n.º 02 [19 jan.

’11]

editorial
Sobre Santa Maria da Feira a característica que
maior atenção tem merecido e que maior valoriza-
ção tem sido dada pela Fundação Calouste Gul-
benkian é a sua cultura de rede, é a capacidade
de mobilização dos vários parceiros, e a capacidade
do envolvimento de todos em nome de uma causa.

Foi essa a característica que nos convocou e nos

desafiou a vir até Santa Maria da Feira e a participar
em alguns dos projectos que aqui estão a ser
desenvolvidos, designadamente e muito particular-
mente aqueles que se dirigem às pessoas mais
idosas e às pessoas com problemas de saúde,
do tipo demências ou após AVC.

Esta cultura infelizmente não é uma cultura que

nós consigamos encontrar ainda em todo o País,
todavia já existem alguns pontos de excelência
e um desses pontos de excelência é de facto
Santa Maria da Feira.
O que é que nós queremos para o futuro? Eviden-
temente que aqui encontramos algumas platafor-
mas de entendimento com todos, e queremos
com certeza um mundo mais justo, um mundo
muito mais solidário, um mundo onde cada um
consiga ser feliz e onde haja espaço para todos.
Tudo isto passa por uma atenção muito grande
às pessoas, em particular aos mais vulneráveis,
e acima de tudo, às nossas crianças.
Eu diria que se tivesse que escolher uma priorida-
de seriam as crianças, porque toda a sustentabili-
dade de uma sociedade, todo o futuro de uma
sociedade, todo o compromisso com o amanhã,
passa por elas, sendo esse o grande investimento
e desafio em que as instituições deverão apostar.
Luísa Valle
Directora do Serviço de Saúde e Desenvolvimento
Humano - Fundação Calouste Gulbenkian
Seminário - Apresentação de Kenneth Clewett
destaque
Seminário Desafiar, Empreender e Inovar -
Qualificar o Desenvolvimento Social Local
No 1º dia promoveu-se uma reflexão sobre o
contributo das organizações da Economia Social
na definição de políticas de desenvolvimento,
sobre os desafios que se lhes colocam e formas
de gestão conducentes à sua sustentabilidade,
qualidade e contínua inovação.
Kenneth Clewett evidenciou a experiência do
Projecto ASHOKA (Espanha) numa intervenção
global ao nível do Empreendedorismo Social e
o perfil empreendedor (ideia inovadora, criativida-
de, qualidade empreendedora, impacto social
e fibra ética). Foi apresentada uma iniciativa de
empreendedorismo social local (BioKabaz),
afirmando-se como uma ferramenta inclusiva.
José Rodrigues (AGRICABAZ) enfatizou que "o
empreendedorismo não se legisla anima-se",
reforçando a necessidade de animadores de ini-
ciativas de empreendedorismo. Foi destacada
a importância da medição do impacto das iniciati-
vas por Miguel Martins (Instituto de Empreende-
dorismo Social).
Patricia Boura da Cooperativa António Sérgio
para Economia Social reforçou a mudança de
paradigma, no que se refere a visões assistencia-
listas de intervenção, na construção de uma in-
tervenção social inovadora e democrática. Marta
Santos da Associação Fernão Mendes Pinto
veio exemplificar esta mudança.
Os cerca de 160 participantes, ao longo do dia,
acompanharam os oradores no percurso entre
as diversas iniciativas, estratégias de empreende-
dorismo social e formas de intervenção, promoto-
ras de uma economia social sustentável.

