Cadernos PDE
Disciplina/Área CIÊNCIAS
UNIDADE DIDÁTICA
SEXUALIDADE
LONDRINA - PR
2013
MARLI APARECIDA TRIZOTTI POLI
LONDRINA - PR
2013
ADOLESCER
“Boneca, carinhos...
Bonecos, aviões.
Cabeça confusa,
Responsabilidade, rebeldia,
Som, música, sexo, transa,
Diversão, namoro...
Indecisão, atração, enrolação...
Confusão, amor, paixão, medo.
Muito criança,
Muito adulto,
Muita responsabilidade,
Muito futuro em jogo...
Decisão certa, decisão errada...
Futuro perdido... Vida perdida,
Vida ganha,
Pensar demais, decidir demais,
Vida jogada fora..., ou...
Vida vivida”.
(Tatiana Britto da Silveira, 14 anos, Belém - Pará, 1994).
Fonte: Manual do multiplicador: adolescente. Brasil: Ministério da Saúde: Secretaria de Projetos
Especiais de Saúde: Coordenação Nacional de DST e AIDS. São Paulo: FDE, 2000.
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APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
Segundo as Diretrizes Curriculares de Gênero e Diversidade Sexual
(PARANÁ, 2010), a sexualidade vem sendo construída ao longo de toda a vida,
de muitos e diferentes modos, por todos os sujeitos, por isso, é entendida como
um conceito dinâmico que se modifica conforme as posições do sujeito e suas
disputas políticas. A sexualidade tem a ver tanto com o corpo, como também com
os rituais, o desejo, a fantasia, as palavras, as sensações, as emoções, as
imagens e as experiências. Ela não tem ligação somente com a questão do sexo
e dos atos sexuais, mas também com os prazeres e sua relação com o corpo e a
cultura, compreendendo o erotismo, o desejo e o afeto; até questões relativas à
reprodução, saúde sexual.
De acordo com o Ministério da Saúde, a adolescência é uma etapa de
nossas vidas marcada por uma porção de transformações: no corpo, nos
sentimentos, nas relações com os outros. É um tempo de conhecer, descobrir,
experimentar. Todo o crescimento que acontece nessa fase tem um objetivo
importante: o amadurecimento físico e emocional. As modificações corporais
despertam novos desejos, sentimentos, medos e ansiedades. Na adolescência
iniciam-se os namoros e o ficar. Tudo muda muito rápido, tão rápido que é difícil
adaptar-se a essas transformações, o que gera insegurança.
Para Furlani (2009, p. 45), a sexualidade se manifesta na infância, na
adolescência, na vida adulta e na terceira idade. Esperar para abordar a
sexualidade, apenas na adolescência, reflete uma visão pedagógica limitada,
baseada na crença de que a “iniciação sexual” só é possível a partir da
capacidade reprodutiva [puberdade].
Sabe-se que os adolescentes estão começando a vida sexual cedo, o que
os deixa expostos a riscos como o de uma gravidez precoce ou de contrair
infecções sexualmente transmissíveis, como a AIDS. A orientação e a informação
podem minimizar tudo isso, e ajudar o adolescente a viver essa etapa com menos
dúvidas e medo, permitindo, assim, um crescimento saudável e feliz.
Para Figueiró (2009, p. 189), a sexualidade é elemento integrante de nossa
identidade e envolve o amor, o prazer, o toque, o sexo, a afetividade, o carinho,
os gestos, o respeito, a alegria de viver e o conjunto das normas culturais
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relacionadas à prática sexual. O sexo, por sua vez, diz respeito ao ato sexual em
si. A sexualidade
[...] não pode ser restringida à sua dimensão biológica, nem à
noção de genitalidade, ou de instinto, ou mesmo de libido.
Também não pode ser percebida como uma „parte‟ do corpo. [...]
É uma dimensão essencialmente humana, cujas significações e
vivências são determinadas pela natureza, pela subjetividade de
cada ser humano e, sobretudo, pela cultura, que deve ser
compreendida, em sua totalidade e globalidade, como uma
construção social que é condicionada pelos diferentes momentos
históricos, econômicos, políticos e sociais. (FIGUEIRÓ, 2001, p.
39)
Educação Sexual: um tema que tem entrado na escola, mas carregando muitos dos
tabus da sociedade.
Disponível em:<http://educasexnainfancia.files.wordpress.com/2011/07/sexualidade.jpg>
acesso em 10/12/13.
ATIVIDADES
ATIVIDADE 1: QUESTIONÁRIO
Objetivo: Aplicar um questionário aos alunos participantes do Projeto de
Intervenção Pedagógica, para levantar dados e saber quais conhecimentos os
alunos têm sobre o tema sexualidade.
Questionário baseado em Belisse, 2008.
1) Você é do sexo:
( ) masculino ( ) feminino.
5) Seus pais (mãe ou pai) ou seus responsáveis conversam com você sobre
assuntos relacionados à sexualidade/sexo/prevenção?
( ) sim ( ) não
8) Alguns pais deixam claro para os filhos que sexo é só depois do casamento,
outras famílias desde cedo já orientam os filhos a usarem preservativos. A sua
família, deixa claro para você quais as atitudes e posturas que espera que você
adote frente ao comportamento sexual/sexo?
( ) sim, ela deixa muito claro para mim que comportamento eu tenho que ter
quanto a minha sexualidade/vida sexual.
( ) não, ela não deixa claro o que eu posso ou não posso fazer quando o assunto
é sexo.
