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Lênin e a imprensa revolucionária – Blog da Boitempo 02/09/2020 13(19

Lênin e a imprensa revolucionária


Dênis de Moraes analisa a trajetória jornalística de
Lênin e a evolução de suas concepções sobre a
imprensa. Para o líder bolchevique, seria impossível
conduzir a luta revolucionária sem dispor de um
meio de divulgação através do qual o partido
pudesse se pronunciar sobre questões e situações
concretas da vida social.
Publicado em 29/11/2018 // 6 comentários

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Por Dênis de Moraes.


Em memória de Luiz Alberto Moniz Bandeira.

A trajetória jornalística e as concepções de Vladimir Ilitch Lênin (1870-


1924) sobre a imprensa situam-se no contexto de duas tendências que se
delinearam no âmbito europeu desde fins do século XIX até as décadas
inaugurais do século XX, num período de ascensão de movimentos de
massa, de divulgação junto aos trabalhadores das ideias socialistas e de
eclosões revolucionárias, em meio a crises econômicas, disputas
geopolíticas e guerras. A primeira tendência refere-se a intelectuais de
esquerda que atuaram como jornalistas e ativistas, a partir da percepção da
importância da disseminação em periódicos de propostas e intervenções
políticas. Entre inúmeros exemplos, podemos citar os de Karl Marx,
Friedrich Engels, V. I. Lênin, Antonio Gramsci, Karl Kautsky, Rosa
Luxemburgo, Leon Trótski, Nikolai Bukhárin, Máximo Górki, Gueórgui
Plekhánov, Clara Zetkin e Alexandra Kollontai. A segunda tendência diz
respeito a intelectuais que não apenas exerceram o jornalismo como
também teorizaram sobre a imprensa como instrumento voltado às tarefas
de informação, conscientização, agitação e propaganda contra-
hegemônica, em meio a embates contra as formas de exploração dos
trabalhadores pelo capital.

Nas peculiaridades de cada tempo histórico, Lênin retomou reflexões de


Marx sobre a influência tendencialmente conservadora dos veículos de
massa junto à opinião pública e também quanto ao papel da imprensa
revolucionária na difusão política e ideológica, enfatizando as tarefas que
cabiam a jornais e revistas de organizações de esquerda e partidos
comunistas. Para Lênin, seria impossível conduzir a luta revolucionária sem
dispor de um meio de divulgação através do qual o partido pudesse se
pronunciar sobre questões e situações concretas da vida social. “A criação
do partido, se ele não for representado convenientemente por um órgão
determinado, permanecerá em grande medida letra morta”, sentenciou.1

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A produção jornalística de Lênin pode ser dividida em cinco fases, conforme


Mario Caciagli.2 A primeira compreende os textos redigidos entre 1899 e
1905, nos quais atribuiu ao jornal a tarefa de organizar os militantes
socialistas em um só partido. O periódico circularia entre grupos e
tendências e poderia oferecer uma síntese das atividades de base, ainda
mais em um país com grande dispersão territorial e localismos acentuados
como a Rússia. A imprensa revolucionária, como braço ideológico do
partido, deveria oferecer orientações programáticas para os trabalhadores
atuarem em assembleias populares, associações de classe, mobilizações
políticas e agitações eleitorais. A segunda fase proposta por Caciagli
remete ao período de 1912 a 1914, com foco na definição do caráter de
classe e do método de análise social da imprensa operária. O terceiro
momento, de 1915 a 1917, abrange as críticas à imprensa burguesa, no
tocante “aos casos de corrupção, às venalidades e aos compromissos a
que se submetem os jornalistas burgueses, incluindo os de esquerda”, em
face da “dependência da imprensa dita livre à vontade dos proprietários”. O
quarto período engloba os textos produzidos na Revolução Bolchevique de
1917, em que Lênin confronta o novo cenário na Rússia com a questão da
“liberdade de imprensa” no sistema democrático-burguês, “que é um
sistema no qual as mais amplas garantias formais se chocam com a
estrutura capitalista de economia e de poder”. A quinta etapa inclui os
textos pós-revolucionários, entre 1917 e 1922, quando a imprensa passa à
órbita do Estado soviético e do Partido Comunista.

A aproximação de Lênin com o jornalismo aconteceu após um período de


pouco mais de um ano na prisão por conspirar contra o tsarismo. Em 1897
fora banido para a Sibéria. No exílio, em meio às leituras e à avaliação das
futuras alternativas de ação, vislumbrou como urgente a criação de um
jornal partidário capaz de estabelecer vínculos regulares com grupos e
células ativistas, com o propósito de entrosá-los em torno de diretrizes e
planos para a luta de classes, ao lado do proletariado e demais
trabalhadores contra o regime imperial. Tal jornal seria o Rabótchaia Gazeta
(Gazeta Operária), designado órgão oficial do Partido Operário Social
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Democrata Russo
(POSDR) no congresso de fundação realizado em março


de 1898, em Minsk. Mas o jornal, editado em Kiev, foi interditado pelo
governo tsarista no segundo número e os artigos de Lênin acabaram
arquivados.

