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10º Ano

5. Preços e Mercados
5.1. Mercado – noção e exemplos
5.2. O mecanismo de mercado
5.3. Estrutura dos mercados
5.3.1. Mercados de concorrência perfeita
5.3.2. Mercados de concorrência imperfeita
5.3.3. Associações e parcerias empresariais
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5.1. Mercado – noção e exemplos

Mercado representa o confronto entre as intenções dos produtores (a


oferta) e as solicitações dos compradores (a procura), que determina o
preço (de mercado) dos produtos. Assim, mercado é o local, em sentido
físico ou abstrato, onde se compatibilizam a oferta e a procura de um
bem, a um determinado preço.

Exemplos: mercado de trabalho, mercado de valores, mercado automóvel, entre outros.


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5.2. O mecanismo de mercado

Mecanismo de mercado é a forma como se conjugam os interesses de


ambos, isto é, a combinação da oferta e da procura que permite a
formação do preço de mercado de bens.
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5.2. O mecanismo de mercado

Procura e Lei da Procura

Nos interesses de compra, a quantidade de bens que os consumidores


desejam adquirir em cada momento depende do seu rendimento, das
suas preferências e, sobretudo, do preço dos bens, a quantidade que os
consumidores desejam comprar altera-se.
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5.2. O mecanismo de mercado

A procura representa a quantidade de bens que os compradores estão


interessados em adquirir a um determinado preço. Assim, à medida que
vai diminuindo o preço de um bem, aumentam as quantidades
procuradas desse bem e vice versa, isto é, quando o preço do bem
aumenta, a procura desse bem diminui.

Existe aqui um comportamento tendencial, entre o preço e a procura,


designando-se por lei da procura.
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5.2. O mecanismo de mercado

De notar que, podemos falar de dois tipos de procura:

 procura individual - é a procura de casa consumidor.

 procura agregada - é a procura de todos os consumidores.


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5.2. O mecanismo de mercado

Fatores que influenciam a procura

Existem outros fatores para além do preço que influenciam a procura:

 Nível de rendimentos dos consumidores, quando este aumenta e tudo o


resto se mantem, o consumo dos bens normalmente aumenta.

 Bens inferiores, são bens de menor custo, assim como o rendimento


aumenta, os consumidores substituem o produto por um com mais
qualidade e valor superior.
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5.2. O mecanismo de mercado

 Preferências dos consumidores, estão associadas a determinadas


circunstancias, como as tradições, a moda, os efeitos de publicidade e até
a religião.

 Dimensão de mercado, influencia a procura na medida em que, se se


alterar o numero de consumidores de uma determinada região, a procura
bens nessa região deverá variar no mesmo sentido.
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5.2. O mecanismo de mercado

 Preço dos outros bens, quando aumenta o preço de um bem sucedâneo,


a procura desse bem diminui transfere-se para outro em que o preço não
seja tao elevado.

• Bens sucedâneos, o aumento do preço de um bem pode provocar um aumento na


procura de outo bem

• Bens complementares, o aumento do preço de um bem leva à diminuição da procura


por ambos, uma vez que os dois funcionam em conjunto.
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5.2. O mecanismo de mercado

Oferta e Lei da Oferta

A oferta representa a quantidade de produtos que os vendedores


desejam vender por um determinado preço. Existe uma relação entre a
quantidade oferecida de um bem e o seu respetivo preço, isto designa-se
por lei da oferta, onde quanto maior for o preço, maior é a sua
quantidade oferecida.
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5.2. O mecanismo de mercado

Podemos identificar dos tipos de oferta:

 oferta individual - é a oferta de cada produtor.

 oferta agregada - é a oferta de todos os produtores.


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5.2. O mecanismo de mercado

Fatores que influenciam a oferta:

 Custo de produção, verifica-se quando existe um aumento nas matérias


primas ou na mão de obra, o total de encargos aumenta, assim os
empresários tem de escolher entre, aumentar os preços de venda ou a
reduzir a sua margem de lucros.

 Evolução tecnológica, é considerada como um fator determinante da


oferta ao permitir gerar aumentos de produtividade, contribuindo para a
eficiência dos processos de fabrico, fazendo com que se produza mais
com um custo unitário mais baixo.
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5.2. O mecanismo de mercado

 Os preços dos outros bens, influenciam a oferta, pois muitas vezes, os


produtores deixam de produzir um bem para passar a produzir outro que
tem uma margem de lucro maior.

No caso dos bens complementares, quando aumenta o preço de um bem,


aumenta a sua oferta, aumentado de igual forma os preços dos bens
complementares. No caso dos bens sucedâneos, quando o preço de um
bem aumenta o do outro diminui.
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5.2. O mecanismo de mercado

 Expectativas dos produtores, quando se antecipa uma alteração dos


preços, é normal que os produtores, tomem medidas no momento
presente.

 Condições climatéricas, a oferta de bens cuja produção depende do


clima, como é o caso dos produtos agrícolas.
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5.3. Estrutura dos mercados

A estrutura de cada mercado varia de acordo com o numero de


participantes que nele intervêm e como o modo como estes se
relacionam, podendo-se classificar os mercados em dois tipos:

 Mercado de concorrência perfeita

 Mercado de concorrência imperfeita.


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5.3.1. Mercados de concorrência perfeita

A concorrência é uma situação de confronto entre várias pessoas ou


entidades que desejam o mesmo. Assim ela está diretamente relacionada
com o numero de produtores e consumidores que existem no mercado.

A concorrência perfeita, corresponde a uma estrutura em que o elevado


numero de vendedores e compradores, não permite que nenhuma
destas forças possa influenciar de forma significativa os preços dos bens.
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5.3.1. Mercados de concorrência perfeita

Pressupostos do mercado de concorrência perfeita


Atomicidade do mercado Existência de um elevado numero de compradores e vendedores de
reduzida dimensão, que não conseguem, individualmente, influencia
significativamente o mercado, em particular o seu preço

Homogeneidade do produto As características dos produtos transacionados são de tal forma


semelhantes que para o consumidor é indiferente consumir uns ou outros

Livre entrada no mercado Inexistência de obstáculos à entrada ou à saída do mercado, podendo


todos os seus participantes entrar ou sair livremente e sem qualquer barreira

Transparência de mercado Todos os intervenientes dispõem de um livre acesso às informações


respeitantes ao mercado, nomeadamente sobre os preços praticados e a
qualidade dos bens

Mobilidade dos fatores Os fatores de produção devem poder ser deslocados de uma unidade
produtiva para outra, de modo a poder estar em cada momento na
unidade que proporcionar uma maior rentabilidade
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5.3.1. Mercados de concorrência perfeita

Formação do preço em concorrência perfeita

Num mercado de concorrência perfeita, o preço de cada bem é


determinado pelo mecanismo de mercado que compatibiliza a oferta e
a procura desse bem.
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5.3.1. Mercados de concorrência perfeita

São gerados acertos entre a oferta e a procura de forma a encontrar um ponto


de equilíbrio no qual, para um dado preço, a quantidade que os produtores e
compradores desejam transacionar entre si é a mesma.

Assim se forma o preço de equilíbrio, que é o preço em que a quantidade de


oferta e a procura são iguais.
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5.3.1. Mercados de concorrência perfeita

A lei da oferta e da procura, representa a analise conjunta dos


comportamentos da oferta e da procura num determinado mercado,
permitindo compreender o funcionamento do mecanismo de mercado.

De forma geral, o mecanismo de mercado consegue resolver por si os


problemas de compatibilização dos interesses da oferta e da procura,
não sendo por isso necessária a intervenção de uma autoridade
reguladora.
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5.3.1. Mercados de concorrência perfeita

A existência de excesso de procura significa que a quantidade oferecida


não é suficiente para fazer face à nova quantidade procurada pelos
consumidores. De notar que, este excesso pode ser calculado através da
diferença entre a nova quantidade e a quantidade em equilíbrio anterior.
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5.3.1. Mercados de concorrência perfeita

Quando existe excesso de procura, os produtores tendem a aproveitar a


situação para aumentar o preço dos bens. Quando isto acontece, o
interesse dos consumidores vai diminuindo, dando origem à formação de
um novo ponto de equilíbrio.
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5.3.2. Mercados de concorrência
imperfeita
Os mercados de concorrência imperfeita são aqueles em que não se
verificam as condições de concorrência perfeita.

É difícil observar em simultâneo os vários pressupostos dos mercados de


concorrência perfeita:
 Atomicidade – o numero de intervenientes no mercado raramente é de tal
forma elevado que não influencie a oferta ou a procura de um bem, e em
especial o seu preço.

 Homogeneidade dos produtos – mesmo que os bens sejam muito semelhantes e


se destinem a cumprir as mesmas funções, é muito difícil não haver qualquer
elemento diferenciador entre eles.
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5.3.2. Mercados de concorrência
imperfeita
 Livre entrada do mercado – este nem sempre se verifica, pois é natural que as
empresas que já estão a atuar no mercado há algum tempo, quer pela sua
experiência quer por já terem dado provas das suas capacidades, constituem
um obstáculo a qualquer nova empresa.

 Transparência do mercado – as informações nem sempre são disponibilizados a


todos os intervenientes do mesmo modo.

 Mobilidade dos fatores – as tecnologias usadas pelas diferentes empresas,


põem em causa este fator, porque se uma empresa pretender deixar de
produzir um bem para passar a produzir outro, que considera mais lucrativo,
pode ter como obstáculo diferentes tecnologias utilizadas nos dois processos de
fabrico.
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5.3.2. Mercados de concorrência
imperfeita

As principais formas de mercado de concorrência imperfeita são:

 Monopólio – é um mercado em que um só vendedor comercializa bens a


muitos compradores, onde os preços e quantidades são fixadas em função
da maximização do lucro.

 Concorrência monopolística – caracteriza-se pela existência de um grande


numero de empresas que comercializam produtos do mesmo género, mas
que no entanto se diferenciam por características próprias, como a marca
e a publicidade. Existe algum controlo da parte dos vendedores sobre os
preços, contudo não é um mercado de entrada difícil.
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5.3.2. Mercados de concorrência
imperfeita

 Oligopólio – é a situação de mercado em que um reduzido numero de


grandes empresas comercializa produtos a um grande numero de
compradores, tratando-se de um pequeno numero de empresas a
controlar a maioria do mercado. A concorrência entre oligopolistas é feita
principalmente à custa de serviços pós-venda, garantias adicionais e outros
extras que possam diferenciar um pouco os seus produtos.
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5.3.3. Associações e parcerias
empresariais

As decisões dos produtores são tomadas de acordo com as expectativas


do que irão conseguir vender, a um determinado preço, no futuro. Para
isso, são utilizadas diversas estratégias de redução de custos e obtenção
de sinergias através de vários tipos de associações e parcerias
empresariais.
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5.3.3. Associações e parcerias
empresariais

Concentração horizontal

Reúne empresas que fabricam o mesmo produto ou que se encontram


na mesma etapa do processo de fabrico, tratando-se da associação de
empresas do mesmo ramo de atividade ou de ramos de atividade
semelhantes que decidem juntar-se para beneficiarem de economias de
escala.

Estas tem vantagens significativas como, aumento de dimensão de uma


empresa e negociar melhor com os seus fornecedores.
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5.3.3. Associações e parcerias
empresariais

Concentração vertical

Agrupamento de empresas que se complementam umas ás outras,


embora se encontrem em etapas distintas do mesmo processo produtivo.

Permite a redução dos encargos coma a aquisição de bens


intermediários, sendo a principal vantagem a redução do numero de
intermediários, possibilitando baixar os custos de produção e aumentar a
margem do grupo.
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5.3.3. Associações e parcerias
empresariais
Concentração conglomeral (grupos económicos)

Forma de concentração empresarial que congrega sob um centro de decisão único


diversas empresas que podem ser similares ou não, com o objetivo de obter mais-valias
através de estratégias de diversificação variadas.

Fusão (Trust)

Associação empresarial da qual resulta uma nova empresa que utiliza fatores
produtivos das empresas antigas, com o objetivo de fazer face à concorrência e
reduzir custos de produção.
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5.3.3. Associações e parcerias
empresariais

Cartel

Acordo firmado entre varias empresas ou grupos empresariais que se destina


a definir um conjunto de regras que todos acordam cumprir para atingir uma
meta comum, sendo o objetivo eliminar a concorrência decidindo sobre os
preços de certos bens, a quantidade de bens a colocar no mercado ou
distribuir entre si os mercados por regiões.

Aquisição

Neste caso, uma empresa adquire outra, que passa a estar sob a sua alçada.
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6. Rendimentos e Repartição dos Rendimentos


6.1. A atividade produtiva e a formação dos rendimentos
6.2. A repartição funcional dos rendimentos
6.3. A repartição pessoal dos rendimentos
6.4. A redistribuição dos rendimentos
6.5. As desigualdades na repartição dos rendimentos em Portugal e na
União Europeia
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6.1. A atividade produtiva e a formação
dos rendimentos

A produção é a atividade onde se geram os bens capazes de


satisfazerem as nossas necessidades, e para os produzir precisamos de
utilizar os fatores de produção capital e trabalho.

A utilização dos fatores produtivos na atividade económica permite gerar


um rendimento que é distribuído pelos vários elementos que participam
na produção.
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6.1. A atividade produtiva e a formação
dos rendimentos

Os indivíduos que contribuíram para essa produção, fornecendo o capital


e o trabalho, necessários para a levar a cabo, são remunerados de
acordo com o seu contributo.

Podemos então definir os rendimentos como fluxos que se geram na


atividade produtiva, através da utilização de capital e trabalho, e que
posteriormente são distribuídos pelos vários agentes intervenientes.
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6.1. A atividade produtiva e a formação
dos rendimentos

A combinação dos fatores produtivos de uma empresa permite-lhe criar


valor adicional, pelo facto de o total recebido pela venda dos bens
ultrapassar o total dos encargos suportados com o seu fabrico. Isso
acontece porque os bens, depois de produzidos, são comercializados por
um valor superior àquele que foi gasto com a sua produção.
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6.1. A atividade produtiva e a formação
dos rendimentos

O Valor Acrescentado é o valor adicional que é gerado em cada


processo produtivo e que representa a riqueza efetivamente criada por
cada unidade produtiva.

Mas, os rendimentos gerados na produção podem ser distribuídos de


diversas maneiras pelos vários elementos, sendo necessário analisar a
repartição dos rendimentos (a forma como os rendimentos são distribuídos
pelos vários agentes que contribuíram para a produção de uma nação).
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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos

A forma como cada um contribuiu para a formação dos rendimentos de


um país varia de acordo com a função que desempenhou na atividade
económica. Genericamente existem dois tipos de rendimentos primários:

 Rendimentos provenientes do fator trabalho – é remunerado através dos


salários.

 Rendimentos provenientes do fator capital – pode ser remunerado por meio


de juros, de rendas ou de lucros.
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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos

A repartição funcional do rendimento é a distribuição do rendimentos


segundo as funções desempenhadas por cada interveniente na
atividade económica.

Os agentes que contribuíram para a produção com o fator trabalho


recebem em troca salários; os agentes que cederam temporariamente o
fator capital são retribuídos através de rendas, de juros ou de lucros.
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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos

Remuneração do trabalho – o salário

O salário constitui a forma de remuneração do trabalho dependente. O


trabalho dependente é o trabalho que não é realizado por conta própria,
mas sim prestado a outra pessoa ou outra entidade.
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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos

Remuneração do trabalho – o salário

Os trabalhadores por conta de outrem recebem um salario em troca da


entrega do seu esforço físico e/ou intelectual, que varia de acordo com o
grau de exigência ou de dificuldade da tarefa, do nível de experiencia
profissional e habilitações académicas, do seu nível de desempenho,
entre outros fatores.
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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos

Remuneração do trabalho – o salário

O salario pode ser uma remuneração fixa, quando se paga uma quantia
certa, estipulada por meio de um contrato de trabalho, mas também
pode englobar uma constante variável, em que não é estipulada uma
quantia fixa, mas antes uma determinada percentagem.

