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Produção

Textual
Professor

Caderno de Atividades
Pedagógicas de
Aprendizagem
Autorregulada - 04
9º Ano |4º Bimestre

Disciplina Curso Bimestre Ano


Produção Textual Ensino Fundamental 4º 9º

Habilidades Associadas

1. Usar conectivos e pontuação apropriadamente no encadeamento das orações.

2. Produzir um texto narrativo cuja estrutura se aproxime do romance.


Apresentação

A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o


envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem
colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes
preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.
A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma
estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar
suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma
autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções
para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.
Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das
habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades
roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é
efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.
Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam,
também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o
a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática.
Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior
domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para
o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as
ferramentas da autorregulação.
Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se
para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o
aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.
A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da
Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede
estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim
de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às
suas aulas.
Estamos à disposição através do e-mail curriculominimo@educacao.rj.gov.br para quaisquer
esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material.
Secretaria de Estado de Educação

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Caro Tutor,
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competências do 4º Bimestre do Currículo Mínimo de Produção Textual do
9º Ano do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante o
período de um mês.
A nossa proposta é que você atue como tutor na realização destas atividades
com a turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as
trocas de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no
percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você estimular o desenvolvimento da
disciplina e independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional de
nossos alunos no mundo do conhecimento do século XXI.
Neste Caderno de Atividades, os alunos vão aprender mais algumas
características do gênero Romance. Eles verão as possibilidades que o romance possui
ao explorar diferentes épocas, lugares e perfis de personagens. Além disso, aprenderão
sobre o uso do conectivo e da pontuação para fazer adequadamente o encadeamento
de orações e a produzir textos narrativos que se aproximem do gênero estudado.
Para os assuntos abordados em cada bimestre, vamos apresentar algumas
relações diretas com todos os materiais que estão disponibilizados em nosso portal
eletrônico Conexão Professor, fornecendo diversos recursos de apoio pedagógico para o
Professor Tutor.
Este documento apresenta 04 (aulas) aulas. As aulas podem ser compostas por
uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias
relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e
atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As
Atividades são referentes a dois tempos de aula. Para reforçar a aprendizagem, propõe-
se, ainda, uma avaliação sobre o assunto.

Um abraço e bom trabalho!


Equipe de Elaboração

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Sumário

Introdução .............................................................................................................. 3
Objetivos Gerais ..................................................................................................... 5
Materiais de Apoio Pedagógico .............................................................................. 5
Orientação Didático-Pedagógica ............................................................................ 6
Aula 1: O bom selvagem ......................................................................................... 7
Aula 2: Um lugar na história .................................................................................. 11
Aula 3: Qual é o personagem? .............................................................................. 15
Avaliação .............................................................................................................. 19
Referências ........................................................................................................... 22

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Objetivos Gerais

No 9º Ano do Ensino Fundamental, o conteúdo mais abordado é o estudo do


Romance. Para atingir tal objetivo, daremos continuidade ao trabalho já iniciado no 4º
bimestre, quando esse gênero também esteve no foco de nossas atenções. A partir de
alguns clássicos da literatura inicial, o aluno poderá desenvolver sua sensibilidade
estética e entrar em contato com textos de suma importância para a cultura brasileira.
Além disso, essa abordagem contemplará o uso adequado de conectivos e da
pontuação para o encadeamento de orações, bem como o estímulo para a produção
de narrativas que se aproximem do gênero romance.

Materiais de Apoio Pedagógico

No portal eletrônico Conexão Professor, é possível encontrar alguns materiais


que podem auxiliá-los. Vamos listar estes materiais a seguir:

Aula
Teleaulas nº Orientações Pedagógicas do CM Reforço Escolar
Referência
http://www.conexaoprofessor.rj.gov
http://www.conexaoprofe
.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_4.p
Aula 1 --- df
ssor.rj.gov.br/downloads/
cm/cm_11_9_9A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov
http://www.conexaoprofe
.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_4.p
Aula 2 --- df
ssor.rj.gov.br/downloads/
cm/cm_11_9_9A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov
http://www.conexaoprofe
.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_4.p
Aula 3 --- df
ssor.rj.gov.br/downloads/
cm/cm_11_9_9A_4.pdf

