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Anotações para o concurso do Estado (2019):

- BNCC- BASE NACIONAL CURRICULAR COMUM (ESTUDAR,


PRINCIPALMENTE, COMPETÊNCIAS E HABILIDADES);
- ANOTAÇÕES DE VÍDEOS (Professor Davi):
- Com a Bncc, todas as escolas públicas ou privadas passam a ter uma referência
obrigatória para elaborar ou readequar suas referências curriculares obrigatórias;

Principais diferenças entre PCNS, DCNS e BNCC:


- Os Pcns (Parâmetros Curriculares Nacionais) são antigos, de 1997, e trazem o
que deveria ser ensinado por disciplina, sendo o primeiro documento que trazia de
forma clara e explícita o que deveria ser ensinado (o primeiro documento a
referenciar isso após a LDB); a respeito destes, é importante destacar que os Pcns
não eram obrigatórios, e sim, parâmetros de base para nortear as construções
curriculares de municípios e estados, que poderiam ser seguidos ou não, sem serem
obrigatórios;

- Posteriormente, tivemos as Dcns (Diretrizes curriculares nacionais), estas sim


obrigatórias, que traziam diretrizes de como o trabalho deveria ser construído e
realizados; As mesmas não trazem conteúdos a serem trabalhados, mas sim como o
trabalho deveria ser construído e realizado, diretrizes do trabalho pedagógico e
curricular; todas as redes de ensino deveriam adotá-la;

- Há uma importante diferença: os Pcns deveriam trazer conteúdos a serem


trabalhados, e as Dcns diretrizes e direcionamentos de como organizar o trabalho,
expectativas a serem alcançadas de um modo em geral; ufpb

- A Bncc não inutiliza Dcns e Pcns, a questão é que enquanto os pcns traziam
conteúdos para uma disciplina, traziam conteúdos de uma forma em geral, a Bncc
traz conteúdos explicitados e separados por ano, ou seja, em cada ano o que se
ensinar naquela disciplina. Ele é composto por muitas orientações de ano a ano, o
documento é mais detalhado, traz expectativa de aprendizagens, forma de
organizar o trabalho posterior com currículos, sendo obrigatória para odas as
redes, ao contrário dos pcns, para que todo estudante em qualquer escola do país
tenha um padrão de conhecimento mínimo, sendo uma referência nacional
obrigatória; a

partir da Bncc, há a base do ensino, das propostas pedagógicas e dos currículos,


das redes privada e pública;

- Importante: Bncc não é Currículo! Este contém todo o conjunto de expectativa de


aprendizagens, metodologias e formas de trabalhar o conteúdo, ele nos conduz
forma de atuar enquanto educador; a Bncc é o ponto que se quer chegar em cada
etapa da educação básica, enquanto os currículos traçam o caminho até lá; a Bncc
traz o conteúdo que se deseja que o aluno aprenda após um ano de trabalho,
mostra o conhecimento mínimo do aprendiz desejado; já o currículo traz a forma
detalhada de como vamos percorrer o caminho para chegar na forma final; Bncc:
explicitação de objetivo e alvo que desejo alcançar; Currículo: Planos e caminhos
seguidos para alcançar esse objetivo.

- A Bncc é uma implantação de política educacional articulada e integrada, um


impulso mais integrado em todas as escolas nacionais, sendo um documento valioso
para adequar e construir seus currículos.

- A Bncc é um documento normativo que define o conjunto orgânico e progressivo


de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das
etapas e modalidades da Educação Básica, de modo que sejam assegurados os
direitos de aprendizagem e desenvolvimento em conformidade com o que preceitua
o Plano Nacional de Educação (PNE);

- Que Princípios orientam a Bncc? Princípios éticos, políticos e estéticos, que visam
a formação humana integral; a Bncc serve de base e referência à formulação
curricular das redes de ensino, política essa integrada à política nacional; serve,
ainda, à formação de professores, à avaliação e elaboração de conteúdos
educacionais e aos critérios para a infraestrutura adequada para o pleno
desenvolvimento da educação, que deve garantir um patamar comum de
aprendizagens a todos os estudantes, sendo a Bncc instrumento fundamental nesse
sentido;
- COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC: São Dez as competências gerais da
Bncc: Essas Dez competências devem trazer, em seu âmbito pedagógico, os direitos
de aprendizagem e desenvolvimento;

- Competência: Capacidade desenvolvida em um indivíduo de diversas


habilidades; esta, por sua vez, unidas a outras habilidades, torna-se competência;

- Competência: mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos),


habilidades (práticas, cognitivas, socioemocionais), atitudes e valores, demandas
complexas da vida cotidiana e do mundo do trabalho.