Assim, para além da remuneração fixa, estes profissionais recebem uma


parte variável, que, por norma se designa por comissão.
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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos

Remuneração do trabalho – o salário

Em algumas situações, o trabalhador ainda pode beneficiar de regalias


adicionais, como o uso de automóvel ou telemóvel da empresa, seguros,
bolsa de estudos, subsídios de alimentação, etc.
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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos

Remuneração do trabalho – o salário

O salário ilíquido ou bruto é o valor total, antes de serem descontados os


impostos e as contribuições para a segurança social, enquanto que o
salario liquido é aquele que é efetivamente recebido, ou seja, é o salário
que resulta depois de deduzidas as contribuições e impostos.
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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos

Remuneração do trabalho – o salário

Ainda podemos distinguir mais dois tipos de salários, salário nominal


representa a quantidade de moeda que um individuo recebe em troca
do seu trabalho, e o salário real, diz respeito a quantidade de bens que
esse individuo consegue adquirir com o seu salario nominal, refletindo-se
neste cado o efeito da inflação.
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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos

Remuneração do trabalho – o salário

Assim, podemos concluir que o salario é determinante para o nível de


vida das famílias, sendo que constitui a sua principal fonte de rendimento,
podendo influenciar significativamente o seu poder de compra.
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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos
Remuneração do capital

Rendas

A renda é a remuneração que é paga pela utilização temporária de bens


imoveis. O arrendamento ocorre quando uma pessoa, que é proprietária
de um bem imóvel, cede a sua utilização por um determinado período de
tempo, mediante pagamento de uma renda estabelecida por meio de
um contrato de arrendamento.
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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos
Remuneração do capital

Juros

O juro é uma remuneração pela cedência temporária de uma determinada


quantia em dinheiro, ou seja, é o preço do dinheiro, é o valor que é pago a
alguém pela disponibilização temporária de uma determinada quantia.

Os juros são o principal motor da atividade bancaria, constituindo a forma de


remuneração das suas operações, estas, podem ser ativas, correspondem
aos empréstimos, ou passivas, dizem respeito à captação das poupanças dos
clientes.
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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos
Remuneração do capital

Lucros

O lucro é a remuneração do capital empregue numa unidade produtiva,


durante um determinado período de tempo, com o objetivo de tornar
possível a produção de bens que, mais tarde, se destinam a ser
comercializados por um valor superior ao custo a que foram produzidos.
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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos
Remuneração do capital

Lucros

O lucro é um rendimento variável, porque depende do modo como as


empresas são geridas em diferentes contextos: ao nível interno, nas suas
relações com parceiros externos ou na forma como lidam com uma
determinada conjuntura económica.
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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos
Remuneração do capital

Lucros

Os resultados da atividade económica são determinantes do lucro. Este


pode ser calculado, em termos brutos, através da diferença entre o preço
de venda e preço de custo dos bens produzidos.

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎 − 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜


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6.2. A repartição funcional dos
rendimentos
Remuneração do capital

Lucros

O lucro líquido é o valor gerado pela empresa apos serem deduzidos os encargos
com a reposição do capital fixo. Para calcular o seu valor, basta retirar ao lucro
bruto o montante das amortizações, isto é, retirar ao lucro bruto o valor do capital
fixo que foi consumido durante o processo produtivo e que é necessário repor
para manter intacta a capacidade produtiva e se poder dar inicio a um novo
ciclo.
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑏𝑟𝑢𝑡𝑜 − 𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑖𝑧𝑎çõ𝑒𝑠
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6.3. A repartição pessoal dos
rendimentos

Podemos estudar a forma como são constituídos os rendimentos dos


diversos agregados familiares de uma população – referimo-nos à
repartição pessoal do rendimento.

Nesta ótica, observam-se os rendimentos numa perspetiva pessoal, isto é,


analisa-se a composição dos rendimentos por agregado familiar,
permitindo assim, averiguar algumas desigualdades existentes numa
comunidade.
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6.3. A repartição pessoal dos
rendimentos
Nem todas as familiar têm a mesma estrutura de rendimentos, podemos então dizem que
algumas famílias tem uma fonte de rendimento, e outras famílias tem varias fontes de
rendimento.

Principais disparidades na repartição de rendimentos:

 Fator capital com remunerações superiores ao fator trabalho

 Algumas famílias acumulam vários tipos de rendimento e outras não

 Diferenças salariais

 Disparidades regionais

 Disparidades em função e género


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6.3. A repartição pessoal dos
rendimentos

Há alguns indicadores que ajudam a analisar as disparidades existentes


na repartição dos rendimentos, são: leque salarial, a curca de Lorenz e o
rendimento per capita.
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6.3. A repartição pessoal dos
rendimentos

Leque salarial – representa a relação entre o salário máximo e o salario


mínimo, permitindo tirar conclusões sobre a dispersão dos salários.

𝑠𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜
𝐿𝑒𝑞𝑢𝑒 𝑆𝑎𝑙𝑎𝑟𝑖𝑎𝑙 =
𝑠𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜
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6.3. A repartição pessoal dos
rendimentos

Quanto mais alargado for o leque maiores serão as desigualdades, o


leque salarial indica quantas vezes o salario máximo é superior ao salario
mínimo, calculando-se através do quociente entre o primeiro e o
segundo.