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Orientação Didático-Pedagógica

Para que os alunos realizem as atividades referentes a cada dia de aula,


sugerimos os seguintes procedimentos para cada uma das atividades propostas no
Caderno do Aluno:
1° - Explique aos alunos que o material foi elaborado que o aluno possa
compreendê-lo sem o auxílio de um professor.
2° - Leia para a turma a Carta aos Alunos, contida na página 3.
3° - Reproduza as atividades para que os alunos possam realizá-las de forma
individual ou em dupla.
4° - Se houver possibilidade de exibir vídeos ou páginas eletrônicas sugeridas na
seção Materiais de Apoio Pedagógico, faça-o.
5° - Peça que os alunos leiam o material e tentem compreender os conceitos
abordados no texto base.
6° - Após a leitura do material, os alunos devem resolver as questões propostas
nas ATIVIDADES.
7° - As respostas apresentadas pelos alunos devem ser comentadas e debatidas
com toda a turma. O gabarito pode ser exposto em algum quadro ou mural da sala
para que os alunos possam verificar se acertaram as questões propostas na Atividade.
Todas as atividades devem seguir esses passos para sua implementação.

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Aula 1: O bom selvagem

Caro aluno, você se lembra que conhecemos o gênero romance no 3º


bimestre? Vamos continuar a estudar o romance vendo o tipo de romance chamado
de indianista.
A temática indianista aparece nos romances brasileiros trazendo a idealização
do índio, tentando retratar seus costumes, crenças e maneira de viver. Assim, o índio
aparece como o bom selvagem, simbolizando um homem puro e de caráter que vira
herói e chega até, em alguns momentos, a conviver com o homem branco.
A imagem do índio retratada nesses romances está longe de corresponder à
realidade já que ele é descrito pelo homem branco através do olhar idealizador
característico da estética do Romantismo. Essa idealização também aparece nas
descrições sobre a natureza brasileira e sua exuberância.
Os romances mais expressivos com a temática indianista foram “O Guarani”,
"Ubirajara" e "Iracema", de José de Alencar. Vejamos fragmentos dos romances:
Iracema e O Guarani.
“Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da
graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu
sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida
que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde
campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal
roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.”

Fonte:http://http://stat.correioweb.com.br/arquivos/educacao/arquivos/JosdeAlencar-Iracema1.pdf

“Mas todos os seus esforços tinham sido baldados; o fidalgo com a sua lealdade e o
cavalheirismo apreciava o caráter de Peri, e via nele embora selvagem, um homem de
sentimentos nobres e de alma grande. Como pai de família estimava o índio pela
circunstância a que já aludimos de ter salvado sua filha, circunstância que mais tarde
se explicará.”

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Fonte:http:// http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000135.pdf

Atividade Comentada 1

O romance “O Guarani” retrata a história de Peri, um índio com características


heroicas que ganha confiança de um fidalgo português por ter salvado a filha deste,
Cecília. Dentre outras tramas do romance, Peri e Cecília apaixonam-se e, no final do
romance, eles fogem para a mata formando a futura raça brasileira, mestiça.
Leia com atenção os trechos do romance “O Guarani” a seguir e responda:

A. “Contudo Cecília não podia acreditar o que ouvia; parecia-lhe inconcebível que
um homem só, embora tivesse a dedicação e o heroísmo do índio, pudesse vencer
não só os aventureiros revoltados, como os duzentos guerreiros Aimorés que
assaltavam a casa.”

B. “— Mas, senhor; eu sou mãe, e não posso viver assim longe de meu filho, cheia
de inquietações pela sua sorte.
— Entretanto, assim há de ser, porque assim o decidi.”

C. “Ainda assim quis resistir, quis ficar, esperando que os Aimorés continuariam o
sacrifício; mas conheceu que a resolução de Álvaro era inabalável como a sua.”

D. “Debateu-se um momento contra a poderosa gravitação que o vergava para a


terra; mas era homem, e tinha de ceder à lei da criação. Entretanto, sucumbindo o
valente índio resistia sempre; e vencido parecia querer lutar ainda.”

