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Manual de elaboração de

material didático impresso


Manual de elaboração de material didático impresso

© SENAI-SP, 1994.

2a Edição - adequação de leiaute, 2005.

Trabalho elaborado e editorado pela Divisão de Recursos Didáticos da Diretoria de Educação, SENAI-SP,
para o projeto “Assessoria a docentes para o desenvolvimento e uso de material didático” – Projeto
estratégico Regional – DN SD 007, 1994.

Equipe responsável
Coordenação geral Arlette Azevedo de Paula Guibert

Elaboração José Benedito Alves


Maria Elisa Napolitano
Maria Regina José da Silva
Nívia Gordo
Sílvio Geraldo Furlani Audi

Colaboração Arlete Fernandez Portela


Célia Regina Domingos Talavera
Consuelo Teresa Fernandez Gonçalves
Ivanisa Tatini
Ivete Palange
Léa Depresbiteris (DPC)
Maria Cristina Teixeira Bueno
Maria Rita Aprile
Regina Maria Silva
Wanda Lucia Schmidt e Sousa

Coordenação editorial Luiz Thomazi Filho

Projeto gráfico, diagramação e capa Roberto Rodrigues

Produção gráfica Francisco Agostinho Rodrigues


Victor Atamanov

Leiaute e diagramação desta edição Gilvan Lima da Silva

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Departamento Regional de São Paulo SP
Av. Paulista, 1313 - Cerqueira Cesar
São Paulo - SP
CEP 01311-923

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S umário

Apresentação 5
Planejamento 7
Construção do texto 25
Editoração 47
Questões gramaticais 65
Referências bibliográficas 125

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A presentação

O mestre, depositário de todo o saber e único responsável pela transmissão de


conhecimentos a seus alunos, perdeu-se no tempo. Com o avanço da tecnologia das
comunicações, seu papel modificou-se: o professor é o educador, "causa próxima e
externa", que usando todos os recursos que os meios de comunicação lhe
proporcionam, auxilia e orienta a aprendizagem de seus alunos.

Porém, nem sempre o professor encontra, prontos, os meios didáticos que necessita.
Cabe a ele a tarefa de elaborar esses recursos, tarefa para qual poucos estão
devidamente preparados.

Não é fácil escrever de forma simples sem ser pobre, ser breve e claro, ser conciso e
pertinente, transmitir ao aluno, na sua justa medida, as informações que ele necessita
para compreender o mundo e desenvolver-se.

Este manual não abriga a pretensão de ensinar a escrever. Sua finalidade é servir
como fonte de consultas, na qualidade de instrumento facilitador do processo de
elaboração de material didático impresso. Assim, sua organização reproduz os
momentos desse processo: planejamento, construção do texto, editoração. Faz parte,
ainda, deste volume uma seção referente àquelas questões gramaticais que, com
freqüência, provocam dúvidas.

Espera-se com este trabalho contribuir com os docentes para amenizar a tarefa, às
vezes árdua, de preparar textos que comuniquem com eficiência.

É importante lembrar que nesta empreitada o docente não esta sozinho. Seus alunos,
aos quais o material se destina, são os melhores parceiros para avaliá-lo e ajudar o
professor a encontrar seu caminho.
Com paciência e persistência, chega-se lá.

Arlette Azevedo de Paula Guibert

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AP
lanejamento

O material didático situa-se no campo das condições que possibilitam e


facilitam a aprendizagem. Constitui um meio ou apoio à ação docente e não
um fim em si mesmo. Por isso o planejamento desse material decorre do
planejamento educacional e da teoria de ensino que o orienta.

Da teoria de ensino adotada resulta um modelo de planejamento que


permite organizar as ações docentes e indicar soluções para que essas
ações se realizem na prática de forma flexível, mas não improvisada.
Portanto, deve sempre ser adaptável às situações específicas de ensino.

Este capítulo apresenta verbetes referentes a objetivos, conteúdo,


estratégia, meios didáticos, processo ensino - aprendizagem, avaliação, etc.
Seja qual for o modelo de planejamento adotado, tais elementos são
importantes para a tomada de decisões no processo de planejar o material
didático impresso.

Análise de tarefas
Termo utilizado no âmbito da tecnologia educacional para designar a O material didático
elaborado a partir de
descrição detalhada das ações e habilidades necessárias à consecução de análise de tarefas
permite que o aluno
um objetivo final. aprenda todas as
etapas necessárias
ao alcance do
objetivo final,
Por exemplo, se o objetivo final for a tarefa Confecção de poltronas, para analisando seus
desempenhos
chegar a sua consecução, sabemos que há necessidade de passar pelas durante o processo
de aprendizagem.
seguintes etapas (objetivos intermediários):
• fazer armação;
• preparar forro e forrar a armação;
• fazer a amarração;

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• traçar e cortar material de revestimento com base em moldes;


• revestir poltrona e dar acabamento.

Análise ocupacional
Processo de análise desenvolvido no âmbito da formação profissional que
envolve a decomposição de uma ocupação em termos de conhecimentos,
atitudes e atividades operacionais.

Por exemplo, a ocupação de Mecânica pode ser decomposta em tarefas e


operações diversas: tornear, facear, entre outras; em conhecimentos
tecnológicos, como tratamento térmico, tipos de materiais, etc.; em atitudes
para com o trabalho, como cuidado com equipamentos, postura de busca de
qualidade por meio da precisão de medidas, etc.

Apostila
Termo que designa, indistintamente, qualquer tipo de material didático O acesso direto aos
livros leva o aluno a
impresso utilizado para introduzir, complementar, ilustrar ou aprofundar os criar o hábito de ler e
pesquisar, ampliando
assuntos tratados em sala de aula. e aperfeiçoando seus
conhecimentos.

Sua utilidade está diretamente relacionada a sua qualidade, que decorre de


cuidados a ela dispensados, quanto:
• a sua elaboração, no que se refere ao conteúdo (textos corretos técnica
e cientificamente, atualizados, úteis para a clientela a quem se destinam,
com a necessária abrangência e profundidade e, quando extraídos de
livros ou manuais, respeitando os direitos dos autores originais);
• a sua forma (o cuidado na programação visual torna o material muito
mais eficiente);
• ao tratamento pedagógico (nível da linguagem, adequação das
ilustrações ao conteúdo, suficiência das informações, exemplos, etc.).

Avaliação de entrada
Avaliação realizada no início de um curso ou programa, visando medir os É aconselhável não
utilizar o mesmo
domínios ou conhecimentos dos alunos acerca do conteúdo proposto. instrumento de
avaliação como pré e
pós-teste para evitar
que a avaliação
É realizada por meio de um pré-teste. O resultado obtido no pré-teste inicial interfira nos
resultados da
orienta o professor quanto aos aspectos do conteúdo que devem ser mais avaliação final.
explorados ou enriquecidos e permite, ao final do curso ou programa, que se
comparem os resultados de entrada e saída, fornecendo informações sobre

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o aproveitamento dos alunos e, até, sobre a eficiência do curso e do


docente.

Avaliação de saída
Avaliação realizada ao final do curso ou programa, por meio da aplicação de
um pós-teste em forma paralela ao instrumento de avaliação de entrada
que é o pré-teste.

Possibilita comparar os resultados e medir os ganhos de aprendizagem


obtidos pelos alunos.

Avaliação diagnóstica
Avaliação voltada para a obtenção de informações sobre as características
de um objeto (livro, vídeo, curso, etc.), de um fato (por exemplo, inovação
a ser introduzida numa instituição qualquer), de uma situação em que se
pretende interferir, bem como sobre a natureza de algum tipo de problema
que venha ocorrendo nessa situação, visando, com isso, estabelecer um
quadro e traçar as linhas de ação para a intervenção pretendida.

Avaliação formativa
Avaliação realizada ao longo do processo de ensino-aprendizagem, durante
o desenvolvimento de um curso, de um programa ou da produção de
material didático, de modo a fornecer elementos que possibilitem reformular,
corrigir ou recuperar eventuais falhas do processo, do programa, da
estratégia ou do material, aperfeiçoando-os.

Com relação ao aluno, a avaliação formativa permite identificar suas


eventuais deficiências no processo de aprendizagem, ajudando-o a progredir.

Com relação ao professor a avaliação formativa pode auxiliá-lo, se ele estiver


predisposto a rever seu próprio desempenho e reformular seu programa com
o objetivo de adequá-lo às características dos alunos.

No processo de elaboração de um material didático impresso, a avaliação


formativa fornece dados que permitem a correção de falhas ou lacunas do
material antes de sua finalização, economizando tempo, esforço e recursos.
A avaliação formativa e o processo de validação são imprescindíveis para a
obtenção da boa qualidade do material didático. V. validação de material

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didático.

Avaliação somativa
Avaliação realizada ao final de um processo, seja de produção de um
material didático ou de ensino-aprendizagem, que determina a eficácia do
material produzido ou do curso ou programa desenvolvido, bem como o grau
de aproveitamento dos alunos ao fim desse curso ou programa. V. avaliação
de saída.

Conteúdo
Tratando-se de recursos didáticos, o conteúdo é o conjunto de informações Hempel em “Filosofia
das Ciências
e conceitos referentes a campos específicos de uma área de Naturais” mostra que
é muito tênue a
conhecimentos, científicos ou não. delimitação das áreas
das ciências naturais
e humanas e, mais
especificamente, de
Um conteúdo pode ser comum a duas ou mais áreas do conhecimento. cada ciência.

Por exemplo, em Biologia, Química e Física, os conteúdos cruzam-se com


freqüência. O mesmo ocorre com a História, a Geografia, a Antropologia,
etc.

Ao elaborar um material didático referente a determinada área científica é


preciso, antes, identificar o conteúdo em relação ao seu contexto histórico e
científico. Essa identificação vai facilitar a seleção das fontes de consulta.

Além disso, é importante, na elaboração, que esteja clara a distinção entre


conteúdo de natureza científica e conteúdo de natureza tecnológica. A
ciência nunca é prescritiva como é a tecnologia. Portanto devem-se evitar
expressões como método científico, avaliação científica, estudo
científico, etc., num texto que aborda assuntos tecnológicos.

Conteúdo programático
Refere-se ao conjunto de informações e conceitos estabelecidos para um
programa.

Geralmente, um programa de ensino compõe-se de objetivos, conteúdo,


estratégias de ensino, avaliação da aprendizagem, referência bibliográfica.

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O conteúdo programático deve ser estabelecido em função do nível de


conhecimentos da clientela visada. Um conteúdo programático deve
anteceder ou suceder os objetivos de ensino? Alguns teóricos afirmam que
o levantamento do conteúdo programático e a sua seqüenciação lógica
constituem o primeiro passo de uma programação.

Outros teóricos defendem a prioridade da determinação dos objetivos que


devem atender mais a uma ordem psicológica que lógica. Outros, ainda,
afirmam que os objetivos de ensino se confundem com o próprio conteúdo
do ensino.

O importante na redação do material impresso é o autor ter claros para si os


objetivos que ele visa que o leitor alcance. Desta forma será menos difícil
estabelecer o conteúdo programático de modo a contemplar assuntos
relevantes e dispostos numa seqüência lógica.

Ensino a distância
Modalidade educativa em que o processo de ensino-aprendizagem se dá O material
instrucional para o
principalmente por meio de recursos instrucionais. ensino a distância
deve incluir
orientação precisa
para o aluno.
Esses recursos, quando materiais, apresentam-se sob a forma de textos
impressos, fitas de áudio e de vídeo, programas computadorizados que
dispensam ou reduzem a necessidade de situações presenciais de ensino,
permitindo que alunos com diferentes idades e antecedentes elejam o seu
ritmo, tempo, local e outras condições para o estudo. V. recurso didático.

Os cursos ministrados via modalidade de ensino a distância podem ser


veiculados por correspondência, emissoras de rádio e televisão, jornais,
revistas, redes computadorizadas, etc.

Muitos especialistas na área preferem a expressão educação a distância.


É o mesmo que teleducação (Tele = termo de origem grega que significa
longe).

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Ensino por correspondência


Trata-se de um dos esquemas de operacionalização do ensino a distância.
Consiste na troca regular e freqüente, quase sempre planejada, de
No esquema
correspondência entre o aluno e um tutor para que este oriente e correspondência, os
textos funcionam
acompanhe o processo de aprendizagem, tirando dúvidas e apoiando o
como aulas escritas.
aprendiz. Devem ser concisos
e conter informações
bem dosadas de
modo a estimularem
Em geral, o tutor é um professor designado por uma instituição incumbida
o aluno ao estudo.
de veicular um curso.

Um curso de corte e costura por correspondência, por exemplo, poderia ter


uma seqüência de textos como a seguinte:
• descrição da máquina (componentes e funções);
• como preparar e acionar a máquina;
• instruções para treinar costura em panos de amostra;
• noções e exercícios de desenhos de partes do vestuário (modelagem);
• confecção de moldes e noções de medidas;
• noções de traçado de partes de vestuário;
• traçados em tecidos;
• corte;
• costura de peças simples e acabamento;
• criação e confecção de modelos diversos.

Cada um desses assuntos poderá ser desenvolvido com materiais


planejados previamente, tanto para fornecer informações teóricas como para
indicar os passos e competências necessárias à realização da prática.

Ensino presencial
Modalidade educativa em que o processo de ensino-aprendizagem acontece
por meio de contato direto entre professores e alunos.

Cabe ao professor providenciar as situações adequadas para que o aluno


adquira as habilidades que o levem a ter acesso ao saber acumulado,
organizado e sistematizado ao longo do tempo.

A capacidade de comunicação do professor, o incentivo ao diálogo com os


alunos, a preocupação com a integração dos alunos entre si e deles para
com o professor são fatores de êxito nessa modalidade de ensino.

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Segundo Gusdorf em "Professores para quê?’’, o professor deve instigar os


alunos ao diálogo e é no encontro a dois - professor e aluno - que se
desencadeia a aprendizagem.

Estratégia
Organização de meios disponíveis para a consecução de um ou mais Uma boa estratégia
integra o uso de
objetivos. vários recursos e
técnicas combinadas.

Em situação de ensino, uma estratégia implica a organização de todos os


recursos disponíveis para a facilitação da aprendizagem, como:
• aula expositiva, estudo dirigido;
• vídeo, áudio, modelos, materiais impressos em geral (livros, revistas,
apostilas);
• técnicas de trabalho em equipe;
• gravadores, filmadoras;
• mapas, desenhos (ilustrações em geral);
• excursões, pesquisas, álbuns seriados, jornal-mural, cartazes,
transparências, etc.

O ponto central de uma estratégia de ensino incide no modo como se atua


ao articular esses meios com os objetivos estabelecidos e, ao mesmo
tempo, com o ritmo de aprendizagem de cada aluno.

Se, por exemplo, o objetivo é desenvolver a oralidade, uma das possíveis


estratégias seria a discussão de problemas ou comentário de fatos, de
um livro lido, de uma excursão ou, ainda, narração de fatos ou histórias.

Etapas do planejamento
Estágios de um processo que resulta na obtenção de um plano de ação.
Esses estágios podem variar de acordo com o objeto do planejamento.

No caso de um projeto de treinamento, as etapas do planejamento poderiam


ser, por exemplo:
• análise e identificação do problema;
• definição dos objetivos a atingir;
• estabelecimento de metas e prazos;
• definição da estratégia de ação;
• definição dos recursos necessários;
• elaboração dos instrumentos de avaliação.

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O planejamento da elaboração de material didático impresso poderia, por


exemplo, incluir as seguintes etapas:
• definição dos objetivos;
• definição do público-alvo;
• delimitação do conteúdo;
• definição do tratamento pedagógico (estrutura, formato, seqüenciação e
método de desenvolvimento do conteúdo, etc.);
• definição do esquema de validação e avaliação do material. V. tratamen-
to pedagógico e planejamento.

Fascículo
Cada uma das partes de uma obra publicada seqüencialmente e em
intervalos não necessariamente regulares.

Dada a característica de publicação por etapas, o fascículo pode ser uma


alternativa interessante de material didático, pois permite ao autor organizar
sua produção paulatinamente, na medida de suas necessidades e
possibilidades.

Do ponto de vista do usuário, apresenta a vantagem de facilidade no


manuseio, graças ao pequeno volume, sem prejuízo da extensão do
conteúdo, que vai sendo complementado aos poucos.

Embora a produção possa ser parcelada, é essencial um planejamento


prévio do conjunto da obra, para que não se perca a visão global do
trabalho. Uma publicação fasciculada com o objetivo de dar informações
sobre redação, poderia ser composta dos seguintes fascículos:
• linguagem, língua e comunicação (noções teóricas);
• componentes da comunicação e funções da língua;
• gêneros: descritivo, narrativo, dissertativo;
• descrição: características e exemplos;
• narração: características e exemplos;
• dissertação: características e exemplos;
• critérios de redação;
• revisão e editoração. V. fascículo, em Editoração.

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Ilustração
Imagem que acompanha um texto para fornecer, esclarecer ou enfatizar Deve-se ter o
cuidado de não poluir
alguma informação. Deve contemplar aqueles aspectos impossíveis de o material com
excesso de
serem descritos verbalmente ou que se tornam mais rapidamente ilustrações ou com
ilustrações
apreensíveis e de forma mais completa quando visualizados por meio de desnecessárias, que
nada a mais
uma imagem apropriada. acrescentam ao que
já está escrito.

Uma ilustração pode ser mais adequada do que um texto escrito se, por
exemplo, o objetivo é apresentar uma máquina com indicação de suas
partes componentes. Se o objetivo é descrever as vantagens que uma
máquina oferece, é preferível enunciá-las por escrito. V. ilustração, em
Editoração.

Instrumento de avaliação
Recurso ou meio empregado para obter um resultado de avaliação. O teste,
por exemplo, é um instrumento de avaliação.

No processo ensino-aprendizagem, seleciona-se um instrumento de


avaliação segundo o objetivo visado, por exemplo:
• para avaliar compreensão de texto, pode-se usar questionário ou
resumo;
• para avaliar nível de redação, indica-se um tema para redação
dissertativa, um fato ou objeto para descrição, um fato ou tema para
narração;
• para avaliar a aprendizagem de conceito, pode-se usar teste de múltipla
escolha.

Um instrumento de auto-avaliação para o aluno pode fornecer dados que


complementam adequadamente a avaliação feita pelo professor.

Item de teste
Unidade independente de um teste: questão, exercício ou problema.

O item de teste deve estar estreitamente relacionado com o objetivo que se


pretende que o aluno atinja, e com o conteúdo proposto para esse objetivo.

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Por exemplo, para o seguinte objetivo: Somar números de dois algarismos


— um item de teste poderia ser:
• Resolva as expressões aritméticas:
43 + 56 =... 8 + 39 =...

Material didático
Em sentido abrangente, é qualquer produto usado no ensino. Em sentido
específico, material didático ou material instrucional é aquele elaborado
intencionalmente com fins didáticos.

Inclui livros, apostilas, fichas, cartazes, encartes, audiovisuais, programas de


rádio e de vídeo, programas para ensino com auxílio de computador,
pacotes ou kits de materiais para construir ou manusear, etc. V. meios
didáticos.

Meios didáticos
Referem-se a suportes de informações, utilizados de forma independente ou Uma imagem pode
substituir uma
complementar no processo de comunicação didática. extensa gama de
palavras. Um filme de
vídeo pode informar
mais e melhor que
Em geral fala-se em: uma aula expositiva,
uma apostila ou outro
• meio impresso: livro, apostila, folheto, prospecto, catálogo técnico; material impresso.
• meio audiovisual: filmes, fitas de vídeo, fitas de áudio, diapositivos,
transparência;
• meio de informática: coursewares;
• multimídia: combinação de múltiplos meios. V. seleção de meios . Cf.
material didático.

Módulo instrucional
Unidade pedagógica autônoma e completa em si mesma, composta de um Um ensino modular
atende ao ritmo
ou mais elementos que se articulam de modo a permitir ao seu usuário, a individual de
aprendizagem, às
apropriação do saber científico, técnico, tecnológico, etc., bem como o necessidades e aos
interesses do
desenvolvimento de habilidades e atitudes em relação a um determinado aprendiz.
campo de conhecimentos.

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Entre seus elementos podem-se incluir:


• recursos materiais - tais como impressos, audiovisuais, eletrônicos;
• recursos não materiais - como reuniões pedagógicas, atividades
individuais ou coletivas, tutoria presencial ou a distância.

Na formação profissional há uma tendência a usar módulos instrucionais,


como:
• parte de um plano para uma determinada ocupação;
• parte de um plano para ocupações diferentes;
• elemento desvinculado de qualquer ocupação.

Quanto ao tipo, um módulo instrucional pode ser básico ou de


especialização; de enriquecimento, de recuperação, etc.; teórico, prático ou
combinando teoria e prática.

Objetivo
É um fim a alcançar, um alvo que se pretende atingir. Qualquer ação que
não seja puramente mecânica é orientada por um ou mais objetivos.

Por exemplo, trabalha-se para obter boa produção, sentir-se útil, receber um
salário... Estuda-se para obter conhecimentos, preparar-se para uma
profissão.

Entre as inúmeras classificações possíveis, os objetivos podem ser


propostos em diferentes níveis, como por exemplo, educacional, curricular,
de ensino e, ainda, em diferentes categorias, como geral ou terminal,
específico ou intermediário.

Na situação educacional, a existência de objetivos em diferentes níveis e de


diferentes categorias exige que eles sejam coerentes entre si e que exista
clareza na sua explicitação.

Qualquer material didático que se pretenda importante ou indispensável ao


processo educativo deve explicitar os objetivos que orientaram a sua
produção.

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Objetivo específico ou intermediário


Categoria que trata de objetivos com menor grau de abrangência em relação
a um objetivo geral. Sua proposição visa especificar ações que podem se
configurar como passos a serem dados na direção do final desejado.

A explicitação de objetivos específicos ou intermediários pressupõe a


obtenção de resultados parciais que, somando-se e interagindo, levam à
consecução do objetivo geral ou terminal.

Numa situação de ensino de matemática, por exemplo, para um objetivo


geral como calcular a área de um triângulo qualquer, podem ser propostos
os seguintes objetivos específicos:
• enunciar as unidades de medida de área;
• resolver equações simples;
• definir base de um triângulo;
• definir altura de um triângulo.

Objetivo geral ou terminal


Categoria que trata de objetivos de alto nível de generalidade. Ao ser
descrito manifesta o propósito ou o resultado esperado ao final de um
projeto educacional, de um programa escolar ou de uma disciplina, etc. O
seu enunciado pode ser de referência muito ampla, quase ilimitada (por
exemplo, promover a formação do cidadão) ou de referência mais restrita
(por exemplo, desenvolver indivíduos com capacidade de crítica).