- Possível pergunta: De acordo com Bncc, “competência” pode ser definida como a
mobilização de alguns aspectos, como: (aspectos já citados na tópico anterior);

- As Competências Gerais da Educação Básica inter-relacionam-se e desdobram-se


no tratamento didático proposto para as três etapas da educação.

- São as referidas competências:


1. Conhecimento
2. Pensamento científico, crítico e criativo
3. Repertório cultural
4. Comunicação
5. Cultura digital
6. Trabalho e projeto de vida
7. Argumentação
8. Autoconhecimento e autocuidado
9. Empatia e cooperação
10. Responsabilidade e cidadania

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

1. Conhecimento
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre
o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a
realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Pensamento científico, crítico e criativo


Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria
das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar
hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Repertório cultural
Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das
locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da
produção artístico-cultural.
4. Comunicação
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras,
e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos
das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e
partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes
contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Cultura Digital
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas
e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Trabalho e projeto de vida


Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se
de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as
relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentação
Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões
comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e
global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo,
dos outros e do planeta.

8. Autoconhecimento e autocuidado
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na
diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade
para lidar com elas.

9. Empatia e cooperação
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e
valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Responsabilidade e cidadania


Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base
em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

(LER A PARTE INTRODUDÓRIA DA BNCC ATÉ A PÁGINA 22); DEPOIS,


LER A PARTE DEDICADA AO ENSINO MÉDIO:)

Os Marcos Legais do Bncc:

- No Artigo 09 da LDB, ficam evidentes dois conceitos decisivos para o


desenvolvimento da questão curricular no Brasil; O primeiro, já antecipado pela
Constituição, estabelece a relação entre o que é básico-comum e o que é diverso em
matéria curricular: as competências e diretrizes são comuns, os currículos são
diversos. O segundo se refere ao foco do currículo. Ao dizer que os conteúdos
curriculares estão a serviço do desenvolvimento de competências, a LDB orienta a
definição das aprendizagens essenciais, e não apenas dos conteúdos mínimos a
serem ensinados. Essas são duas noções fundantes da Bncc.
- Tanto a Constituição quando a LDB apontam que a União Federal apontam que
os Estados em colaboração estabelecerão uma base comum, diretrizes e
competências gerais para que todos organizem o estabelecimento de normas gerais
municipais, estaduais e federais a organizarem seus respectivos currículos e
propostas curriculares. Agora, os currículos não são nacionais, cada rede e sistema
possui o seu. (ATENÇÃO, ARTIGO 26 DA LDB):
- Importante: Conceito de Contextualização da Bncc: Inclusão, valorização das
diferenças e o atendimento à pluralidade e à diversidade cultural resgatando e
respeitando as várias manifestações de cada comunidade;

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – ENSINO MÉDIO

- Os objetivos principais do pcn se davam em torno da orientação, um documento


que veio para orientar o professor, trazendo orientações pedagógicas para a
cidadania, formarem o aluno nesse sentido, incentivam o trabalho com projetos
educacionais, conteúdos trabalhados de forma interdisciplinar; documento
heterogêneo, respeitando a diversidade dentro das instituições de ensino;
- Os Pcn apresentam, ainda, as informações de que os currículos e conteúdos não
devem servir apenas como transmissão de conhecimentos e sim como base para
uma prática educativa voltada para a aprendizagem efetiva.
- Pcns e Projetos Político-Pedagógicos: O projeto político-pedagógico, que é o
documento que irá nortear todas as atividades da instituição, está contextualizado
com os pcns, estes se articulam, o PPP, geralmente, tem como uma das bases o Pcn;

