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Agradecimentos Agradeço à minha orientadora/supervisora, a professora

Raquel Lima, por todo o apoio, não só ao longo do meu


percurso no Mestrado, mas também como professora de
instrumento durante a Licenciatura. É um grande exemplo para
mim a todos os níveis. Agradeço também ao professor
cooperante, o professor Joaquim Pereira, que contribuiu de
igual modo para o meu desenvolvimento enquanto flautista e
professora, tendo sido meu professor nos primórdios da minha
formação.
Obrigada a todos os professores que contribuiram de algum
modo para a estruturação do projeto de intervenção, em
particular ao professor Pedro Sousa e Silva.
Obrigada à instituição Academia de Música de Vilar do Paraíso
e a todos os docentes, alunos e funcionários que contribuiram
para esta experiência de grande aprendizagem e partilha.
Agradeço, particularmente, ao diretor pedagógico, Gonçalo
Morais, pelo auxílio na implementação do projeto de
intervenção.
Por último, mas não menos importante, agradeço à minha
família por todo o auxílio e apoio prestado durante todo o meu
percurso académico.

iii
Resumo Este relatório representa o trabalho realizado ao longo de um
ano de estágio, realizado na Academia de Música de Vilar do
Paraíso.
Encontra-se dividido em três partes. A primeira é dedicada à
descrição da instituição. A segunda refere-se ao decorrer da
Prática de Ensino Supervisionada. Já a terceira e última secção
aborda o Projeto de Intervenção relacionado com a
Autorregulação no Estudo do Instrumento. Este projeto foi
implementado no decorrer do 3º período do ano letivo e
consistiu na distribuição de dossiers pelos alunos do 7º ao 9º
ano de escolaridade. Estes foram convidados a preenchê-lo
durante os momentos de estudo. O objetivo foi dotar os alunos
de ferramentas que permitam, de um modo autónomo, fazer
uma melhor gestão do tempo de prática através da definição de
objetivos, estratégias e uma autoavaliação sistematizada.
Os resultados revelaram-se bastante positivos para os alunos
que optaram por participar de um modo mais afincado na
experiência. Procurou-se ainda perceber que motivos levaram
os restantes alunos a optar pelo não preenchimento das fichas
metacognitivas.

Palavras-chave Autonomia, autorregulação, estudo, instrumento, prática


deliberada, prática formal, metacognição

v
Abtract This report represents the work accomplished during a year of
internship, held at the Academia de Música Vilar do Paraíso.
It is divided into three parts. The first one is a description of the
institution itself. The second one refers to the Supervised
Teaching Practice. The third and last section refers to the
Intervention Project related to Self-regulation in the
Instrumental Practice. This project was implemented during the
3rd term of the year and consisted in the delivery of dossiers to
students from the 7th to the 9th grade which were then asked to
be filled in during their instrumental practice. The goal was to
provide the students tools that allow them to better manage
their practice time through the denomination of goals, strategies
and a systematic self-evaluation.
The results were very positive for students who chose to
participate more deeply in the experience. It was also
investigated which motives lead the other students to choose
not to complete the metacognitive forms.

Keywords Autonomy, self-efficacy, practice, musical instrument,


deliberate practice, formal practice, metacognition

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Índice
Introdução ......................................................................................................... 1
Capítulo I | Guião de Observação da Prática Musical
1. Academia de Música de Vilar do Paraíso ................................................ 5

1.1 Enquadramento Histórico ..................................................................... 5


1.2 Missão, visão e valores ........................................................................ 6
1.3 Perfil do Aluno e do Docente ................................................................ 6
1.4 Objetivos .............................................................................................. 7
1.5 Projetos................................................................................................ 7
1.6 Reforços Letivos e Estudo do Instrumento ........................................... 8

Capítulo II | Prática de Ensino Supervisionada


1. Introdução ............................................................................................. 11
2. Observação de Aulas ............................................................................ 12
3. Critérios de Avaliação ............................................................................ 13
4. Prática de Ensino Supervisionada ......................................................... 14

4.1 Professor Cooperante – biografia e método ....................................... 14


4.2 Professora Orientadora/Supervisora – biografia ................................. 17
4.3 Cronograma ....................................................................................... 20
4.4 Caracterização das Alunas Observadas............................................. 26
4.5 Decorrer da Prática de Ensino Supervisionada .................................. 28
4.6 Registo das Aulas Observadas .......................................................... 29
4.7 Registo das Aulas Supervisionadas ................................................... 38
4.8 Parecer da professora supervisora/orientadora .................................. 44

5. Outras atividades................................................................................... 45

5.1 Audições de Classe ........................................................................... 45


5.2 A Flauta Mágica – produção do Estúdio de Ópera ............................. 45
5.3 Colaboração com o Ensemble de Flautas – participação no EMJ
Neerpelt (Bélgica).................................................................................................... 46

Capítulo III | Projeto de Intervenção


1. Introdução ............................................................................................. 51
2. Problemática do Estudo......................................................................... 52

2.1 Identificação da problemática ............................................................... 52


2.2 Plano de melhoria a desenvolver ......................................................... 52

ix
2.3 Objetivos e resultados esperados ........................................................ 53

3. Fundamentação Teórica - rumo à excelência ........................................ 53

3.1 A Herança Genética em oposição ao Ambiente Envolvente e às


Adaptações Fisiológicas .......................................................................................... 53
3.2 Os primeiros passos na música – o papel dos pais no iniciar e na
motivação ................................................................................................................ 55
3.3 O tempo de prática............................................................................... 56
3.4 O tempo em oposição à qualidade da prática ...................................... 58
3.5 Prática deliberada ou formal ................................................................ 59
3.6 Papel do professor na otimização da prática do aluno e o poder de um
feedback de qualidade ............................................................................................ 60
3.7 O aluno como agente ativo na sua prática – estratégias de
autorregulação ........................................................................................................ 62

4. Plano de Ação ....................................................................................... 65

4.1 Estratégias de Ação ............................................................................. 65


4.2 Técnicas de Recolha de dados ............................................................ 66
4.3 Calendarização e Cronograma das Atividades ..................................... 66

5. Análise dos resultados........................................................................... 66

5.1 Caracterização da população inquirida ................................................ 67


5.2 Dados relativos ao decorrer da experiência ......................................... 68
5.3 Hábitos de estudo antes e depois do projeto de intervenção ............... 71
5.4 Hábitos de estudo gerais...................................................................... 77

6. Conclusão ............................................................................................. 82
Conclusão ....................................................................................................... 85
Bibliografia ...................................................................................................... 87
Anexos
Anexo A........................................................................................................... 93
Anexo B......................................................................................................... 133
Anexo C ........................................................................................................ 143
Anexo D ........................................................................................................ 153
Anexo E......................................................................................................... 159
Anexo F......................................................................................................... 197
Anexo G ........................................................................................................ 233
Anexo H ........................................................................................................ 267
Anexo I .......................................................................................................... 301

x
Índice de figuras
Figura 1 - Quadro com tempos de reforço (contabilizados em minutos)
assegurados pelas propinas ......................................................................................... 8
Figura 2 – Utensílios presentes no armário da sala de aula do professor Joaquim
Pereira. ....................................................................................................................... 16
Figura 3 – Pneumo-pro, instrumento usado pelo professor Joaquim Pereira
durante as suas aulas ................................................................................................. 17
Figura 4 - Ficha “Como é que eu pratico” proposta por Hart (2014). ................ 63
Figura 5 - Modelo de Ficha de Prática de G. Klickstein (2009). ....................... 64
Figura 6 – Gráfico relativo à pergunta “Qual é o teu ano de escolaridade?” .... 67
Figura 7 – Gráfico relativo à idade da população inquirida .............................. 67
Figura 8 – Gráfico relativo à idade de ingresso no instrumento dos alunos
inquiridos. ................................................................................................................... 68
Figura 9 – Gráfico relativo às classificações obtidas no segundo período a
instrumento. ................................................................................................................ 68
Figura 10 – Gráfico relativo à pergunta “Gostei da Experiência?” .................... 69
Figura 11 – Gráfico relativo à utilidade da experiência para o desempenho no
instrumento. ................................................................................................................ 69
Figura 12 – Gráfico relativo à pergunta “Porque me esforcei para preencher as
fichas?” ....................................................................................................................... 70
Figura 13 – Gráfico relativo ao envolvimento de pais e professores na
experiência. ................................................................................................................ 70
Figura 14 – Gráfico relativo à questão “Pediste alguma vez ajuda aos teus pais
ou professores para te ajudarem a definir um plano semanal ou estratégias? ............ 71
Figura 15 – Gráfico relativo ao número de fichas preenchidas. ....................... 71
Figura 16 – Gráfico relativo à monitorização do tempo de estudo. .................. 72
Figura 17 – Gráfico relativo à avaliação da qualidade do estudo semanal. ...... 72
Figura 18 – Gráficos relativos ao tempo de estudo de cada sessão (em minutos)
antes e depois da experiência. ................................................................................... 73
Figura 19 – Gráfico relativo à comparação da motivação para o estudo do
instrumento antes e depois da experiência. ................................................................ 73
Figura 20 - Gráfico relativo à comparação da motivação para tocar instrumento
antes e depois da experiência. ................................................................................... 74
Figura 21 - Gráfico relativo à comparação da evolução semanal no instrumento
antes e depois da experiência. ................................................................................... 74

xi
Figura 22 - Gráfico relativo à comparação da rentabilização do tempo letivo de
estudo do instrumento antes e depois da experiência. ................................................ 74
Figura 23 – Gráfico relativo à comparação da concentração durante o estudo do
instrumento antes e depois da experiência. ................................................................ 75
Figura 24 - Gráfico relativo à comparação do desempenho nas aulas de
instrumento antes e depois da experiência. ................................................................ 75
Figura 25 - Gráfico relativo à comparação do desempenho nas apresentações
públicas antes e depois da experiência. ...................................................................... 75
Figura 26 - Gráfico relativo à comparação do número de dias de estudo semanal
antes e depois da experiência. ................................................................................... 76
Figura 27 - Gráfico relativo às aprendizagens retiradas da experiência. .......... 76
Figura 28 – Gráfico relativo ao motivo para não ter havido envolvimento na
experiência. ................................................................................................................ 77
Figura 29 – Gráfico relativo à monitorização do tempo de estudo do
instrumento. ................................................................................................................ 77
Figura 30 – Gráfico relativo ao tempo de estudo de cada sessão (em
minutos) ...................................................................................................................... 78
Figura 31 - Gráfico relativo à avaliação da qualidade do estudo semanal. ...... 78
Figura 32 - Gráfico relativo à motivação para o estudo do instrumento. .......... 79
Figura 33 - Gráfico relativo à motivação para tocar instrumento. ..................... 79
Figura 34 - Gráfico relativo à concentração durante o estudo do instrumento. 80
Figura 35 - Gráfico relativo ao número de dias, por semana, de estudo. ......... 80
Figura 36 – Gráfico relativo à evolução durante a aula de instrumento. ........... 81
Figura 37 – Gráfio relativo à evolução semanal no instrumento....................... 81
Figura 38 – Gráfico relativo ao desempenho nas aulas de instrumento ........... 81
Figura 39 - Gráfico relativo ao desempenho nas apresentações públicas. ...... 82

xii
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Introdução
Ensinar é uma tarefa que acarreta uma grande responsabilidade. Quando penso
no que é isto de “ser professor”, concluo que se trata de muito mais do que apenas a
transmissão de conhecimento. Ensinar implica criar um vínculo e uma relação de
confiança com o aluno, assim como ter consciência da influência e do impacto que
podemos ter no percurso e formação da criança.
Durante o meu percurso como aluna, tive a sorte de ter excelentes professores
que me inspiraram e me guiaram sem ter a necessidade de impor a sua autoridade. Sou
sincera quando afirmo que os melhores professores que tive foram aqueles que me
fizeram sentir que devia trabalhar e estudar mais, não com o propósito de tirar a melhor
nota da turma, mas sim com o objetivo de não os desiludir e de manter a minha escalada
rumo ao conhecimento.
Enquanto professora de instrumento, posso afirmar que o facto de dar aulas
individuais facilita a criação deste vínculo a que me refiro. Para além disso, tenho o
privilégio de dar aulas de música, uma área mobilizadora que permite estimular a
criatividade e aceder a variadas emoções.
Tendo consciência da grande vantagem que nós, professores de instrumento,
temos, é com alegria que apresento este Relatório de Estágio, o culminar de dois anos
de grande aprendizagem e crescimento pessoal que me permitiram não só aprender
mais sobre o processo de ensino-aprendizagem, como também perceber a importância
desta missão que é “ensinar”.
O presente relatório é constituído por três partes, sendo que a primeira parte é
dedicada ao “Guião de Observação da Prática Musical” e permitirá conhecer melhor a
instituição onde foi realizado o estágio. O segundo capítulo destinar-se-á à
contextualização daquela que foi a “Prática de Ensino Supervisionada”, incluindo
grelhas de observação de aulas assistidas e planificações de aulas supervisionadas. Já
o terceiro e último capítulo será dedicado ao “Projeto de Intervenção” cujo tema incidiu
sobre a Autorregulação no estudo do instrumento.

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Capítulo I | Guião de Observação da Prática Musical
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

1. Academia de Música de Vilar do Paraíso


A instituição que escolhi para realizar o meu Estágio foi a Academia de Música de Vilar
do Paraíso. Fundada em 1979, foi esta a escola que me acolheu, enquanto aluna, durante
oito anos de estudo de música. O ambiente familiar que se vive nos corredores fez-me querer
voltar à casa onde outrora fui feliz. Neste capítulo, descreverei esta instituição, tendo em conta
tanto as observações realizadas, como alguns documentos, tais como o Projeto Educativo
AMVP 2018-2021 (2018) e o Plano Anual de Atividades (2018), disponíveis em anexo (A e B).

1.1 Enquadramento Histórico

A Academia de Música de Vilar do Paraíso (a partir deste momento denominada


“AMVP”) foi fundada no ano de 1979 pelo professor Hugo Berto Coelho, na Rua Camilo
Castelo Branco, em Vilar do Paraíso, Vila Nova de Gaia.
Inicialmente, a AMVP praticava apenas um regime: o curso livre. Assim sendo, para
realizar os exames oficiais, os alunos deslocavam-se ao Conservatório de Música do Porto.
Só em 1990, a Academia recebe a autorização provisória de funcionamento, obtendo a
autorização definitiva em 1994. Passa então a ser financiada pelo Contrato de Patrocínio.
Uma das caraterísticas da instituição é o facto de englobar várias áreas das artes
performativas. Entre 1982 e 2003, existiu o curso de ballet clássico da Royal Academy of
Dance. No ano de 2004, passaria a ser lecionado o curso oficial de dança. Também o Teatro
Musical é uma área na qual a instituição se destaca. Fundado em 2003, este curso goza de
protocolos estabelecidos com escolas prestigiadas do ensino superior na área, entre as quais
a Mountview Academy of Theatre Arts e a Arts Educational Schools em Londres.
Em 2009, com a mudança para as novas e atuais instalações, a AMVP dá início ao
ensino em regime integrado. Atualmente, a AMVP é a única instituição do concelho de Vila
Nova de Gaia com os ensinos de Música e Dança em todos os regimes e ainda com o curso
livre de Teatro Musical.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

1.2 Missão, visão e valores

No Projeto Educativo da instituição (consultar Anexo A), podemos ler que a sua missão
se prende com o “assegurar um Ensino Artístico Especializado – Música, Dança e Teatro
Musical – com qualidade e excelência” (Projeto Educativo AMVP 2018-2021, 2018, p. 9).
Apesar de a sua missão passar pelo prosseguimento de estudos, a AMVP reforça no
documento a intenção de sensibilizar os seus alunos para as artes em geral, pretendendo
criar “seres humanos mais críticos, criativos, inovadores, autónomos, participativos e
responsáveis”.
Apesar dos alunos serem a principal preocupação por parte da instituição, também os
seus colaboradores e a comunidade são referenciados no seu Projeto Educativo. A AMVP
assume como sua missão “apoiar e dinamizar a formação e qualificação dos seus
colaboradores” assim como prestar “serviços de interesse cultural e artístico à comunidade
envolvente” (Projeto Educativo AMVP 2018-2021, 2018, p. 10).
No capítulo dedicado à “Visão” da instituição, é descrita a escola que a AMVP pretende
ser, com características relacionadas com a qualidade de ensino (que deve ser inovador e
aliciante), com a proatividade no delineamento de estratégias e resolução de problemas, com
a inovação aliada às alterações tecnológicas e sociais da atualidade e com a criação de
projetos culturais e artísticos de qualidade. O “respeito pelo outro” e a “igualdade de
oportunidades” são tópicos que também são abordados neste documento.
Quanto a valores defendidos pela instituição, encontramos a excelência,
perseverança, companheirismo, cooperação, justiça, igualdade, respeito, liberdade,
solidariedade, integridade e responsabilidade.

1.3 Perfil do Aluno e do Docente

A Academia de Música de Vilar do Paraíso, sendo uma instituição que procura, acima
de tudo, formar bons seres humanos, define no seu Projeto Educativo o perfil do aluno que
pretende formar. Este é um aluno apaixonado pelas artes, dotado de literacia artística, cultural,
científica e tecnológica, livre, autónomo, responsável, consciente, capaz de lidar com a
mudança e a incerteza, perseverante e resiliente nas adversidades, criativo e capaz de pensar
crítica e autonomamente, apto a continuar a sua aprendizagem ao longo da vida, que valoriza
o respeito pela dignidade humana e que rejeita todas as formas de discriminação (Projeto
Educativo AMVP 2018-2021, 2018, p. 18).
Sendo o docente um agente ativo na formação do aluno que exerce uma grande
influência sobre este, também é caraterizado no documento tendo em conta três domínios: o
das atitudes ou socio-afetivo, o cognitivo e o procedimental. O docente idealizado pela AMVP

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

“revela estabilidade emocional, tranquilidade, firmeza, compreensão, respeitando as


diferenças e mantendo sempre relações cordiais com os vários agentes educativos”, aposta
na formação contínua, mantém uma atitude crítica, é dinamizador de novas práticas
educativas, é criativo, gere conflitos e encontra soluções para os mesmos e aposta na
motivação dos seus discentes. Do ponto de vista cognitivo, amplia, aprofunda e atualiza
conhecimentos artísticos, científicos e pedagógicos. Já do ponto de vista procedimental, sabe
definir objetivos e metodologias adequados a cada aluno, trabalhar o programa de forma
dinâmica, rigorosa e apelativa, seleciona os instrumentos de avaliação articulando-os com os
conteúdos/objetivos, planifica com cuidado e antecedência, fomenta a autonomia dos alunos,
procura as causas do insucesso, detetando dificuldades e reformulando estratégias.
Empenha-se, ainda, no progresso dos alunos.

1.4 Objetivos

No Projeto Educativo 2018-2021 da AMVP, são definidas metas para estes três anos.
Entre estas encontram-se medidas como a criação de uma companhia de dança, manter ou
superar resultados escolares na formação geral e artística através do proporcionar de apoios
pedagógicos aos alunos com mais dificuldades assim como reforços em determinadas
disciplinas, integrar na oferta educativa os cursos oficiais secundário de dança, secundário
profissional de teatro musical e secundário profissional de jazz e música moderna, alargar o
regime integrado ao 1º ciclo, estabelecer parcerias/ protocolos de intercâmbio artístico e
cultural de modo a proporcionar experiências aos alunos que lhes permitam tornar-se mais
ativos na construção do seu próprio conhecimento assim como o ensino mais prático, motivar
a comunidade envolvente para as apresentações da Escola, aprofundar a relação e
cooperação entre a AMVP, os Encarregados de Educação, autarquias e estabelecimentos de
ensino, fomentar a interdisciplinaridade entre a formação geral e artística e motivar os alunos
à participação em Concursos Nacionais e Internacionais.

1.5 Projetos

Entre os Projetos dinamizados pela Academia destacam-se concertos, audições e


espetáculos dentro e fora da instituição, a dinamização de semanas culturais, cursos de
aperfeiçoamento musical e masterclasses e a realização de pelo menos uma Ópera Infantil
anual.
Para além destes projetos ligados à música, são também realizados Concursos de
Ortografia, Olimpíadas de Matemática, uma Feira do Livro, Exposições Temáticas e Visitas

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

de Estudo (Plano Anual de Atividades 2018/2019, 2018) que demonstram a preocupação da


AMVP em privilegiar, também, uma formação geral de qualidade.

1.6 Reforços Letivos e Estudo do Instrumento

A partir deste ano letivo, a AMVP implementou um reforço de determinados tempos


letivos para assegurar a qualidade de ensino da instituição. Na Figura 1, podemos observar o
quadro presente no Projeto Educativo (2018, p. 34) que ilustra os reforços letivos. É de
salientar o caso da aula de instrumento, que passa a ter um reforço de 15 minutos por semana
em todos os anos do Ensino Integrado (5º ao 9º), assim como 60 minutos de Estudo do
Instrumento. Nesta hora, os alunos são distribuídos por salas e estudam o seu instrumento.
É ainda destacada uma professora vigilante durante esta hora, que deve abrir as salas aos
alunos, distribuí-los por cada sala e certificar-se que estes estão a tocar. É importante referir
que cada sala deverá ter apenas um aluno.

Figura 1 - Quadro com tempos de reforço (contabilizados em minutos) assegurados pelas propinas

Esta questão do reforço ao nível do tempo de estudo no horário dos alunos foi algo
que me influenciou na escolha do tema para o meu Projeto de Intervenção. Este terá como
propósito o desenvolvimento de capacidades de autorregulação nos alunos, que permita uma
maior rentabilização deste tempo. Serão trabalhadas a capacidade de gestão do tempo de
estudo, a capacidade de delineamento de objetivos e estratégias e a capacidade de
autoavaliação.

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Capítulo II | Prática de Ensino Supervisionada
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

1. Introdução
A área da música é propícia ao iniciar da prática de ensino numa idade muito jovem.
No meu caso, comecei a lecionar aulas de instrumento (flauta) com apenas 18 anos de idade.
Até esse momento, não tinha tido aulas de pedagogia ou didática. Ainda assim, tive a sorte
de ter tido ótimos professores, cujos métodos, consciente ou inconscientemente, me
inspiraram e me ajudaram a criar a minha própria forma de ensinar.
Já neste momento me havia apercebido da importância da observação. Durante as
masterclasses do meu instrumento, tentava assimilar não só o que os professores diziam,
como também as suas formas de transmitir o conhecimento. Ao longo do tempo, fui-me
deparando com vários tipos de docentes, podendo nomear docentes com pouca facilidade no
instrumento que se tornavam professores cativantes pelas mais variadas razões, ou
instrumentistas excelentes que se perdiam durante a aula a tocar, em vez de se focarem no
aluno. É óbvio que algumas destas ilações se viriam a refletir, mais tarde, na minha forma de
ensinar.
Terminada a licenciatura, acabei por ingressar no Mestrado em Interpretação Artística
na ESMAE, assistindo a algumas cadeiras ligadas ao ensino, na Escola Superior de
Educação. Foi aí que a reflexão passou a ser realizada de forma consciente e sistemática.
Enquanto que a experiência se revelou muito útil e uma grande fonte de conhecimento, a
teoria tratou-se da chave que faltava para responder a algumas dúvidas que foram surgindo
no terreno.
Chegado o momento de realizar o tão aguardado Estágio, não hesitei em regressar a
uma escola que já conhecia como aluna. O motivo relaciona-se com o facto de a Academia
de Música de Vilar do Paraíso se tratar de uma escola que marca e vincula. Como docente,
conheci uma nova instituição, revendo-me nos alunos com os quais me cruzo nos corredores
e cuja realidade ainda me é próxima.
Neste capítulo, temas como a observação de aulas e a planificação de aulas.
Também serão abordados os planos curriculares e os critérios de avaliação em uso na
instituição. Será ainda apresentado o cronograma ilustrativo das aulas observadas e
supervisionadas ao longo do estágio.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

2. Observação de Aulas
A observação de aulas, quando bem executada, pode tornar-se uma excelente
ferramenta no desenvolvimento de um professor. Na sua obra Teoria e Prática de Observação
de Classes, Albano Estrela (1994) refere a importância da investigação na formação de
professores. Como componentes dessa investigação e para que o professor possa “intervir
no real de modo fundamentado”, o autor refere como essenciais a observação e a
problematização. A avaliação e a intervenção serão etapas consequentes às referidas
anteriormente (Estrela, 1994, p. 26).
Quando observamos, devemos definir objetivos gerais e específicos, questionando-
-nos “observar para quê?”. Só após esta definição, poderemos cumprir todas as etapas que
determinam um bom projeto de observação, delimitando o campo de observação, definindo
unidades de observação e estabelecendo sequências comportamentais. Posteriormente,
define-se uma estratégia, determinando forma e meio de observação, critérios e unidades de
registo de dados, métodos e técnicas de análise de dados e, por fim, preparando os
observados (Estrela, 1994, p. 29).
Quanto aos tipos de observação, podemos identificar a ocasional, sistemática e
naturalista. A primeira, ocasional, pode levantar questões do ponto de vista da objetividade,
visto que pode criar algum desconforto e alteração no modo de agir de alunos e docentes. As
descrições dos incidentes ocorridos durante a observação devem ser, por isso, detalhadas.
Por oposição, a observação sistemática é realizada várias vezes. Os dados recolhidos devem
incluir a contabilização de acontecimentos repetidos. Já a observação naturalista é aquela
que se realiza em meio natural. Tem que ser necessariamente sistematizada, podendo ser
participante, caso o observador participe nas atividades propostas em aula, ou não-
participante.
Quanto aos suportes de registo, existem vários tipos de grelhas: a grelha de
observação de fim aberto, a grelha de observação de fim semiaberto, a grelha de observação
focada, a lista de verificação, a escala de verificação entre outros métodos de registo.
As grelhas de fim aberto assemelham-se a uma cronologia, na qual o observador deve
registar, de modo pormenorizado, os acontecimentos da aula, com um espaço intervalar de
mais ou menos 5 minutos. Já a de fim semiaberto contém algumas perguntas que se destinam
à orientação da observação para uma maior facilidade na reflexão, posteriormente.
A grelha de observação focada tem por caraterística o foco em algum indicador, como
a gestão de sala de aula, entusiasmo do professor, ambiente da sala de aula, conteúdo da
aula, entre outros.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

A lista de verificação contém inferências que podem ser assinaladas como


cumpridas/respeitadas na aula. Por outro lado, a escala de verificação contém caraterísticas
que devem ser avaliadas. A subjetividade é um fator que pode influenciar o preenchimento
deste suporte. (Reis, 2011)

Parece-me evidente que o tipo de observação que será realizada durante o Estágio
será do tipo sistemático, uma vez que se realizará todas as semanas durante quase todo o
ano letivo, sendo que apenas algumas das trinta aulas serão lecionadas por mim. Tentarei
que seja naturalista e será participante mediante o pedido de participação do professor
cooperante. A grelha escolhida para o registo das aulas será a grelha de fim aberto.

3. Critérios de Avaliação
Os Critérios de Avaliação de Flauta estão disponíveis no portal online da AMVP para
consulta e são diferentes dos critérios dos restantes instrumentos. Estão atualizados, tendo a
data do ano letivo 2018/2019 (Critérios de Avaliação , 2018).
Estes critérios diferem mediante ciclos de ensino, havendo um documento específico
dedicado ao 2º Ciclo, outro ao 3º Ciclo e, por último, ao Ensino Secundário. As maiores
diferenças que encontrei entre cada documento prendem-se, não só com os descritores de
desempenho e o natural aumento do grau de dificuldade de ciclo para ciclo, mas também com
o peso em termos percentuais das cotações atribuídas ao “Domínio Cognitivo/Procedimental”
em oposição ao “Domínio Socio-afetivo”. Enquanto que no 2º Ciclo, as atitudes têm um peso
de 25% na avaliação final, no 3º ciclo este valor reduz para 20%, reduzindo ainda no
Secundário para o valor de, apenas, 10%.

Do ponto de vista da estrutura dos Critérios, o Domínio Cognitivo/Procedimental é


ainda dividido em cinco parâmetros: o motor, o auditivo, o expressivo, o performativo e o de
leitura. Cada um destes parâmetros vai aumentando o número de alíneas em cada ciclo. As
maiores diferenças encontradas entre os critérios de 2º ciclo e os de 3º ciclo prendem-se com
a questão das escalas maiores, menores e cromáticas que são apenas contempladas no 3º
ciclo, assim como os arpejos (maiores, menores e de sétima da dominante, no estado
fundamental e invertidos) e as ornamentações. Quanto às articulações, é exigido aos alunos
de 2º ciclo que consigam tocar em staccato simples ou em legato. Já no 3º ciclo, surgem
novas articulações tais como o staccato duplo e triplo. A questão das dinâmicas surge no
domínio Expressivo e, enquanto que o aluno de 2º ciclo tem apenas obrigação de realizar
forte e piano, o aluno de 3º ciclo tem obrigatoriedade de realizar todo o tipo de dinâmicas. É
também mencionada a interpretação à luz de diferentes épocas a partir do 3º ciclo. Do ponto

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

de vista performativo, o aluno a partir do 7º ano (3º grau) deve ainda “ter sentido frásico” e
“desenvolver treino mental para a performance” (Critérios de Avaliação , 2018).
Quanto às diferenças entre os critérios de 3º ciclo e secundário, estas são mais
reduzidas, sendo que o único parâmetro acrescentado ao domínio performativo no ensino
secundário é o “ter consciência polifónica”. Já no parâmetro motor, é assumido que o aluno
de 3º ciclo deve “desenvolver uma postura ergonómica”, enquanto que, no secundário, o aluno
deve já “apresentar uma postura ergonómica”. Também as escalas sobem de nível de
exigência, sendo requerido ao aluno de 2º ciclo que toque todas as escalas maiores e
menores até cinco alterações em duas oitavas do instrumento. Já ao aluno de secundário, é
exigido que toque em toda a extensão da flauta escalas maiores e menores até seis
alterações.

4. Prática de Ensino Supervisionada

Tal como já mencionado ao longo deste relatório, a instituição escolhida para a


realização do estágio foi a Academia de Música de Vilar do Paraíso, em Vila Nova de Gaia.
Durante este estágio, a colaboração do professor Joaquim Pereira, professor cooperante, foi
indispensável e revelou-se crucial para o meu percurso enquanto docente. Neste subcapítulo,
darei a conhecer a sua biografia e os seus métodos. Naturalmente, por também ter dado um
grande contributo para a realização deste trabalho e de toda a Prática Educativa, apresentarei
a biografia da professora supervisora e orientadora Raquel Lima.
De seguida, apresentarei um cronograma ilustrativo deste percurso e o registo de
algumas aulas observadas e supervisionadas. Em conclusão, apresentarei o parecer da
professora supervisora.

4.1 Professor Cooperante – biografia e método

O professor Joaquim Pereira é professor de flauta na Academia há 26 anos. Tendo-o


conhecido como meu próprio professor de instrumento, acabo por regressar à sua sala de
aula, desta vez para assistir às suas aulas e tentar perceber melhor o que me fez querer
regressar após tantos anos. Para começar a sua apresentação, deixo aqui a sua biografia.

Joaquim Pereira iniciou os seus estudos no Conservatório de Música


do Porto, na classe de Flauta Transversal do Professor Eduardo Lucena,
tendo concluindo o curso com o Professor Olavo Barros.
Assistiu a Cursos de Aperfeiçoamento com os professores Trevor
Wye, Herbert Weissberg, Marcos Fregnani, Michel Debost e Vicens Prats.

14
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Participou com a Orquestra Académica Metropolitana no Estágio de


Direcção de Orquestra, dirigido pelo Maestro Jean Sebastian Bereau.
Colaborou com a Orquestra Clássica da Madeira e a Orquestra Estúdio de
Guimarães, ambas dirigidas pelo Maestro Rui Massena.
Participou na gravação de CDs de grupos como os Clã (Luso qualquer
coisa, de 1996) Vozes da Rádio (O som maravilha dos senhores, de 2000 e
Mais perto..., de 2000 e 2001), Expensive Soul (Sonhador, de 2014).
Integrado em orquestra, participou na gravação do DVD do grupo Da
Weasel (Pavilhão Atântico, em 2007); do DVD da Orquestra Clássica da
Madeira (Cantar Max, no Tecnopolo do Funchal, em 2008), e do DVD dos
Expensive Soul (Symphonic Experience, no Pavilhão Multiusos de
Guimarães, em 2012).
Lecionou a disciplina de Flauta Transversal nas Academias de
Paredes, Oliveira de Azeméis e no Conservatório de Música Calouste
Gulbenkian de Braga. Presentemente (desde 1993) é docente da disciplina
de Flauta Transversal na Academia de Música de Vilar do Paraíso (AMVP)
e dirige ainda a classe de Flautas Transversais da AMVP.
É Bacharel em Engenharia Geotécnica pelo Instituto Superior de
Engenharia do Porto.
(Abril 2019)

Algo que penso que deve ser abordado é o método de ensino deste docente, pelo que
procurarei descrevê-lo nesta secção.
Naturalmente, assim que comecei o estágio, iniciei algumas comparações com aquele
que foi o método de ensino do professor Joaquim Pereira para comigo enquanto sua aluna.
As conclusões agradaram-me, principalmente pelo facto de encontrar muitas diferenças entre
ambos os métodos de ensino (o atual e o de outrora). Tendo em conta que só deixei de ser
aluna do professor Joaquim há cerca de cinco anos, parece-me óbvio que, durante estes
anos, houve reflexão por parte do docente, assim como pesquisa de nova informação e novos
métodos. Apesar de lecionar há bastantes anos, o professor Joaquim continuou a investir em
novos livros, que, para além de serem mais atuais, o docente acredita que se adequam melhor
ao perfil dos alunos que vão surgindo nas suas aulas.

