Você está na página 1de 46

CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA

Me. Nilton Rogério Marcondes

GUIA DA
DISCIPLINA
2020
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

1. CONTABILIDADE – CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Objetivo:
Neste texto propomos levar você a entender o conceito e definições da contabilidade.
Sem este entendimento, o caminho para atingir a compreensão do que trata a Contabilidade
poderá ser mais longo do que o necessário. Portanto, será fundamental fazer um breve
resgate da história evolutiva dessa temática, bem como conhecer quais os usuários da
contabilidade sua finalidade e campo de aplicação.

Neste primeiro momento você conhecerá a evolução da Contabilidade: da arte à


ciência, o seu objeto de estudo, funções e finalidades da Contabilidade, qual seu campo de
aplicação, o fluxo da informação contábil e seus usuários da informação contábil e por fim
quais os relatórios contábeis para a tomada de decisão.

Então, se você está disposto, mãos à obra!

Introdução:

1.1. Conceito
Contabilidade é uma ciência (arte) que permite, através de suas técnicas
(método de partidas dobradas e procedimentos: diário e razão), controlar
permanentemente o patrimônio (bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido)
de uma empresa (união de duas ou mais pessoas físicas, com o objetivo de rendas, através
da aplicação dos fatores de produção (natureza, capital e trabalho).

A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a


tomada de decisões dentro e fora da empresa. É um conjunto de conhecimentos
sistematizados, com princípios e normas próprias, ela é, na acepção ampla do conceito de
ciência, uma das ciências econômicas e administrativas.

Sua função é registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos


que ocorrem no patrimônio das entidades (conjunto de bens, direitos e obrigações),
objetivando fornecer informações, interpretações e orientação sobre a composição e as
variações desse patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores. Sendo

Contabilidade Introdutória 1
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

assim somente os patrimônios ociosos, não produtivos e não administrados podem


dispensar a ação controladora, informativa e orientadora da Contabilidade.

Além disso, com o passar do tempo o governo começa a utilizar-se dela para
arrecadar impostos e a torna obrigatória para a maioria das empresas.

No entanto a contabilidade não deve ser feita visando basicamente a atender às


exigências do governo, mas, o que é muito mais importante, a auxiliar as pessoas a
tomarem decisões.

1.3. Campo de atuação


O campo de aplicação da Contabilidade é constituído por pessoas físicas
ou jurídicas que exerçam atividades econômicas. Abrange todas as entidades
econômico-administrativas. As entidades econômico-administrativas são
organizações que reúnem os seguintes elementos: pessoas, patrimônio, capital, ação
administrativa e fim determinado.

Essas entidades podem ser classificadas tanto em relação aos fins a que se
destinam como quanto a seus proprietários. Como mostram as figuras abaixo:

Figura 1: Classificação das entidades quanto à finalidade

Fonte: o autor

Contabilidade Introdutória 2
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Figura 2: Classificação das entidades quanto aos seus proprietários

Fonte: o autor
1.4. Utilidade
É necessário apontar resumidamente, o tipo e qualidade das informações
que a contabilidade fornece aos vários grupos interessados, que por sua vez os
interesses são distintos:

Figura 3: Grupos interessados na informação contábil

Fonte: o autor

São usuários as pessoas que utilizam da Contabilidade, que se interessam pela


situação da empresa e buscam na Contabilidade as suas respostas. São exemplos de
usuários:
• Os administradores - os presidentes, diretores, gerentes, encarregados,
analistas, etc.

Contabilidade Introdutória 3
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

• Os investidores - aqueles que aplicam dinheiro na empresa estão interessados


basicamente em obter lucro, por isso utilizam dos relatórios contábeis,
analisando se a empresa é rentável.
• Os fornecedores - querem saber se a empresa tem condições de pagar suas
dívidas.
• Os bancos - emprestam dinheiro desde que a empresa tenha condições de
pagamento.
• O governo - quer saber quanto de impostos foi gerado para os cofres públicos,
e
• Outros tantos como: empregados, sindicatos, concorrentes, comunidade,
consumidores, etc.

1.5. Atuação
A contabilidade não sofre alterações, não importa que área atue.
A contabilidade é feita para Pessoa Física ou Pessoa Jurídica. Considera-
se pessoa, juridicamente falando, todo ser capaz de direitos e obrigações.

Pessoa Física - é a pessoa natural, é todo ser humano, é todo indivíduo (sem
qualquer exceção). É um ser natural, indivíduo considerado como tal a partir do seu
nascimento. A existência da pessoa física termina com a morte.

Pessoa Jurídica - é a união de indivíduos que, através de um contrato reconhecido


por lei, formam uma nova pessoa, com personalidade distinta da de seus membros. Ser
abstrato, constituído legalmente através de um contrato, formado por duas ou mais
pessoas. Normalmente as pessoas jurídicas denominam-se empresas.

1.6. Funções da contabilidade


Olá! Neste texto prosseguiremos com os conceitos, explicando as
Funções Contábeis.

Temos na contabilidade duas funções:


1 – A função Econômica, que se expressa pela determinação do lucro.

F. Econômica Lucro

Contabilidade Introdutória 4
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

2 – A função Administrativa, que representa o controle do Patrimônio.

F. Administrativa Controle de Patrimônio

Essas funções permitem ao gestor responder uma série de perguntas que o


auxiliarão a tomar importantes decisões, avaliar a própria empresa ou outras
empresas que estejam relacionadas com seus próprios negócios.

Para um exemplo prático pense na seguinte situação: para a expansão de seu


negócio recomenda-se a aquisição de outra empresa de menor porte, no mesmo segmento.
Dentre as possíveis candidatas à compra, convém analisar:

a) qual o montante de dividas e a capacidade de pagamento? (Função


Administrativa)
b) qual a composição de seu Passivo. (Função Administrativa)
c) quais foram os resultados dos últimos exercícios. (Função Econômica)

Com este Texto concluímos um importante panorama contábil: você já sabe o


que é para quem é e porque é. Na próxima Texto iniciaremos o estudo de
Patrimônio, que permitirá saber como se obtém as informações contábeis.

Contabilidade Introdutória 5
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

2. PATRIMÔNIO

Neste Texto estudaremos Patrimônio, conceituando alguns pontos


importantes que vão nos ajudar ainda mais em nosso curso. Vamos?

2.1. Conceito

Patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa


ou a uma entidade.

2.2. Componentes
2.2.1. Bens
Podemos definir Bens como sendo um conjunto de tudo que pode ser avaliado
economicamente e de satisfazer às necessidades das pessoas e das empresas.

Os Bens podem ser tangíveis ou intangíveis, sendo:

• Bens tangíveis: aqueles de forma física, palpável, como Equipamentos,


Veículos, Móveis, Dinheiro, Estoque de Mercadorias, etc.
• Bens intangíveis: aqueles de forma não palpável, como Ponto Comercial,
Fundo de Comércio, Direitos sobre Marcas e Patentes, Direitos Autorais, etc.

2.2.2. Direitos
Os Direitos são os valores a receber de terceiros, como a venda de mercadorias a
prazo, empréstimos a empregados, títulos a receber, dinheiro no banco, etc.

2.2.3. Obrigações
As Obrigações são dívidas assumidas com outras pessoas físicas ou jurídicas,
como Fornecedores, Salários a Pagar, Duplicatas a Pagar, etc.

2.2.4. Patrimônio Líquido


O Patrimônio Líquido é a parte do Patrimônio que efetivamente sobra para o seu
proprietário após somar os bens e direitos e subtrair do total das obrigações, ou seja, a
empresa tem as obrigações com os seus proprietários.