Planejamento
Processo de previsão de necessidades e racionalização do emprego dos
Planejar é não
recursos humanos e materiais necessários para o alcance de objetivos improvisar.

concretos, em prazos determinados e em etapas definidas, a partir do


conhecimento das condições existentes.

A idéia de planejamento exclui a improvisação, mas inclui a flexibilidade.

Um plano deve sempre ser flexível, pois, durante a execução das ações nele
estabelecidas, pode haver necessidade de ajustes e replanejamento para

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que não haja distorções no processo que acarretem prejuízos ao produto


esperado.

Planejamento de material didático


Trata-se de um procedimento que faz parte de um processo mais amplo de
planejamento educacional e que, traduzindo a teoria de ensino que o
orienta, organiza a obtenção de recursos materiais ou não materiais,
destinados a apoiar o ensino-aprendizagem. Obter tais recursos nem
sempre significa produzi-los. Havendo materiais disponíveis, acessíveis e
adequados, o planejamento se voltará para a sua seleção. Às vezes, torna-
se necessário adaptá-los ou reorganizá-los e, neste caso, o planejamento se
volta especificamente para estas ações. V. planejamento e etapas do
planejamento.

Planejamento de material didático impresso


Uma vez definido que o material didático se concretizará pelo meio
impresso, o planejamento a ser realizado constará basicamente de duas
partes: planejamento pedagógico e editorial.

Essas duas partes estão intimamente relacionadas, pois é a partir de


definições como a clientela, os objetivos, as estratégias e os conteúdos que
poderemos determinar o formato, tipo de letra, as ilustrações, a tiragem e o
suporte apropriados para esse material impresso. V. planejamento de
material didático e seleção de meios. V. projeto editorial e projeto gráfico,
em Editoração.

Plano
Produto do planejamento. Registra as decisões tomadas no processo de
planejamento. É um instrumento elaborado para nortear as ações em busca
dos objetivos propostos. Alguns autores usam os termos plano e projeto
como sinônimos.

Processo ensino-aprendizagem
Processo único em permanente movimento onde ensinar e aprender são
passos inseparáveis: quando há alguém que ensina tem que haver outro
que aprende.

Nesse processo, o material didático tem um papel importante como meio,

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como apoio à ação docente, como elemento estimulador e, ainda, como Dependendo da
qualidade, resultado
fonte de consulta (às vezes, a única disponível para os alunos) e de de planejamento
correto e execução
orientação. adequada, o material
didático pode ser um
bom aliado ou até
mesmo um
Tratando-se de ensino a distância, em que o processo ensino-aprendizagem adversário das ações
docentes.
decorre principalmente da interação do aprendiz com recursos instrucionais,
na maioria das vezes um material impresso, evidencia-se a necessidade de
aplicar a esse material cuidados especiais no seu planejamento minucioso,
na sua execução e nas orientações de uso que devem sempre acompanhá-
lo.

Recurso didático
Todo e qualquer recurso, material ou não, que possa auxiliar as atividades
formais de ensino, como uma aula (ensino presencial), uma situação auto-
instrutiva (ensino a distância) e também as atividades informais ou não
intencionais da mesma natureza, a fim de vitalizar e enriquecer a
experiência da aprendizagem.

Quadro negro e giz, flanelógrafo, retroprojetor, peças de uma máquina,


maquetes, biblioteca, filmoteca são exemplos de recursos materiais que
podem ser usados com fins didáticos.

Estudo dirigido, estudo em grupo, seminário, fórum de debates, exposição


oral são alguns exemplos de recursos didáticos não materiais. Cf. material
didático e meios didáticos.

Seleção de meios
Refere-se à escolha do meio didático que será utilizado numa situação de A escolha de um
meio didático
ensino. Essa escolha depende do responsável pelo ensino, pois, antecede a
elaboração do seu
conhecendo os alunos e o conteúdo que pretende ensinar, pode encontrar plano de execução,
porém o processo
as melhores maneiras de facilitar as condições de aprendizagem. que leva a

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As experiências com materiais diversos, a observação e avaliação dos


essa escolha faz
resultados orientam a escolha dos meios mais adequados para cada parte do
planejamento global
situação de ensino. Nessa escolha, ainda interferem outras condições como do material a ser
produzido.
a relação custo-benefício, a disponibilidade de recursos para a produção, o
conhecimento da tecnologia educacional e dos meios de comunicação
modernos.

Sistema modular de ensino


Modalidade educativa organizada em etapas progressivas de conhecimento
a partir de módulos instrucionais que, dependendo da combinação ou
estruturação feita, podem constituir um ou vários programas de formação
profissional. V. módulo instrucional.

Tecnologia educacional
Consiste na abordagem dos problemas educacionais que busca, em outras
áreas de conhecimento, princípios, processos, produtos e instrumentos que
possam ser aplicados à educação, tanto em nível amplo, enquanto objeto do
planejamento do serviço educacional de uma nação, quanto no tratamento
mais restrito da questão educacional, isto é, em nível do processo ensino-
aprendizagem.

As áreas básicas de fundamentação da tecnologia educacional e que


constituem o seu tripé são:
• teoria da Comunicação;
• teoria de Sistemas;
• teoria de Aprendizagem.

A tecnologia educacional não é uma ciência nem uma teoria e não se


constitui num corpo fechado de conhecimentos prontos. É muito mais uma
intervenção estratégica que se apresenta aos educadores como uma
alternativa para superar as dificuldades do modelo tradicional de educação.

Teoria de aprendizagem
Denominação geral para as teorias psicológicas que estudam, pesquisam e
explicam a forma como o ser humano aprende, adquire informações,

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habilidades e destrezas.

Até há pouco tempo, o behaviorismo (teoria que enfatiza os estudos


experimentais do comportamento observável) constituía a principal vertente
das teorias da aprendizagem.

Atualmente dispõe-se teorias centradas na área cognitiva, dando ênfase à


construção do conhecimento pelo aluno, ou seja, à atividade de quem
aprende - principal ator e autor da aprendizagem.

Tratamento pedagógico
Processo que visa tornar qualquer recurso destinado à comunicação de uma
mensagem, apropriado também à facilitação da aprendizagem.

O tratamento pedagógico inclui cuidados especiais quanto à linguagem


utilizada, quanto à estrutura, seqüenciação e dosagem do conteúdo, etc. No
caso de materiais impressos, os cuidados devem contemplar, ainda, a
relação texto X ilustrações, a disposição do texto na página, o tipo de letra, o
formato, entre outros.

Quanto ao conteúdo do texto, esse processo implica também a inclusão de


elementos didáticos como: enunciado dos objetivos que se pretende que o
leitor alcance, utilização de exemplos e contra-exemplos, apresentação de
exercícios para verificação da compreensão e para fixação, etc.

Validação de material didático


Procedimento avaliativo para verificar se os elementos propostos no
A otimização de um
planejamento do material didático apresentam-se de forma adequada no material didático faz-
se efetivamente após
produto e, ainda, se os resultados obtidos com sua aplicação correspondem aplicá-lo a uma
amostra da
às expectativas relacionadas a ele. população-alvo. Em
última análise, se o
material produz
aprendizagem, pode-
Valida-se, por exemplo, a linguagem utilizada, o desenvolvimento dos se dizer que ele é
válido.
conteúdos em relação aos objetivos, o formato pedagógico escolhido, o
formato físico, etc.

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Manual de elaboração de material didático impresso

A validação do material didático pode ser feita de várias formas: com


pequeno grupo, com comitê de especialistas, com aplicação experimental ou
utilizando mais de uma forma ao mesmo tempo e sempre com instrumentos
de validação apropriados, que contenham critérios preestabelecidos.

Os resultados obtidos com a validação são analisados e, se indicarem


necessidade de reformulação, esta é feita antes da edição definitiva do
material (ou primeira edição impressa).

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Manual de elaboração de material didático impresso

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Manual de elaboração de material didático impresso

C onstrução de texto

O produto do planejamento é um plano de redação em que devem constar,


no mínimo, fontes de consulta, inclusive dicionário, esquema da redação
(praticamente, um sumário), disposição do conteúdo numa seqüência lógica
e, se for o caso, ilustrações.

Um texto completo consta de introdução – de preferência, curta, que


esclareça os assuntos ou idéias principais abordados; desenvolvimento do
conteúdo, encabeçado por capítulos e/ou títulos, subtítulos, seguidos de
respectivos parágrafos; conclusão – em que são revistas, de forma breve,
as principais idéias escritas; referências bibliográficas – no caso de o texto
conter citações, transcrições ou ambas e bibliografia – quando se visa
indicar fontes de leitura para aprofundamento das informações apresentadas
no texto.

Neste capítulo são apresentados verbetes e dicas referentes ao como


escrever atendendo aos critérios de concisão, clareza, precisão, simplicidade
e às formas de estilo e nível de linguagem adequados à clientela.

Alguns dos verbetes, de natureza conceitual, como linguagem, língua, fala,


por exemplo, não estão diretamente ligados ao modo de escrever mas
podem auxiliar a quem escreve, na definição de seus objetivos e no uso
correto de certos termos lingüísticos.

Adjetivos e advérbios
Adjetivos e advérbios acompanham nomes e verbos na frase. São termos
acessórios. Seu uso deve ser cuidadoso já que, algumas vezes, podem ser
dispensados por não trazerem nenhuma informação.

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Manual de elaboração de material didático impresso

Exemplo:
Fundamentalmente, o princípio básico de uma simples transferência
assemelha-se completamente ao da injeção de plástico flexível.

Sem os adjetivos e advérbios:


O princípio da transferência assemelha-se ao da injeção de plástico.

Artigos
Com o uso dos artigos definidos e indefinidos, precisa-se ter muito cuidado: A palavra ambos
exige artigo: ambos os
o exagero de artigos prejudica a fluência da frase, e a falta pode trazer casos e não ambos
casos.
confusão ou fazer com que a frase fique telegráfica.

Exemplo:
(As) ligas metálicas podem ser submetidas a (um) tratamento especial de
têmpera por (um) tempo determinado.

Entretanto, é importante lembrar que há casos onde a presença do artigo


interfere no significado da frase: os professores fazem protestos – refere-se a
todos os professores; professores fazem protestos – refere-se a alguns.

Assunto e tema
Distingue-se tema de assunto pela abrangência das informações. O tema é
mais amplo e genérico, enquanto o assunto é uma delimitação do tema.

Exemplos:
Tema: animais – assunto: aves
Tema: metais – assunto: metais preciosos

No planejamento de uma redação, primeiro identifica-se o tema e, a seguir,


especifica-se o assunto de modo que ele indique o mínimo necessário a ser
descrito ou explicado.

Autor
No sentido originário da palavra, autor é o agente diretamente responsável
pela redação de um texto, a partir de idéias próprias. Este conceito evidencia
o cuidado que se deve ter com a indicação da autoria em textos didáticos.
Geralmente, esses textos são um compósito de conceitos e informações
compilados de várias fontes bibliográficas. O responsável por este tipo de

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26 AA237-05
Manual de elaboração de material didático impresso

redação não pode ser intitulado autor, ainda que ele tenha o cuidado de citar
fontes de citações e referências bibliográficas. Trata-se, no caso, de um
trabalho de elaboração. Se for assim, é preferível o termo elaborador ao de
autor.

O crédito de autoria é mais apropriado a quem escreve textos literários e


científicos de natureza inédita. No caso de material didático impresso, é
recomendável o termo elaboração ou elaborador. Se a redação for coletiva,
os créditos podem ser registrados em ordem alfabética. É uma exigência
ética e legal a indicação de fontes de citações e a relação das fontes
consultadas (referências bibliográficas).

Coerência
Um texto é coerente quando liga harmonicamente as idéias entre si; o
conteúdo dispõe-se numa seqüência lógica.

Exemplo de um texto incoerente:


Nas empresas existe um setor que se encarrega de fazer os cálculos de
custos. Este trabalho, portanto, não tem por objetivo ensinar a calcular os
custos, mas sim abordar alguns aspectos básicos no cálculo de custos, com
o objetivo de conscientizar o supervisor de primeira linha sobre seu
desempenho como responsável por um produto (serviço) ou parte dele.

Para ficar coerente, o texto poderia ser reescrito:


Este texto aborda alguns aspectos básicos de cálculo de custo com o
objetivo de auxiliar o supervisor de primeira linha no desempenho do seu
trabalho.

Na descrição de uma máquina, por exemplo, pode-se atingir coerência


seguindo um esquema lógico: conceito, partes constituintes, funções,
condições de uso, precauções.

Coesão
É comum o uso indistinto dos termos coesão e coerência. Entretanto, a A coesão corresponde
à unidade da obra.
coerência refere-se à conexão das idéias e a coesão diz respeito à união

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Manual de elaboração de material didático impresso

íntima das partes da obra como um todo: capa, sumário, introdução, títulos e
subtítulos, parágrafos, conclusão conteúdo e seqüência lógica.

Um exemplo simples de falta de coesão:


Título: Tecidos felpudos
Conceito: Os felpudos pertencem à classe dos tecidos especiais, pois se
diferenciam dos tecidos simples, por apresentarem anéis em toda a
superfície.

Reescrevendo:
Título: Tecidos felpudos
Conceito: Os tecidos felpudos pertencem à classe dos tecidos especiais.
Apresentam anéis em toda a superfície. Portanto, são diferentes dos tecidos
simples.

Concisão
Deve-se informar o estritamente necessário. Ser conciso é dizer tudo com
poucas palavras. O contrário é redundância. Após escrever um texto, é
preciso relê-lo várias vezes para eliminar palavras supérfluas.

Exemplos:
O oxigênio permite (o) corte dos metais devido à (sua propriedade de
produzir) oxidação.

O propano é (bastante) usado (e aplicado) na (operação de) soldagem de


metais (que sejam) de baixa fusão.

Os termos soldagem, modelagem, corte, etc. já aplicam idéia de ação,


operação. Dispensam, portanto, o termo operação: Operação de soldagem,
de modelagem ou corte.

Exemplo:
O supervisor deve acompanhar o planejamento da produção e interferir no
seu nível de custo (nível de custo do planejamento? Da produção? De
ambos?).

Eliminando a ambigüidade:
O supervisor deve acompanhar o planejamento e a produção e interferir no

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Manual de elaboração de material didático impresso

nível de custo da produção.

Comunicação e expressão
É sutil a distinção entre o dois termos. Comunicação é o ato intencional de Um texto escrito só é
comunicável se for
pôr em comum idéias, desejos, emoções. Já a expressão é, em princípio, a compreendido pelo
leitor.
pura exteriorização de idéias, desejos, emoções. Neste caso, não existe a
intenção deliberada de comunicar algo a alguém.

Exemplo de comunicação:
— Você precisa aquecer antes a barra de aço.
— Por quê?
— A barra aquecida fica flexível para ser curvada.

Exemplo de expressão:
Alguém exclama para si mesmo: — Que calor insuportável!

O objetivo de um texto com informações técnicas é sempre o de comunicar


algo a alguém, não de expressar simplesmente.

Facilita-se a comunicação empregando frases curtas, escritas numa


linguagem simples, clara, na ordem direta. Para isto, o elaborador deve rever
várias vezes seu texto. Suponha-se que uma primeira redação corresponda
a esse texto:
Para que a solda tenha perfeita adesão, as superfícies a unir não podem
estar oxidadas. Ora, o próprio calor, durante a operação, faz com que os
metais se oxidem facilmente. É necessário utilizar as substâncias chamadas
decapantes que após serem aplicadas no local da solda, evitam a oxidação,
mantendo limpas as superfícies a soldar.

Simplificando:
Antes da soldagem de metais, devem-se aplicar decapantes no local da
solda. As superfícies ficam limpas e não se oxidam. Obtém-se, assim, solda
com boa adesão.

Observe-se, ainda, que o objetivo do texto é comunicar, e não expressar.

Seria um erro escrevê-lo, por exemplo:


É admirável a função dos decapantes! Limpam as superfícies a unir. Evitam

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oxidação dos metais. E eis o que obtenho: solda perfeita. Adesão excelente!

Denotação e conotação
Numa frase denotativa, a mensagem indica diretamente o objeto ou assunto Um texto literário é,
geralmente, carregado
a que ela se refere: O Sol é uma estrela. O contrário de denotação é a de conotações. Um
texto técnico (com
conotação: O Sol é o verão. informações
tecnológicas ou
científicas) deve ser
escrito somente em
O texto didático com objetivo de apresentar informações técnicas deve linguagem denotativa.
conter apenas enunciados denotativos. Seria errônea, por exemplo, a frase:
A folha de flandres é lata.

Construção correta: A folha de flandres, popularmente conhecida como lata,


é uma chapa de aço doce, recoberta de estanho.

O trecho transcrito, a seguir, apresenta informação técnica (papel de líder de


círculo de controle de qualidade) de forma errônea. A linguagem empregada
é mais de cunho conotativo que denotativo:
O fato de o líder do círculo de controle solucionar uma dificuldade existente,
não significa que a batalha foi vencida. Existem muito mais problemas
aguardando soluções. Por isso, o círculo de controle de qualidade deve ser
sempre um círculo contínuo, dinâmico e de existência permanente.

Uma das formas possíveis de reescrever o texto:


O líder do círculo de controle tem, constantemente, problemas a serem
solucionados. Por isso, o círculo de controle de qualidade deve ser contínuo,
dinâmico e permanente.

Discurso
Conjunto de enunciados que representam um pensamento completo. Num A redação de
informação técnica
material didático impresso, um discurso pode corresponder a uma consiste sempre numa
descrição ou
dissertação de caráter técnico, tecnológico, científico ou literário. explicação; nunca
comporta exortação.

Um discurso sobre um assunto técnico, tecnológico ou científico deve ser


escrito de forma objetiva, clara e simples. Jamais deve ser confundido com
um discurso de retórica com emprego de figuras de linguagem ou numa linha

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Manual de elaboração de material didático impresso

de persuasão.

Escrita
Cada pessoa tem uma forma própria de escrever, às vezes, dificultando a
leitura. Por isso, os originais devem ser datilografados ou digitados,
respeitando-se as normas de distância entre palavras e linhas. V. lauda e
original, em Editoração.

Estrutura do texto
Um texto bem estruturado deve conter: O que caracteriza um
texto bem estruturado
• introdução; é a sua coerência: as
idéias principais de
• desenvolvimento das idéias em parágrafos; cada parágrafo se
inter-relacionam numa
• conclusão – síntese das principais idéias abordadas; seqüência lógica.
• e, se for o caso, bibliografia e/ou referências bibliográficas.

A introdução deve esclarecer ao leitor as idéias principais abordadas no


texto.

Apostilas curtas e outros materiais didáticos semelhantes dispensam


introdução. A não ser que seja necessário relacionar o conteúdo abordado
com estudos anteriores.

O desenvolvimento das idéias é feito em parágrafos. Em cada parágrafo


aborda-se uma idéia principal que se desdobra em outros parágrafos, numa
seqüência lógica. Desta forma, o corpo do texto fica coeso, bem costurado,
como se diz popularmente.

Quanto à conclusão, ela deve se limitar a uma revisão breve de assunto


estudado, dando-se ênfase às idéias principais.

Se o autor fizer citação textual (transcrição) ou menção de idéias de outro


autor, requer-se indicação das fontes em referências bibliográficas. E se o
autor decide indicar leituras complementares ou de aprofundamento do que
foi explanado, pode fazê-lo numa bibliografia. V. referências bibliográficas e
bibliografia, em Editoração.

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Manual de elaboração de material didático impresso

Fala e escrita
A fala é um dos meios de comunicação e expressão mais usados no dia-a- A língua falada possui
recursos expressivos -
dia. A fala pode ser representada por meio da escrita. Mas falar e escrever acentuação,
entonação, pausas,
são dois sistemas distintos. fluência – que
facilitam a
comunicação.
A fala geralmente é descontraída, recorrente e conta com a força de Como representar
uma mensagem oral
expressão dos gestos, dos olhos, da entonação. na escrita? Valendo-
se, principalmente, da
pontuação,
empregando-se um
A escrita, na maioria das vezes, é formal e exige linguagem correta, precisa, estilo direto.
objetiva, clara, simples, concisa e coesa. Quem escreve, portanto, deve rever
várias vezes o texto e consultar dicionário para usar palavras precisas,
escritas corretamente. V. níveis de linguagem.

Num texto técnico não existe preocupação com a expressividade e sim, com
o estilo direto. Ficaria deslocado, por exemplo, o uso de recursos
expressivos, conforme ilustra o texto:
Um produto de boa qualidade segue o princípio dos 4B: Bom! Bem
produzido! Barato! Bonito!

Corrigindo:
Um produto de boa qualidade deve ser bem produzido, barato e de boa
aparência (já que bom e bonito referem-se a conceitos subjetivos).

Fonema e letra
Fonema é a unidade mínima da fala que exerce a função de distinguir
significado entre palavras.

Por exemplo, numa seqüência de palavras como lata, mata, nata, os


fonemas (l), (m) e (n) permitem distinguir o significado de cada palavra. A
letra é a grafia do fonema. O (k) é um fonema que pode ser escrito c (casa),
q (quilo). É fácil cometer erros de escrita porque há fonemas que podem ser
grafados de formas diferentes.

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32 AA237-05
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Veja a seguir exemplos de fonemas e letras:

Fonema (j) grafia: (j) jiló


(g) gelo
Fonema (s) grafias: (s) sala
(c) cego
(x) auxílio
(sc) nasce
(ç) caça
(ss) tosse
Fonema (z) grafias: (z) zebra
(s) casa
(x) exame, etc.

Não há lógica nessas variações. Por isso é preciso consultar sempre o


dicionário. É muito comum encontrar erros em textos como: paralizar
(paralisar), excessão (exceção), vasio (vazio), espectativa (expectativa),
masso (maço), etc.

Funções da língua
Roman Jakobson (1989) distingue, com base no esquema da comunicação,
seis funções da língua:
• função emotiva ou expressiva............. emissor ou destinador;
• função fática........................................ canal de comunicação;
• função metalingüística........................ código;
• função poética..................................... mensagem;
• função apelativa.................................. receptor ou destinatário;
• função referencial................................ referente.

Identifica-se uma função da língua em texto escrito pela ênfase dada ao


emissor, ao receptor, à mensagem, ao código ou ao canal de comunicação.
Dificilmente, entretanto, um texto é escrito numa única função da língua.
Comumente, duas ou mais funções estão presentes.

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Manual de elaboração de material didático impresso

Esquema de comunicação.