15
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Figura 2 – Utensílios presentes no armário da sala de aula do professor Joaquim Pereira.

Enquanto flautista, o professor Joaquim mantém a sua prática e procura continuar a


tocar flauta, tanto em concertos organizados pela instituição, como noutros eventos. Continua
ainda a investir na sua formação e a assistir a masterclasses, fazendo-se sempre acompanhar
do seu caderno, ao qual recorre para anotar reflexões que depois serão usadas e citadas ao
longo das suas aulas, inspirando os seus alunos da mesma forma que outros flautistas o
inspiraram.
Relativamente a outras particularidades do ensino do professor Joaquim Pereira,
posso afirmar que a criatividade e a novidade são atributos essenciais e usados
recorrentemente. Com ele, descobri vários instrumentos lúdicos que permitiram, em muitas
aulas, fazer o aluno sorrir com desafios relacionados com “bolinhas voadoras” e “ventoinhas
coloridas”. Objetos tais como a “flow-ball” (ver imagem do canto superior direito da Figura 2)
e o “pneumo-pro” (ver Figura 3) são objetos que permitiram trabalhar tanto o doseamento
como a direção da lâmina de ar, tornando as aulas mais divertidas.
Outros objetos tais como o espelho, o tablet e colunas foram imprescindíveis durante
todas as aulas do professor Joaquim. No caso do espelho, foi utilizado para exercícios
relacionados com a postura, a embocadura e a técnica digital. Já o tablet foi usado com
diferentes aplicações como metrónomo e afinador, para visualizar vídeos relacionados com

16
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

yoga para músicos, exercícios de respiração ou simplesmente para ouvir música (juntamente
com as colunas já referidas).
No seu armário, pude ainda encontrar bolas anti-stress, para trabalhar questões
relacionadas com pontos de apoio ou simplesmente para brincar com os seus alunos, a fim
de desbloquear momentos de maior tensão, um gravador com uma boa qualidade, métodos
e livros relacionados com o instrumento, duas flautinhas de plástico (fife) e uma garrafa de
álcool para o caso de ser necessário desinfetar uma flauta ou algum utensílio que seja
necessário colocar na boca para executar algum exercício “alternativo”.

Figura 3 – Pneumo-pro, instrumento usado pelo professor Joaquim Pereira durante as suas aulas

Mantendo sempre um sorriso, o docente é capaz de criar uma grande empatia com os
seus alunos e correspondentes encarregados de educação. Através da música e da sua
alegria contagiante, tenta motivar os seus alunos ao estudo e encorajá-los a superarem-se
em cada aula. Este vínculo que consegue criar com a comunidade à sua volta é, a meu ver,
o maior trunfo que o docente acaba por ter.
Em conclusão, afirmo que se já admirava o professor Joaquim como aluna, admiro
agora ainda mais como colega. Espero, tal como ele, conseguir manter a mesma alegria ao
fim de muitos anos de docência, mantendo a vontade de inovar e de ser melhor professora
durante todo o meu percurso. Acredito que este estágio terá um grande impacto no meu
percurso como docente, não só pelo conhecimento adquirido ao longo do mesmo, mas
também pelo exemplo de um professor excelente com o qual tive a sorte de conviver.

4.2 Professora Orientadora/Supervisora – biografia

A professora Ana Raquel Lima foi a professora que orientou este relatório de estágio,
tendo supervisionado algumas das aulas lecionadas. Tive a oportunidade de trabalhar com a

17
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

mesma no âmbito da Licenciatura em Música (flauta) e do Mestrado em Interpretação


Artística, ambos realizados na ESMAE. As suas reflexões, observações e comentários
revelaram-se de extrema importância no melhoramento do meu método de lecionação.
Abaixo, apresento a sua biografia para consulta.

Iniciou os seus estudos musicais aos 3 anos na Academia de Música


de Vilar do Paraíso. Licenciou-se na classe do Prof. Eduardo Lucena, na
ESMAE. Estudou com Renate Greiss-Armin na Saatliche Hochschule für
Musik Karlsruhe – Alemanha (Erasmus). Como Bolseira da Fundação
Calouste Gulbenkian, frequentou uma Pós-Graduação em Flauta na Royal
Academy of Music (Londres), com Clare Southworth e Kate Hill, que
terminou com Distinção. Trabalhou igualmente Flautim (com Patrícia Morris)
e Traverso (com Lisa Beznosiuk). Nesta escola, realizou concertos a solo,
em Música de Câmara, e em Orquestra, sob a direcção de maestros como
Lutz Koheler e Keith Bragg. Com a Orquestra Sinfónica da Royal Academy,
realizou uma tournée com Sir Elton John, com concertos em Inglaterra
(Royal Albert Hall, Londres) e nos EUA (Radio City Music Hall).
É Doutorada em Performance pela Universidade de Aveiro.
É detentora do Título de Especialista, que lhe foi atribuído pelo Instituto
Politécnico do Porto.
Participou em Masterclasses de Flauta com alguns dos mais
prestigiados flautistas, como Trevor Wye, Patrick Gallois, Vicens Prats,
Phillipe Bernold, Aurèle Nicolet, William Bennett, Felix Renggli, Maxence
Larrieu, Peter Lloyd, entre outros, de Traverso com Peter Holtslag e Karl
Kaiser, e de Música de Câmara com Alberto Ponce, Roland Dyens, Ketil
Haugsand e Peter Holtslag.
É reforço do Remix Ensemble: participou em digressões por vários
pontos do país e estrangeiro (IRCAM e Centro Georges Pompidu, em Paris,
Cité de la Musique, em Estrasburgo, Radial System, em Berlim, Mozartsaal
em Viena, Teatro de Reims (França), Teatro de Caen (França), Casa da
Música, Fundação Calouste Gulbenkian, Culturgest, Teatro Angrense),
fazendo também estreias nacionais ou absolutas de várias obras.
Integrando ainda o Remix Ensemble, participou na gravação de um Cd com
obras de Emmanuel Nunes. Neste Ensemble já trabalhou diretamente com
compositores como Emmanuel Nunes, Helmut Lachenmann, Bent
Sorensen, João Rafael, Isabel Soveral, Harrison Birtwistle, entre outros.

18
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Tem colaborado também com: Orquestra Sinfónica da Galiza,


Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Sond’Arte Electric
Ensemble, Orquestra Nacional do Porto, Drumming, Filarmonia das Beiras,
Orquestra da Póvoa, Orquestra de Câmara Musicare; já tocou sob a
direcção de maestros como Lorin Maazel, Jesus Lopez-Cobos, Peter
Rundel, Emilio Pomàrico, Stefan Asbury, Peter Eotvos, Dima Slobodeniouk,
Alberto Zedda, Muhai Tang, Leone Magiera, Giovanni Antonini, Rumon
Gamba, e com solistas como Angela Gheorghiu, Mischa Maisky, Christian
Lindberg, Christoph Prégardien, Pierre Strauch, Anu Komsi, G. Capuçon,
Elisabete Matos, Hakan Hardenberger, Vladimir Viardo e Luciano Pavarotti.
Com estas Orquestras realizou concertos por todo o país e em Espanha.
Tocou na abertura da “Porto 2001, Capital Europeia da Cultura”,
transmitida pela RTP.
Foi 1º Flauta da Orquestra Académica do Porto e integrou a Orquestra
Sinfonieta da ESMAE.
Participou em diversos Festivais de Música: Festival MaerzMusik
(Berlim), Festival Musica (Estrasburgo), Festival Wien Modern (Viena),
Festival Wittener Tagen fur Neue Kammermusik (Witten, Alemanha),
Festival Agora (Paris), Festival de Música Viva/Entr’artes de Oeiras, Festival
Mozart de La Coruña, Festival Internacional de Música de Coimbra, Festival
Internacional de Música de Espinho, Festival Internacional de Música de
Gaia, Festival de Música de Alcobaça, Festival ESMAE, Festival de Música
da Póvoa de Varzim, Festival de Ópera de Óbidos, Festival Internacional de
Guitarra de Santo Tirso, Festival de Ópera de Ponte de Lima, entre outros.
Já se apresentou como solista com o Remix Ensemble, a Orquestra Sinfonia
de Varsóvia, a Sinfonieta (ESMAE), a Orquestra Filarmonia das Beiras, a
Orquestra Filarmónica de Válcea (Roménia), e o Ensemble da Universidade
Católica do Porto.
Integra o Duo de Flauta e Guitarra Duo Pourquoi Pas, com o qual
lançou já dois Cds, e prepara o lançamento do terceiro.
É membro do Ensemble de Flautas Éolia.
Participa em recitais a solo e em Música de Câmara, em importantes
salas e eventos do país e do estrangeiro (CCB, Fundação Gulbenkian,
Rivoli, Salle Gaveu (Paris), Ateneu de Bucareste, Teatro Helena Sá e Costa,
Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso, entre outros).

19
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Destacam-se os seguintes prémios em concursos: 1º Prémio no


Concurso Internacional Friedrich Kuhlau, em Uelzen, Alemanha, em 2009;
semifinalista no Concurso Jean-Pierre Rampal, em Paris, em 2008, sendo-
lhe também atribuído o Prémio de Melhor Interpretação da obra obrigatória,
de H. Dufourt; Finalista no 1º Concurso Internacional de Flauta Theobald
Bohem, em Munique, em 2006; em 2005 obteve o Primeiro Prémio no
Concurso Internacional de Flauta “Jeunesses Musicales Bucharest”, na
Roménia. Foi-lhe atribuído um 1º prémio no Concurso Helena Sá e Costa e
foi semifinalista no Concurso Internacional Mauro Giuliani, em Bari, Itália,
com o Duo Pourquoi Pas.
Foram-lhe atribuídos prémios e distinções escolares. Na Royal
Academy of Music obteve o Chris Taylor Flute Award e obteve a
classificação de Commended no Burcher Memorial Prize. Foi Bolseira da
Fundação Calouste Gulbenkian desde 1995 até 2000.
Em 2009, a Câmara do Porto lançou um documentário sobre a sua
formação enquanto Flautista, no âmbito do projeto “Porto de Futuro”.
Em 2011, A Royal Academy of Music de Londres concedeu-lhe o
prestigiado título de Membro Associado “ARAM”.
Leciona Masterclasses em Portugal, Espanha e Bélgica (é
organizadora da “Academia de Flauta de Verão”), e integra júris de
concursos nacionais.
Leciona na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto.

4.3 Cronograma

Durante o estágio na AMVP, observei e dei aulas a quatro alunas. Algumas das aulas
lecionadas foram supervisionadas, não só pelo professor cooperante Joaquim Pereira, mas
também pela professora orientadora/supervisora Raquel Lima. Os planos seguidos serão
ilustrados nos cronogramas abaixo. As aulas lecionadas com a marcação “Supervisionada”
foram as que contaram com a presença da professora orientadora/supervisora.

20
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Cronograma Aluna A

Data Número da aula Aula observada Aula lecionada

27/09/2018 1 X

04/10/2018 2 X

11/10/2018 3 X

18/10/2018 4 X

25/10/2018 5 X

08/11/2018 6 X

15/11/2018 7 X

22/11/2018 8 X

29/11/2018 9 X

06/12/2018 10

13/12/2018 11 X

03/01/2019 12 X

10/01/2019 13 X

17/01/2019 14 X

24/01/2019 15 X

31/01/2019 16 X
X
07/02/2019 17
Supervisionada
14/02/2019 18 X

21/02/2019 19 X

28/02/2019 20 X

07/03/2019 21 X

14/03/2019 22 X

21/03/2019 23 X

28/03/2019 24 X

04/04/2019 25 X

02/05/2019 26 X

21
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

09/05/2019 27 X

16/05/2019 28 X
X
23/05/2019 29
Supervisionada
30/05/2019 30 X

Cronograma Aluna B

Data Número da aula Aula observada Aula lecionada

27/09/2018 1 X

04/10/2018 2 X

11/10/2018 3 X

18/10/2018 4 X

25/10/2018 5 X

08/11/2018 6 X

15/11/2018 7 X

22/11/2018 8 X

29/11/2018 9 X

06/12/2018 10

13/12/2018 11 X

03/01/2019 12 X

10/01/2019 13 X

17/01/2019 14 X

24/01/2019 15 X

31/01/2019 16 X
X
07/02/2019 17
Supervisionada
14/02/2019 18 X

21/02/2019 19 X

28/02/2019 20 X

22
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

07/03/2019 21 X

14/03/2019 22 X

21/03/2019 23 X

28/03/2019 24 X

04/04/2019 25 X

02/05/2019 26 X

09/05/2019 27 X

16/05/2019 28 X
X
23/05/2019 29
Supervisionada
30/05/2019 30 X

Cronograma Aluna C

Data Número da aula Aula observada Aula lecionada

27/09/2018 1 X

04/10/2018 2 X

11/10/2018 3 X

18/10/2018 4 X

25/10/2018 5 X

08/11/2018 6 X

15/11/2018 7 X

22/11/2018 8 X

29/11/2018 9 X

06/12/2018 10

13/12/2018 11 X

03/01/2019 12 X

10/01/2019 13 X

17/01/2019 14 X

24/01/2019 15 X

23
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

31/01/2019 16 X
X
07/02/2019 17
Supervisionada
14/02/2019 18 X

21/02/2019 19 X

28/02/2019 20 X

07/03/2019 21 X

14/03/2019 22 X

21/03/2019 23 X

28/03/2019 24 X

04/04/2019 25 X

02/05/2019 26 X

09/05/2019 27 X

16/05/2019 28 X
X
23/05/2019 29
Supervisionada
30/05/2019 30 X

Cronograma Aluna D

Data Número da aula Aula observada Aula lecionada

27/09/2018 1 X

04/10/2018 2 X

11/10/2018 3 X

18/10/2018 4 X

25/10/2018 5 X

08/11/2018 6 X

15/11/2018 7 X

22/11/2018 8 X

29/11/2018 9 X

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

06/12/2018 10

13/12/2018 11 X

03/01/2019 12 X

10/01/2019 13 X

17/01/2019 14 X

24/01/2019 15 X

31/01/2019 16 X
X
07/02/2019 17
Supervisionada
14/02/2019 18 X

21/02/2019 19 X

28/02/2019 20 X

07/03/2019 21 X

14/03/2019 22 X

21/03/2019 23 X

28/03/2019 24 X

04/04/2019 25 X

02/05/2019 26 X

09/05/2019 27 X

16/05/2019 28 X
X
23/05/2019 29
Supervisionada
30/05/2019 30 X

Para além das atividades diretamente relacionadas com a Prática de Ensino


Supervisionada, participei noutras atividades da AMVP, ilustradas no cronograma abaixo.

Cronograma relativo à participação noutras atividades da AMVP

Datas Descrição da Atividades


13/12/2018 Audição de Classe de final do 1º Período

25
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

06/03/2019
Ensaios Ópera A Flauta Mágica
03/04/2019
Audição de Classe de final do 2º Período e
04/04/2019
Ensaio Ópera A Flauta Mágica
05/04/2019 Ensaio Ópera A Flauta Mágica
06/04/2019
Récitas da Ópera A Flauta Mágica (Auditório de Gaia)
07/04/2019
10/04/2019
11/04/2019 Ensaios de preparação do Ensemble de Flautas no âmbito
17/04/2019 da participação do Festival EMJ (Neerpelt, Bélgica)
18/04/2019
Aplicação do Projeto de Intervenção nas turmas do 7º ao 9º
23/04 a 29/04/2019
ano do regime integrado
26/04/2019
Ensaios de preparação do Ensemble de Flautas no âmbito
27/04/2019
da participação do Festival EMJ (Neerpelt, Bélgica)
30/04/2019
Apresentação Pública do Programa a apresentar no EMJ
2/05/2019
pelo Ensemble de Flautas
03/05 a 06/05/2019 EMJ, Neerpelt (Bélgica)
Concerto do Ensemble de Flautas na Escola Secundária Dr.
29/05/2019 Joaquim Gomes Ferreira Alves, no âmbito da semana
cultural da instituição
12/06/2019 Audição de Classe de final do 3º Período
Ensaios para participação na Festa Final de Ano Letivo com
26/06 e 28/06/2019
Ensemble de Flautas (Europarque)
Participação na Festa Final de Ano Letivo com Ensemble de
29/06/2019
Flautas (Europarque)

Em anexo (ver Anexo C) podem ser consultados os cronogramas devidamente


assinados pelo professor cooperante Joaquim Pereira, que pode comprovar a participação
em todas estas atividades.

4.4 Caracterização das Alunas Observadas

No início do Estágio, procurei recolher informações junto do professor e das próprias


alunas observadas que me permitissem caracterizá-las. As observações que fui realizando

26
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

foram também importantes para atualizar estes dados e conhecer melhor as realidades
individuais das mesmas. Assim sendo, e dada a importância da individualidade no ensino,
apresento uma pequena descrição de cada aluna.

Aluna A, Ensino Básico (5º ano / 1º grau, ensino integrado)


Aluna com muita aptidão para a prática musical, bom ouvido e afinação, frequentou
dois anos do curso de Iniciação com o professor de instrumento atual e na mesma instituição.
Extremamente expressiva e uma líder natural do ponto de vista social, tem alguns
problemas ao nível comportamental, não conseguindo, muitas vezes, manter a concentração
até ao final da aula e respondendo, por vezes, de forma inadequada aos professores. Os
docentes das disciplinas gerais queixavam-se do modo como destabilizava o ambiente de
sala de aula, pelo que, ao longo do ano letivo, foram tomadas algumas medidas pelo Conselho
de Turma. Exemplo disso, foi a nomeação do professor Joaquim Pereira para acompanhar a
aluna numa hora semanal de tutoria.
A relação entre o professor Joaquim e aluna é bastante saudável durante a hora de
tutoria. Já na aula de flauta, a aluna tem tendência a mudar a postura. Geralmente, queixa-se
do estado da sua flauta, alegando que não consegue tocar devido a defeitos da mesma. Tem
dificuldade de leitura, embora considere que a sua disciplina favorita é a de formação musical.
Ao longo do ano, a aluna foi modificando a sua postura. As medidas implementadas,
bem como o facto de ter sido seguida pelo Serviço de Psicologia da AMVP, resultaram num
melhoramento significativo no comportamento e no aproveitamento da aluna.

Aluna B, Ensino Básico (9º ano / 5º grau, ensino integrado)


Aluna cujo prosseguimento de estudos na música e na flauta depende de um exame
no final do ano à disciplina. Estuda flauta desde a iniciação musical com o mesmo professor.
Apesar de parecer gostar de música, não é a mais empenhada ao nível do trabalho em casa,
trazendo muitas vezes os conteúdos mal trabalhados para a aula. Tem ainda algumas
dificuldades ao nível teórico e da formação musical, sendo comuns os problemas de pulsação
e leitura. Não tem uma grande autoestima, o que a faz duvidar bastantes vezes das suas
capacidades.
Após a experiência no Festival EMJ em Neerpelt, Bélgica, com o Ensemble de Flautas,
a aluna adotou uma postura mais relaxada nas aulas e acabou por estudar mais e se superar,
subindo inclusivamente a classificação na prova do último período. No entanto, optou por não
prosseguir estudos na música no ensino secundário.

27
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna C, Ensino Básico (5º ano / 1º grau, ensino integrado)


Aluna interessada e motivada, com excelente aptidão para a prática musical e um bom
ouvido. Frequentou dois anos do curso de Iniciação com o professor de instrumento atual.
Gosta de tocar com o acompanhamento das faixas do manual Escuchar, leer y tocar, volume
I, notando-se uma maior motivação nos exercícios com play-along do que nos exercícios a
solo ou em dueto. Tem um excelente controlo motor e apresenta uma postura muito natural
em comparação com colegas da mesma faixa etária.
É, sem dúvida, a aluna com maior potencial das que se encontra a ser observada. No
entanto, acabou por se descurar no estudo no último período, não tendo trazido os materiais
tão bem preparados para as aulas.

Aluna D, Ensino Secundário (12º ano / 8º grau, ensino supletivo)


Aluna interessada que, no entanto, não tem a música como prioridade na sua vida.
Frequenta o 12º ano do curso de Ciências e pretende prosseguir estudos na área das
engenharias, não dando prioridade ao estudo da flauta no seu dia-a-dia de forma assumida.
Tal como a aluna B, não tem muita segurança no que toca às suas capacidades, sofrendo
bastante com a ansiedade e manifestando sinais da mesma durante as aulas e ensaios com
a pianista acompanhadora (sintomas como tremores nas mãos são visíveis recorrentemente).

4.5 Decorrer da Prática de Ensino Supervisionada

A Prática de Ensino Supervisionada foi iniciada na última semana de setembro. As


alunas a observar foram escolhidas tendo em conta a minha disponibilidade de horário, o
horário do professor cooperante Joaquim Pereira e os requisitos exigidos pelo Regulamento
Geral dos Mestrados da Escola Superior de Música do Porto.
No Regulamento supramencionado constava a indicação de que os mestrandos a
realizar o estágio deveriam observar duas aulas individuais de dois alunos diferentes, sendo
que um deveria ser do ensino básico e outro do ensino secundário. Constava ainda a
informação que, preferencialmente, as aulas observadas deveriam ter a duração de 90
minutos. Uma vez que, na Academia de Música de Vilar do Paraíso, todos os alunos, à
exceção dos alunos do ensino secundário em regime articulado, têm aulas de instrumento
com duração de 55 minutos, seria impossível assistir a aulas com essa duração. Tendo
exposto a situação ao coordenador do curso, o professor Paulo Perfeito, fui aconselhada a
assistir, semanalmente, às aulas de dois alunos de cada curso (básico e secundário) de modo
a completar os 90 minutos semanais de observação de um aluno de cada regime
mencionados no regulamento.

28
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

O tempo de duração das aulas não seria o único obstáculo a surgir. Também o facto
de haver apenas uma aluna de secundário, mais particularmente de supletivo (ou seja, com
uma aula semanal apenas com a duração de 55 minutos), seria um entrave e outra questão
a ser analisada. A decisão que seria tomada, em conjunto com o coordenador de curso e os
professores cooperante e supervisora, seria a de assistir às aulas de mais uma aluna do
ensino básico, preferencialmente do 5º grau. Assim sendo, semanalmente, assisti às aulas de
três alunas de ensino básico e uma aluna de ensino secundário.
Relativamente ao registo das aulas observadas, tal como mencionado no subcapítulo
2, “Observação de Aulas”, do presente capítulo dedicado à Prática de Ensino Supervisionada,
foi escolhida a metodologia da grelha de fim aberto. Deste modo, pude focar-me em diferentes
aspetos ao longo de todo o processo de observação.

4.6 Registo das Aulas Observadas

Durante o estágio na Academia de Música de Vilar do Paraíso, assisti a cerca de uma


centena de aulas de 55 minutos. Durante este tempo, refleti bastante sobre várias
componentes do ensino do instrumento, tais como a relação professor-aluno, o tipo de léxico
utilizado para as diferentes faixas etárias, a capacidade de motivação do aluno por parte do
professor, o impacto da novidade, o impacto da postura do professor em sala de aula, o
impacto dos exemplos tocados pelo professor, entre outras questões relevantes para o
desenvolvimento do aluno. Uma vez que foram muitas as grelhas de observação preenchidas,
escolherei apenas uma grelha de observação por cada aluna para apresentar no corpo de
texto. As restantes poderão ser consultadas em Anexo (Anexos E, F, G e H).

Aluna A (ensino básico)


A primeira grelha de observação é da aula da aluna A, de ensino básico. Esta foi, sem
dúvida, a aluna mais desafiante ao longo de todo o ano letivo, uma vez que várias vezes
procurou “desafiar” o professor. Para além da falta de estudo recorrente, a aluna muitas vezes
manteve uma postura incorreta na aula, tendo inclusive respondendo de forma incorreta (ao
nível da educação) ao professor. Este, por sua vez, cumpriu a sua missão de forma notável,
falando sempre calmamente, de modo a fazer a aluna perceber os seus limites. Foi nestas
aulas que tive contacto com uma realidade muitas vezes ocultada na maioria das escolas
durante os estágios.
A partir do segundo período, os docentes da aluna agiram e tomaram a decisão de
eleger algum colega para acompanhar a aluna durante uma hora semanal de tutoria. Penso
que não foi ao acaso que escolheram o meu professor cooperante, o professor Joaquim
Pereira, para desempenhar esta função. Ao longo do ano notaram-se bastantes melhorias.

29
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

No entanto, foi muitas vezes necessário recorrer a pausas na aula para fazer um ou outro
exercício corporal, recorrer à novidade para cativar a aluna ou até mesmo ouvir a aluna a falar
sobre a sua semana, os seus colegas/família ou as restantes aulas.
Na aula que escolhi para apresentar, a sexta à qual assisti, o professor levou a flauta
alto para mostrar à aluna um novo instrumento da família da flauta. A curiosidade da aluna foi
grande, pelo que o docente conseguiu, assim, cativá-la desde o início da aula. O facto deste
instrumento ter sido apresentado levou a aluna a estar mais atenta a outras características da
sua própria flauta, tendo questionado o professor, aquando da montagem da sua flauta, sobre
a “pata de si” da mesma, que nunca havia notado.
A restante aula foi decorrendo com naturalidade, mas no final, notando algum cansaço
e desconcentração, o professor optou por fazer com a aluna um jogo com o som de um carro
para ajudar a aluna na questão do sopro. Ao imitar o carro (com a vibração dos lábios), a
aluna ativou os músculos respiratórios. Já ao rir-se com a brincadeira e do professor, ativou o
corpo e canalizou mais energia para tocar novamente. Este exercício teve um excelente
impacto tanto ao nível técnico como ao nível da postura da aluna.

Local: Academia de Música de Vilar do Paraíso, sala 3.13


Disciplina: Flauta
Regime: Integrado
Horário da aula: quinta-feira, 8:30 - 9:25
Material usado na sala de aula: Flauta, estante, lápis, espelho, tablet com internet, colunas
com boa qualidade sonora, Pneumo-pro.
Conteúdos Programáticos: Método Escuchar, leer & tocar de Matthijs Broers e Jaap
Kastelein.

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 8 / 11 / 2018 Aula nº: 6
Professor chega a sala e aluna ainda não entrou. Professor avisa aluna que,
sempre que possa, comece a montar a flauta antes de professor chegar. Depois,
diz que trouxe algo novo para lhe mostrar nesta aula: uma flauta alto. Aluna monta
flauta e professor monta flauta alto. Depois, professor explica de forma
8:30 simplificada o que é um instrumento transpositor e mostra a aluna que consegue
tocar as mesmas notas que ela mas com posições diferentes, sendo que o seu
dó é igual a um sol tocado pela aluna. De seguida, professor pede a aluna para
tocar nota longa, usando-a como baixo para improvisar. Aluna reage com
entusiasmo.

30
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Passam para tema “Aria”. Aluna toca uma vez sozinha e uma vez com
acompanhamento. Da segunda vez, demonstra dificuldades ao nível de sentir
tempo da faixa acompanhadora. Professor pede a aluna para dizer tempo
8:38 enquanto põe metrónomo a tocar. Aluna, por vezes, fica desfasada de tempo e,
por isso, falam do papel no maestro na orquestra. Não existindo maestro, neste
caso, aluna tem de seguir acompanhamento. Voltam a tocar até aluna conseguir
manter tempo.
Professor explica ligaduras de expressão a aluna e fazem exercício sobre as
8:44
mesmas proposto no livro.
Professor apercebe-se de que a flauta da aluna está mal alinhada, relembrando
8:52 como a pode alinhar e reiterando a importância de flauta estar bem montada para
a aula.
Passam para exercício seguinte, “De vacaciones”. Aluna toca uma vez e
professor monta a sua flauta. Aluna repara que professor tem duas patas de flauta
8:56 diferentes: uma de si e uma de dó. Questiona professor sobre o porquê de ter
duas peças diferentes e professor explica. De seguida, voltam ao exercício,
primeiro sem faixa acompanhadora e de seguida com play-along.
Passam para tema “Cuatro por Cuatro”. Aluna mostra alguma dificuldade nas
9:04 pausas, não esperando tempo suficiente. Professor pede que marque tempo com
palmas e diga ritmo. Após exercício, aluna toca sem dificuldade.
Realizam exercício de identificação auditiva de compassos. Aluna identifica
9:08 primeiramente compasso ternário e seguidamente compasso binário sem
quaisquer dificuldades.
Passam para exercício “El Blues de la inspiración”. Aluna realiza exercício à
9:12
primeira sem dificuldade.
Passam a exercício de Eco. Começam a realizar exercício, mas professor
interrompe-o uma vez que som da aluna está com demasiado ar. Professor
explica que aluna não está a direcionar perfeitamente ar para a flauta e pede que
9:14 esta se dirija ao espelho dizendo “Ung” a juntar os lábios à frente. Explica que os
seus lábios têm de se aproximar mais da flauta, comparando este gesto ao modo
como aluna realiza exercício. Depois, pede a aluna que diga de forma exagerada
o som “muã” com o mesmo propósito.
Após aluna voltar a tocar, professor alerta-a para o facto de não estar a soprar
com a pressão suficiente para criar um som com qualidade. Pede então que
9:18
realize som de carro vibrando os lábios. Depois pede que imite o motor do carro
a acelerar, vibrando os lábios com maior velocidade e ativando assim os

31
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

músculos respiratório e da barriga. Quando a aluna volta a tocar, notam-se


melhorias no som.
9:22 Concluem Eco Exercise.
Passam para tema “Patinaje”. Aluna consegue tocar, mas com algumas
9:25
hesitações. Professor conclui aula.

Aluna B (ensino básico)


A grelha que escolhi para a aluna B foi uma grelha de observação de uma aula que
penso que reflete aquilo de que a aluna precisava naquele momento – motivação e
consciência das suas qualidades e capacidades. Durante esta aula, o professor aproveitou o
facto de a aluna ter vindo bem preparada para a aula para a elogiar e usar o reforço positivo.
Nesta aula, o professor pode não ter cumprido todos os passos que pretendia durante a aula.
No entanto, o facto de ter dialogado com a aluna sobre as suas capacidades teve, com
certeza, um impacto na sua motivação face ao instrumento. Em resposta ao professor, a
aluna, inicialmente, encolhia os ombros. Já no final da aula, a aluna sorria, tendo adotado uma
postura mais ativa e participativa.

Local: Academia de Música de Vilar do Paraíso, sala 3.13


Professor Cooperante: Joaquim Pereira
Disciplina: Flauta
Regime: Integrado
Horário da aula: quinta-feira, 10h50 - 11h45
Material usado na sala de aula: Flauta, estante, lápis, espelho, tablet com internet, colunas
com boa qualidade sonora, Pneumo-pro.
Conteúdos Programáticos: Escalas marcadas pelo professor, Estudos do caderno nº 1, op.
33 de Köhler, 18 Exercícios ou Estudos de Benoit Berbiguier, peças do livro La flûte traversière
vol. 3 de Isabelle Ory, Le petit ane blanc de Jacques Ibert, Sonata em Si bemol Maior de J. B.
Loiellet de Gant, Concerto em Sol M op. 4 de C. W. Gluck.

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 21 / 02 / 2019 Aula nº: 18
10:56 Iniciam a aula com exercícios de som com a cabeça da flauta.
Escala de Mi Maior: ligada e articulada. Professor pede a aluna que ative a
11:02 respiração – “tu sabes que não respiramos para a barriga e que não controlamos o
diafragma, mas mantém o teu corpo ativo e vai aí buscar a energia”.

32
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna vê-se em frente ao espelho e vai corrigindo postura mediante instruções do


professor. O resultado é que o som melhora bastante. Professor reage empolgado
11:06
com som da aluna, questionando “se tu consegues, porque não fazes sempre
assim?”. Professor pede a aluna para repetir exercício da mesma forma.
Passam para arpejo. Professor pede a aluna para procurar “ressonância” no seu
11:14 som. “Que diferença!”, exclama professor. Têm diálogo sobre capacidades da aluna
e do facto de esta, muitas vezes, se subvalorizar e não acreditar em si própria.
Arpejo de sétima da dominante. Aluna demonstra dificuldade no si agudo. Professor
fala sobre a importância do tato na flauta e avisa-a de que está a tensionar
11:20
demasiado a mão, não tendo sensibilidade. Professor pede a aluna para “procurar
o conforto ao tocar”.
Aluna toca Dó sustenido menor. Aluna afirma logo que teve dificuldade no passar do
dó sustenido grave para o ré sustenido devido à mudança do mindinho direito.
11:30 Professor diz para “dar graxa ao dedo”, passando-o na parte lateral do nariz para,
com a gordura corporal, o dedo escorregar melhor nas chaves. Acrescenta ainda “se
o Pahud, que toca na Filarmónica de Berlim, o faz, nós também podemos!”.
Passam para estudo nº 5 de Kohler. Professor corrige algumas notas erradas à
11:37 aluna. De seguida, centra-se na articulação. Depois de aluna conseguir, procura
motivá-la: “afinal tu tocas!”.
Mediante dificuldade no staccato, professor diz a aluna “no staccato tens de ter o
11:43
máximo de vida numa nota em pouco tempo”. Aluna melhora qualidade sonora.