Em 29 de janeiro de 1900, terminou o período de deportação imposto a


Lênin, mas ele foi notificado pelo Ministério do Interior que não poderia
residir em qualquer das capitais do país, em cidades universitárias ou em
grande centros operários. Depois de rever a família em Moscou e passar por
São Petersburgo, Pskov e Riga, onde recrutou correspondentes para o jornal
que planejava criar, com a aprovação de comitês de operários
revolucionários com os quais se reuniu, Lênin obteve um passaporte e, em
29 julho de 1900, deixou a Rússia a fim de organizar, a partir do ocidente da
Europa, um partido unitário e centralizado, impulsionado pelo espírito do
marxismo revolucionário e determinado a derrogar o tsarismo.

Foi no exílio em Genebra, Suíça, que Lênin identificou celeumas (como a


revisão de princípios da doutrina de Marx e Engels, defendida por Eduard
Bernstein nos círculos social-democratas) que dificultavam a unificação
das correntes marxistas no POSDR. O ambiente de controvérsias reforçou
em Lênin a intenção, que alimentava desde a Sibéria, de fundar um jornal,
de circulação clandestina, que unisse e consolidasse os grupos militantes
num partido capaz de representar os movimentos políticos de contestação
do poder e combater as convicções nocivas à revolução, “principalmente
aquelas que se apresentavam com a máscara do socialismo, tais como a
dos economicistas, revisionistas e populistas”.3

Seis meses após a chegada a Genebra, durante os quais o projeto exigiu de


Lênin empenho e organização, o jornal Iskra (Centelha) foi lançado no dia 11
de dezembro de 1900 em Leipzig e depois em Munique, na Alemanha. O
título inspirou-se em um verso do poeta Aleksandr Odoiëvski, exilado na
Sibéria: “Da centelha nascerá a chama!” Centenas de exemplares foram
distribuídos 
por uma rede clandestina de militantes, através das fronteiras

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alemã, austríaca e turca. Lênin era o redator-chefe e pontificavam na equipe


Gueórgui Plekhánov, Pável Akselrod, Vera Zassúlitch, Yuliy Mártov e
Aleksandr Potriéssov.

No “Projeto de declaração da redação do Iskra e da revista Zariá”, Lênin


afirmou que o órgão comunista liga os fatos concretos às manifestações do
movimento operário, conduz o leitor a um ensinamento profundo, a partir
dos acontecimentos mais simples e universalmente conhecidos. Não pode,
assim, se limitar a reproduzir documentos e deliberações da cúpula. Cabe-
lhe selecionar e analisar questões da atualidade, em conexão com a
ideologia que sedimenta as convicções.

No entender de Lênin, para fazer o elo entre elementos da ideologia


comunista, a propaganda persuasiva e o chamado à ação organizada, os
folhetos e as brochuras tinham se tornado insuficientes, por se
circunscrevem, geralmente, a assuntos locais ou aspectos econômicos do
cotidiano. Havia chegado a hora de criar uma “forma superior de agitação”
que complementasse as anteriores, isto é, “uma agitação pelo jornal,
registrando periodicamente ao mesmo tempo as queixas dos operários, as
greves operárias, as outras formas de luta do proletariado e todas as
manifestações da opressão política”. Note-se a distinção que Lênin
estabelece entre propaganda e agitação. A propaganda propõe-se a
divulgar e esclarecer aos trabalhadores a teoria marxista e as estratégias do
partido; ajuda a compreender os objetivos gerais para o futuro e o
desenvolvimento da sociedade. A agitação baseia-se principalmente na
política corrente e nas questões socioeconômicas, contribuindo para a
solução dos problemas táticos imediatos.4

O “fio condutor” para a criação da organização revolucionária era o jornal


político, que poderia “fazer progredir sem cessar essa organização em
profundidade e em largura, para toda a Rússia (…), fiel aos princípios e
abarcando os diversos aspectos da vida”. Ao mesmo tempo, um veículo
capaz de “despertar em todos os elementos um pouco conscientes da

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população a paixão das revelações políticas (…), levar a cabo a nossa tarefa:
concentrar todos os elementos de descontentamento e de protesto
políticos para fecundar o movimento revolucionário do proletariado”. Os
artigos jornalísticos deveriam tirar dos fatos “conclusões determinadas em
função dos objetivos finais do socialismo e das tarefas políticas do
proletariado russo”.5