Exemplo de uso da língua em cada uma das seis funções:


• função referencial – O galo cantou no terreiro.
• função emotiva ou expressiva – O canto do galo lembra minha infância.
• função apelativa – Solte o galo no terreiro.
• função poética – “Um galo sozinho não tece o amanhã”... (João Cabral
de Melo Neto).
• função fática – Alô! Tudo bem?
• função metalingüística – Galo é uma ave, bípede, tem uma crista na
cabeça, o corpo coberto de penas, bico.

Um texto com informações técnicas, tecnológicas ou científicas deve ser


escrito na função referencial; no caso de conceituações, na função
metalingüística. Se o texto contiver instruções, usa-se a língua na função
apelativa com verbos na forma imperativa: faça, torça, gire, etc.

Impropriedade
Na maioria das vezes, existe uma única palavra para expressar com exatidão
o que se deseja dizer. Por isso deve-se ter cuidado com sinônimos.

Deve-se escrever, por exemplo:


O lubrificante de silicone possui alta resistência à oxidação porém seu custo
é elevado.

E não:
O lubrificante de silicone possui maior resistência à oxidação porém seu

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Manual de elaboração de material didático impresso

preço é elevado.

Indefinidos
Não use pronomes indefinidos (muito, pouco, vários, alguns) na redação de
texto didático. Procure sempre determinar o número exato.

Exemplo:
A operação de afinagem exige 15 minutos (e não pouco tempo) para ser
realizada.

Informação
Entende-se, comumente, por informação, a mensagem contida num texto. No ensino, o nível de
informação de um
Na Teoria da Informação, este termo tem um sentido mais preciso: medida texto escrito vai
depender do nível de
da redução de incerteza num conhecimento apresentado. Quanto mais uma conhecimento do
leitor. Isto constitui
mensagem for previsível, menos informação ela contém e vice-versa. uma das causas da
preocupação em
dosar o conteúdo e
desenvolvê-lo numa
Por exemplo na frase: seqüência gradativa
de dificuldades.
A casa é um lugar em que se mora – a mensagem tem pouquíssima ou
nenhuma informação porque é muito previsível.

Ao contrário, a frase:
A casa é moradia do botão – apresenta alta taxa de informação porque não é
previsível.

Num texto em que se pretende informar devem-se apresentar assuntos que


o leitor desconhece, em que ele aprenda alguma coisa ou que amplie seus
conhecimentos. Caso contrário o texto é vazio e desnecessário.

Exemplo de um texto vazio:


O sistema de controle de qualidade vai depender do interesse da própria
empresa. A mensagem contém informação zero.

Exemplo de um texto informativo:


Canelê é um tipo de ligamento de fios, usado em tecelagem.

Inteligibilidade
As características de um texto inteligível consistem numa linguagem clara,
concisa, precisa, simples, adequada à clientela-alvo. Além disso, a

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Manual de elaboração de material didático impresso

inteligibilidade requer estruturação dos elementos visuais em que partes e


subpartes do texto se apresentem com clareza. Assim, tanto o verbal escrito
como o não-verbal devem estar bem integrados entre si.

Intertextualidade
Segundo Robert Jauss (1977), precursor da “Estética da recepção”, não
existe um texto puro. Um texto apresenta sempre informações contidas em
outros textos. Este aspecto tem relação com o leitor. Ele compreende melhor
um texto quando lê informações ligadas a suas experiências prévias.

Quem escreve, portanto, tem mais oportunidade de êxito na comunicação


escrita quanto mais ele relacionar suas informações às existentes em textos
já conhecidos e que abordam assuntos afins. Mas convém lembrar que os
textos devem informar e não rever assuntos simplesmente. V. informação.

Suponhamos que um autor esteja escrevendo sobre tecelagem. Já escreveu


um fascículo referente a teares comuns. Agora vai descrever, num fascículo
subseqüente, um tear de felpa.

Valendo-se da intertextualidade, o autor pode conceituar este tear na


seguinte forma:
O tear de felpa destina-se a tecido felpudo. Tem as mesmas características
dos teares comuns. Ele é acrescido apenas de alguns dispositivos para a
formação dos anéis.

Deste modo, não foi necessário reescrever as características do tear, já


apresentadas em fascículo anterior.

Ao escrever um texto técnico para um serralheiro é desnecessário descrever


serra, lima, morsa, broca, martelo, etc. Porque o serralheiro já conhece
essas ferramentas e já dispõe de textos suficientes a respeito para cruzá-los
com outras informações textuais.

Leitor
A caracterização do leitor é importante para quem escreve texto a ser usado

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Manual de elaboração de material didático impresso

Ao escrever um texto
em situação de ensino. usa-se a língua
escrita. Se o texto
escrito contiver
ilustração – desenhos,
O conceito de bom leitor é relativo porque depende de vários aspectos: tabelas, gráficos
pode-se classificá-lo
• características do leitor: experiências prévias, interesses, tipo de como um material de
linguagem. Caso
raciocínio, capacidade de concentração, entre outras; contrário é um
material de língua
• características do texto: nível de linguagem, clareza, concisão, coerência escrita.
lógica, precisão, coesão, forma de apresentação.

Avalia-se um leitor, portanto, considerando-se o trinômio autor/texto/leitor,


que no circuito da comunicação corresponde a emissor/mensagem/receptor.

Linguagem e língua
É comum usar estes termos como sinônimos. Isto é um erro do ponto de
vista da Lingüística. Linguagem compreende todos os meios verbais e não
verbais – desenho, cores, música, dança, pintura, etc. – de que o homem se
vale para se comunicar e expressar. A língua é um desses meios. É verbal
porque se concretiza na fala e na escrita.

Lugar-comum
Sinônimo de chavão e clichê. Se o inusitado dá leveza ao texto e atrai o
leitor, o uso de lugares-comuns deve ser evitado.

Exemplo:
Não se deve fazer um cavalo de batalha para fechar o texto com chave de
ouro. V. metáfora.

Metáfora
Consiste na associação das características de uma palavra a outra palavra, a
partir de uma analogia de caráter subjetivo. É recomendável evitar
dois tipos de metáfora
– clichê e sinestesia –
na redação de texto
Exemplos: coração de pedra, olhar bovino. didático.

Há duas variedades de metáfora – clichê e sinestesia – que devem ser


evitadas.

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Manual de elaboração de material didático impresso

Exemplo de clichê:
A liberdade de ação consiste, no bom significado do seu termo, na força
impulsiva das atividades do círculo de controle de qualidade.

Retirando os clichês:
As atividades do círculo de controle se tornam consistentes quando os
participantes têm liberdade de ação.

Exemplo de sinestesia:
As fagulhas da usinagem têm cheiro de cola. Observe-se que as fagulhas
são vistas (percepção visual) e cheiro decorre da percepção olfativa.

Modismo
O modismo é o lugar-comum intensificado especialmente pelos meios de
comunicação. Deve ser evitado para não prender o texto didático a um tipo
de linguagem que varia com as circunstâncias.

Níveis de linguagem
De acordo com a circunstância, a pessoa usa um nível próprio de linguagem:
• o formal – usado em situações que exigem formalidade como numa
solenidade, numa entrevista em que se candidata a um emprego, por
exemplo;
• o informal ou descontraído – usado em situações como as do meio
familiar, de um jogo com os amigos, etc.

No nível de linguagem formal a pessoa usa uma linguagem mais elaborada,


relacionada com a norma padrão.

Já no nível informal, a linguagem é coloquial. O falante sempre tende a


adequar seu nível de linguagem às diversas situações do dia-a-dia: em
família, no trabalho, em acontecimento social, etc. Mas a escrita não
comporta um nível de linguagem excessivamente coloquial; a linguagem
tende mais para a formalidade.

Um material didático, no entanto, pode ser escrito num nível de linguagem

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Manual de elaboração de material didático impresso

adequado ao público-alvo e à modalidade de ensino. Mas, devem-se evitar,


por exemplo, as expressões:
Prezado amigo, Querido aluno, etc., numa introdução. E evitar, no texto, por
exemplo, enunciados do tipo:
Você precisa suar para aprender a limar.
Com um pouco de jeitinho, você consegue ajustar a peça na morsa.
Conforme você viu, não há mistério algum na ajustagem. O negócio é saber
os macetes, certo?

Palavra aportuguesada
Empregam-se, no texto didático, palavras aportuguesadas que já constam
dos dicionários: recorde e não record; náilon e não nylon; leiaute e não
layout.

Palavra estrangeira
Deve-se evitar o uso de palavra estrangeira no texto didático a não ser quem
seja absolutamente indispensável.

Exemplo:
Desempenho e não performance. No caso de usá-la, lembre-se de explicar
sempre o seu significado.

Palavra inexistente
Não invente palavras. Antes de usá-las, certifique-se de que elas existem.
Parceirização, adesivação, descupinização, pretensiosidade, entre outras,
não constam em nenhum dicionário da língua portuguesa.

Paralelismo gramatical
Significa coordenar elementos do mesmo tipo dentro da frase. A falta desse
paralelismo compõe frases sem fluência.

Exemplo:
O aço fundido é facilmente trabalhado por ser resistente e porque é tenaz.

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Manual de elaboração de material didático impresso

Observe:
O aço fundido é facilmente trabalhado não só por ser resistente mas também
por ser tenaz.

Ou:
O aço fundido é facilmente trabalhado não só porque é resistente mas
também porque é tenaz.

Polissemia
Uma palavra pode ter vários significados. A esta ocorrência se dá o nome de
polissemia.

Exemplo:
Contar uma piada.
Contar laranjas na feira.
Contar com a ajuda de alguém.

Devem-se evitar palavras polissêmicas num texto, sempre que elas


prejudicarem a compreensão.

Ao escrever, por exemplo:


Talhadeira é a chave para a dificuldade do corte da chapa fina, o leitor pode
entender que talhadeira é chave.

Convém portanto, mudar o texto:


Corta-se chapa fina com talhadeira.

Pontuação/entonação
A comunicação oral dispõe de diversos recursos além da fala, para se
concretizar:
• gestos;
• expressão do olhar;
• expressão corporal;
• entonação na própria fala.

Já a escrita, um sistema de representação da fala, dispõe de poucos


recursos, especialmente a pontuação.

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Manual de elaboração de material didático impresso

Exercícios de entonação auxiliam a leitura e a aprendizagem do uso da


pontuação.

Uma frase como A marquesa chegou às seis horas pode ser enunciada com
diversas entonações que podem ser aproveitadas para a aprendizagem da
pontuação e, conseqüentemente da leitura expressiva:
A marquesa chegou. Às seis horas!
A marquesa? Chegou às seis horas.
A marquesa chegou? Às seis horas?
A marquesa chegou... Às seis horas!
A marquesa chegou às seis horas...
A marquesa chegou às seis horas?
A marquesa! Chegou. Às seis horas!

Precisão
A redação de um texto técnico requer o uso da língua na função referencial
(v. funções da língua) e o uso preciso das palavras. Devem ser evitados
termos de gíria, termos populares dados a termos técnicos e excesso de
sinônimos.

Exemplo de um texto que peca por falta de precisão:


O emprego das palavras que designam os objetos culturais em questão – o
livro e a televisão – e os atos relacionados a esses objetos operam uma
redivisão da população participante da pesquisa.

Reescrevendo o texto com precisão:


As referências feitas ao livro e à televisão e a atitude do leitor e do
espectador frente a esses objetos impõem uma redivisão da população
pesquisada.

Outro exemplo de imprecisão:


O desgaste físico do equipamento fica caracterizado por uma menor
produtividade, exigência de maiores interrupções para reparos e maiores
custos de manutenção.

Corrigindo:
Um equipamento com desgaste físico produz menos, exige mais
interrupções para reparos e eleva custos de manutenção.

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Manual de elaboração de material didático impresso

Redação
Segundo Calkins (1990), o ato de redigir passa por quatro etapas: ensaio,
esboço, revisão, edição.

O ensaio consiste na definição do tema, das idéias principais. É mais uma


operação mental.

O esboço é a escrita propriamente dita, em caráter de rascunho.

Feito o rascunho, passa-se à revisão. Elimina-se o que é supérfluo,


reescrevem-se frases, corrige-se a pontuação, etc., de modo a tornar o texto
claro, preciso, conciso, simples, objetivo.

Suponha-se que um rascunho apresente parte de um texto nesta forma:


Como chapas finas, entendem-se as placas metálicas, tais como: chapa
preta, chapa de cobre, chapa de latão, chapa de ferro e de silício e muitas
outras, cuja a espessura não exceda a 1/8".

Fazendo a revisão:
Chapas finas são placas metálicas com espessura de até 1/8’’. Por exemplo:
chapa preta, chapa de cobre, latão, ferro, silício.

Outro exemplo de rascunho:


Embora não seja freqüente o serralheiro ter que dobrar chapas, surgem
ocasiões de emergência em que há necessidade de se executar essa
operação.

Texto revisto:
Embora não seja freqüente, o serralheiro pode se defrontar com a
necessidade de dobrar chapas.

Revê-se um rascunho quantas vezes for necessário.

Exemplo:
Primeiro rascunho – A leitura se realiza e se enuncia de forma individual.
Isso ocorre devido às práticas cotidianas que lhe são associadas, mas,

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principalmente, devido à idéia de enriquecimento pessoal.

Revisão e segundo rascunho – A leitura é um ato individual. A pessoa que lê


associa à leitura suas experiências do dia-a-dia e, ao mesmo tempo,
enriquece suas idéias.

Revisão e terceiro rascunho – A leitura é um ato individual. O leitor associa


suas experiências ao que lê e enriquece suas idéias.

E assim, sucessivamente. Um texto sempre pode ser melhorado.

A edição é o acabamento do texto em arte final: diagramado, digitado ou


datilografado; capa, título, ficha de créditos, etc. V. edição e editoração de
texto, em Editoração.

Resenha
É um texto informativo sobre situações reais (reunião, jogo esportivo, fato Uma resenha deve
ser precisa e fiel ao
social, etc.) ou sobre textos (romance, filme, revista, artigo, etc.). A resenha objeto da descrição.
Fazer resenhas de
é, geralmente, uma descrição breve. fontes bibliográficas
facilita a preparação
do elaborador para
redigir qualquer
Exemplo de resenha de um artigo: material, didático ou
não.
Linguagem
O autor conceitua linguagem segundo a teoria de Charles S. Peirce,
salientando, a importância da língua como meio de comunicação e situando,
no mesmo nível de importância, a possibilidade comunicativa dos meios não-
verbais.

As resenhas podem ser feitas em fichas contendo, inclusive, a indicação


bibliográfica completa. As fichas podem ser arquivadas em ordem alfabética.

Resumo
Um resumo deve apresentar com fidelidade idéias ou fatos essenciais de um
texto, mantendo-se sua estrutura.

Pode-se fazer um resumo procedendo da seguinte forma:


• ler o texto duas ou três vezes;
• identificar o gênero: descrição, narração, dissertação;
• anotar a idéia central;

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• anotar as idéias principais relacionadas à idéia central;


• anotar idéias secundárias;
• redigir o resumo.

Assim como a resenha, um acervo de resumos facilita bastante a redação de


textos.

Ruído e redundância
Ruído é tudo o que afeta a transmissão da mensagem. Ele pode ocorrer no Na escrita, nem
sempre convém
canal de comunicação, no emissor ou receptor, na mensagem ou no código. manter redundâncias.
Elas devem ser
Para evitar ruído, comumente recorre-se à redundância. empregadas apenas
no caso de se
evitarem
ambigüidades.
Exemplo de redundância necessária:
A vítima disse que o ladrão foi preso em sua casa (na casa dele, ou, na casa
da vítima).

Exemplo de redundância desnecessária:


(Nós) pegamos..., Há dez anos (atrás), assinar (o nome).

Signo lingüístico
Combinação de um conceito com uma imagem sonora, que são o significado
e o significante. O signo casa, por exemplo, é um enunciado numa seqüência
de sons (significantes) juntamente com uma idéia, um conceito de moradia
(significado).

É comum o termo palavra em vez de signo lingüístico.

O elaborador deve estar atento ao uso de certos signos porque, com o


tempo, passa-se a usar significantes com significados distorcidos:
O livro foi legal.
O elemento foi preso em flagrante.
Incentivos são alavancas da produção.

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Termo técnico
Cada área do conhecimento tem uma terminologia específica que deve ser Um texto com
informação técnica,
respeitada. Na prática, é comum o uso de termos técnicos fora do seu tecnológica ou
científica deve conter
contexto e, às vezes, substituindo esses termos por sinônimos de criação termos precisos e
claramente
popular. conceituados.

Por exemplo:
Pé-de-cabra como alavanca, sargento como grampo de carpinteiro, cálibre
como paquímetro, brucutu como escavadeira, bulim como punção de bico,
etc.

No caso de ser mais comum um sinônimo de criação popular, usa-se o termo


técnico e o sinônimo entre parênteses.

Exemplo:
O grampo de carpinteiro (sargento) é uma ferramenta manual usada para
fixar peças de grande dimensão.

Vocabulário
Numa comunicação oral, o próprio contexto da situação em que se fala Apesar de a concisão
ser um dos critérios
contribui para a economia do vocabulário: não é necessário identificar o da redação, o texto
escrito é sempre
local, a hora, a data, o ambiente e os elementos que estão no circuito da menos econômico que
o texto falado porque
comunicação. para tornar claras e
precisas as
mensagens escritas é
necessário um
Já na comunicação escrita, o emissor precisa fazer referências precisas vocabulário mais
amplo.
sobre o contexto da situação. A língua escrita é, portanto, menos econômica
que a oral; o vocabulário é mais extenso e preciso.

O desafio para um autor consiste no equilíbrio entre a quantidade do


vocabulário usado e a concisão, sem perder de vista a clareza, a precisão e
a simplicidade da linguagem. Isto exige várias reescrituras de um rascunho,
precedidas de várias revisões.

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E ditoração

A editoração, baseada em parâmetros definidos no planejamento editorial,


dará forma gráfica ao material que será impresso.

Neste capítulo, verbetes apresentam termos da área e procedimentos básicos


para a adequada editoração de um material didático.

São apresentadas dicas da estrutura física de uma publicação impressa e


regras para a normalização do texto.

Orientações do uso adequado dos elementos gráficos são também propostas


neste capítulo.

Abreviatura
Forma de escrever uma palavra, suprimindo as letras finais e substituindo-as Abrevie as palavras
sempre do mesmo
por um ponto (.). Nas publicações em que é grande a quantidade de modo no texto, para
evitar ambigüidades.
abreviaturas, costuma aparecer uma lista delas no começo ou no final da
obra. V. lista de abreviaturas, em Questões gramaticais.

Acabamento
Fase final da confecção de uma publicação, como alcear, colar, costurar
folhas impressas, colocar capas, grampear, espiralar, etc.

Advertência
Observação que aparece nas primeiras páginas da obra, cuja função é
chamar a atenção do leitor para algum ponto importante que esclareça a
leitura.

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Agradecimento
Reconhecimento público do autor a pessoas e/ou instituições que O agradecimento
pode vir incorporado
contribuíram para a realização da obra. Elemento pré-textual, o na apresentação.

agradecimento aparece depois da dedicatória.

Alceamento
Trabalho que consiste em agrupar ordenadamente folhas de um impresso.

Alinhamento
Modo como as linhas se apresentam na página. É possível fazer o
alinhamento à esquerda, à direita, à esquerda e à direita simultaneamente
(justificado) ou centralizado:
• O alinhamento à esquerda facilita a legibilidade.
• O alinhamento à direita em grande massa de texto faz com que o leitor
tenha dificuldade em achar, rapidamente, o começo da linha seguinte.
• Com o alinhamento justificado e hifenizado é possível concentrar maior
número de palavras em uma página.
• O alinhamento centralizado deve ser usado em pequena massa de texto
para não dificultar a leitura.

Anexo e apêndice
Matéria relevante (tabelas, gráficos, figuras, notas explicativas longas, etc.) O anexo pode ter
numeração própria,
acrescida a uma obra para esclarecer ou complementar o assunto. É anexo, diferente da
paginação contínua
quando extraída de outro autor. É apêndice, quando elaborada pelo próprio do texto.
Na publicação, o
autor da obra. Entram na obra depois do texto e antes das referências apêndice deve figurar
depois do anexo.
bibliográficas e do índice.

Apostila
Publicação didática para uso restrito aos alunos de um curso. É formada por
capas, créditos, sumário, introdução, bibliografia e glossário.

Apresentação
Considerações sobre a obra (agradecimentos, importância do tema, contexto
em que se situa a publicação) e que não entram no mérito do conteúdo.
Chama-se também prefácio e localiza-se antes do sumário. V. introdução.

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Arte-final
Conjunto de páginas compostas, diagramadas e peistapadas, prontas para Antes de ser
encaminhada à
serem encaminhadas à reprodução. reprodução, a arte-
final deve ser
cuidadosamente
revisada.
Autor
Responsável pela criação do todo ou parte de uma obra. Quando uma
publicação tem mais de um autor, a posição dos nomes indica o grau de
autoria. Para indicar que todos tiveram a mesma participação, usa-se a
ordem alfabética.

Bibliografia
Lista de livros, revistas e outras obras recomendados pelo autor para leitura Para facilitar a
consulta, a
ou consulta do leitor. Constitui-se basicamente de três elementos: autor, bibliografia deve vir
em ordem alfabética.
obra e imprenta. A bibliografia pode aparecer tanto ao término dos capítulos Veja a referências
bibliográficas deste
como no final da obra. Sua forma de apresentação é a mesma da referência manual.
bibliográfica.

Boneco
Protótipo da publicação. Com o auxílio do boneco é possível ter uma idéia de
como ficará a obra impressa: formato, tipologia, capas, número de páginas,
lombada, etc. Este boneco servirá de parâmetro a quem elabora o conteúdo,
normaliza o texto, diagrama, produz as artes-finais, etc.

Branco
Área vazia na mancha gráfica, ou seja, área sem impressão. Serve para
enquadrar, dividir, arejar massas de texto e agrupar elementos gráficos e
textuais. Cria contrastes, chama a atenção e estabelece pontos de descanso
para o leitor. Pode aparecer entre as letras, entre as linhas (branco
interlinear) e nas margens (branco marginal).

Bullet
Recurso gráfico (•, ►, ■, ♦) usado para destacar elementos de uma lista.

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Cabeçalho
Informação que aparece no alto das páginas e consiste numa linha de
identificação (autor, título do capítulo, título da obra, assunto, etc.). Serve
para facilitar a leitura, permitindo a localização rápida de um capítulo ou de
um tópico na obra. É chamado também de cabeça ou cabeço.

Caixa alta/caixa baixa


Terminologia editorial e gráfica usada para designar, respectivamente,
caracteres MAIÚSCULOS e minúsculos.