Aluna C (ensino básico)


Relativamente à aluna C, aluna exemplar, estudiosa na maioria das semanas,
interessada e com uma grande musicalidade, escolhi uma aula que não foi, de todo, a melhor
e a que melhor define o seu percurso ao longo do ano letivo. Optei por escolher esta aula por
um simples motivo: pelo facto de achar que é importante olhar para o aluno como um todo e
perceber que para além das suas responsabilidades e deveres, existem fatores que o
aproximam da imperfeição, tal como qualquer ser humano. Neste caso e nesta aula em
particular, a aluna tinha-se esquecido dos óculos. Apesar de não se ter queixado, a aluna
começou a demonstrar sinais de cansaço e desconforto, não conseguindo, obviamente, um
rendimento semelhante ao das aulas anteriores ou posteriores. A acrescentar a este fator, o
facto de a aula de flauta ter decorrido a seguir a um teste de história e após uma manhã inteira
preenchida com aulas (a aula de flauta da aluna C é exatamente antes da hora de almoço)
fez com que a aluna não conseguisse manter a concentração durante todo o tempo de aula.
O professor, ao aperceber-se da questão, procurou aliviar a tensão na aluna realizando um

33
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

exercício de massagem facial. No final da mesma, a aluna demonstrou estar mais ativa e
desperta para a aula.

Local: Academia de Música de Vilar do Paraíso, sala 3.13


Disciplina: Flauta
Regime: Integrado
Horário da aula: quinta-feira, 11:55 – 12:50
Material usado na sala de aula: Flauta, estante, lápis, espelho, tablet com internet, colunas
com boa qualidade sonora, Pneumo-pro.
Conteúdos Programáticos: Método Escuchar, leer & tocar de Matthijs Broers e Jaap
Kastelein e Método Flute 101: Mastering the Basics – A Method for the Begining Flutist with
teaching and phrasing guides de Patricia George e Phyllis Louke.

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 18 / 10 / 2018 Aula nº: 4
Aluna conta ao professor, entusiasmada, que compôs música em casa, mas que
se esqueceu da partitura, perguntando se pode tocar e tocando de memória de
seguida. Canção apresentada é bem estruturada. Depois, aluna refere que
11:59
procurou no computador uma canção que o professor tocou na aula de ensemble
de flautas. Quando acaba de contar e montar a flauta, professor pede para tocar
algumas notas antes de passar para exercício do livro.
Começam a tocar exercício do livro, “Flujo y reflujo”. Aluna começa a tocar notas
sem tempo definido. Professor alerta que tem de contar os tempos. Tocam juntos,
mas ambos tocam si natural em vez de si bemol. Docente pergunta “o que
12:10
fizemos mal?”, ao que a aluna responde que não fizeram si bemol. No final do
exercício, professor pede a aluna que o volte a estudar em casa, uma vez que
não está tão bem como é costume.
Passam para “Eco Exercise”. Professor pede a aluna que ouça a faixa e repita o
que tem de tocar na flauta a cantar. Aluna canta afinado, mas altera ligeiramente
12:14 ritmo (semínima passa a duas colcheias quando canta). Professor diz para ela
desconfiar de si própria uma vez que a memória a pode trair. Pede que ouça outra
vez e aluna corrige-se, tocando na vez seguinte.
Professor sugere que aluna volte a cantar, uma vez que está com dificuldade em
12:17 reproduzir o que ouve. Aluna volta a cantar padrão errado tal como havia feito
anteriormente. Professor pergunta a aluna se praticou exercício em casa, ao que

34
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

aluna responde que passou à frente. Professor fala da importância de trabalhar


ouvido e pede que tenha mais paciência para exercícios auditivos.
Passam para exercício seguinte, “El si bemol de otro modo”. Neste exercício,
aluna demonstra alguma dificuldade, parando a meio do exercício e passando
mãos nos olhos. Professor pergunta se está bem e aluna responde que se
esqueceu dos óculos, estando com dores de cabeça. Professor mostra
12:26 compreensão e diz-lhe para pousar a flauta e relaxar um pouco. Massajam as
mãos, massajam a cara e falam sobre o dia da aluna. Aluna conta que, nessa
mesma manhã, já realizou teste de História, tendo tido de seguida matemática e
por fim flauta. No final deste pequeno exercício de relaxamento, aluna tem
semblante completamente diferente, com um sorriso e olhar mais ativo.
Passam para tema “Mary Ann”. Aluna tem dificuldade, uma vez que no si bemol
12:32 tira e põe dedo na chave do polegar esquerdo. Professor explica que pode manter
lá polegar toda a música. De seguida, aluna realiza exercício sem dificuldade.
Professor pergunta se quero tocar Canon seguinte consigo e com aluna. Aluna
sorri para mim – parece estar entusiasmada por me ouvir tocar finalmente.
Realizamos o Canon de várias formas, a começar na aluna, a terminar pela aluna,
12:36 tocando mais rápido e mais lento. No final, professor aproveita que tenho a flauta
montada para fazer espécie de exercício do Eco comigo. Eu toco pequenos
padrões e professor repete. No final, diz que músicos “têm de ser como
papagaios”.
Passam para exercício rítmico. Trabalham primeiro de mãos separadas e depois
12:45
de mãos juntas. Aluna com dificuldade.
Passam para tema “Te suena esta canción?”. Aluna toca fá natural em vez de fá
sustenido e professor diz que terá de estudar a partir daí para próxima aula.
12:47
Marcam trabalho de casa e aluna pergunta o que significa o sinal de bequadro,
apontando para um bequadro na folha.

Aluna D (ensino secundário)


Para concluir, apresento uma aula da aluna D, do 8º grau do ensino secundário. A
escolha de uma aula desta aluna tornou-se mais difícil pelo simples facto de uma aula de 55
minutos ser demasiado curta para o que se podia fazer com uma aluna deste nível.
Numa aula normal deste nível, o professor devia, a meu ver, ser capaz de incluir um
aquecimento sólido com exercícios de sonoridade e técnicos, um estudo e uma peça. Na
impossibilidade de o fazer, o professor acaba por ter de optar por excluir alguns passos da
rotina de aula.

35
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Nesta aula em específico, o professor realizou um exercício de aquecimento,


debatendo com a aluna a pertinência dos exercícios que a aluna pretendia realizar
inicialmente e argumentando em prol do seu ponto de vista. De seguida, o professor ausentou-
-se para procurar combinar um ensaio durante a aula com a pianista acompanhadora, dando-
-me a oportunidade de participar um pouco na aula da aluna. Durante o ensaio com o piano,
a aluna não afinou convenientemente e o professor acaba por usar uma linguagem leve e
recorrer ao humor para a corrigir. Deste modo, consegue corrigir a aluna e, ao mesmo tempo,
desanuviar um momento que, conhecendo a aluna, será de tensão para a mesma.

Local: Academia de Música de Vilar do Paraíso, sala 3.13


Disciplina: Flauta
Regime: Supletivo
Horário da aula: quinta-feira, 12:50 – 13:45
Material usado na sala de aula: Flauta, estante, lápis, espelho, tablet com internet, colunas
com boa qualidade sonora, Pneumo-pro.
Conteúdos Programáticos: Escalas e outros exercícios técnicos, Estudos dos cadernos nº2
e 3 de Köhler, op.33, Partita em Lá Menor BWV1013 de J. S. Bach, Sonata de F. Poulenc,
Concerto em Sol Maior K313 de W. A. Mozart.

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 15 / 11 / 2018 Aula nº: 7
Aluna chega, monta a flauta e coloca partitura da Sonata de Poulenc na estante.
Professor questiona se quer começar logo a tocar e se já aqueceu. Aluna diz
preferir aquecer antes e professor pede que comece aquecimento. Aluna coloca
na estante o livro de técnica de Taffanel e Gaubert. Professor pergunta se acha
12:50 que aquecer com escalas rápidas é uma boa estratégia. Aluna sorri sem responder.
Professor diz preferir aquecer com notas longas e pergunta a aluna se concorda.
Aluna concorda e começa a tocar intervalos de oitavas. De seguida, vai
obedecendo a instruções do professor que se prendem com postura, direção da
lâmina de ar e subida do palato mole. Som melhora bastante.
Iniciam o primeiro andamento da Sonata Poulenc. Professor sai da sala para ir
procurar pianista acompanhador e pede que aluna comece a tocar e deixa-me à-
vontade para dar instruções à aluna na sua ausência. Aluna começa a tocar,
13:00
estando bastante nervosa e tocando com um som “tímido”. Peço-lhe que acima de
tudo relaxe e deixe o ar fluir, dizendo-lhe que, sem ar, a flauta não toca e que está
a “hiperventilar” pelo facto de não soprar, criando tensão na caixa torácica e

36
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

inspirando constantemente sem expirar a totalidade ou grande parte do ar que tem


dentro dos pulmões. Dou exemplo de anacruse (segunda septina do andamento)
em que se ouve rotura do legato a meio da célula devido à baixa velocidade e
quantidade do ar. Aluna volta a tocar e nota-se uma grande diferença.
Seguidamente, peço-lhe que procure a mesma dinâmica do ar na passagem em
duplo staccato que a aluna tem mais dificuldade. Aluna atrasa bastante nessa
secção.
Professor chega e avisa que combinou com a pianista começar a ensaiar às 13:30.
Pede então a aluna que comece a tocar do início. Aluna volta a tocar e corre melhor
do que a primeira vez que tocou para mim. Ainda assim, professor continua a
13:10 estimulá-la a soprar e a dar mais alguma emoção à música. Depois, refere que os
trilos estão melhores e diz a aluna que deve desvalorizá-los com a expressão “são
uma mariquice”. Aluna ri-se e, ao repetir, consegue que os trilos soem leves e
fluídos.
Chegam à parte do duplo staccato e aluna volta a atrasar bastante. Professor diz
que aluna deve continuar a trabalhar o duplo staccato isoladamente e que, no
ensaio com piano, para não atrasar, deverá fazer passagem em staccato simples.
13:18
Depois corrige pequenas partes de solfejo e de mudança de andamentos. Faz
ainda exercício nos pianíssimos, exemplificando a sonoridade que aluna deve
procurar e como a encontrar, mudando a direção da lâmina de ar.
Vamos ensaiar com piano. Aluna leva parte de piano e dirigimo-nos ao andar de
baixo, à sala da pianista acompanhadora. Aluna não afina flauta convenientemente
e fica bastante baixa. Professor pisca-me o olho e não diz nada à aluna. Quando
começam a tocar, aluna está muito baixa, principalmente nos finais de frase.
Quando vai para os agudos fortes, consegue estabilizar a afinação e acaba por
13:30
não corrigir com o ajuste da cabeça da flauta. Chega a um ponto que o professor
diz a sorrir “Bem! Chega de sofrimento! Tu não afinas, rapariga?”. Aluna ri-se
timidamente e afina sem dificuldade, dizendo que já tinha reparado. Professor
avisa que, em caso de dúvida, é preferível ficar alta do que baixa, uma vez que é
mais fácil ajustar com a embocadura para baixo.
Aluna tem alguma dificuldade em algumas entradas. Quando se engana, professor
pede-lhe que se aproxime da pianista acompanhadora e observe a partitura do
piano, indicando-lhe algumas referências. Aluna consegue, de modo geral, tocar
13:38
corretamente a seguir. Em sítios mais delicados de junção, professor avisa que
posteriormente terão de se juntar (aluna e pianista) para ensaiar para que não seja
necessário perder tempo da aula.

37
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Regressamos à sala e, pelo caminho, professor vai discutindo com aluna o que
ainda há para melhorar. Quando chegam à sala de aula, já não há tempo para
13:43 muito mais. O professor pede à aluna para voltar a ouvir a peça em casa, mas
desta vez a acompanhar pela parte de piano para evitar “perder tempo” no ensaio
com pianista acompanhadora.

4.7 Registo das Aulas Supervisionadas

Para além de observar aulas, um dos objetivos do estágio é lecionar. Algumas destas
aulas foram supervisionadas pela professora Raquel Lima.
Na primeira semana do mês de fevereiro, a professora orientadora/supervisora
deslocou-se à Academia de Música de Vilar do Paraíso para assistir a quatro aulas lecionadas.
Nesta secção, apresentarei as suas planificações e resumirei o decorrer das mesmas aulas.
As planificações das restantes aulas lecionadas poderão ser consultadas em anexo (Anexos
E, F, G e H).

Planificação de Aula da Aluna A (ensino básico)


A aula da aluna A decorreu normalmente e a aluna reagiu bem à presença da
professora supervisora, Raquel Lima. A aula foi planificada tendo por base as especificidades
da aluna e tendo em conta características como a sua dificuldade no manter a concentração
durante muito tempo. Por este motivo, optei por incluir um vídeo “leve” e engraçado que
sugerisse a comunicação e o diálogo através da música. A aluna pareceu gostar desse
momento e teve um bom desempenho no resto da aula.
Relativamente aos conteúdos a trabalhar, optei por não ser muito específica na
planificação e escrever apenas “lição nº 7 do método Escuchar leer y tocar”. Esta opção foi
tomada tendo em conta o facto de a aluna não ter por hábito trazer uma lição inteira para a
aula estudada, sendo muitas vezes necessário perder mais tempo num exercício ou outro. Ao
não precisar na planificação os exercícios a abordar, tive mais margem de manobra neste
campo.

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 07/02/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

38
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 7 do método Escuchar leer y tocar.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
8:30 - 8:40 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
8:40 – 8:50 | exercício de som em frente ao espelho.
8:50 – 9:05 | lição nº 7.
9:05 – 9:10 | visualização de vídeo de Quinteto de Sopros no youtube e diálogo sobre
o papel da música e a música como diálogo
9:10 – 9:25 | lição nº 7.

RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.

AVALIAÇÃO
A aluna não estudou convenientemente nas últimas aulas e esta não foi exceção.

REFLEXÃO
Acaba por se tornar difícil realizar uma planificação que venha a ser respeitada quando
a aluna tem tendência a não estudar, motivo pelo qual optei por não colocar nomes de
exercícios no parâmetro “Desenvolvimento da aula” e procurar ir ao encontro daquilo
que a aluna praticou mais em casa de modo a rentabilizar a aula. A estratégia do vídeo
resultou. Tornou-se um momento de descontração e, quando a aluna voltou a pegar no
instrumento, realizou as tarefas de uma forma mais ativa.

Planificação de Aula da Aluna B (ensino básico)


A aula da aluna B decorreu de forma muito positiva, tendo em conta que a aluna se
preparou bastante bem para a aula. A maior dificuldade relacionou-se com a ativação da

39
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

energia da aluna para o ato de tocar. Assim que a aluna começou a usar o corpo e a soprar
com qualidade, tudo desbloqueou, tendo sido possível trabalhar questões técnicas e
melódicas. Penso que consegui utilizar bem o tempo e explicar de forma clara as ideias
musicais que pretendia transmitir à aluna.

Ano/Grau: 5º grau (9º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 07/02/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Mi bemol Maior e Dó menor, arpejos com inversões, sétima da dominante e
escala cromática. Estudo nº 4 de Kohler, op. 33 I. Sonata em Si bemol Maior de J. B.
Loeillet de Gant.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
10:55 - 11:10 | escalas – foco na sonoridade e na articulação.
11:10 – 11:25 | estudo nº 4 de Kohler.
11:25 – 11:45 | Sonata de J. B. Loeillet de Gant.

RECURSOS E FONTES
Une Simple Flute – vol. 3 de Isabelle Ory / Sonata em Si bemol Maior de Jean Baptiste
Loeilleit de Gant / Études I op.33 de Kohler.

AVALIAÇÃO
A aluna teve uma boa prestação durante a aula. Notou-se que estudou bem os
conteúdos para a aula (talvez devido à presença da professora supervisora) o que

40
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

ajudou bastante no decorrer da aula e no respeitar de todas as atividades que planeei


para a aula.

REFLEXÃO
Inicialmente, senti dificuldade em ativar a aluna, uma vez que não senti no começo da
aula que a mesma estava a canalizar a energia toda do seu corpo para o ato de tocar.
Consegui, no entanto, graças ao seu estudo, respeitar as atividades planificadas e
abordar todas as questões que pretendia. Penso que conduzi a aula de forma positiva,
tendo obtido bons resultados.

Planificação de Aula da Aluna C (ensino básico)


A aula da aluna C, ao contrário do que eu esperava, não foi a que correu melhor. Mais
uma vez, abordarei a questão do conflito entre a planificação e a preparação que a aluna faz
em casa. Neste caso, o facto de a aluna não ter estudado os temas do método Escuchar, leer
y tocar, fez com que fosse impossível cumprir a planificação. Como alternativa, vi-me obrigada
a realizar outro tipo de exercícios e a ser mais criativa durante a aula, tendo procurado abordar
questões como a interpretação, desafiar a aluna a usar outro tipo de dinâmicas e fazer
exercícios relacionados com a qualidade de som.

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 07/02/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 18 de método Flute 101; Lição 16 do livro Escuchar Leer y tocar I.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 - 12:00 | aquecimento do corpo, exercícios de som/embocadura, respiração e
postura;
12:00 - 12:25 | lição nº 18 do método Flute 101;
12:25 – 12:40 | temas do livro Escuchar Leer y tocar I
12:40 – 12:45 | visualização de vídeo

RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.
Flute 101: Mastering the Basics – A Method for the Begining Flutist with teaching and
phrasing guides da autoria de Patricia George e de Phyllis Louke

AVALIAÇÃO
Aluna preparou duetos e lição nº 18. Demonstrou uma boa musicalidade e criatividade.
No entanto, não preparou peças do livro Escuchar, leer y tocar.

REFLEXÃO
Aluna preparou duetos de forma muito sustentada. No entanto, temas do livro Escuchar,
ler y tocar não foram preparados convenientemente, não chegando a ser interpretados
a aula. Ao invés disso, auxiliei a aluna em exercício técnico da lição nº 18 que recorre
ao dó sustenido e ao ré. Aluna pareceu ficar entusiasmada com o facto de lhe ser dada
autonomia nos duetos para escolher dinâmicas. Aceitou as minhas sugestões e
percebeu o porquê. Consegui prever dificuldade no ritmo, por parte da aluna, no
decorrer do exercício da lição 18, dedicado às oitavas do ré. Preparei assim exercício
que ajudou aluna a realizar o exercício corretamente.

Planificação de Aula da Aluna D (ensino secundário)


A aula da aluna D correu bastante bem. A aluna, apesar de muito nervosa numa fase
inicial da aula, conseguiu usar as dicas musicais e pistas que fui dando ao longo da aula e
transcender-se na interpretação do 2º andamento da Sonata de Poulenc, Cantilena. Foi ótimo
sentir a alegria da aluna e perceber que se sentiu bem a tocar.
Relativamente ao estudo, percebi que a aluna não conseguiu prepará-lo do mesmo
modo e sugeri estratégias para que pudesse rentabilizar o estudo em casa. Os conselhos
foram acatados e resultaram numa melhor preparação na semana seguinte, pelo que senti
que os principais objetivos foram cumpridos. Considero que esta foi a aula que foi melhor
conseguida entre as apresentadas neste capítulo.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Ano/Grau: 8º grau (12º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Supletivo
Data: 07/02/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica – foco para legato e condução da frase (2º andamento Poulenc)
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- coordenação e destreza técnica (estudo)
- interpretação de acordo com estética das distintas épocas da história da música.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
2º andamento da Sonata de Poulenc e estudo nº 3 de Kohler, op. 33 III.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
12:55 - 13:00 | exercício de oitavas
13:00 – 13:10 | ensaio com piano do segundo andamento da Sonata de Poulenc
13:10 – 13:30 | segundo andamento da Sonata de Poulenc.
13:30 – 13:45 | estudo nº de Kohler.

RECURSOS E FONTES
Exercices Journalieres de Taffanel e Gaubert; estudos de Kohler op. 33 (caderno 3) e
Sonata de Poulenc.

AVALIAÇÃO
Aluna superou-se nesta aula. Parecia bastante nervosa no início, tremendo os dedos
enquanto tocava. O nervosismo talvez se tenha devido à presença da professora
orientadora (mesmo esta tendo afirmado que estaria ali para me avaliar, e não a ela).
Na Cantilena de Poulenc, a aluna conseguiu agarrar todas as dicas que fui dando e dar-
lhe a melhor interpretação que ouvi da sua parte desde que começou a tocar. No estudo
teve algumas dificuldades e concluímos que se deveu, provavelmente, a alguma falta
de organização no seu estudo diário.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

REFLEXÃO
Penso que consegui chegar à aluna e transmitir-lhe as minhas ideias de forma clara.
Deste modo, a aluna poderá aproveitá-las para criar a sua própria interpretação. Dei-lhe
ainda dicas de estudo que penso que a poderão ajudar daqui para a frente na
organização, gestão e rentabilização do tempo.

4.8 Parecer da professora supervisora/orientadora

A professora orientadora/supervisora assistiu às aulas lecionadas no dia 7 de fevereiro


e 23 de maio, tendo escrito pareceres relativos ao modo como conduzi as mesmas.
Relativamente às aulas de fevereiro, a professora escreveu

A mestranda Francisca Tadeu demonstrou solidez e clareza na transmissão


de ensinamentos aos alunos, nas aulas por mim assistidas.
Deixei-lhe apenas a sugestão de, após fazer um comentário ou correção ao
aluno, solicitar a este que repita novamente o exercício, de forma a
confirmar se a questão foi devidamente compreendida e assimilada.
Tanto no caso das aulas dadas no Ensino Básico, como no Ensino
Secundário, houve uma consistente planificação prévia, no sentido de as
aulas estarem devidamente preparadas e organizadas.
As alunas reagiram muito bem às indicações e sugestões da Francisca,
melhorando significativamente o seu desempenho durante as aulas por ela
lecionadas. Mesmo nos casos de alunas mais tendencialmente
introvertidas, a Francisca foi, a pouco e pouco, incutindo nelas uma certa
descontração, conseguindo extrair-lhes resultados bastante positivos.

Em maio, a professora avaliou as aulas lecionadas da seguinte forma:

A mestranda Francisca Tadeu manteve a qualidade e clareza demonstradas


no semestre anterior, na lecionação das aulas quer do Ensino Básico, quer
do Ensino Secundário. Acatou muito positivamente as sugestões que lhe
dirigi, e melhorou significativamente nesses aspetos.
As alunas continuaram a reagir muito bem aos ensinamentos da Francisca,
que manteve também uma atmosfera serena e positiva nas suas aulas.
Notei uma grande evolução na sua postura, na forma de transmitir as
informações, e também na gestão do tempo da aula. A Francisca mostrou-
se bastante mais experiente e tranquila, relativamente ao semestre
passado.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Saliento também a prontidão, disponibilidade e contributo tão preciosos do


meu colega Joaquim Pereira, professor na Academia de Música de Vilar do
Paraíso, que tão bem recebeu e auxiliou a Francisca (também sua ex-aluna)
nesta sua tarefa, permitindo-lhe, assim, completar mais esta etapa dos seus
estudos.

Os documentos originais e devidamente assinados pela professora poderão ser


encontrados em anexo (ver Anexo D)

5. Outras atividades
Durante o Estágio na AMVP, colaborei em diversos eventos para além das aulas
observadas e supervisionadas. Entre outras atividades, auxiliei o professor cooperante em
audições de classe, toquei e participei na Produção do Estúdio de Ópera da instituição,
acompanhei como docente os grupos de Ensemble de Saxofones, Orquestra Clássica, Grupo
de Percussão e Ensemble de Flautas ao Festival EMJ em Neerpelt, na Bélgica, tendo tocado
com este último grupo no festival e em outras performances dentro e fora da escola.
Neste subcapítulo, refletirei sobre estas experiências e em que medida tiveram
impacto na minha evolução enquanto docente.

5.1 Audições de Classe

Durante o ano letivo, realizaram-se três audições de classe, cada uma no final de cada
período.
Em todas as audições, o professor procurou reunir os seus alunos numa sala
previamente, onde realizou exercícios de aquecimento com os alunos, afinando
posteriormente as flautas, uma a uma. Todas as audições foram realizadas ao final da tarde,
em dias da semana (quarta-feira ou quinta-feira), nos auditórios da instituição, com boas
condições acústicas. Tiveram a assistência de pais, amigos e outros familiares das crianças
participantes.
Todas as audições foram também exclusivas da classe do professor Joaquim, mesmo
existindo outra professora de flauta na instituição. Esta opção assumida pelo professor teve,
a meu ver, pontos positivos e negativos. Se por um lado, o ambiente vivido nas audições foi
bastante familiar, por outro lado os alunos não tiveram contacto com realidades de outros
instrumentos.

5.2 A Flauta Mágica – produção do Estúdio de Ópera

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

A Flauta Mágica foi uma produção do Estúdio de Ópera da AMVP, apresentada nos
dias 6 e 7 de abril no Auditório de Gaia. Esta produção envolveu um número elevado de
professores e alunos, provenientes de todos os regimes e áreas de ensino da instituição.
Participei nesta produção como instrumentista, num ensemble constituído por
professores e alunos mais velhos. Esta mistura acabou por se revelar bastante saudável, pois
permitiu aos alunos (dois trompistas, um fagotista e um percussionista) ter contacto com a
realidade de uma orquestra profissional e ter a perceção de como funciona o sistema de
estágios que usualmente se põe em prática nas mesmas.
O maior objetivo do projeto, pelo que observei, foi dar oportunidade aos alunos de
canto de trabalhar questões associadas à cena e dar-lhes um palco. Penso que este foi bem
conseguido e que os alunos superaram as expectativas, conseguindo apresentar um trabalho
de elevada qualidade. É de salientar que também os professores de canto tiveram a
oportunidade de subir ao palco, pondo-se à prova diante dos seus alunos e errando nos
ensaios tal como erra qualquer pessoa. A consequência desta exposição é, a meu ver,
benéfica pela humanização do professor-artista aos olhos do aluno, que muitas vezes o
“endeusa”, criando uma relação mais distante com o mesmo e uma má relação com o erro.
Outro ponto positivo relativo ao projeto foi o envolvimento de toda a comunidade
escolar. Os cenários e os figurinos foram idealizados pelos professores de Educação Visual
e realizados durante as aulas da disciplina por alunos de ensino integrado, professores e pais
que se voluntariaram para que tudo estivesse pronto a tempo e horas. Também os alunos de
dança foram incluídos no projeto, dando mais vida e movimento a algumas cenas do
espetáculo.
No final da última récita foi possível perceber o impacto que o projeto teve nos alunos
participantes. Apesar da tristeza associada ao fim de um projeto, abraçaram-se aos seus
professores e restantes colegas, agradecendo a oportunidade de subir ao palco em conjunto
e provando o poder extremamente vinculativo que a música tem.

5.3 Colaboração com o Ensemble de Flautas – participação no


EMJ Neerpelt (Bélgica)

O EMJ (Europees Muziekfestival voor de Jeugd) em Neerpelt é um festival/concurso


que junta alunos de toda a Europa, incluindo, nas últimas edições, países de outros
continentes, tais como o México, o Equador ou a África do Sul
Já é recorrente a AMVP levar grupos corais e instrumentais a este festival, tendo
arrecadado vários prémios com a sua participação. Há dois anos, um grupo de dança do 9º
ano do regime de ensino integrado da escola participou pela primeira vez, repetindo-se a
experiência este ano.

46
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Quando surgiu o convite para atuar no festival com os alunos do Ensemble de Flautas
da instituição, não hesitei. Para além da função performativa, foi-me dada a responsabilidade
de tomar conta de um grupo de seis meninas da Orquestra Clássica com as quais criei uma
relação muito especial num curto espaço de quatro dias e três noites.
A participação neste Festival revelou-se muito intensa e cansativa para alunos e
professores. No entanto, foi altamente motivador, pois gerou-se um grande sentido de
companheirismo por parte de alunos, um grande sentido de compromisso para com a
instituição e para com os colegas com quem os alunos partilhavam o palco, e um grande
sentido de disciplina, tanto pelo rigor dos horários como pelo sistema apertado de limpeza dos
Bungalows.
As minhas alunas revelaram-se extremamente responsáveis. Os mais velhos (no caso
do meu grupo, uma aluna de 9º ano) sentiam-se na obrigação de cuidar dos mais novos,
ajudando os professores na supervisão e monitorização do grupo e partilhando agasalhos e
comida entre si sempre que necessário.
Já do ponto de vista musical, todos os docentes notaram uma grande evolução dos
seus grupos instrumentais. Os alunos encararam a experiência de um modo muito profissional
e responsável, tendo trabalhado mais do que é usual para as suas aulas de
ensemble/orquestra, no sentido de não desiludir professores e colegas, contribuindo assim
para uma melhor performance do coletivo. Ainda assim, considero que o aspeto mais benéfico
que se retirou desta experiência foi a motivação que representou e o desenvolvimento do
espírito de grupo que foi notório até na forma como os alunos passaram a apresentar-se em
palco (do ponto de vista da postura corporal).
Na chegada ao aeroporto fomos calorosamente recebidos pelos pais, que nos
presentearam (alunos e professores do ensemble de flautas) com uma T-shirt com a foto de
grupo tirada pela organização do festival na Bélgica. Foi uma agradável surpresa e um
incentivo para muitos alunos para continuar a trabalhar e a melhorar no instrumento.

47
Capítulo III | Projeto de Intervenção
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

1. Introdução
O Ensino é um campo fértil em questões passíveis de investigação. No entanto,
o ensino é também o trabalho no terreno, o contacto com a criança e o esforço por criar
um vínculo que permita à mesma sentir-se à-vontade para ser criativa, arriscar, errar e
consequentemente aprender. Dado o facto de querer dedicar parte da minha vida a
ensinar e a contactar com a comunidade, achei que deveria optar pela realização de um
Projeto de Intervenção. Deste modo, pude ajudar, no terreno, alunos com os quais
acabei por criar uma relação ao longo deste percurso.
Este Projeto teve como temática a problemática do estudo do instrumento.
Durante esta jornada, investiguei como rentabilizar o tempo dedicado ao instrumento e
procurei sensibilizar as crianças e jovens à minha volta para a autorregulação durante
a sua prática diária do instrumento
Quando estruturei o Projeto, pensei que a abordagem desta questão pudesse
ajudar os alunos envolvidos a colher frutos na área da música de uma forma mais célere,
motivando-os para a manutenção das boas práticas de estudo. Na minha perspetiva,
acreditei que a implementação deste projeto seria bastante profícua, numa época em
que é urgente educar para a rentabilização do pouco tempo de que a criança da
atualidade dispõe, devido ao excesso de atividades e às aulas de apoio que tendem a
preencher os horários das mesmas.
Neste capítulo dedicado ao Projeto de Intervenção, começarei por identificar e
descrever a problemática do mesmo, delineando seguidamente um plano de melhoria a
implementar na escola onde realizei a minha Prática de Ensino Supervisionada, a
Academia de Música de Vilar do Paraíso. De seguida, dedicarei uma secção à
Fundamentação Teórica. Neste subcapítulo abordarei o tema da “Excelência” na
música, o percurso que leva até à mesma, os preditores de sucesso e, por fim, o
conceito de “Prática deliberada” ou “formal”. Concluirei com os resultados da
intervenção realizada e uma discussão sobre a mesma.

51
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

2. Problemática do Estudo

2.1 Identificação da problemática

A prática deliberada e as metodologias de estudo são um tema que tem sido


amplamente estudado nos últimos anos. Entre as conclusões obtidas ao longo de anos
de investigação, encontramos a convicção de que a qualidade de tempo que se dedica
à prática de uma determinada matéria, desporto ou instrumento musical tem maior
impacto na evolução e nos resultados obtidos do que a quantidade de tempo por si só.
Assim sendo, acredito no interesse de realizar um Projeto de Intervenção no qual seja
explorada esta temática.
A ideia de abordar esta questão no meu relatório de estágio surgiu pelo facto de,
na Academia de Música de Vilar do Paraíso, instituição onde realizei o meu estágio, se
privilegiar o tempo de estudo do instrumento, havendo uma hora no horário dos alunos
do ensino integrado dedicado ao estudo desta disciplina. Nesta hora, os alunos são
distribuídos por salas (um aluno por sala), existindo uma docente responsável por
garantir que os alunos se dedicam à atividade. Assim que me apercebi da realidade da
escola, surgiu a ideia de realizar um projeto de intervenção que permitisse contribuir
para a melhoria dos métodos de estudo de alunos do integrado da AMVP.