Pelo menos quatro quesitos básicos precisavam ser cumpridos para a jornal
partidário conquistar credibilidade junto aos leitores, segundo Lênin: a) a
seriedade da informação, o que significa “ir ao local, escolher os
documentos, organizar fichários, fazer estatísticas, não omitir data ou
nome”; b) a interpretação marxista dos fatos sociais; c) o vigor da
expressão”; d) boas reportagens devem basear-se em “documentação
nova, múltipla, recolhida e elaborada por homens competentes”, recrutados
entre os quadros mais preparados para a tarefa.6

Robert Service, biógrafo de Lênin, define o estilo do Iskra como


escolasticamente marxista, pressupondo que os leitores não só fossem
“altamente alfabetizados”, como também tivessem “sólido conhecimento
dos debates socialistas internacionais contemporâneos”. E completa: “Os
leitores-alvo eram ativistas revolucionários que já professavam o marxismo,
e Iskra, na verdade, era menos um jornal do que um periódico em forma de
jornal, projetado para funcionar no lugar de um comitê central partidário.
Mas era um começo. O próximo passo seria consolidar Iskra e empregá-lo
como um órgão de propaganda para a realização do Segundo Congresso
do partido.7

O que importava, para Lênin e demais redatores do Iskra, não era exibir
virtuosismo, e sim adotar uma linguagem de exortação, imoderada e direta,
que suscitasse afinidades e impelisse os leitores-militantes à participação
política imediata. “Para eles, a retórica abrasiva era a manifestação de uma
beligerância necessária e realista. Palavras delicadas e argumentos
elegantes não eram as exigências mais importantes para a derrubada da

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monarquia Romanov”.8 O estilo aguerrido apareceu no primeiro artigo que


Lênin assinou com seu nome, em dezembro de 1901, na revista Zariá
(Aurora). Ele abordou a questão agrária, inclusive denunciando o “caráter
nefasto” das teses de economistas que minimizavam a importância de um
partido de vanguarda antitsarista e subestimavam a influência da
consciência socialista na organização dos trabalhadores da cidade e do
campo.

partir da ideia de Lênin, e com sua colaboração ativa, o grupo do Iskra


elaborou o projeto de programa do Partido Operário Social Democrata
Russo (publicado no número 21 do jornal), desempenhando também papel
relevante na organização do Segundo Congresso, que aconteceria em
julho-agosto de 1903. O Iskra já era reconhecido como publicação influente
entre os revolucionários russos. Uma resolução do Congresso destacou a
sua participação na construção do POSDR e o formalizou como órgão
central, “a voz do partido que deve repercutir o essencial de suas teses”,
segundo Lênin.9

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Em outubro daquele mesmo ano, após a cisão do partido em duas correntes


– os bolcheviques (majoritários) e os mencheviques (minoritários) –, estes
últimos assumiram o controle do Iskra, apoiados por Plekhánov, que fizera
parte da redação inicial e rompera com Lênin. A partir daí inicia-se uma
diferenciação entre o “velho Iskra”, que compreendeu os 51 primeiros
números do jornal, ainda Lêninista, e o “novo Iskra”, menchevique,
publicado até novembro de 1905 e que se transformou em um instrumento
contrário ao marxismo revolucionário. Ainda na fase de “velho Iskra”, a
trajetória do jornal não seria linear. Mesmo na Alemanha sofreu censura,
obrigando seu conselho editorial a transferi-lo para Londres, onde circulou
em 1902. No ano seguinte, mais um deslocamento forçado, desta vez para
Genebra. De modo semelhante ao que ocorrera com projetos editoriais de
Marx, o desejo de conscientizar a classe trabalhadora e difundir ideias
revolucionárias esbarrava no violência policial, que forçava a redação a
sucessivas trocas de cidades e países para despistar a repressão.

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No curso das mobilizações populares que resultaram na Revolução Russa


de 1905 – o “ensaio geral” do processo de crises, conflitos,
desdobramentos e mudanças políticas cuja culminância será a Revolução
Bolchevique de 1917 –, Lênin reorientou a imprensa partidária a substituir o
binômio agitação e propaganda por palavras de ordem táticas, com vistas a
incrementar as lutas do proletariado e do campesinato para a futura tomada
do poder. Em outras palavras, o jornal deveria converter-se num guia para a
ação, diversificando-se ao máximo para alcançar o conjunto da classe
operária.10 De dezembro de 1904 a maio de 1905, editou, em Genebra, o
Vperiod (Avante!), seminário bolchevique clandestino, com a tendência
política do “velho” Iskra. O jornal serviu para preparar a corrente aglutinada
em torno de Lênin nas pelejas internas no Terceiro Congresso e, depois,
instigar a insurreição.

