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MINISTÉRIO DA SAÚDE
DIRECÇĀO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA
DEPARTAMENTO DE DOENÇAS NÃO
TRANSMISSÍVEIS
NORMAS DE MANEJO
DA DIABETES
MELLITUS E
HIPERTENSÃO
ARTERIAL
1ª edição
Título: Colaboradores:
Normas de Manejo de casos de Diabetes Edite Tuzine, Amâncio De Oliveira
Mellitus e Hipertensão Arterial em
Moçambique
Revisão Científica:
Editor: Comissão Técnica de Terapêutica e Farmácia
Ministério da Saúde (CTTF)
Autores:
Armindo Tiago (Endocrinologista), Aires Financiamento:
Fernandes (Internista), Cristina Bullo Primeira edição das normas financiada
(Internista), Sandra Loureiro (Internista), pela World Diabetes Foundation através do
Paula Caupers (Internista), Domingos Diogo projecto “Abordagem Integrada da Diabetes
(Cardiologista) e Albertino Damasceno Mellitus e da Hipertensão Arterial nos
(Cardiologista) Cuidados de Saúde Primários”
ÍNDICE
NOTA PRÉVIA ......................................................................................... 9
PREFÁCIO ..................................................................................................... 10
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11
DM Diabetes Mellitus
dl Decilitro
ECG Electrocardiograma
g Grama
IM Intramuscular
IV/EV Intravenoso/Endovenoso
kg Kilograma
ml Mililitro
SC Subcutâneo
US Unidade Sanitária
UI Unidades Internacionais
µl Microlitro
HO Hipoglicemiantes orais
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fases da secreção de insulina ............................................................. 45
O presente documento foi elaborado por uma vasta equipe de profissionais de saú-
de e disseminado previamente para obtenção de subsídios de melhoria através do
MISAU.
EQUIPE DE SAÚDE
O aumento global da prevalência de doenças crónicas coloca desafios adicionais
à composição, responsabilidades e competências da equipe e por fim, ao sistema
de saúde.
Por isso, no contexto de doença crónica, é fundamental preparar os profissionais
de saúde para adquirirem conhecimentos, habilidades e competências para provi-
denciar cuidados de saúde de qualidade e baseados em evidência.
É neste contexto que se reconhecem a equipe de saúde e suas competências
como a base da melhoria dos cuidados de saúde a serem oferecidos aos doen-
tes com patologia crónica.
Para a DM, a equipe ideal de saúde poderá incluir ainda técnicos especializados em
podologia.
Por estas razões, treino regular (a cada dois anos) deve ser implementado para
assegurar que as competências são consolidadas e melhoradas.
E no entanto de salientar que a extrema mobilidade dos membros das equipes
de saúde é um óbice muito importante para o sucesso de qualquer programa.
Os médicos, habitualmente não ficam mais de dois anos em cada unidade sani-
tária durante os quais são chamados imensas vezes para actividades de treino e
aperfeiçoamento. Findos estes dois anos e depois de preparados são substi-
tuídos por outros médicos jovens que reiniciam este ciclo. Esta mobilidade do
pessoal afecta gravemente a prestação de cuidados de saúde estruturados e
continuados.
Não existe recomendação obrigatória sobre a composição da equipe de saúde ao
nível dos cuidados de saúde periféricos. Entretanto, a composição deveria ter re-
lação directa com o nível de especialização da US, sendo completa a partir dos
hospitais provinciais, gerais e centrais
Por outro lado, a existência de uma equipe de saúde competente por si só não
será condição suficiente para garantir atenção adequada aos doentes. É neces-
sário que as competências se organizem para atender de modo humanizado e
eficiente.
Sala de espera;
Sala de testagem (pesagem, determinação da TA, altura e outros);
Gabinetes de consulta (em dependência do tamanho da equipe de saúde e das
condições locais);
Espaço para providenciar elementos correctivos em caso de hipoglicémia.
Equipamento e material
A quantidade e qualidade do equipamento dependem das condições locais de cada
unidade sanitária. O mínimo de equipamento aceitável para uma consulta de DC, inclui:
Fita métrica (determinação da circunferência da cintura);
Balanças com altímetro (para medir peso e altura);
Esfigmomanómetro certificado e calibrado com pelo menos duas medidas de
mangas (normal e obeso) ou um com braçadeira de 22 a 42 cm de diâmetro;
Monofilamento;
Diapasão de 128 Hz e martelo de reflexos;
Oftalmoscópio;
Glucómetros certificados e calibrados;
Livros de registo de doentes;
Medicamentos mais usados;
Equipamento para testagem de hemoglobina glicada, microalbuminúria e estan-
tes para arquivo de processos clínicos;
Material educacional.
1.1. Definição de DM
A Diabetes Mellitus (DM) é a mais comum doença endócrina/metabólica e é carac-
terizada por uma hiperglicémia crónica resultante de defeitos na produção/secre-
ção, da acção da insulina ou de ambos.
1.2. Sintomas
Os sinais e sintomas (minor e major) da DM estão resumidos na tabela 2.
1.3. Diagnóstico da DM
Dados da Federação Internacional da Diabetes (IDF) indicam que mais de 50%
dos indivíduos com DM no mundo não sa- bem que têm a doença (não
diagnosticados). Muitos países africanos, assim como outros países em
desenvolvimento têm a maior percentagem de doentes não diag- nosticados.
Critério de
Valores de referência Comentários
diagnóstico
Diabetes Mellitus
1.4. Classificação da DM
Para efeitos das presentes normas, a DM é classificada em quatro categorias prin-
cipais a seguir descritas.