( ) mesmo não falando abertamente o que eu posso ou não fazer, eu sei
perfeitamente o que meus pais desejam em relação a minha postura frente a
assuntos relacionados a sexo.
9) Nós sabemos que as IST são as infecções transmitidas nas relações sexuais.
Você acredita conhecer bem as formas de contaminação e prevenção dessas
doenças?
( ) sim ( ) não
ATIVIDADE 3: MÚSICA
Desenvolvimento:
Distribuir para cada aluno, a letra da música para que os mesmos possam
ler e interpretar.
Em que década foi escrita esta música? E como era colocada a imagem do
sexo e sexualidade naquela época?
ATIVIDADE 4: Dinâmica
“Expressando a Sexualidade”.
Materiais:
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Após a elaboração do painel, pedir que cada grupo fixe na parede da sala e
comente para o grande grupo; processo da discussão da montagem do
painel e seu significado, levando em consideração dois pontos relevantes
para discussão:
Juventude em Rede
Quantos alunos da classe usam o facebook? Quantas horas por dia? Quais
os principais assuntos discutidos online?
“Contatos pessoais”.
Material: aparelho de som, caneta ou lápis, papel em branco e kit para festa (se
quiser).
Tempo: 30 minutos.
Descrição da atividade:
Arrumar um ambiente para festa (animação e descontração).
Sugestão de Música: “Será” (Legião Urbana), vídeo clip disponível
em:<http://www.vagalume.com.br/legiao-urbana/serasem-cifra.html> acesso em:
28/11/2013.
Entregar para cada um dos alunos uma folha em branco com apenas uma figura
já desenhada pelo professor. Para cada grupo de 10 alunos, o professor deve
desenhar a seguinte sequência:
Asterisco (*);
Letra (C).
Desenvolvimento:
ATIVIDADE 7: Dinâmica
“Cuidando do Ninho”
Materiais necessários:
Canetas hidrográficas.
Esmalte transparente.
Tempo:
Desenvolvimento:
1 - Marcar os ovos previamente: uma cor para o sexo feminino, outra para o sexo
masculino, duas marcas para gêmeos e um asterisco ou uma trinca para alguma
necessidade especial (deficiência).
2 - Distribuir 1 ovo por aluno ou 2 ovos com a marca de gêmeos e explicar que ele
simboliza um recém-nascido que será cuidado pelo garoto (pai) e pela garota
(mãe).
3 - Estimular os adolescentes a personalizarem seu "bebê", pintando um rosto,
fazendo-lhe um ninho.
4 - Estabelecer o compromisso de levarem seu "bebê-ovo" a todos os lugares a
que forem pelo prazo de tempo estipulado pelo professor.
5 - Solicitá-los a trazer os "bebês" no dia estipulado pelo professor.
6 - Anotar os depoimentos e as histórias ocorridas com o "bebê" e como aluno.
Observação: Marcar os ovos previamente (ex.: assinatura do professor) e passar
esmalte para a tinta não sair.
Os alunos passarão cinco dias cuidando do "bebê".
No último dia o aluno receberá um papel com as seguintes palavras: antes e
depois. Onde deverá escrever sobre o seu sentimento quando foi proposto à
dinâmica (antes) e agora, após cinco dias.
Será utilizada uma câmera para registrar o depoimento dos alunos sobre os
seguintes pontos de discussão:
a) Como o "bebê-ovo" interferiu na vida diária de cada adolescente?
b) Que sentimentos surgiram?
c) Que dificuldades apareceram durante o processo?
d) Como foram interpretadas as quebras dos ovos?
e) Por que há pessoas sem filhos?
f) Algum "bebê-ovo" foi sequestrado? Como evitar?
e) Que aprendizado resultou dessa dinâmica?
Após a discussão, perguntar para cada aluno, os seguintes pontos:
1- Você se considera preparado para cuidar da futura criança?
2- Se não considera, quem cuidará da criança?
3- Os estudos serão ou não interrompidos?
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Desenvolvimento:
ATIVIDADE 9: DINÂMICA
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Desenvolvimento:
1 - Entregar um balão vazio e um pedaço pequeno de papel em branco para cada
um dos alunos.
2 - Cada pessoa deverá escrever no papel 3 (três) características pessoais, de
maneira que, a partir dessas características ela possa ser identificada pelos
outros alunos.
3 - A seguir, os alunos deverão dobrar o papel e colocá-lo dentro do balão.
4 - Agora, cada pessoa deverá encher o seu balão. Quando todos os balões
estiverem cheios deverão ser jogados todos para cima, ao mesmo tempo, ao som
de uma música animada.
5 - Quando a música parar, cada um deve pegar o balão que estiver na sua frente
e estourá-lo.
6 - Finalmente, cada aluno deverá ler o papel que encontrar dentro do balão e
tentar identificar a pessoa que apresenta as características descritas.
Pontos para discussão:
a) Como adquirimos os estereótipos?
b) Por que, muitas vezes, as aparências enganam?
c) Os estereótipos influenciam no comportamento e nos sentimentos das
pessoas? De que forma?
É importante lembrar que nem tudo o que parece ser, é e nem tudo que é
parece ser.
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REFERÊNCIAS
ABRAMOVAY, Miriam; CASTRO, Mary Garcia; SILVA, Lorena Bernadete de.
Juventudes e Sexualidade. Brasília: UNESCO, 2004.
MANZINI, Maria de Lourdes. A fala dos homens. São Paulo: Ed. Brasiliense,
1993.
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PROJETO ARARIBÁ. Ciências 7ª. Série, Editora Moderna (org.), 1ª. ed., São
Paulo: Moderna, 2006.
Sites: