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A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Se te deres ao trabalho de reparar, descobrirás que na tua turma tens


certamente muitos colegas diferentes uns dos outros. Não é só o caso da Mariana.
Apenas algumas diferenças parecem ser mais evidentes do que outras. Alguns dos
teus colegas tem olhos castanhos, outros tem claros; uns são raparigas, outros, são
rapazes; uns vivem com ambos os pais, outros apenas com o pai ou com a mãe uns
têm muitos jogos eletrónicos, outros menos; praticam determinada modalidade de
desporto outros, apenas praticam educação física na escola, etc… Se quisesses fazer
o inventário das diferenças entre os vários colegas de turma que tu tens, certamente
que terias trabalho para muito tempo.
Começamos na tua turma, mas podemos alargar o campo da nossa reflexão e
pensar em tem de toda a cidade, depois, em termos de região, país, continente….
Mundo.
Depararás, então, com uma variedade incrível: pessoas de todas as idades; de
todas as línguas de todas as condições em que possas pensar.
Desde o milionário do Texas ao intocável na Índia;
Desde a mulher que não recebe tratamento hospitalar pelo simples facto de ser
mulher àquela outra que recorre a dispendiosas operações estéticas;
Desde a jovem que escolhe o seu curso e percurso de vida àquela que é
vendida pelos se pais para alimentar o resto da família;
Desde a criança que vai à escola e vive protegida, á criança que de muito cedo
trabalha para sustentar a família e nunca foi ou irá á escola;
Desde aquele que pode ver todas as cores com que a realidade se apresenta,
àquele que nasceu cego e possui uma sensibilidade tátil particular.
Desde o futebolista que ganha um salário como tu só podes sonhar, ao jovem
acidentado que não pode mexer as pernas e não sabe como arranjar emprego.
Poderíamos continuar por muito tempo com este trabalho de diferenciação. Ou
podíamos, pelo contrário, abreviar, não as diferenças, mas a perspetiva, e perguntar.
Que tem todas estas pessoas, de forma tão evidente, em comum? Que há de comum
em todos os casos, a despeito das nacionalidades, das idades, do género, do espaço
em que habitam e das condições económicas em que vivem?
Concordarás certamente: o facto de serem pessoas. O facto de as suas muitas
diferenças não bastarem para apagar essa verdade essencial: são pessoas. Uma
pessoa não é uma máquina, nem uma pedra, nem qualquer coisa que possamos
encarcerar sem mais nem porque, ou deitar fora quando não serve os nossos
propósitos. Uma pessoa é um ser dotado de consciência, de razão, de dignidade, um
ser para quem a liberdade é constitutiva.
Na verdade, em nada aumenta ou diminui o valor da pessoa, enquanto pessoa,
o ter nascido aqui ou ali, destes ou daqueles pais, com estas ou aqueloutras
características físicas, numa cultura onde se fala português ou malaio. Tu próprio, não
escolhestes os pais de onde nasceste, podes perfeitamente imaginar que nascerias
num país diferente, como a Coreia do Norte, por exemplo, a Guiné ou a Austrália. Isso
mudaria, radicalmente as tuas circunstâncias, sejam elas quais forem.
Poderias ser tu a viver numa região do globo onde a esperança média de vida
não ultrapassa os 40 anos, ou onde te expulsassem da tua casa e da tua terra apenas
porque há forma de tomar rentável para outros, ou ainda onde te infligissem
determinados castigos físicos apenas porque expressaste a tua opinião, ou por seres
mulher E seria bom, então, que o mundo não passasse ao lado, indiferente. É justo
que não se passe ao lado indiferente.
Mas como?
Ora, isto leva–nos diretamente ao tema anunciado, o dos Direitos Humanos, á
história dos mesmos, e ás conquistas que nesta matéria, recentemente, foram
efetuadas.

Direitos Humanos - Conjunto de direitos (civis, políticos, económicos, sociais e


culturais) que são inerentes á pessoa humana. Estes direitos são inalieneis.

Como sabes, durante o Século XX, ocorreram duas grandes guerras. Duas
guerras mundiais que foram designadas, respetivamente, como I. e II. Guerra Mundial.
Qualquer guerra é um acontecimento terrível e isso, pensamos nós, dispensa qualquer
explicação.
Tens, por exemplo, ideia de factos que ocorreram durante a II. Guerra Mundial:
a ideologia nazi defendia a supremacia da raça ariana e profetizava o seu domínio
sobre o mundo.
Procurou, pois, impor – se á humanidade, designadamente, na conquista de
outros Estados, e na chacina de todos aqueles que não correspondiam a padrões de
origem ariana: praticou–se a deportação e extermínio de judeus; ciganos foram
sumariamente mortos, bem como deficientes; na Rússia, por exemplo, aldeias inteiras
foram chacinadas.
A 2ª Guerra Mundial: desenvolveu-se entre 1939 e 1945. Começou por ser
uma guerra europeia mas em breve atingiu proporções mundiais. Entre 1939 e 1945
foram mobilizados cerca de 110 milhões de soldados. De entre eles morreram 27
milhões. Na população civil houve um total de 25 milhões de mortos em todo o mundo.

Atividade: após alguma reflexão efetuada em grupo, na sequência de


alguma investigação na net, responder-se-á, em discussão alargada, às
seguintes questões, pela ordem em que se apresentam:

A) Que consequências humanitárias (entre outras) traz uma guerra?


B) Que motivos conduzem a uma guerra?
C) Quais as justificações, se as há, que poderão ser “aceites” para
legitimar uma guerra?

Bom trabalho!

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