Diabetes tipo 1 (em geral devida a uma destruição autoimune das células β, que
leva habitualmente a uma deficiência absoluta de insulina).
Diabetes tipo 2 (devida a uma perda progressiva da secreção de insulina pelas
células β frequentemente num plano de fundo de insulinorresistência).
Diabetes Mellitus Gestacional (Diabetes diagnosticada no 2º ou 3º trimestre da
gravidez que não se manifestou claramente antes da gestação). Em geral, a DMG
resulta de hipersensibilidade aos carbohidratos que se manifesta durante a gravidez.
A experiência milenar e o bom senso indicam que prevenir é melhor que remediar.
Vários estudos corroboram a ideia da necessidade primária da prevenção.
A título de exemplo, estudos efectuados na Finlândia e USA mostraram o impacto
da modificação do estilo de vida (dieta, actividade física, e diminuição de peso) na
redução do risco de desenvolver DM em 50 e 58% respectivamente.
Resultados similares foram encontrados em outros estudos, onde a perda de peso
e prática de actividade física mostraram impacto positivo no risco de desenvolvi-
mento da DM.
A identificação correcta dos factores de risco associados a DM e a HTA constitui
estratégia fundamental para a prevenção e controlo destas doenças.
2.3.2. Componentes
A modificação do estilo de vida inclui para todos indivíduos e compreende elemen-
tos ou acções como:
Adopção de hábitos alimentares saudáveis;
Reduzir o consumo de álcool;
Reduzir o consumo de sal;
Parar de fumar;
A prática de actividade física regular;
Educação para saúde (sempre respeitando as necessidades e preferências do
indivíduo).
Para os doentes com DM e HTA, a modificação do estilo de vida inclui para além dos
elementos acima referidos, os seguintes:
Autocontrolo dos níveis de glicémia e de TA (se possível, adquirir os aparelhos e
conhecer as metas de controlo);
Adequação ao regime terapêutico recomendado;
Adopção de atitude correcta em relação as alterações da sua condição clínica
(vida positiva);
Procurar aconselhamento adequado, sempre que necessário;
A seguir são descritos de forma detalhada os principais elementos da mudança do
estilo de vida com limitação aos propósitos destas normas.
Recomendações do exercício
Para atingir os objectivos preconizados para a promoção e prevenção, a OMS tem
as seguintes recomendações para diferentes grupos etários:
60 minutos/dia para menores de 18 anos;
30 minutos/dia para maiores de 18 anos, 5 vezes por semana.
Por isso, para maiores de 18 anos frequentemente se faz referência a meta de 150
minutos de exercício aeróbico/semana.
Entretanto, maiores benefícios e equilíbrio na actividade física, são obtidos quando
se adiciona 90 minutos de exercício anaeróbico (resistência) /semana.
Toda a actividade física deve, como precaução, ser realizada tendo em conta a avalia-
ção da aptidão prévia do indivíduo e recomendada em conformidade com a tabela 6.
Nutriente Recomendação
Carbohidratos 45-60%
Fibra 25-50g/dia
Gordura 20-35%
Saturada <7%
Polinsaturada <10%
Monoinsaturada <10%
As medidas de prevenção têm vantagens adicionais na vida dos indivíduos como são:
Reduzirem o risco de desenvolvimento da DM;
Terem impacto na redução de outras doenças como as cardiovasculares que
também são um importante problema de saúde pública ao nível dos países de-
senvolvidos e em desenvolvimento;
Serem custo-eficazes tendo em conta os custos dos tratamentos e suas compli-
cações a médio e longo prazo;
Aumentarem a eficácia de alguns medicamentos (ex. hipoglicemiantes orais, in-
sulina, antidislipidemiantes e antihipertensivos).
No que concerne a DM tipo 2 e tendo em conta a finalidade, podem ser considera-
dos três níveis de prevenção:
Primária: que se destina a evitar o aparecimento da doença; consiste na divulga-
ção dos factores de risco modificáveis, e na promoção de medidas que conduzam
à sua redução nas unidades sanitárias e na comunidade.
Um aspecto fundamental da prevenção primária é a determinação do risco da DM.
Esta determinação é feita a partir de um modelo de 7 questões sugerido por Bang
e col., com modificações da ADA.
Nível
Parâmetro
Óptimo Tolerável Inaceitável
Glicémia em jejum (mmol/L) 4–6 7- 8 >8
O tratamento da Diabetes tipo 2 requerer o manejo dos três factores de risco prin-
cipais para a morbilidade e mortalidade e assenta em três pilares:
Controlo da glicémia;
Controlo da lipidémia;
Controlo da TA.
A) METFORMINA
Mecanismo de acção
Pertence a classe das biguanidas. Modifica a flora intestinal, reduz a absorção de
glicose pelo intestino e a produção hepática de glicose e aumenta a captação de
glicose pelo músculo.
Apresentação
A metformina apresenta-se na forma de comprimidos contento 500, 850 ou 1000
mg, estando isolada ou em combinação com outros fármacos.
Posologia (titulação da Metformina)
1. Iniciar com uma dose baixa de Metformina; um comprimido (500mg) uma vez
por dia antes da refeição (matabicho ou jantar).
2. Depois de 5-7 dias, se não houver efeitos secundários gastrointestinais, aumen-
tar a dose para um comprimido antes do matabicho e outro antes do jantar.
3. Se aparecerem efeitos secundários à medida que se aumenta a dose, reduzir
para a dose anterior e se não houver sintomas tentar aumentar a dose após
uma semana.
