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Escola Secundária Pedro Alexandrino 2010/2011 | Carolina

PSICOLOGI
AB PSICOLOGIA EDUCACIONAL

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O que é a Psicologia Educacional?

A psicologia é a ciência que estuda os processos mentais e o comportamento humano.

A educação é a construção do conhecimento, que engloba ensinar e aprender.

A Psicologia Educacional é a área da psicologia que aborda todas as problemáticas referentes à


educação e aos processos de ensino, aprendizagem e desenvolvimento nas crianças e adultos.

O Papel do Psicólogo Educacional

Cabe ao psicólogo educacional analisar a eficácia das estratégias educacionais, desenvolver projectos
educativos, bem como desenvolver as capacidades das crianças com dificuldades de aprendizagem, em
instituições educativas (escolas, creches, jardins de infância, internatos, instituições de reeducação,
actividades de tempos livres, etc.). Este estuda, também, o funcionamento da própria instituição
enquanto organização (portanto está relacionada com a psicologia social e das organizações.

O psicólogo de educação pode intervir, tal como o psicólogo clínico, em dificuldades da natureza
mental e emocional. Desde as perturbações de sono e alimentares até maus-tratos e abusos sexuais,
numa perspectiva educacional.

O papel do psicólogo educacional junto das instituições ou educadores visa tornar o processo de
aprendizagem mais significativo para o educando abordando questões como, a motivação, as
competências, as capacidades, o desenvolvimento e a aprendizagem.
A Importância da Psicologia Educacional

A Psicologia Educacional é bastante importante nos dias de hoje dado o papel que a escola e a
educação assumem perante a vida social e individual de uma pessoa.

A Psicologia Educacional está presente na abordagem de questões de ensino e de aprendizagem dos


bebés, crianças, jovens e adultos, acolhendo todas as idades. Daí que os psicólogos educacionais
intervenham com pessoas de diferentes faixas etárias e em diversos contextos.

Objectivo da Psicologia Educacional

O objectivo principal da Psicologia Educacional é a promoção da qualidade do desenvolvimento das


pessoas, quer individualmente, quer em grupos, instituições ou comunidades.
A Aprendizagem

A aprendizagem é um processo cognitivo que implica que o ser humano interaja com o meio, a partir
da sua experiência de vida. Para se adaptar, cada um de nós tem de gerir a informação que recebe,
tendo em conta as solicitações da situação e as informações que já possuímos. Assim se percebe que
face a uma mesma situação, diferentes pessoas aprendam de forma diferente e que o resultado da
aprendizagem seja também diferente.

A aprendizagem é um processo pessoal, que envolve a totalidade da pessoa: o seu pensamento, as


suas emoções e afectos, a sua história de vida. Ao aprender, modificamo-nos e reorganizamo-nos
interiormente.

O modo como integramos uma informação ou conhecimentos novos resulta de uma síntese entre o
que somos e o que sabemos, entre as representações do mundo que possuímos e o que nos é
apresentado de novo. Daí que não se possa ensinar a mesma coisa do mesmo modo a todas as pessoas ;
assim se explica por que razão não aprendemos da mesma maneira as mesmas coisas, mesmo que a
informação seja a mesma.

Factores

São muitos os factores que influenciam a aprendizagem de formas mais ou menos directas, mais ou
menos conscientes e em graus de abrangência e de importância diversos. Assim, podemos referir:

 A Dinâmica do Ambiente
A criança desenvolve-se, logo aprende, num ambiente. O que significa que o que vemos
exprimir-se ou desenvolver-se diante dos nossos olhos depende, em larga medida, do contexto
no seio do qual vive e age a criança, um contexto mesmo quando o adulto faz parte, mesmo
quando não intervém na acção da criança.

 Motivação
Aprende-se melhor e mais depressa se se estiver interessado por um assunto. Uma pessoa
motivada tem uma atitude activa e empenhada no processo de aprendizagem.