Na sequência do fracasso da Revolução de 1905, com o refluxo e o


enfraquecimento das forças populares, o Vperiod se dissolveu no
semanário Proletári (Proletário), que passou a ser o órgão central do
partido, na mesma linha de seu antecessor. A primeira fase do jornal durou
de maio a novembro de 1905. Lênin assinou mais de 50 artigos e notas,
depois reproduzidos em folhetos e pequenos jornais clandestinos. O
recrudescimento da repressão em São Petersburgo obrigou Lênin, em 1907,
a refugiar-se em Helsinque, na Finlândia. A redação também foi deslocada
para lá. Com breves interrupções, o jornal circulou clandestinamente de
agosto de 1906 a novembro de 1909, quando a plenária do Comitê Central
eleito no IV Congresso (de unificação) do POSDR decidiu suspender a
publicação, a essa altura com periodicidade mensal e impressão em Paris,
embora com circulação restrita. Nesses três anos, foram editados mais de
cem artigos e notas de Lênin, aí incluídos os textos em que expôs a tese de
que, nas condições particulares da Rússia, a classe trabalhadora assumiria
o papel progressista que a Segunda Internacional atribuíra à burguesia na
etapa da revolução democrático-burguesa, isto é, caberia essencialmente
às lutas do proletariado, em consonância com a diretriz política de um
partido comunista centralizado, abrir caminho para uma revolução
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socialista, a despeito do atraso do país.11

Com a retomada progressiva do movimento operário a partir de 1910, a


ideia de relançar um jornal partidário voltou a motivar Lênin, que entre 1908
e 1911 viveu na Suíça e na Franca e em deslocamentos a outros países
europeus. “Estou convencido de que o partido tem necessidade,
presentemente, de um órgão político que apareça com regularidade, que
conduza com firmeza e medida uma política de luta contra a desagregação
e o desencorajamento”, escreveu a Máximo Górki.12 Lênin coletou fundos e
organizou o Zvezda (Estrela) e, posteriormente, o Nóvaia 
Zvezda (Nova
Estrela), distribuídos a partir de Moscou em dezembro de 1910 e começo
de 1911, respectivamente. Ainda que com durações efêmeras, os dois
jornais levaram adiante o 
propósito de aprofundar os temas sociais, os
debates ideológicos, promover a agitação nas fábricas e 
construir as bases
do partido.

Os artigos de Lênin nos dois primeiros numeros do Zvezda, sob o


pseudônimo Iline, comprovam a relevância dada por ele às orientações
políticas por intermédio de periódicos voltados à vanguarda revolucionária.
Segundo Jean Fréville, estes textos “são referências vivas de sua visão
crítica” e se destacam como elementos essenciais na batalha das ideias
que travava naquele momento com correntes do movimento operário
europeu”. Fréville acentua que Lênin “desaprova interpretações de certos
dirigentes de esquerda que empregam categorias de análise equivocadas e
geralmente inspiradas no reformismo social-democrata, que acabam por
manter as estruturas fundamentais da dominação da burguesia”. E
acrescenta: “Ele defende, em contrapartida, citando Engels, um ‘marxismo
criativoʼ, que não seja dogmático em suas premissas e que se torne decisive
como guia para a ação, dialético em seus fundamentos teóricos e capaz de
elucidar o caráter universal e contraditório do desenvolvimento histórico,
dos problemas práticos concretos da época, propondo ações de agitação,
transformação e ruptura econômica e política em cada etapa histórica,
numa perspectiva de impulsionar e levar ao triunfo as massas populares e o

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proletariado.”13

Não é demais recordar que, desde o exílio no início do século, Lênin definia
o órgão oficial do partido como elemento de ligação com o proletariado nas
cidades e fábricas. No artigo “Por onde começar?”, publicado no número 4
do Iskra, em 1901, ele pontuou que, desenvolvendo um trabalho
sistemático, o jornal “penetrará entre a pequena-burguesia das cidades, os
artesãos das aldeias e os camponeses, e tornar-se-á assim 
um verdadeiro
órgão político popular”14 Essa missão estratégica da imprensa
revolucionária se articulava com questões programáticas, tais como o
caráter e o conteúdo prioritário da agitação política, as tarefas de
organização e o plano de formação de um partido marxista da Rússia. O
artigo repercutiu tanto na Rússia como no exterior, através de reedições e
traduções em brochura baseadas no texto divulgado pelo Iskra.