Nos últimos aos este valor tem vindo a aumentar, sendo, normalmente
revisto no inicio de cada ano.
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6.3. A repartição pessoal dos
rendimentos

Curva de Lorenz – é uma representação gráfica utilizada para estudar as


desigualdades ocorridas na distribuição do rendimento pelas famílias.
Trata-se de um método estatístico que permite analisar a repartição dos
rendimentos da população de um país, possibilitando a comparação de
dados entre vários países, em diferente períodos.
6.3. A repartição pessoal dos 10º Ano

rendimentos

O gráfico é composto por dois eixos: abcissas


que representa a percentagem acumulada de
famílias, e ordenadas que representa a
percentagem acumulada dos rendimentos
distribuídos. A bissetriz é a curva que serve de
referencia para a medição do grau de
concentração dos rendimentos das famílias.
Quanto maior for o afastamento de uma curva
em relação a bissetriz, maior é o grau de
concentração dos rendimentos das famílias, o
que significa qua a desigualdade na
repartição dos rendimentos é maior, e vice
versa.
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6.3. A repartição pessoal dos
rendimentos

Rendimento per capita – é um rácio que serve de indicador do nível


médio de rendimento de uma população e pode ser calculado através
do quociente entre o Rendimento Nacional e o numero total de
indivíduos que compõem uma população.

𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎 =
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
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6.3. A repartição pessoal dos
rendimentos

Este calculo, é um valor meramente indicativo e que deve ser usado com
algumas reservas, pois pode levar a conclusões erróneas. Existem alguns
países com um elevado Rendimento Nacional, mas que têm pouca
população, o que faz com que o seu Rendimento per capita atinja
valores muito altos.
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6.4. A redistribuição dos rendimentos

O Estado tenta corrigir as desigualdades decorrentes da repartição


primaria do rendimento, ou seja, da distribuição espontânea que ocorre
de acordo com a participação de cada um na economia.
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6.4. A redistribuição dos rendimentos

Através da repartição primaria, cada interveniente recebe salários,


rendas, juros e/ou lucros na exata medida da sua participação,
funcionando então a logica económica.

Assim sendo, alguns indivíduos podiam ficar privados de rendimento se,


devido a qualquer incapacidade ou outro motivo, não se encontrassem
em condições de participar na atividade económica.
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6.4. A redistribuição dos rendimentos

Para evitar esse tipo d situações, o Estado intervém cobrando, a quem


tem fontes de rendimentos, impostos e outras contribuições que se
transformam em prestações sociais para os mais carenciados. Esta
operação denomina-se repartição secundária e constitui uma forma de
redistribuir os rendimentos que foram criados da repartição primaria.
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6.4. A redistribuição dos rendimentos

A redistribuição dos rendimentos é, então o conjunto de operações


realizadas numa lógia social, com o objetivo de corrigir as desigualdades
que ocorrem na repartição dos rendimentos.
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6.4. A redistribuição dos rendimentos

Impostos

São prestações pecuniárias obrigatórias, embora sem caracter de sanção,


que são cobradas unilateralmente aos cidadãos que se encontrem em
determinadas situações previstas na lei.

Os impostos podem se classificados como diretos, quando incidem


diretamente sobre o rendimento das pessoas, como por exemplo, o IRS, ou
podem ser indiretos quando recaem sobre a utilização do rendimento, como
qualquer dos impostos sobre o consumo, o IVA.
10º Ano
6.4. A redistribuição dos rendimentos

Taxas

São diferentes dos impostos, porque, embora também sejam uma


prestação pecuniária, elas pressupõem uma contrapartida por parte de
quem as recebe, sendo geralmente inferiores ao custo dos serviços
prestados.
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6.4. A redistribuição dos rendimentos

Transferências Sociais

As contribuições sociais tem como contrapartida as transferências sociais do


Estado, que são as prestações, de âmbito social, que a segurança social
entrega aos cidadãos , como o abono de família, as pensões, os subsídios de
desemprego, de doença, etc.

As transferências podem ser internas ou externas, conforme sejam pagas pelo


Estado português ou por outro Estado caso o cidadão português tenha
trabalho e feito os respetivos descontos.
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6.4. A redistribuição dos rendimentos

Rendimento de Pessoal Disponível

Os rendimentos resultantes da repartição primária não correspondem à


totalidade do rendimento de cada individuo pode efetivamente dispor,
pois já sabemos que esses rendimentos sofrem alterações.

Podemos então definir, o Rendimento Pessoal Disponível, como o


conjunto dos rendimentos primários e secundários recebidos por cada
individuo, depois de deduzidos os descontos obrigatórios por si efetuados.
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6.4. A redistribuição dos rendimentos

𝑹𝒆𝒏𝒅𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑷𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒍 𝑫𝒊𝒔𝒑𝒐𝒏í𝒗𝒆𝒍


= 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑆𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑜𝑠 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑒 𝑄𝑢𝑜𝑡𝑖𝑧𝑎çõ𝑒𝑠 𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠
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7. Poupança e Investimento
7.1. A utilização dos rendimentos – consumo e poupança
7.2. Os destinos da poupança – a importância do investimento
7.3. O financiamento da atividade económica – autofinanciamento e
financiamento externo
7.3.1. Financiamento externo indireto – o crédito
7.3.2. Financiamento externo direto – mercado de títulos
7.4. O investimento em Portugal e o investimento português no
estrangeiro
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7.1. A utilização dos rendimentos –
consumo e poupança

O rendimento gerado na atividade produtiva distribui-se pelos agentes


nela intervenientes, procurando o Estado, posteriormente, atenuar as
desigualdades que ocorrem nessa repartição através de políticas de
redistribuição dos rendimentos.
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7.1. A utilização dos rendimentos –
consumo e poupança

O rendimento pessoal disponível pode ser utilizado sob duas formas:

• Consumo, é a porção de rendimento destinada à aquisição de bens e


serviços que permitem satisfazer necessidades;

• Poupança, é a parte do rendimento que não é empregue em


consumo, consistindo numa renúncia à satisfação imediata de
necessidades, de modo a ser possível satisfazer necessidades no futuro.
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7.1. A utilização dos rendimentos –
consumo e poupança

As principais razões que levam as famílias a poupar:

 Rendimento auferido ultrapassa o montante habitual dos encargos


suportados com o consumo, onde este rendimento pode ser aplicado sob
forma de uma poupança especulativa, com o objetivo de fazer aumentar
o capital inicial.