- Temas Transversais nos Pcns: (muito cobrados em concursos); Esses Temas


foram elaborados para o desenvolvimento integral dos alunos; dentro das
disciplinas, dos conteúdos destas, da orientação para os seus trabalhos
pedagógicos, o professor deve implementar os temas transversais, que devem estar
dentro de seus contéudos, facilitando o processo de ensino-aprendizagem e
cidadania dos alunos;
- Os Temas Transversais são: Ética (Desenvolver autonomia moral do aluno);
Meio Ambiente(tema trabalhado na perspectiva da prevenção e conscientização e
valorização ecológica); Saúde(tema trabalhado para o desenvolvimento de hábitos
saudáveis); Orientação Sexual(Deve ser trabalhada para o aluno exercer sua
sexualidade de forma saudável e prazerosa) ; Pluralidade Cultural(tematizar o
conjunto de várias culturas que existem no país, estimulando, no aluno, o respeito
por estas; Pluralidade Cultural. Estes são os principais Temas Transversais, e os
que mais caem em bancas de concursos

- Os Pcns, em seu trecho sobre a reforma curricular, onde há a definição de


currículo, diz o seguinte: “ O currículo, enquanto instrumentação da cidadania
democrática, deve contemplar conteúdos e estratégias de aprendizagem que
capacitem o ser humano para a realização de atividades nos três domínios da ação
humana: a vida em sociedade, a atividade produtiva e a experiência subjetiva,
visando à integração de homens e mulheres no tríplice universo das relações
políticas, do trabalho e da simbolização subjetiva. Nessa perspectiva, incorporam-
se como diretrizes gerais e orientadoras da proposta curricular as quatro
premissas apontadas pela UNESCO como eixos estruturais da educação na
sociedade contemporânea: são quatro as premissas curriculares, a saber:

- A avaliação nos Pcns: A avaliação, nos Pcns deve ocorrer ao longo do processo de
ensino, não a utilizando para nos momentos de classificação (aprovado ou
reprovado), mas efetivá-las ao longo do processo de ensino, com a utilização de
projetos, sequencias didáticas (trabalhadas de forma lúdica), de forma
interdisciplinar, incluindo, ainda, a diversidade.
- A autonomia é, também, muito tematizada nos Pcns, sendo um elemento de
orientação para as práticas pedagógicas;
- O professor deve, incluir, ainda as questões relativas à diversidade;

- Aprender a conhecer:

Considera-se a importância de uma educação geral, suficientemente ampla, com


possibilidade de aprofundamento em determinada área de conhecimento. Prioriza-
se o domínio de aprofundamento em determinada área de conhecimento. Prioriza-
se o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento, considerado como meio
e como fim. Meio, enquanto forma de compreender a complexidade do mundo,
condição necessária para viver dignamente, para desenvolver possibilidades
pessoais e profissionais, para se comunicar. Fim, porque seu fundamento é o
prazer de compreender, de conhecer, de descobrir.
O aumento dos saberes que permitem compreender o mundo favorece o
desenvolvimento da curiosidade intelectual, estimula o senso crítico e permite
compreender o real, mediante a aquisição da autonomia na capacidade de
discernir.
Aprender a conhecer garante o aprender a aprender e constitui o passaporte para
a educação permanente, na medida em que fornece as bases para continuar
aprendendo ao longo da vida.

- Aprender a fazer:

O desenvolvimento de habilidade e o estímulo ao surgimento de novas aptidões


tornam-se processos essenciais, na medida em que criam as condições necessárias
para o enfrentamento das novas situações que se colocam. Privilegiar a aplicação
da teoria na prática e enriquecer a vivência da ciência na tecnologia e destas no
social passa a ter uma significação especial no desenvolvimento da sociedade
contemporânea.

- Aprender a viver:

Trata-se de aprender a viver juntos, desenvolvendo o conhecimento do outro e a


percepção das interdependências, de modo a permitir a realização de projetos
comuns ou a gestão inteligente dos conflitos inevitáveis.

- Aprender a ser

A educação deve estra comprometida com o desenvolvimento total da pessoa.


Aprender a ser supõe a preparação do indivíduo para elaborar pensamentos
autônomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a
poder decidir por si mesmo, frente às diferentes circunstâncias da vida. Supõe
ainda exercitar a liberdade de pensamento, discernimento, sentimento e
imaginação, para desenvolver os seus talentos e permanecer, tanto quanto possível,
dono de seu próprio destino.
Aprender a viver e aprender a ser decorrem, assim, das duas aprendizagens
amteriores – aprender a conhecer e aprender a fazer – e devem constituir ações
permanentes que visem à formação do educando como pessoa e como cidadão.
A partir desses princípios gerais, o currículo deve ser articulado em torno de eixos
básicos orientadores da seleção de conteúdos significativos, tendo em vista as
competências e habilidades que se pretende desenvolver no Ensino Médio.
Um eixo histórico-cultural dimensiona o valor histórico e social dos conhecimentos,
tendo em vista o contexto da sociedade em constante mudança e submetendo os
currículos a uma verdadeira prova de validade e de relevância social. Um eixo
epistemológico reconstrói os procedimentos envolvidos nos processos de
conhecimento, assegurando a eficácia desses processos e a abertura para novos
conhecimentos.

