Você está na página 1de 5

Curso: Contabilidade e Auditoria / Administração e Gestão

CONTABILIDADE DE CUSTOS I

CARDERNO DE APONTAMENTOS

Aula 1 e 2 nos dias 09 a 16 de Abril corrente


1º Tema:
Custos Primarios e de Conversão

Os custos Primários são os custos directos do produto (custos que podem ser rastreados
directamente para uma unidade de produção) e consistem em

Custo de Material Directo

Custo de Obra Directa

Custo Primario não é a mesma coisa que Custo Directo, já que nos Primários só
estão incluídos aqueles dois itens Material directo e MOD. Assim, a embalagem é
um Custo Directo, mas não Primário. (MARTINS, 2010)
Os Custos Primários são utilizados pelos gerentes de operações para garantir que o processo
de produção da empresa seja eficiente. O cálculo dos custos primários também ajuda as
empresas a estabelecer preços a um nível que permite produzir um lucro aceitável.

Os custos de conversão também chamadas de transformação são o somatório dos custos


directos da mão-de-obra e dos custos indirectos de fabricação. Em outras palavras, estes são
custos de fabricação ou de produção necessários para converter matérias-primas em produtos
acabados. Os custos indirectos não são directamente rastreáveis ao resultado, no entanto, são
necessários para facilitar a produção. Aluguer, electricidade e outros serviços são
classificados como despesas gerais de fabricação. O trabalho directo é um custo primário
acrescido de um custo de conversão.
A soma de todos os Custos de Produção, excepto os relativos a matérias-primas e outros
eventuais adquiridos e empregados sem nenhuma modificação pela empresa (componentes
adquiridos prontos, embalagens compradas etc.). Representam esses Custos de Conversão ou
Transformação o valor do esforço da própria empresa no processo de elaboração de um
determinado item (mão-de-obra directa e indirecta, energia, materiais de consumo industrial
etc.).
Custo de transformação= Mão-de-obra directa + Custos indiretos de
fabricação.
CT = (MOD+CIF).

2
A principal diferença entre custo primário e custo de conversão é que os custos
primarios são os custos que podem ser directamente rastreáveis para unidades de produção,
enquanto os custos de conversação são os outros custos de produção relacionados que não
podem ser convenientemente reconhecidos contra uma unidade de produção. O
conhecimento da classificação desses custos é importante para a tomada de decisões
gerenciais, bem como para o controle de custos.
Exercicio:
Uma indústria apresenta os seguintes dados:
Aluguer de sector administrativo 80.000,00
Aluguer do sector de produção 56.000,00
Depreciação da área de produção 38.000,00
Mão de Obra Directa de produção 100.000,00
Mão de Obra Directa de vendas 26.000,00
Salários da diretoria de vendas 34.000,00
Seguro da área de produção 38.000,00.
Calcule o custo de conversão para esta industria segundo estes dados.

2ª Aula:
Custos semi-fixos e semi-variáveis

Antes de falar dos custos semifixos e semivariaveis, importa lembrar que os custos fixos são
aqueles que não variam em proporção ao volume de produção da empresa. Se uma fábrica
de móveis produzir uma cadeira ou cem cadeiras, por exemplo, paga o mesmo aluguer do
prédio, o mesmo salário do contabilista etc. Já os custos variáveis são aqueles que variam de
acordo com o volume produzido. Tomemos como exemplo uma indústria de confecção que,
para produzir dez peças de camisa usa “15” metros de tecido (15 metros / 10 peças = 1,5
metros de tecidos por peça); produzindo cem peças da mesma espécie gasta “150” metros do
mesmo tecido (100 peças x 1,5 metros de tecidos por peça = 150 metros de tecidos). O
crescimento do custo com a matéria-prima “tecido” cresceu proporcionalmente ao
crescimento da produção. Vale lembrar que:

3
CUSTOS FIXOS – São aqueles que, a curto prazo, independentemente do nível de produção.
Eles permanecem inalteraveis independentemente do número de peças produzidas e são
originados pela própria existência da empresa e de sua estrutura, sem levar em conta se esta
produz mais ou produz menos, até mesmo se está ou não produzindo. Por exemplo os juros,
as depreciações etc. Na indústria de confecção, os custos fixos ocorrem sem levar em conta
o volume físico de camisas produzidas, ou seja, são custos que ocorrem independentemente
da empresa produzir ou vender produtos ou serviços.

Destaque-se que, a longo prazo, a empresa pode ser capaz de se ajustar totalmente as
mudanças de circunstancias. Em outras palavras, os custos fixos podem ser adaptados aos
factores da realidade concreta. Por exemplo, se as vendas caírem a empresa pode “trocar”
um prédio grande por um menor, assim caem as despesa de aluguel, de depreciação, pode
reduzir as despesas financeiras etc.

CUSTOS VARIÁVEIS – Ao contrario dos custos fixos, os custos variáveis oscilam


conforme a quantidade empregada dos “factores variáveis” e, portanto, do volume da
produção. Na mesma indústria de confecção, eles variam conforme o volume de “camisas” e
“calças” produzidas, pois quanto maior for o número de itens fabricados maior serão os
custos com matérias-primas etc. Os custos variáveis oscilam em função do volume físico de
produtos ou serviços, que aumentam e diminuem de acordo com a alteração da quantidade
de produtos ou serviços produzidos.

Os conceitos de custos variáveis e de custos fixos são determinantes para a analise de custos,
preços e volume de produção e serviços e, principalmente, para a evidência da margem
contribuição e do ponto de equilíbrio da organização.

Custos Semifixos e Custos Semivariáveis

Há situação que exigem um maior grau de detalhamento sobre a ocorrência dos os custos.
Nesse caso encontramos custos que têm características variáveis, como segue:

CUSTOS SEMIFIXOS – Na realidade, os custos devem ser predefinidos de acordo com o


comportamento histórico do seu registro na empresa, porém com larga margem de

4
flexibilização. Determinados serviços terceirizados podem sempre ser considerados como
um custo de um determinado sector porém, em certa época do ano, alguns departamentos
fazem contratação de mão-de-obra terceirizada em maior quantidade e por um longo período;
aquele procedimento deve sofrer alteração, cabendo à administração adequá-lo à nova
situação. Estes gastos adicionais são considerados como Custos Semifixos, pela elevação
que ocorre historicamente. Por exemplo, a variação da taxa de ocupação do hotel, sempre
registada em determinada época, exige um tratamento que evidencie essa ocorrência.

CUSTOS SEMIVARIÁVEIS: Alguns especialistas consideram que certos custos podem ser
classificados como Custos Semivariáveis, por possuírem, ao mesmo tempo, características
dos custos fixos e variáveis. Considerando-se o consumo de energia elétrica de um hotel,
têm-se duas alternativas. Na primeira, esse custo pode ser dividido; parte como Custo Fixo
(parcela consumida pelas áreas comuns e administrativas) e parte como Custo Variável
(consumo dos hóspedes). Na segunda, todo o consumo de energia elétrica seria considerado
como um Custo Semivariável, rateado sob critérios específicos para as características do
estabelecimento. A divisão de custos de uma empresa deve ser relativa à sua
operacionalidade, não há uma regra única e rígida para todas as situações.

Bibliografia

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10ª ed. - São Paulo : Atlas, 2010.

Você também pode gostar