2.2 Plano de melhoria a desenvolver

Do ponto de vista metodológico, realizei, primeiramente, uma revisão


bibliográfica no âmbito da excelência, das várias definições de prática/estudo, das
estratégias de estudo e da autorregulação do mesmo.
Seguiu-se a organização de um Dossier que intitulei de Dossier de
autorregulação do estudo (ver Anexo I) e o mesmo foi oferecido aos alunos do ensino
integrado da instituição. Com o dossier na sua posse, cada aluno foi convidado a
preenchê-lo autonomamente. Apesar de o dossier conter todas as instruções
necessárias ao correto preenchimento do mesmo, dirigi-me a cada turma do 7º ao 9º
ano e expliquei os objetivos do Projeto e o modo de preenchimento das fichas. Sem ter
a obrigação de o preencher, no final de cada semana de estudo, cada aluno recolheu a
rúbrica do professor de instrumento ou da professora vigilante do seu estudo semanal,
o que permitiu aferir o número total de fichas preenchidas por cada aluno durante a
experiência.

52
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

No final da experiência, coincidente com o final do terceiro período, cada aluno


foi convidado a preencher um questionário no sentido de perceber o impacto do Projeto
nos seus métodos de estudo.

2.3 Objetivos e resultados esperados

O meu principal objetivo com o abordar desta temática é, para além de procurar
perceber o que é efetivamente uma prática de qualidade, descobrir ferramentas que
possam ser úteis na autorregulação da prática do instrumento em alunos do ensino
básico. Quanto ao questionário, foi criado tendo em vista o propósito de aferir se o
preenchimento do dossier teve um impacto positivo na gestão do tempo de estudo do
aluno.
A minha expectativa face a este projeto é que o método de estudo dos alunos
participantes melhore, sendo possível a obtenção de melhores resultados que
contribuam, desse modo, para o incremento da motivação dos alunos face ao
instrumento.

3. Fundamentação Teórica - rumo à excelência


A melhor forma de descobrir como chegar até à excelência é precisamente
estudar performers excelentes. Foi esta a metodologia adotada por vários autores
(Ericsson, Krampe, & Tesch-Romer, 1993; Lehmann, 1997) que se questionaram sobre
vários aspetos dos percursos destes performers. Estes investigadores estudaram
aspetos tais como dados biográficos, questões genéticas e tempo dedicado à atividade
musical com um propósito comum: descobrir o que têm estes indivíduos de especial e
o que lhes permitiu atingir padrões de qualidade tão altos nas atividades a que se
dedicam. Neste capítulo abordarei algumas destas temáticas.

3.1 A Herança Genética em oposição ao Ambiente


Envolvente e às Adaptações Fisiológicas

Com o avançar da investigação na área da “excelência”, vários investigadores


começaram a pôr em causa a tese defendida por Francis Galton, autor do livro
Hereditary Genius (1869). Nesta obra, o autor defende que a prática tem um papel
importante no desenvolvimento do “génio”. No entanto, segundo Galton (1869, p. 16),

53
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

as questões genéticas são as que determinam o limite superior ao qual cada indivíduo
tem a capacidade de chegar.
Na minha ótica, o senso comum acaba por ainda tomar partido, em parte, desta
teoria, principalmente em áreas tais como a música, associada ao talento e a
capacidades inatas como o “ouvido absoluto”. Quantas vezes ouvimos falar do talento
daquele músico, bailarino ou jogador de futebol? No entanto, acredito que as horas
dedicadas à prática têm, sim, um papel importantíssimo no desenvolvimento de músicos
de excelência. O que nos dirão os artigos e estudos?

Vários estudos têm demonstrado que a genética tem um peso relativo na


excelência. Apesar de se acreditar que a capacidade dos chamados “ouvidos absolutos”
é inata, existem sérias evidências que levam a crer que, até aos 6 anos de idade, é
possível adquirir-se esta capacidade (Takeuchi & Hulse, 1993, p. 358).
Já, quando a temática se prende com as famílias de músicos, investigações
recentes com gémeos indicam que o ambiente no qual as crianças crescem tem um
maior impacto no seu desenvolvimento enquanto músicos do que os fatores genéticos
por si só (Coon & Carey, 1989, p. 183). No entanto, numa família de músicos é difícil
encontrar o limite entre a influência genética e a influência do ambiente (Bond, 2011, p.
75).
Algo que também tem sido analisado por um grande número de investigadores
são as características fisiológicas, cognitivas e percepto-motoras dos performers de
elite. É sabido que a capacidade pulmonar dos instrumentistas de metais e cantores é
consideravelmente superior à do ser humano comum. Por outro lado, os performers de
excelência mostram ter maior consciência motora, maior controlo ao nível do movimento
e uma melhor memória para informação relacionada com melodias e notação musical,
quando comparados com novatos ou músicos num nível mais baixo de especialidade
(Lehmann, 1997, p. 165). A crença de que estas características são inatas e fruto da
herança genética já não é apoiada nos dias de hoje (Ericsson & Lehmann, 1996, p. 279).
Vários estudos apontam para que estas características sejam fruto de muitas horas de
prática, reforçando a importância do estudo/treino para o desenvolvimento destas
características e, em particular, da prática deliberada.

Análises do desempenho de excelência de adultos mostram que as


diferenças individuais em competências e capacidades básicas são,
surpreendentemente, baixos preditores de sucesso. Estas
descobertas negativas, juntamente com a evidência das adaptações
devido à extensa prática, sugerem que a influência do inato,

54
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

capacidades básicas de domínios específicos (talento) na


performance de excelência é mínima, possivelmente insignificante.
Nós acreditamos que os fatores motivacionais que predispõe crianças
e adultos para se envolverem na prática deliberada têm uma maior
probabilidade de prever diferenças individuais ao nível do
desempenho especializado atingido.1 (Ericsson & Lehmann, 1996, p.
281)

3.2 Os primeiros passos na música – o papel dos pais no


iniciar e na motivação

Geralmente, quando abordamos a excelência na área da música, falamos de


indivíduos que iniciaram os seus estudos em idades precoces, estimando-se que os
performers de renome internacional vivam a sua primeira experiência nos domínios a
que se dedicam entre os 3 e os 8 anos de idade (Ericsson, Krampe, & Tesch-Romer,
1993, p. 370). No seguimento desta temática, podemos abordar a importância dos pais
de músicos de excelência nos seus percursos.
Em qualquer área (desporto, atividade artística ou outra) os pais acabam por
desempenhar um papel importantíssimo, pois ou acedem aos pedidos dos seus filhos
que pedem para ir estudar um instrumento (como foi o caso do importante violinista
Menuhin), ou acabam por, eles próprios, apercebendo-se de sinais de talento por parte
dos filhos, procurar aulas de música para os mesmos (embora, muitas vezes, estas
evidências de talento se relacionarem com comportamentos musicais comuns da
infância, tratando-se assim de falsos preditores de sucesso (Lehmann, 1997, pp. 166-
167)). São ainda os pais que proporcionam as condições necessárias aos seus filhos
para que estes possam praticar e evoluir, comprando-lhes instrumentos musicais de

1
“Reviews of adult expert performance show that individual differences in basic
capacities and abilities are surprisingly poor predictors of performance. These negative findings,
together with the strong evidence for adaptive changes through extended practice, suggest that
the influence of innate, domain-specific basic capacities (talent) on expert performance is small,
possibly even negligible. We believe that the motivational factors that predispose children and
adults to engage in deliberate practice are more likely to predict individual differences in levels of
attained expert performance.” (Ericsson & Lehmann, 1996, p. 281) – Todas as traduções
presentes neste documento foram realizadas pela autora.

55
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

qualidade e dando-lhes a possibilidade de ter um espaço onde possam praticar de forma


tranquila e sem perturbações externas.
Durante o percurso dos filhos na música, os pais tendem ainda a participar nos
momentos de estudo dos seus filhos. Numa fase inicial, são os principais responsáveis
por responsabilizar os seus filhos, ajudando-os, muitas vezes, a transitar de uma prática
informal para uma prática formal (conceito que abordaremos no capítulo 3.5) (Ericsson,
Krampe, & Tesch-Romer, 1993, p. 370). Se por um lado procuram motivá-los à prática,
supervisionando a quantidade de tempo que o filho dedica ao instrumento, por outro
parecem ter um bom entendimento da personalidade dos seus filhos, o que lhes permite
motivá-los e mantê-los dedicados às aulas de instrumento (Lehmann, 1997, p. 177).
Enumero mais algumas características de ambientes familiares nos quais
cresceram músicos de elite (Manturzewska, 1995, p. 15):

• Atitude dos pais centrada na criança com ênfase na educação musical da


mesma;
• Pelo menos uma pessoa da família com expectativas positivas em relação ao
potencial da criança;
• Música valorizada no seio da vida familiar;
• Seleção dos professores cuidada e preocupação na monitorização do
desenvolvimento da criança;
• Ênfase na alegria de fazer música e não no fazer da música profissão.

3.3 O tempo de prática

Até este ponto, já abordamos a influência da genética, do ambiente, das idades


de início de instrução do instrumento e do papel parental, não tendo ainda refletido sobre
a questão do tempo dedicado ao estudo do instrumento. Sloboda et al., no artigo The
Role of Practice in the Development of Performing Musicians (1996), estudaram cinco
grupos de estudantes de música, organizando-os de acordo com o sucesso obtido nesta
área. Ficou provado que o grupo 1 (aquele com maior aproveitamento na área) tinha em
média acumulado mais horas de prática nas várias faixas etárias em comparação com
os restantes grupos de pior desempenho no domínio.
Com as evidências supramencionadas, é claro que a prática tem um impacto
enorme na evolução dos músicos, mas quanto tempo de prática será necessário para
atingir um desempenho de excelência? A “Regra dos 10 anos”, abordada pela primeira
vez por Simon e Chase (1973) em relação ao xadrez, dita que para alguém ser
reconhecido numa determinada área precisa, em média, de cerca de 10 anos de

56
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

preparação. Mais tarde, diversos estudos viriam a comprovar a aplicabilidade desta


regra a outros domínios, inclusive à música. Conclui-se assim que,

De acordo com esta regra, nem mesmo os mais talentosos indivíduos


conseguem atingir um nível de performance de reconhecimento
internacional sem aproximadamente 10 anos de preparação; a média
de tempo de preparação da grande maioria dos performers de nível
internacional durou consideravelmente mais.2 (Ericsson & Lehmann,
1996, p. 278)

Apesar da referência dos 10 anos de prática ilustrar bem o esforço que é


necessário para se atingir a excelência, Ericsson, Krampe e Tesch-Romer quiseram ir
mais longe e perceber quantas horas, ao todo, o performer de excelência pratica ao
longo do seu percurso até à idade adulta. Através da recolha de dados biográficos e
depoimentos de violinistas, os investigadores realizaram uma estimativa de quantas
horas um músico de excelência pratica ao longo do seu percurso, fazendo um cálculo
ao tempo que cada músico estudava diariamente nas várias etapas da sua vida. Por
fim, multiplicou essa média de tempo diário pelos restantes dias de cada ano. A
conclusão foi que, em média, os melhores violinistas, com vinte anos de idade, tinham
já arrecadado um total de 10 000 horas de prática (Ericsson, Krampe, & Tesch-Romer,
1993, p. 379)
Estas teorias relativas às horas e anos de prática refutam, mais uma vez, a
primeira tese abordada neste capítulo da autoria de Francis Galton, que reforça a
importância da herança genética em relação ao trabalho e esforço empregues nas mais
variadas áreas. Pelo contrário, esta regra reforça a importância da prática e do tempo
dedicado ao estudo. No entanto, a quantidade de horas por si só não chega para se
atingir à excelência, sendo importante percebermos de que forma o músico poderá tirar
mais proveito das horas que dedica ao seu instrumento.

2
“According to this rule, not even the most “talented” individuals can attain international
performance without approximately 10 years of preparation; the vast majority of international-level
performers have spent considerably longer.” (Ericsson & Lehmann, 1996, p. 278)

57
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

3.4 O tempo em oposição à qualidade da prática

Sloboda et al. estudaram o impacto do tempo dedicado ao instrumento (Sloboda,


Davidson, Howe, & Moore, 1996). Na investigação, convidaram alunos com diferentes
níveis de aproveitamento (organizados por grupos, correspondendo o grupo 1 ao de
alunos com melhor aproveitamento e o 5 aos alunos com mais dificuldades na área) a
preencher um diário de estudo semanalmente durante um ano. Este diário requeria o
registo do tempo dedicado a vários tipos de atividades musicais, tais como prática formal
de repertório, prática formal de técnica (escalas e arpejos), tocar outro tipo de música
por prazer/diversão, prática em grupo (ensaios de orquestra ou música de câmara), aula
de instrumento e, por fim, tempo dedicado a tocar para terceiros (concertos, audições e
exames).
As conclusões foram surpreendentes. No primeiro ano, todos os grupos
praticaram em média 15 a 20 minutos por dia. No entanto, chegado ao quarto ano, o
grupo dos alunos com melhor aproveitamento passou a praticar, em média, 45 minutos
diários (Sloboda, Davidson, Howe, & Moore, 1996, p. 296). Já o grupo 5 manteve o
tempo de estudo à volta dos 15-20 minutos até ao quarto ano de estudo do instrumento.
Também o tempo de aula foi aumentando, sendo que o grupo 1 teve sempre, em média,
aulas de instrumento maiores, quando comparados com os restantes grupos (Sloboda,
Davidson, Howe, & Moore, 1996, p. 298). Os investigadores encontraram ainda uma
correlação positiva entre estas duas variáveis (tempo de prática e duração da aula).
Relativamente à prática em si, foram considerados dois tipos de prática: a formal
e a informal. Por prática informal podemos entender atos tais como brincar com o
instrumento, tocar as músicas preferidas de um livro e improvisar. Já a prática formal
(ou deliberada) exige concentração, esforço e definição de objetivos, não sendo, por
norma, algo prazeroso. Curiosamente, em relação à prática informal, o grupo 1 nunca
foi o que dedicou mais tempo semanal a essa atividade (Sloboda, Davidson, Howe, &
Moore, 1996, p. 301).
O estudo supramencionado da autoria de Sloboda et al. (The role of practise in
the development of performing musicians, 1996) teve por base a investigação de
Ericsson et al. (The Role of Deliberate Practice in the Acquisition of Expert Performance,
1993). Enquanto que o estudo de Sloboda et al. foi aplicado a crianças e adolescentes,
Ericsson et al. estudaram apenas violistas adultos no ensino superior. A população foi
dividida em três grupos, sendo que o primeiro continha apenas alunos avaliados pelos
seus professores como potenciais instrumentistas de excelência no futuro. O segundo
grupo foi constituído por alunos com um bom aproveitamento, não sendo, no entanto,
excecionais. Já no terceiro e último grupo foram incluídos estudantes da área de ensino,

58
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

que apesar de também tocarem violino, não aspiravam à carreira de solista (Ericsson,
Krampe, & Tesch-Romer, 1993, p. 373).
A metodologia foi semelhante e recorreu de igual modo a um diário de estudo.
No entanto, o facto de o segundo estudo mencionado ter sido aplicado a uma população
adulta permitiu que pudesse haver outro tipo de ferramentas, tal como questionários,
que permitissem perceber que tipo de prática relacionada com a música os diferentes
grupos consideravam mais relevante para a sua evolução enquanto intérpretes. Neste
questionário, 27 dos 30 violinistas inquiridos consideraram o ato de “praticar sozinho”
como sendo o mais importante. Já o ato de “tocar por diversão”, obteve uma pontuação
muito mais baixa. Os inquiridos foram ainda questionados sobre que atividades do dia-
-a-dia (ex.: praticar desporto, lazer, tomar conta dos filhos, fazer compras, entre outras)
ajudavam a melhorar a performance. Das 10 atividades, “dormir” foi a atividade que teve
uma cotação mais elevada (Ericsson, Krampe, & Tesch-Romer, 1993, p. 375)
Mediante estes dados, facilmente se conclui que o tipo de prática que maior
impacto tem na evolução dos músicos é, sem dúvida, a formal ou deliberada, que
abordaremos de seguida.

3.5 Prática deliberada ou formal

O conceito de prática deliberada foi pela primeira vez proposto por Ericsson et
al. (1993). Nesta investigação, os autores procuraram encontrar uma correlação direta
entre a prática e a performance de excelência. É importante referir que este tipo de
prática está associado a esforço, não é considerado prazeroso e tem por único objetivo
o melhoramento da performance. Neste artigo, os investigadores chegam a comparar a
prática deliberada com outras atividades do domínio da música, tais como tocar ou
trabalhar, para um melhor entendimento sobre as suas características e tudo o que
acarreta.

Consideremos três tipos genéricos de atividade, mais concretamente


trabalhar, tocar e a prática deliberada. Trabalhar inclui a performance
em público, competições, serviços a troca de pagamento e outras
atividades motivadas diretamente por fatores externos. Tocar inclui
atividades que não têm um objetivo específico e que são
inerentemente prazerosas. (…) Em contraste com tocar, a prática
deliberada é uma atividade altamente estruturada, cujo objetivo
explícito é o melhoramento da performance. Tarefas específicas são
inventadas para ultrapassar fraquezas e a performance é

59
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

cuidadosamente monitorizada para fornecer pistas para melhorar


ainda mais. Nós defendemos que a prática deliberada requer esforço
e não é inerentemente prazerosa. Os indivíduos são motivados a
praticar devido ao melhoramento da performance. Em adição, a
prática deliberada não gera recompensas monetárias imediatas,
gerando antes custos associados ao acesso a professores e espaços
onde é possível realizá-la.3 (Ericsson, Krampe, & Tesch-Romer, 1993,
p. 368)

Tal como mencionado no último capítulo, a prática deliberada é a atividade mais


influente na evolução do músico. No capítulo 3.2, abordou-se ainda o papel dos pais na
passagem para este tipo de prática, monitorizando o tempo a que se dedicam ao
instrumento e motivando-os para continuar a melhorar. Relativamente a essa perspetiva
motivacional para a prática, se inicialmente os pais têm um papel fundamental, mais
tarde a comparação com os pares em audições e concursos acaba por desempenhar
um papel também muito importante. No entanto, a comparação pode tornar-se perigosa,
podendo levar à desistência (Lehmann, 1997, p. 168).

3.6 Papel do professor na otimização da prática do aluno e


o poder de um feedback de qualidade

Uma das questões principais suscitadas por este relatório é “de que modo é que
podemos, enquanto professores, educar os alunos para a prática tornando-os mais
autónomos e eficientes no seu estudo diário?”. A principal forma de o conseguirmos é
através da transmissão de um feedback relevante ao aluno (Ericsson, Krampe, & Tesch-

3
“Consider three general types of activities, namely, work, play, and deliberate practice.
Work includes public performance, competitions, services rendered for pay, and other activities
directly motivated by external rewards. Play includes activities that have no explicit goal and that
are inherently enjoyable. (…) In contrast to play, deliberate practice is a highly structured activity,
the explicit goal of which is to improve performance. Specific tasks are invented to overcome
weaknesses, and performance is carefully monitored to provide cues for ways to improve it
further. We claim that deliberate practice requires effort and is not inherently enjoyable.
Individuals are motivated to practice because practice improves performance. In addition,
engaging in deliberate practice generates no immediate monetary rewards and generates costs
associated with access to teachers and training environments.” (Lehmann, 1997, p. 168)

60
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Romer, 1993, p. 367). A qualidade destas instruções depende de alguns fatores que
serão enumerados ao longo deste subcapítulo.
Parece-me evidente que o conhecimento pré-existente do aluno terá um
grande impacto na forma como receberá os desafios propostos pelo professor, motivo
pelo qual o docente deverá ter em conta este mesmo conhecimento (Ericsson, Krampe,
& Tesch-Romer, 1993, p. 367) durante o delineamento do plano de prática para a
semana.
Um conceito da Psicologia da Educação que poderá ser transposto para esta
questão é o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) de Vygotsky (1978)
e traduz-se na “distância entre o nível atual de desenvolvimento” de um aluno,
determinado pela resolução de problemas independente, e “o nível potencial de
desenvolvimento”, determinado pela capacidade de resolução de problemas do aluno
quando guiado por um adulto capaz ou em colaboração com pares mais capazes
(Vygotsky, 1978, p. 86).
Quando transposto para o tema da prática de um instrumento musical, o conceito
muda um pouco, uma vez que a ZDP na música não pode ser limitada por aquilo que o
aluno consegue realizar com a ajuda de um adulto ou colega. Pelo contrário, no caso
da música, o aluno tem de ser capaz de realizar a atividade para não incorrer no erro de
sistematizar notas erradas. Assim sendo, a missão do professor deve ser a de explicar
ao aluno o que lhe falta para superar as dificuldades e criar tarefas que o permitam
evoluir para um novo patamar de desenvolvimento. Estas tarefas devem ser
simultaneamente desafiadoras e alcançáveis, para que o aluno não desmotive por falta
ou excesso de dificuldade na concretização das mesmas.
É ainda importante que o feedback seja recebido pelo aluno de forma clara.
Assim sendo, o professor deve ter preocupação com o léxico usado. Esta preocupação
deve ser redobrada em alunos de faixas etárias baixas. Penso ainda que é importante
que as questões a resolver durante a semana de estudo e as estratégias de prática para
atingir determinados objetivos sejam registadas por escrito num caderno do aluno. As
instruções orais podem não ser totalmente memorizadas pelo aluno, havendo uma
maior segurança na transmissão da informação por escrito. Pode parecer pouco
pertinente a inclusão deste ponto, mas conhecendo a realidade do ensino de um
instrumento musical, na maioria das vezes, as informações são transmitidas de forma
oral e poucas vezes registadas pelo aluno ou professor.
Quanto mais precisa for a informação fornecida pelo professor, mais facilmente
o aluno perceberá os problemas que tem de resolver. Assim sendo, o professor deverá
fornecer exemplos e falar aberta e claramente dos objetivos a que o aluno se deve
dedicar semanalmente. Deve ainda dar exercícios específicos para cada componente a

61
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

melhorar, ajudando o aluno na estruturação da sua prática semanal (Barry & Hallam,
2002).
Um erro comum que identifico facilmente a priori e que é referido por Lehman
(1997) é o facto de muitos docentes (penso que a maioria) abordarem os alunos pela
duração da prática e não pelos objetivos de cada sessão de estudo do instrumento. Na
minha ótica, o que está mais correto e tem uma maior probabilidade de melhorar os
resultados obtidos através da prática é o delinear de objetivos e, mais uma vez, ir ao
encontro de um feedback preciso e relevante para o aluno. O professor deve assim
dirigir o discurso para os propósitos a atingir no final da semana ou de cada dia de
estudo e não para o número de horas de prática semanal ou diária.

3.7 O aluno como agente ativo na sua prática – estratégias


de autorregulação

Uma vez que o aluno de instrumento tem, como já referido, apenas uma aula da
disciplina semanalmente e que o restante trabalho é realizado em casa de forma
autónoma, considero que o desenvolvimento de capacidades de autorregulação da
prática no aluno é muito importante.
Vários artigos (Barry & Hallam, 2002; Ericsson, Krampe & Tesch-Romer, 1993;
Ericsson & Lehmann, 1996; Sloboda, Davidson, Howe & Moore, 1996; Lehmann, 1997;
Pedrick, 1998; Hart, 2014) e livros (Klickstein, 2009) têm sido escritos sobre a qualidade
da prática. Barry e Hallam (2002) apresentaram uma lista de questões a ter em conta
na organização do tempo de prática.
Entre as principais noções desta lista, encontramos a convicção de que a prática
distribuída pelo tempo tem um impacto mais positivo na aprendizagem de um
instrumento do que uma prática concentrada. Algo que, aliado a esta questão, poderá
melhorar o desempenho dos alunos de instrumento é a redução de grandes sessões de
prática, uma vez que, segundo os autores, sessões de estudo mais reduzidas são,
geralmente, mais eficazes que sessões mais longas.
Como complemento a estes últimos factos, existe a convicção de que indivíduos
que são mais competentes numa atividade específica conseguem, efetivamente,
praticar essa mesma atividade durante um período de tempo mais longo do que
indivíduos que são menos competentes. Concomitantemente, crianças mais velhas
conseguem praticar durante mais tempo do que crianças mais novas (Barry & Hallam,
2002, p. 153). No entanto, mesmo músicos muito avançados são alvo de fadiga mental
e física e são aconselhados a distribuir a prática pelo tempo.

62
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Relativamente à duração da prática, Barry e Hallam (2002) abordam ainda a


questão das sessões de prática em conjunto. Segundo os autores, as sessões de prática
otimizada tendem a ser mais longas quando nos referimos a atividades de conjunto
(como é o exemplo de ensembles ou orquestras). Este facto é facilmente explicável,
uma vez que, num ensaio de grupo, o indivíduo não está constantemente a tocar,
permitindo-o descansar quando há necessidade de rever uma passagem de um colega
ou até mesmo durante os seus compassos de espera.

Figura 4 - Ficha “Como é que eu pratico” proposta por Hart (2014).

Do ponto de vista da retenção, os autores defendem que as capacidades


desenvolvidas durante um longo período de tempo são melhor retidas do que as
desenvolvidas, em oposição, num curto período de tempo.

63
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Concluímos com uma referência à motivação. Segundo os autores, um maior


nível de motivação permite que se beneficie de uma sessão de prática mais longa e
concentrada do que se se tiver uma motivação mais reduzida.
Nesta lista (Barry & Hallam, 2002), podemos observar conselhos referentes à
gestão do tempo de prática. Já relativamente à qualidade de prática, é importante que
o aluno desenvolva capacidades de metacognição. A “metacognição” é um conceito que
alude à capacidade de refletir sobre a aprendizagem. Por estratégias de metacognição
no estudo do instrumento podemos entender capacidades de planeamento e avaliação
do trabalho desenvolvido durante a sessão de prática. É ainda importante a capacidade
de identificar problemas, assim como a capacidade de encontrar estratégias para os
ultrapassar (Hart, 2014, p. 58).

Figura 5 - Modelo de Ficha de Prática de G. Klickstein (2009).

O planeamento e monitorização das sessões de prática por escrito é algo


bastante aconselhado na literatura. Hart (2014) propõe uma ficha a ser preenchida pelo
aluno ao longo da semana de estudo (ver Figura 4), permitindo ao professor guiar e

64
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

supervisionar o aluno na sua prática (Hart, 2014, p. 60). Apesar de o documento ter sido
criado tendo em conta o papel do professor na monitorização da prática, este pode ser
adaptado e utilizado por alunos com o objetivo da autorregulação.
Já Klickstein (2009) propõe uma ficha a ser preenchida durante cada sessão de
estudo (ver Figura 5). Esta divide o repertório em diferentes categorias, tendo em conta
o nível de maturação do mesmo. Inclui ainda uma categoria dedicada à técnica e outra
à desenvoltura de questões relacionadas com a musicalidade (Klickstein, 2009, p. 8).

4. Plano de Ação
O meu principal objetivo com este Projeto de Intervenção foi auxiliar os alunos
do ensino integrado no desenvolvimento de capacidades de autorregulação na prática
do instrumento. Assim sendo, delineei uma metodologia tendo por base as fichas de
Klickstein (2009) e Hart (2014).

4.1 Estratégias de Ação

A Estratégia de Ação do Plano de Intervenção passou por convidar os alunos do


ensino integrado da Academia de Música de Vilar do Paraíso a preencher fichas
metacognitivas durante as sessões de prática do instrumento. Foi então preparado um
dossier com fichas baseadas nos documentos da autoria de Klickstein e Hart (ver
Figuras 4 e 5). Este foi distribuído pelos alunos na primeira semana do 3º Período, tendo
sido preenchido ao longo do mesmo.

Caracterização do Dossier
O Dossier, intitulado O meu Dossier de Autorregulação do Estudo: estudar
melhor para ser melhor, continha nas primeiras duas páginas uma breve apresentação
do projeto e da autora. Na introdução foram apresentadas instruções de preenchimento
das fichas de autorregulação e algumas dicas para uma prática eficiente.
Seguidamente, continha cinco fichas. Cada uma era destinada a uma semana
diferente do período. Nelas, os alunos puderam incluir objetivos e estratégias para cada
sessão de estudo. Caso tivessem dificuldade em definir ou selecionar objetivos,
poderiam pedir ajuda ao professor de instrumento no final da aula. No entanto, para
dotar os alunos de uma maior autonomia, criei um sistema para auxiliar os alunos na
construção de objetivos e estratégias. A última folha do dossier era destinada a esse
sistema de auxílio bem como a uma tabela na qual os alunos puderam registar os seus
próprios objetivos e estratégias.

65
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Uma vez que os alunos tinham uma hora de sessão de estudo vigiado no horário,
a professora que vigiou o estudo ficou responsável por verificar o preenchimento das
fichas. Caso a ficha estivesse devidamente preenchida, deveria rubricá-la. As fichas
puderam ainda ser rubricadas pelos professores de instrumento dos alunos.
No final do dossier constava um questionário que deveria ser preenchido pelos
alunos e entregue para análise de resultados.
O dossier pode ser consultado em anexo (consultar Anexo I).

4.2 Técnicas de Recolha de dados

No final da experiência, os alunos foram convidados a preencher o questionário


que presente na última página do dossier, destacando-os e entregando-os para análise.
No questionário (consultar Anexo I) foram incluídas perguntas relacionadas com a
quantidade de fichas preenchidas, a performance em aula, a evolução a nível técnico e
a motivação para o estudo.

4.3 Calendarização e Cronograma das Atividades

Data Atividade
Distribuição dos dossiers e
23 de abril – 29 de abril
esclarecimento de dúvidas
Auxílio no preenchimento dos dossiers e
23 de abril – 7 de junho
possíveis esclarecimentos por email
Recolha dos questionários e análise de
A partir de 7 de junho
dados

5. Análise dos resultados


A recolha de dados acabou por se revelar uma dificuldade. Uma vez que não foi
disponibilizado um tempo letivo para o preenchimento dos questionários num 3º período
demasiado curto, os alunos levaram os questionários consigo, esquecendo-se, na sua
grande maioria, de os preencher e entregar até ao final do ano letivo. Foi então enviado
um email para os encarregados de educação, pedindo para preencher os questionários
através da plataforma Google Forms. Foram recolhidas 38 respostas.

66
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

5.1 Caracterização da população inquirida

Relativamente à caracterização da população inquirida, a maioria encontrava-se


no 7º ano (ver Figura 6). Quanto ao sexo, metade dos alunos eram do sexo feminino e
metade do sexo masculino. Já relativamente à idade, a população inquirida encontrava-
-se entre os 12 anos e os 15 anos de idade (ver Figura 7), sendo que a média de idades
dos alunos se encontra nos 13,3 anos de idade. Já as idades de ingresso no instrumento
encontram-se entre os 5 anos e os 11 anos (ver Figura 8), sendo que a média do
ingresso se encontra nos 7,8 anos de idade.

Figura 6 – Gráfico relativo à pergunta “Qual é o teu ano de escolaridade?”

Figura 7 – Gráfico relativo à idade da população inquirida

67
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Figura 8 – Gráfico relativo à idade de ingresso no instrumento dos alunos inquiridos.

A última pergunta relativa à caracterização da população prende-se com a


classificação obtida no final do 2º período à disciplina de instrumento. A maioria dos
alunos teve uma classificação igual ou superior a 4, sendo que apenas 21,1% dos
alunos têm 3. Nenhum aluno inquirido teve uma classificação negativa (Ver Figura 9). A
média das classificações é de 4,2.

Figura 9 – Gráfico relativo às classificações obtidas no segundo período a instrumento.

5.2 Dados relativos ao decorrer da experiência

A primeira questão relacionada com o decorrer da experiência é relativa à


apreciação do projeto. Pergunta-se então aos alunos se gostaram da experiência (ver
Figura 10). De modo geral, os alunos têm um parecer positivo relativo à experiência.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Figura 10 – Gráfico relativo à pergunta “Gostei da Experiência?”

Relativamente à utilidade da experiência, os alunos acabam por se dividir mais.


Na sua maioria, consideram que a experiência se revelou útil para o seu desempenho
no instrumento (ver Figura 11).

Figura 11 – Gráfico relativo à utilidade da experiência para o desempenho no instrumento.

À questão “Porque me esforcei para preencher as fichas?” os alunos


responderam de variadas formas (ver Figura 12). A maioria reforçou que o tinha feito
porque queria “tocar melhor e ser melhor a instrumento”. A opção que menos respostas
obteve (apenas uma) justifica o esforço com a insistência por parte dos pais. Interessa
ainda referir que, entre os “outros motivos” estiveram o facto de querer “participar no
estudo” ou “ajudar na tese”. Outros alunos justificam-se, dizendo que não tiveram tempo,
ou reúnem mais do que uma resposta, tal como um aluno que respondeu “queria ter

69
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

uma boa nota, queria que a audição e a prova de instrumento corressem bem e também
porque quero tocar melhor e ser melhor a instrumento”.

Porque me esforcei para preencher as fichas?


Não me esforcei

13% Porque os meus pais/professores


16%
insistiram
2%
Porque queria ter uma boa nota a
instrumento
16%
Porque queria que a
37% audição/concurso/prova corresse bem

16% Porque quero tocar melhor e ser


melhor a instrumento

Outro motivo

Figura 12 – Gráfico relativo à pergunta “Porque me esforcei para preencher as fichas?”