 Conhecimentos Anteriores
Os conhecimentos anteriores podem condicionar a aprendizagem, na medida em que há
conhecimentos prévios ou bases que se não tivessem sido concretizadas, não seria possível a
aprendizagem. Uma nova aprendizagem só acontece quando a nova informação se relaciona
com os saberes já adquiridos.

 Experiências Passadas
As situações vivenciadas influenciam as atitudes face à aprendizagem, quer em relação aos
conteúdos, quer em relação aos métodos utilizados. Uma experiência agradável dá-nos
confiança e motivação para outras aprendizagens nesse domínio.

 Factores Sociais
O meio social, económico e cultural de origem dos alunos influência em grande medida o
processo de aprendizagem. Por exemplo, as crianças habituadas a ouvir histórias, sentadas,
quando vão para a escola estão mais adaptadas ao clima da sala de aula, apresentando maior
capacidade de concentração. Os antecedentes culturais criam muitas vezes diferenças entre os
alunos.
 Expectativas dos pais, dos professores e dos alunos
As expectativas que os professores e pais têm em relação aos alunos vão afectar o modo
como interagem com eles, portanto, influenciam a auto-imagem dos alunos e o
comportamento de ambos. As expectativas positivas geram comportamentos positivos e as
negativas, comportamentos negativos.

 Quantidade de Informação
A capacidade para aprender novas informações é limitada: não é possível integrar grandes
quantidades de informação ao mesmo tempo. Por este motivo, é necessário seleccionar a
informação relevante e organizá-la para a memorizar.

 Diversificação das Actividades


Quanto mais diversificadas forem as abordagens a um tema e as tarefas a realizar, maior é a
motivação e a concentração, logo mais eficaz é o processo de aprendizagem.

 Planificação e Organização
A forma como se aprende influencia o que se aprende. Estabelecer objectivos a cumprir,
seleccionar estratégias, planificar, organizar o trabalho por etapas são elementos essenciais
que controlam a aprendizagem e ajudam a desenvolver a autonomia.

 Cooperação
A aprendizagem cooperativa, ao implicar interacção e ajuda mútua, possibilita a resolução de
problemas de forma eficaz. Isto porque, a forma como cada um encara um problema e a forma
de o solucionar é diferente.

 Idade
A idade é um factor que interfere na aprendizagem, porque a cada estádio do
desenvolvimento intelectual correspondem capacidades específicas. Portanto, os conteúdos e
as metodologias educativas têm de estar em concordância com o nível etário e de
desenvolvimento dos indivíduos.

 Inteligência
O nível de inteligência de uma pessoa relaciona-se com a sua facilidade em aprender. As
pessoas com maiores capacidades intelectuais conseguem elaborar raciocínios mais elaborados
e resolver problemas mais depressa.
Memória

Inerte aos processos de aprendizagem está a memória. Só a memória nos possibilita reter o que
aprendemos, para responder adequadamente à situação presente e nos proporcionar a possibilidade de
projectar o futuro. É a memória que assegura a nossa identidade pessoal e social.

A memória consiste na retenção e evocação das informações, conhecimentos, acontecimentos e


experiências. A memória envolve um conjunto de processos:

 Codificação
Preparação das informações sensoriais para serem armazenadas no cérebro.

 Armazenamento
A informação é conservada por períodos mais ou menos longos, para poder ser utilizada
quando necessário.

 Recuperação
Quando precisamos, procuramos recuperar e actualizar a informação armazenada, para
utilizar na experiência presente.

O Insucesso Escolar

O insucesso escolar é o baixo rendimento escolar dos alunos, que por várias razões, não alcançaram
resultados satisfatórios, não atingiram os objectivos desejados no decorrer ou no final de um
determinado período escolar e, consequentemente, reprovam.