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E. “Uma lembrança triste, porém o assaltou; vendo os lindos objetos que a moça
recebera, pensou que podia dar-lhe a sua vida, mas que não tinha primores como
aqueles para ofertar-lhe.”

1. Retire o trecho em que aparece um sinal de pontuação que serve para indicar a fala
de um personagem. Diga qual o nome desse sinal.
Resposta comentada: O aluno deve ser capaz de reconhecer os conectivos e sinais de
pontuação, identificando suas funções no processo de coesão do texto. Além disso,
reconhecer os processos de referenciação que contribuem para a coesão textual.
O trecho a ser destacado é: “— Mas, senhor; eu sou mãe, e não posso viver assim
longe de meu filho, cheia de inquietações pela sua sorte.” O nome do sinal de
pontuação é travessão.

2. Em quais trechos podemos notar as qualidades de Peri?


Resposta: Trechos A e D.

3. As conjunções são conectivos que estabelecem relações entre as orações nos


períodos, ligando um vocábulo a outro. Sabendo que as conjunções podem expressar
vários sentidos (adição, conclusão, comparação, explicação e contradição), explique
que sentido é apontado pelas conjunções destacadas nos trechos anteriores do
romance “O Guarani”.
Resposta comentada: Todas as conjunções destacadas expressam ideias contrárias, de
oposição. São, portanto, conjunções adversativas.

4. Nos trechos:
“Cecília não podia acreditar o que ouvia; parecia-lhe inconcebível”

“Ainda assim quis resistir, quis ficar, esperando que os Aimorés continuariam o
sacrifício; mas conheceu que a resolução de Álvaro era inabalável como a sua.”
“Vendo os lindos objetos que a moça recebera, pensou que podia dar-lhe a sua vida,
mas que não tinha primores como aqueles para ofertar-lhe.”
Marque a opção correta. Os termos destacados se referem a:
(a) ouvia, resolução, floresta, moça.

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(b) ouvia, Aimorés, Álvaro, objetos.
(c) Cecília, inabalável, moça, objetos.
(d) acreditar, inabalável, moça, primores.
(e) Cecília, resolução, moça, moça.

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Aula 2: Um lugar na história

Caro aluno, outra possível abordagem do gênero romance é o chamado


Romance Histórico. Só pelo nome já podemos deduzir do que se trata.
Ele é chamado de romance histórico por sua construção se basear em
personagens, acontecimentos e lugares históricos, misturando fatos ficcionais e fatos
históricos. Nestas narrativas, as características espaciais, temporais, sociais e culturais
de uma época distante são descritas minuciosamente para dar mais veracidade à
história.
Essa vertente do romance não teve muitas produções se comparadas aos
romances indianistas, urbanos e regionalistas, mas teve bons autores como Joaquim
Manuel de Macedo, Júlio Ribeiro, Bernardo Guimarães, Franklin Távora, dentre outros.
Vejamos um trecho do Romance “As mulheres de mantilha”, de Joaquim
Manuel de Macedo - (1870).
A cidade do Rio de Janeiro era naqueles tempos muito diferente do que é hoje: o
aspecto ainda das melhores casas era triste e indicava a educação clausural das
famílias: abundavam as casas térreas e de um só pavimento, e essas reservavam as
portas e batentes das janelas para se trancarem à noite, mas de dia tinham os vãos
das portas e janelas defendidos aos olhos curiosos por peneiros ou tecidos de palha
firmados em um quadrado de sarrafos, quase penduravam, ou se podiam mover
encaixilhados; as casas de dois ou mais pavimentos, quase todas uniformemente de
três portas eram de sacadas com grades de madeira mais ou menos completas e
sombrias: mais ou menos porque essas grades ou eram da altura de meio corpo do
homem, ou tinham a altura do pé-direito do pavimento que sombreavam, de modo
que simularam triste prisão; em regra abriam-se pequenos postigos nesse
engradamento, postigos maiores e cômodos na altura em que deviam ser as janelas,
para que as senhoras deles se aproveitassem, olhando a rua, e pequenos postigos
rentes ou quase rentes com o assoalho para que as senhoras ou as escravas
debruçando-se vissem menos expostas ao público, o que se passava na rua, ou
chamassem os pregoeiros vendedores de quanto podiam precisar a mesa da família.