4. A dose máxima de Metformina pode ir até os 3.000mg. Geralmente utiliza-se
uma dose de 2.000mg. Um aumento da dose para 2.500mg só traz um ligeiro
benefício. Os efeitos gastrointestinais podem limitar a dose que pode ser utili-
zada.
Contra-indicações
A metformina está contra-indicada nas seguintes situações:
Insuficiência renal com creatinina ≥150 µmol/L ou TFG <30 ml/min;
Insuficiência hepática;
Insuficiência cardíaca (aguda);
Efeitos adversos
A metformina é, em geral, segura com o mínimo de efeitos adversos, sendo a maior
parte dos quais gastrointestinais.
Gastrointestinais:
- Gosto metálico;
- Anorexia ligeira;
- Náuseas e ou vómitos;
- Desconforto abdominal;
- Diarreia.
Acidose láctica (<1/100.000 doentes tratados).
Redução da absorção de vitamina B12.
Por isso, é fundamental abordar os efeitos adversos com o doente para garantir
aderência. Daí a necessidade de titular a dose de metformina. O uso da metformina
deve ser acompanhado de avaliação regular da função renal, particularmente em
doentes idosos.
B) GLICLAZIDA
Mecanismo de acção
A Gliclazida pertence ao grupo dos secretagogos (sulfonilureia). Tem efeito hipogli-
cemiante aumentando a secreção de insulina pelas células β do pâncreas.
Apresentação
A Gliclazida apresenta-se na forma de comprimidos contento 80 mg, podendo es-
tar isolada ou em combinação com outros fármacos.
Posologia
Considerando os efeitos adversos da Gliclazida, iniciar sempre com 40-80 mg de
manhã, podendo progressivamente aumentar a dose em função da resposta para
atingir a dose máxima de 320 mg/dia, dividida em duas tomas diárias (160 mg de
manhã e 160 mg a noite). O intervalo de ajuste da dose não deve ser inferior a 14 dias.
Doses mais baixas de início e de manutenção estão recomendadas em pessoas
com mais de 65 anos de idade.
Contra-indicações
Em geral relativas, indicando a necessidade de utilizar o medicamento com muito
cuidado ou precauções nas seguintes situações:
Cetoacidose;
Tratamento de doentes com Diabetes associada a uma doença intercorrente (in-
fecção e trauma graves, enfarte, coma, cirurgia);
Insuficiência hepática e renal graves;
Gravidez e lactação;
Porfiria;
Não usar em doentes que tomam miconazol;
Ter precauções especiais em doentes em tratamento com beta bloqueadores
(podem mascarar uma hipoglicémia), enalapril (potenciação da hipoglicémia) e
fluconazol (aumento da vida média das sulfamidas e consequente risco de hipo-
glicémia);
Tratamento da DM tipo 1.
SINVASTATINA
Mecanismo de acção
A sinvastatina pertence ao grupo das estatinas. É utilizada para baixar os níveis de
colesterol total, LDL e triglicéridos no sangue.
Adicionalmente, a Sinvastatina pode aumentar os valores de colesterol “bom”
(HDL).
Apresentação
A Sinvastatina apresenta-se na forma de comprimidos contento 10, 20 ou 40 mg
(comprimidos de 20 mg constam do FNM de Moçambique)
Posologia
Iniciar com 10 mg/dia (à noite), podendo aumentar paulatinamente até atingir a
dose máxima de 40 mg/dia.
Lembrar que em doentes com TFG <30 ml/min, a dose máxima não deve exceder
os 10 mg/dia. Por outro lado, em doentes com antecedentes de enfarto, a dose pode
atingir os 80 mg/dia.
Contra-indicações
Doença hepática ou elevação das transaminases (valor de ALT e AST 3 vezes
maior que o normal e icterícia);
Gravidez;
Lactação;
Alergia;
Precauções no uso
Doença de fígado;
Uso concomitante de medicamentos como antifungicos, azitro e claritromicina,
ARV, danazol e outros antilipidicos.
Tratamento medicamentoso
O tratamento medicamentoso da HTA na DM segue, de uma forma geral, o que é
descrito na terapia medicamentosa da HTA.
Papel no
Tipos de Insulina e Início do
Pico da acção Duração controlo da
nomes comerciais efeito
glicémia
Acção rápida
Humalog 15-30 min. 30 min a 2½ horas 3-5 horas
Novolog 10-20 min. 1-3 horas 3-5 horas
Controlo
Acção curta rápido
30 min. -
Regular (R) 2-5 horas 5-8 horas
1 hora
Acção intermediária
NPH (N) 1-2 horas 4-12 horas 18-24 horas Controlo
intermediário
Lenta (L) 1-2½ horas 3-10 horas 18-24 horas
Acção prolongada
30 min.- Estabilidade
Ultralenta (U) Degludec 10-20 horas 20-36 horas
3 horas na glicémia
Sem pico;
Estabilidade
Glargina (Lantus), detemir 1-1½ hora fornecida em 20-24 horas
na glicémia
níveis estáveis
Pre-Misturada*
Humulin 70/30 30 min 2-4 horas 14-24 horas
Até 24
Novolin 70/30 30 min. 2-12 horas
horas
Até 24
Novolog 70/30 10-20 min. 1-4 horas
horas
Humulin 50/50 30 min. 2-5 horas 18-24 horas
Humalog mix 75/25 15 min. 30 min.-2½ horas 16-20 horas
* Pré-misturadas são combinações em proporção específica de insulina de acção intermediária e insulina
de acção curta (os números do frasco indicam a percentagem de cada insulina).