Pode ser também pela falta de êxito no processo de aprendizagem. Portanto, quando se fala de
insucesso escolar não se trata apenas do insucesso do estudante, mas do insucesso do sistema escolar,
aquele que tem como projecto o ensino do aluno.
Factores

Entre as causas que levam ao fracasso educativo, destacam-se as seguintes:

 Dislexia
A Dislexia é uma perturbação da aprendizagem da leitura e é devida a falhas de conexão
cerebrais. É um problema do desenvolvimento que é muitas vezes confundido com preguiça ou
falta de inteligência, mas a verdade é que as crianças disléxicas apresentam um grau de
inteligência normal ou até superior ao da maioria da população.
Alguns exemplos de pessoas disléxicas que obtiveram grande sucesso profissional são Thomas
Edison e Albert Einstein.
A melhor solução para ultrapassar a dislexia passa por um diagnóstico precoce, a ajuda de um
psicólogo em colaboração com professores e especialmente grande força de vontade por parte
do aluno.

 Disortografia
É uma disfunção que consiste em cometer um número de erros ortográficos.

 Disgrafia
É a dificuldade na escrita. Caracteriza-se pela inversão de sílabas, omissão de letras, a escrita
contínua ou com separações incorrectas.

 Discalculia
É definido como uma desordem neurológica específica que afecta a habilidade de uma pessoa
em compreender e manipular números. É um problema relacionado com o cálculo aritmético,
confusão numérica, inversão de números ou escrita em espelho.

 Problemas de Visão
Sentir frequentemente dores de cabeça ou escrever demasiado curvado são sintomas de um
problema de visão que pode afectar significativamente a aprendizagem.

 Hiperactividade
Este problema afecta mais os rapazes do que as raparigas. Caracteriza-se pela impulsividade,
incapacidade de estar quieto, de permanecer sentado no seu lugar, em manter-se atento e
concentrado e acatar ordens. As soluções usuais são a medicação e as terapias ao nível do
comportamento da criança.

 Problemas de Memória
As crianças com problemas de memória têm dificuldades em aprender a seleccionar a
informação importante, relacioná-la com os conhecimentos anteriores e fixá-la na memória por
alguns períodos de tempo.

 Sobredotação
Devido ao nível intelectual não estar adequado ao nível de ensino, as crianças sobredotadas
não têm motivação para estudar, o que leva a um baixo rendimento escolar.

 Bullying
É a violência escolar, um conflito em que o agressor actua deliberadamente com a intenção de
ferir a vítima, através de violência física, criticas, humilhações, ameaças, entre outros. O
agressor caracteriza-se pela sua impulsividade e necessidade que tem em dominar os outros e
geralmente escolhe colegas que não sabem defender-se adequadamente ou que apresentem
determinadas características físicas e psicológicas.
O bullying, que os pais costumam ignorar e denominar por “brincadeiras de crianças”, é na
realidade uma fonte stress que provoca perturbações psicológicas, influência a concentração e
que requerem a aprendizagem, o que pode levar ao insucesso escolar.
Necessidades Educativas Especiais

A Educação Especial é o ramo da Educação que se ocupa do atendimento e da educação de crianças


excepcionais, desde as deficientes mentais, surdos e cegos, até às talentosas como, as sobredotadas.

Inclui também crianças pertencentes a minorias étnicas ou culturais e crianças desfavorecidas ou


marginais, bem como as que apresentam problemas de conduta ou de ordem emocional.

A perda ou inexistência de um dos sentidos altera o comportamento e o modo de vida de um


indivíduo. O desenvolvimento da linguagem e a integração social dependem da visão e da audição.
Numa criança, a surdez vai provocar dificuldades na aprendizagem e na linguagem oral.

As crianças são consideradas educacionalmente excepcionais quando por alguma espécie de limitação
requerem certas modificações ou adaptações no programa educacional, isto é, quando os desvios do
seu desenvolvimento atingem um grau que requerem providências pedagógicas desnecessárias para a
maioria das crianças.
Bibliografia

 Ferreira, M. M. (2010). Ser Humano 2.º parte (1.º ed.). Porto Editora.

 http://caminhandopsicologia.no.comunidades.net/index.php?pagina=1017014182

 http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_educacional

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