No seu livro Que fazer? (1902) – que demorou mais tempo para ser escrito
do que o pretendido, justamente devido à sua dedicação ao Iskra e à
produção do programa do partido –, Lênin detalhou quais deveriam ser o
público deste jornal e seu objetivo: “Esse auditório ideal para as revelações
políticas é precisamente a classe operária, que tem necessidade, antes e
sobretudo, de conhecimentos políticos amplos e vivos, e que é a mais
capaz de aproveitar esses conhecimentos para empreender uma luta ativa,
mesmo que não prometa qualquer ‘resultado tangívelʼ. Ora, a tribuna para
essas revelações diante de todo o povo, só, pode ser um jornal para toda a
Rússia.” Chamou a atenção para a necessidade de as organizações locais
se esforçarem para viabilizar um veículo para toda a Rússia: “Enquanto não
for assim, não poderemos publicar nem mesmo um único jornal que seja
capaz de servir verdadeiramente o movimento, através de uma grande
agitação pela imprensa.”15

Em 22 abril de 1912, os bolcheviques lançaram o seu primeiro jornal diário,


o Pravda (Verdade). Uma das características marcantes foi incentivar a
participação dos leitores, publicando, a cada número, dezenas de cartas e

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artigos escritos por operários descrevendo as suas condições de vida, as


explorações e os abusos de que eram vítimas nas fábricas, as aspirações
para o futuro. Essa preocupação em elevar o nível de consciência sem
perder de vista questões mais imediatas do cotidiano dos trabalhadores
ajudou a popularizar o jornal, cuja tiragem média alcançava 40 mil
exemplares, tendo chegado a imprimir 60 mil. O êxito também pode ser
medido pelo bom resultado da coleta de fundos junto a grupos de operários
de fábricas, o que incrementava o caráter de classe desejado pelo Pravda.
Regularmente eram divulgados balanços das subscrições. A Rússia vivia
um período de agravamento de tensões sociais e políticas, e o Pravda
ocupava um espaço diferenciado na divulgação de reivindicações,
manifestações e greves operárias, graças ao trabalho de correspondentes
espalhados pelo país.

Lênin continuava exilado em Paris; temia perder influência sobre os


bolcheviques e, ao mesmo tempo, estava receoso de voltar para São
Petersburgo, onde corria alto risco de ser preso. Seguiu, então, para a
Cracóvia, de onde enviava artigos para o Pravda e transmitia orientações ao
comando da redação na Rússia. Ele pôs em relevo uma vinculação editorial
cada vez maior às demandas da classe operária: “Um jornal proletário é
uma tribuna dos proletários. Há que se levantar na Rússia inteira, um atrás
do outro, os problemas da vida proletária em geral e da democracia
proletária em particular. Os trabalhadores de São Petersburgo começaram a
obra. À sua energia, deve o proletariado da Rússia o primeiro jornal
proletário, depois de duros anos de provação. Continuemos, então, sua
obra, todos apoiando e dando novo impulso ao jornal proletário da capital, a
primeira andorinha dessa primavera em que toda a Rússia se cobrirá de
uma rede de organizações proletárias com seus próprios jornais.”16

No dia a dia, a distância geográfica impedia Lênin de exercer interferência


mais efetiva junto ao jornal. O conselho editorial tentava evitar multas
governamentais, processos judiciais e ameaças de interdição, caminhando
no fio da navalha entre a combatividade e a moderação na abordagem de

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temas que pudessem atiçar a ira do regime. Só durante o primeiro ano do


diário, foram abertos 36 processos contra seus redatores. Nem o próprio
Lênin escapou de “alterações atenuadoras” introduzidas pela redação em
alguns de seus textos, nem da rejeição de 47 dos seus 331 artigos escritos
antes de eclodir a Primeira Guerra Mundial. Irritado, ele enviou carta ao
conselho interpelando-o sobre as razões dos vetos: “De um modo geral não
faria mal a ninguém dar uma notificação sobre artigos recusados. Esta não
é, de modo algum, uma exigência excessiva. Escrever para a cesta de papel,
i. e., escrever artigos que são rejeitados é muito desagradável”.17 Na
verdade, disputas internas no partido também influíam nas escolhas dos
textos que deveriam ser publicados ou engavetados.

O início da guerra intensificou o cerco policial aos bolcheviques. A coação


ao Pravda foi implacável. De um total de 355 edições, entre 22 de abril de
1912 a 8 de julho de 2014, 73 foram punidas, 52 confiscadas e 21
multadas, com prejuízos financeiros irrecuperáveis. Sem contar as inúmeras
apreensões, punições e multas aplicadas a oito diferentes títulos adotados
pelo Pravda para tentar driblar a censura e resistir às arbitrariedades.18 Em
21 de julho de 1914, depois de ser empastelado pela polícia e ter a sua
equipe presa, deixou de circular.