Insulinoterapia basal
Neste tipo de insulinoterapia, a dose de insulina é calculada iniciando-se com 0.1 a
0,2 UI/Kg de peso ou 10 UI, por via SC em dose única administrada à noite (21-22
horas). Pode ser dada como monoterapia ou em combinação com hipoglicemian-
tes orais. Só podem ser usadas insulinas de acção intermédia ou prolongada.
Insulinas pré-mixturadas
A insulinoterapia deste regime envolve a administração de insulina pré-mixturada
ou em duas injecções SC diárias (manhã e noite). A dose de insulina pode ser cal-
culada usando 0.1 a 0,2 UI/Kg de peso, sendo que 2/3 da dose serão administrados
de manhã e 1/3 a noite, em geral 15 a 20 minutos antes das refeições.
Basal-bolus
A insulinoterapia pelo regime basal-bolus envolve injecções múltiplas (três ou
mais), de insulina basal e outra rápida ou curta em bolus às refeições (pequeno
almoço, almoço e jantar).
40% da dose total calculada deve ser administrada como basal e os restantes 60%,
na forma de bolus (em fracções de 20 % pelas três refeições principais).
O regime basal-bolus é, em termos fisiológicos, o melhor para controlo glicémico
adequado. Entretanto, é também aquele que está associado a um maior risco de
hipoglicémia. Por isso, só pode ser usado por médicos com experiência no seu uso
e especialistas (internistas, endocrinologistas e diabetologistas).
No cálculo da dose inicial deve se ter sempre em conta o padrão da secreção diária normal
de insulina. Em termos teóricos, a dose diária média usada é de 0,2-0,8 u/kg/dia. Por isso,
deve sempre ser lembrado que “ a diferença entre veneno e medicamento está na dose”.
Para calcular a dose inicial de insulina, o clínico deverá ter em conta os factores
abaixo indicados:
Peso do doente (obeso tem resistência insulínica, dose mais alta);
Nível de actividade física (quanto maior menor a dose).
Notas importantes:
1. Os objectivos glicémicos devem ser sempre individualizados, e se possível acor-
dados com o paciente tendo este a primazia na decisão (Ver tabela 11);
2. Os objectivos glicémicos devem ser sempre atingidos sem episódios hipoglicé-
micos ou seja é mais importante evitar hipoglicemias do que atingir objec-
tivos glicémicos;
3. Critérios que devem ser tomados em conta para a fixação dos objectivos glicé-
micos (nível de rigor no controlo) em adultos constam da tabela 11.
Cetonúria (+++);
Sintomatologia severa.
Recomendações clínicas para o uso de insulina Basal: 2017 AACE/ACE Ameri- can
Associação de Clínicos Endocrinologistas (AACE)/ Faculdade Americana de
Recomendações de Endocrinologia (ACE) com base na entrada glicada hemoglo-
bina (HbA1c) estão indicadas na tabela 12.
HbA1c Atitude
< 8.0% Insulina basal em dose total diária de 0,1 a 0,2 unidades/kg
Insulina e exercício
Verificar glicemia capilar antes da actividade física:
Não iniciar actividade física se > 16.6 mmol/L ou 13.8 mmol/L com cetose;
Se glicemia < 5.5 : 15 g CHO;
Tipo de exercício:
Leve a moderado
- Redução 20% da dose de insulina rápida e 10% da insulina NPH
Vigoroso
Abordagem da obesidade
Em doentes pediátricos, o excesso de peso e a obesidade são definidos com base
no percentil do índice de massa corporal (IMC). Assim, um IMC no percentil ≥ 85
define excesso de peso enquanto que o IMC com percentil ≥95 define a obesidade.
Os princípos da abordagem terapêutica da obesidade em crianças e adolescentes
são idênticos aos referidos no capítulo 4.
Abordagem da dislipidemia
A dislipidemia é definida essencialmente com base nos níveis de LDL colesterol, em
geral medidos após 10 anos de idade.
O tratamento da dislipidemia baseia-se em tres pilares ou etapas principais:
Optimizar o controlo da glicémia (ver metas de controlo);
Alimentação saudável direccionada a diminuição da gordura saturada na alimentação;
Adicionar estatinas na dose recomendada para a idade (LDL> 3.4mmol/L).
7.7. Tratamento
São os objectivos do tratamento da DMG:
Evitar hiperglicémia/hipoglicémia;
Evitar perda de peso;
Manter euglicémia (<5,6 mmol/l em jejum e <7.2 mmol/l pós prandial), podendo
estar mais alta em situações especiais P.e. doentes sem resposta autonómica.
A) Durante a gravidez:
As metas de controlo metabólico durante a gestação são de manter a glicémia tão
próxima ao normal quanto possível, evitando a hipoglicêmia.
Tratamento igual ao da diabética não grávida.
Iniciar com insulina intermédia na dose de 0,5 UI/kg de peso/dia dividida em 2/3
de manhã antes do pequeno-almoço e 1/3 ao jantar. Fazer o ajuste individual da
dose para cada paciente, consoante o controlo glicémico. A dose de insulina pode
aumentar com a idade gestacional, podendo atingir 0,8U/kg de peso no terceiro
tri- mestre.
A mulher com DM tipo 2 medicada com metformina deverá interromper este trata-
mento e iniciar insulinoterapia logo que ficar grávida.
B) Durante o parto:
As necessidades de insulina durante o parto diminuem devido ao período de jejúm
e ao aumento da utilização de glicose. Deve-se suspender a insulina, colocar infu-
são contínua de dextrose a 5 ou 10% o suficiente para manter o nível de glicémia
próximo do normal.
Fazer o controlo da glicémia a cada hora e dar bôlus de insulina rápida se for ne-
cessário.
É fundamental a presença de neonatologista para o controlo de possíveis compli-
cações do recém-nascido.
C) Pós-parto
Orientar a manutenção de uma dieta saudável e observar os níveis de glicémia nos
primeiros dias. O aleitamento natural deve ser estimulado.
A maior parte das mulheres não mais requer o uso de insulina.
Daí necessidade de fazer o TTG após parto e tomar a decisão adequada de acordo
com o caso.
8.1.1. Hipoglicémia
Definição e diagnóstico
A hipoglicémia é definida como sendo o desenvolvimento de sintomas autonómi-
cos ou neuroglicopénicos, resultantes da diminuição da glicémia. Fisiologicamente
a hipoglicémia é considerada como sendo abaixo dos níveis de alerta do organis-
mo, isto é, glicemia <3,9 mmol/L (70 mg/dl).
Entretanto, os sintomas da hipoglicémia só são evidentes quando a glicémia esti-
ver entre 2.8 - 3.0 mmol/l e por definição, os sintomas devem responder à adminis-
tração de carbohidratos.
Sintomas da hipoglicemia
Os sintomas da hipoglicémia e sua classificação estão resumidos na tabela 15.
Consequências da hipoglicémia
A hipoglicémia pode determinar impactos na vida do indivíduo e na comunidade.
As consequências podem ser em função da gravidade da hipoglicémia.
Hipoglicémia leve a moderada pode dar medo, ansiedade, afectar cuidados pes-
soais, criar estigma social e condicionar obesidade.
Por outro lado, a hipoglicémia grave pode levar a lesão orgânica, convulsões, al-
terações cognitivas (risco aumentado de demência), paralisia transitória e morte.
Por outro lado, a hipoglicémia grave deve ser tratada em ambiente hospitalar e com
recurso a:
20 Gramas de glicose oral;
Glucagona: 0.5 ml (crianças) e 1 ml (adulto);
20 Ml de dextrose a 50% ou 40 ml de dextrose a 30% EV.
Sendo a CAD uma emergência médica, doentes com esta condição devem ser tra-
tados, sempre que possível, em uma unidade de cuidados intensivos.
Várias etapas sequenciais são fundamentais na conduta terapêutica:
Microvasculares
- Retinopatia;
- Nefropatia;
- Neuropatia.
Despiste
Fundoscopia (após dilatação) e avaliação anual ou bi-anual da acuidade visual
desde a altura do diagnóstico.
Avaliações mais frequentes são necessárias se uma retinopatia for detectada
(ex. semestrais ou anuais na fase não proliferativa, e trimestral ou semestral na
retinopatia mais severa).
Manejo
Um controlo mais agressivo da hiperglicémia, Hipertensão e dislipidémia previne
o desenvolvimento e reduz a velocidade de progressão da retinopatia.
Refira ao oftalmologista se um dos seguintes achados se observar:
- Retinopatia proliferativa ou pré-proliferativa;
- Edema macular ou alterações retinianas dentro do diâmetro da fóvea;
- Incapacidade de visualização da retina (ex. devido a catarata);
- Uma redução não explicável da acuidade visual.
Uma fotocoagulação atempada por laser duma retinopatia severa pode prevenir
perda da visão.
9.2. Nefropatia
A nefropatia diabética é a causa mais comum de insuficiência renal em muitos paí-
ses. O seu papel em África ainda está por ser determinado. Nas fases iniciais é evi-
denciada por um aumento da excreção urinária de albumina (microalbuminúria),
progredindo para uma macroalbuminúria ou mesmo proteinúria nefrótica, even-
tualmente conduzindo a uma insuficiência renal e à necessidade de diálise e/ou
transplante renal. Em paralelo ao declínio da função renal, há um aumento consi-
derável do risco de doença cardiovascular que pode manifestar-se já na fase de mi-
croalbuminúria. Assim, é importante considerar a microalbuminuria e os estadios
subsequentes da nefropatia como factores de risco não só de insuficiência renal
mas também de doença cardiovascular.
Manejo
O mais importante é controlar a TA de forma agressiva tendo em conta a meta de
TA <120/75 mmHg.
Comece por utilisar um inibidor dos EC ou um bloqueador dos receptores da
Angiotensina II, mesmo que a pressão arterial seja normal e avalie os níveis de
Creatinina e potássio dentro 1–2 semanas após introdução destes agentes.
A utilização de vários anti-hipertensivos é em geral necessária.
É necessário o tratamento agressivo de outros factores de risco CDV (especial-
mente lipidémia e glicémia).
Considere a possibilidade da presença de doença renal não diabética especial-
mente na presença de hematúria persistente ou aumento de creatinina com pro-
teinúria mínima.
9.3. O pé diabético
Os diabéticos têm um risco 30 vezes superior de sofrer uma amputação quando
comparados com a população geral. Por isso, a amputação é uma das mais temí-
veis complicações da Diabetes Mellitus.
Os problemas do pé diabético resultam de interacções complexas entre neuropa-
tia periférica (incluindo disfunção autonômica), doença arterial periférica e higiene
precária do pé. A contribuição relativa de cada factor varía de doente para doente e
também varía em grupos populacionais.
Exame do Pé
Faça anualmente em todos doentes diabéticos.