Relativamente à envolvência de pais e professores, 55,3% dos inquiridos dizem


que esta tendência se verificou. Já 44,7% respondem negativamente (ver Figura 13).

Figura 13 – Gráfico relativo ao envolvimento de pais e professores na experiência.

Já do ponto de vista do auxílio, apenas 28,9% dos alunos dizem ter pedido ajuda
a pais/professores para preencher as fichas (ver Figura 14).
Quanto ao número de fichas preenchidas, houve uma percentagem de 23,7%
que optou por não preencher qualquer ficha (ver Figura 15). Já 5,3% preencheram as 5
fichas sugeridas. A moda foi o valor de 3 fichas.

70
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Figura 14 – Gráfico relativo à questão “Pediste alguma vez ajuda aos teus pais ou
professores para te ajudarem a definir um plano semanal ou estratégias?

Figura 15 – Gráfico relativo ao número de fichas preenchidas.

5.3 Hábitos de estudo antes e depois do projeto de


intervenção

A esta secção do questionário responderam apenas alunos que tinham


preenchido entre 3 a 5 fichas, pelo que a amostra foi de apenas 18 alunos.

71
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Figura 16 – Gráfico relativo à monitorização do tempo de estudo.

As primeiras perguntas referentes ao “antes e depois da experiência” foram


endereçadas à monitorização do tempo de estudo (ver Figura 16). Estas são as únicas
perguntas nas quais não se verificaram alterações entre o “antes” e o “depois” do
projeto, pelo que apresento apenas um dos gráficos.
Relativamente à qualidade do tempo de estudo semanal, os alunos avaliaram o
antes e depois do projeto de intervenção (ver Figura 17). Através da observação do
gráfico, constata-se que, na opinião dos alunos, se verificou uma melhoria.

Figura 17 – Gráfico relativo à avaliação da qualidade do estudo semanal.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

O tempo médio de cada sessão de estudo também aumentou. Os resultados


podem ser verificados consultando a Figura 18.

Tempo médio de cada sessão de estudo (em minutos) antes e depois da


experiência

Figura 18 – Gráficos relativos ao tempo de estudo de cada sessão (em minutos) antes e depois
da experiência.

Relativamente à motivação para o estudo do instrumento, esta também


aumentou (ver Figura 19). O mesmo aconteceu com a motivação para tocar instrumento
(ver Figura 20).

Figura 19 – Gráfico relativo à comparação da motivação para o estudo do instrumento antes e


depois da experiência.

73
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Figura 20 - Gráfico relativo à comparação da motivação para tocar instrumento antes e


depois da experiência.

Também a concentração durante o estudo e a rentabilização do tempo letivo


dedicado ao estudo do instrumento foram avaliadas com uma melhor pontuação no
“depois da experiência” (ver Figuras 21 e 22).

Figura 21 - Gráfico relativo à comparação da evolução semanal no instrumento antes e depois


da experiência.

Figura 22 - Gráfico relativo à comparação da rentabilização do tempo letivo de estudo do


instrumento antes e depois da experiência.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Variáveis como a evolução semanal, o desempenho nas aulas de instrumento e


apresentações públicas também melhoraram (ver Figura 23, 24, e 25).

Figura 23 – Gráfico relativo à comparação da concentração durante o estudo do


instrumento antes e depois da experiência.

Figura 24 - Gráfico relativo à comparação do desempenho nas aulas de instrumento antes e


depois da experiência.

Figura 25 - Gráfico relativo à comparação do desempenho nas apresentações públicas antes e


depois da experiência.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Quanto ao número de dias semanais nos quais os alunos praticam, verifica-se


também um aumento, sendo que a moda, depois da experiência foi de 6 dias, não
existindo nenhum aluno que estude 7 dias por semana (ver Figura 26).

Figura 26 - Gráfico relativo à comparação do número de dias de estudo semanal antes e depois da
experiência.

Por fim, a última questão relaciona-se com as aprendizagens retiradas da


experiência (ver Figura 27). Cada aluno podia selecionar mais do que uma opção. A
opção “capacidade de definir objetivos” foi a mais votada, seguida da “capacidade de
encontrar estratégias (resolução de problemas)”. A “gestão do tempo” e “capacidade de
autoavaliação” foram as menos selecionadas, tendo recolhido o mesmo número de
votos.

Figura 27 - Gráfico relativo às aprendizagens retiradas da experiência.

76
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

5.4 Hábitos de estudo gerais

Esta última secção do estudo foi preenchida apenas pelos alunos que
preencheram entre zero e duas fichas, pelo que a amostra foi de 20 alunos no total.
A primeira questão relacionou-se com o porquê de não ter havido maior
envolvimento na experiência (ver Figura 28). 40% dos alunos justifica a falta de
envolvimento com o excesso de trabalhos. Já 30% diz considerar que já estuda
suficientemente bem. Nenhum aluno considerou que a experiência não teria impacto no
aproveitamento. No entanto, 20% dos alunos diz não se ter sentido motivado para
participar e 5% alega não gostar do instrumento. Apenas 1 aluno respondeu “outro
motivo”, escrevendo que, para além de considerar que já estuda suficientemente bem,
não teve tempo.

Não me envolvi tanto na experiência porque...


Achei que não ia ter impacto no meu
5% aproveitamento
Acho que já estudo suficientemente
30% bem
Não me senti motivado
40%

Não gosto do meu instrumento e nunca


me apetece tocar
20%
Tive muitos trabalhos e não tive tempo
5% para estudar/preencher as fichas
Outro motivo
Figura 28 – Gráfico relativo ao motivo para não ter havido envolvimento na experiência.

Quanto à monitorização do tempo de estudo (ver Figura 29), apenas um aluno


respondeu que são os pais que o monitorizam exclusivamente.

Figura 29 – Gráfico relativo à monitorização do tempo de estudo do instrumento.

77
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Quanto ao tempo médio de cada sessão de estudo, encontram-se entre os 10 e


os 60 minutos, sendo que a média é de 39 minutos (ver Figura 30).

Figura 30 – Gráfico relativo ao tempo de estudo de cada sessão (em minutos)

Quanto à qualidade do tempo de estudo semanal, estes alunos classificam-na,


na sua maioria, como média-baixa. Apenas 10 % avaliam o seu estudo com uma
classificação de 5 valores.

Figura 31 - Gráfico relativo à avaliação da qualidade do estudo semanal.

Já a avaliação da motivação tem um resultado superior, sendo que a maioria


considera ter uma motivação entre 4 e 5 valores (ver Figura 32).

78
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Figura 32 - Gráfico relativo à motivação para o estudo do instrumento.

A motivação aumenta quando trocamos a palavra “estudar” por simplesmente


“tocar” (ver Figura 33).

Figura 33 - Gráfico relativo à motivação para tocar instrumento.

Quando abordamos a questão da concentração, as avaliações dos alunos


voltam a baixar (ver Figura 34).

79
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Figura 34 - Gráfico relativo à concentração durante o estudo do instrumento.

Quanto ao número de dias semanais que os alunos dedicam ao estudo,


contrariamente aos alunos que mais participaram no estudo, verificamos que existem
alunos a estudar todos os dias da semana (ver Figura 35).

Figura 35 - Gráfico relativo ao número de dias, por semana, de estudo.

Analisamos agora a variável da “evolução”, quer na aula de instrumento (ver


Figura 36), quer ao longo da semana de estudo (ver Figura 37). A maioria dos alunos
considera que evolui de forma mais significativa durante a aula do que durante a
semana, pelo que concluímos que a orientação do professor é algo bastante importante
no progresso de um aluno.

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Figura 36 – Gráfico relativo à evolução durante a aula de instrumento.

Figura 37 – Gráfio relativo à evolução semanal no instrumento.

Quanto ao desempenho nas aulas de instrumento, os alunos consideram-na


superior quando comparado com o desempenho nas provas, audições e concertos (ver
Figuras 38 e 39).

Figura 38 – Gráfico relativo ao desempenho nas aulas de instrumento

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Figura 39 - Gráfico relativo ao desempenho nas apresentações públicas.

6. Conclusão
Os resultados obtidos durante a implementação do projeto de intervenção foram,
de modo geral, ao encontro das minhas expectativas. Se por um lado, os alunos que
mais se envolveram na experiência reconheceram a sua utilidade, os que menos se
envolveram justificaram-se com excesso de trabalho e falta de tempo. Houve ainda
casos de alunos que, achando que já estudavam “suficientemente bem”, optaram por
não preencher o seu Dossier. Tudo tem que ver, na minha opinião, com uma questão
de perceção de saliências e definição de prioridades.
A nível nacional, nas várias instituições de Ensino Artístico Especializado,
podemos constatar que encontramos muito mais alunos no básico que no ensino
secundário. O caso específico da Academia de Música de Vilar do Paraíso não é
diferente. Muitos alunos do Ensino Integrado realizam a sua formação até ao 9º ano e
na sua maioria optam por não prosseguir estudos no ensino secundário. O facto de
estes alunos não verem a música como uma prioridade é algo que, enquanto
professores, devemos respeitar.
Algo que pode ainda ter tido um impacto negativo no envolvimento na
experiência foi a altura do ano em que foi implementada. O projeto realizou-se durante
todo o terceiro período, período este bastante curto e muito trabalhoso no âmbito do
ensino geral, principalmente para os 8os e 9os anos que tiveram provas de aferição e
exames nacionais. Em conversa com os pais dos alunos destes anos de escolaridade
da classe de flautas, tive a perceção de que este tipo de provas se traduz em grandes
níveis de pressão e ansiedade nos alunos, que acabam por pôr o instrumento de parte
nestas fases do ano.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Quanto aos alunos participantes, os resultados foram bastante positivos. De


modo geral, os alunos sentiram-se mais motivados a estudar instrumento, aumentando
o número de dias dedicados à prática e o tempo de cada sessão de estudo. Os alunos
consideraram ainda que o seu desempenho nas aulas e apresentações públicas
melhorou. Da experiência, retiraram aprendizagens para o seu estudo individual tais
como o “delineamento de objetivos/estratégias”, a “capacidade de autoavaliação” e a
“capacidade de gestão de tempo”.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Conclusão
Este ano letivo traduziu-se num ano de grande partilha e muitas aprendizagens.
Realmente, não há uma receita para se ser um bom professor e cabe-nos a nós
descobrir de que modo podemos chegar ao aluno.
A observação traduziu-se, sem dúvida, numa ferramenta útil nesta procura
contínua, não só devido à aquisição de novas perspetivas sobre o ensino, mas também
devido ao facto de, ao observarmos, nos revermos no papel de docente e refletirmos
sobre a forma como atuamos em sala de aula e sobre o impacto que temos no aluno.
Quanto ao feedback que fui recebendo ao longo das aulas supervisionadas fez-me ter
consciência de aspetos mais específicos do meu modo de interação com o aluno que
me permitiram ganhar uma maior autonomia na escolha de metodologias para
comunicar com o mesmo.
Não é por acaso que, no Projeto Educativo da Academia (Projeto Educativo
AMVP 2018-2021, 2018), as iniciais AMVP (Academia de Música de Vilar do Paraíso)
ganham um duplo sentido de Arte, Motivação, Vinculação e Partilha. Ao longo do meu
percurso enquanto estagiária, tive oportunidade de vivenciar um espírito único dentro
das paredes desta instituição e de perceber o poder que tem o vínculo que se constitui
entre alunos e professores. A participação no EMJ em Neerpelt revelou-se o expoente
mais alto desta máxima, sendo que através da Arte que se fez em conjunto (música e
dança), alunos e professores se Motivaram mutuamente a continuar este processo de
Vinculação com a música e Partilha da mesma.
Do delineamento e implementação do Projeto de Intervenção retirei algumas
aprendizagens. A maior tem que ver com a questão do conceito de “Ensinar a Aprender”
e o fomentar da Autonomia, muitas vezes esquecida por parte de pais e professores.
Em diálogo com os alunos percebi que não estavam à espera de me ouvir dizer que a
experiência “não era de realização obrigatória” ou que “ninguém ia controlar” o que eles
escreveriam no dossier ou quanto tempo eles tinham estudado. O facto de lhes dar uma
ferramenta para usarem autonomamente causou estranheza e estupefação. “Não conta
para nota?”, perguntaram alguns.

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No seguimento desta questão colocada por vários alunos, dei por mim a refletir
que o modo como o ensino está formatado acaba por fazer os alunos incorrer nesta
ideia de que tudo o que fazem tem apenas um fim: a atribuição de uma classificação. A
valorização excessiva dos resultados em detrimento do processo que os leva até ao
sucesso é completamente incompatível com a ideia que lhes pretendi transmitir de que
devemos trabalhar hoje simplesmente para sermos melhores amanhã.
Apesar de não podermos mudar o sistema de ensino português e pôr fim, de um
dia para o outro, a este sistema de classificações, temos enquanto docentes a missão
de mudar a forma como o aluno vê “a nota”. A meu ver, a classificação de final do
período é tida por pais e alunos como “O Objetivo”. No entanto, o principal objetivo devia
ser a aquisição de conhecimentos e competências. Mediante esta mudança de
paradigma, a nota ganha um novo significado, transformando-se num feedback, espelho
que reflete aquele que foi o percurso do aluno ao longo do ano letivo. No dia em que
conseguirmos atingir este objetivo, a escola deixará de ser um local associado à
competição e à ansiedade, tornando-se um espaço mais agradável, acolhedor que
promoverá, acima de tudo, a partilha de conhecimentos e a aquisição de competências
de um modo construtivo e saudável.

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Anexos
Anexo A

Projeto Educativo da AMVP


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Anexo B

Plano Anual de Atividades


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Anexo C

Cronograma das atividades


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Anexo D

Parecer da professora orientadora/supervisora


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Anexo E

Observações e planificações da Aluna A


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Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 1

Local: Academia de Música de Vilar do Paraíso, sala 3.13


Disciplina: Flauta
Regime: Integrado
Horário da aula: quinta-feira, 8:30 - 9:25
Material usado na sala de aula: Flauta, estante, lápis, espelho, tablet com internet,
colunas com boa qualidade sonora, Pneumo-pro.
Conteúdos Programáticos: Método Escuchar, leer & tocar de Matthijs Broers e Jaap
Kastelein.

Caracterização da aluna
Aluna com muita aptidão para a prática musical, bom ouvido e afinação,
frequentou dois anos do curso de Iniciação com o professor de instrumento atual e na
mesma instituição.
Extremamente expressiva e uma líder natural do ponto de vista social, tem
alguns problemas ao nível comportamental, não conseguindo, muitas vezes, manter a
concentração até ao final da aula e respondendo, por vezes, de forma inadequada aos
professores. Os docentes das disciplinas gerais queixavam-se do modo como
destabilizava o ambiente de sala de aula, pelo que, ao longo do ano letivo, foram
tomadas algumas medidas pelo Conselho de Turma. Exemplo disso, foi a nomeação do
professor Joaquim Pereira para acompanhar a aluna numa hora semanal de tutoria.
A relação entre o professor Joaquim e aluna é bastante saudável durante a hora
de tutoria. Já na aula de flauta, a aluna tem tendência a mudar a postura. Geralmente,
queixa-se do estado da sua flauta, alegando que não consegue tocar devido a defeitos
da mesma. Tem dificuldade de leitura, embora considere que a sua disciplina favorita é
a de formação musical.
Ao longo do ano, a aluna foi modificando a sua postura. As medidas
implementadas, bem como o facto de ter sido seguida pelo Serviço de Psicologia da
AMVP, resultaram num melhoramento significativo no comportamento e no
aproveitamento da aluna.

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 27 / 09 / 2018 Aula nº: 1
Professor chega e aluna já está na sala com flauta montada e partitura na estante.
8:30
Professor apresenta-me como sendo uma antiga aluna da escola e professora de

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flauta. De seguida, pede que aluna tire a cabeça da flauta para começar exercício
de sonoridade. Aluna produz som e professor vai dando instruções direcionadas
para a estabilidade/equilíbrio do corpo. De seguida, usa Pneumo-pro, pedindo que
aluna faça girar a ventoinha amarela. Voltam à cabeça da flauta e notam-se
bastantes melhorias. De seguida, montam a flauta e fazem algumas notas longas
no registo médio. Aluna não apresenta quaisquer dificuldades, no entanto a sua
postura não é a melhor, sendo que o professor se vê obrigado a corrigi-la
novamente.
Professor pergunta a aluna se estudou a lição nº1 do método novo. Aluna responde
afirmativamente. Por vezes olha para mim, parecendo não estar totalmente à-
vontade com a minha presença. Professor pede que faça o primeiro exercício (tema
8:47
“Se levanta el telón!”). Aluna realiza-o sem dificuldade, mas mais uma vez com uma
postura incorreta. Professor vai corrigindo-a enquanto toca, levantando-lhe a ponta
da flauta e tocando-lhe nos braços.
Passam para exercício seguinte, de digitação. Aluna realiza-o sem dificuldade
8:51
novamente.
Avançam para exercício seguinte (“Con acompañamiento e solo”). Professor
explica exercício, traduzindo as instruções do mesmo. Aluna tem dificuldade em
8:55 ouvir, querendo começar a tocar o mais rápido possível. Professor pede-lhe que
baixe a flauta e que o ouça com atenção. Aluna obedece. De seguida, professor
põe acompanhamento e aluna realiza o exercício sem dificuldade.
Passam para exercício “La apisonadora”. Professor pergunta qual o compasso à
aluna. Após algum tempo, aluna responde “Ternário”. Professor liga
9:02
acompanhamento e pede que aluna conte “1, 2, 3…” enquanto a canção toca,
dando instruções para enfatizar primeiro tempo.
Professor começa a explicar exercício seguinte, chamando aluna à atenção para
parte em que terá de improvisar (compassos deixados vazios propositadamente)
9:10 com as notas sol, lá e si. Aluna não parece estar a ouvir, então professor pergunta
se está cansada. Abana a cabeça afirmativamente. “Pousa a flauta e vamos relaxar
um bocadinho.” Realizam alongamentos e exercícios de respiração.
Professor pede para aluna pegar de novo no instrumento. Aluna pega na flauta e
professor põe faixa de acompanhamento. Aluna toca e no momento do solo pára a
olhar para o professor. Sorri e diz que tem vergonha. Professor diz “Anda lá!” e
9:15
começa a tocar com aluna. Aluna volta a entrar depois do solo. Professor tem
diálogo com aluna, encorajando-a. De seguida, coloca faixa e pede a aluna que
cante o que ouve, cantando-lhe o baixo do acompanhamento. Aluna continua a

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

sorrir. Professor pede para voltarem a tocar e diz que improvisará com ela. Aluna
realiza exercício, tocando uma nota fora da harmonia e mudando-a com rapidez ao
sentir dissonância, demonstrado o seu bom ouvido. Professor felicita-a.
“Por valles y montañas”. Professor põe a faixa e aluna não entra corretamente.
Professor alerta-a: “Qual é o compasso?”. “Ternário outra vez”, diz aluna. “Faz lá o
9:23 exercício de há pouco”, responde professor. Aluna faz e professor começa a contar
com a aluna, enfatizando o primeiro tempo. Aluna imita acentuação. “Ok, já podes
tocar”; diz professor. Aluna realiza exercício à primeira, sem dificuldade.
Professor diz a aluna que pode arrumar. E pede a aluna que faça último exercício
9:27
da lição (auditivo) em casa, trazendo-lhe a resposta.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 2

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 04 / 10 / 2018 Aula nº: 2
Aluna entra na sala e professor afirma que vão começar com a cabeça da flauta.
8:30 Têm pequena conversa sobre a escola e professor pede que se posicione em frente
a espelho. Começam com exercícios de sonoridade.
Aluna está com dificuldade em manter corpo estável. Professor pede que pouse a
flauta e realiza exercícios de equilíbrio com a aluna, com agenda pousada na
8:37 cabeça da mesma. Aluna parece estar divertida com exercício. Ao tocar com a
cabeça de flauta novamente, mantém-se quieta e equilibrada para que agenda não
caia. Som torna-se mais constante.
Professor pede a aluna que monte flauta. Depois, dá instruções para que este
mantenha os braços para baixo com todos os dedos colocados de forma correta no
instrumento, pressionando todas as chaves. De seguida, dá instruções a aluna para
8:43 que expire todo o ar posicionando a flauta no queixo e tocando uma nota aleatória.
Aluna obedece às instruções em frente ao espelho, repetindo várias vezes. No
entanto, por vezes ri-se do exercício. Quando professor pede que aluna toque no
registo agudo, aluna consegue sem dificuldade.
Devido à postura incorreta da aluna, professor mostra algumas imagens na internet
8:50 que a consciencializam para o que se passa no corpo quando se toca. Aluna parece
compreender.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Professor pede que tire manual da mochila. Aluna tira folha da semana anterior e
mostra exercício que professor pediu para realizar em casa. Professor coloca faixa
8:57 que acompanha exercício para confirmar respostas da aluna. Depois pede a aluna
que cante cada uma das melodias para comparar e de seguida toque. Aluna realiza
exercício sem dificuldade.
Quando professor pede para avançar de exercício, repara que na estante não está
a folha seguinte. Aluna ri-se à gargalhada e diz que as folhas lhe caíram em casa,
9:05
desorganizando-se. Professor ajuda-a a procurar folha perdida. Quando finalmente
encontram, professor pede para aluna organizar restantes folhas em casa.
Aluna realiza primeiro exercício da folha (“Últimas noticias”) com facilidade, então
9:12 professor desafia-a a fazê-lo no registo agudo. Aluna realiza exercício novamente
com facilidade.
Começam exercício seguinte, “Eco Exercise”. Neste exercício, a aluna deve imitar
a gravação, sabendo que apenas tocarão as notas sol, lá e si. Professor pede que
9:15
aluna cante e de seguida repita, tocando. Aluna demonstra ter um bom ouvido,
realizando os exercícios quase à primeira.
Passam para exercício seguinte, com notas novas (fá e mi). Aluna realiza primeiro
exercício sem gravação e professor corrige parte rítmica. De seguida, aluna realiza
exercício com faixa de acompanhamento. Repetem exercício no agudo. Passam
9:20 para exercício seguinte de digitação. Após a sua realização, professor coloca faixa
para fazer exercício seguinte dedicado ao ritmo. Aluna ri-se enquanto realiza
exercício com professor. Professor brinca, dizendo que já está quase no intervalo.
Terminado o exercício pede a aluna que arrume a flauta e marca trabalho de casa.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 3

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 11 / 10 / 2018 Aula nº: 3
Aluna entra e começa a prepara flauta e partituras para a aula. Realizam pequeno
exercício de respiração. Professor pede que aluna deite todo o ar fora e só respire
quando não houver mais ar dentro nos seus pulmões. Pede a aluna que repare
8:30
como respiração se realiza de forma natural, sem que seja necessário “puxar ou
sugar o ar”. Depois, com a flauta, realizam o mesmo exercício. Professor vai dando
instruções tais como “dirigir o ar para a ponta dos pés” ou “espaço dentro da boca”

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

e “ar quente”. Vão descendo no registo da flauta até o ré. Professor felicita aluna
pelo som bonito.
Professor pede a aluna que comece a tocar “Aria” da lição nº2 do seu método. Aluna
começa sem métrica definida e professor interrompe-a, perguntando quantos
tempos tem figura do segundo compasso (uma semibreve). Aluna responde
8:40
corretamente e volta a fazer exercício. Por vezes o som falha devido a sopro
demasiado brusco e professor pede a aluna que trate cada nota “com carinho” como
no exercício anterior. Depois, aluna toca com “play-along”.
Passam para exercício seguinte. Aluna pergunta o que é “traço que une as notas”.
Professor explica que é ligadura de expressão e começa a realizar com aluna
exercícios em que aluna liga notas duas a duas e depois três a três. Começam de
8:52 seguida a tocar o exercício “La ligadura de expresión”. Aluna demonstra dificuldade
em atacar as notas com “Te” quando sabe que vai ter de ligar a nota. Professor
pede a aluna que, sem a flauta, diga a articulação do exercício. Quando volta à
flauta, notam-se melhorias.
Passam para tema “De vacaciones”. Aluna toca mas sem ligaduras que estão
marcadas. Professor alerta e aluna parece aborrecida. Professor pergunta se aluna
está cansada. Aluna responde que sim e professor pede para esta se sentar e
respirar fundo um bocadinho. Questiona aluna sobre escola e têm diálogo
9:00 descontraído. Eu também participo na conversa. No final, professor pede a aluna
que se estique como se se estivesse a espreguiçar e que pegue na flauta para voltar
a tocar. Aluna continua com dificuldades a fazer ligaduras. Professor pede a aluna
que diga ritmo mais uma vez. Depois aluna toca lento, focando-se nas articulações.
Acaba por conseguir tocar com play-along respeitando quase todas as ligaduras.
Passam para tema “Cuatro son demasiados”. Aluna toca passando as pausas à
9:20 frente. Professor solfeja com aluna ritmo e aluna corrige imediatamente ritmo.
Tocam, de seguida, com play-along.
Ouvem faixa de exercício seguinte e professor corrige-o. Aluna tem exercício
9:25 completamente correto. Professor marca trabalho de casa e diz a aluna que pode
então arrumar.

165
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Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 4

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 18 / 10 / 2018 Aula nº: 4
Professor chega e aluna já está pronta para iniciar a aula. Como é costume,
professor pede que aluna se posicione em frente ao espelho com cabeça da flauta.
Fala sobre curvatura do céu da boca, direção do ar, pede que sopre para o dedo
8:30 grande do pé e pede que se lembre do Pneumo-pro, que não trouxe hoje. No final,
trabalha postura da aluna, alertando-a para os “joelhos trancados”. Pede que flita
joelhos ligeiramente, sentindo os pés estáveis no chão. Consegue melhoras no
som.
Aluna monta a flauta e iniciam lição nº3. Professor prepara equipamento de som e
pede que aluna comece a tocar sozinha. Aluna toca sem qualquer tempo definido.
8:45
Professor alerta que notas têm de ser medidas, dando exemplo da música dos
“Parabéns”. Quando põe faixa, aluna toca à primeira.
Exercício do Eco. Aluna pega na flauta de forma descomprometida e adota postura
incorreta. Enquanto está a fazer o exercício, alterna o peso do corpo de uma perna
8:51
para a outra. Professor alerta-a e diz que não pode pegar na flauta de qualquer
forma, uma vez que precisamos do corpo para tocar.
Tema “Patinaje” – aluna tem dificuldade em iniciar exercício, pois não está a sentir
pulsação. Professor pergunta qual o compasso (ternário) e contam até três antes
de começar a tocar. Aluna consegue, mas baralha-se com digitação do arpejo de
8:58
fá maior a meio do tema. Professor sugere que apoie flauta no ombro e tente digitar
posições sem as tocar e a olhar para os seus próprios dedos. Voltam a tocar e não
corre bem.
Professor pergunta se aluna está com dificuldade em se concentrar. Uma vez que
a aluna responde afirmativamente, professor decide realizar pequeno exercício de
9:02 relaxamento. No entanto, aluna interpreta exercício de forma leviana e não obedece
às instruções do professor, rindo-se. Professor chateia-se e insiste para que faça
os exercícios de forma séria.
Após realização de exercícios de relaxamento, professor pede a aluna que avance
de exercício e reparam que a folha na estante não é a seguinte. Aluna acusa mãe
9:05 de ter desorganizado folhas novamente e professor repreende-a devido à
recorrência do sucedido, ameaçando uma conversa com encarregado de educação
caso volte a acontecer.

166
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Ao iniciar o exercício, após encontrar a folha, aluna finge que flauta não funciona.
Professor toca na flauta da aluna para lhe provar que flauta toca. Após algum tempo
a fazer queixa da flauta, aluna acaba por se dirigir à estante, mas não toca.
9:10
Professor pergunta se aluna estudou ao que aluna responde afirmativamente,
culpando a mãe (pela desorganização das folhas) e a flauta que não funciona de
modo apropriado no seu ponto de vista.
Aluna continua sem tocar e acaba por perguntar a professor como é posição do ré
médio. Professor aponta para legenda da folha que ilustra posição dos dedos no ré
médio, demonstrando-lhe como deve interpretar a imagem. Volta a questionar aluna
9:16
sobre estudo e aluna volta a dizer que estudou mas que já não se lembrava do ré.
Volta a fingir que flauta não toca. Professor levanta-se e começa a tocar com aluna.
Nesse momento, a aluna começa finalmente a tocar, mas com uma má postura.
Professor pergunta: “já estás sem paciência para a aula, não é?”. Aluna responde
afirmativamente. Professor marca então trabalho de casa dizendo “Apesar de teres
trabalhado isto, vais ter de trazer de novo” ao que aluna responde “Eu? Eu não
9:20
estudei isso!”. Professor repreende-a, desta vez por ter dito que tinha estudado algo
que não estudou. Aluna nega ter dito alguma vez que estudou, dizendo ao professor
que este percebeu mal o que ela disse.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 5

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 25 / 10 / 2018 Aula nº: 5
Aluna entra na sala e dirige-se ao professor, mostrando-lhe folhas do livro
organizadas. Professor felicita-a com um sorriso. De seguida, professor diz-lhe que
8:30 vão começar com a cabeça da flauta. Durante o exercício, o docente fala sobre a
importância de uma expiração bem realizada para que inspiração seja mais natural,
expirando em “Á”. O som vai melhorando com o decorrer do exercício.
Já com a flauta montada, professor aconselha aluna a procurar sentir o ar em
movimento, comparando o ar a um arco do violino, imitando o gesto que estes
8:40 instrumentistas fazem ao tocar. Quando professor pede para aluna tocar o ré médio
no contexto do exercício, aluna diz não se lembrar da sua posição (professor tinha
explicado na aula anterior, ensinando-a a consultar as legendas presentes no livro).

167
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Começam a ver o tema “A tempo de Vals”, mas aluna demonstra dificuldade e gera-
8:48 se um diálogo sobre o estudo da aluna. Professor lê as notas em voz alta com aluna
e toca várias vezes com ela para que esta o tente acompanhar.
Passam para tema seguinte, “Viaje espacial”. Inicialmente, aluna toca um mi grave
em vez de médio no primeiro compasso. Professor corrige-a e toca com ela, uma
vez que demonstra novamente ter dificuldade na sua execução. Na parte do tema
8:55 destinado à improvisação, professor acaba por tocar sozinho. No final, explica, a
pedido da aluna, que é suposto, naqueles compassos, “brincar com as notas que
estão escritas no enunciado do exercício”. Voltam a repetir, mas mais uma vez
aluna não consegue realizar o exercício.
Passam para tema “Sube y baja”. Devido a dificuldade da aluna na mudança dos
dedos em intervalos de terceira, professor pede que pouse cabeça da flauta no
ombro e digite as posições da flauta olhando para os dedos. Aluna levanta
9:00
demasiado os dedos e docente sugere que esta imagine que tem uns elásticos que
unem os dedos à flauta. Exercício resulta em melhorias significativas. No entanto,
posição do ré médio continua a não ser imediata.
“Liga los sonidos” – aluna toca uma vez sem gravação. Demonstra dificuldades e
toca todas as notas articuladas. Dada a dificuldade, professor pede a aluna que
solfeje as notas. Começa por solfejar com aluna. Quando para de solfejar, aluna
para também e ri-se, criando alguma tensão. Professor pede seriedade e que aluna
se concentre. Nesse momento, o professor Hugo, membro da direção e fundador
9:10
da academia, espreita à porta e pergunta se pode assistir um pouco à aula.
Professor diz que sim e pede a aluna para tocar música que estavam a solfejar.
Aluna concentra-se e toca muito melhor do que estava a tocar desde o início da
aula. Quando aparece o ré médio, aluna põe a dedilhação do dó sustenido e sobe
afinação com embocadura para tentar disfarçar.
Professor Hugo sai da sala e professor e aluna dialogam sobre a sua visita. O
docente alerta a aluna, dizendo que não pode evitar ré médio da maneira que evita
e que percebeu o seu “estratagema” no tema anterior. Aluna ri-se e posteriormente
9:20
diz que aula está a correr mal porque está constipada e que, na aula seguinte que
é dali a duas semanas, a aula correrá de certeza melhor, uma vez que a
constipação já terá passado. Concluem aula com dueto “Brasilia”.
Enquanto aluna arruma instrumento, professor pergunta o que aluna tem para
9:25
melhorar durante semanas seguintes. “Os rés” – responde aluna.