Contabilidade Introdutória 6
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Bens + Direitos – Obrigações = Patrimônio Líquido

2.3. Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido


Vamos agora complementar o estudo do Patrimônio. Estudaremos Ativo e
Passivo e fontes do Patrimônio Líquido, itens importantes para a organização das
contas!

2.3.1. Itens Patrimoniais


1.1 – Ativo:
O Ativo são todos os bens e direitos da empresa expressos em moeda, tais como:
Estoques, Títulos a Receber, Clientes, Equipamentos, Veículos, Caixa, Bancos, etc.

Todos os elementos do grupo do Ativo são apresentados no lado esquerdo do


Balanço Patrimonial.

1.2 – Passivo:
O Passivo são todas as obrigações da empresa expressas em moeda, tais como:
Fornecedores, Salários a Pagar, Contas a Pagar, Financiamentos a Pagar, etc.

Todos os elementos do grupo do Passivo são apresentados no lado direito do


Balanço Patrimonial.

Como o nome sugere, o Balanço Patrimonial é a demonstração contábil do


Patrimônio da empresa, o qual estudaremos oportunamente. Sua representação gráfica é:

Balanço Patrimonial
Passivo
Ativo
Patrimônio
Líquido

Contabilidade Introdutória 7
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

2.4. Fontes do Patrimônio Líquido


• Investimentos: aplicação de recursos dos sócios em troca de ações ou quotas.
• Lucros: acumulados na entidade como fonte de financiamento.

Neste Texto conhecemos Patrimônio e sua composição (Bem Tangível,


Intangível, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido).

Contabilidade Introdutória 8
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

3. MÉTODOS DAS PARTIDAS DOBRADAS

Neste Texto estudaremos as técnicas contábeis começando pelos


métodos das partidas dobradas e finalizando no plano de contas. Vamos lá?

Este método, desenvolvido pelo FRÁ LUCA PACIOLI, na Itália, século XV, hoje
universalmente aceito, dá início a uma nova fase para a Contabilidade como disciplina
adulta. O método consiste no fato de que qualquer operação há um débito e um crédito de
igual valor.

Segundo este método, toda entrada de dinheiro (aplicação = débito), deve haver uma
saída de dinheiro (origem = crédito) correspondente de igual valor, ou seja:

“PARA TODO DÉBITO DEVE HAVER UM CRÉDITO CORREPONDENTE DE


IGUAL VALOR, OU VICE - VERSA“.

Vamos agora entender um pouco sobre o que é débito e crédito!

3.1. Noções Sobre Débito e Crédito

• Débito
Na linguagem comum, pode ser; dívida, situação negativa, estar em débito com
alguém, dever para alguém, mas não devemos ligar débito aos estes significados, quando
estamos falando contabilmente. Na terminologia contábil, o lado positivo. Ativo é o lado do
débito no patrimônio.

Em Contabilidade, o débito representa as aplicações de capitais em bens, direitos


ou despesas, destinados aos fins de uma empresa.

• Crédito
Na linguagem comum, pode se ter crédito com alguém, situação positiva, poder
comprar a prazo, a mesma situação se sucede com crédito quanto ao seu significado
cotidiano. Na terminologia contábil, o lado negativo, passivo é lado do crédito no patrimônio.

Contabilidade Introdutória 9
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Em Contabilidade, o crédito representa as origens de capitais em obrigações ou


receitas, destinados aos fins de uma empresa.

Lembrando que, o débito e crédito são utilizados no razão analítica e no livro diário,
que usaremos mais adiante, e tem o mesmo mecanismo do conceito de origem e aplicação
de recursos, bem como o ativo e passivo, só que o entendimento de débito (é situação
positiva = dinheiro = liquidez) e crédito (situação negativa = dívida), se inverte na
contabilidade.

3.2. Resumo do mecanismo de Débito e Crédito


Podemos dizer então que o mecanismo de débito e crédito, e:

CONTAS Efetua-se um lançamento a:

DÉBITO CRÉDITO

Ativo Aumentando Diminuindo

Passivo Diminuindo Aumentando

Despesas Aumentando Diminuindo

Receitas Diminuindo Aumentando

3.3. Contas
3.3.1. Conceito
É o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos, obrigações e
patrimônio líquido) e aos elementos de resultado (despesas e receitas).

3.3.2. Classificação
Representam os elementos dos Ativos (Bens, Direitos) e os do Passivo (Obrigações
e Patrimônio Líquido). São eles que representam o Patrimônio da empresa em um dado
momento através do Balanço Patrimonial.

3.3.3. Contas de Resultado


Representam os elementos de Despesa (decorrentes do consumo de bens e do uso
de serviços. Por exemplo: luz, água etc., resultando em despesas) e os elementos de
Receita (decorrentes da venda de bens e da prestação de serviços).

Contabilidade Introdutória 10
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Por não constarem no patrimônio, devem ser representadas por uma conta
patrimonial, que na maioria das situações é a conta LUCRO OU PREJUIZO
ACUMULADOS.

Para diferenciar uma conta de Receita para uma de Despesa, usam-se os adjetivos
da receita e despesa antes do elemento.

Por exemplo:
• Receita com Vendas
• Despesas com água

3.4. Atos e fatos administrativos


3.4.1. Conceito
Ato administrativo – São atos de gestão, praticados pelos administradores, sem
manusear valores patrimoniais, mas tomando providências com a finalidade de fazê-los
circular, para obtenção de um resultado. Neste particular, podemos dividir as operações
empresariais em:

a) Funções técnicas; controle de produção


b) Funções Comerciais; compras, vendas, trocas etc.
c) Funções Financeiras; gerencia dos capitais
d) Funções de Segurança; proteção de bens e pessoas
e) Funções Contábeis; registro das operações
f) Funções Administrativas; previsão, organização, direção, coordenação e
controle.

Quanto à parte administrativa, pode-se dar uma segunda classificação, que


determina com clareza as funções do empresário:

a) Fundação da empresa
b) Organização da empresa
c) Gerência da empresa
d) Liquidação da empresa.

Contabilidade Introdutória 11
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Fato administrativo é a mutação sofrida por um bem patrimonial, provocando


alteração da situação econômica da empresa. Todavia, deve-se ressaltar que o patrimônio
é representado pelos bens, direitos e obrigações, e os fatos ocorrem justamente sobre
estes valores concretos, sendo o registro contábil um simples ato e não fato, pois a
contabilidade tem por função registrar os fenômenos ocorridos com a prática de fatos
administrativos.

Fatos Contábeis são acontecimentos que provocam variações dos valores do


Patrimônio, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido.

3.4.2. Fatos Permutativos


Trocam elementos do Ativo bem como do Passivo no Patrimônio, sem mudar o valor
do Patrimônio Líquido. Pode ocorrer troca entre elementos do Ativo, entre elementos do
Passivo e entre ambos ao mesmo tempo.

• Troca entre elementos do Ativo


Recebimento de $ 500, em dinheiro, referente à duplicata.

• Troca entre elementos do Passivo


Transferência de salários a pagar, um valor de $ 40, para IRRF a recolher.

• Troca entre elementos do Ativo e do Passivo


• Aumento: compra de móveis e utensílios a prazo.
• Diminuição: pagamento da dívida da compra a prazo de móveis e utensílios,
em dinheiro.

3.4.3. Fatos Modificativos.


Acarretam alterações para mais ou para menos, no Patrimônio, através das Receitas
e Despesas.

• Diminuição: Pagamento de uma despesa, em dinheiro, $ 100.


• Aumento: Recebimento de $ 100, referência a receitas com aluguel.

Contabilidade Introdutória 12
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

3.5. Plano de contas


É um elenco de todas as contas previstas pelo setor contábil da empresa como
necessárias aos seus registros contábeis. O plano de contas é indispensável para os
registros de todos os fatos contábeis.

3.5.1. Sua aplicação e manuseio


Para facilitar a identificação das contas, adota-se um código numérico para cada
uma. Esse código é composto de, no máximo, seis números e através dele se pode saber
de imediato a que grupo a conta pertence:
• Primeiro Número - indica o grupo (1- ativo; 2- passivo; 3- despesas; 4- receitas).
• Segundo Número - Indica a divisão de cada grupo principal:

1- Ativo 2 - Passivo
1.1 – Circulante 2.1 - Circulante
1.2 – Realizável L.P. 2.2 - Exigível L.P.
1.3 – Permanente 2.3 - Patrimônio Líq.
3 – Despesas 4 - Receitas
3.1 – Operacionais 4.1 - Operacionais
3.2 – Não Operacionais 4.2 - Não Operacionais

• Terceiro Número - Indica a subdivisão dos grupos patrimoniais citados acima:

1 – ATIVO 2 - PASSIVO
1.1 - Circulante 2.1 - Circulante
1.1.1 - Disponível 2.1.1 - Obrigações
1.1.2 - Créditos 2.1.2 - Provisões
1.1.3 - Estoques 2.1.3 - Participações
1.2 - Realizável a Longo Prazo 2.2 - Exigível a Longo Prazo
1.2.1 - Créditos 2.2.1 - Empréstimos/ Financiamento
1.2.2 - Empréstimos Compulsórios 2.2.2 - Obrigações Financeiras
1.3 - Permanente 2.3 - Resultado de Exercícios Futuros
1.3.1 - Investimentos 2.3.1 - Receitas Futuras
1.3.2 - Imobilizados 2.4 - Patrimônio Líquido
1.3.3 - Diferido 2.4.1 - Capital
2.4.2 - Reservas
2.4.3 - Lucros e Prejuízos

• Quarto Número em Diante - Indica mais uma subdivisão e/ ou o número da conta


propriamente dita.

Contabilidade Introdutória 13
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Neste Texto conhecemos os métodos das partidas dobradas, falamos de


contas contábeis e plano de contas e ainda entendemos os atos e fatos
contábeis. Que tal praticar um pouco desses itens com alguns exercícios?

Contabilidade Introdutória 14
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

4. ESCRITURAÇÃO

Neste Texto continuaremos estudando as técnicas contábeis começando


pela escrituração dos lançamentos contábeis, razão contábil, balancete de
verificação e finalizando com a escrituração da constituição da empresa. Está
preparado? Então vamos lá!

4.1. Escrituração
4.1.1. Conceito
É uma técnica que consiste em registrar nos livros próprios (Diário, Razão, etc.)
todos os fatos contábeis que ocorrem na empresa.

4.1.2. Diário
É um livro obrigatório pela legislação comercial. Por ser obrigatório, o Diário está
sujeito às duas formalidades legais.

• Extrínseca (Externa): Deve ser encadernado com folhas numeradas em


sequência, tipografada ou digitada. Deve conter ainda, os termos de abertura e
encerramento e ser submetido à autenticação do órgão competente do registro
do comércio (JUCESP).
• Intrínseca (Interna): Sua escrituração deve ser completa, em idioma e moedas
nacionais, em forma mercantil, com individualização e clareza, por ordem
cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco nem entrelinhas,
rasuras, emendas e transporte para as margens.

Essas formalidades devem ser observadas para que o livro Diário mereça fé a favor
do comerciante ou empresário.

4.1.3. Características do Lançamento


É identificada dentro de sua estrutura, por cinco características:

Contabilidade Introdutória 15
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

2e3

1 5

*
4 5
1. Local e data que ocorreu o fato;
2. Conta a ser lançada a débito, código e nome;
3. Conta a ser lançada a crédito, código e nome, precedida da letra “a”;
4. Histórico através da evidência (documento);
5. Valor a ser lançado da transação (desmembrado e total);

* A letra “a” precedendo a conta a ser creditada.

4.2. Tipos de Lançamentos

• Ocorrendo um débito e um crédito:


• Exemplo: Compra de uma casa, à vista, situada a Avenida 9 de julho, 1001, nesta
cidade, conforme escritura passada no 5o Tabelião, no valor de R$ 200.000.

• Ocorrendo um débito e dois ou mais créditos:


• Exemplo: Compra de uma bicicleta da marca lunar, da casa estrela, conforme nota
fiscal nº. 5.390, no valor de R$ 800, sendo:
• R$ 300, à vista, em dinheiro.
• R$ O restante a prazo, conforme aceite de duplicata 0001.

• Ocorrendo dois ou mais débitos e um crédito:


• Exemplo: Venda de uma máquina de escrever, conforme nota fiscal 0118, por R$
500, sendo:

Contabilidade Introdutória 16
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

• R$ 100, à vista em dinheiro, o restante em quatro pagamentos mensais, conforme


duplicatas nºs. 118/1 a 118/4, no valor de R$ 100, cada uma.

• Ocorrendo dois ou mais débitos e dois ou mais créditos:


• Exemplo: Compras efetuadas no Supermercado Taubaté, de:
• Um refrigerador, para uso da empresa, conf. N.F. 1.521, R$ 1.000, e uma moto
marca Guará, conf. N.F. 372, R$ 10.000, foram pagos, à vista, em dinheiro, R$ 2.000,
o restante a prazo, através de três duplicatas, de nºs. 1 a 3, sendo de R$ 3.000,
cada, vencíveis de 30 em 30 dias.

4.2.1. Razão
É um livro de grande utilidade para a contabilidade, porque registra o movimento de
todas as contas. A escrituração do livro Razão passou a ser obrigatória a partir de 1991
(artigo 14 da Lei nº. 8.218 de 29/08/91). Na contabilidade moderna, a razão é escriturado
em fichas.

4.3. Lançamento
Sua estrutura é definida assim:

Na realidade, se houve um lançamento, haveria a necessidade da ficha de razão


analítico das duas contas envolvidas. Esta situação acontece, porém, essa tarefa é
facilitada devida o advento da informática. Esta realidade será vista mais adiante em nossa
disciplina.

Para fins didáticos e para haver um estudo mais rápido e ágil, quando não há o
computador como auxiliar, utiliza-se o razonete, que é do razão analítico simplificado, onde
se usa apenas as colunas de débito e crédito do razão analítico.

Contabilidade Introdutória 17
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Débito Crédito

4.4. Fechamento
Então a representação gráfica do razão não deixa de ser o razonete, e ficará assim:

Código da conta
Nome da Conta

Exemplificando: Compras efetuadas no Supermercado Taubaté, de:


Um refrigerador, para uso da empresa, conf. N.F. 1.521, R$ 1.000, e uma moto
marca guará, conf. N.F. 372, R$ 10.000. Foram pagos, à vista, em dinheiro, R$ 2.000, o
restante a prazo, através de três duplicatas, de nºs. 1 a 3, sendo de R$ 3.000 cada,
vencíveis de 30 em 30 dias.