A Base Nacional Comum

É no contexto da Educação Básica que a Lei nº 9.394/96 determina a construção


dos
currículos, no Ensino Fundamental e Médio, “com uma Base Nacional Comum, a
ser
complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte
diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura,
da economia e da clientela” (Art. 26). A Base Nacional Comum contém em si a
dimensão de preparação para o prosseguimento de estudos e, como tal, deve
caminhar no sentido de que a construção de competências e habilidades básicas, e
não o acúmulo de esquemas resolutivos pré-estabelecidos, seja o objetivo do
processo de aprendizagem. É importante, por exemplo, operar com algoritmos na
Matemática ou na Física, mas o estudante precisa entender que, frente àquele
algoritmo, está de posse de uma sentença da linguagem matemática, com seleção
de léxico e com regras de articulação que geram uma significação e que, portanto,
é a leitura e escrita da realidade ou de uma situação desta. Para tanto, deve-se
entender que a linguagem verbal se presta à compreensão ou expressão de um
comando ou instrução clara, precisa, objetiva. A Base Nacional Comum também
traz em si a preparação para a dimensão do trabalho.

DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS

- As dcn são um documento que norteam os currículos, e os sistemas de ensino


estaduais. Art. 01: A presente resolução define as Diretrizes Curriculares nacionais
para o Ensino médio, a serem observadas na organização curricular pelos sistemas
de ensino e suas unidades escolares.
Estas diretrizes aplicam-se a todas as formas e modalidades de Ensino Médio,
complementadas, quando necessário, por Diretrizes próprias. O EJA, por exemplo,
ou a Educação Especial, possuem diretrizes próprias.

-Metas da Educação como Direito Social: (duas delas): Oferecer educação em


tempo integral em 50% das escolas Públicas; Oferecer, no mínimo, 25% das
matrículas da Educação de Jovens e Adultos, na forma integrada à Educação
Profissional nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio;

- Metas da Educação como Qualidade Social: Para além da eficácia e da eficiência,


a educação como qualidade social, como direito fundamental, deve ser antes de
tudo relevante, pertinente e equitativa. A educação é um processo de produção e
socialização da cultura da vida, no qual se constroem, se mantêm e se transformam
conhecimentos e valores. Desse modo, a qualidade social da educação visa
encontrar alternativas políticas, administrativas e pedagógicas que garantam o
acesso, a permanência e o sucesso do indivíduo no sistema escolar, não apenas pela
redução da evasão, da repetência e distorção idade/ano/série, mas também pelo
aprendizado efetivo.

GESTÃO ESCOLAR – GESTÃO DEMOCRÁTICA

- A Gestão Escolar é substancial importante na transformação da instituição


escolar para que atenda as atuais exigências sociais de uma sociedade que se
designa democrática. Por este motivo, faz-se indispensável que os gestores,
enquanto responsáveis pela liderança escolar, não atuem como meros
administradores escolares, posto que por “administração”, entendemos as
atividades que se concentram na verticalidade, uma vez que podem ser
determinadas de cima para baixo, uns mandam, outros executam.

-A administração escolar é uma atuação restrita às ações mais burocráticas,


enquanto que a concepção de gestão escolar extrapola tarefas metódicas,
abrangendo motivação coletiva, na qual a postura do gestor é de agente
transformador. Os gestores escolares, constituídos em uma equipe de gestão, são os
profissionais responsáveis pela organização e orientação administrativa e
pedagógica da escola, da qual resulta a formação da cultura e ambiente escolar,
que devem ser mobilizadores e estimuladores do desenvolvimento, da construção
do conhecimento e da aprendizagem orientada para a cidadania competente. Para
tanto, cabe-lhes promover a abertura da escola e de seus profissionais para os bens
culturais da sociedade e para sua comunidade. Sobretudo devem zelar pela
constituição de uma cultura escolar proativa e empreendedora capaz de assumir
com autonomia a resolução e o encaminhamento adequado de suas problemáticas
cotidianas, utilizando-as como circunstâncias de desenvolvimento e aprendizagem
profissional. Gestão seria um processo horizontal em que os envolvidos no processo
comprovam sua existência desde a elaboração dos projetos até a consecução de
seus objetivos, não sendo meros expectadores, mas atores na construção e
constituição de algo, em nosso caso, da escola. A Gestão deve ser compartilhada
com a comunidade escolar.

