hidróxido de cálcio (cal hidratada ou extinta).
CaO + H2O  Ca(OH)2 + calor
(56g.) + (18g.) (74g.)2

9 CAL HIDRATADA

Devido à dificuldade da extinção da cal virgem nos canteiros, foi


desenvolvida pela indústria a fabricação de cal hidratada, cuja extinção
(hidratação) é feita mecanicamente, empregando-se misturadores de pás. Ela
pode ser aplicada imediatamente e é acondicionada em sacos de papel duplo
com 20 kg. ou 36 litros, onde consta o selo da ABPC (Associação Brasileira de
Produtores de Cal) e a citação da Norma NBR 7175.
A cal hidratada, portanto, é um produto manufaturado, apresentando-se
como um produto seco, em forma de flocos de cor branca.

A preparação da cal hidratada:


 Após o CaCO3 ser devidamente analisado e moído, obedecendo
às exigências físicas e químicas, é enviado para fornos com
altíssimas temperaturas para ser calcinado, o que promove a
retirada do CO2 (gás carbônico) e tem-se então o CaO (cal viva ou
cal virgem, composto de óxido de cálcio e magnésio ;
 A cal viva é moída e completamente misturada com quantidades
exatas de água necessária;

 A cal assim hidratada passa por processos de moagem e


separação (peneiramentos), que irão dar uma granulometria
adequada ao produto.

A cal hidratada oferece a vantagem de ser um produto pronto para


ser utilizado, mas normalmente possui plasticidade menor do que
a cal extinta.

CARACTERÍSTICAS DAS CALES AÉREAS (EXTINTAS OU HIDRATADAS)

 Endurece com o tempo (normalmente longo);


 Seu aumento de volume é de 2 a 3 vezes, pela extinção;
 Cor predominantemente branca;
 Densidade 3,40 KG/l:
 Resiste ao calor;

ARMAZENAGEM DAS CALES HIDRATADAS

Armazenar em local seco, coberto e fora do alcance de crianças e


animais, sendo recomendável o seu uso até 6 meses após a data de fabricação. A
embalagem original (sacos de papel de duas folhas de papel extensível) é
suficiente para manter a integridade do produto, desde que sejam respeitada as
regras do armazenamento.

APLICAÇÃO DE CAL AÉREA E HIDRATADA NA CONSTRUÇÃO

 Como aglomerante: confecção de argamassas com areia simples ou


mistas, utilizadno cimento e saibro;
 Como hidrolizante: fabricação de graxas, amônia, compostos
orgânicos;
 Como absorvente: branqueamento e armazenamento de juntas ;
 Como solvente: na formação de gelatinas, tintas à base de caseína e
confecção de papelão;
 Como neutralizante: do ácido cítrico, fosfato de cálcio, solos
agrícolas, resíduos industriais, resíduos de urânio, cromo, explosivos,
tratamento de águas e tratamento de águas residuais;
 Como floculante: para o açúcar, águas residuais;
 Como causticante: na formação de soda e rocha cáustica;
 Como desidratante: na produção de petróleo e álcool;
 Como lubrificantes: na formação de lama de sondagem.

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