Contabilidade Introdutória 18
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

4.5. Balancete
4.5.1. Conceito
É a relação de contas extraídas do livro Razão ou Razão Analítico, com seu saldo
devedor e credores já apurados, sendo que o total dos dois lados devem sempre estar igual.

4.5.2. Modelos / Fechamento


Pode - se citar quatro Tipos de Balancetes de Verificação, porém o mais usado é
que está sendo frisado agora, o “DE QUATRO COLUNAS“.

1. Duas Colunas
Constam apenas as colunas de saldo atual de débito e crédito:
SALDO
Contas
Débito Crédito

2. Quatro Colunas
Constam as colunas de saldo atual e as de movimento atual, de débito e crédito:

“Este é o que vai ser praticado durante o ano letivo“

3. Seis Colunas
Constam as colunas de saldo anterior, movimento atual, as de saldo atual, de débito
e crédito:

Contabilidade Introdutória 19
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

4. Oito Colunas
Constam as colunas de movimento anterior, saldo anterior, movimento atual, as de
saldo atual, de débito e crédito:

4.6. Constituição do capital de uma empresa


Na fase de constituição de uma empresa podem-se considerar dois momentos:

4.7. Da Constituição
É o momento em que o proprietário providencia o registro da empresa nos órgãos
competentes, visando dotá-la de personalidade jurídica.

Exemplificando:
1) Constituição uma sociedade comercial, com capital de R$ 10.000, subscrito
(dividido) entre dois sócios, da seguinte maneira: R$ 5.000, para João e para José R$ 5.000,

Contabilizando:
Razão

É o momento em que o proprietário entrega para empresa, como pagamento do


capital que constituiu, dinheiro ou bens e direitos (podendo acontecer o inverso, onde a
empresa a partir do momento que um dos sócios desista da sociedade, ela terá que pagar
o capital incluso por aquele sócio), onde o dinheiro, bens e direitos podem estar

Contabilidade Introdutória 20
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

mutuamente ligados ou não na realização do capital. A Realização pode acontecer de duas


maneiras:

• Integral (Total do capital)


Exemplificando:

1) Constituição uma sociedade comercial, com capital de R$ 10.000, subscrito


(dividido) entre dois sócios, da seguinte maneira: R$ 5.000, para João e para
José R$ 5.000,

2) Realizaram total Capital em dinheiro;

Contabilizando:
Razão

• Parcial (Parte do capital)


Exemplificando:

1) Constituição uma sociedade comercial, com capital de R$ 10.000,


subscrito (dividido) entre dois sócios, da seguinte maneira: R$ 5.000, para João
e para José R$ 5.000,

Contabilidade Introdutória 21
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

2) Realização Parcial do Capital subscrito da seguinte maneira: João realiza R$


3.000, de seu capital subscrito em dinheiro e, José realiza o total de seu capital
em imóveis.

Contabilizando: Razão

Neste Texto conhecemos melhor as técnicas contábeis começando pela


escrituração dos lançamentos contábeis, razão contábil, balancete de verificação
e finalizando com a escrituração da constituição da empresa. Vamos exercitar!

Contabilidade Introdutória 22
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

5. BALANÇO PATRIMONIAL

Até o presente momento apresentamos alguns conceitos e terminologias


e consideramos a importância da Contabilidade como instrumento para a tomada
de decisão. Aprofundamos o conhecimento sobre o objeto da Contabilidade que,
como nós já vimos anteriormente, é o patrimônio das entidades e sua forma de
representação.

Iniciaremos os nossos estudos sobre o demonstrativo contábil mais utilizado: o


Balanço Patrimonial. Conheceremos sua estrutura, seus elementos, seus grupos de contas
e como, por meio dele, são representadas as origens e as aplicações dos recursos da
organização. Bons estudos!

5.1. Balanço patrimonial: conceito e estrutura


O balanço patrimonial é um importante relatório da Contabilidade, porque apresenta
o seu objeto, o patrimônio. Assim como os demais relatórios, tem como principal missão a
de sintetizar em contas representativas os saldos patrimoniais.

5.2. Conceito
O balanço patrimonial é a demonstração financeira que evidencia, qualitativa e
quantitativamente, situação patrimonial de uma entidade em um determinado momento.

O balanço patrimonial é constituído de ATIVO, PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

O ativo compreende os bens e direitos, ao passo que o Passivo compreende as


obrigações para com terceiros, enquanto que o patrimônio líquido corresponde aos
recursos próprios da entidade.

O balanço patrimonial é de importância fundamental, pois permite verificar a situação


econômica e financeira da empresa, como o grau de endividamento, liquidez, bem como
comparar as variações ocorridas entre os diferentes exercícios.

O Ativo é representado ao lado esquerdo do balanço patrimonial. Nele são


agrupados os saldos das contas que representam o conjunto dos bens e direitos. O ativo é
subdividido em dois grandes grupos:

Contabilidade Introdutória 23
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

• Ativo circulante
• Ativo não circulante
• Do lado direito do Balanço Patrimonial, estão representados o Passivo e o
Patrimônio Líquido. O Passivo é subdividido em:
• Passivo circulante
• Passivo não circulante

O patrimônio líquido representa o capital próprio da empresa e está subdividido em:


• Capital social
• Reservas de capital
• Reservas de lucros
• Ajustes de avaliação patrimonial
• Ações em tesouraria
• Prejuízos acumulados

REQUISITOS DO BALANÇO PATRIMONIAL


O balanço patrimonial é composto de um cabeçalho que conterá:
a) Denominação da empresa
b) Título da demonstração contábil (balanço patrimonial)
c) Data de encerramento do balanço

Além disso, a Lei 6.404/76 dispõe que as demonstrações de cada exercício serão
publicadas com a indicação dos valores correspondentes do exercício anterior. Dessa
forma, todas as demonstrações financeiras terão duas colunas para os valores, uma do
exercício atual e outra para o exercício anterior.

Conforme previsto na legislação supramencionada, as demonstrações financeiras


podem eliminar dígitos em suas publicações e utilizar a expressão $ em milhares ou $ em
mil. Se eliminarmos seis dígitos, por exemplo, colocaremos no cabeçalho: Em $ milhões.

A seguir o modelo de um balanço patrimonial publicado em jornal. Para


preservarmos a identidade da empresa, ocultamos a denominação social:

Balanço conforme especificações da Lei 6.404/76

Contabilidade Introdutória 24
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

BALANÇOS PATRIMONIAIS LEVANTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011

Fonte: Jornal local, 2014.

5.2.1. Ativo
Conforme já vimos, o ativo compreende as aplicações de recursos correspondentes
a valores representativos de direitos e bens. Esses componentes são classificados de
acordo com a destinação específica, que varia segundo os fins da entidade.

Quanto a sua estrutura de apresentação, ele está dividido em dois grandes grupos:
Ativo circulante e Ativo não circulante.

Para melhor compreensão da classificação dos elementos patrimoniais nos grupos,


é essencial entendermos o que é considerado de curto e longo prazo para a Contabilidade.

5.2.1. O que é curto prazo e longo prazo para a contabilidade?


A Contabilidade considera como curto prazo todos os valores que serão realizados,
transformados em dinheiro ou exigidos dela num período de 12 meses da data de
encerramento do balanço patrimonial. Considerando que o balanço patrimonial é emitido,
em definitivo, no último dia do exercício social, considera-se curto prazo (ou circulante) tudo
aquilo que a organização estima receber em até 1 ano. Longo prazo, no ativo, portanto, é
tudo aquilo que demorará mais do que 1 ano para ser convertido em dinheiro para a
organização.