O Pravda voltaria a ser publicado, como órgão do Comitê Central, às


vésperas da vitoriosa Revolução de 1917, quando a efervescência política
levou à rearticulação da imprensa comunista clandestina. Com os
bolcheviques em posição expressiva no primeiro governo revolucionário,
Lênin não mais exerceu funções no Pravda, em razão de suas atribuições
no Kremlin e dos problemas, tensões, percalços, disputas de poder e crises
para administrar como chefe de governo e líder do partido. Mas não deixou
de influir na orientação editorial nem de escrever artigos no Pravda (foram
47 apenas em 1917). “Tinha uma capacidade sem igual para expor seus
argumentos e para defender uma causa militante. Suas descrições
agressivas de seus inimigos e de suas políticas davam a todo mundo a
sensação de que havia um homem capaz de exercer o poder

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governamental”.19

Em meio ao turbilhão de 1917, Lênin abordou um tema crucial no artigo


“Como garantir o sucesso da Assembleia Constituinte: sobre a liberdade de
imprensa”, editado no número 11 do jornal Rabótchi Púty (O Caminho
Operário), em 28 de setembro de 1917. Seu biógrafo Tamás Krausz foi
preciso ao resumir a principal ideia do líder bolchevique no texto: “a
democracia burguesa não é liberdade, mas ‘liberdade de compraʼ”. A
democracia burguesa como “forma de dominação capitalista da mais alta
ordem”, assinala Krausz, orientava o pensamento de Lênin e, por extensão
influía em sua compreensão da liberdade de imprensa20. Basta ler o que ele
escreveu no Rabótchi Púty para autenticar a linha de interpretação do
biógrafo: “Os capitalistas (seguidos, devido à estupidez ou à inércia, por
muitos SRs e mencheviques) denominam ‘liberdade de imprensaʼ uma
situação em que a censura é abolida e todos os grupos publicam livremente
todos os tipos de periódicos. Na verdade, não se trata de liberdade de
imprensa, mas liberdade dos ricos, da burguesia, para que enganem a
massa oprimida e explorada do povo.” Lênin foi ainda mais categórico ao se
referir às injunções econômicas na conquista de maior audiência: “Pegue,
digamos, os jornais de Petrogrado e Moscou. Você verá imediatamente que
são os jornais burgueses … que têm, de longe, os maiores índices de
circulação. O que explica essa prevalência? Não é de forma alguma a
vontade da maioria, pois as eleições demonstraram que, nas duas capitais,
a maioria (uma esmagadora maioria, aliás) prefere os democratas, isto é, os
SRs e os bolcheviques. Esses três partidos representam de três quartos a
quatro quintos dos votos, ao passo que a circulação dos jornais que eles
publicam é certamente menor do que um quarto, ou até menos de um
quinto, de toda a imprensa burguesa. … Como isso acontece? Todos sabem
muito bem por quê.”

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Para desfazer a prevalência desmedida dos veículos burgueses, ele


defendeu o “monopólio estatal sobre os anúncios privados na imprensa”,
após a tomada do poder: “O poder estatal na forma dos sovietes toma
todas as gráficas e todos os jornais e os distribui equitativamente: o Estado
deveria vir primeiro – em benefício dos interesses da maioria das pessoas, a
maioria dos pobres, particularmente a maioria dos camponeses, que por
séculos foram atormentados, esmagados e embrutecidos pelos
proprietários de terras e pelos capitalistas.”

As circunstâncias, contradições e obstáculos enfrentados pelo primeiro


governo revolucionário se refletiram nas análises mais esparsas de Lênin
sobre a imprensa. Ele voltou a tratar da liberdade de imprensa na sua 8ª
tese para o I Congresso da Internacional Comunista, realizado de 2 a 6 de
março de 1919, em Moscou. Novamente atacou os monopólios e a
opulência financeira que, na maioria dos países, distorcem os processos de
produção informativa. A seu ver, a liberdade de imprensa é “um engano

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enquanto as melhores rotativas e os melhores estoque de papel estão


monopolizados pelos capitalistas e enquanto sobreviver o poder do capital
sobre a imprensa”. Por isso, sublinhou a necessidade de ruptura com o
modelo da imprensa burguesa, que transforma a informação em mercadoria
como qualquer outra: “Para se conquistar a igualdade efetiva e a verdadeira
democracia para os trabalhadores, para os operários e camponeses, é
preciso começar por privar o capital da possibilidade de alugar escritores,
de comprar editoriais e subornar jornais.”21

Em contraposição às insuficiências da liberdade de imprensa sob o jugo do


capital, Lênin mencionou parâmetros que, em linhas gerais, deveriam ser
introduzidos a partir da Revolução de 1917: “A verdadeira liberdade de
imprensa surgirá no regime em que acreditam os comunistas, no qual não
existirá a possibilidade de enriquecer à custa dos outros, não existirá a
possibilidade objetiva de subornar direta ou indiretamente a imprensa ao
poder do dinheiro, não haverá obstáculos para que todo trabalhador (ou
grupo de trabalhadores, qualquer que seja seu número) tenha e desfrute do
mesmo direito de utilizar as rotativas e o papel, que pertencerão à
sociedade.”22

Em suma, ele tinha em mente uma imprensa não mercantilizada, porém na


esfera de influência e controle do Estado e do Partido Comunista, com as
implicações e os limites daí decorrentes nos planos do direito à informação
e da liberdade de opinião.