Capa
Proteção externa de um impresso (livro, apostila, folheto, revista), formada
pela:
• primeira capa – nome do autor, título da obra e editora;
• segunda e terceira capas – geralmente sem impressão;
• quarta capa – sem impressão ou com texto divulgativo da obra ou dados
sobre o autor.

Capitular
Letra inicial que se destaca pelo tamanho superior ao restante do texto,
podendo ser posicionada livremente. E ste texto começa
com capitular.

Capítulo
Seção primária ou as principais divisões de uma obra. O capítulo pode ou
não ter título. Em material didático, recomendam-se capítulos com títulos
para facilitar a leitura.

Caractere
Qualquer sinal usado na escrita manual, mecânica, eletrônica, etc. (letra,
número, sinais de pontuação, símbolos, etc.) e que forma as diversas fontes
para a composição de textos.

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Podem-se classificar os caracteres quanto:


• à inclinação – normal ou itálico;
• à largura – largo ou estreito;
• à tonalidade – negrito ou claro;
• ao uso ortográfico – CAIXA ALTA e caixa baixa.

Chamada
Recurso usado no texto para situar uma palavra ou um conceito que requer
explicação, sob a forma de nota de rodapé ou, ainda, para indicar uma
referência bibliográfica. O sinal empregado na chamada (asterisco,
algarismo, letra ou outro qualquer) repete-se de forma idêntica no início da
nota de rodapé ou da referência.

Citação
Inserção, no texto, de palavra, frase, trecho ou informação extraída de obras
de outros autores. A citação pode ser textual ou conceitual. As fontes de
onde são tiradas as citações devem ser identificadas no texto, em notas de
rodapé ou no final de capítulos.

Citação conceitual
Denominada também de citação livre, é a reprodução fiel, mas com outras
palavras, de idéias e conteúdo de um autor.

Duas maneiras de fazer citação conceitual:


• Segundo Targino (1986), é possível usar num mesmo texto citações
textuais e conceituais.
• É possível usar num mesmo texto citações textuais e conceituais
(TARGINO, 1986).

Citação textual
Transcrição literal, entre aspas, das palavras de outro autor, ou seja, cópia,
palavra por palavra, de frases ou trechos de uma obra. Numa citação que
engloba mais de um parágrafo, podem-se colocar aspas no início de cada
parágrafo, que são fechadas apenas no final da transcrição.

O sinal...(reticências) no início da citação indica supressão de parte do texto


original.

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O sinal (...) (reticências entre parênteses) indica supressão de parte do texto


da citação textual.

O uso de [ ] (colchetes) indica inserções de texto no texto original.

Colofão
Último elemento impresso do miolo de um livro, localizado no anverso da
última página, que contém os dados da casa impressora e a data de término
da impressão.

Copirraite
Direito exclusivo de reprodução de uma obra, que não pode ser publicada,
na parte ou no todo, sem prévio consentimento do detentor do copirraite.
Simbolizado por ©, o copirraite deve constar na parte superior do verso da
folha de rosto.

Corpo
Tamanho dos caracteres gráficos. Cada família de tipos tem vários tamanhos
de corpos. Por exemplo, o corpo usado no texto desse manual é corpo onze.

Crédito
Referência aos nomes dos participantes na elaboração e confecção da obra
(autor, ilustrador, planejador visual, diagramador, editorador-de-texto, etc.).
Na publicação, pode aparecer em forma de lista no verso da folha de rosto
ou, na falta desta, na segunda capa.

Dedicatória
Texto, geralmente breve e afetivo, em que o autor oferece a obra que
escreveu. Elemento pré-textual, normalmente a dedicatória figura em página
ímpar, depois da página de rosto.

Destaque
Recurso para ressaltar palavras ou partes importantes de um texto. Consiste O uso indiscriminado
de destaque
em usar brancos marginais e interlineares, recuos, bullets, fios, caixa alta, prejudica a leitura do
texto.
caixa baixa, estilos e corpos diferentes, etc.

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Diagramação
Planejamento e distribuição de títulos, textos, ilustrações, tabelas, quadros,
etc. numa página.

Direitos autorais
Conjunto de leis que protege uma obra como propriedade literária e regula as
transações comerciais estabelecidas entre autor e editora.

Edição
Produto (livro, apostila, fascículo, etc.) pronto para ser oferecido ao público.
Esgotada, a obra pode ser reimpressa ou reeditada. É reedição, quando o
texto e a apresentação gráfica sofrem mudanças. Quando nada é alterado na
primeira edição, é reimpressão. O número da edição ou da impressão deve
aparecer na folha de rosto, ou no seu verso, ou na segunda capa.

Indicam-se a impressão ou edição na obra, a partir da 2a impressão ou


edição:
• 2. imp. = segunda impressão;
• 2. ed. = segunda edição;
• 2. ed. rev. = segunda edição revisada;
• 2. ed. rev. aum. = segunda edição revisada e aumentada.

Editoração
A editoração de um
Trabalho que consiste em dar forma gráfica a um original, baseado em um material didático deve
ser definida e
projeto gráfico. detalhada juntamente
com o planejamento
geral.

Editoração eletrônica
Processo de produção editorial por meio de microcomputadores e programas
de aplicação (processadores de texto e de imagens).

Editoração-de-texto
Preparação-de-texto que consta de duas operações básicas:
• A normalização textual assegura a correção gramatical, a coerência, a
clareza e a objetividade do texto. Assegura também a adequação de
linguagem e padronização de títulos, ilustrações, destaques, tabelas.

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• A normalização técnica, por sua vez, visa adequar o original a normas


de documentação impressa (citação, referência bibliográfica, bibliografia,
etc.).

Elementos extra-textuais
Partes de uma publicação formada pela:
• sobrecapa;
• capa;
• folha de guarda;
• orelha.

Com exceção da capa, os outros elementos são opcionais ou condicionados


à necessidade da publicação.

Elementos pós-textuais
Partes de uma publicação que entram depois do texto, como:
• apêndice e anexo;
• glossário;
• referência bibliográfica;
• bibliografia;
• índice;
• colofão.

Com exceção da referência bibliográfica, os demais elementos são opcionais


ou condicionados à necessidade da publicação.

Elementos pré-textuais
Partes de uma publicação que entram antes do texto: No caso de livro, a
folha de rosto e a
• falsa folha de rosto; falsa folha de rosto
são elementos
• folha de rosto; essenciais.

• errata;
• dedicatória;
• agradecimento;
• apresentação;
• sumário;
• lista de tabelas, de ilustrações, de abreviaturas, de siglas, de símbolos.

Com exceção do sumário, os outros elementos são opcionais ou

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condicionados à necessidade da publicação.

Endentação
Brancos usados para destacar itens ou textos e equilibrar a massa de texto Os verbetes acima
mostram
numa página. Serve também para criar áreas de descanso durante a leitura. endentações com
bullets e recuos de
parágrafos.

Errata
Lista de erros tipográficos ou conceituais, encontrados no livro depois da
impressão, com as respectivas correções e remissão a páginas e linhas em
que aparecem. É acrescida à obra depois de impressa.

Falsa folha de rosto


Folha que antecede a folha de rosto, contendo apenas o título da obra. Diz-
se também ante-rosto. V. livro.

Fascículo
Parte de uma publicação editada a intervalos regulares. Os fascículos de
uma mesma publicação podem ser reunidos e constituir um volume.

Ficha catalográfica
Resumo de identificação de uma obra registrada na Câmara Brasileira do Normalmente as
fichas catalográficas
Livro (CBL), de São Paulo, ou no Sindicato Nacional dos Editores de Livros das publicações
didáticas do Senai
(SNEL), do Rio de Janeiro. têm sido elaboradas
no Núcleo de
Documentação de
Recursos Didáticos
Folha de rosto (Biblioteca).
Folha que antecede o sumário e apresenta os elementos essenciais para a
identificação de uma obra:
• autor;
• título;
• editora;
• lugar de publicação;
• ano.

No seu verso geralmente aparecem copirraite, edição ou impressão,


créditos, nome e endereço da editora.

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Fólio
Número que indica a ordem das páginas. Pode aparecer alinhado à direita, à
esquerda ou centralizado, na cabeça ou ao pé da página de publicação.

Fonte
Família de tipos que apresentam sempre o mesmo desenho, a mesma forma
básica, variando apenas de corpo e de estilos (normal, itálico, negrito,
expandido, etc.)

Famílias de tipos.

Fotolito
Acetato (película, filme transparente) usado para reproduzir artes-finais
visando à reprodução em larga escala.

Gabarito
Consiste numa folha em que as áreas dos componentes gráficos e textuais O gabarito é
conhecido também
estão previamente delimitadas (formato, tamanho de mancha gráfica, como diagrama,
página padrão,
margens, fólios, espaços para ilustrações, etc.). Trabalho executado pelo malha, grid, página
básica ou mestre.
diagramador.

Glossário
Lista de termos técnicos ou científicos, com seus respectivos significados,
inserida no final da publicação. O glossário é apresentado em ordem
alfabética, depois do apêndice ou anexo e antes da referência bibliográfica.

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Ilustração
Qualquer representação gráfica, como desenho, fotografia, vinheta,
fluxograma, gráfico, mapa, excetuando-se quadros e tabelas. Cada ilustração
deve ser numerada (quando for mais de uma), titulada, legendada e inserida
no texto, próxima ao trecho que ilustra, possivelmente limitada a uma única
página.

Imprenta
Informações sobre local da impressão de uma obra, editora e data,
normalmente impressas ao pé da folha de rosto.

Índice
Lista de assuntos tratados na obra, em ordem alfabética, e com a indicação
das páginas em que se encontram na publicação. É parte opcional de uma
obra. Cf. sumário.

Intertítulo
Cada um dos títulos que subdivide um texto. Os intertítulos podem ser
primários, secundários ou terciários. Por meio de diferentes corpos,
assinalam para o leitor as seções e tópicos principais e suas subdivisões no
texto.

Introdução
Considerações sobre a obra, situando-a na sua área de conhecimento e A introdução faz
parte do texto da
entrando no mérito de seu conteúdo. Consiste na formulação simples, clara obra.

e sintética do assunto tratado, da sua importância e atualidade. V.


apresentação.

Lauda
Folha pautada, com cerca de vinte a trinta linhas de setenta toques cada
uma, espaço duplo de máquina, utilizada na apresentação de originais. Essa
padronização varia de empresa para empresa e visa facilitar a diagramação.

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Legenda
Texto curto que identifica ou explica uma ilustração, quadro ou tabela e liga As legendas
sintetizam
estes elementos ao texto a que se refere. informações e são as
partes mais lidas de
uma publicação.

Lista de abreviaturas
Relação das abreviaturas (siglas, símbolos, medidas) empregadas numa
obra, em ordem alfabética e seguidas das palavras correspondentes, escritas
por extenso. Elemento pré-textual, deve aparecer em página própria antes do
sumário. V. lista de abreviaturas, em Questões gramaticais.

Lista de ilustrações
Relação das ilustrações na ordem em que aparecem no texto. Esta relação
só se justifica quando a quantidade de ilustrações ultrapassa a dez.
Elemento pré-textual, deve aparecer em página própria antes do sumário.

Lista de tabelas
Relação das tabelas na ordem em que aparecem no texto. Elemento pré-
textual, deve aparecer em página própria antes do sumário.

Livro
Publicação não periódica que reúne num só volume 49 ou mais páginas, Os elementos
essenciais de um
sem as capas. O livro compõe-se de uma parte física e de uma parte textual. livro são:
capa,
falsa folha de rosto,
folha de rosto,
A parte física consta de: sumário e
texto.
• sobrecapa; Os demais elementos
são opcionais ou
• orelhas; condicionados à
necessidade da
• capas; publicação.
• lombada;
• miolo.

A parte textual consta de:


• falsa folha de rosto;
• folha de rosto;
• errata;
• dedicatória;
• apresentação;
• lista de ilustrações;
• lista de abreviaturas;

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• lista de tabelas;
• sumário;
• texto;
• nota;
• apêndice;
• anexo;
• glossário;
• referência bibliográfica;
• bibliografia;
• índice;
• colofão.

Logotipo
Marca que identifica uma instituição ou seus produtos/serviços. A figura
abaixo mostra os logotipos ou assinaturas do Sistema FIESP/CIESP.

Logotipos ou assinaturas do Sistema FIESP/CIESP.

Lombada
Conhecida como dorso ou lombo da capa ou da sobrecapa, é a parte
posterior de uma publicação. Na lombada devem constar o nome do autor, o
título da obra, logotipo da editora, ano de publicação, número do volume,
sempre que possível grafados horizontalmente ou, no caso de lombadas
finas, de baixo para cima.

Mancha gráfica
Espaço de página a ser utilizado pela massa de texto e definido em função
de página.
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Manual
Livro de consulta, com instruções práticas ou técnicas sobre um produto,
uma arte, ciência ou disciplina.

Margem
Área da página que não pertence à mancha gráfica.

Miolo
Conjunto de páginas impressas e reunidas para formar uma publicação, sem
a capa.

Negrito
Caractere que se destaca pela tonalidade forte. Por ser mais carregado que
o caractere normal, é utilizado para destacar palavras no texto. Seu uso deve
ser feito sem excessos.

Normalização
Trabalho que consiste na padronização e uniformização do texto e da forma
de apresentação gráfica de uma publicação. No nível textual, a preocupação
é com a correção gramatical, concisão, clareza, objetividade, precisão
semântica e hierarquização dos conteúdos. No nível técnico, a atenção é
com o uso das normas para referência bibliográfica, bibliografia, citação, nota
de rodapé, quadro, tabela, etc.

Nota de rodapé
Informação adicional ao texto e que aparece ao pé da página. Pode ser Quando se usam
asteriscos, a segunda
explicativa (observações, remissão do leitor a outras partes do trabalho, e a terceira notas são
indicadas por ** e ***
etc.), ou bibliográfica. As notas de rodapé podem ser indicadas por respectivamente.

asteriscos (*) (quando não ultrapassa a três em cada página), por números
arábicos, contínuos da primeira à última página.

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Manual de elaboração de material didático impresso

Original
Material pronto para ser editorado. Este material pode ser um texto
manuscrito, datilografado, impresso ou em disquete, fotografia, desenho.

Características de um bom original:


• perfeita legibilidade;
• correção gramatical;
• numeração consecutiva das páginas;
• indicação das entradas de ilustrações, tituladas e numeradas
seqüencialmente.

Página
Cada uma das faces da página de uma publicação.

Peistape
Montagem de textos e ilustrações numa página. Esta montagem é feita com
o auxílio de gabarito onde estão indicadas as áreas para a massa de texto,
ilustração, quadro, tabela, etc.

Planejamento visual gráfico


Trabalho que consiste em combinar texto, ilustração, cor e espaço, a fim de
tornar a publicação legível e agradável.

Projeto gráfico
Estudo sobre a apresentação gráfica do material a ser publicado, que resulta
num boneco. Supõe a prévia escolha de formato, tipologias, sistema de
composição, cores, formas de acabamento, etc.

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Quadro
Configurações de sínteses, fechada nos quatro lados, não admitindo
acréscimo de informação. Os quadros devem ser numerados (se for mais de
um) e titulados.

Quadro - Qualidade e bom aspecto dos produtos.


Tipo de ensaio Resultados
resistência ao escoamento oferecida pelo
viscosidade
óleo
grau de variação da viscosidade do óleo em
índice de viscosidade
função das variações de temperatura
peso de um volume de óleo comparado com
densidade relativa
igual volume de água
temperatura mínima à qual pode inflamar o
ponto de fulgor
vapor de óleo
temperatura mínima em que se sustenta a
ponto de combustão
queima do óleo
temperatura mínima em que ocorre
ponto de mínima fluidez
escoamento do óleo por gravidade
resíduos sólidos que permanecem após a
resíduo de carvão
destilação destrutiva do óleo

Configuração de um quadro.

Referência bibliográfica
Fonte bibliográfica consultada, no todo ou na parte, e usada pelo autor para
escrever sua obra. Geralmente a referência bibliográfica aparece em ordem
alfabética, no final de cada capítulo ou da obra.

Exemplos de referências bibliográficas:


Livro:
ABPO & IMAM. Embalagem de papelão ondulado: manual de transporte,
movimentação e armazenamento de materiais. São Paulo, Senai-SP, 1993.
112 p.

ARAÚJO, Emanuel. A construção do livro. 2. ed. Rio de Janeiro, Nova


Fronteira, 1886. 676 p.

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Capítulo de livro:
COLLARO, A.C. Princípios de diagramação. In:---. Projeto gráfico: teoria e
prática da diagramação. São Paulo, Summus, 1987. p. 13-27.

Revista:
INFORMÁTICA EXAME. São Paulo, Abril, 1986. Mensal.

EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS. Rio de Janeiro, Centro Brasileiro de


Pesquisas Educacionais, 1956.

Artigo de revista:
BOSISIO JÚNIOR, A. Editoração: normalização e vernaculidade. Boletim
técnico SENAC, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 111-129, maio/ago. 1987.

Artigo de jornal:
MACHADO, P. C. Atendimento médico rural. O Estado de São Paulo, São
Paulo, 30 ago. 1971. Caderno B, p. 24.

Sumário
Enumeração de partes de capítulos e subcapítulos de uma obra, na ordem
de ocorrência no texto e com remissão de páginas. Normalmente aparece
antes da introdução. É parte essencial da obra. Cf. índice.

Tabela
Configuração de dados estatísticos. Na tabela é possível concentrar a Limite, quando
possível, as tabelas a
informação, economizar espaço e tempo. A tabela é aberta nos lados (o que uma única página.

permite fazer dedução, análise, cruzamentos e acréscimos de informações)


e fechada com fios acima e abaixo dos dados estruturados. As tabelas
devem ser numeradas (se for mais de uma) e tituladas.

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Tabela – Qualidade e o bom aspecto dos artigos.


Tensão 10%
Desempenho do motor
Acima do nominal Abaixo do nominal
corrente do motor aumenta de 10 a 12% diminui 10 a 12%
corrente de plena carga diminui 7% aumenta 11%
velocidade síncrona não altera não altera
escorregamento diminui 17% aumenta 23%
velocidade de plena carga aumenta 1% diminui 1,5%
rendimento aumenta 1% diminui 2%
fator de potência diminui 3% aumenta 1%
sobreaquecimento diminui 3ºC aumenta 6ºC
ruído magnético sem carga ligeiro aumento ligeira diminuição

Configuração de uma tabela.

Texto
Parte escrita em que se desenvolve o assunto da obra. Consta de três
elementos intimamente relacionados: introdução, corpo ou desenvolvimento
e conclusão. Deve entrar depois do sumário.

Tipologia
Conjunto de caracteres gráficos, utilizados numa publicação. A tipologia pode
ajudar ou atrapalhar
a leitura

Título
Palavra ou frase que indica resumidamente o assunto tratado e serve para
chamar a atenção do leitor para o texto. O tamanho do corpo e os espaços
entre títulos e o texto mostram a hierarquia dos assuntos na obra.

Evite:
• títulos com mais de três linhas;
• títulos centralizados com mais de duas linhas;
• títulos compridos em caixa alta.

Volume
Qualquer publicação impressa avulsa (completa em si) ou as unidades
físicas em que foi secionada uma obra de conteúdo extenso (enciclopédias,
dicionários).

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Q uestões gramaticais

Se há pedras no caminho de quem escreve, a Norma Gramatical é, sem


dúvida, uma delas. Inevitáveis são os tropeços: inter-relacionar tem mesmo
hífen? Há acento diferencial em pára (do verbo parar)? Precaver é defectivo?
Qual é a regência de implicar?

Este capítulo esclarece, sob a forma dos verbetes, essas e outras questões
gramaticais. Os verbetes, em ordem alfabética, não se demoram nas
explicações. São objetivos e respondem rapidamente a dúvidas.

Os assuntos referem-se, entre outros, a concordância verbal e nominal,


regência de verbos, vício de linguagem, conjugação de verbos irregulares e
defectivos, regras de acentuação e de uso da crase, flexão de nomes
compostos.

Dicas ao lado do texto enfatizam os pontos que mais causam confusão. Ao


mesmo tempo remetem o leitor para o verbete a fim de aprofundar o assunto.

Abreviaturas
V. lista de abreviaturas.

A algum lugar
Com os verbos de movimento (ir, voltar, chegar, levar) use a algum
lugar: Foi à escola. Voltou à oficina para pegar outras ferramentas.
Chegou à cidade tarde da noite. Levou os filhos ao cinema.

Com verbos que não são de movimento, use em algum lugar:

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Estava em casa. Ficou na escola o dia inteiro.

Acentuação
Em português, o acento tônico (sílaba mais forte) pode ocupar três posições,
recaindo na última sílaba (oxítona), na penúltima sílaba (paroxítona) ou na
antepenúltima sílaba (proparoxítona). O acento gráfico (sinal) sempre recai
na sílaba tônica mas nem sempre a sílaba tônica recebe acento gráfico. As
regras a seguir mostram em que situações usa-se o acento gráfico.

Oxítonas – acentuam-se todas as palavras oxítonas terminadas em:


• a (s) – má, jacá, guaraná, satanás, ajudá-lo;
• e (s) – invés, mês, você, fé, vendê-lo;
• o (s) – pôs, nós, vós, compô-lo,
• em – amém, retém, também, ninguém;
• ens – parabéns, vinténs;
• éu(s) – chapéu, véu, réu;
• éis – papéis, réis;
• i, u – (quando formam hiato com vogal anterior, seguidos ou não de s) –
país, baú.

Paroxítonas – acentuam-se
• todas as paroxítonas terminadas em: i(s), l, us, ão, n, ã, ps, r, x, um: lápis,
horrível, vênus, benção, hífen, imã, bíceps, revólver, tórax, álbum.
• os ditongos ói, éi: jóia, idéia.
• i e u quando formam hiato com vogal anterior e estão sozinhos na sílaba
ou acompanhados de s: raízes, saída, saúde, faísca, ruína, heroína,
balaústre. Exceção se faz quando a sílaba seguinte começar por nh:
rainha, tainha, bainha.
• As flexões verbais terminadas em êem, ôo: crêem, lêem, dêem, vêem (3ª
pessoa do plural), vôo, enjôo (1ª pessoa do singular).

Proparoxítonas – acentuam-se todas as proparoxítonas: bárbaro, lâmpada,


sânscrito, árvore, ônibus.

Algumas palavras mantiveram o acento diferencial: pára (verbo) e para


(preposição); pêlo (substantivo) e pélo (verbo) e pelo (preposição); pôr
(verbo) e por (preposição); pôde (pretérito perfeito do indicativo) e pode
(presente do indicativo); pêra (substantivo) e pera (preposição); pólo

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(substantivo) e polo (preposição).