168
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Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 6

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 8 / 11 / 2018 Aula nº: 6
Professor chega a sala e aluna ainda não entrou. Professor avisa aluna que,
sempre que possa, comece a montar a flauta antes de professor chegar. Depois,
diz que trouxe algo novo para lhe mostrar nesta aula: uma flauta alto. Aluna monta
flauta e professor monta flauta alto. Depois, professor explica de forma
8:30 simplificada o que é um instrumento transpositor e mostra a aluna que consegue
tocar as mesmas notas que ela mas com posições diferentes, sendo que o seu
dó é igual a um sol tocado pela aluna. De seguida, professor pede a aluna para
tocar nota longa, usando-a como baixo para improvisar. Aluna reage com
entusiasmo.
Passam para tema “Aria”. Aluna toca uma vez sozinha e uma vez com
acompanhamento. Da segunda vez, demonstra dificuldades ao nível de sentir
tempo da faixa acompanhadora. Professor pede a aluna para dizer tempo
8:38 enquanto põe metrónomo a tocar. Aluna, por vezes, fica desfasada de tempo e,
por isso, falam do papel no maestro na orquestra. Não existindo maestro, neste
caso, aluna tem de seguir acompanhamento. Voltam a tocar até aluna conseguir
manter tempo.
Professor explica ligaduras de expressão a aluna e fazem exercício sobre as
8:44
mesmas proposto no livro.
Professor apercebe-se de que a flauta da aluna está mal alinhada, relembrando
8:52 como a pode alinhar e reiterando a importância de flauta estar bem montada para
a aula.
Passam para exercício seguinte, “De vacaciones”. Aluna toca uma vez e
professor monta a sua flauta. Aluna repara que professor tem duas patas de flauta
8:56 diferentes: uma de si e uma de dó. Questiona professor sobre o porquê de ter
duas peças diferentes e professor explica. De seguida, voltam ao exercício,
primeiro sem faixa acompanhadora e de seguida com play-along.
Passam para tema “Cuatro por Cuatro”. Aluna mostra alguma dificuldade nas
9:04 pausas, não esperando tempo suficiente. Professor pede que marque tempo com
palmas e diga ritmo. Após exercício, aluna toca sem dificuldade.
Realizam exercício de identificação auditiva de compassos. Aluna identifica
9:08 primeiramente compasso ternário e seguidamente compasso binário sem
quaisquer dificuldades.

169
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Passam para exercício “El Blues de la inspiración”. Aluna realiza exercício à


9:12
primeira sem dificuldade.
Passam a exercício de Eco. Começam a realizar exercício, mas professor
interrompe-o uma vez que som da aluna está com demasiado ar. Professor
explica que aluna não está a direcionar perfeitamente ar para a flauta e pede que
9:14 esta se dirija ao espelho dizendo “Ung” a juntar os lábios à frente. Explica que os
seus lábios têm de se aproximar mais da flauta, comparando este gesto ao modo
como aluna realiza exercício. Depois, pede a aluna que diga de forma exagerada
o som “muã” com o mesmo propósito.
Após aluna voltar a tocar, professor alerta-a para o facto de não estar a soprar
com a pressão suficiente para criar um som com qualidade. Pede então que
realize som de carro vibrando os lábios. Depois pede que imite o motor do carro
9:18
a acelerar, vibrando os lábios com maior velocidade e ativando assim os
músculos respiratório e da barriga. Quando a aluna volta a tocar, notam-se
melhorias no som.
9:22 Concluem Eco Exercise.
Passam para tema “Patinaje”. Aluna consegue tocar, mas com algumas
9:25
hesitações. Professor conclui aula.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 7

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 15 / 11 / 2018 Aula nº: 7
Aluna chega, pede desculpa pelo atraso e monta flauta. Quando acaba de montar,
professor sugere que toque uma nota à sua escolha. Aluna toca com uma postura
errada e professor pede que se olhe ao espelho e, por passos, coloque a flauta em
posição. O primeiro passo é, com os braços esticados para baixo, pousar os dedos
nas respetivas chaves da flauta, fechando-a. De seguida, deve subir os antebraços
8:35
mantendo-os paralelos ao corpo, até que a flauta fique ao nível do nosso olhar.
Depois, viramos o rosto para a esquerda, olhando para a cabeça da flauta levamo-
la até nós. Este procedimento evita más posições, como uma posição com as
pernas mal colocadas ou com o pescoço para a frente. De seguida continuam o
aquecimento com exercícios de som.
Passam para a peça “A tiempo de vals”. Aluna tem dificuldade nas passagens para
8:45
o ré médio devido à distância que os seus dedos se encontram da flauta. Professor

170
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

refere-se a “antenas” quando aborda os seus dedos e pede a aluna que os olhe ao
espelho. Aluna diz que não consegue tocar de outra forma e rejeita exercício.
Aluna continua sem conseguir respeitar ritmo da peça, devido a ré médio. Professor
apercebe-se que, para além de distantes, aluna desloca dedos da mão direita para
a direita quando estes não pressionam chaves. É descrito à aluna o seu
8:50 procedimento e professor compara o que acontece a um pianista que desloca o
banco de cada vez que quer tocar no registo grave e agudo. Aluna ri-se com
dramatização do professor e começa a fazer exercício em frente ao espelho,
observando os seus dedos.
Aluna está com dificuldade em conseguir tocar todas as ligaduras de forma correta.
Praticam peça só com o sopro. Entretanto, professor explica a aluna que não está
a estudar com o pormenor necessário e que deve estudar as peças com atenção
9:00 ao maior pormenor, como uma pintura que “vê” ou “observa”, explicando a diferença
entre os dois conceitos (“ver” e “observar”, no qual “observar” implica estar mais
atento ao detalhe). Dão exemplo de paisagem e posteriormente da forma como fui
vestida. Aluna parece gostar mais do segundo exercício.
Aluna já não está a fazer exercício convenientemente. Alterou ritmo do compasso
7 (três semínimas em que a primeira é um ré médio) para uma mínima e duas
colcheias, dando-lhe tempo de tirar dedos da posição que lhe é mais difícil.
9:08 Professor explica que essa solução não é válida e pede que toque com ritmo
correto. Aluna insiste em alterar ritmo e professor diz que só poderá avançar para
exercício seguinte se aluna respeitar partitura. Aluna toca mais algumas vezes com
acompanhamento, mudando sempre o ritmo.
Acabam por avançar para exercício seguinte, “Duduá”. Aluna mantém a mesma
9:15 dificuldade relacionada com distância dos dedos à flauta, mas isso não a impede
de realizar o exercício corretamente, neste caso em concreto.
Passam para faixa 32, “Viaje espacial”. Nesta peça, a aluna levanta o mindinho no
mi médio para antecipar o ré. Professor explica que, no mi, não pode levantar
mindinho direito, mas aluna não muda procedimento, dizendo que não faz
9:20
diferença. Professor mostra ligeira diferença no som e pede que aluna faça posição
convenientemente. No entanto, aluna mantém “antena levantada” durante a
música, facilitando a passagem para o ré médio.
Acabam aula e professor diz a aluna que deve melhorar posicionamento dos dedos
9:25
e automatizar a posição do ré. Avisa ainda de audição no dia 13 de dezembro.

171
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 8

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 22 / 11 / 2018 Aula nº: 8
Aluna chega atrasada e a mancar. Diz ter-se magoado no pé na véspera, durante
aula de Educação Física. Professor puxa cadeira e diz que assim aproveitam para
8:35
trabalhar posicionamento do flautista sentado, explicando que, devido a assimetria,
devemos rodar a cadeira cerca de 45º em relação à estante.
Após professor explicar posicionamento sentado, faz exercício de som com aluna.
De seguida, passam para exercício “Viaje espacial”, que já havia sido abordado na
aula anterior. Após aluna se referir a improvisação como “parte do inventar”, dando-
8:45 lhe uma conotação pejorativa com a entoação com que fala, professor explica que
improvisar não é inventar de qualquer forma, requerendo regras. Aluna percebe
quando professor dá exemplo de improvisação a cozinhar – é possível improvisar
a receita de um bolo, mas alguns ingredientes terão de constar na receita.
Começam a tocar e aluna tem bastante dificuldade na execução devido à forma
exagerada como levanta os dedos que não pressionam as chaves. Tal como na
semana passada, a aluna evita usar o mindinho direito no mi médio para facilitar
8:50
passagem para ré. Passam algum tempo a estudar tema. Aluna consegue cantá-lo
na perfeição com o nome das notas e afinado, mas não consegue passar para a
flauta.
Continuam a estudar e a praticar posicionamento dos dedos na flauta. Professor
pergunta a aluna quantas vezes tocou exercício e aluna responde que só estudou
9:00
duas. Professor diz que assim não conseguirá melhorar, que duas vezes é muito
pouco para uma semana inteira.
Professor percebe que aluna já está saturada e interrompe estudo da peça para
fazer exercício de relaxamento. Primeiramente, massajam pontos de tensão das
mãos e seguidamente alongam os dedos. Depois, professor pede a aluna que
9:08 esfregue as mãos até estas ficarem quentes e que as coloque em posição de
concha por cima dos olhos, sentindo “quentinho” nos olhos. No final do exercício é
como se aluna tivesse ganhado mais energia e vitalidade, tendo um semblante mais
leve e esboçando inclusive um “meio sorriso”.
Após voltar a insistir na “Viaje espacial”, passam para exercício seguinte. Professor
faz questão de dizer a aluna que não esteve bem ao não estudar convenientemente
9:15
exercício. No exercício “Sube y baja”, aluna tem mais facilidade. Mesmo assim,
nota-se a falta de estudo, sendo que a facilidade se prende simplesmente com as

172
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

notas que aparecem que aluna domina melhor. Professor volta a questionar se
estudou. Aluna responde que não e professor diz que novamente terão de estudar
na aula, o que não é correto. Reforça ainda que aluna tem capacidades para evoluir
muito e que não as está a aproveitar nem tão pouco a cumprir com a sua
responsabilidade.
Aluna começa a dizer que flauta não está a tocar, soprando de forma disforme
propositadamente para que flauta não emita som. Professor, aborrecido, diz-lhe que
9:20
todos os presentes na sala tocam flauta e que é fácil perceber que está a fazer de
propósito. Aluna começa a rir-se, mas insiste.
Mediante insistência da aluna no facto de flauta não tocar, professor pede a aluna
para arrumar mas tem diálogo sério com a mesma. Pede-me para avaliar a sua
prestação como se tratasse de uma prova, relembrando-a que a mesma será dali a
duas semanas. Digo que se aluna conseguisse tirar 2 em 5 níveis seria com muita
boa vontade do júri, uma vez que não se esforçou para contornar dificuldades ao
9:23
longo de toda a aula. Aluna, pela primeira vez, parece ter ouvido o que o professor
e eu dissemos, parecendo que a avaliação é algo que teme. Professor reforça que
só lhe dizemos isso porque nos preocupamos com ela, querendo que melhore e
evolua, tirando boas notas. Aluna aceita crítica construtiva e promete estudar mais
para a próxima semana.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 9

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 29 / 11 / 2018 Aula nº: 9
8:35 Aluna chega e diz que se esqueceu de flauta no cacifo. Sai da sala para a ir buscar.
Aluna regressa e monta a flauta calmamente enquanto conta ao professor a sua
8:42
semana.
Aluna está pronta para tocar. Realiza com o professor exercício de posicionamento
da flauta por etapas: dedos todos na flauta a pressionar as chaves, elevar a flauta
8:46 com braços paralelos ao corpo, olhar para cabeça da flauta e levar a flauta até ao
queixo. Depois tocam notas longas a iniciar no si grave e a ir descendo
diatonicamente.
Professor apercebe-se que aluna não está bem. Pergunta-lhe se está tonta e esta
8:50 responde afirmativamente. Descobre que aluna não tomou o pequeno almoço, pede
que esta se sente numa cadeira e procura algo para aluna comer. Ofereço-lhe um

173
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

pacote de bolachas e aluna come enquanto explica ao professor que já saiu de


casa atrasada para as aulas. Professor explica que não pode vir para a escola em
jejum.
Aluna já se sente melhor. Começam a tocar tema “Viaje espacial”. Flauta não está
8:53 estável, rodando e oscilando enquanto aluna está a tocar. Professor chama-a à
atenção para os pontos de apoio.
Professor põe gravação pela primeira vez mas aluna não consegue tocar, tendo
uma postura incorreta do corpo, com a flauta para baixo e os braços e as pernas
“moles”. Professor avisa-a que terá prova na semana seguinte e que teme que as
coisas não estejam bem preparadas. Aluna queixa-se da flauta, dizendo que não
8:57 consegue produzir um som com qualidade com uma flauta como a dela e que
professor tem de dizer aos seus pais para estes lhe comprarem uma flauta nova.
Professor diz que só o fará caso a aluna demonstre mais interesse nas aulas,
argumentando que já tocou na flauta dela e é possível e que aluna só não consegue
tocar porque não está a canalizar energia para esse ato.
Passam para música seguinte, “Sube y baja”. Aluna continua sem conseguir tocar.
9:05 Professor estuda com aluna com o nome das notas, depois toca enquanto ela diz o
nome das notas. Aluna continua com dificuldade em tocar.
Professor pede a aluna que conte até 4, marcando o compasso quaternário, uma
vez que esta não conseguia manter o tempo. Depois discutem tempos fortes e
fracos do compasso, dando o balanço à contagem. Voltam a tocar e aluna tem mais
facilidade a manter tempo. No entanto, mantém postura inadequada com flauta
9:12
caída, e pés sem estarem apoiados no chão (apoiados na parte de fora). Professor
apela à concentração e esforço da aluna. Aluna volta a queixar-se da flauta. Têm
diálogo sobre empenho, prioridades e sobre a prova que acontecerá na semana
seguinte.
Após um discurso mais direto do professor, no qual este afirma que motivo pelo
9:24 qual flauta não toca é só a postura da aluna e não a flauta, aluna posiciona-se
corretamente. Finalmente, consegue tocar com faixa de acompanhamento.
Professor pede a aluna que arrume e escreve um pequeno recado no caderno no
9:26
qual aborda a questão do pequeno-almoço.

174
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 10

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 6 / 12 / 2018 Aula nº: 10
Aluna chega, pede desculpa pelo atraso e começa a montar flauta apressadamente.
8:35 Professor relaxa-a e diz que não precisa de ficar nervosa, terão muito tempo para
realizar a prova.
Professor pede-me para realizar um exercício de relaxamento com a aluna
8:40
enquanto vai procurar encontrar um júri para assistir à prova
Professor regressa. Concluo exercício e professor sugere à aluna ir tocando alguns
dos temas escolhidos para tocar na prova. Aluna não parece ter temas muito
8:43 sólidos. Professor diz-lhe que não vale a pena “chorar sobre leite derramado” e que
agora já não vale a pena estudar. Encoraja-a a dar o seu melhor na prova, mesmo
depois de aluna assumir que não estudou convenientemente.
8:50 Professor de trombone chega e iniciam a prova.
9:03 Concluem prova e pedem a aluna que saia um pouco para discutir classificação.
Aluna é chamada à sala e professor é franco com a mesma. Diz-lhe que não
estudou e que podia ter tido muito melhor prestação se quisesse. Aluna não parece
9:10 preocupada e pergunta se pode sair mais cedo. Professor sorri e diz-lhe que só
trabalharão a peça da audição. Escolhem peça da audição mediante gosto da aluna
e preparação da mesma.
Trabalham a peça da audição devagar e por partes. Aluna parece aborrecida e
professor pergunta-lhe diretamente se quer ter uma boa prestação ou não. Diz-lhe
9:16
ainda que a única prejudicada será ela, pois também não poderá sair mais cedo se
não se focar.
Professor diz a aluna que pode começar a arrumar e que espera que a mesma
9:24 estude mais para a audição do que estudou para a prova. Encoraja-a ainda a fazer
melhor na próxima vez.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 11

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 13 / 12 / 2018 Aula nº: 11

175
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna já está na sala. Professor chega e abordam temática da prova da semana


anterior. Professor diz que correu bem dentro do expectável, mas que aluna tem
8:30
capacidades para muito mais. Aluna sorri abanando a cabeça afirmativamente.
Inicia-se aula com peça da audição.
Professor corrige alinhamento da flauta, tempo e marcação de compasso, visto que
8:40 aluna não está a parar no fim de cada compasso (compasso ternário que aluna
realiza como quaternário).
Após solfejar e tocar várias vezes com a música de acompanhamento, professor
pergunta a aluna se quer simular audição e vai procurar “público”. Dirige-se à sala
8:58 ao lado e traz consigo o professor de trombone e o respetivo aluno. Traz também
duas cadeiras e pede a aluna que saia da sala para entrar novamente. “Público”
bate palmas e inicia-se audição a fingir.
Professores fazem críticas à audição – forma como aluna entra para “palco” e
9:05 agradece, modo como se posiciona e postura corporal. O tema é bem interpretado,
pelo que não há correções a fazer do ponto de vista musical.
Professor dirige-se ao computador e diz a aluna que vão ouvir música, pois o que
havia a trabalhar para audição já está trabalhado. Ouvem várias peças par flauta
solo e flauta e piano tocadas por James Galway e Emmanuel Pahud. Ouvem ainda
9:18
dois andamentos do Carnaval dos Animais, “Volière” e o “Cisne”. Aluna parece
divertida e tece comentários sobre as peças tas como “parece mesmo um pássaro”
ou “é bonito”.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 12

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 03 / 01 / 2019 Aula nº: 12
Exercícios de aquecimento. Iniciam aula 6 do método. Aluna tem dificuldade e
8:30 professor estranha. Ao tocar na flauta da aluna percebe que tem folga nas chaves
da mão direita e é obrigado a interromper a aula para apertar uns parafusos.
Depois de realizar novamente exercício do ré grave, passam para tema “El reggae
de los silencios”. Aluna demonstra bastante dificuldade na leitura. Professor pede
8:50
que aluna tente antecipar a leitura. Aluna confunde dó e mi dos 3º e 4º espaços.
Revêm linhas e espaços para cada nota.
Tocam finalmente tema com faixa acompanhadora mas não corre bem. Professor
9:01
alerta aluna para o facto de estar atrasada no livro, sendo que não está a estudar

176
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

os exercícios que devia para cada aula. Aluna muda rumo do diálogo, perguntando
ao professor o que significam as letras que estão na página seguinte. Professor
explica que A significa “lá”, B significa “si”, etc.
Regressam a tema anterior (“El reggae de los silencios”) e professor pede a aluna
9:08 que execute o movimento de um pêndulo com o braço para sentir melhor o ciclo do
tempo.
9:16 Voltam a solfejar com marcação de compasso.
9:22 Passam para tema “Amanecer”. Professor volta a explicar posição do fá sustenido.
Professor e aluna fazem avaliação da aula. Professor diz-lhe considerar a aula
9:25
negativa e alerta aluna para a necessidade de mudar de atitude e de estudar mais.

Planificação da Aula – Aluna A / Aula nº 13

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 10/01/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 6 do método Escuchar, leer y tocar.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
8:30 - 8:40 | aquecimento do corpo, exercícios de embocadura, respiração e
postura;
8:40 – 9:00 | lição nº 6 do método Escuchar, leer y tocar;
9:00 – 9:05 | alongamentos e exercícios de respiração;
9:05 – 9:25 | continuação de exercícios da lição nº 6.

177
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.

AVALIAÇÃO
Aluna tem dificuldade em manter concentração. Aliada a esta característica, a falta
de estudo e de motivação para tocar dificultam manter uma dinâmica de aula que
permita a evolução.

REFLEXÃO
Dado o facto da aluna ter dificuldade em concentrar-se, foi bom programar uma pausa
de cinco minutos na rotina de aula para realizar alguns exercícios que a ajudem a
tranquilizar.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 14

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 17 / 01 / 2019 Aula nº: 14
Inicio da aula com aquecimento corporal: rodar anca e joelhos, rotação dos braços
8:30 nos diversos sentidos, alongamentos das pernas, pescoço, braços e rotação dos
pulsos.
Professor pergunta a aluna se já sabe linhas e espaços de cor, uma vez que lhe foi
pedido há duas semanas. Professor pergunta a aluna que nota fica na 3ª linha e
8:42
aluna responde “sol”. Quando lhe pergunta em que linha fica clave de sol, aluna
responde 2ª e só aí percebe que é por isso que nota sol fica na 2ª linha.
Leitura do tem “El reggae de los silencios”. Aluna tem ainda dificuldade em manter
8:50 a pulsação durante leitura, por mais lenta que seja. Aluna queixa-se de sono, boceja
constantemente e não parece ter energia.
Professor quebra exercício de leitura e mostra à aluna vídeo com imagens do
9:05 aparelho respiratório em ação. Aluna parece recuperar energia, comentando vídeo
e fazendo perguntas ao professor.
Voltam a exercício de leitura. Após aluna demonstrar alguma falta de empenho e
desconcentração, não fazendo exatamente o que o professor pede, professor
9:10 alerta-a para a importância da disciplina para obter resultados, inclusive no futuro e
na profissão. Uma vez que aluna diz querer ser polícia em adulta, professor fala
nessa questão. Após diálogo, aluna empenha-se e toca melhor.

178
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Professor faz desafio a aluna: ficar 10 segundos em estátua. Aluna tem dificuldade,
rindo-se ao fim de dois segundos. Professor pede que aluna respire fundo e fá-la
9:22
concentrar-se no seu objetivo. Resultados vão melhorando, mas aluna é incapaz
de se manter 10 segundos quieta.

Planificação da Aula – Aluna A / Aula nº 15

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 24/01/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 7 do método Escuchar, leer y tocar.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
8:30 - 8:40 | aquecimento do corpo, exercícios de embocadura, respiração e
postura;
8:40 – 8:55 | Jogo de Imitação seguido de “Eco Exercise” da lição nº 7.
8:55 – 9:05 | Duo rítmico e melódico com palmas e flauta – alternância de papeis.
9:05 – 9:25 | “Ejercicio con notas nuevas”.

RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.

179
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

AVALIAÇÃO
Aluna não está muito motivada para o instrumento e acaba por não se esforçar.
Queixa-se bastante do facto da flauta “não tocar” e de facto a flauta é bastante antiga.
Não conseguiu concluir a maioria dos exercícios com o aproveitamento esperado.

REFLEXÃO
O Exercício com a percussão (palmas) foi o exercício que a aluna executou melhor e
mais gostou de realizar. A parte de flauta do exercício é bastante mais fácil que os
restantes e acabou por funcionar como momento lúdico da aula. Deve-se insistir mais
na questão dos pontos de apoio da flauta, visto que a aluna tende a desleixar-se
nesse campo e penso que este é o principal motivo para justificar a pouca qualidade
do seu som (a flauta não tem estabilidade e mexe demasiado).

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 16

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 31 / 01 / 2019 Aula nº: 16
Iniciam a aula com um aquecimento do corpo. Enquanto realizam exercícios
8:32 professor pergunta sobre estudo semanal e aluna fala sobre trabalhos de casa das
outras disciplinas.
Professor pede para repetirem “Eco Exercise” da aula anterior tal como ficou
8:40 combinado. Aluna parece não ter praticado, não se notando qualquer melhoria
desde a semana anterior.
Professor realiza várias estratégias. Pede a aluna para repetir a cantar, gesticular
sentido das notas com a mão e por vezes diz o nome da primeira nota de cada
8:46
padrão a repetir, mas aluna mantém postura com a flauta baixa e polegar da mão
direita sem contacto com a flauta.
Professor percebe desmotivação da aluna e procura explicar a importância do
exercício que estão a realizar. Aluna mantém olhar baixo e desabafa que preferia
8:52
estudar percussão. Professor pede último esforço e realizam exercício mais uma
vez.
Avançam para tema “Adiós Amigo!”. Nota-se que aluna não trabalhou tema
8:58
devidamente e, após primeira tentativa, professor pede que aluna solfeje.

180
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Ainda estão a trabalhar o tema. Professor pediu solfejo de ritmo, notas, devagar e
9:10 gradualmente mais rápido. Praticou ainda posição do fá sustenido que aluna dizia
já ter esquecido.
Realizam uma pausa para alongar os músculos e dialogar sobre algo que a aluna
9:15
queira contar.
Professor pede para voltarem ao tema. Postura da aluna muda novamente e volta
9:20
a não conseguir tocar.
Professor diz a aluna para arrumar e têm diálogo sobre motivações. Professor
explica à aluna que só conseguirá ter resultados quando aluna os procurar, uma
9:23
vez que sem trabalho e dedicação não vai conseguir evoluir. Aluna percebe e
despede-se do professor com um sorriso, de novo, no rosto.

Planificação da Aula – Aluna A / Aula nº 17

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 07/02/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 7 do método Escuchar leer y tocar.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
8:30 - 8:40 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
8:40 – 8:50 | exercício de som em frente ao espelho.
8:50 – 9:05 | lição nº 7.

181
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

9:05 – 9:10 | visualização de vídeo de Quinteto de Sopros no youtube e diálogo


sobre o papel da música e a música como diálogo
9:10 – 9:25 | lição nº 7.

RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.

AVALIAÇÃO
A aluna não estudou convenientemente nas últimas aulas e esta não foi exceção.

REFLEXÃO
Acaba por se tornar difícil realizar uma planificação que venha a ser respeitada
quando a aluna tem tendência a não estudar, motivo pelo qual optei por não colocar
nomes de exercícios no parâmetro “Desenvolvimento da aula” e procurar ir ao
encontro daquilo que a aluna praticou mais em casa de modo a rentabilizar a aula. A
estratégia do vídeo resultou. Tornou-se um momento de descontração e, quando a
aluna voltou a pegar no instrumento, realizou as tarefas de uma forma mais ativa.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 18

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 14 / 02 / 2019 Aula nº: 18
Aluna chega à aula e monta a flauta. Pede ajuda ao professor para colocar a pata
8:30 da flauta, visto que não está a entrar. Professor tem dificuldade e acaba por perder
algum tempo a fazê-lo.
Iniciam aula com exercício com a cabeça da flauta em frente ao espelho. Professor
8:40 dá instruções para melhorar som da aluna. Aluna consegue som cheio e bonito.
Também o corpo se encontra relaxado e na posição ideal para tocar.
Aluna esqueceu-se do livro. Professor repreende-a (em tom de brincadeira) e vai
8:50 buscar manual ao seu armário. Iniciam aula 7 com exercício de oitavas. Aluna tem
dificuldade em praticamente todo o exercício.
Professor dialoga com aluna sobre o seu estudo semanal. Aluna diz que não
estudou porque exercício “é uma confusão” e pergunta se pode escrever as notas.
8:56
Professor explica o porquê de aluna não o poder fazer e explica exercício com
calma, nota a nota.

182
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna volta a realizar exercício. Questões de emissão estão bastante melhores e o


domínio dos dedos também. Aluna já realiza fá sustenido sem professor a avisar
9:05
previamente e chega a conseguir emitir o ré grave (nota da qual a aluna se queixava
por “não sair”).
Após professor fazer oitavas com a aluna em frente ao espelho para aluna perceber
mudanças de embocadura e realizar exercício cantado de modo a notar as
9:12 mudanças que ocorrem no trato vocal, professor diz a aluna para realizarem
exercício uma última vez. Professor improvisa com aluna enquanto esta toca as
oitavas.
Eco Exercise – Aluna tem dificuldade a imitar a gravação. Professor realiza
exercício cantado e aluna tem dificuldade a afinar a voz. Professor explica a
9:18 importância de trabalhar o ouvido de um músico, perguntando à aluna se primeiro
aprendeu a falar ou a escrever. Aluna percebe e começa a empenhar-se mais no
realizar do mesmo.
Realizam exercício seguinte (“Dúo ritmico y melódico”). Aluna estudou este
9:25
exercício e professor elogia-a.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 19

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 21 / 02 / 2019 Aula nº: 19
Aluna chega e monta flauta. Professor pede-lhe que tire a cabeça da flauta para
8:30
iniciarem exercício de sonoridade em frente ao espelho.
Aluna monta novamente flauta e realizam exercício de oitavas. Aluna inicia
exercício com postural corporal incorreta o que acaba por dificultar a emissão.
8:38
Professor corrige algumas questões posturais e aluna começa a melhorar a
emissão no agudo.
Passam para exercício da lição nº 7 do manual Escuchar leer y tocar que não tinha
sido realizado na aula passada. Aluna queixa-se do exercício devido à leitura que
8:46
lhe é dificultada por ser numa oitava na qual não está tão habituada a ler. Professor
e aluna realizam exercício de leitura.
Professor faz jogo com a aluna treinando a automatização de dizer o nome das
8:52 notas por graus conjuntos a subir e a descer, subindo e descendo a mão. Aluna
diverte-se com jogo.

183
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna continua com dificuldade na leitura. Aliada a esta, surge a dificuldade na


9:00 emissão do som. Professor pede a aluna que canta notas para saber aquilo que
deve ouvir como resposta do instrumento
Aluna consegue tocar exercício melhor. Passam para exercício seguinte “Dúo
9:05 rítmico y melódico”. Tal como na semana anterior, aluna realiza exercício
corretamente à primeira.
Exercício seguinte (“Adiós amigo!”). Neste exercício aluna volta a ter dificuldades
9:12 relacionadas com a leitura e a emissão. Iniciam trabalho de leitura com nome das
notas.
Professor pede a aluna para cantar exercício. Chama-a à atenção para o facto de,
9:20
após a anacruse, o movimento da frase ser descendente por graus conjuntos.
Aluna tenta tocar uma última vez, mas ainda se nota dificuldade em respeitar a
9:25
armação de clave, na leitura e emissão.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 20

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 28 / 02 / 2019 Aula nº: 20
8:30 Iniciam a aula com exercício baseado no vídeo “Breathing Gym”.
Professor pede a aluna para começar a tocar primeira peça que preparou. Aluna
toca a peça “Vitamina C”. Professor pergunta a aluna porque é que a peça tem esse
nome e aluna não percebe onde professor quer chegar. Professor explica que a
letra “C” do título é referente à nota “dó” na terminologia inglesa. Aluna diz que não
8:45 sabia e professor acha estranho, dizendo que pensava que já tinha explicado.
Quando desfolha o livro, encontra explicação no caderno da aluna por escrito.
Professor confronta aluna e a mesma diz que também não precisava de saber isso
para nada. Professor e aluna acabam por ter diálogo sobre a escola e os conteúdos
que a aluna considera que não são importantes.
Aluna toca tema “Vitamina C” e professor grava-a (só registo de áudio) após lhe
8:58
pedir autorização para o fazer.
Professor e aluna ouvem atentamente a gravação e discutem o que poderia estar
9:04
melhor. Aluna tenta corrigir falhas.
Realizam “Eco Exercise” por etapas: ouvir, cantar e encontrar notas com recurso a
9:15
instrumento.

184
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Terminam “Eco Exercise” e marcam trabalho para a semana seguinte. “Passou


9:25
rápido esta aula!”, comenta aluna.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 21

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 07 / 03 / 2019 Aula nº: 21
8:30 Iniciam a aula com exercícios de respiração.
Professor pede a aluna para tocar “Vitamina C”. Aluna está com postura bastante
8:40
positiva face à aula.
Iniciam “Eco Exercise”. Está melhor que na semana seguinte, mas ainda tem
8:47
algumas hesitações, pelo que o professor volta a realizar exercício por etapas.
Passam para exercício seguinte, com si bemol. Professor pede a aluna para baixar
8:58 indicador e aluna não sabe a que dedo professor se refere. Professor explica nome
dos dedos e explica ainda a perspetiva dos números de cada dedo.
Reveem passagem do ré médio em frente ao espelho devido a dificuldade motórica
9:05
da aluna.
Passam para exercício “Atención… Bemoles!” e aluna demonstra bastantes
9:12
dificuldades.
Professor explica exercícios seguintes, no qual aluna deve colocar setas mediante
9:20
altura das notas e leitura rítmica a duas partes.
9:24 Terminam com exercício de oitavas.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 22

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 14 / 03 / 2019 Aula nº: 22
8:30 Aluna chega e monta a flauta contando a sua semana.
8:35 Realizam exercício “Find the diference”, que distingue si bemol do si natural.
Aluna toca tema “As Flat as a Pancake”. Tem dificuldade no ré médio e no si bemol
8:41 devido às posições. Professor põe estante em frente ao espelho e tocam primeira
frase a olhar para o mesmo.