Nos últimos escritos jornalísticos de Lênin, percebe-se um giro conceitual


quanto à função social da imprensa. O teórico do jornal político-partidário
como peça-chave para a formação da consciência revolucionária e da
unificação ideológica do proletariado inseria agora, de maneira mais
realista, os meios de difusão na complexa conjuntura do país, em que os
problemas dificultavam uma transição para o socialismo. A imprensa
soviética deveria deixar de lado “uma atenção desmedida às politicagens e
questões pessoais de direção política” e dedicar-se mais aos temas de

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interesse dos trabalhadores. Os jornais precisavam mudar o foco: de


simples produtores de notícias políticas do dia para órgãos sérios de
“educação econômica das massas”. E se explicou: “A imprensa terá que
destacar os problemas do trabalho em seu enfoque mais imediato e prático.
Deve se converter no órgão da comuna de trabalho, no sentido de fazer
pública toda informação que os diretores das empresas capitalistas
procuravam ocultar”.23

Assim, a imprensa bolchevique não perdeu sua função com a chegada ao


poder, mas teve que adaptar-se a diretivas político-ideológicas mais severa,
situações complexas e conflitos de várias ordens vivenciados pelo país.
Segundo Álvaro Bianchi, na sequência da Revolução de 1917, os jornais
“passaram a difundir e defender as tarefas colocadas pela construção do
novo Estado operário, organizando a classe para tal”. E prossegue
apontando os câmbios de época que se estendiam à imprensa: “Durante
esse período, a organização da produção é um dos temas mais frequentes
na imprensa. Os debates desenvolvidos em torno da Nova Política
Econômica e da industrialização encheram as páginas dos jornais. A
imprensa destinada aos camponeses passou a veicular, junto com os temas
da política nacional e internacional, artigos técnicos aconselhando formas
de aumentar a produção, a melhor época do ano para plantar e colher os
diversos cultivos, etc.”24

Pelo exposto, podemos concluir que, para Lênin, o jornal de uma


organização revolucionária é o lugar da transição entre a teoria “pura” e o
apelo à ação, indispensável ao êxito da agitação e propaganda. A cada
etapa histórica corresponde uma “tarefa da hora”, dominante e prioritária.
Como organizador coletivo, cabe ao periódico unificar as opiniões dos
membros da agremiação. “E a arma mais poderosa do partido para chegar à
classe operária todo dia e a toda hora em sua própria língua.”25

Ao definir a imprensa como ferramenta para a solidificação do partido, Lênin


compara-a ao andaime de um edifício em obras, que “facilita a

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comunicação entre os diversos grupos, ajuda-os a distribuir o trabalho e a


observar os resultados finais alcançados graças a um trabalho
organizado”.26 E vai além: “Com a ajuda do jornal e na relação com ele, irá
se formando por si mesma a organização permanente que se ocupará do
trabalho local, mas também do trabalho geral e regular, que acostumará os
seus membros a seguir atentamente os acontecimentos políticos, a
valorizar a sua significação e sua influência junto aos diversos setores da
população, a elaborar métodos adequados que permitirão ao partido
revolucionário influir nesses acontecimentos.”27

A teoria do jornalismo, na formulação leninista, é o estudo de sua inserção


na vida partidária. “O nosso órgão diretor deve estar em relação estreita
com o partido, em ligação indissolúvel com o movimento do proletariado.
Deve marchar à frente, iluminar o caminho.” Para isso, deve adotar um
partidarismo consequente (defender o ponto de vista da classe operária);
ter firmeza ideológica; orientar o povo; buscar a veracidade; e assumir o
internacionalismo operário. Lênin também ressalta a formação de quadros:
“Se agruparmos as nossas forças num jornal comum, veremos formarem-se
na ação e destacarem-se das fileiras não só os mais avisados
organizadores, os mais capazes chefes políticos do partido, que saberão, no
momento certo, lançar a palavra de ordem da luta final e assumir a
direção”.28

Na esteira das concepções de Karl Marx sobre o jornalismo revolucionário,


Lênin definiu três princípios básicos da imprensa comunista: educar as
massas para elevar o nível de consciência política; organizar os setores
mais combativos da classe operária em torno do partido; propagar a linha
programática. Uma síntese de visões convergentes com Marx pode ser
verificada nas palavras de Lênin, ao indicar que os jornais não refletem
apenas a luta de classes, como mantêm com ela uma relação específica,
pois são sujeitos da luta ideológica que se trava entre as diferentes forças
políticas: “Na luta entre os órgãos da imprensa, os partidos, as frações e os
grupos vão se cristalizando as tendências ideológicas e políticas com

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caráter realmente de classe; cada uma das classes forja para si uma arma
ideológica e política para as batalhas futuras”.29

Ao longo do século XX, tais concepções nortearam as diretrizes editoriais


da imprensa de grande parte dos Partidos Comunistas aliados de Moscou
no Ocidente – muitas vezes sem a necessária discussão crítica e sem tomar
na devida conta os problemas internos e as inserções específicas das
organizações, as peculiaridades culturais, os contextos sociopolíticos e as
correlações de força de cada país.