Acerca de
Significa sobre, a respeito: O professor discorreu acerca de metais e suas
ligas. V. cerca de e há cerca de.

À custa de
E não às custas de: Conseguiu se formar à custa de muito esforço.

Adentro
Palavra invariável: noites adentro.

Afim/a fim de
Afim significa semelhante: Idéias afins.

Afim de significa com o objetivo de: O óleo cru é levado a um reservatório a


fim de separar por gravidade a água da areia.

Alguém
Use em frase afirmativas ou interrogativas: Alguém está lhe chamando. Há
alguém aí? V. ninguém.

Algum
Antes do substantivo, significa um certo, um qualquer: Toda redação supõe
algum conhecimento de gramática. Depois do substantivo e precedido de
negativa, algum significa nenhum: não possuía conhecimento algum de
gramática. V. nenhum.

Alternativa
Alter em latim significa outra, assim observe as construções das frases: Ele
não tinha outra saída (e não outra alternativa). Ele tinha uma única opção. (e
não uma única alternativa). Assinale as frases corretas (e não as alternativas
corretas).

Alto-forno
Com hífen: O ferro-gusa é obtido no alto-forno.

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À medida que/na medida em que


À medida que significa à proporção que: À medida que os dias passavam, À medida que não é
a mesma coisa que
acostumava-se com o novo ritmo. na medida em que.

Na medida em que significa tendo em vista que: Na medida em que não há


vagas para todos os inscritos, faremos um teste de seleção.

A menos de/há menos de


Use a menos de para indicar distância, quantidade, tempo futuro:
Estava a menos de dois anos da formatura.

Use há menos de para indicar tempo passado: Saiu há menos de dez


minutos.

A meu ver
E não ao meu ver: A meu ver, esta situação pode ser mudada.

Amoral/imoral
Amoral é indiferente à moral: Viveu sempre isolado, sem conhecer regras
sociais, era um amoral.

Imoral é contrário à moral: A censura proibia a exibição de todos os filmes


que julgava imorais.

A moral/o moral
A moral são regras de conduta válidas, quer para toda sociedade, quer para
grupo ou pessoa determinada: Sua atitude foi contrária à moral cristã. A moral
é também a conclusão que se tira de um fato ou obra: Afinal, ficamos sem
saber a moral da história.

O moral refere-se às forças da inteligência, do espírito, do ânimo: Aquela


conversa levantou-lhe o moral.

Anexado
Use anexado tanto com ter e haver como com ser e estar: Tinha anexado os
documentos à carta. Os documentos estavam anexados à carta.

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Anexo
Use como adjetivo e não como advérbio: A peça anexa à máquina estava Não use: Em anexo
envio a carta.
com defeito. Assim, são incorretas as formas em anexo envio a carta, Use: envio a carta
anexa.
anexo envio a carta.

Ante o/a
Use ante o, ante a (e não ante ao, ante à): Desanimou ante ao resultado.

Ao encontro de/de encontro ao


Ao encontro de é concordar com: O programa do professor foi ao
encontro das expectativas dos alunos.

De encontro ao é chocar-se com: A atitude do inspetor foi de encontro ao


regulamento da escola.

Ao nível de/em nível de


Ao nível de significa na mesma altura: A nível do mar. Não use a nível de.
A locução correta é
em nível de.

Em nível significa em termos de ou no plano de: Em nível de sistema, a


instituição adotará uma nova medida.

A par de/ao par


A par de significa ciente de: Ele já estava a par do acontecido.

Ao par significa título ou moeda de valor idêntico: título ao par, câmbio ao


par.

A partir de
Significa a começar de: As matrículas poderão ser feitas a partir da próxima Não use a partir de
com o verbo
semana. Não use a partir de com o verbo começar, use: O torneio começará começar.

na próxima semana...(e não começará a partir da próxima semana).

A ponto de/ao ponto de


A ponto de significa prestes a: Falou a ponto de perder a voz.

Ao ponto de significa no lugar de, no grau de: Voltou ao ponto de partida. A


água havia chegado ao ponto de ebulição.

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Aquele
Refere-se a pessoa ou coisa distante de quem fala e de quem houve: Pegue,
por favor, aquela ferramenta. Refere-se também, a um tempo passado:
Aqueles dias nos deixaram saudade. Refere-se, ainda, ao termo mais
distante: Estudou Física e Matemática; nesta, teve poucas dificuldades e,
naquela (em + aquela), nenhuma. V. Esse e Este.

Aspas
Usam-se: Nas obras impressas,
podem-se substituir,
• Para indicar uma citação textual: Targino (1986) escreveu: “Numa citação em alguns casos, as
aspas por itálico.
aspeada e que engloba mais de um parágrafo, colocam-se aspas no
início de cada parágrafo, que são fechadas no final da transcrição."

Notas: As aspas serão simples dentro de texto já entre aspas: “Sem


abandonar meu jeito de ‘perdido’, o cultivando mesmo, ginásio acabado,
eu principiara gostando de estudar." (Mário de Andrade, Vestida de
Preto).

O sinal da pontuação ficará dentro das aspas se pertencer à


citação; caso contrário, fora: “Biologicamente, a primavera não
tem cumprindo o calendário.” (Folha de S. Paulo, 22/9/94).
“Entre o final de setembro e dezembro, costumam ocorrer as
temperaturas mais altas...”.(Folha de S. Paulo, 22/9/94).

• Para indicar fala isolada dentro de parágrafo em discurso indireto: Era


daquelas pessoas que não se deixavam abalar, "toda mudança é para
melhor, por isso não devemos temer nada”.
• Para indicar fala isolada sem réplica: O professor disse: “Meus alunos
são os melhores da escola”. - Quando há réplica na fala, usa-se o
travessão:
 O que o senhor acha de seus alunos?
 Meus alunos são os melhores da escola.
• Na distinção de palavras e expressões estrangeiras ao nosso
vocabulário: Ele ainda não sabe usar o “mouse” do computador.
• Para indicar palavra ou expressão com sentido irônico: Afinal, não
vivemos em uma “democracia”?
• Para indicar títulos de obras: A “Folha de S. Paulo”, de hoje, traz um
artigo sobre o ensino a distância.

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Assistir
No sentido de presenciar ou ter direito pede a preposição a: Assisti ao
filme. Os alunos assistiram à aula ontem. Assistia aos alunos todo o direito
de reclamar. – No sentido de prestar assistência, não pede nenhuma
preposição: O médico assistiu o doente.

Atender
Pode ser empregado como transitivo direto (não pede preposição) ou como
transitivo indireto (pede preposição), indiferente ao fato de o objeto ser coisa
ou pessoa: Atendeu ao telefone. Não atendia súplicas. Atendeu ao paciente.
Não atendeu o filho.

Até o
Até é preposição. Não a use seguida de outra preposição (para, a, em, com,
de). Use até o, até a: O metal deve ser aquecido até o limite máximo. Até as
oito horas.

Atingir
Não pede preposição: A temperatura obtida nesse processo atinge o ponto
de fusão.

À-toa/à toa
À-toa é sem valor: Preocupou-se com um problema à-toa.

À toa é em vão: Andou tanto à toa.

Através de
Através de equivale a por dentro de, de um lado a outro, ao longo de: O Não use através de
no lugar de
líquido passa através da tubulação. A claridade passa por através da janela. por meio de,
por intermédio de.

Audio
Prefixo que se liga sem hífen à palavra seguinte: audiovisual, audiometria,
audiofreqüência.

À uma hora
Uma, neste caso, está indicando hora, por isso o a recebe crase: A aula tem
início à uma hora. V. crase.

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À vista de
E não às vistas de: A peça deve ficar no balcão, à vista de todos.

Barato
Não use preço barato. O preço é alto ou baixo. Como adjetivo, a palavra
varia: A oficina só tem ferramentas baratas. Como advérbio, não varia: As
máquinas foram vendidas barato.

Basta
Concorda com o sujeito: Para projetar um molde, bastam alguns critérios
baseados nas características do produto.

Bastante
Como advérbio significa muito, suficientemente e não varia: Os Bastante não pode
ser usado como
lubrificadores por névoa são bastante eficientes. – Como adjetivo é variável e pronome indefinido,
portanto não use
significa suficiente, que basta: Dois homens são bastantes para operar um bastante no sentido
de muitos: Foram
guindaste. inauguradas muitas (e
não bastantes)
escolas este ano.

Beneficência
E não beneficiência.

Beneficente
E não beneficiente.

Bimensal/bimestral
Bimensal é o que acontece duas vezes por mês: pagamento bimensal.

Bimestral é que ocorre de dois em dois meses: exame bimestral.

Bochincho
E não bochicho ou buxixo.

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Cerca de
Equivale a aproximadamente: Cerca de cinco pessoas não foram à
comemoração.

Em alguns casos, a locução cerca de pode vir procedida das preposições a


ou por, solicitadas pela frase: Falou a cerca de 200 pessoas. A máquina foi
vista por cerca de cinqüenta funcionários. V. acerca de e há cerca de.

Cessão
V. sessão/cessão.

Champanhe
Sempre no masculino: O champanhe estava muito gelado.

Chão
Como adjetivo admite feminino, chã: arquitetura chã, idéias chãs, palavras
chãs, linguagem chã.

Chassi
Singular. Plural: chassis.

Chegar a
Chega-se a algum lugar e não em algum lugar: Devemos chegar a Bento
Quirino ao anoitecer. – Do mesmo modo, chegada a e não chegada em: A
chegada a Belo Horizonte foi tumultuada. – Apenas nas locuções de tempo
se chega em: Chegará em um quarto de hora.

Coleção
Vai para o plural apenas o objeto da coleção: coleção de borboletas, coleção
de quadros, coleção de carros.

Começar
Antes de infinitivo, use começar a: O vereador começou a cochilar. Ele
começou a pintar outro quadro.

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Comemoração
Use sempre em comemoração de: Discursou em comemoração do
aniversário de morte da poeta.

Comentar
Alguém comenta alguma coisa, mas não comenta sobre alguma coisa:
Todos comentaram as peripécias do vereador.

Concertar/consertar
Concertar significa ajustar, conciliar: concertar opiniões conflitantes,
concertar posições díspares.

Consertar é o mesmo que reparar, corrigir: consertar o piano, o telhado, a


bicicleta. Consertou o pronunciamento infeliz.

Concerto/conserto
Concerto indica um espetáculo de música ou um acordo: concerto da
sinfônica, concerto das nações, concerto de vozes, concerto de louvores.

Conserto é sinônimo de reparo, reforma: conserto da ferramenta, conserto da


escada.

Concordância nominal
É a concordância do artigo, numeral, pronome, adjetivo com o
substantivo. As normas de concordância válidas para o adjetivo
aplicam-se também aos outros elementos:
• O adjetivo concorda com o substantivo em gênero e número:
cadeiras pequenas, vela acesa, livro caro.
• O adjetivo vai para o plural masculino quando um dos
substantivos for masculino: meninos e meninas travessos,
homens e mulheres subnutridos.
• O adjetivo colocado antes de dois ou mais substantivos pode concordar
com o substantivo mais próximo: lenta fala e gesto, excelente trabalho e
atitudes.

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Concordância verbal
O verbo concorda com o sujeito em número e em pessoa: vendem-se casas, Os verbos fazer e
haver quando indicam
o cão voltou, o menino sorriu. tempo passado não
se flexionam: Faz dois
anos que ele voltou a
estudar. Havia dez
Casos especiais de concordância verbal: anos que não se viam

• Com o sujeito coletivo ou termos que passem essa idéia – Sem


complemento, a concordância se faz normalmente com o sujeito: A
população não reagiu. A multidão ficou inquieta. -- Com complemento, a
concordância do verbo pode ser feita com o núcleo do sujeito, no
singular, ou com o complemento, no plural: A maioria dos trabalhadores
ficou sem entender nada ou A maioria dos trabalhadores ficaram...
Grande parte dos alunos compareceram à palestra ou Grande parte dos
aluno compareceu...
• Com substantivos próprios no plural – Sem artigo, o verbo fica no
singular: Viúvas alegres já foi apresentada em Goiás. – Com artigo, o
verbo concorda com o número do artigo: As Viúvas alegres já foram
apresentadas em Goiás. O Amazonas é o maior rio brasileiro. Os
Estados Unidos são...
• Com as locuções é pouco, é demais, é muito, o verbo fica no singular:
Mil dólares é muito. Dez quilômetros é demais para ele.
• Com dias e horas, a concordância é normal: Eram nove horas. São seis
horas. Hoje é dia 28 de outubro. Hoje são 28 de outubro.
• Com o verbo ser, se o sujeito for pessoa, a concordância se fará
regularmente: O homem é cinzas. Maria era as alegrias do pai. – Se o
sujeito for nome de coisa, pode o verbo ficar no singular: O almoço era
batatas (ou eram batatas). – O verbo não concorda com o predicativo
quando este for substantivo abstrato: As novas tecnologias já são um
sucesso (substantivo abstrato) nas empresas.
• Com orações sem sujeito, o verbo fica na 3a pessoa do singular:
Amanheceu, e ainda chovia. Deve haver muitos trabalhos bonitos na
exposição.
• Com os verbos bastar, existir, falar, restar e sobrar, a concordância é
regular: Bastavam poucas palavras. Existiam muitas dúvidas. Faltaram
argumentos mais contundentes. Restavam algumas horas. Sobraram
alguns remédios.
• Com porcentagem, quando o número porcentual vem seguido ou
antecedido de adjunto, o verbo concorda com o adjunto: Quase 50% das
peças estavam com defeito. Esses 4% da população serão

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prejudicados. Oitenta por cento do corpo docente participou da


comemoração. Se o nome vier antes do número, a concordância se fará
com o número: Dos alunos, 1% não veio.

Nota: Use o algarismo e o sinal de porcentagem (20%) e não a forma por


extenso, exceto em início de frase.

• Com sujeito composto, o verbo vai para o plural: Diretor, professores e


alunos estarão presentes à reunião. – O verbo pode ficar no singular
quando vem antes do sujeito composto: Estará presente o diretor,
professores e alunos.
• Com sujeito constituído de orações e infinitivos o verbo fica no
singular: Dormir e sonhar faz bem ao espírito. – O verbo vai para o plural
se houver contraste entre os sujeitos ou se estiverem substantivados
(antecedidos de artigo): Dormir e acordar naquela casa faziam-lhe mal. O
beber e o comer com moderação proporcionam saúde.
• Com o sujeitos resumidos pelos pronomes indefinidos tudo, nada,
nenhum, o verbo fica no singular: Trabalho, educação, saúde, tudo foi
garantido pelo novo governante.

Confraternizar
Sem pronome: Confraternizou com os alunos no final do ano (e não
confraternizou-se...).

Contendo/com
Não use contendo no lugar de com: Ganhou uma coleção com (e não
contendo) cinco fascículos. Danificou um molde com (e não contendo) duas
cavidades.

Continuar
Continue. V. ue, ui.

Cor
Os nomes de cor sofrem flexões de gênero e número de acordo com
algumas regras:
Adjetivo simples:
• Quando o nome da cor for um adjetivo, ele flexiona-se: olhos azuis,
sapatos marrons, nuvens amarelas.

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• Quando o nome da cor for um substantivo adjetivado, ele não se flexiona:


carros gelo, blusas vinho.

Adjetivos compostos:
• Adjetivo + adjetivo – somente o segundo varia: olhos verde-claros,
bandeiras verde-amarelas, garrafas azul-escuras.
• Adjetivo + substantivo (ou vice-versa) – o composto não varia: camisas
amarelo-canário, blusas rosa-claro, carros verde-abacate, caixotes azul-
turquesa, olhos verde-mar.

Casos especiais:
• Azul-marinho e azul-celeste são invariáveis: calças azul-marinho, cortinas
azul-celeste.

Nota: Sempre que a locução cor de estiver subentendida ou expressa, o


nome da cor não varia: blusa (cor de) vinho, laços (cor de) rosa, cadernos
(cor de) carmim.

Cozer/coser
Cozer é cozinhar.

Coser é costurar.

Crase
É a contratação da preposição a com o artigo feminino a: Ele jamais voltará à Para verificar se há
crase, mude a palavra
(a preposição + a artigo) cena do crime. Assim, não existe crase antes de feminina por uma
masculina. Se no
palavra masculina: Na fazenda, sempre andam a cavalo. lugar de a aparecer
ao, há crase.

Existe crase:
• no caso de nomes geográficos ou de lugar, quando substituindo o a por
para, aparecer para a: Foi à Inglaterra (para a Inglaterra). Foi a Jundiaí
(para Jundiaí); ou usando a forma voltar de, se o de se transformar em
da: Chegou à Argélia (voltou da Argélia).
• nas formas àquela, àquele, àquilo, quando substituídas por essa, esse,
isso, apareçam antecedidas de preposição: O novo promotor chegou
àquela (a essa) cidade.
• nas indicações de horas, desde que especificadas: Partiu às dez horas.
• nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas tais como: às

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pressas, às vezes, à risca, à noite, à direita, à esquerda, à frente, à


maneira de, à moda de, à procura de, à mercê de, à custa de, à medida
que, à proporção que, à força de, à espera de.
• antes dos pronomes relativos que, a qual e as quais, quando a ou as que
antecedem o pronome puderem ser substituídos por ao ou aos: Aquela
era uma pesquisa à qual ele não queria mais se dedicar (Aquele era um
trabalho ao qual...).

Não existe crase:


• nas locuções que indicam meio ou instrumento: ferido a bala, pagamento
a vista, feito a mão. – Se ocorrer ambigüidade, use a crase: Vendemos à
vista.
• antes da palavra masculina: caminhar a pé.
Exceção: quando se subentende uma palavra feminina (moda e
maneira), ou outra que designe nome de empresa ou coisa: Filé à
Chateaubriand (à maneira de). Foi à (livraria) Globo.
• antes do verbo: Começou a compor.
• antes do substantivo repetido: Correu na frente de ponta a ponta.
• antes de forma de tratamento tais como Vossa Excelência, Vossa
Senhoria, Vossa Majestade: Refiro-me a Vossa Excelência.
• antes do artigo indefinido feminino (uma): Foram juntos a uma igreja.
• antes de palavra feminina tomada em sentido genérico: Não era de dar
ouvidos a fofoca.
• antes de substantivos no plural que fazem parte de locuções de modo:
Mataram-se a bordoadas.
• antes de nomes de mulheres célebres: Sua mãe a comparava a Joana D’
Arc.
• antes de dona e madame: Nunca se referiu a madame.
Exceção: se dona ou madame estiverem particularizados: Nunca se
referiu à madame Furlani.
• antes da palavra distância quando não especificada: Ensino a distância.
Exceção: distância especificada: Estava à distância de 100 metros da
ponte.
• antes da palavra terra, quando significa terra firme: O náufrago chegou a
terra.
Exceção: demais significados de terra: Nunca retornou à terra natal.
• antes da palavra casa, considerada como o lugar onde se mora: Chegou
bêbado a casa.

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Exceção: se casa estiver particularizada: Retornou à casa dos avós.

Dali/daqui
Use sempre com a: Dali a dois quilômetros. Daqui a cinco semanas.

De
Use para definir o material de que alguma coisa é feita: parafuso de (e não
em) alumínio, mesa de (e não em) madeira, telhado de palha.

De...a
Use de...a e não de...e em frases como: O aço de baixo teor de ligas possui
um teor de carbono de 0,8% a 1,7%. O ferro-gusa possui um peso específico
7,0kg/dm3 a 7,5kg/dm3. V. de...com e entre...e.

De até/em até
Use apenas até: O material terá seu tamanho reduzido até cinco vezes. O
fluído de corte aumenta até 10% a durabilidade da ferramenta.

Debaixo de/de baixo


Como locução prepositiva, debaixo é uma palavra só e vem
acompanhada de preposição: O livro estava debaixo da estante.

Entretanto, se estiver opondo-se a cima, é a locução adverbial formada por


duas palavras: Olhou-o de baixo a cima. – De baixo, ainda, pode funcionar
como locução adjetiva: Roupas de baixo.

De...com
Use de...com e não entre...com em frases como: A liga de
alumínio com cobre pode ser submetida a um tratamento especial
de têmpera.

Demais/de mais
Demais equivale a muito, além disso, restantes: Comeu demais.
Não pôde comparecer à confraternização; demais nunca gostara de

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reuniões desse tipo. A maioria dos alunos estavam na oficina, os


demais na sala de aula.

De mais é a mais e opõe-se a de menos: Entre eles, não aconteceu nada


de mais. Recebeu ajuda de mais.

Dentre/entre
Dentre significa do meio de: Dentre a multidão, saiu uma criança correndo.
O bombeiro surgiu dentre a fumaça.

Nos demais casos o correto é entre: Entre os alunos, não houve consenso.

Dentro de
Use dentro de apenas como equivalente a no interior de, no íntimo de, no
espaço de: Guardava os documentos dentro da gaveta. Havia, ainda, muita
mágoa dentro de mim. O livro será impresso dentro de alguns dias. – Não
use com outros sentidos: Dentro da filosofia da empresa, esse procedimento
é inadequado. (Prefira: De acordo com a filosofia da empresa...).

Descarrilar
E não descarrilhar.

Descrição/discrição
Descrição é exposição, narração: Descreveu a viagem com detalhes. Descrição relaciona-
se a descrever.
Discrição, a discreto.

Discrição é prudência, recato: Portou-se com discrição na solenidade.

Descriminar/discriminar
Descriminar é absolver de crime: O júri descriminou o réu.

Discriminar é estabelecer diferença: Não discriminava entre o bem e o mal.

Desmistificar/desmitificar
Desmistificar equivale a desmascarar: O escândalo causado pela
corrupção desmestificou o presidente.

Desmitificar significa livrar pessoa ou coisa do caráter de mito: O livro sobre


a vida de Carlos Gomes desmitificou-o.

SENAI-SP – INTRANET
80 AA237-05
Manual de elaboração de material didático impresso

Despensa/dispensa
Despensa é lugar onde se estocam alimentos: O menino armou
uma ratoeira na despensa.

Dispensa é desobrigação: A dispensa do serviço militar veio em boa hora.

Despercebido/desapercebido
Despercebido é o que não é notado: Passou despercebido pelos
guardas.

Desapercebido é desprovido: O ambulatório estava desapercebido de


analgésico.

Devido a
Quando funciona como locução prepositiva é invariável e significa por causa
de, em virtude de: As lojas foram fechadas devido à passeata. – Quando
funciona como predicativo é variável e equivale a causado por, decorrente
de: Os acidentes foram devidos à falta de sinalização.