- A Gestão democrática deve ser compreendida como mobilização, gerada pela


ação conjunta dos componentes, para que, por de participação, se consolidem os
objetivos de sua unidade de trabalho. A Gestão democrática, então, é o processo
onde se criam condições e se estabelecem as orientações necessárias para que os
membros de uma coletividade, não apenas tomem parte, de forma regular e
contínua, de suas decisões mais importantes, mas assumam compromissos
necessários para a sua efetivação. A Gestão democrática é o processo político no
qual a comunidade escolar discute, planeja e soluciona problemas. Deve ser
momento de transformação, amparado em atividades conjuntas, traduzidas por
pelo plano de ação do gestor e Projeto-Político-Pedagógico (PPP), com ênfase na
promoção, formação e aprendizagem do aluno. A Gestão democrática é um
preceito constitucional (BRASIL, 1988). O diretor escolar não deve se restringir
apenas às questões administrativas, participação, discussão coletiva e diálogo são
práticas indispensáveis à gestão democrática. Segundo Libâneo, “cabe-lhe ter uma
visão de conjunto e uma atuação que apreenda a escola em seus aspectos
pedagógicos, administrativos, financeiros e culturais. A escola, então, deve rever o
papel do chamado “líder”, superando a função meramente administrativa,
possibilitando a gestão democrática como práxis mediadora do trabalho educativo.
Uma gestão escolar democrática implica em compartilhar o poder,
descentralizando-o.

(Anotações do vídeo sobre a Gestão Democrática)

- A partir da Constituição de 1988, há uma mudança de paradigmas, passa-se a se


querer mais envolvimento, uma humanização maior das instituições de ensino (no
artigo 206 da Constituição Federal, um dos princípios é a gestão democrática do
ensino público, na forma de Lei; no inciso VIII do Art. 3 da LDB, há postulados
semelhantes; no artigo 14, no incisos I e II, a gestão democrática é definida como
“I- Participação dos profissionais da educação na elaboração da proposta
pedagógica”; “II- Participação das comunidades escolar e local em conselhos
escolares ou equivalentes (grêmios e associações entre pais e mestres)”; no artigo
15, temos: “- Os sistemas de ensino assegurarão às escolas progressivos graus de
autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira”.

- A administração deve ser uma mediação, formas de se efetivarem meios para se


alcançarem fins, ou seja, não necessidade de haver um administrador e os
administrados, necessidade de haver quem manda e quem obedece (Victor Paro).

- Considerações de Libâneo sobre Gestão Escolar:

- Enfoque Científico- Racional: A partir dos anos 1930, no Brasil (principalmente a


partir de Anísio Teixeira), há a necessidade de uma organização, de uma gestão
escolar; Num primeiro momento, a gestão escolar tem uma tendência técnico-
científica, pois, quando pensamos em administração, há uma tendência em
copiarmos modelos advindos do ramo privado, das metodologias de suas empresas,
trazendo-as para dentro da escola.

- Desse modo, o enfoque científico-racional tem essa característica; é um enfoque


objetivo, neutro, técnico; gestão objetiva, neutra e técnica (tenta-se não promover
a junção entre o que é político e o que é educacional);

- Outra característica da concepção técnico-científica é a Racionalidade: é possível


ter o planejamento e coordenação: todas as atividades realizadas na escola podem
ser devidamente planejadas e coordenadas, para que existam resultados, para que
se alcance a eficácia; os resultados desejados para essa concepção de gestão são a
eficiência e a eficácia.