 O desejo de adquirir algo dispendioso, tornando-se necessário amealhar


dinheiro durante um verto período de tempo até se perfazer a quantia
total. Neste ponto também se pode apontar a vontade de investimento
numa atividade considerada lucrativa.
10º Ano
7.1. A utilização dos rendimentos –
consumo e poupança

As principais razões que levam as famílias a poupar

 A incerteza quanto ao futuro pode ser outra razão para as famílias


pouparem, devido ao receio de não terem rendimentos no futuro ou,
então, a vontade de se precaverem contra o aparecimento de despesas
imprevistas leva-as a reservarem uma quantia no presente, como meio de
precaução.
10º Ano
7.1. A utilização dos rendimentos –
consumo e poupança

Como vivemos numa sociedade de consumo, a poupança também


depende do grau de consumismo das famílias. Mas, as famílias não são
únicos agentes que poupam, as empresas também colocam parte dos
seus lucros de lado, poupando no presente para mais tarde investirem.
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento

A parte do rendimento disponível que é consagrada à poupança pode


ser utilizada de várias formas. Normalmente tem três destinos possíveis
para a poupança:

 Colocação financeira;

 Entesouramento;

 Investimento.
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento

Colocação Financeira

A colocação financeira consiste na aplicação da poupança em produtos


financeiros disponibilizados por intermédio de instituições financeiras. (depósitos a
prazo, certificados do aforro, bilhetes do tesouro.)

O montante a colocar e o período de tempo em que o aforrador está disposto a


renunciar à utilização do capital são dois fatores decisivos na escolha do produto
financeiro.
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento
Colocação Financeira

Mas a seleção do produto mais adequado para cada aforrador deve também
levar em consideração os seguintes aspetos:

 O risco – se o produto garante, ou não, uma determinada rentabilidade ou se a


sua taxa de rentabilidade é fixa ou variável;

 A rentabilidade – se o rendimento esperado do produto é mais ou menos


elevado;

 A liquidez – se o titulo é mais ou menos facilmente convertível em moedas

 A fiscalidade – se existem benefícios fiscais associados ao produto e o tipo de


tributação que incide sobre os rendimentos dai derivados.
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento

Entesouramento

Existe quando a poupança fica à guarda dos seus proprietários ou, caso
fique à guarda de terceiros, a entrega não é feita com o objetivo de
aumentar o valor do capital, pois o entesouramento não tem como
intuito a rentabilização do património.
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento

Entesouramento

Isso não significa que, por exemplo, uma obra de arte adquirida como objeto de
decoração que não se destina a ser revendida, não possa constituir um
entesouramento que mais tarde venha a ser valorizado.

O entesouramento pode ser realizado através da guarda de valores em cofres ou


em outros locais semelhantes ou, então, através da aquisição, sem intenção de
revenda de bens que não se depreciem com o tempo.
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento

Investimento

O investimento é outra alternativa para a utilização da poupança.


Canalizar a poupança para a atividade produtiva, de forma a possibilitar
a manutenção ou o aumento da sua capacidade. Sendo assim utilizada
na aquisição ou substituição de equipamentos e na reposição dos stocks
das matérias-primas utilizadas no fabrico de bens.
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento

Investimento

O investimento também pode ser denominado de formação de capital,


que, se divide em duas componentes:

 Formação bruta de capital fixo, é o valor do investimento realizado com


aquisição de capital fixo. Quando o investimento se relaciona com a
aquisição de bens novos, estamos perante o investimento de capacidade;
no segundo caso, trata-se de um investimento de substituição.

 Variação de existências, que representa as oscilações dos stocks de


existências entre dois períodos diferentes.
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento

Investimento

O Investimento pode ser classificado quanto a sua natureza:

- Investimento material – quando diz respeito à aquisição de bens


tangíveis;

- Investimento imaterial – quando diz respeito à aquisição de bens


intangíveis, como a prestação de serviços relacionados com a formação.

- Investimento financeiro – envolve a aquisição de ativos financeiros


(ações).
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento
Investimento

O investimento também pode ser classificado de acordo com as suas funções


principais:

 Assegurar a manutenção da capacidade produtiva através da reposição do capital à


medida que este vai sendo utilizado – investimento de substituição e aquisição de
existências.

 Manter os equipamentos e os processos de fabrico tecnologicamente atualizados para


garantir a eficiência e competitividade das unidades produtivas – investimento de
inovação.

 Possibilitar o aumento da capacidade produtiva da unidade de produção através da


aquisição de mais bens de equipamento – investimento de capacidade.
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento

Investimento

O investimento pode ser classificado quando ao seu agente, ou seja, em


público e privado, conforme é efetuado pelo Estado ou por agentes
privados .