Algumas empresas, em virtude da natureza de suas operações, poderão adotar, na


classificação do curto e do longo prazo, o ciclo operacional.

Contabilidade Introdutória 25
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

O ciclo operacional é o tempo que transcorre entre a compra da mercadoria, a venda


e o pagamento feito pelo cliente à empresa que fez a venda. Na maioria das empresas, o
ciclo operacional é inferior a um ano. Entretanto, em algumas empresas, o ciclo pode ser
superior. Por exemplo, na agricultura na qual o ciclo pode ter duração de 3 anos. Dessa
forma, admite-se que o conceito de curto prazo esteja associado a menos de 3 anos, pois
seu ciclo operacional é de 3 anos.

5.3. Ativo circulante


No ativo circulante, estão representados os bens e direitos que estão em frequente
movimentação, circulação no patrimônio. É propriamente dito, o capital de giro da empresa.

Nesse grupo, constam os elementos patrimoniais de rápida realização, ou seja,


rápida transformação em dinheiro.

No ativo circulante, são classificados os valores que a empresa já possui em dinheiro


e os que a empresa pode converter em dinheiro no curto prazo, ou seja, dentro do próximo
exercício social.

Dessa forma, no ativo circulante, teremos agrupadas as contas que representam as


disponibilidades imediatas em dinheiro (Caixa e depósitos bancários), aplicações
financeiras que podem ser convertidas em dinheiro no curto prazo, as mercadorias que a
empresa tem a expectativa e possibilidade de vender no próximo exercício e demais direitos
de curto prazo.

Os principais bens e direitos classificados nesse grupo são os seguintes:

• Disponibilidades: as disponibilidades representam os recursos com livre


movimentação para aplicação nas operações da empresa, não havendo restrições
para o seu uso imediato. São consideradas disponibilidades: dinheiro em caixa e em
bancos, cheques em mãos e em trânsito, aplicações de liquidez imediata.
• Créditos com clientes: representam os valores a receber oriundos da venda de
mercadorias ou da prestação de serviços realizados a prazo.
• Outros créditos a receber: compreendem os demais direitos que a empresa tem para
receber de terceiros e que não correspondem a direitos decorrentes das vendas a
prazo de mercadorias ou de serviços.

Contabilidade Introdutória 26
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

• Estoques: correspondem a bens tangíveis ou intangíveis adquiridos ou produzidos


pela empresa com o objetivo de venda ou utilização própria no curso normal de suas
atividades. De acordo com o Pronunciamento Contábil n. º 16, os estoques são
ativos:
a. Mantidos para venda no curso normal dos negócios;
b. Em processo de produção para venda; ou
c. Na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados
no processo de produção ou na prestação de serviços.
• Despesas pagas antecipadamente: são pagamentos antecipados que geram
direitos que se converterão em despesas ao longo do exercício. Exemplo:
prêmios de seguros a vencer; assinaturas de jornais e revistas; aluguel
antecipado.

5.3.1. Ativo não circulante


São bens e direitos de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal
da empresa. Este grupo foi criado pela Lei 11.941/2009, que estabelece a sua subdivisão
em 4 subgrupos:
• Ativo realizável a longo prazo
• Investimentos
• Imobilizado
• Intangível

5.4. Realizável a longo prazo


São os valores passíveis de transformação em moeda a longo prazo, ou seja, após
o decurso do exercício social subsequente ao da elaboração do balanço patrimonial, assim
como os derivados de vendas, adiantamento ou empréstimos a sociedades coligadas ou
controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não
constituírem negócios usuais na exploração do objeto dessa companhia.

É importante salientar que, nesse grupo do ativo, com exceção das disponibilidades,
poderão figurar todas as demais contas representativas do ativo circulante, desde que
tenham o prazo de realização superior a 12 meses.

Os principais bens e direitos classificados nesse grupo são os seguintes:

Contabilidade Introdutória 27
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

• Créditos a receber: direitos a receber cujos prazos esperados para realização


sejam superiores ao término do exercício social seguinte ao do encerramento do
balanço.
• Empréstimos a diretores, acionistas, coligadas e controladas: por força de lei,
considera-se que os valores a receber de diretores, acionista, empresas
coligadas e controladas serão classificadas como longo prazo,
independentemente do prazo de vencimento do empréstimo.
• Investimentos temporários: são contas representativas das aplicações
financeiras em títulos e valores mobiliários com vencimento após o término do
exercício social seguinte.

5.5. Investimentos
São aplicações de recursos que não estão relacionadas com a atividade da empresa.
Participações permanentes em outras sociedades e os direitos de quaisquer natureza, não
classificáveis no ativo circulante e no realizável a longo prazo, e que não se destinem à
manutenção da atividade da companhia ou empresa.

No subgrupo Investimentos, deverão estar classificados dois tipos de ativos: as


participações permanentes em outras sociedades e outros investimentos permanentes.
• Participações permanentes em outras sociedades: são ações ou quotas de
capital que uma pessoa jurídica possui de outra empresa com caracterização de
permanência
• Outros investimentos permanentes: são bens tangíveis e intangíveis não
utilizados pela empresa em suas atividades.
• São exemplos de investimentos: obras de arte; terrenos para utilização futura,
imóvel para alugar, participações em empresas coligadas etc.

5.6. Imobilizado
No ativo imobilizado, são classificados os direitos que tenham por objeto bens
corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou
exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens. (Art. 179, IV; Lei 6404/76)

Contabilidade Introdutória 28
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Os bens do imobilizado estão sujeitos à depreciação. A depreciação é a importância


correspondente à diminuição do valor dos bens do ativo, resultante do desgaste pelo uso,
ação da natureza e obsolescência.

5.7. Intangível
De acordo com o art. 179 da Lei n. º 6.404/76, em seu inciso VI, nesse subgrupo são
classificados os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção
da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.

Os intangíveis são ativos agregados de benefícios econômicos cuja exploração é


controlada de modo exclusivo por uma dada entidade. Ocorre que, diferentemente dos
ativos tangíveis, que são visivelmente identificados, e contabilmente separados, os
intangíveis por vezes não o são.

5.8. Passivo
Do lado direito do balanço patrimonial, estão representados o passivo (capital de
terceiros) e o patrimônio líquido (capitais próprios). As contas do passivo estão agrupadas
de acordo com o seu vencimento, ou seja, grau decrescente de exigibilidade. Quanto menor
for o prazo para o pagamento, maior grau de exigibilidade possuirá a dívida ou obrigação.
O grau de exigibilidade representa o maior ou o menor prazo em que a obrigação deve ser
paga.

O passivo está dividido em dois grupos principais: o passivo circulante e o passivo


não circulante.

Assim como no ativo, os conceitos de circulante e não circulante para o passivo


também estão relacionados ao conceito de curto e longo prazo.

5.9. Passivo circulante


São classificadas nesse grupo contas que representam obrigações que vencem no
decurso do exercício social seguinte ao do levantamento do Balanço.

Nesse grupo, incluem-se, entre outras, as seguintes contas:


• Fornecedores: obrigações oriundas da compra de mercadorias ou da utilização
de serviços a prazo.