Dia-a-dia/dia a dia
Com hífen, é substantivo e aceita artigo: O dia-a-dia ajuda-nos a
conhecer as pessoas.

Sem hífen, é adjunto adverbial e significa diariamente: Na oficina, aprende-


se dia a dia muita coisa.

Dignar-se
Usa-se dignar-se ou dignar-se de (e não dignar-se a): Não se dignou
convidá-lo a entrar. Não se dignou de convidá-lo a entrar.

Dinamite
Não faz plural.


É sempre masculino quer referindo-se ao sentimento de compaixão Dó, quando equivale a
compaixão, é
quer referindo-se à nota musical: Sentiu muito dó de si mesmo. substantivo
masculino.

SENAI-SP – INTRANET
AA237-05
81
Manual de elaboração de material didático impresso

Do que
Nas comparações use do que ou simplesmente que: Gosta mais de
eletrônica do que de mecânica. Gosta mais de música clássica que música
popular.

Em
Não use para definir o material de que uma coisa é feita. V. de.

Embora
Não deve preceder verbos no gerúndio: Embora seja (e não sendo) o
objetivo da lubrificação reduzir o atrito, sua finalidade última é reduzir o
desgaste.

Em cima/embaixo
Em cima é uma locução (duas palavras).

Embaixo é uma palavra só: Em cima ou embaixo do equipamento, não


coloque nenhum objeto de metal.

Em cores
O correto é em cores e não a cores: televisão em cores, desenho em cores.
– Não use em antes de nome de cor: detalhes azuis (e não em azul).

Em face de
Use em face de e não face de. Em face de significa ante ou em virtude de:
O que o salvou, em face do perigo, foi sua calma. Em face do vazamento de
óleo, o compressor foi desligado.

Emergir/imergir
Emergir é vir à tona: A peça emergiu assim que foi colocado o
líquido no tanque.

Imergir é mergulhar: É necessário imergir o tubo em óleo com temperatura


controlada.

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82 AA237-05
Manual de elaboração de material didático impresso

Em se tratando
Não use em mais gerúndio. Prefira a forma: tratando-se de. V. gerúndio.

Emigrar/imigrar
Emigrar é sair de um país para viver em outro: Centenas de
brasileiros emigraram para o Chile.

Imigrar é entrar em um país para nele viver: Os europeus imigraram para o


Brasil no começo do século. – Para indicar mudança de uma região para
outra, dentro do mesmo país, usa-se migrar.

Eminente/iminente
Eminente é elevado, ilustre: morro eminente, escritor eminente.

Iminente é prestes a acontecer: explosão iminente.

Em vez de/ao invés de


Em vez de significa em lugar de: Em vez de mecânica, estude Ao invés de equivale
a ao contrário de.
tornearia. Ao invés de significa ao contrário de: Ao invés de correr,
ficou ali parado.

Em via de
E não em vias de: Já estava em via de conseguir sua promoção.

E nem
Use e nem quando não há negativa anterior: Lia muito todas as tardes e nem
percebia quando já havia anoitecido. – Quando houver negativa anterior, use
somente nem: Não comia verduras nem legumes.

Enquanto
Use enquanto e não enquanto que: Alguns alunos podem estudar na
oficina, enquanto os outros alunos estudam na sala de aula.

Ensinar
O verbo ensinar, quando forma locução com outro verbo no infinitivo, exige a
preposição a: O tempo ensina a ver o mundo de forma diferente. V. gerúndio.

SENAI-SP – INTRANET
AA237-05
83
Manual de elaboração de material didático impresso

Entre...e
Use entre...e e não entre...a, em frases como: Os aços ao cromo possuem
um teor de carbono entre 0,08% e 0,25%. O aço ao carbono possui uma
resistência a tração entre 320N/mm2e 840N/mm2. V. de...a.

Entre mim e você


Não use entre eu e você. A forma correta é entre mim e você, já que a
preposição entre não rege pronome reto (eu): Não há mais nada a resolver
entre mim e você.

Entre si/entre eles


Usa-se entre si quando o sujeito faz e recebe a ação: Os alunos
conversaram entre si.

Usa-se entre eles como complemento verbal: O assunto foi discutido entre
eles.

É proibido
É invariável quando o sujeito for indeterminado: É proibido entrada. – É
variável quando o sujeito for determinado por artigo, adjetivo, pronome: É
proibida a entrada. – A regra é válida para outras locuções semelhantes: é
necessário, é bom, é feio.

É que
É uma locução expletiva pois pode ser suprimida da frase sem comprometer
a clareza nem a construção: Ele (é que) deve fazer isso.

Esse
Refere-se a pessoa ou coisa um pouco afastada de quem fala ou próxima do Esse remete-nos a
fato já mencionado no
interlocutor: A pasta é essa que está ao seu lado. – Remete a pessoa ou texto.
Este remete-nos a
coisa já mencionada uma vez: Assim, para esses tipos de tratamentos já fato que ainda não foi
mencionado no texto.
mencionados, a temperatura a ser atingida estará no campo austenítico. --
Refere-se a alguma coisa que já passou: Estudem, em casa, essa lição que
vimos hoje, pois retomaremos esse assunto na próxima aula. V. este e
aquele.

Este
Refere-se a pessoa ou coisa próxima de quem fala: Esta revista é minha. –

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84 AA237-05
Manual de elaboração de material didático impresso

Refere-se ao lugar que alguém esta: esta escola. – Refere-se a um período


de tempo presente que ainda não terminou: esta semana. – Refere-se ao
termo mais próximo: Eram dois amigos, José e Pedro; este estudava
marcenaria. – Anuncia um fato não mencionado: Este fato que agora vou
narrar... V. esse e aquele.

Etc.
Use vírgula antes de etc. conforme o Acordo Ortográfico em vigor: Os
tratamentos térmicos dos aços podem corrigir defeitos causados por:
laminação, forjamento, fundição, etc.

Face de
Não existe. V. em face de.

Faltar
Ao contrário de outros, esse verbo vai para o plural também quando indica
tempo: Faltam três horas para o início do próximo turno de trabalho. – Faltar
não varia quando ligado a um infinitivo: Falta fazer com que as partículas
sólidas sejam retidas pelo filtro.

Fazer
V. concordância verbal.

Ferro-gusa
Com hífen.

Fim de semana
Sem hífen.

Flagrante/fragrante
Flagrante é evidente, é ato surpreendido no momento em que é
praticado: Foi pego em flagrante.

Fragrante é aromático, perfumado: Fragrantes damas-da-noite envolviam os

SENAI-SP – INTRANET
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Manual de elaboração de material didático impresso

casais de namorados.

Fluido (úi)/fluído
Fluido pode ser substantivo ou adjetivo: O fluido (substantivo) passa através Seu estilo de escrever
era corrente, límpido,
do duto principal. Um óleo fluido (adjetivo) é um óleo pouco espesso. fluido (adjetivo).

Fluído é o particípio do verbo fluir e deve ser usado com os verbos ter e
haver: O prazo já havia fluído. O trânsito tem fluído com regularidade.

Fluir/fruir
Fluir equivale a proceder, correr, manar: O líquido fluía da parede
de pedra.

Fruir significa aproveitar, desfrutar, possuir: Fruía todos os bens


imagináveis.

Forma/fôrma
O acento diferencial nesse caso foi abolido pela lei 5765, de 18/12/1971.
Portanto, só existe uma grafia para as duas palavras: forma.

Fortuito
Sem acento. Pronuncia-se fort(úi)to.

Frente a
Não existe. Substitua por em frente de, diante de, ante, perante, defronte
de: Continuava imóvel diante do prédio. Ante a nova situação, não soube
como reagir.

Gasto/gastado
Gasto pode ser usado com ser, estar, ter e haver: O eixo da
manivela estava gasto.

Gastado deve ser usado com ter e haver: Tinha gastado seu último tostão.

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86 AA237-05
Manual de elaboração de material didático impresso

Geminado/germinado
Geminado é ligado: Sobrados geminados.

Germinado é reproduzido por germe: sementes germinadas.

Gerúndio
É uma das formas nominais do verbo e possui a desinência ndo: estudando,
trabalhando, lendo, rindo, brincando, vivendo. – As outras formas nominais
do verbo são o infinitivo (estudar) e particípio (estudado).

Gostar
Exige a preposição de, gostar de: As pessoas gostam de atenção. Este é o
esporte que os alunos mais gostam.

Grama
No masculino para indicar unidade de peso: O grama da platina teve seu
preço aumentado. – No feminino para indicar mato: A grama do jardim está
alta.

Gratuito
Sem acento. Pronuncia-se grat(úi)to.

Grosso modo
Dessa forma e não a grosso modo.

Há/a
Há pressupõe passado: Os barcos partiram há (faz) dias.

A indica futuro ou distância: O livro será publicado daqui a dois meses.

Há/atrás
Há dispensa o uso de atrás quando se refere a tempo: Há quinze anos
(atrás) ele deixou Ribeirão Preto.

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Manual de elaboração de material didático impresso

Há cerca de
Equivale a faz aproximadamente: Eles se mudaram há cerca de dois anos.
V. acerca de e cerca de.

Haja vista
Invariável: Haverá uma campanha para reduzir os gastos com energia; haja
vista o alto consumo dos últimos meses.

Há menos de/a menos de


Há menos de encerra idéia de passado: Seguiu para o exterior há
(faz) menos de dois meses.

A menos de indica futuro, distância ou quantidade: Estava a menos de três


dias do julgamento. Estava a menos de dois metros da linha de chegada.
Falou a menos de vinte alunos.

Há tempo/a tempo
O há de há tempo pode ser substituído por faz ou existe: O padre
chegou há (faz) tempo. Há (existe) tempo de ficar calado.

Em a tempo, o a pode ser substituído por uma preposição, mas nunca por
faz: Não chegou a (com) tempo de ver o espetáculo.

Haver
V. concordância.

Hífen
Os prefixos, algumas vezes, unem-se com hífens a palavras iniciadas por
vogal, h, r, s. A seguir é apresentada uma relação de prefixos que orienta
esse uso.

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88 AA237-05
Manual de elaboração de material didático impresso

Prefixos vogal h r s
auto contra extra1 infra intra neo
proto pseudo semi supra ultra
ante anti arqui sobre
hiper inter super
ab ad ob sob sub2
circum com mal pan
entre mini
com hífen
1
não se grafa com hífen: extraordinário.
2
prefixo sub exige hífen também diante de palavras iniciadas por b.

Relação de prefixos que orienta o uso do hífen.

História/estória
Use história.

Hora extra
Sem hífen.

Imergir
V. emergir.

Imigrar
V. emigrar.

Iminente
V. eminente.

Imoral
V. amoral/imoral.

Implicar
Quando equivale a causar, acarretar, envolver é transitivo direto (não pede Implicar, no seu uso
mais comum, não
preposição): Uma obra desse porte implica meses de trabalho. – Implicar pede a preposição
em: Um estudo
pode ser regido pela preposição em quando for pronominal e equivaler a profundo desse tema
implica muito trabalho.
SENAI-SP – INTRANET
AA237-05
89
Manual de elaboração de material didático impresso

meter-se, enredar-se: Implicou-se em empresas difíceis.

Incipiente/insipiente
Incipiente é principiante: Erros desse tipo só podem ser de
administração incipiente.

Insipiente é ignorante, não sapiente: Alguns intelectuais são especialistas


em questões teóricas e insipientes em questões práticas.

Inclusive
Opõe-se a exclusive: Todos foram convidados, inclusive ele. – Não use
inclusive como sinônimo de até, até mesmo, ainda, o próprio, além de, a
ponto de: Gostou da obra do pintor a ponto de convidá-lo a participar de
uma exposição (e não inclusive convidou-o a...).

Independentemente/independente
É o advérbio independentemente, e não o adjetivo independente, que se
deve usar sempre que a palavra puder ser substituída por sem levar em
conta, sem contar com, à parte ou equivalente: Seu esforço,
independentemente (e não independente) de ações externas, é o que poderá
lhe ajudar.

Infligir/infringir
Infligir significa aplicar castigo, repreensão, pena: A vida lhe infligiu
castigo merecido pelo seu crime.

Infringir equivale a violar, transgredir, desrespeitar: Nunca infringia os


regulamentos da escola.

Intercessão/interseção
Intercessão equivale a intervenção: Todos esperavam a intercessão
da diretoria em favor dos professores.

Interseção equivale a cruzamento: Custou-lhe entender o que significava a


interseção das circunferências.
Ínterim
É proparoxítona e recebe acento gráfico. Não existe inter(í)m.

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90 AA237-05
Manual de elaboração de material didático impresso

Intervir
Conjuga-se com o verbo vir. V. vir.

Ir a/ir para
Ir a indica transitoriedade (ir e voltar logo): Vamos a Curitiba no sábado e Ir a Curitiba é
diferente de ir para
voltaremos no domingo. Curitiba.

Ir para indica alguma demora no lugar ou destinação: Irá para Curitiba no


final do mês e só voltará para São Paulo no próximo ano. – Vale também
para vir a/vir para.

Ir melhor/ir pior
Melhor e pior, quando precedidos do verbo ir, não se flexionam: Com o novo
plano, os negócios vão melhor que no ano passado.

Irrequieto
E não irriquieto.


Use já e não mais como advérbio de tempo: Ele já não é o representante
dos trabalhadores (e não ele não é mais...).

Junto
Como adjetivo, varia com o substantivo: Os gatos estavam juntos num canto. A palavra junto ora
flexiona-se ora não se
– Fica invariável como advérbio: Envio junto a página do jornal. – Enquanto flexiona dependendo
de sua função na
locução (junto a, junto de, junto com), não varia: As fábricas ficavam junto do frase: As ferramentas
estavam juntas sobre
rio. Foram à praça junto com os primos. a mesa. As salas de
leitura ficavam junto
da biblioteca.

Junto a
Significa adido e só deve ser usado nesse sentido: embaixador junto à Itália.
– Assim, não use junto a nestes casos: Fazia negócios ilícitos com a
prefeitura (e não junto a prefeitura).

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AA237-05
91
Manual de elaboração de material didático impresso

Justo agora
Evite. Use justamente agora, logo agora.

Latinismos
Segue-se uma relação de palavras latinas de uso corrente, algumas com a
forma aportuguesada entre parênteses.
Latinório ocorre quando
A posteriori.......................... julgar pela experiência. expressões latinas são
mal usadas ou
A priori................................. julgar anteriormente à experiência. aplicadas fora de
propósito. Latinismo é o
Caput................................... parágrafo, capítulo. bom uso dessas
expressões. Mesmo
Data venia........................... forma de cortesia com que se começa uma assim, o latinismo deve
ser evitado em material
argumentação para discordar do interlocutor. didático.

Deficit (déficit)...................... diferença a menos entre receita e despesa.


Ex abrupto (ex-abrupto)....... de improviso, intempestivamente.
Ex cathedra......................... fala em decorrência de autoridade derivada
de título.
Ex libris (ex-líbris)................ vinheta com o nome do proprietário, colada no
livro.
Ex officio.............................. em função do cargo.
Fac simile (fac-símile).......... reprodução idêntica de texto manuscrito ou
impresso.
Habeas-corpus.................... para garantir o corpo contra iminente coerção
ou violência.
Habitat................................. características do lugar habitado por um
organismo ou população.
Ibidem (ibidem).................... na mesma obra, capítulo ou página.
Idem (idem)......................... o mesmo autor.
Infra..................................... abaixo.
Ipsis litteris........................... com as mesmas letras; textualmente.
Ipsis verbis........................... com as mesmas palavras.
Ipso facto............................. por isso mesmo.
Mutatis mutandis................. mudado o que deve ser mudado.
Opus.................................... diz-se em relação à obra musical que foi
numerada e classificada.
Opus citatum...................... obra citada.

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92 AA237-05
Manual de elaboração de material didático impresso

Pari passu........................... acompanhando lado a lado.


Passim................................. aqui e ali.
Per capita............................ por pessoa.
Persona grata..................... pessoa bem-vinda, bem aceita.
Persona non grata............... pessoa que não é bem vinda.
Pro labore (pró-labore)........ remuneração paga pela execução de
determinada tarefa.
Pro tempore......................... temporariamente.
Quorum................................ número mínimo necessário para que algo
funcione.
Sequentia............................ seguinte ou que segue.
Sine die................................ sem marcar nova data.
Sine qua non...................... condição essencial à realização de alguma
coisa.
Status quo........................... no estado em que se achava antes.
Sui generis........................... diz-se de pessoa ou coisa que não apresenta
semelhança com ninguém ou nada.
Superavit (superávit)........... diferença a mais entre receita e despesa.
Supra................................... acima.
Verbi gratia.......................... por exemplo.
Versus.................................. contra.

Lembrar
É transitivo direto (não pede preposição): Lembrei o sonho. – É transitivo
direto e indireto: O advogado lembrou o réu do compromisso. – É transitivo
indireto quando pronominal (lembrar-se): Lembrou-se do sonho.

Lhe (s)
Substitui a ele(s), a você(s) e funciona como objeto indireto: Rogo-lhe (a ele,
a você) que venha depressa. – Não use lhe quando o verbo pede objeto
direto: Não o vi (e não Não lhe vi). – Alguns verbos não admitem a forma lhe
como objeto indireto: assistir a ele (ao filme), aspirar a ela (à reeleição),
presidir a ela (à reunião), recorrer a ele (ao empréstimo).

Limite
Use hífen para ligar limite a outro substantivo: condição-limite, situações-
limite.

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AA237-05
93
Manual de elaboração de material didático impresso

Limpo/limpado
Com os verbos ser e estar use limpo: O tapete do carro não era
(estava) limpo.

Com os verbos ter e haver use limpado: O homem já havia (tinha) limpado a
rua.

Lista de abreviaturas
Segue-se uma relação de abreviaturas de uso corrente.
A ampère kV quilovolt
A. autor kW quilowatt Evite o uso de
abreviaturas no texto
AA autores kWh quilowatt-hora corrido, elas podem
Ae ampère-espira K Kelvin dificultar o
bibl. biblioteca l litro entendimento.
bibliogr. bibliografia lb libra
biogr. biografia m metro
C capacitância M torque nominal ou conjunto ou
C comprimento momento
CA corrente alternada m/mim metro por minuto
cap. capítulo m/s metro por segundo
2
CC corrente contínua m metro quadrado
3
cd candela m metro cúbico
cg centigrama mg miligrama
cl centilitro MHz megahertz
cm centímetro min minuto
cm/s centímetro por segundo ml mililitro
2
cm centímetro quadrado mm milímetro
3 2
cm centímetro cúbico mm milímetro quadrado
3
cv cavalo-vapor mm milímetro cúbico
d densidade mV milivolt
d deslocamento N newton
d distância N.m newton metro
D diâmetro P potência
dg decigrama p. página(s)
Emáx tensão máxima p. ex. por exemplo
ex. exemplo pol polegada
F força pp. páginas
f freqüência Pp potência de perdas
f.c.em força contra-eletromotriz pps polegada por segundo
f. em força eletromotriz Pr potência reativa
g grama r rotação
h hora rpm rotação por minuto
HP horse-power rps rotação por segundo
hl hectolitro s segundo
Hz hertz sd. ou s.d. sem data
Imáx corrente máxima SI Sistema Internacional de
J joule Unidades
J/s joule por segundo t tempo
kA quiloampère T trabalho
kg quilograma V volt
kgf quilograma-força vs versus (contra)
kgf. m quilogrâmetro w watt
kgf.m/s quilogrâmetro por segundo W watt internacional
kHz quilohertz ºC grau centígrado ou Celsius
km quilômetro ºF grau farenheit
km/h quilômetro por hora

SENAI-SP – INTRANET
94 AA237-05
Manual de elaboração de material didático impresso

Macro
Prefixo que se liga sem hífen à palavra seguinte: macroanálise,
macroeconomia, macrossistema.

Maior/menor
Tanto maior quanto menor são formas comparativas ou superlativas de Não escreva frases
como: O dispositivo é
adjetivação: Esta casa é maior que a sua (grau comparativo). – Sua casa é maior. Afinal, maior
em relação a quê?
a menor do bairro (grau superlativo).

Mais bem (melhor)/mais bem (pior)


Como advérbio, antes do particípio, use mais bem e mais mal em vez de
melhor ou pior: Não há trabalho mais bem-feito que o dele. Nunca vi peça
mais mal usinada que esta. – Nos outros casos, use melhor ou pior, sempre
na forma invariável: Eles estão melhor aqui do que naquela sala. Hoje,
jogaram pior que da última vez.

Mais bom (melhor)/mais ruim (pior)


Como adjetivo, melhor (mais bom) ou pior (mais ruim) se flexionam: Eram os
melhores livros que li. Muito piores que seus conselhos eram seus atos.

Mais de
O verbo concorda com o complemento de mais de: Mais de 20 litros caem
no recipiente. Mais de uma peça saiu com defeito. – Essa regra também se
aplica a menos de.

Maiúsculas e minúsculas
Use maiúsculas:
• no início de período;
• nos substantivos próprios;
• nas unidades de medidas que recebem nomes de pessoas:
Celsius, Joule;
• nas datas oficiais e nomes de fatos históricos e importantes, de atos
solenes e de grandes empreendimentos públicos: Sete de Setembro,
Guerra do Paraguai, Proclamação da República;
• nos nomes dos corpos celestes: Sol, Lua, Saturno, Júpiter;
• nos títulos de livros, jornais, revistas, artigos e produções artísticas,
SENAI-SP – INTRANET
AA237-05
95
Manual de elaboração de material didático impresso

literárias e científicas em geral (filmes, peças, músicas, telas, teses,


etc.);
• na designação de regiões: região Sul, Vale de Jequitinhonha;
• nos nomes de eras históricas ou épocas notáveis: Idade Média;
• nos ramos do conhecimento humano, quando tomados em sua
dimensão mais ampla: Filosofia;
• nos nomes de corporações, repartições públicas, entidades, escolas,
honrarias, prêmios, feiras, festas, exposições, seminários, simpósios e
congressos;
• na denominação de edifícios, monumentos, estabelecimentos públicos
ou particulares, estádios, ginásios, autódromos, hipódromos, aeroportos,
ferrovias, rodovias, cemitério, igrejas;
• nos acidentes geográficos e sua denominação: Rio Tietê;
• nos nomes de vias e lugares públicos: Praça da República;
• nos títulos e formas cerimoniosas de tratamento e suas abreviaturas:
Vossa Excelência;
• na palavra Deus e nas demais a Ele referentes ou nos seus equivalentes
em outras religiões;
• nos nomes de entidades religiosas, santos, anjos e demônios: Ordem
dos Beneditinos;
• nos nomes comuns quando personificado ou individualizados: Francisco;
• nas designações dos orixás ou figuras de umbanda: Oxalá;
• nos nomes próprios compostos (unidos por hífen), todos os elementos
também vão em maiúsculas: Todo-Poderoso.