Notas

* Versão revista, com alterações e acréscimos, do capítulo “Lênin: a


imprensa como apelo à ação revolucionária” que faz parte do ensaio
“Imprensa e revolução: Marx e Lênin, precursores de Gramsci”, incluído em
meu livro Crítica da mídia e hegemonia cultural (Rio de Janeiro: Mauad,
2016).
1 Lênin citado por Madeleine Worontsov. Lênine e a imprensa. Lisboa:

Antídoto, 1977, p. 43.


2 Mario Caciagli, “Introducción”, em Vladimir I. Lênin. La información de

clase. México: Siglo Veintiuno, 1978, p. 9-15.


3 Luiz Alberto Moniz Bandeira. Lênin: vida e obra. 4a. ed. rev. e ampl. Rio de

Janeiro: Civilização Brasileira, 2017, p. 47.


4 Vladimir I. Lênin. Propaganda e agitação. Moscou: Progresso, 1984, p. 7.
5 Ibidem, p. 60, 70 e 71.
6 Lênin citado por Madeleine Worontsov. Lênine e a imprensa, ob. cit., p.

116-117; Vladimir I. Lênin. La información de clase, ob. cit., p. 129.


7 Robert Service. Lênin: a biografia definitiva. Rio de Janeiro: Difel, 2007, p.

174.
8 Ibidem, p. 180.
9 Vladimir I. Lênin. Propaganda e agitação, ob. cit., p. 41.
10 Madeleine Worontsov. Lênine e a imprensa, ob. cit., p. 66.

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11 Silvio Pons. A revolução global: história do comunismo internacional. Rio


de Janeiro: Contraponto/ Fundação Astrojildo Pereira, 2014, p. 48.
12 Lênin citado por Máximo Górki. Lênin: biografia, cartas e escritos. São

Paulo: Quilombo, 1980, p. 86-89.


13 Jean Fréville. Lénine à Paris. Paris: Éditions Sociales, 1968, p. 115-116.
14 Vladimir I. Lênin. Propaganda e agitação, ob. cit., p. 72.
15 Vladimir I. Lênin. “Que fazer? Problemas candentes do nosso

movimento”, em Obras escolhidas de V. I. Lénine (tomo 1).: Editorial


Avante, 1977, p. 79-214, disponível aqui.
16 Vladimir I. Lênin. La información de clase, ob. cit., p. 128.
17 Lênin citado por Robert Service. Lênin: a biografia definitiva, ob. cit., p.

257.
18 Rafael Duarte Oliveira Venâncio. Lênin e o jornalismo soviético: imprensa

como vanguarda política. São Paulo: Baraúna, 2010, p. 112.


19 Robert Service. Lênin: a biografia definitiva, ob. cit., p. 319-320.
20 Tamás Krausz. Reconstruindo Lênin: uma biografia intelectual. São

Paulo: Boitempo, 2017, p. 267-268.


21 Vladimir I. Lênin. La información de clase, ob. cit., p. 175.
22 Ibidem, p. 176.
23 Ibidem, p. 209.
24 Alvaro Bianchi, “Lênin e o jornal do partido”, Blog Junho, 21 de janeiro de

2016, disponível aqui.


25 Vladimir I. Lênin. Propaganda e agitação, ob. cit., p. 72.
26 Idem.
27 Vladimir I. Lênin. La información de clase, ob. cit., p. 44.
28 Ibidem, p. 173.
29 Vladimir I. Lênin. Esquerdismo: a doença infantil do comunismo, 1920,

disponível no Portal Domínio Público aqui.

***

Dênis de Moraes é doutor em Comunicação e Cultura pela Universidade


Federal do Rio de Janeiro, com pós-doutorados na École des Hautes Études

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en Sciences Sociales (EHESS, França) e no Consejo Latinoamericano de


Ciencias Sociales (CLACSO, Argentina). É pesquisador do CNPq, professor
associado da Universidade Federal Fluminense e autor, coautor e
organizador de mais de 30 livros editados no país e no exterior. Pela
Boitempo publicou Mídia, poder e contrapoder: da concentração
monopólica à democratização da informação (2013) e O velho Graça: uma
biografia de Graciliano Ramos (2012). Colabora com o Blog da Boitempo
desde 2012.

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