Contabilidade Introdutória 29
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

• Empréstimos e financiamentos: dívidas advindas de captação de recursos


monetários em instituições bancárias e de crédito.
• Obrigações Tributárias - obrigações como governo nas esferas municipal,
estadual e federal, originadas em decorrência do desenvolvimento das
atividades normais da empresa.
• Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias: são obrigações de salários que
deverão ser pagos aos funcionários e outros encargos trabalhistas que deverão
ser recolhidos.
• Outras contas a pagar: demais obrigações de curto prazo assumidas pela
empresa.
• Dividendos e destinações do lucro: são obrigações que devem ser pagas às
pessoas que, de alguma forma, tenham participação nos lucros (debenturistas,
funcionários), bem como obrigações devidas aos proprietários em forma de juros
e dividendos.

5.10. Passivo não circulante


São contas representativas de obrigação da empresa que tem vencimento após o
término do exercício social seguinte. Serão liquidadas em longo prazo. Dessa forma,
podemos ter no passivo não circulante as mesmas contas do passivo circulante. Porém,
serão vencíveis após o término do exercício social subsequente ao do levantamento do
balanço.

São exemplos de contas representadas no passivo não circulante:


• Empréstimos de longo prazo
• Renegociações de dívidas fiscais de longo prazo
• Títulos a pagar (notas promissórias e duplicatas emitidas com vencimento de
longo prazo)

5.11. Patrimônio líquido


As contas desse grupo representam o capital próprio da empresa. Demonstra o total
de recursos aplicados pelos proprietários da empresa e também os valores retidos e
gerados pela operação dessa empresa.

Contabilidade Introdutória 30
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

No patrimônio líquido, portanto, as contas representativas dos capitais próprios são


classificadas da seguinte maneira:

a) Capital social: representa os valores investidos na empresa pelos sócios e os


decorrentes de incorporação de reservas de lucros.
b) Reservas de capital: serão classificadas como reservas de capital as contas que
registrarem:
c) A contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte
do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em
ações de debêntures ou partes beneficiárias;
d) O produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição.
e) Ajustes de avaliação patrimonial: serão classificadas como ajustes de avaliação
patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência
ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de
valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua
avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou em normas expedidas
pela Comissão de Valores Mobiliários. (§3º do art. 182 da Lei n. º 6.404/76).
f) Reserva de lucros: contas representativas das reservas constituídas com parte
dos lucros apurados pela empresa em decorrência de lei ou da vontade do
proprietário, dos sócios ou dos administradores.
g) Ações em tesouraria: ações da própria empresa adquiridas por ela mesma.
h) Prejuízos acumulados: prejuízos apurados pela empresa no exercício atual, ou
em exercícios anteriores, até que sejam compensados com lucros, saldos de
reservas ou assumidos pelos sócios.

Contabilidade Introdutória 31
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Apresentação do balanço patrimonial

ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
- Disponibilidades - Obrigações vencíveis até o final do exercício
- Direitos Realizáveis no Curso do Exercício social Seguinte ao da data de fechamento do
Seguinte ao da data de fechamento do Balanço Patrimonial
Balanço Patrimonial
NÃO CIRCULANTE
- Aplicações de Recursos em Despesas do
Exercício Seguinte - Obrigações vencíveis após o término do
exercício social Seguinte ao da data de
NÃO CIRCULANTE REALIZÁVEL A fechamento do Balanço Patrimonial
LONGO PRAZO
- Direitos Realizáveis Após o Término do - Receitas de exercícios futuros deduzidos
Exercício Social Seguinte os custos e despesas correspondentes
- Direitos Derivado de Adiantamento ou PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Empréstimo a Coligadas e Controladas,
Diretores, Acionistas ou Participantes no - Capital Social
Lucro, que não constituírem negócios usuais na - Reservas de Capital
exploração do objeto da Cia. - Ajustes de avaliação patrimonial
INVESTIMENTOS
- Reservas de Lucros
Participações em Outras Empresas - Ações em Tesouraria
- Prejuízos Acumulados
IMOBILIZADO
Bens destinados a manutenção das
atividades da Companhia

INTANGÍVEIS
Bens incorpóreos destinados à manutenção da
companhia ou exercidos com essa finalidade

Neste texto conhecemos o Balanço Patrimonial sua estrutura, seus


elementos, seus grupos de contas e como, por meio dele, são representadas as
origens e as aplicações dos recursos da organização.

Contabilidade Introdutória 32
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

6. APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Neste módulo, estudaremos como se apura o resultado de uma empresa,


buscando identificar os fatores que interferem e atuam sobre esse resultado.
Dessa forma, você saberá tomar ou assessorar decisões que conduzam ao
fortalecimento das organizações. Além disso, compreenderá os elementos que estão
contribuindo para aumentar e reduzir os resultados da empresa a partir da elaboração da
Demonstração do Resultado do Exercício.

Então, você está pronto para apurar o resultado? Vamos lá!

6.1. Variações patrimoniais


Vimos até agora as contas que representam os elementos patrimoniais. As variações
do valor da riqueza líquida da empresa, ou seja, do patrimônio líquido devem se as
seguintes situações:
a) Investimento inicial de capital e seus aumentos posteriores ou desinvestimentos
(devolução de capital) feitos na entidade.
b) Resultado obtido do confronto entre as contas de receitas e despesas dentro do
período contábil.

Interessa-nos mais no momento discutirmos as variações ocorridas devido a receitas


e despesas e a apuração do resultado. Para tanto, conceituaremos agora alguns termos
essenciais ao processo de apuração do resultado das empresas.

6.2. Receita
Entende-se por Receita a entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro
ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos
ou à prestação de serviços. Uma receita também pode derivar de juros sobre depósitos
bancários ou títulos e de outros ganhos eventuais. A obtenção de uma receita resulta, pois,
num aumento de patrimônio líquido.

6.3. Despesa
Entende-se por Despesa o consumo de bens ou serviços, que, direta ou
indiretamente, ajuda a produzir uma receita. Diminuindo o ativo ou aumentando o passivo,

Contabilidade Introdutória 33
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

uma despesa é realizada com a finalidade de se obter uma receita cujo valor, se espera,
seja superior a uma diminuição que provoca no patrimônio líquido.

São os gastos relativos aos bens ou serviços consumidos na obtenção de receitas.


As despesas são os gastos relacionados às áreas de apoio como a administração e o
comercial.

6.4. Custos
São os valores pelos quais se obteve um bem ou serviço que foi vendido. O custo é
inerente às transações comerciais, pois não há como vender um bem ou um serviço sem
que tenha havido um esforço para se adquirir, fabricar o bem ou prestar o serviço.

São também os gastos utilizados na produção de bens ou serviços. Portanto, estão


associados aos produtos ou serviços produzidos pela entidade. Representa o valor
monetário de recursos utilizados no processo de obtenção ou elaboração de determinado
bem ou serviço.

6.5. Resultado
Caso as receitas obtidas superem as despesas incorridas, o resultado do período
contábil será positivo (lucro), que aumenta o patrimônio líquido. Se as despesas forem
maiores que as receitas, esse fato ocasiona um prejuízo que diminuirá o patrimônio líquido.

O resultado é apurado em separado, através das denominadas contas de Resultado.


O valor do lucro retido é contabilizado no patrimônio líquido. Caso haja prejuízo no período,
o valor apurado também será contabilizado no patrimônio líquido da empresa em conta
redutora do patrimônio. É necessário que toda empresa faça a apuração do resultado pelo
menos uma vez por ano. O lucro ou o prejuízo de um exercício está na dependência do
confronto das contas de receita e de despesas, e esse resultado líquido é apurado na conta
denominada Resultado.

As contas de receita e despesa são periódicas, isto é, somente deverão conter


registros para um ano ou período menor, o que significa que todas as contas de receita e
despesa devem possuir saldo zero no início dos períodos.