E ambos são importantes para um país, pois permitem criar emprego e


aumentar a sua riqueza, dando lugar a mais poupança, que, por sua vez
gera novos investimentos e potencia um crescimento económico
sustentado.
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento

Inovação tecnológica e investigação de desenvolvimento(I&D)

O investimento em inovação tem vindo a ganhar cada vez mais


importância nas sociedades atuais, desempenhando a tarefa
fundamental de dinamizar a atividade económica. Hoje em dia, os
processos de descoberta desenrolam-se de forma muito rápida, pois
deles depende a sociedade de consumo em que vivemos.
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento

Inovação tecnológica e investigação de desenvolvimento(I&D)

Importa distinguir os conceitos de inovação e invenção:

 A invenção tem como resultado a criação de um novo produto ou a


descoberta de uma nova técnica de fabrico que ainda não existiam.

 A inovação resulta de um melhoramento de um produto ou técnica já


existentes.
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento

Inovação tecnológica e investigação de desenvolvimento(I&D)

A lógica da sociedade de consumo baseia-se na necessidade de estar


constantemente a lançar novos produtos no mercado, sendo estes, na
maioria dos casos, fruto de inovação, pois apenas são alteradas algumas
das suas características ou funções.

A investigação assume um papel decisivo na competitividade das


empresas, pois é graças a ela que os produtos e processos de fabrico vão
sendo sistematicamente inovando.
10º Ano
7.2. Os destinos da poupança – a
importância do investimento

Inovação tecnológica e investigação de desenvolvimento(I&D)

As empresas apostam cada vez mais em I&D como forma de se tornarem


mais competitivas – à medida que a investigação vai gerando resultados,
pois as inovações permitem-lhes agir de forma mais eficiente.

Também o Estado procura estimular a descoberta mediante a atribuição


de verbas para a investigação a universidades, laboratórios, etc., e a
concessão de patentes aos autores das descobertas.
10º Ano
7.3. O financiamento da atividade económica
– autofinanciamento e financiamento externo

As empresas necessitam de capital para se manterem em


funcionamento, dado que têm de suportar diversos encargos. No
entanto, como nem sempre dispõem do total necessário para fazer face
às despesas, nalgumas situações, as empresas têm de recorrer a capital
alheio.
10º Ano
7.3. O financiamento da atividade económica
– autofinanciamento e financiamento externo

O financiamento das empresas pode ser realizado através:

 Fundos próprios;

 Fundos alheios.

Assim, nas situações em que as empresas detêm meios suficientes para fazer
face à sua atividade designa-se por autofinanciamento. Todavia, quando as
empresas não dispõem de fundos próprios suficientes, estas têm necessidade
de financiamento, ou sejas, as empresas têm de recorrer ao financiamento
externo.
10º Ano
7.3. O financiamento da atividade económica
– autofinanciamento e financiamento externo

O financiamento externo pode ser obtido através de dois processos:

 Indireto – recorrendo ao crédito das instituições financeiras;

 Direto – recorrendo ao mercado de títulos.


10º Ano
7.3.1. Financiamento externo indireto – o
crédito

As empresas quando necessitam de fundos que não dispõem, recorrem,


por vezes, às instituições financeiras para obterem crédito. O crédito
consiste na cedência temporária de uma determinada quantia, tendo
como contrapartida os juros.
10º Ano
7.3.1. Financiamento externo indireto – o
crédito

O crédito é fundamental para qualquer economia, pois permite o seu


crescimento. Este estimula quer a produção, viabilizando o investimento
as empresas e possibilitando o seu financiamento pontual para a
resolução de problemas de tesouraria, permitindo assim, adquirir
antecipadamente os bens que desejam.
10º Ano
7.3.1. Financiamento externo indireto – o
crédito
O crédito pode ser classificado de acordo:
Tipos de crédito

Curto prazo
Quando à duração Médio prazo
Longo prazo

Privado
Quanto ao beneficiário
Público

Interno
Quanto à sua origem
Externo

Crédito à produção Ao funcionamento

Quanto à sua finalidade De financiamento

Crédito ao consumo
10º Ano
7.3.1. Financiamento externo indireto – o
crédito

Os bancos apenas concedem empréstimos quando consideram que os


devedores oferecem confiança no que respeita ao cumprimento do
contrato. No entanto, muitas vezes, eles pedem aos seus clientes a
entrega de garantias.
10º Ano
7.3.1. Financiamento externo indireto – o
crédito

As garantias podem ser:

 Reais se implicam uma entrega acessória de bens do património do


devedor.

 De terceiros caso corresponsabilizem mais pessoas e as envolvam no


pagamento da divida, como acontece com os fiadores.
10º Ano
7.3.1. Financiamento externo indireto – o
crédito

Os bancos são instituições que se dedicam, por um lado, à captação de


poupanças por outro ao crédito.

E como é que isto funciona?


10º Ano
7.3.1. Financiamento externo indireto – o
crédito

Os bancos desempenham outra funções importante na atividade


económica: a criação de moeda escritural. Estas instituições, quando
permitem que parte das poupanças por si captadas voltem a entrar no
mercado pela via do crédito, estão a criar moeda – chamado efeito
multiplicador do crédito.
10º Ano
7.3.1. Financiamento externo indireto – o
crédito

A captação de depósitos, a concessão de crédito e a criação de moeda


escritural são as principais funções dos bancos. Mas os bancos também se
dedicam à guarda e administração de valores e à prestação de serviços
de consultadoria.
10º Ano
7.3.1. Financiamento externo indireto – o
crédito
As taxas de juro e a atividade económica

Os juros remuneram as operações bancárias(ativas e passivas) e a


margem de lucro das instituições de crédito é obtida pela diferença entre
os juros dos empréstimos cobrados aos devedores e os juros dos depósitos
entregues aos depositantes.
10º Ano
7.3.1. Financiamento externo indireto – o
crédito
As taxas de juro e a atividade económica