retrato
O Bazar é um novo espaço que aposta na ino-
vação social e no empreendedorismo indo ao
encontro de novas soluções. Neste local encon-
tramos diferentes e distintos produtos, fruto da
criatividade, vontade e dedicação de todos os outros, que suscitarão o aguçar dos cinco senti-
elementos das entidades presentes no II Mosaico. dos e das emoções. As receitas reverterão no
Desde compotas, artesanato, livros, bijutaria, apoio aos projectos sociais. O Bazar funciona na
chás, bordados, doçaria e tapeçaria, azeite, entre Casa do Moinho (junto à tenda) das 10h às 18h.
 cartaz [ 19 janeiro ]
Seminário
hora 10h00 › 13h00
local Auditório Biblioteca Municipal de S. M. Feira
Workshops
hora 14h30 › 16h30
local Isvouga
À Conversa com…
Tema "Os Produtos locais na promoção
e desenvolvimento de uma região"
hora 17h00 - 18 h00
local Espaço de Exposição
Gala Prémio Concelho Solidário
hora 21h00
local Auditório da Biblioteca Municipal de Santa
Maria da Feira
Rastreio da Diabetes e Hipertensão | Contro-
le os seus sinais vitais enquanto faz exercício
físico | Técnicas de relaxamento | Rastreio
do cancro da mama: Prática do auto-exame
da mama | Prevenção do cancro cólon rectal:
Prática de uma vida saudável | Previna e tra-
te a sua incontinência urinária - Fisioterapia"
hora 10h00 › 14h00
Rastreio da Diabetes e Hipertensão | Avalia-
ção e correcção corporal | Técnicas de rela-
xamento | Ergonomia: O contributo da Fisio-
terapia | Ergonomia: O contributo da Terapia
Ocupacional | A importância da Fisioterapia
na mulher mastectomizada | Adeque o brincar
ao desenvolvimento do seu filho - Perspectiva
da Fisioterapia e Terapia Ocupacional
hora 14h00 › 18h00
números
[ 160 ] participantes no seminário
[ 116 ] rastreios diabetes
[ 136 ] rastreios tensão arterial
[ 16 ] colheitas de sangue
apontamento
Um evento, uma partilha ao tema Economia Criativa, com a moderação
de Hugo Cruz. Marcaram presença André Rodri-
O Programa de Animação do II Mosaico Social gues (Fundação da Juventude / Director e Coor-
resulta da união das diversificadas iniciativas sócio denador do Palácio das Arte - Fábrica de Talen-
- culturais e pedagógicas, desenvolvidas pelas tos); Miguel Neiva (CollorAdd); Cristina Passos
instituições concelhias de intervenção social, que (Fundação de Serralves - Directora dos Recurso
associando trabalho, criatividade e dedicação e Projectos Especiais) e Eduardo Correia (Teatro
construíram um vasto leque de actividades que Regional da Serra de Montemuro).
recheiam instantes lúdicos neste evento.
As ideias debatidas nesta conversa, centralizaram-
Não podemos deixar de referir e enaltecer o avul- -se na importância da economia criativa aliar
tado número de instituições que vão apresentar três vectores fundamentais: tolerância, talento
as suas criações artísticas e culturais, que bem e tecnologia. Por outro lado, os convidados des-
demonstram a dinâmica institucional e o esforço tacaram que os empreendedores têm que
colectivo nesta mobilização. Sem dúvida, uma apostar na rentabilidade dos seus produtos, não
responsabilidade partilhada no sentido das ins- podendo estar à mercê da subsidiodependência.
tituições quererem estar presentes e ensaiarem A conversa foi enriquecida com a presença dos
espectáculos para o II Mosaico Social. alunos da Escola de Hotelaria de Santa Maria
da Feira que presentearam os participantes com
E só assim é possível proporcionar múltiplos alguns "mimos" saborosos.
momentos de animação no palco, circulante e
na praça onde se distribuem os diversos stands
das entidades representadas no Mosaico. Na
animação do palco destacam-se as diversas
coreografias de dança tradicional, ritmos latinos,
hip hop, peças de teatro, momentos musicais
de canto infantil, sénior e intergeracional e instru-
mentais tão distintos com música medieval e
jazz. Para a animação circulante, que vai percor-
rer o todo o espaço, foram concebidos pequenos
apontamentos artísticos dos alunos do Curso
de Animação Socio-Cultural, que envolvem artes
circenses. Na animação da praça, além dos
momentos musicais do grupo dos cavaquinhos,
decorrerão diversas performances e oficinas de
origamis, pinturas faciais, fantoches, actividades
manuais.
O II Mosaico Social celebra desta forma encontros
intergeracionais, partilhando afectos, cores, mo-
vimentos e sabores.
A encerrar o segundo dia do Mosaico Social,
decorreu "À Conversa Com…", subordinada
INSERIDO NA PROGRAMAÇÃO FESTA DAS FOGACEIRAS ’11