Contabilidade Introdutória 34
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

No final do exercício para a apuração do resultado do exercício (lucro ou prejuízo),


as contas de receita e despesa são encerradas (zeradas), através da transferência dos
seus respectivos saldos para uma conta transitória chamada Resultado do Exercício ou
Apuração do Resultado do Exercício (ARE).

6.6. Regime de contabilização


Outro tema importante na apuração do resultado são os Regimes de Contabilização
de receitas e despesas. Quando registramos os fatos contábeis referentes ao resultado,
temos que avaliar quando uma receita foi realizada e quando uma despesa ocorreu. Há
dois regimes de contabilização das receitas e despesas:

6.7. Regime de caixa


É o regime que considera a existência de uma receita quando a empresa recebe um
valor e que tivemos uma despesa quando esta foi paga.

• A receita é contabilizada no momento do seu recebimento, ou seja, quando


entrar dinheiro no caixa (recebimento).
• A despesa é contabilizada no momento do pagamento, ou seja, quando sair
dinheiro do caixa (desembolso).

6.8. Regime de competência


Os efeitos das transações são reconhecidos quando ocorre o fato gerador. As
receitas são consideradas independentemente de recebidas e as despesas, como
incorridos quando concretizadas, independentemente de terem sido pagas. As receitas são
computadas em função do momento em que nasce o direito de recebê-las e as despesas
no momento em que nasce a obrigação de pagá-las.

• A receita é contabilizada no período em que for gerada, independentemente do


seu recebimento.
• A despesa é contabilizada como tal no período em que for consumida, incorrida,
utilizada, independentemente do pagamento.

O regime de competência é universalmente adotado, aceito e recomendado pelo


imposto de renda. Evidencia o resultado da empresa (lucro ou prejuízo) de forma mais
adequada e completa.

Contabilidade Introdutória 35
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

6.9. Regime de caixa x regime de competência


Para melhor compreensão da diferença entre os dois regimes de apuração, veja o
exemplo abaixo:

Exemplo
Vamos supor que um veículo, de propriedade da empresa Delta LTDA, apresentou
defeito e necessitou de reparos mecânicos. A oficina mecânica que prestou serviços de
reparos no veículo cobrou da empresa Delta a importância de R$2.000,00 pelos serviços.
Foi emitida uma nota fiscal, e a empresa Delta se comprometeu a pagar o valor após 90
dias.

Considerando o regime de competência, a empresa Delta deve reconhecer a


despesa da manutenção do veículo imediatamente visto que no regime de competência,
considera-se a despesa no momento em que o recurso foi consumido. O que consumiu o
valor de R$2.000,00 foi o reparo do veículo e não o seu efetivo pagamento. Pelo regime de
caixa, a contabilização da despesa ocorre no momento do pagamento do valor, ou seja, no
desembolso financeiro.

6.10. Demonstração do resultado do exercício (dre)


A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é a demonstração financeira que
evidencia o desempenho da empresa num determinado período, ou seja, é destinada a
demonstrar a composição do resultado (lucro ou prejuízo) formado num determinado
período de operações da entidade. É um resumo ordenado das receitas e despesas da
empresa em determinado período. É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das
receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo).

Conforme as normas contábeis, essa demonstração compreenderá as receitas e os


ganhos do período, independentemente de seu recebimento, e os custos, despesas,
encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a esses ganhos e receitas.

Desse modo, a DRE, observado o princípio da competência, evidenciará a formação


dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas e os correspondentes
custos e despesas. Conclui-se, portanto que essa demonstração contempla a dinâmica
patrimonial e possui um caráter essencialmente evolutivo. Destina-se a fornecer

Contabilidade Introdutória 36
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

informações acerca dos aspectos econômicos inerentes à entidade durante um


determinado período.

Sendo assim, a DRE apresenta o seguinte formato:


Receita Bruta de Vendas
(-) Deduções da Receita Bruta
(=) Receita Líquida
(-) Custos das Vendas de serviços ou produtos
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais
(+) Outras Receitas Operacionais
(=) Lucro ou prejuízo operacional antes do resultado financeiro
(+/-) Resultado Financeiro
(=) Lucro ou prejuízo operacional antes dos tributos sobre o Lucro
(-) Imposto de Renda e Contribuição Social
(-) Doações e Contribuições / Participações Diversas
(=) Lucro ou Prejuízo líquido do exercício

Neste Texto conhecemos como se apura o resultado de uma empresa,


buscando identificar os fatores que interferem e atuam sobre esse resultado.

Contabilidade Introdutória 37
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

7. TRIBUTOS

Neste texto, estudaremos o conceito de tributos, as espécies de tributos,


falaremos sobre impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Vamos lá!!

7.1. Conceitos e definições de tributos


O conceito de tributo está definido nos artigos 3° do Código Tributário Nacional:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Sendo assim podemos dizer que tributo é sempre um pagamento compulsório em


moeda, forma normal de extinção da obrigação tributária.

Tributo é a obrigação imposta aos indivíduos e pessoas jurídicas de recolher valores


ao Estado, ou entidades equivalentes. É vulgarmente chamado por imposto, embora
tecnicamente este seja mera espécie dentre as modalidades de tributos.

7.2. Espécies de tributos


O Código Tributário Nacional no seu artigo 5° diz “Os tributos são IMPOSTOS,
TAXAS e CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIAS.
Porém a Constituição Federal de 1988 autorizou a União a instituir as
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS E DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO.

Contabilidade Introdutória 38
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Vamos agora entender cada um deles:

7.3. Impostos
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

O imposto trata-se de um tributo não vinculado a nenhuma atividade dos entes


federativos (governo) em relação direta não contribuinte. O contribuinte paga
compulsoriamente o imposto, mesmo que não utilize nenhum serviço público.

A Constituição Federal distribui a competência tributária para cobrar impostos da


seguinte maneira:

União
• Importação de produtos,
• Exportação de produtos,
• Rendas e proventos de qualquer natureza,
• Produtos industrializados,
• Operações de crédito, câmbio, títulos e valores mobiliários,
• Propriedade territorial rural,
• Grandes fortunas.
Estado e distrito federal:
• Transmissão de bens ou direitos (causa mortis),
• Propriedades de veículos automotores,
• Operações de circulação de mercadorias.

Municípios:
• Propriedade predial e territorial urbana,
• Transmissão de bens e direitos (Inter vivos),
• Serviços de qualquer natureza.

Contabilidade Introdutória 39
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

7.4. Taxas e contribuições de melhoria


As taxas são tributos incidentes sobre um fato gerador e que são aplicados em
contrapartida a esse fato gerador. Uma taxa só pode ser instituída por uma entidade
tributante da mesma competência.

Por exemplo: taxas sobre iluminação pública só podem ser cobradas pelos
municípios. Não necessariamente o pagante da taxa vai usar o serviço, apenas terá o
serviço à disposição.

As contribuições de melhoria são tributos incidentes sobre obras públicas, e incidem


somente na região onde a obra está sendo executada.

Taxa é o tributo que pode ser cobrado pela União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, que tem como fato gerador, o
exercício do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial, de serviço público
específico e divisível prestado ao Contribuinte ou posto a sua disposição (Art. 77 do CTN).

As taxas são tributos vinculados, logo o poder público faz alguma coisa em favor do
contribuinte. Quando a cobrança é em razão do poder de polícia, o estado fornece em geral
um documento cuja exigência está prevista em lei, podendo ser um alvará de
funcionamento de um estabelecimento, um passaporte para viajar para o exterior, um
documento de identidade etc.