Importa ainda referir que os juros podem, por um lado, constituir um


incentivo à poupança, o que acontece quando as taxas de juro estão
mais elevadas, pois esse facto incentiva os aforradores a poupar. Bem
como, os juros podem fornecer um incentivo ao consumo e ao
investimento através do crédito.
10º Ano
7.3.1. Financiamento externo indireto – o
crédito
Outras instituições financeiras

Os bancos consideram-se instituições financeiras monetárias, porque


criam moeda ao receberem depósitos e concederem crédito. Mas
existem outras instituições que não criam moeda nem recebem depósitos,
apenas concedem créditos – as instituições financeiras não monetárias.
10º Ano
7.3.1. Financiamento externo indireto – o
crédito
Outras instituições financeiras

 Sociedades de locação financeira ou leasing – objeto do contrato é a cedência


temporária de um bem, móvel ou imóvel, que é celebrados entre duas partes, o
locador e o locatário.

 Sociedades de factoring – assumem cobranças de outras empresas, adiantando


valor dos seus créditos de curto prazo, mediante o pagamento de uma comissão.

 Sociedades de capital de risco - financiam empresas com projetos inovadores mas


de elevado grau de risco e que, por esse motivo, não conseguem facilmente obter
crédito.
10º Ano
7.3.2. Financiamento externo direto –
mercado de títulos

No caso das grandes empresas, ainda existe outra forma de


financiamento: o acesso ao mercado financeiro ou de capitais, mais
concretamente, o mercado de títulos.
10º Ano
7.3.2. Financiamento externo direto –
mercado de títulos

O mercado de títulos é o mercado onde são transacionados valores


mobiliários, como ações ou as obrigações. Estes valores são títulos de
crédito de médio e longo prazo que representam direitos de propriedade
ou créditos para os seus detentores.
10º Ano
7.3.2. Financiamento externo direto –
mercado de títulos

As ações são títulos representativos de capital social das sociedades


anónimas. A sua posse confere ao titular a qualidade de acionista, ou seja,
quem detém ações passa a ser coproprietário da empresa. Assim, o acionista
tem direito a:

 Votar nas assembleias gerais;

 Ser informado sobre a performance da empresa;

 Direito de preferência em relação aos aumentos de capital;

 Receber parte dos lucros, proporcional ao número de ações que detém.


10º Ano
7.3.2. Financiamento externo direto –
mercado de títulos

As obrigações são títulos representativos de partes de divida de uma


empresa, pois correspondem a um empréstimo dos aforradores. O
possuidor das obrigações, designado por obrigacionista, é reembolsado
pela cedência do seu capital num prazo fixado por meio de um contrato.
10º Ano
7.3.2. Financiamento externo direto –
mercado de títulos

Características das obrigações:

 Títulos de rendimento fixo;

 Têm elevada segurança;

 O risco é considerado, geralmente, baixo (depende sempre do grau de


solvabilidade da empresa).
10º Ano
7.3.2. Financiamento externo direto –
mercado de títulos

No mercado de títulos, as empresas podem obter capital de que


necessitam através da emissão de valores mobiliários. Este mercado é
composto por:

 Mercado primário – onde novos ativos são emitidos, gerando assim


entradas de capital nas empresas que procuram financiar-se.

 Mercado secundário – onde são transacionados os títulos emitidos no


mercado primário que já reúnem as condições de admissão a cotação em
bolsa
10º Ano
7.3.2. Financiamento externo direto –
mercado de títulos

A bolsa de valores mobiliários é o local de encontro dos proprietários de


títulos já emitidos em circulação com os investidores que desejam adquirir
esses títulos. O preço dos ativos, designado cotação, reflete os interesses
da oferta e da procura de cada titulo, a cada momento.
10º Ano
7.3.2. Financiamento externo direto –
mercado de títulos

As operações realizadas na bolsa de valores têm de ser efetuadas por


agentes credenciados: os corretores. Estes intermediários estão
organizados sob a forma de sociedades corretoras (ou chamados de
brockers, executam as ordens de compra e venda de títulos dos clientes)
ou sociedades financeiras de corretagem (ou chamados de dealers, para
além de executarem as ordens de clientes, têm também autorização
para possuir carteira de títulos, podendo agir em nome próprio).
10º Ano
7.4. O investimento em Portugal e o
investimento português no estrangeiro

O investimento que é realizado em cada país pode ter origem interna ou


externa.

 O investimento interno resulta da aplicação das poupanças familiares, das


empresas ou do Estado desse país.

 O investimento externo resulta da aplicação de poupanças provenientes


do estrangeiro.
10º Ano
7.4. O investimento em Portugal e o
investimento português no estrangeiro

O investimento desempenha um papel fundamental em qualquer


economia, constituindo um motor de arranque para o seu crescimento,
pois, por um lado, gera emprego e, por outro, faz aumentar a produção.

O investimento é direto quando um determinado capital é injetado de


forma direta numa economia.
10º Ano
7.4. O investimento em Portugal e o
investimento português no estrangeiro

O Investimento direto de Portugal no exterior (IDPE) é o investimento dos


agentes portugueses nas economias locais de outros países. Todavia, o
investimento direto estrangeiro (IDE) é o investimento realizado em
Portugal por agentes estrangeiros diretamente numa economia local, que
proporciona grandes vantagens tanto para quem investe como para
quem recebe.

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