185
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna tem dificuldades em manter o tempo, então professor pede a aluna para
8:47
solfejar e marchar simultaneamente. Professor realiza exercício com aluna.
8:52 Tocam com gravação, mas aluna desiste ao primeiro erro.
Professor pede a aluna para suportar flauta no ombro e olhar para os dedos
8:57
enquanto pratica dedilhações.
Professor pede a aluna para pousar flauta e vai ao armário buscar duas bolas
antisstress e um fife. Professor coloca bolas nas mãos da aluna e pede-lhe para
9:02
equilibrar fife mantendo as bolas na mão. Aluna apreende posicionamento da mão
imaginando bolas, posteriormente na mão.
Professor tenta explicar a aluna pontos de apoio. “Se eu tirar uma perna à estante
9:09 o que é acontece?”, pergunta. “Cai”, responde a aluna. Falam então dos três pontos
de apoio.
Voltam a tocar tema. Notam-se pequenas melhorias. Professor diz a aluna que teve
9:13
uma semana para estudar tema e que não o fez.
9:17 Tocam com gravação
Avançam para “Clapping Duet” (leitura rítmica a duas partes). Professor pede a
aluna para dizer “1, 2, 3, 4” enquanto este realiza exercício. Depois realizam
exercício de mãos separadas. Aluna tem dificuldade e mais uma vez professor
9:20
pergunta se aluna estudou. Aluna começa a dizer que estudou com mãe mas que
a mesma não sabia. Professor interrompe-a, dizendo que aluna é que tem de
estudar e não a mãe. Voltam a realizar exercício e de seguida terminam aula.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 23

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 21 / 03 / 2019 Aula nº: 23
Aluna chega à aula e começa imediatamente a falar da prova. Diz que a prova é
para a semana e que professor não a avisou. Professor explica que prova não é
8:30
importante, e que se tivesse estudado durante as semanas que passaram, não
haveria problema.
Exercício “Una de corcheas”. Aluna não consegue tocar bem tema. Professor toca
8:36
uma vez para aluna enquanto a mesma tenta acompanhar
8:45 Realizam tema a solfejar.
Aluna toca com postura incorreta e professor brinca dizendo “não podes tocar flauta
8:50
da mesma forma que vais ao café”. Seguidamente mostra-lhe imagens retiradas do

186
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

site da flautista Jennifer Cluff que ilustram a importância de uma boa postura para
a performance e respiração.
Aluna volta a tocar e queixa-se que não se lembra de posição do fá sustenido.
9:00 Professor avisa que já lhe tinha explicado e que para além disso tem as legendas
no manual.
Voltam a tocar. Aluna tem dificuldade na emissão e queixa-se da flauta não tocar.
9:08 Professor observa flauta, diz que não está no melhor estado, mas que para os pais
da aluna lhe comprarem uma flauta tem de dar provas que quer mesmo aprender.
Voltam a tocar e aluna não consegue manter tempo. Professor diz-lhe que tem de
9:15
ser mais dinâmica, tirando duas bolas do seu armário e jogando com a aluna.
De seguida, pede à aluna para driblar a bola, solfejando e batendo com a bola no
9:20 chão no primeiro tempo de cada compasso. Aluna tem bastante dificuldade de
coordenação no início, mas de seguida começa a conseguir e a esforçar-se.
Aluna volta a tocar e notam-se bastantes melhorias. Concluem a aula a escolher
9:25
repertório para a prova.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 24

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 28 / 03 / 2019 Aula nº: 24
Aluna chega e monta o instrumento. Professor pergunta a aluna se está preparada
8:30
para a prova e aluna encolhe os ombros, parecendo pouco preocupada.
Após montar a flauta, aluna é convidada a pousar o instrumento e a realizar
8:35
exercício de aquecimento corporal proposto pelo professor.
Professor pergunta a aluna se acha que é importante fazer esse tipo de exercícios
antes de tocar, ao que a aluna responde que acha que não. Professor mostra então
8:38
vídeo de site movewellavoidinjury.com. Aluna vai ouvindo explicação do professor
com atenção.
Professor pede então a aluna que lhe mostre as peças da prova, confirmando no
seu caderno o que marcou para a prova. Apercebe-se que aluna não preparou um
dos exercícios que marcou e questiona aluna. Aluna diz que não viu e professor
8:45
repreende-a, dizendo que já não é a primeira vez e que deve estar mais atenta.
Pede a aluna que toque exercício, antes de chamar professor de trombone para
assistir connosco à prova.

187
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Exercício não está bem, mas aluna não parece estar preocupada. Professor volta
8:50 a dizer que devia ter estudado. Seguidamente, pede-lhe que realize algumas
secções para melhorar exercício em questão
Após trabalhar o exercício com a aluna, professor pergunta se estudou o restante.
Aluna responde afirmativamente, pelo que o professor vai chamar o professor de
9:00 trombone para assistir à prova. O professor traz o seu aluno e pergunta se, a seguir,
podemos assistir à prova do mesmo. Alunos conhecem-se, cumprimentam-se de
forma animada.
Aluna inicia a prova. Nenhum dos exercícios é realizado de forma positiva. Quando
professor lhe volta a perguntar se estudou, aluna diz que sim e que tocou no dia
9:05 anterior todas as músicas. Professores e alunos presentes na sala acabam por ter
diálogo sobre o que é estudar e aluna acaba por perceber que não devia ter
estudado apenas na véspera.
Iniciamos a prova do aluno de trombone, que apesar de ter algumas dificuldades
9:13 decorrentes de um espectro reduzido de autismo, corre bastante bem. Damos os
parabéns a aluno e combinamos discutir as notas no final da aula.
Professor e aluno de trombone saem. Dialogamos então com aluna sobre a sua
prestação em comparação com prestação do aluno de trombone. Professor diz a
aluna que esta tem muitas capacidades, mas que não as aproveita e que assim,
sem trabalhar, não conseguirá evoluir. Aluna olha para chão, queixando-se da flauta
9:15
e que a mesma não toca convenientemente. Professor diz que já falou com os pais
da aluna e que eles só comprarão uma flauta nova quando esta provar que é mesmo
isso que quer, visto que aluna chegou a abordar pais e professor sobre a vontade
de mudar para percussão.
Professor diz a aluna para arrumar e combina com ela a música que tocará na
9:20 audição. Escreve ainda um recado no caderno da aluna para os pais sobre a
prestação da prova e o que a aluna tocará na audição.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 25

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 04 / 04 / 2019 Aula nº: 25
Aquecimento corporal. Professor começa a fazer alguns exercícios com a aluna e
8:30
aluna diz entusiasmada “Fazemos isto no voleibol!”.

188
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Professor fala sobre vídeo que mostrou a aluna na aula de tutoria que mostram as
costelas durante a respiração. Aluna fala empolgada sobre o mesmo e professor
8:36
pede-lhe para me explicar o vídeo enquanto o visualizamos. Aluna compara
costelas flutuantes com “alça do balde” e explica muito bem o vídeo.
Exercício de sonoridade e de posicionamento da flauta. Aluna move a flauta num
eixo horizontal e vertical mantendo apenas o contacto com o queixo. Quando
8:40
encontra o ponto que mais beneficia o seu som, para e procura tocar com o som
mais bonito que conseguir.
Professor pede a aluna que toque a música da audição. Ao contrário do que
aconteceu na prova, tema está muito sólido, ainda que com um ritmo alterado.
8:53
Aluna acaba por corrigir ritmo autonomamente, sem ser necessário professor fazer
correção.
Professor sugere que aluna se coloque em frente ao espelho para praticar mudança
8:58 para posição do ré médio. Aluna levanta demasiado os dedos, prejudicando a
velocidade nas passagens.
Continuam a trabalhar ré médio. Professor pede a aluna que feche os olhos e
9:02
procure sentir os dedos mais próximos da flauta.
Professor vai buscar bola antisstress ao seu armário e pede a aluna que drible a
bola enquanto ouve a música. Bola deve bater no chão no primeiro tempo de cada
compasso. De seguida, professor pede a aluna para fazer o mesmo, mas
9:06
caminhando pela sala. O último desafio é cantar música com o nome das notas
enquanto dribla a bola. Aluna diverte-se na execução do exercício e gera-se um
momento de grande cumplicidade entre professor e aluna
Aluna volta a tocar com grande qualidade a música da audição. Professor elogia-a
e dá-lhe ânimo. Fala ainda sobre a prestação menos boa na prova que originou
9:15
uma nota negativa e diz-lhe que, caso tivesse tido a mesma atitude da aula que
teve na prova, provavelmente conseguiria resultados melhores.
Marcam trabalho de casa para férias. De seguida, professor pede a aluna para
arrumar e escreve recado aos pais novamente, desta vez elogiando a postura da
aluna durante a aula, totalmente oposta à da semana anterior durante a prova.
9:20
Professor despede-se dizendo: “Vemo-nos na audição. Se entretanto não falarmos
mais no assunto, boas férias! E já sabes: se continuares com essa postura, no
terceiro período estou cá para te dar uma boa nota!”.

189
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 26

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 02 / 05 / 2019 Aula nº: 26
Aluna inicia aula nº 11 do manual. Começa por dizer que teve dificuldades porque
não percebia. Professor apercebe-se que dificuldade está na leitura visto que a
8:30
aluna não sabe nomear a primeira nota (lá do registo médio). Praticam a leitura do
tema.
Aluna finalmente começa a tocar, mas volta a surgir dúvida na dedilhação do ré
8:38 agudo. Recorrem a tabela de posições do manual para a descobrir, dando
possibilidade à aluna de ter autonomia para o fazer em casa quando tem dúvidas.
8:42 Professor pede a aluna para tocar com articulação escrita (ligadura).
Aluna volta a ter dúvidas no solfejo. Professor toca tema e pede a aluna para ir
8:50
acompanhando a dizer nome das notas novamente.
Mediante dificuldade da aluna a produzir o som, professor toca em garrafa de vidro
e pergunta o que é importante na produção do som, se os dedos, se a relação da
8:55
embocadura com o orifício. Aluna percebe comparação e estabiliza posição da
flauta em relação ao queixo.
Professor diz a aluna que não estudou convenientemente e que não adianta
9:05 continuarem a insistir no tema se ela pouco o estudou. Avançam para “Echo
Exercise”. Professor coloca gravação e aluna não inicia exercício.
Professor tira gravação e diz “Vamos por partes”. Dá-lhe instruções para tocar lá e
9:06 cantar. Aluna tem dificuldade na emissão devido a postura incorreta. Professor
chama-a à atenção.
Professor pede a aluna para reproduzir cada padrão a cantar e só depois procurar
9:10 notas na flauta. Aluna tem dificuldade em cantar corretamente, obedecendo ao
padrão de subida e descida mas começando numa nota diferente.
Após insistência e algumas ajudas por parte do professor, aluna consegue tocar
9:15
primeiro padrão com gravação.
Aluna com dificuldade a cantar segundo padrão. Quando professor lhe diz a
9:18 primeira noa do mesmo, aluna toca-a novamente com postura incorreta (parte de
fora dos pés como apoio no chão e barriga para a frente).
Professor dirige-se a aluna dizendo que se nota nitidamente que ela não está
habituada a tocar. Pergunta se estudou e diz-lhe que já passou quase um mês
9:22
desde a última aula, devido à interrupção da Páscoa. Professor pergunta a aluna
que nota teve a instrumento. Mediante resposta da aluna, “dois”, professor explica

190
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

que se aluna quer tirar três tem de se esforçar mais. Aluna diz que estudou melhor
música seguinte, então iniciam-na.
Tema seguinte está bastante melhor, sendo que aluna respeita tempo, ritmo, altura
9:25 dos sons, errando apenas na armação de clave (si bemol). Aluna diz que já não se
lembra da posição do si bemol.
Aluna consegue tocar tema todo com pequenos erros. Professor pergunta a aluna
se apresentou primeiros temas da lição do mesmo modo que apresentou o terceiro.
9:30
Aluna diz que não e professor diz-lhe que, assim sendo, terá de os voltar a estudar
para tocar na próxima semana.

Planificação de Aula – Aluna A / Aula nº 27

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 09/05/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 11 do método Escuchar leer y tocar.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
8:30 - 8:40 | exercício técnico em frente ao espelho: foco na correção postural e
proximidade dos dedos à flauta
8:40 – 9:00 | lição nº11
9:00 – 9:10 | pausa para desafio de concentração – cantar enquanto dribla bola
9:10 – 9:25 | continuação de exercícios da lição nº 11

191
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.

AVALIAÇÃO
A aluna continua a ter bastantes dificuldades ao nível da motricidade fina. No entanto,
parece que começa a empenhar-se mais e a preparar-se melhor para as aulas.

REFLEXÃO
Uma vez que a aluna gosta de formação musical, tendo gostado do exercício que o
professor propôs na aula de 4 de abril (o exercício de driblar a bola), decidi repeti-lo
com o intuito de a motivar mais. Deste modo, consegui que a aluna recuperasse
energia, sendo que a segunda parte da aula se tornou mais dinâmica.

Planificação de Aula – Aluna A / Aula nº 28

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 16/05/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 11 do método Escuchar leer y tocar.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
8:30 - 8:40 | preparação do corpo para a performance
8:40 – 8:50 | exercício de notas longas.

192
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

8:50 – 9:05 | lição nº 11 do método Escuchar, leer y tocar.


9:05 – 9:10 | pausa para relaxamento
9:10 – 9:25 | continuação da lição nº 11

RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.

AVALIAÇÃO
Aluna bastante empenhada. Nota-se que estudou durante a última semana e manteve
uma postura correta e interessada durante toda a aula

REFLEXÃO
A aluna reagiu bastante bem aos exercícios propostos durante a aula. À partida,
imaginei que não fosse fácil fazer um exercício de notas longas com a mesma. No
entanto, se encararmos o exercício como um desafio é possível motivar a aluna e
conseguir que realize o exercício empenhadamente e sem perder interesse.
Relativamente à forma de estar da aluna na aula, senti que muitas vezes precisa de
falar e que o melhor a fazer nessas ocasiões é ouvir o que a mesma tem para dizer.
Não foi possível realizar Canon, uma vez que aluna não o tinha preparado de modo
suficientemente sólido. Ainda assim, com a ajuda do professor cooperante foi possível
exemplificar, cantando o tema “Frère Jacques”. Reação da aluna à curta performance
foi positiva.

Planificação de Aula Supervisionada – Aluna A / Aula nº 29

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 23/05/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;

193
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.


- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Conclusão da lição nº 11 do método Escuchar leer y tocar.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
8:30 - 8:35 | aquecimento corporal e exercício de respiração
8:35 – 8:40 | exercício de dedilhação em frente ao espelho
8:40 – 9:00 | lição nº 11 do método Escuchar, leer y tocar.
9:00 – 9:05 | pausa para relaxamento
9:05 – 9:25 | continuação da lição nº 11 e eventual passagem para lição 12

RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.

AVALIAÇÃO
Aluna voltou a surpreender pela positiva. Está mais empenhada durante as aulas e
traz os conteúdos mais bem preparados para a aula.

REFLEXÃO
Nota-se uma grande melhoria no comportamento e na postura da aluna. Parece que
a estratégia de haver uma hora de tutoria semanal com o professor de instrumento
resultou. O que parece ter mudado a aluna foi a relação mais próxima que
estabeleceu com o professor. Também o diálogo mais frequente com os pais da aluna
pareceu ter um impacto positivo na forma como a aluna passou a vir preparada para
a aula: talvez o feedback dado por parte do professor através de recados escritos
tenha auxiliado os pais a ter um acompanhamento de maior qualidade durante o
estudo da aluna.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna A / Aula nº 30

Nome: Aluna A (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 30 / 05 / 2019 Aula nº: 30

194
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Professor chega e diz as aluna que vão aquecer um bocadinho. No entanto, aluna
começa a falar sobre a sua semana e acaba por se gerar um diálogo sobre
8:30
questões como a diferença do outro (e o racismo) e o vício das novas gerações nos
telemóveis. Aluna parece ter esquecido que terá prova.
Iniciam exercício de respiração. Professor pede a aluna que realize sons como
8:38 “zzzzzz” e “vvvvv”, com a mão na barriga e sentindo as vibrações na ponta da língua
e nos lábios.
8:45 Exercício com notas longas. Aluna consegue som cheio e estável.
8:50 Aluna toca tema “Mary Ann”
8:55 Tocam “Canon” e professor corrige posição do ré agudo.
Exercício com si bemol. Professor pede a aluna que faça ligaduras corretamente e
9:02
que use polegar para fazer posição alternativa do si bemol.
9:10 Aluna realiza “Eco Exercise”.
9:15 Iniciamos a prova. Resultados são acima da expectativa.
Pedimos a aluna que saia para discutir o resultado da prova. Chamamos, de
seguida, a aluna para lhe dar os parabéns por ter subido novamente para uma
9:20 positiva. Explicamos-lhe que deve continuar a trabalhar e que, se não estivesse
atrasada no programa, poderia ter tido 4. Aluna fica muito contente e diz que vai
ligar à mãe a dar a boa notícia.

195
Anexo F

Observações e planificações da Aluna B


Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 1

Local: Academia de Música de Vilar do Paraíso, sala 3.13


Professor Cooperante: Joaquim Pereira
Disciplina: Flauta
Regime: Integrado
Horário da aula: quinta-feira, 10h50 - 11h45
Material usado na sala de aula: Flauta, estante, lápis, espelho, tablet com internet,
colunas com boa qualidade sonora, Pneumo-pro.
Conteúdos Programáticos: Escalas marcadas pelo professor, Estudos do caderno nº
1, op. 33 de Köhler, 18 Exercícios ou Estudos de Benoit Berbiguier, peças do livro La
flûte traversière vol. 3 de Isabelle Ory, Le petit ane blanc de Jacques Ibert, Sonata em
Si bemol Maior de J. B. Loiellet de Gant, Concerto em Sol M op. 4 de C. W. Gluck.

Caracterização da aluna
Aluna cujo prosseguimento de estudos na música e na flauta depende de um
exame no final do ano à disciplina. Estuda flauta desde a iniciação musical com o mesmo
professor. Apesar de parecer gostar de música, não é a mais empenhada ao nível do
trabalho em casa, trazendo muitas vezes os conteúdos mal trabalhados para a aula.
Tem ainda algumas dificuldades ao nível teórico e da formação musical, sendo comuns
os problemas de pulsação e leitura. Não tem uma grande autoestima, o que a faz duvidar
bastantes vezes das suas capacidades.
Após a experiência no Festival EMJ em Neerpelt, Bélgica, com o Ensemble de
Flautas, a aluna adotou uma postura mais relaxada nas aulas e acabou por estudar mais
e se superar, subindo inclusivamente a classificação na prova do último período. No
entanto, optou por não prosseguir estudos na música no ensino secundário.

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 27 / 09 / 2018 Aula nº: 1
Aluna chega à aula e cumprimenta-me a mim e ao professor. Professor apresenta-
me e explica que assistirei às suas aulas durante o resto do ano. Aluna diz lembrar-
10:50 se de mim como aluna da academia e relembramos concerto de final de ano da
academia em que tocamos juntas em ensemble de flautas, eu como aluna mais
velha e ela como aluna mais nova.

199
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Professor inicia aula com exercício de som com a cabeça da flauta. Aluna vai
10:54 relaxando o corpo a pedido do professor e fazendo alguns movimentos em frente
ao espelho. Som vai melhorando com as instruções do professor.
Professor pede a aluna que monte a flauta. Aluna toca a escala de Fá M por oitavas
e professor pede a aluna que não tensione a embocadura. Toca-lhe nos braços e
10:58
pede-lhe que “não tranque os joelhos”. Som vai melhorando e aumenta facilidade
a tocar o registo agudo.
Aluna toca escala ligada, articulada, arpejos com inversões e escala cromática.
11:06 Professor pede várias articulações da escala cromática e aluna demonstra alguma
dificuldade.
Professor liga metrónomo e pede a aluna para dizer em “te” as articulações. Aluna
hesita, mas acaba por conseguir. Quando começa a tocar a escala demonstra
11:15
novamente alguma dificuldade. Professor reduz andamento do metrónomo e volta
a pedir a aluna que toque. Aluna volta a hesitar em algumas secções da escala.
Professor pede a aluna que toque apenas a viragem da escala, visto que aluna
11:19 demonstra dificuldade nas posições do registo agudo. Aluna realiza exercício em
frente ao espelho.
Aluna consegue tocar escala cromática melhor e com a articulação pedida pelo
professor. Professor pergunta a aluna se estudou escala de Ré M. Aluna confessa
11:25 que “Não muito bem…”. Professor ri-se e chama aluna à atenção, mas diz-lhe que
então avançará para o estudo. Aluna ri-se e parece ter uma relação bastante
cúmplice com o professor.
Aluna começa a tocar estudo nº 1 de Kohler (op.33, 1º caderno). Articulação não é
realizada convenientemente e professor interrompe-a logo. Corrige essa questão,
11:30
relembrando-a que na semana anterior tinha essa mesma dificuldade, não a tendo
trabalhado. Aluna pratica passagem com articulação correta.
Restante estudo parece bem do ponto de vista técnico, então professor desafia
11:36
aluna a realizar diferenças dinâmicas.
Aluna sugere algumas dinâmicas, mas tem alguma dificuldade a executá-las uma
vez que acaba por se enganar em algumas notas. Professor explica que é normal
11:40 e que é por isso que se pratica. Pede-lhe então que volte a estudar o mesmo estudo
com a nova abordagem, mas que traga na próxima semana o estudo seguinte
preparado.
Realizam primeira leitura à Suite en la mineur de Telemann. Professor pede para
11:43
aluna a estudar melhor para a próxima semana, terminando assim a aula.

200
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 2

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 04 / 10 / 2018 Aula nº: 2
Aluna monta a flauta e inicia a aula com exercício com a cabeça da flauta.
10:50 Experimenta tocar com “Pneumo-pro” e inicialmente não consegue fazer girar
ventoinha amarela. Quando passa para a flauta, as melhorias são evidentes.
Passa para escala de Fá M. Aluna consegue dominar a escala, mas quando
10:58 professor lhe pede outras articulações e ritmos, aluna demonstra algumas
dificuldades.
Professor dialoga com a aluna sobre a importância de nos desafiarmos diariamente
11:05 no estudo em casa. “Se é demasiado fácil, algo está mal!”. Aluna ri-se com frase do
professor e abana com a cabeça de forma afirmativa.
11:12 Arpejos de Fá M e sétima da dominante.
Escala de Ré Menor. Aluna tende a enganar-se na viragem da escala melódica,
11:15
pelo que exercitam essa passagem devagar.
Professor pede diferentes articulações e de seguida arpejo de ré menor. Vai
11:20
fazendo correções relacionadas com a postura da aluna.
Aluna toca estudo nº 2 de Kohler bastante devagar. Professor pede a aluna para
11:26
solfejar com o metrónomo ligado a um andamento lento.
Professor pede a aluna para identificar arpejos dos compassos 1 e 3. Aluna tem
alguma dificuldade, mas com a explicação do professor percebe que é o arpejo de
11:30
Sol M, escala que já tocou. No compasso 3, este arpejo aparece invertido. Tendo
consciência deste padrão, aluna acaba por ter mais facilidade a tocar.
Aluna tem dificuldade em fazer arpejos ligados sem que nota aguda falhe. Professor
11:37 troca cabeça da flauta por pneumo-pro. Quando volta a montar flauta, notam-se
bastantes melhorias.
Professor nota que aluna está a por a cabeça para a frente em direção à flauta,
tencionando o pescoço. Pede-lhe que apanhe o cabelo e toque em frente ao
11:42
espelho. Aluna apercebe-se, no entanto, quando distraída, regressa à primeira
posição. Professor sugere que aluna toque encostada à parede.

201
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 3

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 11 / 10 / 2018 Aula nº: 3
Aluna chega à aula e tira a cabeça da flauta. Professor pede-lhe que toque o que
10:50 quiser, como se estivesse em casa. Aluna parece ter ficado nervosa com a
instrução.
Depois de tocar algumas notas só com a cabeça da flauta em frente ao espelho,
aluna começa a montar instrumento. Professor pergunta a aluna em que pensou
10:56
quando estava a tocar. Aluna responde que “em nada” e inicia-se um diálogo sobre
a importância de definir objetivos na prática diária.
De seguida, aluna começa a tocar escala de Ré M. Toca de forma irregular e
quando se engana continua a tocar. Professor alerta-a mais uma vez e explica que
11:05 é preferível tocar devagar sem errar do que mal e continuar, pois está a criar um
mau hábito. “Tirar um hábito é como tirar um prego da madeira pregando lá outro
prego!” diz o professor. Aluna parece ter percebido e obedece às dicas do professor.
Inicia escala cromática. Escala com muitas irregularidades e erros. Professor e
11:15
aluna trabalham escala devagar, com diversos ritmos e articulações.
Escala de Si menor. Aluna tem dificuldade ao chegar ao aguda e ainda tem dúvidas
nas posições. Professor troca cabeça da flauta da aluna por “Pneumo-pro”. Aluna
11:22
tenta fazer ventoinha amarela girar, mas não tem muita pressão de ar. Professor
exemplifica exercício e, por imitação, aluna acaba por melhorar.
Estudo 2 de Kohler. Aluna toca estudo devagar. Na nota mais aguda de cada arpejo
11:30 (compasso 1 e 3) a aluna tende a articular sem querer. Professor pede-lhe que
repare nesse pormenor e corrija essas pequenas questões de articulação.
Aluna toca Suite en la mineur de Telemann que se encontra no livro La Flute
Traversière de Isabelle Ory. Toca bastante mais lento e com o tempo irregular.
11:40 Professor liga metrónomo e aluna tem dificuldade a acompanhar. “Tens estudado
com metrónomo?”, pergunta o professor. Aluna encolhe os ombros timidamente e
com um sorriso. “Tens de mudar isso”, responde o professor.

202
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 4

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 18 / 10 / 2018 Aula nº: 4
Aluna chega à sala e monta a flauta. Professor pergunta se estudou esta semana.
10:50 Aluna responde afirmativamente. Iniciam a aula com exercício em frente ao espelho
com a cabeça da flauta.
Seguem para exercício de oitavas tendo por base a escala de Ré Maior. Aluna não
11:00 tem qualquer problema de emissão. No entanto, professor corrige-lhe questões
relacionadas com a postura.
Professor pede a aluna para tocar escala de Ré M. Aluna tem dificuldade. Professor
11:05 apela ao seu relaxamento tocando-lhe nos ombros e pedindo-lhe que se
movimente.
Professor corrige algumas questões de afinação. Volta a pedir a aluna que compare
11:09
afinação das oitavas, cante, e que mantenha os pontos de apoio firmes.
Dó sustenido continua com problemas de afinação. Professor pede a aluna que
pouse flauta em cima da mesa e toque segurando apenas na cabeça do
11:14
instrumento. Afinação e emissão melhoram, pelo que concluem que dificuldades
advêm de fragilidades relacionadas com o apoio da flauta.
Passam para arpejo. Aluna com dificuldades nas inversões. Professor pede a aluna
11:20
que pense antes de começar a tocar e aluna melhora bastante.
Escala cromática. Aluna com bastantes dificuldades e hesitações. Professor pede
11:25 a aluna que toque bastante lento. Depois, pede-lhe que estude melhor a escala
cromática, uma vez que não está muito bem preparada.
Passam para estudo nº 2 de Kohler. Aluna demonstra várias fragilidades ao nível
11:32
da leitura e professor opta por lhe pedir que leia marcando o compasso.
Aquando das passagens com uma nota pedal fixa (compassos 2, 4, 10 e 12) aluna
11:38 tem tendência a atrasar e dedos não estão regulares. Professor trabalha com aluna
essa questão em frente ao espelho.
Aluna toca estudo do início ao fim e professor conclui dizendo que deve estudar
11:43
mais na próxima semana.

203
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 5

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 25 / 10 / 2018 Aula nº: 5
Aluna entra e cumprimenta professor. Quando começa a montar instrumento,
professor apercebe-se que a flauta está mal pousada na caixa, alertando-a para os
perigos que isso acarreta, arriscando-se a estragar flauta. Aluna monta flauta e
começam a aquecer com notas brancas. Professor apela a um corpo relaxado.
Realizam um exercício de oitavas e de seguida acrescentam o harmónico seguinte.
Professor pede que aluna segure flauta com mão direita junto à junção da cabeça
10:50
da flauta com o corpo, para que os pontos de apoio não sejam uma barreira à
produção do som. Com a mão esquerda, aluna toca todas as notas entre sol e dó
sustenido, subindo cromaticamente. Notam-se grandes melhoras do som e
professor solta palavras de apoio tais como “Boa!”, “Força!”, “Tu consegues!”. Aluna
termina exercício com um sorriso e grandes melhorias a nível sonoro. Professor
remata: “É apenas uma questão de confiança!”.
Começam escala de Ré Maior. Aluna toca muito bem a escala, com metrónomo a
60 Bpm e em semicolcheias, staccato e legato. Professor pede que pense no
movimento do ar tal como fez no exercício de som. Realizam de seguida o arpejo
11:05
com inversões a três e a quatro. No arpejo de sétima da dominante, aluna
demonstra dificuldades mal professor pede para esta dizer as notas. Não corre bem
e professor alerta aluna. De seguida, aluna toca escala cromática.
Passam para escala de Si menor. Aluna tem dificuldade em manter tempo na
passagem pelo agudo. Professor acompanha-a, mas volta a não correr bem. No
arpejo, aluna realiza fá sustenido agudo com posição normal, sendo que professor
tinha sugerido uma posição auxiliar na aula anterior em que trocava quarto dedo da
11:16
mão direita por terceiro. Professor pergunta a aluna se se lembra do que professor
pediu. Aluna responde afirmativamente, mas diz que não estudou dessa forma.
Professor questiona-a sobre a sua vontade de tocar melhor e pede que estude em
casa tendo em conta os seus conselhos.
Estudo nº 2 de Kohler. Professor pergunta se pode gravar estudo. Gravam parte
inicial e professor pergunta a aluna o que achou da sua própria prestação. Aluna
11:20 tem dificuldade em dizer algo e professor muda a questão para “O que é que esteve
menos bem?”. Aluna sorri, mas continua sem responder concretamente. Professor
pergunta se aluna manteve tempo e se fez articulações escritas, dizendo-lhe que

204
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

se quer melhorar tem de tentar estar atenta ao que pode melhorar. De seguida
ouvem gravação e aluna tem mais facilidade em criticar a sua própria performance.
Selecionam partes problemáticas do estudo e utilizam várias técnicas para tentar
11:35 ultrapassar dificuldades: solfejo devagar, articulação a soprar apenas, tocar mais
lento, etc.
Professor alerta aluna que estão a fazer na aula o que ela devia ter feito em casa,
11:42 dizendo-lhe que os padrões do estudo que vão repetindo ela já tem mecanizado,
faltando temas que vão aparecendo intercalados com tema principal.
Começam a tocar Suite en la mineur de Telemann. Professor trabalha
ornamentações com aluna e aborda questões relacionadas com o tempo que atrasa
11:45
geralmente ao longo do decorrer da peça. Aluna diz que tinham combinado ir ter
aula com pianista acompanhador, mas já não dá tempo.
Passam para peça seguinte, La Bourbonnaise de F. Couperin. Neste tema,
professor tinha pedido para aluna praticar uma oitava acima. No momento de tocar
na oitava superior, aluna tem hesitações e professor pergunta se efetivamente
11:50
praticou como pediu. Aluna diz que praticou pouco e professor responde que foi
pena aluna não ter aproveitado oportunidade para ganhar mais competências no
registo agudo, responsabilizando-a.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 6

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 8 / 11 / 2018 Aula nº: 6
Aluna monta a flauta e professor mostra a flauta alto que está montada e colocada
10:50 no suporte. Falam sobre algumas especificidades do instrumento e professor
improvisa melodia para aluna que sorri com a sua intervenção.
Iniciam aula com pequeno exercício de som no qual professor pede a aluna que
centre o seu “lá”. Aluna toca vários “lás” e não parece mudar nada. Professor pega
na flauta, toca vários “lás” e vai melhorando o som, procurando mais ressonâncias,
10:56 ampliar mais o espaço dentro da boca, entre outras coisas. Depois, pergunta a
aluna – “o meu primeiro lá estava igual ao último?”. Aluna responde que não e
percebe que objetivo do professor é que esta construa o seu som. Ao repetir
exercício, aluna melhora muito a qualidade sonora.
De seguida, realizam exercício com a flauta pousada em cima da mesa. Professor
11:02
pede a aluna que se baixe, aproxime o queixo da flauta e toque um dó sustenido e

205
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

a sua oitava sem segurar no instrumento. Aluna toca e professor pergunta o que
mexeu para aluna conseguir tocar oitava. Aluna responde que mexeu a mandíbula.
De seguida, professor pede a aluna para pegar na flauta e tocar mais oitavas.
Professor fala sobre a importância do desafio no estudo diário, afirmando que se
algo não é desafiante nunca melhoraremos. Depois alia questão do desafio à
11:06
motivação, usando metáfora do surfista, que só volta para o mar porque quer surfar
melhor e ondas maiores. Aluna percebe objetivo do professor e sorri.
Escala de Ré M. Primeiro em staccato e depois em legato. Aluna tem dificuldade
em manter tempo, mesmo com metrónomo ligado. De seguida, fazem inversões
11:08 três a três e quatro a quatro. Professor alerta aluna para posição do ré agudo que
não está a ser realizada corretamente e avisa que já tinha acontecido na aula
passada, o que é ainda mais grave.
Realizam arpejo de sétima da dominante em colcheias com metrónomo a 60 Bpm.
11:14 Seguidamente, a escala cromática em semínimas. Aluna continua com dificuldade
em tocar com metrónomo e professor pede para esta “calcar” o metrónomo.
Escala de Si menor. Aluna ainda tem dificuldade nas posições do lá e do si no
registo agudo. Professor repreende-a e pede-lhe que vá ao seu tablet à aplicação
“Flute Finger Charts”. Professor pergunta a aluna se tem aplicação no seu
smartphone e aluna responde afirmativamente. No entanto, aluna demonstra
hesitação na procura das posições na aplicação. Professor avisa-a que percebeu
11:19
que aluna não está à-vontade com aplicação e pergunta quantas vezes aluna a
usou. Esta responde que não usou nenhuma vez. Professor começa a ficar
aborrecido e pede-me que mostre a aluna as grelhas de observação e há quanto
tempo a aluna tem realizado as mesmas escalas. Aluna sorri durante a repreensão
do professor.
Passam para arpejo. Aluna toca fá sustenido agudo com posição normal. Professor
refere o facto de já lhe ter pedido para fazer a posição auxiliar para facilitar
dedilhações e aluna estar constantemente a trazer o arpejo da mesma forma de
11:27
semana para semana. Conclui dizendo “É tua obrigação trabalhar o que eu peço e
não a estás a cumprir”, acabando por afirmar que a conclusão do 5º grau por parte
da aluna depende do seu trabalho.
Passam para estudo 3. Aluna diz que não conseguiu fazer o estudo com a
marcação metronómica marcada na partitura (semínima a 176 Bpm). Professor diz
11:32 que é natural que isso não aconteça e pede a aluna para regular metrónomo para
o tempo a que quer tocar estudo. Aluna começa a tocar com respirações a mais e
professor explica-lhe o efeito que demasiadas respirações mal executadas podem

