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CONTEÚDO
PROFº: FRANCO
08
A Certeza de Vencer
1. A DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL REGIONAL E
NACIONAL:
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1.1. AS TRANSFORMAÇÕES ATUAIS DO ESPAÇO
URBANO-INDUSTRIAL:
1) Nas últimas décadas vem ocorrendo uma
desconcentração industrial, ou seja, uma saída de
diversos setores industriais das metrópoles em direção às
médias e pequenas cidades do interior ou até mesmo às
regiões mais pobres, como o Nordeste.
Essa desconcentração produtiva decorre da
elevação dos custos de produção e redução da
competitividade industrial, em virtude do acirramento da
concorrência internacional. O crescimento acelerado das
cidades provocou uma valorização dos imóveis; elevação
dos impostos; agravamento da poluição e encarecimento
da mão-de-obra devido ao fortalecimento dos sindicatos,
sobretudo, no Estado de São Paulo. A desconcentração
da produção não diminui a importância da região Centro-
Sul, visto o poder de decisões e a centralização do capital
continuam nas matrizes das empresas localizadas nas
grandes metrópoles da região.
"A Região Metropolitana de São Paulo apresenta
uma sensível queda das indústria de bens de consumo
(com aumento apenas na editorial e gráfica), aumento da
química, produção de material plástico, mecânica e
material de transporte (no período 1970/1990); são as
indústrias mais modernas e, de forma geral, com alto
conteúdo tecnológico. Muda o comportamento dos
gêneros industriais que se desenvolvem com a indústria
da informática.
A tendência da localização industrial é seguida pela
inversão dos destinos das correntes migratórias que antes
de 1980, se dirigiam preferencialmente para a metrópole e
agora se voltam para o interior do Estado de São Paulo
em maior número do que para a capital. O ano de 1991
apresenta, por exemplo, dados negativos de entrada de
imigrantes na metrópole (o saldo migratório cai de
3.083.171 em 1980 para 586.664 em 1991), conseqüência
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INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
GE030608 – AB(N)
do crescimento negativo do emprego. Enquanto a oferta
de emprego crescia 9,8% em todo o Estado entre os anos
1980/1988, o interior concentrou 14,2% do emprego e a
região metropolitana, 7,4% (segundo dados do Ministério
do Trabalho).
Assiste-se, assim, a uma nova tendência da
redistribuição do emprego que pode ser vista através da
direção que toma o movimento migratório. As taxas anuais
de crescimento para a metrópole de São Paulo atestam
essa tendência do deslocamento das correntes
migratórias, pois, enquanto no período 60/70 a taxa era de
3,20%, aumentando para 3,49 na década de 70, caiu para
2,12% na década de 80".
(Espaço e Indústria de São Paulo, IBGE, 1995, Ana Fani
Alessandria Carlos e Silvana Maria Pintaudi).
2) Há uma mudança significativa na estrutura produtiva
urbana das grandes metrópoles, pois com a redução da
produção industrial o setor de serviços vem
experimentando um grande aumento, sobretudo, as
atividades financeiras, a prestação de serviços, o
comércio, os centros de pesquisas dentre outros.
3) O surgimento dos chamados pólos tecnológicos, ou
tecnopólos, que consistem em grandes cidades às
proximidades das grandes metrópoles que congregam
centros de pesquisas de ponta, indústrias inovadoras e
mão-de-obra qualificada. São exemplos de tecnopólos no
Estado de São Paulo as cidades de Campinas
(telecomunicações); São Carlos (física de ponta, técnicas
de laser, ligas para aplicação eletrônica); São José dos
Campos (aeronáutica); além da capital paulista.
4) Apesar da saída de alguns setores industriais e da
desconcentração produtiva, a região Centro-Sul
permanece como a parte mais dinâmica do país, visto que,
o poder de decisão e os setores mais avançados
tecnologicamente continuam nas grandes cidades do
Centro-Sul, principalmente na cidade de São Paulo que
vem se tornando uma cidade global ou metrópole mundial,
face às seguintes características:
■ A maior concentração populacional relativa entre as
metrópoles brasileiras, abrigando uma das maiores
massas operárias do globo, que apresenta um terço da
população ativa da sua área metropolitana (cerca de 2,5
milhões de operários, em 1988), que ultrapassa aquelas
das outras regiões metropolitanas do Brasil.
■ A maior produção nacional brasileira do setor secundário
(mais de 30% da produção nacional).
■ A maior concentração relativa de sedes das maiores
empresas nacionais e internacionais de todos os setores
VESTIBULAR – 2009
da economia. Quase trezentas entre as 1.000 maiores
empresas do país.
■ A maior concentração relativa das sedes de corporações
financeiras nacionais com redes de escala nacional e com
agências instaladas também internacionalmente.
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■ A maior concentração de sedes de instituições Exercícios