Use minúsculas:
• para designar as estações do ano, os meses, e os dias da semana;
• na designação das profissões e dos ocupantes de cargo: presidente,
ministro, prefeito, rainha, princesa, diretor, advogado, professor. – No
entanto, as instituições vão em maiúsculas: Presidência da República;
• na designação de festas profanas: carnaval;
• nos compostos em que o nome próprio se torna parte integrante
em um substantivo comum: castanha-do-pará;
• nos nomes próprios que se tornaram sinônimos de outros comuns: Era o
cristo da escola;
• nos adjetivos pátrios e gentílicos e nos nomes de tribos indígenas:
japoneses, gregos, xavantes.

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96 AA237-05
Manual de elaboração de material didático impresso

Mal/mau
Mal é advérbio e se opõe-se a bem: Ele estava muito mal ontem (bem).

Mau é adjetivo e opõe-se a bom: Ele estava de mau humor (bom humor).

Mal-estar
Com hífen.

Malfeito
Sem hífen.

Mandado/mandato
Mandado é ordem judicial: Invadiu a casa dizendo que tinha um mandado do
juiz.

Mandato é representação, delegação: O seu mandato de deputado termina


esse ano.

Máquina-ferramenta
Plural: máquinas-ferramentas.

Marcha à ré
Com crase.

Mas...no entanto
Não use mas e no entanto na mesma frase pois têm sentido igual: Estudou
muito mas (ou no entanto) não conseguiu a aprovação no exame final.

Matiz
Palavra masculina: o matiz.
Meio
Como numeral é variável, concorda com o substantivo e significa a metade: Use meio-dia e meia,
meia-noite e meia.
Ele usou meia lata de óleo. – Como advérbio, é invariável e significa um
pouco, mais ou menos: A situação ficou meio confusa.

Melhor
V. mais bem... e mais bom...

SENAI-SP – INTRANET
AA237-05
97
Manual de elaboração de material didático impresso

Menos
Menos não se flexiona, quer funcione como advérbio quer funcione como
pronome adjetivo: Mais amor, menos confiança.

Mesmo
Como pronome demonstrativo, flexiona-se normalmente concordando com o
substantivo ou o pronome pessoal: Eles mesmos arrumaram a sala. –
Como advérbio, permanece invariável: Ela não quer vir mesmo.

Nota: Mesmo não se presta a substituir substantivos, portanto não escreva:


Devemos estudar Português e as matérias relacionadas com o mesmo.
Prefira: Devemos estudar Português e as matérias com ele relacionadas.

Metade de
V. concordância.

Muito
Como pronome indefinido, flexiona-se concordando com o substantivo:
Muitas pessoas compareceram à palestra. Trouxe muitas boas novas. –
Quando advérbio, fica invariável: A maioria dos alunos estuda muito.

Muito obrigado(a)
Homem deve dizer muito obrigado. Mulher deve dizer muito obrigada.

Mim/eu
Quando o pronome não for sujeito do verbo, usa-se mim: Esse livro
é para mim. Entre mim e ela, criou-se a amizade.

Quando o pronome for sujeito do verbo, usa-se eu: Esse livro é para eu ler.

Nada
Quando o pronome indefinido nada vem depois do verbo, pede outra Não use frases como:
Fizeram nada naquele
negativa: Não fizeram nada naquele dia. – Quando vem antes, dispensa dia. Comeram nada
durante horas.
outra negativa: Nada fizeram naquele dia.

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98 AA237-05
Manual de elaboração de material didático impresso

Não
Liga-se com hífen ao termo seguinte quando forma uma palavra de sentido
completo: não-metal, não-aliado, não-ferroso.

Nenhum
Vem, normalmente, antes do substantivo precedido por uma negativa: Não
havia nenhum problema com aquele material. – Quando vem depois do
substantivo, dá ênfase à negativa: Não havia problema nenhum com aquele
material. – Quando estiver precedido de negativa, usa-se nenhum e não
qualquer: Não havia nenhum (e não qualquer) problema com aquele
material.

Nenhum/nem um
Nenhum é o contrário de algum: Nenhum ponto de parada refere-se a uma
mudança da estrutura cristalina do ferro. (Em oposição a: Alguns pontos de
paradas referem-se a uma mudança da estrutura cristalina do ferro.).

Nem um equivale a nem sequer um: Não deixe que a temperatura aumente
nem um grau a mais do recomendado.

Ninguém
Pode combinar-se com não, jamais, nunca, nem, sem: Não falou com
ninguém. Ninguém jamais falou com ele. Saiu sem falar com ninguém.

No dia em que/o dia que


Sempre assim dessas formas. As expressões similares também seguem a
mesma norma (no ano em que, na semana em que, na primeira vez em que):
No ano em que a escola foi inaugurada, ele completou dez anos. O ano que
termina deixará saudades.

Nomes de cor
V. cores.

Números
Segue-se uma orientação de uso corrente:
• De um a dez, escreva os números por extenso (um menino, dois
parafusos, três arruelas); a partir de 11, inclusive, em algarismos (11

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meninos, 23 parafusos, 52 arruelas). Exceção: cem e mil.


• Proceda da mesma forma com os números ordinais: primeiro caso, 11º
item.
• Na mesma frase ou nas enumerações, quando houver números acima e
abaixo de 11, use somente algarismos: Os 5 alunos que chegaram na
quadra e os 12 professores que lá já estavam começaram a partida.
• Não inicie frases com algarismos, mas escreva números por extenso:
Cinco minutos são o suficiente para resolver essa questão.
• Com mil, milhão, bilhão e trilhão, use a forma mista se os números forem
redondos (10 bilhões).
• Especifique sempre as ordens de grandeza dos números, mesmo que
haja repetição de sinais ou palavras: Compareceram à manifestação de
40 mil a 50 mil pessoas. O ferro com um teor de carbono de 2,06% a
6,75% é chamado de ferro fundido.
• Não use 0 antes do número inteiro.
• Use somente algarismos em: tabelas, quadros, horas, dias, meses,
décadas, séculos, idades, dinheiro, porcentagem, pesos, dimensões,
grandezas, medidas, graus de temperatura, números decimais.
• Números como 1,2 fazem a concordância sempre no singular: 1,9 milhão.
• Com números fracionários, a concordância se faz com o valor que o
numerador se expressa: Um quinto do líquido deve ser mantido no
recipiente. Quatro quintos do líquido devem ser despejados em outro
recipiente .

Obedecer/desobedecer
São transitivos indiretos e pedem a preposição a: Agia por conta própria e
nunca obedecia aos pais. Desobedeceu a todas as regras. – Embora
indireto, admite a voz passiva: Apesar de tudo, foram obedecidas as leis.

Obrigado
Como forma de cortesia, flexiona-se em gênero e número: muito obrigadas
pela gentileza (mulheres). – Como substantivo, fica apenas no masculino e
no singular: o meu obrigado, o nosso obrigado.

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Óculos
Não se flexiona quando se refere às lentes usadas na frente dos olhos,
permanecendo sempre no plural: Meus óculos estão quebrados. – No
singular óculo designa instrumento de ótica: binóculo, microscópio,
telescópio, periscópio.

Onde
Significa em que lugar: Mora ainda na casa onde (ou em que) nasceu. – Onde indica
permanência: Onde
Entretanto, onde e em que só se equivalem quando se referem a lugar está meu livro?
Aonde indica
físico. Em outros casos, somente em que deve ser usado: Distribuiu movimento: Aonde
nos leva esta
memorando em que (e não onde) expunha sua opinião. estrada?

Óptico/ótico/ótica
Óptico é relativo à visão e ótico é relativo ao ouvido.

Quanto a ótica, pode-se usar tanto como referência ao estado da luz quanto
como definir ponto de vista: A Ótica é uma parte da Física. A minha ótica é
diferente da sua.

O qual
Use o qual para evitar ambigüidade ou quando o pronome relativo está
afastado do antecedente. Observe: A borracha do canal circular, que sofre
muitas pressões durante o trabalho, pode-se danificar (não se sabe se a
borracha ou o canal sofre muitas pressões). A borracha do canal circular, a
qual sofre muitas pressões durante o trabalho, pode-se danificar.

Otimização/otimizar
Não use. Prefira: desempenho ótimo, tornar ótimo, tornar o melhor possível.

Ou
Quando indicar exclusão, alternância ou sinonímia, o verbo fica no singular:
Pedro ou Paulo conseguirá a vaga. O azoto, ou nitrogênio, é gasoso, incolor,
inodoro, e pouco ativo. – Quando a ação cabe a todos os sujeitos, o verbo
vai para o plural: O óleo de mamona ou óleo de baleia são óleo graxos.

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Padrão
Liga-se sem hífen a outro substantivo: preço padrão, tipo padrão, desconto
padrão, desvios padrão.

Pago/pagado
Pago, particípio irregular de pagar, pode ser usado tanto com ser e estar A locução tinha
pagado, embora
como com ter e haver: A despesa já foi paga. Ele já havia pago a despesa. correta, está em
desuso.

Pagado é o particípio regular de pagar. V. particípio duplo.

Para1
Como prefixo significa semelhante, proximidade, elemento acessório e se
liga sem hífen ao elemento seguinte: paramédico, parapsicologia,
parassíntese, paraestatal.

Pára2
Como prefixo, significa que protege contra, quem apara. Liga-se com hífen
ao elemento seguinte: pára-brisa, pára-choque, pára-lama, pára-quedas,
pára-raios.

Pára3
Como forma verbal, corresponde à 3a pessoa do singular do presente do
indicativo do verbo parar: Ele pára. – O acento agudo foi mantido em pára
(verbo) para diferenciá-lo de para (preposição): Ela pára (verbo) sempre no
mesmo lugar, olha para (preposição) todos os lados e só depois segue em
frente.

Para as
A preposição para mais o artigo definido as dispensam a crase: A reunião foi
adiada para as 14 horas.

Para eu fazer
V. mim/eu

Particípio duplo
O particípio duplo ocorre quando um verbo tem a forma regular e a irregular:
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pagado (regular) e pago (irregular); prendido e preso, suspendido e


suspenso; fixado e fixo. – Use ter e haver com os particípios regulares e ser
e estar com os irregulares: O operário tinha prendido a peça com apenas um
parafuso. A peça estava presa apenas por um parafuso.

Pedir1
O verbo pedir é transitivo direto e não exige preposição: Pediu um favor.
Pediu que os alunos permanecessem na sala mais dez minutos (e não pediu
para que os alunos permanecessem). – Quando, porém, depois do verbo
pedir subentende-se a palavra permissão, a preposição para é solicitada:
Pediu para sair (Pediu permissão para sair.).

Pedir2
Presente do indicativo: peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem. Presente
do subjuntivo: peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam. Imperativo
afirmativo: pede tu, peça você, peçamos nós, pedi vós, peçam vocês.
Imperativo negativo: não peças tu, ... não peçais vós, não peçam eles. (Os
demais tempos são regulares.).

Pegado/pego
Use pegado (forma regular) com os verbos ter e haver e pego (forma
irregular) com ser e estar: Já tínhamos pegado todo o material necessário.
Ele foi pego de surpresa. V. particípio duplo.

Perante
Perante é preposição. Logo, não a use seguida de outra preposição: Mudou
de idéia perante o diretor. Perante aquela gente toda, não sabia o que fazer.

Persuadir
Conforme o sentido que é empregado, sofre algumas mudanças na regência.
Assim, quando significa induzir a aceitar, sua regência é persuadir alguém a
alguma coisa: É preciso persuadi-lo destas verdades. – Quando significa
instigar, sua regência é persuadir alguém a alguma coisa: Quero persuadi-lo
a ir amanhã.

Pleito/preito
Pleito pode referir-se a eleição ou a demanda: pleito de novembro, pleito
judicial.

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Preito refere-se a homenagem ou a reconhecimento: preito aos mortos,


preito de gratidão.

Plural
São apresentadas a seguir algumas regras de formação de plural:
• Nos adjetivos compostos, somente o último elemento vai para o plural:
Estudos histórico-geográficos, acordos luso-brasileiros.
Exceção: surdo-mudo (os dois elementos são flexionados).
• Nas letras, flexionam-se: Está na hora de colocar os pingos nos is. Falou
sem pestanejar com todos os efes-e-erres.
Exceção: xis não varia.
• Nas locuções, ligadas por de, o segundo elemento fica no singular,
quando se tratar de matéria contínua: aros de metal, tubos de borracha. –
O segundo elemento vai para o plural se a palavra indicar variedades,
unidades, indivíduos: caixas de ferramentas, exposições de fotografias. –
Fica no singular o segundo elemento que tiver caráter abstrato: níveis de
conhecimento, planos de saúde. – O segundo elemento vai para o plural
se o sentido for específico: quadros de avisos.
• Nos nomes próprios, os pronomes e sobrenomes fazem plural: As Tânias
os Edsons, os Almeidas.
• As entidades, os órgãos públicos, empresas, e qualquer nome de
produtos industriais e comerciais fazem plural: os Bradescos, dez
Chevetes, dois Cinzanos.
• Os nomes geográficos ou de vias públicas vão para o plural: os dois
Brasis, as duas Alemanhas.
• As siglas, vão para o plural, acrescentando um s: RDBs, TREs, DERs,
URVs, UFIRs, IPVAs.
• Nos substantivos compostos, os dois elementos vão para o plural
quando os dois são variáveis: couves-flores, guardas-civis, redatores-
chefes. – Só o segundo elemento vai para o plural quando o primeiro é
invariável e o segundo variável: vice-diretores, guarda-chuvas, (verbo
não varia), mal-entendidos, recém-nascidos, pára-quedas, pára-choques.
– Só o segundo elemento vai para o plural quando os dois elementos são
palavras iguais: reco-recos, tico-ticos. – Só o primeiro elemento vai para
o plural quando o segundo elemento dá idéia de finalidade ou
semelhança ou limita o primeiro: turmas-piloto, postos-chave. – Só o
primeiro elemento varia quando uma preposição une os dois
substantivos: pés-de-galinha, câmaras-de-ar. – Nenhum dos elementos

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vai para o plural quando os dois forem invariáveis: os bota-fora, os topa-


tudo; – quando o segundo elemento já tiver s: os salva-vidas, os pára-
quedas; – quando se tratar de expressão substantivada: os faz-de-conta,
os diz-que-diz.

Poli
Sempre sem hífen: polissemia, policromia.

Ponto
Indica término de uma oração: A ductilidade é o oposto da fragilidade.

Segue formas de uso:


• Nas abreviaturas (exceção de feita àquelas do sistema métrico decimal):
V. Sa., prof., m, km, kg, etc.
• Não use nas siglas: SENAI, CPF.
• Apenas um ponto nas abreviaturas que aparecem no final do período: A
principal aplicação dos aços de baixa liga é na produção de pinos, eixos,
engrenagens, parafusos, etc.
• Não use ponto nos títulos.

Ponto de exclamação
Usa-se quando se quer dar ênfase a uma frase: Que beleza!

Ponto de interrogação
Introduz uma pergunta: Quem está aí?

Ponto e vírgula
É um sinal intermediário entre o ponto e a vírgula e deve ser empregado:
• Para separar as partes principais de um período que já tem as
secundárias separadas por vírgula: As ruas Afonso Celso, Neto de Araújo
e Vergueiro ficam na Vila Mariana; as ruas Silva Bueno, Agostinho Neto e
Bom Pastor, no Ipiranga.
• Quando duas orações são independentes, têm certa extensão e
possuem partes já divididas por vírgula: Os meninos, ontem à tarde,
entraram na sala assim que começou a chover; a chuva intermitente caiu
até o final do dia.
• Para separar diferentes itens de documentos, leis, enumerações,
portarias, regulamentos, decretos, etc.

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Pôr/por
Pôr é verbo e recebe acento para diferenciar-se da preposição por: Ele
disse-me para pôr tudo em ordem. Não sabe por onde anda?

Porcentagem
V. concordância.

Por isso
Sempre separado: Partículas de chumbo podem penetrar no organismo; por A palavra porisso não
existe.
isso lave bem as mãos após o trabalho com esse metal.

Por que
Usa-se por que (separado e sem acento):
• Em perguntas: Por que você não veio?
• Em frases onde estejam expressas ou subentendidas as palavras motivo
ou razão: Não sei por que ele não veio.
• Quando puder ser substituída por para que ou pelo(a) qual: Estavam
ansiosos por que (para que) ele voltasse. Este é o caminho por que (pelo
qual) ele veio.

Por quê
Usa-se por quê (separado e com acento): Quando aparece em fim de frase:
Você não veio. Por quê? Ele não apareceu e ninguém sabe por quê .

Porque
Usa-se porque (junto e sem acento): Sempre que se está respondendo,
justificando ou explicando algo ou propondo uma resposta em uma pergunta:
Ela se atrasou porque choveu muito naquela manhã. Ela se atrasou porque
choveu muito?

Porquê
Usa-se porquê (junto e com acento): Quando exerce a função de substantivo
e equivale a motivo, razão, causa: O porquê ninguém sabe.

Possível
Flexiona-se de acordo com o artigo quando acompanha as locuções o(s)
mais, o(s) menos, o(s) maior(es), o(s) menor(es): A falha foi a menor
possível. As falhas foram as menores possíveis. – A expressão quanto

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possível não varia: As falhas foram quanto possível previsíveis.

Precaver
Significa prevenir: Cuidava da alimentação para precaver o organismo contra
doenças. – É verbo defectivo por isso não possui algumas formas. No
presente do indicativo, só existem as formas precavemos e precaveis. O
presente do subjuntivo não existe.

Preferir
Quem prefere, prefere alguma coisa a outra: Prefere estudar Português a
Matemática. − Preferir dispensa reforços do tipo mais ou antes: Prefiro sair a
ouvir calado (e não antes sair a ouvir calado).

Presa
Quando equivaler a vítima, é invariável: O rapaz, presa do seu próprio medo,
não conseguiu fazer o exame.

Preso/prendido
Use preso (particípio irregular) com ser e estar: O fio já estava
preso na corrente.

Use prendido (particípio regular) com ter e haver: Já havia prendido o fio na
corrente.

Prever
Conjuga-se como ver.

Privilégio
E não previlégio.

Proliferar
E não proliferar-se: Alguns micróbios proliferam rapidamente.

Pronome de tratamento
São as palavras e expressões que substituem a 3a pessoa gramatical:
fulano, a gente, você, Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Sua Majestade.
Assim:
• Não se pode redigir uma carta usando Vossa Senhoria e depois tratar o

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destinatário por vós.


• As formas com vossa designam a pessoa a quem se fala. As formas com
sua designam pessoas de quem se fala.
• A concordância verbal se fará sempre com a 3a pessoa do singular ou
plural: Sua Excelência não se encontra hoje na sede da empresa.
• Adjetivo concorda com o sexo da pessoa identificada pela forma de
tratamento: Vossa Excelência está cansado (homem).
• Nas abreviaturas, só o segundo elemento se flexiona: V. Sas.
• Vossa Senhoria emprega-se para pessoas de relações não íntimas,
normalmente em relações comerciais. Vossa Excelência emprega-se
para pessoas de posição política elevada.

Pronome oblíquo átono


A colocação do pronome átono na frase, em princípio, é depois do verbo.
Entretanto, dependendo da frase ou do tempo verbal, o pronome pode vir
antes, no meio ou depois do verbo:
• Próclise (pronome antes do verbo) – Emprega-se a próclise toda a vez
que houver partículas de atração (palavras que precedem o verbo e
atraem o pronome: advérbios, conjunções subordinativas, pronomes
relativos, indefinidos e demonstrativos): O revenimento é um tratamento
térmico que normalmente se realiza após a têmpera.
• Mesóclise (pronome no meio do verbo) – Emprega-se a mesóclise
quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito e não
houver nenhuma partícula que atraia o pronome para antes do verbo: O
campeonato realizar-se à na próxima segunda-feira. – Entretanto, como
a mesóclise está ligada à linguagem erudita, é conveniente evitá-la: A
comemoração vai realizar-se na próxima segunda-feira.
• Ênclise (pronome depois do verbo) – Emprega-se a ênclise quando o
verbo inicia a frase (não se inicia frase com pronome oblíquo) ou quando
o verbo está logo após a vírgula ou ponto e vírgula: Obtém-se do
recozimento total ou pleno uma estrutura perlita grosseira.

Pronome pessoal do caso reto


Quando a desinência verbal deixar claro a quem se refere, dispense o
pronome: Saí antes que chovesse. – O pronome reto deve ser usado como
sujeito da frase. No entanto, quando antecedido de todos, seguido de um
número ou preposicionado, pode funcionar como objeto direto: Encontramos
todos eles na rua. Escolheram nós dois para representar a classe.

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Escolheram a eles.

Pronome possesivo
Quando o possesivo vem antes do substantivo, indica o todo. Quando vem
depois do substantivo, indica parte do todo: O professor indicou seus (todos)
alunos para a prova. – Há frases onde o possesivo é dispensável: Machucou
a cabeça (e não a sua). – Quando o possesivo sugere duplo sentido, podem-
se usar as formas: dele, delas, do senhor, de você: O professor garantiu aos
alunos que seu esforço seria recompensado. O professor garantiu a seus
alunos que o esforço deles seria recompensado.

Prover
Pretérito perfeito indicativo: provi, proveste, proveu, provemos, provestes,
proveram. Mais-que-perfeito do indicativo: provera, proveras, provera,
provêramos, provêreis, proveram. Futuro do subjuntivo: prover, proveres,
prover, provermos, proverdes, proverem. Particípio: provido (Os outros
tempos seguem ver).

Provir
Conjuga-se como vir.

Próximo
Como adjetivo, flexiona-se normalmente: Elas estavam mais próximas da
porta. Os quartos ficam próximos do jardim. (Observe a presença do verbo
de ligação, onde próximo exerce uma função predicativa.) – Em locução
prepositiva (próximo a, próximo de), fica invariável: Próximo dessa escola, há
uma biblioteca. Acompanhamo-la até próximo do altar. (A mesma situação
dá-se com junto.)

Pseudo
É prefixo e jamais se flexiona, pois não tem função de adjetivo. Exige hífen
antes de vogal, h, r, s: pseudo-história, pseudodiamante.

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Qualquer
Qualquer não significa nenhum, por isso é incorreto dizer: A peça não
apresentou qualquer problema. – Em frases negativas use nenhum: A peça
não apresentou nenhum problema. Qualquer pode ser usado em frases
negativas se o sentido não for o de nenhum: Não se deve acreditar em
qualquer pessoa (toda, uma qualquer). Plural: quaisquer.