- Críticas a esse modelo (Saviani e Libâneo): essa concepção nasce equivocada, pois
tenta aplicar na escola um modelo preestabelecido, trazido de empresas, aplicando
nas escolas uma espécie de “maquete” dos modelos empresariais; A educação não
pode ser vendida como um produto dentro do sistema capitalista, não é assim que
se trabalha com educação; outra questão é que a educação é movida por políticas
públicas, as políticas do Estado que dão um norte para a educação; a concepção
técnico-científica, também, não é interessante do ponto da formação dos sujeitos,
enquanto ser histórico, dotado de cultura; é um modelo que, inclusive, a própria
LDB rechaça, mas, acaba por ser um modelo utilizado em diversas escolas
atualmente;
- Concepção Crítica: possui natureza sociopolítica, para a escola que tem a gestão
fundamentada nessa concepção, os assuntos políticos interessam
fundamentalmente à escola, não são algo fora dos muros da escola;

- O foco, nessa concepção, não é puramente na eficiência e eficácia, na tarefa a ser


realizada, mas se direciona às pessoas, a partir delas são geradas intenções e
integrações e interações;

- Na concepção técnico-científica, um determinado membro da equipe pedagógica


executa determinada função por estar inscrita no regimento, na concepção crítica,
o mesmo realiza determinada atividade porque a intenção, a vontade de que
ocorra do ponto de vista pedagógico, faz parte do pressuposto de que as pessoas
interajam, dialoguem, conversem, tentem, em conjunto, encontrarem soluções
para o trabalho pedagógico e o processo educativo; há uma forte carga ética e
moral, pois parte do indivíduo a vontade, a predisposição a ser educador;

- Na concepção crítica, a escola não é apenas uma instituição social que recebe
alunos, a escola é um espaço de construção da sociedade, mediados, em grande
aspecto, pelo currículo, pela ética, pela cultura, fortalecer ou fomentar novos
valores na sociedade; participam aí, pais, alunos e professores; o objetivo, ainda,
dessa concepção é alcançar a eficiência. Porém, de forma oposta e diferencial à
concepção técnico-científica, pois, para esta, a eficiência diz respeito ao
cumprimento de metas, números e índices; na concepção crítica, eficiência diz
respeito à formação do ser histórico, que mantenha sua contribuição à vida
humana em sociedade.

- Modelos de Gestão (Libâneo):

- Técnico-científico: aqui, o diretor centraliza poderes; são criadas hierarquias,


estruturas hierárquicas, cada um tem uma função, exercendo-a de forma rígida e
limitada (funcionalismo); a comunicação é linear, sem autonomia, onde se mantém
a hierarquia (professor, coordenador, supervisão etc);

- A ênfase se dá nas tarefas, e não nas pessoas;


- Autogestionário: a autogestão vem do modelo do anarquismo, originada no início
do século XX no Brasil (Pedagogia Libertária); os valores do Anarquismo são
trazidas para o modelo escolar; o modelo é descentralizado, o poder não se dá a
partir da figura de uma única pessoa; a participação é coletiva, tanto na
elaboração de projetos quanto na tomada de decisões, realizadas coletivamente;
tudo se debate e decide a partir de assembleias; é um modelo não-governamental,
pois, numa concepção autogestionária, as normas que vêm do Estado não
importam, não são adotadas, há a construção autônoma de normas ou sistemas;

- Gestão Democrático-participativa: a LDB traz esse ideal de gestão; todos na


escola participam dessa gestão, a direção atua e decide juntamente com a equipe
escolar, e também participam pais e alunos e a comunidade; as decisões são
coletivas, não há um único responsável pelo planejamento, sendo um grande
exemplo a efetivação do PPP (Projeto Político-Pedagógico); para a LDB, não existe
PPP se não for dentro de uma gestão democrática; para a ampla participação da
comunidade, todos devem estar bem intencionados e integrados, interagindo com a
escola; os participantes precisam demonstrar conhecimento e competência, deve
haver a busca por estes aspectos; para que todos atuem de forma efetiva, todo ele
deve ser bem executado, sem qualidade, competência e profissionalismo, não é
possível;

- A partir disso, efetivamente não há como avaliar integralmente o que vai ocorrer
na escola, por se tratar de algo democrático e participativo, aberto ao surgimento
de possibilidades; os processos devem ser avaliados constantemente; é importante
que ocorram as avaliações diagnósticas sobre a gestão e o trabalho pedagógico;
todos avaliam e são avaliados (inclusive o diretor e demais dirigentes); o foco é nas
pessoas e não nas tarefas, o mesmo que ocorre na concepção crítica; as pessoas
possuem subjetividades, singularidades, valores, princípios; ou seja, o que as
pessoas pensam têm importância nessa concepção, a subjetividade é importante
nesse trabalho pedagógico.