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http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000123.pdf

Vocabulário:
Clausural – relativo a recinto fechado
Batentes – ombreira em que bate a porta quando se fecha
Sarrafos - tira comprida e estreita de madeira
Encaixilhados - emoldurados
Postigos – Pequena porta. Abertura quadrangular, munida de portinhola, em portas ou
janelas, para olhar através delas sem abri-las.
Pregoeiros- Indivíduo que apregoa ou lança pregão. Leiloeiro.

Atividade Comentada 2

Um dos fatores indispensáveis para a compreensão de um texto é a coesão. A coesão é


um recurso linguístico que utiliza conectivos para ligar termos de uma frase ou orações
de um período, ela é fundamental para formarmos parágrafos bem construídos. Os
conectivos podem ser conjunções, pronomes, preposições, advérbios etc.

1. Insira conectivos adequados (preposições ou pronomes) nas frases do romance “As


mulheres de mantilha”, de Joaquim Manuel de Macedo, para que as frases sejam
coesas:
Resposta comentada: O aluno deve ser capaz de identificar a contribuição dos
conectivos para o texto e inserir o conectivo correto para que os trechos façam
sentido. Há exemplos em que mais de uma opção é possível. O importante é o
reconhecimento do sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou
expressão.
a. Reservavam as portas e batentes das janelas para se trancarem à noite.
b. O formal pedido da sua intervenção para que ela se casasse com o mancebo
recrutado.
c. E deitando no cálice algumas gotas de vinho, fingiu que murmurava palavras.

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d. Alexandre Cardoso sentiu a natureza dos golpes que sobre ele/nós descarregava a
terrível e ciumenta amante.
e. Viveu feliz e teve de sua união duas filhas: Irene e Inês; dera à primeira o nome de
minha/sua/nossa mãe, à segunda o nome de minha/sua esposa.
f. – Casamento! Darias a mão de tua afilhada a esse/este/aquele homem?

2. Insira termos que colaborem para a compreensão dos fragmentos a seguir, retirados
do romance “As mulheres de mantilha”, de Joaquim Manuel de Macedo. Lembre-se: o
que vale é deixar os fragmentos com sentido. Assim, se a informação é de um lugar,
insira um nome de uma cidade, se é o nome de algo, complete o espaço com um
substantivo. Seja criativo.

Comentário: O aluno deve relacionar a escolha dos termos com a ideia geral do texto
e perceber como essas palavras colaboram para a compreensão de todo o texto.
O aluno deve escolher palavras que concordem em gênero (feminino ou masculino) e
número (singular ou plural).
Algumas possibilidades de resposta estão colocadas abaixo:

a. Avivemos um pouco a lembrança da festa profana dos santos, anjos, pastores


etc. que em suma era na cidade do nome de uma cidade (Rio, Recife etc.) como em
toda parte do Brasil. A festa popular da noite dos Reis era a que rematava as festas do
Natal, que, acompanhando as belas, imensas, cheias etc. comemorações da
cidade/vila/ irmandade etc. começavam na noite de 25 de dezembro pela exposição
dos presepes, onde se figurava a cidade de nome de uma mesma cidade (Rio, Recife
etc.), o lugar reservado etc. do berço do Menino Deus, um campo cheio de pastores e
de multidão de animais, anjos/pastores/ santos, flores, rios, fontes e cascatas, tudo
em mais ou menos bem feita miniatura, e tudo perturbado por mais ou menos
anacronismos e impropriedades, que aliás não preocupavam nem aos mais entendidos
em história natural e na arqueologia.

b. Na cidade do nome de uma cidade (Rio, Recife etc.) era quase obrigada, era de
costume a reunião dessas sociedades no grande pátio do convento de Nossa Senhora