Contribuições de melhoria é o tributo cobrado pela União, Estados, Distrito Federal


e Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, com o objetivo de fazer face ao
custo de obra pública de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para
cada imóvel beneficiado (Art. 81 do CTN).

Conclui-se que a Contribuição de Melhoria, também é um tributo vinculado, pois


depende para ser cobrada, de uma ação estatal específica, uma contraprestação,
relativamente ao contribuinte. Esta ação é a realização de uma obra pública de que decorra
valorização do imóvel do contribuinte.

Contabilidade Introdutória 40
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

7.5. Contribuições federais


Estas contribuições formam o maior grupo das contribuições especiais, sendo que
as mais relevantes são as contribuições destinadas ao financiamento da seguridade social
que são cobradas do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada, incidente
sobre:

• A folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos à pessoa física que


lhe preste serviços. Exemplo: contribuição do empregador ao inss (20%), sat
(seguro contra acidentes do trabalho - 1 a 3%, dependendo do grau de
periculosidade da atividade), pis (programa de integração social, devido pelas
entidades sem fins lucrativos e sociedades cooperativas – 1%).
• A receita ou o faturamento. Exemplo: cofins, pis, contribuição do produtor rural,
incidente sobre a comercialização de seus produtos.

Contabilidade Introdutória 41
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

8. TRIBUTOS FEDERAIS - IMPOSTO RENDA

Agora, estudaremos o Imposto de renda de pessoas jurídicas, vamos conhecer o


conceito de contribuintes do Imposto Pessoa Jurídica e o conceito de pessoa jurídica. Além
disso, vamos estudar os primeiros conceitos sobre Imposto de Renda Pessoa Jurídica e as
formas de tributação.

8.1. Quem são os contribuintes do imposto de renda pessoa jurídica?


O Regulamento do Imposto de Renda – RIR – dispõe que são contribuintes do
Imposto de Renda Pessoa Jurídica:

I. As pessoas jurídicas;
II. As empresas individuais.

São contribuintes todas as firmas e sociedades, registradas ou não.


As empresas públicas e as sociedades de economia mista, bem como suas
subsidiárias, são contribuintes nas mesmas condições das demais pessoas jurídicas. As
sociedades cooperativas de consumo, que tenham por objeto a compra e fornecimento de
bens aos consumidores, sujeitam-se às mesmas normas de incidência dos impostos e
contribuições de competência da União, aplicáveis às demais pessoas jurídicas.

8.2. Conceito de pessoas jurídicas e empresas individuais


O Regulamento do Imposto de Renda determina que se considerem pessoas
Jurídicas:
I. As pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no País, sejam quais forem
seus fins, nacionalidade ou participantes no capital;
II. As filiais, sucursais, agências ou representações no País das pessoas
jurídicas com sede no exterior;
III. Os comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados das operações
realizadas por seus mandatários ou comissários no País.

As sociedades em conta de participação são equiparadas às pessoas jurídicas.


As empresas individuais, para os efeitos do imposto de renda, são equiparadas às
pessoas jurídicas.

Contabilidade Introdutória 42
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

São empresas individuais:


I. As firmas individuais;
II. As pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e
profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza civil ou comercial,
com o fim especulativo de lucro, mediante venda a terceiros de bens ou serviços;
III. As pessoas físicas que promoverem a incorporação de prédios em
condomínio ou loteamento de terrenos.

IMPORTANTE:
Não são equiparadas às pessoas jurídicas as pessoas físicas que, individualmente,
exerçam as profissões ou explorem as atividades de:

I. Médico, engenheiro, advogado, dentista, veterinário, professor, economista,


contador, jornalista, pintor, escritor, escultor e de outras que lhes possam ser
assemelhadas;
II. Profissões, ocupações e prestação de serviços não comerciais;
III. Agentes, representantes e outras pessoas sem vínculo empregatício que,
tomando parte em atos de comércio, não os pratiquem, todavia, por conta
própria;
IV. Serventuários da justiça, como tabeliães, notários, oficiais públicos e outros;
V. Corretores, leiloeiros e despachantes, seus prepostos e adjuntos;
VI. Exploração individual de contratos de empreitada unicamente de lavor,
qualquer que seja a natureza, quer se tratem de trabalhos arquitetônicos,
topográficos, terraplenagem, construções de alvenaria e outras congêneres,
quer de serviços de utilidade pública, tanto de estudos como de construções;
VII. Exploração de obras artísticas, didáticas, científicas, urbanísticas, projetos
técnicos de construção, instalações ou equipamentos, salvo quando não
explorados diretamente pelo autor ou criador do bem ou da obra.

8.3. Imposto de renda pessoa jurídica


A pessoa jurídica apura o Imposto de Renda de três formas:

I. Lucro Real;
II. Lucro Presumido;
III. Lucro Arbitrado.

Contabilidade Introdutória 43
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

8.4. Lucro real


A pessoa jurídica tributada na forma do Lucro Real deve apurar primeiramente o
lucro líquido e em seguida o lucro real, lucro tributável, considerando as adições, exclusões
e compensações.

A apuração do lucro real é efetuada no livro fiscal chamado Livro de Apuração do


Lucro Real – LALUR.

8.5. Lucro real estimado


As pessoas jurídicas tributadas na forma do lucro real podem determinar o Imposto
de Renda na forma estimada, Lucro Real Estimado.

8.6. Lucro presumido


A pessoa jurídica tributada na forma do Lucro Presumido deve determinar a receita
bruta definida no Regulamento do Imposto de Renda e aplicar quocientes definidos de
acordo com a atividade e somar os demais resultados positivos para apurar o lucro
presumido, lucro tributável.

8.7. Lucro arbitrado


A pessoa jurídica tributada na forma do Lucro Arbitrado deve quando conhecida a
receita bruta definida no Regulamento do Imposto de Renda aplicar quocientes definidos
de acordo com a atividade e somar os demais resultados positivos para apurar o lucro
arbitrado, lucro tributável.

O arbitramento do lucro das pessoas jurídicas pelo contribuinte só pode ser efetuado
se conhecida à receita, caso contrário somente à autoridade fiscal pode efetuar o
arbitramento.

8.8. Apuração e alíquota do imposto de renda


A apuração do Imposto de Renda é feita em período trimestral, exceto no caso do
Lucro Real Estimado.

A alíquota do Imposto de Renda Pessoa Jurídica considerando o lucro real,


presumido ou arbitrado é de 15% (quinze por cento).

Contabilidade Introdutória 44
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

8.9. Adicional do imposto de renda


A pessoa jurídica também está sujeita ao Adicional do Imposto de Renda, a base de
cálculo do AIR é:

a) Lucro Real (trimestral)


Base de cálculo = Lucro Real – R$ 60.000,00

b) Lucro Real (estimativa)


Base de cálculo = Lucro Real – R$ 20.000,00 (mensal)
Base de cálculo = Lucro Real – R$ 240.000,00 (anual)

c) Lucro Presumido ou Arbitrado


Base de cálculo = Lucro Presumido – R$ 60.000,00
Base de cálculo = Lucro Arbitrado – R$ 60.000,00
A alíquota do Adicional do Imposto de Renda é de 10% (dez por cento)

Neste Texto conhecemos o conceito de tributos, as espécies de tributos,


falamos sobre impostos, taxas e contribuições de melhoria.

Contabilidade Introdutória 45

Você também pode gostar