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA ESCOLA


- Principais Aspectos da Estrutura Organizacional (o que geralmente cai em
questões de concurso): Essa estrutura estará prevista no Regimento escolar ou em
leis municipais.

- CONSELHO DA ESCOLA: Dentro da Gestão democrática, a estrutura


mais importante; a escola que tem o conselho escolar atuando devidamente
estabelecido possui uma grande conquista do ponto de vista da gestão democrática;
o conselho é um órgão colegiado, membros da própria estrutura educacional fazem
parte dele; esses membros são eleitos ou escolhidos para participarem desse
conselho, sendo que já no primeiro mês letivo esse processo ou escolha é realizado.
Quem o preside é o diretor da escola.

- Esse conselho possui natureza deliberativa, ou seja, os membros desse


órgão irão se reunir para receber documentos e questões da escola e deliberarem a
respeito. Dentro dessa natureza deliberativa, o conselho acaba tendo atribuições
consultivas, fiscais e deliberativas em geral. Um professor que pede licença, por
exemplo, situação irregular de aluno, questões de remuneração etc.

- O conselho de escola é composto por: 40% de docentes; 05% de


especialistas da Educação, com exceção do diretor (ele já é quem preside o
conselho); 05 de funcionários da escola; 25% de pais de alunos; e 25% de alunos;

- A Lei 444/85 é que dispõe sobre o conselho de escola;

- DIREÇÃO ESCOLAR: Administra a escola; o diretor é quem se relaciona


com instâncias superiores, como, por exemplo, o Núcleo Regional de educação;
relação com as secretarias de educação, núcleos regionais de educação, Conselho
Tutelar, Juiz da Infância e Juventude; daí, sairão Leis e Determinações, que
chegam ao diretor; este atuará, numa gestão democrática descentralizando o
poder, trazendo a equipe escolar inteira para resolver as demandas, permitindo a
participação de outros membros da equipe escolar, permitindo a participação dos
pais dos alunos; o diretor mediará todos os processos escolares.

- SETOR PEDAGÓGICO:

- Coordenador: (também realiza a tarefa de supervisão; na concepção


tecnicista, é um “gerente”; na concepção democrática é um pedagogo) Acompanha
o professor e o auxilia em seu trabalho pedagógico; cabe ao coordenador trazer o
professor para discutir o trabalho pedagógico; o coordenador também irá
acompanhar e avaliar o processo pedagógico; também aconselha determinadas
atividades; enquanto o professor está elaborando o seu plano de aula, trabalhando
com o conteúdo que está dentro do currículo, cabe ao coordenador realizar um
acompanhamento de como as diretrizes educacionais estão sendo aplicadas em sala
de aula, afinal, as diretrizes são obrigatórias, devem constar no plano de aula do
professor e no plano curricular;

- Orientador: este, por sua vez, é responsável pelo acompanhamento do


aluno, e o atendimento à família e à comunidade; nem toda a escola possui este
profissional;

- Victor Paro faz a seguinte sugestão: ele sugere as coordenações, sendo uma
de cada área, como: coordenador pedagógico, coordenador comunitário,
financeiro etc, para que exista melhor distribuição de funções;

- A escola conta, ainda com as Instituições Auxiliares: o Grêmio estudantil,


que promove autonomia dos alunos, em diversos sentidos; APMF (Associação de
pais, mestres e funcionários).

Interdisciplinaridade e globalização do conhecimento:

- A origem da interdisciplinaridade está nas transformações dos modos de


produzir a ciência e de perceber a realidade;
- Entre as causas principais estão a rigidez, a artificialidade e a falsa autonomia
das disciplinas, as quais não permitem acompanhar as mudanças no processo
pedagógico e a produção de conhecimento novos. A interdisciplinaridade é um elo
entre o entendimento das disciplinas nas suas mais variadas áreas. Sendo
importante, pois, abrangem temáticas e conteúdos, permitindo, dessa forma,
recursos inovadores e dinâmicos, onde as aprendizagens são ampliadas.
- A concepção de um trabalho de ensino voltado para a interdisciplinaridade
requer uma maior capacitação do professor; a interdisciplinaridade é entendida
como o diálogo entre as várias disciplinas. É caracterizada como dois ou mais
componentes curriculares na construção e globalização do conhecimento; na
interdisciplinaridade os alunos constroem o seu conhecimento através dos
conteúdos. A particularidade de cada disciplina deve ser respeitada, e a integração
entre os conteúdos e as várias disciplinas também; outro assunto quanto à
organização dos conteúdos é a multidisciplinaridade, que traz, em sua gênese, o
trabalho com várias disciplinas que atuam simultaneamente sem que haja relações
entre ela; na multidisciplinaridade, há justaposição entre as disciplinas, porém, as
mesmas não fazem interação; trata-se do oposto da interdisciplinaridade; como
exemplo temos os currículos, que na maioria das secretarias de educação estão
organizados de maneira multidisciplinar, várias disciplinas isoladas que não
dialogam entre si; há as aulas, de português, depois as de história, de geografia, de
modo a não proporcionar a relação entre os saberes, os currículos
hegemonicamente estão organizados dessa forma. Na pluridisciplinaridade, por
sua vez, existe a justaposição entre as disciplinas mais ou menos vizinhas, fazendo
com que haja troca de informações entre elas. Ou seja, há atravessamento de
saberes, mas de conhecimentos semelhantes. Por exemplo, um quadro de Leonardo
da Vinci, que pode ser trabalhado tanto em História da Arte quanto em História
das Religiões, a função da química com a biologia etc. Já na transdisciplinaridade
(fundada por Piaget), há uma busca por integração e complexidade de
conhecimento muito maior, por exemplo, a ecologia, que é a junção da botânica, da
química, biologia etc.

- No formato interdisciplinar, os educadores podem se organizar para agir em


grupo. A coordenação tem uma função mediadora, indicando parcerias, gerando o
diálogo; o trabalho interdisciplinar pode ser organizado por um professor; porém,
quando isso ocorre, a instituição perde bastante, pois organizar com mais de um
professor faz com o conhecimento seja mais rico e compreensível por parte dos
alunos.

- Para que haja globalização dos conhecimentos, o professor deve participar e


orientar através da problematização, desafios e trocas de saberes, levando ao aluno
a autonomia durante o processo de aquisição do conhecimento.

- O modo de integrar várias disciplinas forma a globalização do conhecimento;

- Modos e possibilidades de relacionar disciplinas: O professor deve partir de um


problema de interesse geral aproveitando as disciplinas como ferramentas para
entender os detalhes; deve atuar como um conselheiro da turma, tirando dúvidas
que envolvem a sua disciplina; deve incluir no planejamento opiniões e sugestões
dos alunos; deve pesquisar com os estudantes; fazer um planejamento levando em
consideração conceitos que poderão ser trabalhados por outras disciplinas;
divulgar o planejamento para os colegas; recorrer à equipe pedagógica para
trabalhar em grupo.

- Esses conteúdos a serem trabalhados podem vir nos currículos ou nos projetos
pedagógicos.

- A ação pedagógica e o trabalho com projetos: existem vários tipos de projetos,


sendo a ação dependente destes. Existem dois projetos que são mais usuais: o
projeto de ensino e o projeto de aprendizagem. O de ensino se relaciona ao
trabalho do professor, e o de aprendizagem ao dos alunos.

- Nessa proposta metodológica do projeto, é necessário priorizar a aprendizagem e


a cooperação para que haja o diferencial necessário para o alcance do sucesso de
todo o projeto. Durante esse processo, os participantes devem fazer uma reflexão
sobre as consequências de suas ações, possibilitando assim a reconstrução de
conceitos. A mediação do professor é fundamental, para que haja a interação entre
todos os ´participantes.

- Educação à distância: podem ser realizados nessa modalidade a partir do


momento que proporcionem a interação entre professores e alunos, a partir das
plataformas à distância. Estes podem ser à distância ou presenciais. Esses
ambientes virtuais podem ser criados pelos professores e alunos sendo um
diferencial por ser um espaço parta compartilhar conhecimentos, materiais e
informações que ambos possuem. Dessa forma, educadores e educandos aprendem
juntos, transformando suas práticas pedagógicas. É importante se especificar qual
a função de cada um na plataforma.

CURRÍCULO

- O currículo escolar abrange as experiências de aprendizagens implementadas


pelas instituições escolares e que deverão ser vivenciadas pelos estudantes. Nele
estão contidos os conteúdos que deverão ser abordados no processo de ensino-
aprendizagem e a metodologia utilizada para os diferentes níveis de ensino.
Hoje, Verificar Fundeb e Eca (18/07) AOCP: Coesão Referencial, sempre
cobram;

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