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da Ajuda. Ali se terminava a festa, a folia de cada uma das duas noites pelas razões
mais justas e importantes/ sábias/ prioritárias etc. Em primeiro lugar, essa
concentração das sociedades dos Reis no pátio do convento da Ajuda era moda no
século XX, XV, XVII etc. e a moda é lei; em segundo o presepe do convento da Ajuda
passava por ser o mais famoso ou pelo menos um dos mais famosos da cidade, e,
portanto, atraía numerosa multidão, procissão etc; em terceiro as freiras da Ajuda
eram, como ainda hoje o são habilíssimas e grandes/ reconhecidas etc mestras de
doces e de empadas, que então não poupavam ao regalo das sociedades, que
recebiam os presentes em tabuleiros e bandejas cobertas com riquíssimas toalhas
felpudas, douradas, rendadas ; em quarto e último lugar era de costume que o pátio
do convento da Ajuda se transformasse nessas noites em outeiro poético; as freiras
que estavam às grades davam motes e muitos bons e maus poetas glosavam de
improviso.
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000123.pdf

3. Levando em consideração as características do romance histórico, dê continuidade


ao trecho do romance a seguir, não se esquecendo de construir um texto com coesão
e coerência.
Na cidade do Rio de Janeiro era quase obrigada, era de costume a reunião dessas
sociedades no grande pátio do convento de Nossa Senhora da Ajuda. Ali se
terminava a festa, a folia de cada uma das duas noites pelas razões mais justas e
convenientes. Em primeiro lugar essa concentração das sociedades dos Reis no
pátio do convento da Ajuda era moda no século passado e a moda é lei...
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000123.pdf

Resposta comentada: Professor, o aluno deverá ser capaz de inferir o sentido do


trecho e relacioná-lo com o romance histórico para que compreenda o tipo de
descrição presente nesse romance. Espera-se que o aluno escreva um texto que
reflita a inserção do romance num determinado espaço e tempo histórico. No mais,
verifique se o texto produzido pelo aluno tem coesão e coerência.

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Aula 3: Qual é o personagem?

Caro aluno, agora que conhecemos um pouco mais sobre os aspectos gerais do
romance, vamos pensar nos personagens! Já pensou nos seus personagens favoritos?
Que tipo de personagem de romance você gostaria de ser?
Quando lemos um romance, somos envolvidos por um enredo / trama em que
aparecem personagens, acontecimentos e ideias. Esses elementos centrais do
desenrolar do romance andam sempre unidos e são essenciais para o bom
desenvolvimento da história. É através desses elementos que entendemos o que o
autor quer nos passar a respeito de suas ideias sobre a sociedade daquela época e
como ele vê as relações complexas entre seres humanos.
O personagem é um ser fictício, criado para viver situações, conflitos e que,
quase sempre, tenta se aproximar dos tipos que existem por aí. O autor, através do
personagem, dá voz as suas opiniões e tenta criar uma identificação entre leitor e
personagem para que o personagem pareça real.
Histórias são sempre feitas sobre a vida de alguém, algum acontecimento na
história, algum drama ou relato pessoal. Não existe história sem personagem e os
personagens aparecerão no romance com menor ou maior destaque. Vejamos
algumas funções que os personagens desempenham no romance.

 Protagonista – A história vai girar em torno dele, já que é o protagonista que


estará no eixo central da trama. Geralmente, é o herói da história, podendo
existir mais de um num mesmo romance. Por exemplo, no romance “A
Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo, Carolina e Augusto são os
protagonistas.
 Antagonista – É o personagem rival ao protagonista, aquele que se opõe aos
objetivos e planos do personagem principal. Pode ser considerado o vilão.
 Coadjuvante_ É um personagem secundário, que vai exercer outro papel na
história, podendo ser muito importante no desenrolar da história ou não. Um
exemplo é o Chapeleiro Maluco de Alice no País das Maravilhas.

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 Figurante – É o personagem que só parece para compor uma cena, não é
fundamental para o enredo principal. Os índios no romance “O Guarani” ou os
escravos em Escrava Isaura são figurantes da história.
 Anti-herói – É o personagem principal, mas que se comporta de maneira
diferente dos mocinhos clássicos. Macunaíma e Shrek são exemplos de anti-
heróis.

Vejamos um trecho do romance “Macunaíma”, de Mário de Andrade, no qual


aparece um dos anti-heróis mais famosos da literatura brasileira.
No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto
retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão
grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma
criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.

Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro: passou mais de seis anos


não falando. Se o incitavam a falar exclamava: If — Ai! que preguiça!. . . e não dizia
mais nada."

http://download.baixatudo.globo.com/docs/Macunaima.pdf

Atividade Comentada 3

Nas questões 1 e 2, marque a opção correta sobre o trecho do romance “Macunaíma”


lido acima.
Resposta comentada: O aluno deve ser capaz de reconhecer o efeito de sentido
decorrente dos sinais de pontuação.

1. O ponto de exclamação (!) foi usado:


(a) para fazer um questionamento.
(b) para encerrar uma frase declarativa
(c) Com a intenção de marcar uma abreviatura

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(d) Depois de uma interjeição e de uma locução interjeitiva.
(e) Antes dos (...) para indicar continuidade no texto

2. As reticências (...) foram usadas:


(a) para indicar interrupção do pensamento.
(b) para enfatizar a reação do personagem
(c) para realizar citações incompletas
(d) para indicar continuidade de uma ação ou fato.
(e) para encerrar a frase interrogativa

3. Leia o trecho a seguir e verifique se você consegue identificar as características do


personagem Francisco, do romance “O Matuto”, de Franklin Távora?

Francisco era semi-branco, corpulento, espadaúdo e de boa estatura. Tinha no


semblante a expressão da virilidade e da resignação do que luta quase
incessantemente com a pobreza, e a vence a pouco, por ventura mais forte, mas nunca
invencível. Os matutos podem dividir-se em diferentes espécies, mas as mais comuns
são as dos lavradores e almocreves. Os primeiros são os que dispõem de alguns meios,
a saber, escravos, cavalos, terras, os quais sem darem para ter um engenho ou, ao
menos, para movê-lo, por si sós habilitam o que os possuem, a cultivar a cana nas
terras do engenho alheio, posto que sujeito a dividir com o respectivo proprietário o
açúcar apurado em cada safra. Os últimos são os que se alugam com sua pessoa e seu
cavalo para a condução de cargas, por ajustado frete. Os lavradores são matutos
limpos, que entram muitas vezes nos negócios íntimos do grande proprietário,
merecem a estima deles, a pesam com seu conselho na decisão dos interesses
comuns. Aos almocreves já não sucede o mesmo. Paga-lhes o senhor de engenho o
salário, e eles retiram-se a seus casebres onde vão comer, com a mulher e com a
ninhada de filhos que ordinariamente contam, o escasso pão que lhes deram o cavalo
magro e o trabalho puxado e cansado.
http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/matuto.pdf; pag 5

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a) Quais as principais características de Francisco mencionadas no romance?
Resposta comentada: Segundo o texto, é possível observar que o personagem é
descrito como semi-branco, corpulento, espadaúdo e com a expressão da virilidade e
da resignação.

b) Explique, com suas palavras, as diferenças entre lavradores e almocreves.


Resposta comentada: Enquanto os lavradores possuem terras, cavalos, habitação
própria, escravos e dividem com o proprietário o açúcar produzido da colheita de
suas terras; os almocreves são trabalhadores assalariados e de baixa remuneração
que trabalham para o senhor de engenho.

c) A partir do fragmento lido, escreva um trecho de narrativa, apresentando um


personagem trabalhador, de origem humilde. Apresente suas características, o local de
seu trabalho e sua rotina. Inspire-se no fragmento acima e seja criativo.
Comentário: A resposta para este item é pessoal. O importante é que o aluno
exercite a produção de um pequeno texto narrativo. Professor, verifique se o texto
faz sentido, se está escrito adequadamente, com respeito ao padrão culto da língua e
se atende à proposta.

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Avaliação

Caro professor aplicador, sugerimos algumas diferentes formas de avaliar as


turmas que estão utilizando este material:

1° Possibilidade: as disciplinas nas quais os alunos participam da Avaliação do


Saerjinho, pode-se utilizar a seguinte pontuação:
 Saerjinho: 2 pontos
 Avaliação: 5 pontos
 Pesquisa: 3 pontos

2° Possibilidade: As disciplinas que não participam da Avaliação do Saerjinho,


podem utilizar a participação dos alunos durante a leitura e execução das atividades
do caderno como uma das três notas. Neste caso teríamos:
 Participação: 2 pontos
 Avaliação: 5 pontos
 Pesquisa: 3 pontos

Leia o trecho do romance Macunaíma e responda:

Macunaíma brincava para não desmentir a fama só porém quando Ci queria rir
com ele de satisfação:
— Ai! que preguiça!... que o herói suspirava enfarado.
E dando as costas para ela adormecia bem. Mas Ci queria brincar inda mais...
Convidava ...convidava... O herói ferrado no sono. Então a Mãe do Mato pegava na
txara e cutucava o companheiro. Macunaíma se acordava dando grandes gargalhadas
estorcegando de cócegas.
— Faz isso não, oferecida!
— Faço!
— Deixa a gente dormir, meu bem...

