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APRECIAÇÃO CRÍTICA

Observa a reprodução da escultura que Álvaro Raposo de França (escultor) idealizou para
representar o poeta Antero de Quental no Parque dos Poetas, em Oeiras.

O Palácio da Ventura
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura…
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
[…]
TEXTO

A escultura representa a figura de um cavaleiro e do seu cavalo; a armadura que a


reveste por
completo faz com que a figura humana perca grande parte da sua individualidade, na medida
em que apenas são percetíveis os contornos. O cavalo (esculpido no mesmo material da figura
humana)
também se encontra de cabeça baixa, seja para se alimentar, seja para exprimir o cansaço; é
visível,
ainda, o pormenor da espada partida.

A imagem representa, de forma evidente, O Palácio da Ventura, soneto em que o sujeito


poético assume ser «um cavaleiro andante» em busca do Ideal, embora vacilante, exausto e
«quebrada a espada».
O rosto invisível da estátua, o desalento da postura, a espada quebrada: símbolos que
remetem
para a angústia existencial, a tristeza, o desencanto e a ausência de esperança, temáticas
comuns em
Antero de Quental. O cavalo pode ajudar na busca do Ideal; no entanto, também ele está
«cabisbaixo»
ou distraído.

Na minha prespetiva, a estátua representa, apenas, o lado «sombrio» do poeta, não


permitindo
que a luz rompa as trevas para alcançar o Bem, uma vez que a armadura não tem, sequer,
uma viseira
que permita ver o caminho.

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Elabora uma apreciação crítica, de cento e trinta a cento e setenta palavras, a propósito do
quadro que te é apresentado, relacionando-o com a temática do realismo e a unidade em que
estudaste a poesia de Cesário Verde.

Naquele «pic-nic» de burguesas,


Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
[…]
«Lavo, refresco, limpo os meus sentidos
E tangem-me excitados, sacudidos,
O tato, a vista, o ouvido, o gosto, o olfato»

TEXTO

O quadro de Renoir retrata uma paisagem bucólica de beira-mar: em primeiro plano,


duas figuras femininas semideitadas, de que apenas são percetíveis os longos cabelos, as
roupas claras e os chapéus alegres e enfeitados com fitas e flores; um pouco mais distantes,
uma outra figura feminina curva-se para colher flores, enquanto uma segunda pessoa se
mantém de pé, observando. Ao longe, o azul da água (de rio ou de lago) e as velas que
indiciam a presença de barcos.
Renoir usou cores claras e festivas que ajudam a traduzir o «calor do dia»: o verde da
paisagem, as flores que salpicam a margem, a leveza dos vestidos, os barcos que parecem
«deslizar» nas águas suaves tudo nos remete para uma tranquila tarde de piquenique à beira
de um lago. A pose descontraída das figuras femininas ajuda a compor o ambiente.
É quase impossível olharmos para o quadro de Renoir e não nos lembrarmos da
descrição que Cesário faz no seu «pic-nic de burguesas»: a aguarela, a simplicidade, as
«papoulas» e até o tom azulado (que não é do «granzoal», mas da água e do céu) – só lá não
está o «burrico», mas não é difícil imaginá-lo a pastar um pouco mais adiante. De um modo
mais abrangente, o quadro remete para a «perceção sensorial e a transfiguração poética do
real» característica da poesia de Cesário – todos os sentidos são estimulados e é através deles
que se faz a apreensão da realidade envolvente.
Em suma, a similitude entre o discurso narrativo de Cesário, a simplicidade das coisas
que descreve e a plástica da sua escrita, e a conceção luminosa e de inspiração realista – que
pinta o momento e apenas aquilo que vê – de Renoi.
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Escreva um texto de apreciação crítica da imagem proposta, com uma extensão de 130 e 170
palavras. Tenha em conta as seguintes orientações: estrutura tripartida do texto (introdução,
desenvolvimento e conclusão); descrição do objeto, explicitação clara de um ponto de vista e
apresentação de argumentos e exemplos que o sustentem; seleção vocabular adequada e
respeito pelos mecanismos de coerência e coesão textual.
TEXTO

Introdução – viajar é o sonho da maioria dos seres humanos, é a possibilidade de fugir


à monotonia ou ao stresse do quotidiano.
Desenvolvimento – 1.o argumento: razõespelas quais viajar é gratificante e aqueles que
mais facilmente concretizam esse sonho (exemplo: o desempenho de cargos diplomáticos ou o
poder económico de certos grupos sociais);
2.o argumento: pobreza, más condições sociais e económicas, regimes
políticos autoritários, fatores inibidores ou impeditivos de viajar (exemplo: a exigência de vistos
e autorização de permanência limitada).
Conclusão – a possibilidade de viajar pode estar muito dependente de condiçõe
económicas e sociais.

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