financeiras internacionais do país, algumas das quais
possuem redes nacionais. 01. (Mogi-SP) O Estado de São Paulo já chegou a
concentrar 58% do valor da produção industrial do país.
■ A maior concentração relativa de investimentos Atualmente o Estado de São Paulo participa com 50% da
estrangeiros no país. produção industrial do Brasil. Embora os dados continuem
indicando uma grande concentração espacial na atividade
■ O maior nódulo do sistema de telecomunicações do industrial, percebe-se uma diminuição nessa
país: do telex, do consumo da remessa de pacotes de concentração. Quais fatores motivaram essa mudança?
dados por telemática, do tráfego de chamadas do sistema
telefônico nacional e internacional. Essas constatações
evidenciam um modelo extremamente concentrador da
informação em favor de São Paulo.

■ O maior centro difusor dos interesses publicitários de

numerosas firmas e marcas nacionais e internacionais,
salientando a associação do processo de
internacionalização e a prática de publicidade na
expansão do consumo de massa. A partir de 1985, São
Paulo ultrapassa o Rio de Janeiro em número de agências
e de receita no campo da publicidade. a sede da maior
universidade do país (Universidade de São Paulo), com o
maior número de pesquisadores e a maior produção
científica do país principalmente dos setores de ponta
(biotecnologias, materiais novos, energia nuclear,
informática, eletrônica, química pura, armamento) e o
maior número de publicações científicas do país.

Distribuição regional da indústria

69,7
67,7
64,3
02. (UFPA) O Centro-Sul do país, em especial o Estado de
São Paulo, apresenta uma grande concentração industrial.
Pessoal ocupado (em %)
A razão dessa forte concentração tem suas origens no
processo de industrialização do Brasil e pode ser
16,9
18,7 20,0 explicada através de vários fatores que, conjugados,
10,2 10,1 10,8 contribuíram para o surgimento do maior parque industrial
1,5 1,7 2,7 1,4 1,7 2,2 da América Latina.
70 75 85 70 75 85 70 75 85 70 75 85 70 75 85
Sudeste Sul Nordeste Norte Centro-Oeste A partir do texto e de seus conhecimentos sobre o
78,2
assunto, explique dois fatores importantes no processo de
76,3
70,6 industrialização do Centro-Sul e particularmente do Estado
de São Paulo.
Valor da produção (em %)

14,9 16,6
12,8
6,4 6,6 8,9
2,4 1,1 1,1 1,4
0,9 1,1
70 75 85 70 75 85 70 75 85 70 75 85 70 75 85
Sudeste Sul Nordeste Norte Centro-Oeste

Indústria Paulista: Metrópole X Interior

Participação no emprego industrial Participação no produção industrial

Grande São Paulo Grande São Paulo
Interior 70,0 Interior
70,6 70,0 73,1
67,0
61,6 67,0 59,9
VESTIBULAR – 2009

38,4 40,1
30,0 33,0 33,0
29,4
26,9 30,0

1959 1970 1980 1988 1959 1970 1980 1988

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