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— Vamos brincar.
— Ai! que preguiça!...
E brincavam mais outra vez
Porém nos dias de muito pajuari bebido, Ci encontra o Imperador do Mato-
Virgem largado por aí num porre mãe. Iam brincar e o herói esquecia no meio.
— Então, herói!
— Então o quê!
— Você não continua?
— Continua o quê!
— Pois, meus pecados, a gente está brincando e vai você pára no meio!
— Ai! que preguiça...

1. Caro aluno, reconheça o sentido que o sinal de pontuação fornece ao texto.

Resposta comentada: O aluno deve ser capaz de reconhecer o efeito de sentido


decorrente do uso da pontuação na construção do texto.

A. Na frase: ‘— Deixa a gente dormir, meu bem...’, as reticências (...) foram usadas:
(a) para indicar interrupção do pensamento.
(b) para enfatizar a reação do personagem
(c) para realizar citações incompletas
(d) para indicar continuidade de uma ação ou fato.
(e) Para interromper um pensamento de forma que o leitor subentenda o que seria
enunciado

B. Na frase: ‘— Ai! que preguiça!...’, o travessão foi usado:


(a) para indicar mudança de interlocutor em um diálogo
(b) para substituir a vírgula
(c) para enfatizar uma expressão
(d) para separar frases explicativas
(e)para realçar o aposto

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C. Na frase: ‘Mas Ci queria brincar inda mais... Convidava... convidava...’, as reticências
foram usadas:
(a) para indicar interrupção do pensamento.
(b) para indicar hesitações
(c) para realizar citações incompletas
(d) para indicar continuidade de uma ação ou fato.
(e) Para interromper um pensamento de forma que o leitor subentenda o que seria
enunciado.

D. Na frase “— Pois, meus pecados, a gente está brincando e vai você pára no meio!”,
o ponto de exclamação fui usado:
(a) para exprimir felicidade.
(b) para marcar a interjeição
(c) após uma frase imperativa
(d) para exprimir indignação
(e) para exprimir medo

2. Troque os conectivos destacados por outros que também mantenham a coesão do


texto.
Resposta comentada: O aluno deverá estabelecer relações lógico-discursivas
presentes no texto, marcadas pelos conectivos e fazer a substituição correta.
a. “Macunaíma brincava para não desmentir a fama”
Resposta: A fim de, com o intuito de.

b. “Mas Ci queria brincar inda mais...”

Resposta: Porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto

c. “Então a Mãe do Mato pegava na txara e cutucava o companheiro.”


Resposta: logo, por isso, portanto, por conseguinte, assim.

d. Porém nos dias de muito pajuari bebido, Ci encontra o Imperador do Mato-Virgem


largado por aí num porre mãe.
Resposta: mas, contudo, todavia, no entanto, entretanto

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Referências

[1] CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação: uma
proposta de produção textual a partir de gêneros e projetos. São Paulo: Atual, p. 192-
195, 2000.

[2] KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de
produção textual. São Paulo: Contexto, p. 102-125, 2009.

[3] MARCUSCHI, Luiz Antonio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão.


Parábola Ed., 2009.

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Equipe de Elaboração

COORDENADORES DO PROJETO

Diretoria de Articulação Curricular

Adriana Tavares Maurício Lessa

Coordenação de Áreas do Conhecimento

Bianca Neuberger Leda


Raquel Costa da Silva Nascimento
Fabiano Farias de Souza
Peterson Soares da Silva
Marília Silva

PROFESSORES ELABORADORES

Heloisa Macedo Coelho


Ivone da Silva Rebello
Rosa Maria Ferreira Correa

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