O risco de ulceração no pé neuropático é facilmente detectado usando o
monofilamento 5.07/10 g Semmes Weinstein. Insensibilidade em qualquer parte
do pé indica o risco de ulceração.
Níveis menores de neuropatia podem ser facilmente detectados pela avaliação
clínica padrão.
Uma educação detalhada sobre os cuidados a ter com o pé deve ser fornecida a
todos os diabéticos e muito em particular a cada doente com ulceração prévia ou
evidência neuropatia periférica ou doença arterial. Os elementos chaves da educa-
ção sobre os cuidados do pé diabético são:
Não andar descalço, incluindo na areia ou na água;
Inspeccionar os pés diáriamente, e comunicar qualquer achado anormal ao
profissional de saúde;
Verificar e eliminar a presença de objectos estranhos no sapato antes de os
calçar;
Manter o pé limpo e seco e aplicar uma loção para pele seca;
Não calçar sapatos apertados nem largos;
Não usar sandálias com separador de dedos;
Cortar as unhas de forma recta, tratar dos calos na unidade sanitária.
Ulceração do pé
As úlceras diabéticas são tipicamente devidas à neuropatia, doença arterial perifé-
rica ou higiene inadequada do pé e frequentemente precipitadas por sapatos não
adequados.
As úlceras neuropáticas são em geral observadas em locais de pressão repetida,
como a superfície plantar dos metatarsos e no dorso dos dedos do pé. Em geral
são indolores, rodeadas ou cobertas por calos e na avaliação clínica há perda da
sensibilidade.
As úlceras isquémicas ocorrem tipicamente na ponta dos dedos e no calcanhar. Em
geral são dolorosas e os pulsos pediais estão ausentes.
Acção
Úlceras do pé diabético
1. Alívio da pressão onde seja necessário. Isto é vital para as úlceras neuropáticas
e poderá envolver a remoção do calo, uso de sapatos adequados e uso de capa
de alívio de pressão.
Medições da TA Definição
TAS Primeiro som de Korotkoff
1.4.1 Medição da TA
A medição da TA faz parte da avaliação normal dos sinais vitais, em muitos casos,
com habilidades abaixo de desejado por parte de várias categorias de profissionais
de saúde.
Nunca se pode rotular um doente como hipertenso com base numa única medição
da pressão arterial. A pressão arterial deve ser medida pelo menos 3 vezes e em
dois dias distintos.
Para uma correcta avaliação do doente hipertenso é necessário avaliar a presença
de outros factores de risco cardiovascular e de lesões dos órgãos alvo.
Ter em conta que em percentagem considerável da população os valores da TA
podem ser mais baixos a noite ate 10% comparados aos valores diurnos (dee-
ppers).
A medição da TA pode ser feita com recurso a vários métodos que incluem ava-
liação no hospital (consulta e monitorização ambulatorial em 24 horas) e autoa-
valiação. Cada um destes métodos pode apresentar vantagens comparativas em
termos de avaliação do tratamento e variações da TA, incluindo Hipertensão da
bata branca.
Procedimentos de medição correcta da TA e possíveis relações no diagnóstico da
HTA estão resumidos na tabela 19.
Medição em casa
Medição
Condição clínica ou monitorização
da TA na US
ambulatória 24 h
Normotenso Sem Hipertensão Sem Hipertensão
Definição
Aumento da TA observado apenas em ambientes hospitalares.
Prevalência da HBB
Em função da população estudada, a prevalência da HBB varia de 13 a 35%. Como
foi referido anteriormente, medição errónea ou única da TA podem aumentar esta
prevalência.
Por isso, o melhor método para diminuir a percentagem da HBB em indivíduo que
frequentam as US será a monitorização ambulatorial ou a medição caseira da TA.
Embora não considerada como verdadeira HTA, a HBB está mesmo assim asso-
ciada a um discreto aumento do risco cardiovascular quando comparada com a
normotensão.
A avaliação do doente deve ser orientada para determinação das causas duma
possível HTA secundaria (5% dos casos de Hipertensão), factores de risco, pre-
sença ou ausência de lesão do órgão alvo e de co-morbilidades. Todos estes ele-
mentos são essenciais para tomar a decisão terapêutica.
Para adultos com idade menor de 30 anos e com elevação da TA, deve ser excluí-
do, na primeira consulta, diagnóstico de coartação da aorta.
Considerando que se espera que a história clínica e o exame objectivo sejam fei-
tos em conformidade, faremos ênfase, nesta unidade, aos aspectos relativos a
avaliação do risco cardiovascular e os exames complementares de diagnóstico.
A avaliação do risco cardiovascular é feita com base nas tabelas de risco cardiovas-
cular nos 10 anos subsequentes e que se encontram no anexo 6.
Em doentes com risco cardiovascular superior a 10%, deve ser considerada terapia
medicamentosa.
A maior parte das tabelas avalia risco cardiovascular em doentes com mais de 40
anos de idade.
Desta forma e para garantir que aos níveis mais baixos do sistema de saúde se-
jam tomada medidas correctas e simples de abordagem de doentes com HTA, são
adoptadas recomendações genéricas tendentes a relacionar risco cardiovascular e
abordagem terapêutica que se encontram nos anexos 13 e 14 (fluxograma).
A decisão terapêutica acima referida deve ser feita com base nos factores de risco,
lesão de órgãos-alvo e presença de complicações.
Elemento Comentários
Sódio
Potássio
Lipidograma
Urina
Em função da avaliação do doente, outras análises podem ser pedidas como por
exemplo função tiroideia, cálcio e fósforo.
Predisposição genética
A HTA é uma desordem poligénica em que vários genes já foram implicados. As
formas monogénicas de HTA são raras. Em termos de variantes genéticas que
influenciam a TA e HTA, já foram descritas mais de 25 mutações genéticas, o que
pressupõe que o efeito de genes individuais seja reduzido.
Factores ambientais
Factores ambientais incluindo modificáveis e não modificáveis descritos no capítu-
lo 2 podem influenciar a TA e contribuir para o desenvolvimento da HTA.
Para a HTA o factor mais importante é o consumo excessivo de sal. Outros factores
incluem, deficiente consumo de potássio, cálcio, magnésio, proteína (sobretudo
dos vegetais) e fibra, pode estar associado a HTA.
Recentemente e em estudos experimentais, os micróbios (microbioma) do tubo
digestivo estão igualmente associados a HTA.
Potássio
O consumo de potássio está inversamente relacionado com a incidência da HTA e
do AVC. Por isso, o consumo de potássio, sobretudo proveniente de frutas e outras
fontes deve ser aumentado com o objectivo de diminuir o risco cardiovascular.
Sedentarismo
Os efeitos benefícios da actividade física foram, de forma consistente, demonstra-
dos em vários estudos, com particular destaque para o exercício aeróbico. A redu-
ção media da TAS em indivíduos normotensos e hipertensos foi de 2 - 4 e 5 - 8 mm
Hg respectivamente. Por outro lado, a actividade física também tem impacto na
redução do peso e como consequência na diminuição da TA.
Consumo de álcool
O consumo de álcool tem relação directa com aumentos de incidência e preva-
lência da HTA. Esta contribuição varía com a quantidade consumida para homens
(não mais do que 2 copos/dia) e mulheres (não mais do que 1 copo/dia).
Por outro lado, deve ser conhecido que o efeito do álcool pode também ser influen-
ciado por factores como a raça e sexo dos indivíduos.
Intervenção não
Padrão/recomendado Comentário
farmacológica
Melhor meta: peso ideal
Peso/ gordura Perda de 1 kg pode
corporal Aceitável: perda e manutenção do diminuir TA em 1 mmHg
peso (5-10% em 6 meses).
Mulher: 1 copo/dia
1.8.3. Seguimento
Um elemento crucial da gestão do doente com HTA é o seu seguimento. Os perío-
dos ou intervalos entre as consultas dependerão do estadio da HTA, da presença
de lesão de órgão alvo, do tipo de tratamento anti-hipertensivos e do nível de
controlo da TA é fundamental que o trabalhador de saúde estabeleça uma relação
pessoal com os seus doentes e os ponha a participar activamente no controlo da
sua Hipertensão. Esta relação é fundamental para garantir uma boa adesão dos
doentes.
Evite combinar diuréticos beta bloqueador como primeira linha por causa do risco
de DM, excepto se são usados medicamentos com alta selectividade.
Os diuréticos da Ansa, dado o seu curto efeito antihipertensivo, não devem ser usa-
dos no tratamento da HTA, excepto nos casos de doença renal crónica com taxa de
filtração glomerular estimada <45 ml/min.
Urgências hipertensivas;
Emergências hipertensivas.
Doente com HTA severa sem evidência de lesão de órgão alvo ou complica-
ções
Evite baixar os níveis tensionais de forma drástica e verificar sempre possíveis con-
tra-indicações como a hiponatrémia.
Por outro lado, a urgência hipertensiva pode estar associada à aceleração aguda
da lesão do órgão-alvo, a um episódio esquêmico cerebro-vascular e a presença
de Hipertensão moderada a grave associada a outros factores de risco comitantes.
Variação
Medicamento Posologia Observações
da dose
1ª linha
2ª linha
3ª linha
Aumentam
sensibilidade à
500- insulina
Biguanidas Metformina 1 ou 2x/dia
2500mg Reduzem a
produção hepática
da glicose
Aumenta
Glitazonas Pioglitazona 15-45 mg 1x/dia sensibilidade à
insulina
Retardam a
Inibidores da
Acarbose 50-300 mg 3 vezes/dia absorção de
alfa glicosidase
carbohidratos
Parâmetros glicémicos
(Glicémia e HbA1C)
Lipidograma (Colesterol total, LDL,
HDLe TG)
Função hepática
Função renal
Laboratório
Níveis de vitamina B12 (para
doentes em tratamento com
metformina)
Creatinina sérica e TFG
estimada
Função tiroideia
Fixar as metas de controlo
glicémico
Fixar as metas de controlo da
HTA (se aplicável)
Determinar as necessidades de
apoio educacional
Avaliação Determinar o risco
e plano de
cardiovascular
seguimento
Estadiar o risco cardiovascular
Estabelecer as modificações do
estilo de vida necessárias
Escolher a abordagem
terapèutica
Referir para outros especialistas
Lipo-hipertrofias
Resulta da repetição da administração de insulina no mesmo local, favorecendo a
sua acumulação.
Verifica-se um aumento da gordura do tecido subcutâneo com desenvolvimento de
adiposidades localizadas.
A absorção errática de insulina condiciona hiperglicemia por défice de não absor-
ção e hipoglicemias por absorção aleatória da insulina acumulada.
Lipo-atrofias
São raras hoje em dia (as insulinas são mais purificadas).
A insulina pode provocar no local onde foi administrada repetidamente, perda de te-
cido subcutâneo.
1. Cumprimente o doente;
2. Identifique-se;
13. Abra a válvula lentamente e observe o manómetro em relação aos pontos da tensão
máxima e tensão mínima;
15. Faça pelo menos duas medições com intervalo de 1 a 2 minutos e uma terceira se as
duas primeiras forem muito diferentes. Considere a média das medições;
16. Na primeira consulta meça a tensão arterial em ambos braços para detectar
possíveis diferenças. Considere sempre o valor mais alto entre os dois braços;
18. Informe ao doente se os valores são normais, abaixo do normal ou acima do normal;
19. Anote numa folha ou diário os valores das tensões sistólica, diastólica e da
frequência cardíaca.
Amlodipina 2.5–10 1
Bloqueadores dos canais de cálcio
Nifedipina LA 60–120 1
(dihidroperidinas)
Verapamil IR 40-80 3
Bloqueadores dos canais de cálcio Não
Verapamil SR 120–480 1 ou 2
dihidroperidinas)
Agentes secundários
Diuréticos da Ansa Furosemida 20–80 2
Diuréticos poupadores de potássio Amilorido 5–10 1 ou 2
Doente
com factores
de risco /
sintomas
de DM
Glicosùria
positiva na fita
de urina
DM
DM tipo 1 DM tipo 2
Gestacional
Sem sinais
de gravidade, Sinais Referir ao
Referir ao Sinais
complicações moderados médico
médico graves
ou doença grave
associada
Referir à US Continuar
para anàlises seguimento e
adicionais monitorização
de 3 em 3
meses segundo
indicação
médica
Monitorização
das metas de
controlo e
seguimentode
3 em 3 meses
Glicémia em jejum
≥7mmol/L ou glicémia
pòs-prandial e casual
≥11.1 mmol/L
DM tipo 1
≥16.6mmol/L ou
11.1 a 16.6 mmol/L desidratação grave ou CAD
<11.1 mmol/L
sem cetonúria ou doença grave
associada*
Iniciar insulinoterapia
(0.3 a 0.5 UI/kg de peso) Internar numa unidade
no regime de duas de cuidados intesivos
Referir para o pediatra
injecções por dia iniciar hidratação e
ou endocrinologista
(2/3 de manhã 1/3 a noite insulinoterapia intensiva
associado a modificaçoes (basal-bòlus)
do estilo de vida)
Hidratar o doente em
Monitorização das unidade de observação
metas de controlo e iniciar insulinoterapia
e seguimento no regime de duas
de 3 em 3 meses injecções por dia (2/3 de
manhã 1/3 a noite
associado a modificaçoes
do estilo de vida)
Glicémia em jejum
≥7mmol/L ou glicémia
pòs-prandial e casual
≥11.1 mmol/L
DM tipo 2
≥16.6mmol/L ou
11.1 a 16.6 mmol/L desidratação grave ou CAD
<11.1 mmol/L
sem cetonúria ou doença grave
associada*
Iniciar metformina
em monoterapia em
Iniciar metformina
combinação com gliclazida
em monoterapia
ou com insulinoterapia
basal
Glicémia em jejum
≥5.1 mmol/L ou glicémia 2
horas apòs-ingestão de 75
g de glicose ≥8.5 mmol/L
DM Gestacional
Doente na unidade
sanitária
Medir correctamente
a TA
TA ≤ 140/90 TA ≥ 140/90
TA ≥ 180/110
(normal) e < 160/100
Avaliar lesão de
Parar de fumar, Risco <10% e/ou TA órgão-alvo
diminuir consumo ≤ 160/100 Risco ≥10% e/ou TA
de sal, controlar ≥ 160/100 Fazer medicação
Avaliar lesão de inicial (estabilização)
peso, praticar
órgão-alvo Avaliar lesão de
actividade fisica Referir doente a
regular e reduzir Confirmar numa órgão-alvo
nivel superior de
consumo de álcool nova consulta cuidados de saúde
Iniciar tratamento
Parar de fumar, medicamentoso de
diminuir consumo acordo com o caso
de sal, controlar
Recomendar
peso, praticar
modificação do
actividade fisica
estilo de vida
regular e reduzir
consumo de álcool Fazer controlo
dentro de um mès
Controar TA de
6 em 6 meses
Doente na unidade
sanitária
Medir correctamente
a TA
TA ≤ 140/90 TA ≥ 140/90
TA ≥ 180/110
(normal) e < 160/100
Controar TA de
6 em 6 meses
Fluidos IV Insulina
Administrar NaCl
0.9% (1000 ml/h) Monitorização
e/ou expansor Hemodinâmica 0.1 UI/Kg/h 0.1 UI/Kg/h
plasmático Infusão IV de Insulina Regular
Insulina IM ou SC
Mude para Dextrose a 5% + NaCl 0.45% a correr a 150 – 250 ml/h + insulina
(0.05 – 0.1 UI/kg/h infusão IV ou 5 – 10 UI de insulina SC de 2/2h) para manter a
glicemia entre 8 momol/L e 11momol/L até atingir o controle metabólico.
Fluidos IV
NaCl 0.9%
NaCl 0.45% (4 – 14ml/Kg/h) (4 – 14ml/Kg/h)
Dependendo do estado de desidratação Dependendo do estado
de desidratação
Mude para Dextrose a 5% + NaCl 0.45% a correr a 150 – 250 ml/h + insulina
(0.05 – 0.1 UI/kg/h infusão IV ou 5 – 10 UI de insulina SC de 2/2h) para manter
a glicemia entre 8 e 11 mmol/L até atingir o controle metabólico.
Insulina Potássio