Quantia
Sempre se refere a dinheiro. Assim, é redundante a forma quantia de
dinheiro: Ele recebeu uma boa quantia.

Quanto
É dispensável a presença do artigo antes de quanto: Nunca soube quanto
era amado (e não o quanto).

Quantum
É uma unidade de energia e o seu plural é quanta: Teve dificuldade em
entender a teoria dos quanta.

Que/quem
As duas formas estão corretas: Sou eu que pago. Sou eu quem paga.

Querer
Conjugação.
Presente do indicativo: quero, queres, quer, queremos, quereis, querem.
Pretérito imperfeito do indicativo: queria, querias, queria, queríamos,
queríeis, queriam.
Pretérito perfeito do indicativo: quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes,
quiseram.
Pretérito mais-que-perfeito: quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis,
quiseram.
Presente do subjuntivo: queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram.
Pretérito do subjuntivo: quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos,
quisésseis, quisessem.
Futuro do subjuntivo: quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes,
quiserem.
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Particípio: querido.
Gerúndio: querendo.

Quilo
Liga-se sem hífen ao termo seguinte: quiloampère, quilograma, quilômetro,
quilowatt, quilohertz. − O k só aparece nas abreviaturas: kA (quiloampère),
kg (quilograma), kHz (quilohertz), km (quilômetro).

Quilômetro
Use por extenso no texto e abreviado em tabelas e quadros: 40 quilômetros,
40km.

Quite
O plural é quites: Estou quite com você. Estamos quites com ele.

Quota
Prefira cota.

Rasgar-se
Exige a partícula se: A capa do livro rasgou-se.

Ratificar/retificar
Ratificar é confirmar: Ratifico minha decisão de apoiar a reeleição do diretor.

Retificar é corrigir: Retificou algumas imprecisões na nova edição do livro.

Reaver
Conjuga-se como haver, mas só tem as formas onde aparece a letra v. No lugar das formas
inexistentes do verbo
reaver (reavê,
reaveja), use os
Reclamar verbos recuperar
(recupera, recupere)
No sentido de exigir, é transitivo direto: Reclamava mudanças. – No sentido ou recobrar (recobra,
recobre).
de protestar, é transitivo indireto: Reclamou contra o aumento das
mensalidades. – No sentido de implorar, é transitivo direto e indireto:
Reclamava mudanças ao professor.

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Recorde
Re(cór)de. Como adjetivo, não se flexiona: velocidades recorde. Jamais use
(ré)corde ou record
(em inglês).

Referir/referir-se a
Referir é contar: Referiu o caso daquela noite ao professor.

Referir-se é aludir, mencionar e pede preposição a: Referiu-se a um


capítulo já estudado.

Refletir-se
No sentido de incidir, exige a partícula se: A lua não se reflete nas águas
turvas. A crise do café refletiu-se na crise mundial.

Remediar
Conjugação.
Presente do indicativo: remedeio, remedeias, remedeia, remediamos,
remediais, remedeiam.
Presente do subjuntivo: remedeie, remedeies, remedeie, remediemos,
remedieis, remedeiem.
Imperativo afirmativo: remedeia, remedeie, remediemos, remediai,
remedeiem.
Imperativo negativo: não remedeies, não remedeie, não remediemos, não
remedieis, não remedeiem.
Os demais tempos são regulares. Seguem o mesmo modelo: odiar, ansiar,
incendiar, intermediar, mediar.

Repelir
Conjugação.
Presente do indicativo: repilo, repeles, repele, repelimos, repelis, repelem.
Presente do subjuntivo: repila, repilas, repila, repilamos, repilais, repilam.
Imperativo afirmativo: repele, repila, repilamos, repeli, repilam.
Imperativo negativo: não repilas, não repila, não repilamos, não repilais, não
repilam. - Os demais tempos são regulares.

Réptil
Plural: répteis.

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Requerer
Conjugação.
Presente do indicativo: requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis,
requerem.
Pretérito perfeito do indicativo: requeri, requereste, requereu, requeremos,
requerestes, requereram.
Presente do subjuntivo: requeira, requeiras, requeira, requeiramos,
requeirais, requeiram. - Os demais tempos são regulares.

Residir em
Reside-se em algum lugar e não a algum lugar: Residia na Avenida Brasil.

Resistir
Quem resiste resiste a alguma coisa. Portanto resistir é verbo transitivo
indireto, não aceitando a forma resisti-lo. Use resistir-lhe. O lhe pode ser
complemento de verbo indireto.

Responder
Quando se quer declarar a quem ou a que se dá a resposta, responder é
transitivo indireto: respondeu à carta, respondeu às perguntas, respondeu ao
irmão – Quando se quer declarar o que se profere como resposta, responder
é transitivo direto: Respondeu sim.

Restringido/restrito
Use restringido com ser e estar, ter e haver: O acesso à oficina foi
restringido. O governo tinha restringido uso de carros oficiais.

Restrito deve ser usado com ser e estar: O uso das ferramentas estava
restrito.

Reticências
As reticências ou pontos de reticências significam interrupção, hesitação ou
supressão de um pensamento: Mas... deixe para lá. Para bom entendedor...

Romper-se
Exige a partícula se: A tabulação rompeu-se.

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Rubrica
Sem acento gráfico. Pronuncia-se ru(brí)ca.

Se
A partícula se, dependendo do verbo a que se prende, funciona ora como Na frase vendem-se
casas, o verbo esta
apassivadora ora como partícula de indeterminação do sujeito e pode, na voz passiva
sintética. Para saber
algumas vezes, ser dispensada: se o verbo se flexiona
ou não, passe a frase
• Como partícula apassivadora, o verbo concorda com o sujeito: Vende-se para a voz passiva
analítica: Casas são
casa. Vendem-se casas. Alugam-se apartamentos. Consertam-se vendidas.

sapatos. Podem-se vender as casas. Devem-se consertar os sapatos. -


Na locução verbal, o verbo auxiliar fica no singular se o infinitivo (sujeito)
não puder ser substituído por ser mais particípio: Pretende-se rever as
normas de qualidade (e não pretendem ser revistas).
• Como partículas de indeterminação do sujeito, com verbos transitivos
indiretos, o verbo fica invariável: Precisa-se de marceneiros. Trata-se de
novos métodos de aferição.

Não se usa partícula se:


• Em expressões com valor passivo: difícil de, fácil de, bom de, ruim de,
passível de, duro de, agradável de: fácil de fazer (e não fácil de se fazer).
• Quando o pronome mais o infinitivo equivalem a um adjetivo (é de tolerar
= é tolerável, de notar, de impressionar, de compreender, de acreditar):
Não é de admirar que ele se comporte tão mal assim.
• Quando não tem função na frase: É preciso pensar (e não se pensar). É
preciso cogitar (e não se cogitar). Está na hora de fazer (e não de se
fazer) uma revisão no carro.

Seção/secção
Use seção para indicar setor, divisão, repartição.

Use secção para indicar corte, amputação e derivados como vivissecção. V.


sessão/cessão.

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Segurado/seguro
Use seguro com ser e estar: O operador deve verificar se a presilha está
segura.

Use segurado com ter e haver: O operador tinha segurado a presilha para a
peça não soltar.

Sem (prefixo)
Com hífen quando entra na composição de outras palavras: sem-fim, sem-
cerimônia. – Algumas palavras não têm plural: sem-fim (roscas sem-fim),
sem-casa, sem-dinheiro, sem-família, sem-lar, sem-luz, sem-pão, sem-par,
sem-sal, sem-terra, sem-teto, sem-trabalho, sem-vergonha. – Outras
admitem plural: sem-nomes (barbaridades sem-nomes), sem-números, sem-
cerimônias. - Exceção: sensabor.

Semi
V. hífen.

Sem-fim
Com hífen: rosca sem-fim.

Sem-número/sem número
Sem-número é um número indeterminado: Fez a lição um sem-número de
vezes.

Sem número significa inumeráveis: Viveu alegrias sem número depois que o
filho nasceu.

Se não
Se (conjunção) não (advérbio) é separado quando:
• Equivale a caso não: Viria sozinho, se não tivesse tanto medo.
• Equivale a quando não: Deveremos comprar três máquinas, se não
quatro.
• Introduz um objeto direto: Pergunta-lhe se não era cedo. (Pergunta-lhe o
quê? Se não era cedo.).

Senão
Constitui uma só palavra quando equivale a:

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• De outro modo: Confessas, senão morres.


• Mas, mas sim: Não é pessoa de calar, senão de reagir.
• A não ser, mais do que: Não a via, senão de branco. O ser humano não
é senão um animal inquieto.
• Defeito, equívoco, lapso: O texto era bom, entretanto havia um senão.

Senão a
Use sempre antes de pronome: Não tinha a quem recorrer, senão a ela.

Senão quando
Equivale a de repente, eis que: Caminhávamos, senão quando se
apresentou um andarilho.

Sequer
Usado apenas em frases negativas. Equivale a ao menos, pelo menos: Os
alunos não foram sequer consultados. A escola não tinha sequer uma
biblioteca.

Ser
V. concordância.

Sessão/cessão
Sessão é tempo de duração de uma reunião, espetáculo: sessão de cinema.

Cessão (ceder) é doação: cessão de brindes.

Siglas
Regras para o uso:
• Não use pontos intermediários ou pontos finais nas siglas: ONU
(Organização das Nações Unidas).
• Explique a sigla a primeira vez que aparece no texto: CFP (Centro de
Formação Profissional).
• Escreva com maiúscula todas as siglas até três letras: USP.
• Siglas com quatro letras ou mais têm apenas a inicial maiúscula quando
são pronunciáveis: Senai.
• Siglas com quatro letras ou mais vão em maiúsculas quando todas as
suas letras forem pronunciadas separadamente: BNDES.
• Se a sigla passou a ter força de palavra, é possível o acompanhamento

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Manual de elaboração de material didático impresso

de um s (minúsculo) para indicar o plural: PMs.


• As siglas não devem receber nenhum tipo de separação silábica como as
palavras comuns.

Simpatizar
É simpatizar com e não simpatizar-se com: Ele simpatizou com os alunos.
Simpatizo com ele.

Situado/sito
As duas formas são equivalentes e exigem preposição em: Situado na (em + Atenção: residente e
morador pedem a
a) Avenida Paulista. Sito na Avenida Paulista. preposição em: Era
residente em
Botafogo. Foi por
anos morador na Rua
Soar (horas) João Leme.

Concorda com horas: Soou uma hora. Soaram dez horas.

Sobressair
Use sem a partícula se: Ele sobressai entre os colegas (e não sebressai-se).

Socio
Sem hífen: sociopolítico, sociolingüístico, sociocultural.

Somatório
É substantivo masculino. Somatória não
existe. Para indicar
uma soma, use
sempre somatório.
Sortir/surtir
Sortir é abastecer: Sortiu a dispensa.
Surtir é resultar: Suas palavras não surtirão efeito esperado.

Suar/soar
Suar é transpirar: Eu suo muito.
Soar é produzir som: A campainha soou.

Tacha/taxa
Tacha é prego pequeno: Deveria ter fixado a peça apenas com tachas.

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Manual de elaboração de material didático impresso

Taxa é imposto: Gastou parte do salário pagando as taxas para liberar o


carro.

Tachar/taxar
Tachar é acusar: Sem ao menos analisar o trabalho, tachou-o de
incompetente.

Taxar é impor tributo: O governo taxou todos os produtos farmacêuticos.

Tal
Como pronome demonstrativo, varia de acordo com o substantivo a que se
refere: Tais métodos estão ultrapassados.

Tampouco/tão pouco
Tampouco significa também não, devendo aparecer em frases negativas:
Não saiu, tampouco estudou.

Tão pouco é muito pouco: Tenho tão pouco tempo para terminar o trabalho.

Tele
Sempre sem hífen: telecomunicação, teleobjetiva.

Tem/têm
Tem é a 3a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo ter: Ele
tem.

Têm é a 3a pessoa do plural do presente do indicativo do verbo ter: Eles têm.

Temperatura
A temperatura é baixa ou alta e não fria ou quente.

Tenção/tensão
Tenção significa intenção, intuito: Não tinha tenção de ficar.

Tensão indica rigidez, estado de que é tenso: A tensão que aquela situação
lhe causava era enorme.

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Ter
Não pode ser usado como verbo impessoal e não equivale a existir, por isso
evite frases como: Não tem mais lugar na sala. Não tem de quê. – O correto
é: Não há mais lugar na sala. Não há de quê.

Todo/todo o
Antes do substantivo, todo seguido ou não de artigo pode significar de
qualquer ou inteiro: Todo a leitura tem seu significado (qualquer). Todo o
texto esta confuso (inteiro). Todo texto esta confuso (inteiro).

Trans
Sem hífen: transreceptor, transecular, transplatino.

Transistor
Pronuncia-se transis(tôr)

Trás/traz
Com s é preposição ou advérbio: Ficou para trás. Veio por trás de todos.

Com z é a 3a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo trazer:


Ele traz as encomendas todos os dias.

Travessão
Sinal de pontuação que indica mudança de interlocutor nos
diálogos:
— Quem chegou?
— Seu professor.
Pode também substituir os parênteses ou vírgulas nas orações interferentes
explicativas: Mandril — disse o instrutor— é uma ferramenta usada para
retificar e calibrar furos.

Treinar/treinamento (regência)
Treinar é transitivo direto: Ele treina basquetebol.

O treinamento pode ser feito sobre ou a respeito de alguma coisa: O


treinamento a respeito de novos projetos de informática começará amanhã.

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Manual de elaboração de material didático impresso

Trema
É obrigatório toda a vez que o u das sílabas que, qui, gue, gui for
pronunciado: freqüência, tranqüilo, agüentar, lingüiça.

Turbo
Sem hífen: turboacionado, turbobomba, turboelétrico, turboélice, turbojato,
turborreator.

Ue/ui
Verbos terminados em uar fazem a 3a pessoa do singular do presente do
subjuntivo em ue: continue, recue, atue, acue, atenue, sue.

Verbos terminados em uir fazem a 3a pessoa do presente do indicativo em


ui: inclui, intui, influi, atribui, polui, restitui, possui.

Ultravioleta
Invariável: cores ultravioleta.

Uni
Sempre sem hífen: unicelular, unilateral, uniaxial, uniocular.

Valer
Conjugação.
Presente do indicativo: valho, vales, vale, valemos, valeis, valem.
Presente do subjuntivo: valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham.
Imperativo afirmativo: vale, valha, valhamos, valei, valham.
Imperativo negativo: não valhas, não valha, não valhamos, não valhais, não
valham.

Valorizar-se
Exige a partícula se: O terreno valorizou-se mais do que o esperado.
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Vem, vêm/vê, vêem


Verbo vir: Ele vem hoje a São Paulo (singular). Eles vêm hoje a São Paulo Verbos que
apresentam a forma
(plural). a
êem na 3 pessoa do
plural: crer, dar, ver,
ler (crêem, dêem,
vêem, lêem).
Verbo ver: Ele vê tudo o que esta acontecendo (singular). Eles vêem tudo o
que esta acontecendo (plural).

Ver1
Conjugação.
Presente do indicativo: vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem.
Imperfeito do indicativo: via, vias, via, víamos, víeis, viam.
Perfeito do indicativo: vi, viste, viu, vimos, vistes, viram.
Mais-que-perfeito do indicativo: vira, viras, vira, víramos, víreis, viram.
Futuro do presente: verei, verás, verá, veremos, vereis, verão.
Futuro do pretérito: veria, verias, veria, veríamos, veríeis, veriam.
Presente do subjuntivo: veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam.
Pretérito do subjuntivo: visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem.
Futuro do subjuntivo: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem (cf. vir).
Infinitivo pessoal: ver, veres, ver, vermos, verdes, verem.
Gerúndio: vendo.
Particípio: visto.

Ver (Quando você me vir)2


O futuro do subjuntivo do verbo ver é: vir, vires, vir, virmos, virdes, irem.
Assim: Quando você me vir passando, fale comigo (e não quando você me
ver). Sempre que eu vir você fumando, chamarei sua atenção (e não sempre
que eu ver).

Ver/vir3
O infinitivo pessoal do verbo vir é idêntico ao futuro do subjuntivo do verbo
ver (vir, vires, virmos, virdes, virem). Existe, no entanto, diferença na
aplicação: Quando você me vir chegando, pode sair (futuro do subjuntivo de
ver). É louvável seu desejo de vir amanhã (infinitivo pessoal do verbo vir).

Viagem/viajem
Viagem é substantivo: Fizemos uma ótima viagem.

Viajem é a 3a pessoa do plural do presente do subjuntivo do verbo viajar: É

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bom que viajem ainda hoje.

Vice
Exige hífen: vice-líder, vice-secretário, vice-campeão.

Video
Liga-se sem hífen: videoteipe, videocassete, videoclipe.
O termo correto é
viger e não vigir.
Viger
Viger significa vigorar: Esta lei do século passado vige ainda hoje.

Viemos/vimos
Viemos é a 1a pessoa do plural do verbo vir no pretérito perfeito do indicativo.
Nós viemos de ônibus ontem.

Vimos é a 1a pessoa do plural do verbo vir no presente do indicativo: Nós


vimos de ônibus todos os dias.

Vir
Conjugação.
Presente do indicativo: venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm.
Imperfeito do indicativo: vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vinheis, vinham.
Pretérito perfeito do indicativo: vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram.
Futuro do presente do indicativo: virei, virás, virá, viremos, vireis, virão.
Futuro do pretérito do indicativo: viria, virias, viríamos, viríeis, viriam.
Presente do subjuntivo: venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham.
Imperfeito do subjuntivo: viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem.
Futuro do subjuntivo: vier, vieres, vier, viemos, vierdes, vierem.
Infinitivo pessoal: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem (cf. ver).
Particípio : vindo.
Gerúndio: vindo.

Vírgula
Separa palavras, símbolos e orações de função idêntica: Tenacidade, Evite a virgulação
excessiva. A ordem
fragilidade, ductilidade, são algumas propriedades dos materiais. direta da frase
geralmente contorna
esse problema. Toda
vez que há vírgula, há
Use vírgula: pausa. Porém não é
em toda pausa que há
• Para separar o vocativo: Pedro, por que tanto barulho? vírgula.

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• Para isolar o aposto: Cláudio, diretor da escola de mecânica, não


participou da reunião.
• Para indicar omissão de verbo ou grupo de palavras. No céu, tantas
estrelas. Maria gosta de doces e João, de salgados.
• Para separar palavras e locuções explicativas, retificativas e
continuativas: por exemplo, ou então, isto é, ou seja, além disso, por
assim dizer, aliás, a propósito, então, com efeito, a saber.
• Para separar palavras repetidas: Nada, nada restou daquele passado.
• Para separar orações reduzidas de gerúndio, particípio, infinitivo: A sala
esvaziou-se, terminada a aula.
• Para separar orações subordinadas adverbiais, colocadas antes ou
depois da oração principal: Quando o aluno apareceu, a classe fez
silêncio.
• Para separar orações ou locuções intercaladas que interrompam a
fluência da oração principal: João, como de costume, sonhava acordado.
• Com sim e não: Sim, fui eu que disse isso. Não, jamais disse isso.
• No caso de inversão dos elementos da frase, use a vírgula para dar
maior clareza: Dos amigos, sentia muita saudade.
• Para separar orações adjetivas explicativas. A explicativa funciona como
oração intercalada já que, se dispensada, não prejudica o entendimento
da frase: O torno CBC, que é automatizado, foi consertado pelos próprios
alunos da escola.

Não use vírgula:


• Entre o sujeito e o verbo: A greve (,) paralisou a cidade.
• Entre o verbo e o complemento: A greve paralisou (,) a cidade.
• Em orações adjetivas restritivas. A restritiva não funciona como oração
intercalada pois não pode ser eliminada sem prejuízo do sentido da
oração principal: O aluno que faltou ontem não entenderá nada hoje.
• Não use vírgulas antes de e ou e nem, a não ser nos seguintes casos -
Quando o e liga orações de sujeitos diferentes: Já abriram as flores, e o
sol ainda não surgiu. – Quando o e e o nem estiverem repetidos na frase,
por ênfase ou enumeração: Ele ria, e dançava, e cantava...

Visar
Quando equivale a dar o visto não pede preposição: Visou o cheque. –
Quando equivale a ter em vista ou ter por objetivo, pede preposição: Visou
a seus interesses. – Visar antes de infinitivo pode não aparecer seguida de

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Manual de elaboração de material didático impresso

preposição: Visou proporcionar conforto à família (ou visou a proporcionar).

Vultoso/vultuoso
Vultoso é volumoso, importante: Vendeu a casa por vultosa soma.

Vultuoso é congestão ou inchaço da face: O rosto vultuoso era sinal da


doença.

Zero
Zero hora, zero grau e não zero horas, zero graus.

Ziguezague
Sem hífen. Plural: ziguezagues.

Zunzum
Nos substantivos formados por palavras repetidas, apenas o último elemento
vai para o plural: zunzuns, lengalengas, lufalufas.

SENAI-SP – INTRANET
124 AA237-05
Manual de elaboração de material didático impresso

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_____.Apresentação de artigos de periódicos: NB-61. Rio de Janeiro, ABNT, 1978.

_____.Apresentações de citações em documentos: NBR-10520. Rio de Janeiro,


ABNT, 1988.

_____.Apresentação de livros e folhetos: NBR-6029. Rio de Janeiro, ABNT, 1980.

_____.Apresentação de publicações periódicas: NB-62. Rio de Janeiro, ABNT,


1978.

_____.Correções datilográficas: NBR-6031. Rio de Janeiro, ABNT, 1980.

_____.Editoração de traduções: NBR-10526. Rio de Janeiro, ABNT, 1988.

_____.Entrada para nomes de Língua Portuguesa em registros bibliográficos:


NBR-10523. Rio de Janeiro, ABNT, 1988.

_____.Índice de publicações: NB-124. Rio de Janeiro. ABNT, 1971.

_____.Legenda bibliográfica: NBR-6026. Rio de Janeiro, ABNT, 1980.

_____.Numeração internacional para livro - ISBN NBR-10521. Rio de Janeiro.


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_____.Numeração progressiva das seções de um documento: NBR-6024. Rio de


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_____.Ordem alfabética: NB-6033. Rio de Janeiro, ABNT, 1989.

_____.Preparação de folha de rosto de livro: NBR-10524. ABNT, Rio de Janeiro.


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_____.Referências bibliográficas: NB-66. Rio de janeiro, ABNT, 1978.

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_____.Referências bibliográficas: NBR-6023. Rio de Janeiro, ABNT, 1989.

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