206
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

ter no nosso corpo, criando ansiedade. Organizam melhor as respirações e aluna


volta a tocar.
Estudo não tem balanço e fraseado, por isso professor pede a aluna que conte até
três (compasso ternário) e balance o corpo com o tempo. Pede que sinta esse
11:36
balanço ao tocar. Professor toca com aluna e esta segue-o. No entanto, quando
professor para, aluna volta a ficar desfasada com metrónomo.
Professor põe metrónomo mais lento. Mesmo assim aluna tem dificuldade, sendo
11:42 que professor para e faz exercício para que aluna interiorize batimento do
metrónomo.
Enquanto aluna arruma, professor faz análise da aula. Conclui que só a escala
cromática melhorou desde a última aula, há duas semanas. No fim elogia aluna e a
11:45 sua postura, que se mantem animada mesmo após uma aula em que só ouve
críticas, e pede que ela melhore a sua concentração tanto no estudo diário como
na aula para que possa concluir o 5º grau sem problemas.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 7

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 15 / 11 / 2018 Aula nº: 7
Iniciam aula com exercício de harmónicos – aluna toca dó grave, depois médio com
10:50 a mesma posição e seguidamente sol médio. Repete procedimento com dó
sustenido, ré e ré sustenido. Procura manter afinação e qualidade de som.
Exercício de oitavas em colcheias, repetindo cada intervalo duas vezes, subindo
cromaticamente. Professor vai corrigindo postura da aluna enquanto esta toca (ao
10:55
levantar polegar esquerdo, aluna levanta cotovelo e professor aborda essa
questão).
Escala de Si bemol Maior – staccato e ligado. Quando toca tudo ligado, aluna tem
11:04
dificuldade em manter tempo e professor corrige, batendo tempo e cantando.
Arpejo de Si bemol maior. Professor nota tensão na aluna e pede que esta procure
sentir conforto ao tocar. Inversões 3 a 3 e 4 a 4 do arpejo. Aluna parece não ter
11:10 estudado inversões. Professor pergunta-lhe se estudou e aluna confirma que não
terá estudado. Professor mostra-se aborrecido e lamenta que aluna “fique sempre
a meio” no seu estudo, não cumprindo com a sua obrigação.
Arpejo de sétima da dominante. Seguidamente, escala cromática – ligadas duas a
11:15
duas e três a três. Escala cromática não corre bem e professor avisa aluna que

207
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

deve estudar mais, pois todas as semanas se vê obrigado a estudar escala na aula
com aluna dada a sua má preparação. Depois, afirma que avaliação contínua vale
70% e que será difícil tirar uma boa nota se continuar a estudar tão pouco quanto
tem estudado. De seguida, pergunta a aluna se lhe falou das páginas 129 e 130 do
livro da autoria de Isabelle Ory que aborda articulações de escalas cromáticas.
Aluna diz que sim, que já falou o ano passado e que até pediu para tirar fotocópia
a essas páginas para andar sempre com elas. Professor pergunta se aluna já o fez.
Mediante resposta negativa, professor pergunta “De quê que estás à espera?”,
reforçando o facto de aluna não estar a cumprir com as suas obrigações na
disciplina de flauta. De seguida dá exemplo daquilo que deve ser uma rotina de
estudo de escalas, assinalando no livro de I. Ory as articulações que pensa serem
mais importantes trabalhar para aluna.
Estudo nº 3 de Kohler (op. 33, livro 1). Aluna apresenta problemas de solfejo de
ritmo e em alguns sítios de notas. Professor começa a tocar com aluna em algumas
partes em que aluna hesita. Aluna não consegue, de modo geral, acompanhar
professor. Professor começa então a estudar com aluna. Pede-lhe que escolha um
tempo no metrónomo. Não conseguindo respeita-lo, aluna dirige-se de novo ao
11:30 metrónomo para reduzir tempo. No entanto, quando começa a tocar, não respeita
tempo, então professor pede-lhe que primeiro escute e interiorize o tempo e só
depois entre, tal como um surfista que entra numa onda. Aluna tem muitas
dificuldades a marcar tempo. Professor dança com aluna, marca tempo com palmas
e de seguida a dizer “ta ta ta” com metrónomo. De seguida, dizem ritmo do estudo
e aluna, aos poucos, começa a conseguir.
Aluna acelera tempo. No entanto, quando começa a tocar, em vez de tocar com o
tempo à semínima, toca com o tempo à semínima com ponto, parecendo,
11:42 auditivamente, que estamos num compasso binário composto, ao invés do ternário
simples. Professor, surpreendido, explica a aluna que não está a sentir tempo
convenientemente novamente, cantando a forma correta.
11:46 Professor toca um pouco do estudo seguinte.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 8

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 22 / 11 / 2018 Aula nº: 8

208
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna chega e professor pede para não montar a flauta – iniciarão com exercício
10:50
com a cabeça da flauta. Professor realiza exercício com aluna de notas longas.
Após dar algumas indicações que ajudam a aluna a manter um som cheio e limpo,
10:54 professor pede a aluna para ir aumentando a pressão do ar de modo a ir surgindo
a oitava aguda.
Montam a flauta. Professor pede a aluna para tocar a escala de Si bemol maior
11:00 staccato e depois ligada. Ao tocar em legato, aluna volta a ter dificuldade em manter
tempo, pelo que professor liga metrónomo.
11:04 Inversões 3 a 3 e 4 a 4. Nota-se evolução desde a semana anterior.
Arpejo de sétima da dominante. Aluna realiza-o sem dificuldade, após alguma
11:07
hesitação inicial.
Escala cromática. Aluna retrai-se no agudo, parecendo ter algumas dúvidas nas
11:12 posições das notas agudas. Realizam última oitava da escala cromática com
diferentes ritmos e variadas vezes.
Aluna continua com algumas dificuldades. Professor volta a reforçar que o trabalho
11:20 acabado de realizar devia ser feito em casa e não na aula. Aluna demonstra
compreensão para com palavras do professor.
Escalas de Sol menor natural, harmónica e melódica. Aluna tem ificuldade na
11:25 emissão do fá sustenido agudo. Professor relembra-a que não o pode tocar com a
chave do polegar esquerdo destinado ao si bemol fechada.
11:32 Arpejo de Sol menor com inversões de 3 a 3 e 4 a 4.
Iniciam “Le Petit Ane Blanc” de Jacques Ibert. É a primeira vez que aluna toca a
11:37 peça e por isso esperava menos segurança. Professor pergunta a aluna se ouviu
peça em casa e aluna responde afirmativamente.
Professor e aluna destacam alguns pontos mais frágeis principalmente ao nível
11:40 rítmico para que a aluna possa trabalhar em casa. Professor dá sugestões de
exercícios, exemplificando-os a tocar com o metrónomo ligado.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 9

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 29 / 11 / 2018 Aula nº: 9
Aluna monta a flauta e fala com o professor sobre prova da próxima semana.
10:50
Professor pergunta se esta estudou para prova, esta responde afirmativamente.

209
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Toca escala de Si bemol Maior de forma regular e com confiança. Professor elogia
aluna e dá-lhe os parabéns. Acrescenta que basta querer tocar bem e empenhar-
se para conseguir alcançar os seus objetivos. Variam na articulação, andamento e
ritmo da escala. Fazem também exercícios de sonoridade com recurso à escala
Arpejo de Si bemol Maior. Aluna mais hesitante do que na escala. Professor dá
reforço positivo: “não duvido que para a semana (dia da prova), vais chegar lá!
11:05 Estás no caminho certo!”. Professor dá ainda indicações relatas à sonoridade: “não
te esqueças de ligar o som ao corpo! Procura a tua ressonância, põe o som na
sala!”. Realiza ainda as inversões do arpejo.
Arpejo de sétima da dominante. Aluna mostra-se intranquila quando começa a tocar
este arpejo. Professor diz-lhe que, se não se sente confiante, o deve estudar mais.
11:12 De seguida, aluna toca escala cromática. Professor pede articulações. Se escala
inicia bem, no final acaba por haver alguns erros. Professor apela à concentração
da aluna até ao final da escala.
11:23 Escalas menores – Sol menor natural, harmónica e melódica.
“Le petit Âne Blanc” de Jacques Ibert. Aluna, receosa, pede desculpa ao professor
e informa-o que se esqueceu da partitura. Professor chama-a à atenção, mas
seguidamente, com um sorriso, desloca-se ao seu armário para ir buscar a sua
11:28
partitura original. Professor toca uma vez com a aluna. Aluna parece bastante mais
segura que na semana passada. No final da performance de todo o andamento,
professor diz-lhe “agora, vais ser tu a liderar!”.
A seguir a tocar mais uma vez, professor recorre ao pneumo-pro. Encaixa na flauta
da aluna e pede-lhe que toque normalmente com aquele aparelho (que não imite
som) focando-se na articulação, uma vez que se sentia o ar disperso nos ataques.
Aluna realiza exercício e seguidamente passa para flauta normal. Notam-se
melhoras significativas na qualidade sonora no staccato. No entanto, ao tentar
11:36
realizar melhorar questão sonora, aluna acaba por cair no exagero e articulação
torna-se tensa e agressiva. Professor explica a aluna que o esforço que esta faz
está a ser inglório, uma vez que a força que está a fazer não se justifica nem
melhora os resultados. Tentam encontrar o meio termo e aluna parece
compreender.
Professor estuda com aluna excerto específico do estudo que aluna tocará na
prova. Tocam numa nota à escolha da aluna o ritmo, seguidamente o ritmo da
11:45
articulação e finalmente dizem nome das notas. Voltam a tocar. Entretanto chega
aluna seguinte e professor termina a aula com diálogo incentivante para a prova.

210
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 10

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 06 / 12 / 2018 Aula nº: 10
Aula dedicada à prova. Assistimos a prova de trombone enquanto aluna aquece.
10:50 Professor dá-lhe reforço positivo, diz que acredita na aluna e pede-lhe que não se
canse antes da prova e para aproveitar para aquecer enquanto nos ausentamos.
11:10 Prova. Aluna nervosa, treme um pouco. Nota-se alguma instabilidade na pulsação.
11:25 Aluna ausenta-se da sala para discutirmos classificação a atribuir.
Aluna regressa. Vem bem-disposta e com um sorriso no rosto. Professor diz-lhe
que não correu muito bem e que tem de aprender a controlar melhor ansiedade
11:30 para não “correr” e descontrolar performance. Praticam peça para a audição. No
final, professor despede-se com um incentivo: “Força! Foca-te no que está para
vir!”.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 11

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 13 / 12 / 2018 Aula nº: 11
Professor aborda temática da prova da semana anterior com aluna. Aluna com
sorriso tímido diz que não correu muito bem e professor diz-lhe que se tem
consciência disso tem de continuar a trabalhar e a esforçar-se. Diz ainda que falta
de concentração é uma das lacunas da aluna e que deve tentar melhorar isso na
10:50
audição. Pergunta ainda se correu bem ensaio com piano para audição. Aluna
responde que não se entendeu muito bem com pianista, pois não conseguia contar
compassos. Professor diz-lhe que foi precisamente isso que pianista lhe disse,
acrescentando que aluna não estava a fazer muitos ritmos corretamente.
Aluna começa a tocar “Le Petit Ane Blanc” e professor pede que comece por dizer
o tempo e contar os compassos em voz alta antes da entrada. Aluna tem dificuldade
10:55 em entrar no tempo que diz antes. Tentam resolver através de exercícios de
marcação de compasso, movimento através do caminhar pela sala no tempo
pretendido dizendo o ritmo.
Professor coloca gravação de James Galway a tocar peça da aluna. De seguida,
11:10
pede-lhe que toque o início com gravação para perceber se percebeu entrada.

211
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna tende a atrasar ao longo da primeira frase devido a dificuldade no staccato,


mas professor diz que já é tarde para conseguir melhorar para audição (que
decorrerá nessa mesma tarde). Pede-lhe então que tente fazer o seu melhor nessa
matéria.
Passam para passagem antes da reexposição do tema no qual aluna tende a
11:22 hesitar, prejudicando o ritmo. Solfejam ritmo novamente com a marcação do
compasso.
Treinam contagem de compassos de espera (a partir de compasso 41). Aluna
11:30
confunde-se devido à mudança de compassos binário para ternário e vice-versa.
Professor pede a aluna que relaxe realizando alguns exercícios de respiração e
11:38 alguns alongamentos sem a flauta. De seguida simulam uma audição, ainda que
sem pianista acompanhador.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 12

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 03 / 01 / 2019 Aula nº: 12
Aluna chega e enquanto monta a flauta conta como correram as férias, confessando
que não estudou muito. Professor brinca chamando-lhe “malandra”, mas depois
muda tom de voz e diz-lhe que falta pouco tempo para o exame de 5º grau ainda
10:50
que lhe pareça que este ainda está longe. Alerta-a para a responsabilidade que tem
e tenta motivá-la para o estudo, dizendo que o recital tem de ser um momento em
que vai usufruir da música e não de tensão e medo por falta de preparação.
Começam exercício com a cabeça da flauta. Professor vai dando instruções
variadas semelhantes a imagens mentais (“sopra para longe”, “ar frio/ar quente”,
10:56
“procura um som envolvente”, “espaço dentro da boca”) e com a postura corporal e
som vai melhorando.
Escala de Lá M. Aluna com dificuldade no agudo, hesitante nas mudanças de notas.
11:00 Realizam exercício lento com metrónomo, diferentes ritmos e articulações. Arpejo
de Lá M com inversões e de sétima da dominante.
Escala cromática. Aluna novamente com dificuldade. Trabalham lentamente.
11:12 Professor alerta aluna dizendo que não podem demorar tanto nas escalas. Escalas
menores ficam para a próxima aula.

212
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Iniciam estudo nº4 de Kohler. Aluna toca num tempo lento mas irregular. Professor
começa a tocar com aluna. Estabilidade do tempo melhora, mas aluna erra algumas
11:20 notas, principalmente devido à troca da tonalidade de Lá m por Lá M (escala que
aluna tocou previamente e que surge posteriormente no estudo). Professor diz-lhe
para ter atenção aos dós e fás sustenidos.
Devido a dificuldade na emissão do registo grave, professor pergunta se acha que
11:26 a sua dificuldade se relaciona com a direção da lâmina de ar ou com a falta de
espaço dentro da boca. Aluna responde com segunda opção e procuram melhorar.
11:30 Professor alerta para destaque da melodia “principal” do estudo e nota pedal.
Professor toca estudo 5 (que aluna deverá começar a estudar) e avisa-a de
algumas coisas às quais deve estar atenta, nomeadamente o facto de o compasso
11:37
ser binário com unidade de tempo de mínima (dois por dois, e não quatro por
quatro).
Iniciam Sonata de J. B. Loiellet de Gant. Professor faz contextualização histórica e
11:39 fala sobre questões de articulação. Escreve algumas articulações na pauta, explica
porquê e pede a aluna para escrever as restantes articulações na partitura.
Tocam juntos. As maiores dificuldades relacionam-se com o manter do tempo.
Professor compara a peça em dueto com o trabalho de equipa no desporto e uma
11:43
corrida de estafetas (passar o testemunho semelhante ao passar do tema entre
vozes).

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 13

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 10 / 01 / 2019 Aula nº: 13
Aluna chega a correr, com a respiração acelerada e ligeiramente atrasada. Antes
de montar a flauta, professor pede que descontraia e realizam rotações da cabeça
10:54 em frente ao espelho. Professor recorre a algumas noções das Técnicas de
Alexander, explicando a aluna quem foi o seu criador e no que se baseia o seu
método.
Exercício de “sintonização” do som com a cabeça da flauta. Professor pede “força
11:06 mínima” ao tocar e lembra o conceito dos “Três Efes (F)” – liberdade (freedom),
fluidez e flexibilidade.

213
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Professor pergunta a aluna se já brincou com avião ou carrinho em criança. Pede-


lhe que faça de conta que o faz, imitando o som do veículo enquanto este se
11:12 desloca. Professor diz que som é como veículo no qual a gasolina é o ar. Ao fazer
o som, aluna é obrigada a manter condução do ar. Professor desafia aluna a manter
a mesma condução enquanto toca flauta.
11:17 Montam flauta e fazem exercício de oitavas.
Escala de Lá maior. Professor pede que aluna procure liberdade do “avião de
brincar” do jogo anterior. Som melhora. Depois pergunta à aluna qual foi o maior
problema. Tendo este sido a questão da coordenação dos dedos, trabalham-na em
frente ao espelho. Professor diz-me que costuma desenhar carinhas nos dedos dos
11:22
alunos mais novos e dizer que as “minhocas” (dedos com caras) se querem ver ao
espelho, comparando as chaves da flauta aos espelhos, de modo a eles
aproximarem os dedos da flauta. Aluna dá gargalhada e diz que se lembra de
professor lhe desenhar caras nos dedos.
Arpejo em staccato, ligado e inversões. Sétima da dominante. Professor pede a
11:30
aluna que toque com “menos força e mais jeito”.
Professor pergunta como está escala cromática. Aluna não responde nem sim nem
não e professor diz-lhe num tom mais elevado de voz “Diz-me com a convicção
11:40 com a qual me dizes o teu nome se to perguntar!”. Aluna responde que não está
muito bem. Toca então apenas o início e professor diz-lhe que a deve melhorar na
semana seguinte.
Fazem revisão a instruções da semana anterior sobre a Sonata de Loiellet de Gant.
Falam ainda da estrutura da Sonata e da alternância entre andamentos rápidos e
11:45 lentos. Marcam algumas dinâmicas na partitura mediante sugestão da aluna.
Professor contrapropõe algumas dinâmicas e simplesmente aceita outras,
explicando o porquê das suas decisões.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 14

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 17 / 01 / 2019 Aula nº: 14
10:50 Visualização de vídeo sobre a respiração.
Escala de Lá M. Aluna toca com bastante dificuldade e professor pede-lhe para
10:57
pousar instrumento. Realizam exercício de aquecimento corporal.

214
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Iniciam escala de Lá M e nota-se uma grande diferença na destreza técnica e na


11:08
sonoridade da aluna. Professor pede várias articulações
11:13 Trabalho motórico em frente ao espelho (dedos próximos da flauta e refulares).
Arpejo, inversões a 3 e a 4. Professor relembra aluna para integrar o seu corpo na
11: 23
performance.
Arpejo de sétima da dominante. Escala de Fá sustenido menor. Professor pede a
11:30 aluna para ativar o corpo novamente: pede que pouse a flauta, corra sem sair do
lugar e seguidamente volte a pegar na flauta, canalizando essa energia para tocar.
Estudo nº 4 de Kohler. Correção de articulação através de solfejo. Professor
relembra como deve ser o processo de estudo: leitura de ritmo, leitura da
11:42 articulação, leitura das notas. Aluna ajuda professor a dizer o processo e professor
alerta-a, dizendo-lhe que sabe muito bem o processo mas que não o aplica.
Realizam solfejo e aluna queixa-se que tem dificuldade a marcar o compasso.
11:54 Aluna toca finalmente estudo, não conseguindo ainda tocá-lo corretamente.

Planificação da Aula – Aluna B / Aula nº 15

Ano/Grau: 5º grau (9º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 24/01/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Lá Maior e Fá sustenido menor, arpejos com inversões, sétima da
dominante e escala cromática. Estudo nº 4 de Kohler. Sonata em Si bemol Maior de
J. B. Loiellet de Gant.

215
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
10:55 - 11:15 | escalas – foco na sonoridade e na articulação.
11:15 – 11:20 | pausa para relaxamento muscular
11:20 – 11:45 | estudo nº 4 de Kohler – foco na articulação e na perspetiva
interpretativa.

RECURSOS E FONTES
Une Simple Flute – vol. 3 de Isabelle Ory

AVALIAÇÃO
Aluna conseguiu evoluir bastante com exercícios que fui propondo. Penso que
muitos dos seus problemas e dificuldades advém de falta de concentração durante a
performance e estudo.

REFLEXÃO
Penso que consegui manter uma boa dinâmica da aula, captando a atenção da aluna.
Reforcei a importância do processo de estudo e pedi-lhe que estabelecesse sempre
pequenos desafios para poder progredir mais rapidamente. O estudo evoluiu bastante
ao longo desta aula.

Planificação da Aula – Aluna B / Aula nº 16

Ano/Grau: 5º grau (9º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 31/01/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;

216
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.


- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Lá Maior e Fá sustenido menor, arpejos com inversões, sétima da
dominante e escala cromática. Estudo nº 4 de Kohler. Sonata em Si bemol Maior de
J. B. Loiellet de Gant.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
10:55 - 11:10 | escalas – foco na postura, na articulação uniforme e na regularidade
técnica (dedos próximos da flauta e pontos de apoio).
11:10 – 11:25 | estudo nº 4 de Kohler – foco nas dificuldades técnicas
demonstradas pela aluna e articulação.
12:25 – 12:45 | 1º andamento da Sonata de Gant – audição de excerto na flauta
barroca e adequação do som à estética da época.

RECURSOS E FONTES
Une Simple Flute – vol. 3 de Isabelle Ory

AVALIAÇÃO
Aluna tem bastantes dificuldades mas foi melhorando com o decorrer da aula. Do
ponto de vista da articulação, aluna tende a articular notas mais agudas com língua e
mais graves sem língua. Tentei consciencializa-la para esse facto e, quando
concentrada, aluna era capaz de o fazer corretamente.

REFLEXÃO
A maior dificuldade durante a aula foi conseguir que a aluna parecesse motivada nos
exercícios. Tentei que acreditasse mais no seu potencial, elogiando-a e pedindo-lhe
mais energia de exercício para exercício. Só a meio da aula senti que foi capaz de
usar essa energia que tem no ato de tocar. No final, chamei-a à atenção para esse
facto, uma vez que só conseguirá tocar bem quando o seu corpo e mente estiver
disponível para tal, sendo necessário esforço e concentração sempre que se toca.
Aluna pareceu sair da aula motivada.

217
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Planificação da Aula Supervisionada – Aluna B / Aula nº 17

Ano/Grau: 5º grau (9º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 07/02/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Mi bemol Maior e Dó menor, arpejos com inversões, sétima da dominante
e escala cromática. Estudo nº 4 de Kohler, op. 33 I. Sonata em Si bemol Maior de J.
B. Loeillet de Gant.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
10:55 - 11:10 | escalas – foco na sonoridade e na articulação.
11:10 – 11:25 | estudo nº 4 de Kohler.
11:25 – 11:45 | Sonata de J. B. Loeillet de Gant.

RECURSOS E FONTES
Une Simple Flute – vol. 3 de Isabelle Ory / Sonata em Si bemol Maior de Jean Baptiste
Loeillet de Gant / Études I op.33 de Kohler.

AVALIAÇÃO
A aluna teve uma boa prestação durante a aula. Notou-se que estudou bem os
conteúdos para a aula (talvez devido à presença da professora supervisora) o que
ajudou bastante no decorrer da aula e no respeitar de todas as atividades que planeei
para a aula.

218
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

REFLEXÃO
Inicialmente, senti dificuldade em ativar a aluna, uma vez que não senti no começo
da aula que a mesma estava a canalizar a energia toda do seu corpo para o ato de
tocar. Consegui, no entanto, graças ao seu estudo, respeitar as atividades
planificadas e abordar todas as questões que pretendia. Penso que conduzi a aula de
forma positiva, tendo obtido bons resultados.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 18

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 21 / 02 / 2019 Aula nº: 18
10:56 Iniciam a aula com exercícios de som com a cabeça da flauta.
Escala de Mi Maior: ligada e articulada. Professor pede a aluna que ative a
11:02 respiração – “tu sabes que não respiramos para a barriga e que não controlamos o
diafragma, mas mantém o teu corpo ativo e vai aí buscar a energia”.
Aluna vê-se em frente ao espelho e vai corrigindo postura mediante instruções do
professor. O resultado é que o som melhora bastante. Professor reage empolgado
11:06
com som da aluna, questionando “se tu consegues, porque não fazes sempre
assim?”. Professor pede a aluna para repetir exercício da mesma forma.
Passam para arpejo. Professor pede a aluna para procurar “ressonância” no seu
11:14 som. “Que diferença!”, exclama professor. Têm diálogo sobre capacidades da aluna
e do facto de esta, muitas vezes, se subvalorizar e não acreditar em si própria.
Arpejo de sétima da dominante. Aluna demonstra dificuldade no si agudo. Professor
fala sobre a importância do tato na flauta e avisa-a de que está a tensionar
11:20
demasiado a mão, não tendo sensibilidade. Professor pede a aluna para “procurar
o conforto ao tocar”.
Aluna toca Dó sustenido menor. Aluna afirma logo que teve dificuldade no passar do
dó sustenido grave para o ré sustenido devido à mudança do mindinho direito.
11:30 Professor diz para “dar graxa ao dedo”, passando-o na parte lateral do nariz para,
com a gordura corporal, o dedo escorregar melhor nas chaves. Acrescenta ainda “se
o Pahud, que toca na Filarmónica de Berlim, o faz, nós também podemos!”.
Passam para estudo nº 5 de Kohler. Professor corrige algumas notas erradas à
11:37 aluna. De seguida, centra-se na articulação. Depois de aluna conseguir, procura
motivá-la: “afinal tu tocas!”.

219
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Mediante dificuldade no staccato, professor diz a aluna “no staccato tens de ter o
11:43
máximo de vida numa nota em pouco tempo”. Aluna melhora qualidade sonora.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 19

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 21 / 02 / 2019 Aula nº: 19
Aluna chega ligeiramente atrasada e pede desculpa. Iniciam a aula com exercícios
10:56
de som com a cabeça da flauta.
Escala de Mi Maior: ligada e articulada. Professor pede a aluna que ative a
11:02 respiração – “tu sabes que não respiramos para a barriga e que não controlamos o
diafragma, mas mantém o teu corpo ativo e vai aí buscar a energia”.
Aluna vê-se em frente ao espelho e vai corrigindo postura mediante instruções do
professor. O resultado é que o som melhora bastante. Professor reage empolgado
11:06
com som da aluna, questionando “se tu consegues, porque não fazes sempre
assim?”. Professor pede a aluna para repetir exercício da mesma forma.
Passam para arpejo. Professor pede a aluna para procurar “ressonância” no seu
11:14 som. “Que diferença!”, exclama professor. Têm diálogo sobre capacidades da aluna
e do facto de esta, muitas vezes, se subvalorizar e não acreditar em si própria.
Arpejo de sétima da dominante. Aluna demonstra dificuldade no si agudo. Professor
fala sobre a importância do tato na flauta e avisa-a de que está a tensionar
11:20
demasiado a mão, não tendo sensibilidade. Professor pede a aluna para “procurar
o conforto ao tocar”.
Aluna toca Dó sustenido menor. Aluna afirma logo que teve dificuldade no passar
do dó sustenido grave para o ré sustenido devido à mudança do mindinho direito.
11:30 Professor diz para “dar graxa ao dedo”, passando-o na lateral do nariz para, com a
gordura corporal, o dedo escorregar melhor nas chaves. Acrescenta ainda “se o
Pahud, que toca na Filarmónica de Berlim, o pode fazer, nós também podemos!”.
Passam para estudo nº 5. Professor corrige algumas notas erradas à aluna. De
11:37 seguida, centra-se na articulação. Depois de aluna conseguir, procura motivá-la:
“afinal tu tocas!”.
Mediante dificuldade no staccato, professor diz a aluna “no staccato tens de ter o
11:43
máximo de vida numa nota em pouco tempo”. Aluna melhora qualidade sonora.

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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 20

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 28 / 02/ 2019 Aula nº: 20
Professor inicia aula com vídeo de respiração intitulado “Breathing Gym”. Aluna com
10:50
alguma dificuldade inicial, vai melhorando performance da respiração.
Professor desafia aluna a descobrir quantos segundos aguenta a tocar um si médio.
10:58
Aluna aguenta 10 segundos.
11:05 Escala de Mi Maior com diversas articulações e andamentos. Arpejo e inversões.
Professor pede a aluna para tocar arpejo de sétima da dominante. Aluna tem dúvida
11:15 na dedilhação do si agudo e confessa ao professor que se esqueceu de estudar
esse exercício técnico.
11:18 Escala cromática com ligaduras três a três e quatro a quatro.
Professor pede a aluna para tocar escala de Dó sustenido menor. Aluna confessa
11:23
que não a estudou, por isso avançam para estudo.
Estudo nº 5 de Kohler. Professor e aluna tocam juntos até ao fim. Professor, no
11:27
final, diz a aluna que deve manter tempo quer se engane quer não.
Professor pergunta a aluna se chegou a estudar primeiro estudo de Berbiguier, tal
como pediu. Aluna responde que não teve tempo. Professor explica a aluna
11:32
características destes estudos em comparação com os de Kohler. De seguida, toca
para aluna enquanto esta toca até quatro (marcação do tempo).
11:42 Professor pede-me para tocar versão em dueto do estudo.
2º andamento da Sonata de Loeillet de Gant. Discussão sobre articulação que aluna
11:49
anotou na partitura.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 21

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 07 / 03 / 2019 Aula nº: 21
Aquecimento – professor pede para, em frente ao espelho, aluna realizar exercícios
10:50 de aquecimento da musculatura dos ombros e pescoço. Seguidamente, realiza
exercício de consciência do corpo e de oscilação do peso do corpo.

221
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Devido a dificuldade da aluna na execução dos exercícios, professor dá outros


11:00 exercícios à aluna para melhorar estes aspetos. Exercícios são apontados e
enviados por email para a aluna.
Professor coloca nota longa a tocar no tablet e pede à aluna para tentar afinar.
11:10
Conferem ainda afinação das oitavas com recurso a afinador.
Professor e aluna tocam si o mais longo e estável que conseguem. Desta vez, aluna
11:15
aguenta 13 segundos (record da semana anterior era 10 segundos).
Escala de Mi maior, articulada e ligada. Arpejo de Mi maior, articulado, ligado e com
11:19 inversões. Arpejo de sétima da dominante: aluna tem bastante dificuldade, tal como
na semana anterior.
Escala cromática ligada duas a duas e três a três. Abordam questão dos pontos de
11:23 apoio e professor mostra a aluna texto de Michel Debost do livro Une Simple Flute.
Envia por email o documento para aluna ler em casa.
Escala de Dó sustenido menor com diversas articulações. Ajuste da posição da mão
11:30
em frente ao espelho.
Estudo nº 1 de Berbiguier – professor e aluna tocam juntos o dueto. Em parte com
11:42 o dó médio em nota pedal, dedos da aluna afastam-se muito da flauta, o que torna
a passagem mais complexa. Regressam ao espelho para trabalhar essa questão.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 22

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 14 / 03 / 2019 Aula nº: 22
Aluna chega. Eu e o professor estávamos a falar sobre o meu projeto de intervenção
e, consequentemente, sobre a realidade da escola. Aluna entra no diálogo e
10:50
acabamos por debater algumas questões sobre visão de alunos em oposição à dos
professores.
Exercício de centralização da embocadura. Aluna procura posição ideal para tocar,
dando várias notas (lá grave) sem articulação e alterando a relação da flauta com
10:56
o corpo num eixo horizontal e vertical, mantendo contacto apenas no queixo.
Resultado é impressionante: aluna consegue tocar com som centrado e cheio.
Exercício de respiração e foco na qualidade do fluxo de ar. Professor faz menção a
11:02
sites que abordam as técnicas de Alexander e a musculatura associada à

222
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

respiração. Mostra sites a aluna, refletem, e envia links por email para que aluna
possa continuar leitura em casa.
11:12 Afinam flauta com afinador.
11:15 Escala de Mi Maior com diversas articulações. Arpejo.
Escala de Dó sustenido menor com diferentes articulações – foco nos pontos de
11:18
apoio. Arpejo.
Arpejo de sétima da dominante. Aluna tem dificuldade nas dedilhações. Professor
11:24 faz exercício com aluna baseado na repetição no qual pratica posições do registo
agudo.
Estudo 1 de Berbiguer em dueto. Aluna tem dificuldade em manter tempo,
atrasando nas semicolcheias ligadas 2 a 2 e não respeitando tempo total dos trilos.
Professor faz correção, assinalando tempos na partitura. Falam sobre as
11:30
estratégias de estudo da aluna e professor pergunta a aluna se praticou com
metrónomo. Aluna não havia praticado e professor repreende-a, relembrando-a da
rotina que deve assumir no seu estudo diário.
Segundo andamento da Sonata de Loeillet de Gant: professor e aluna tocam juntos.
Aluna está constantemente a alterar ritmo. Professor para de tocar e diz-lhe que
aluna não tem nenhum problema de flauta, mas sim de formação musical. Voltam
11:38
a dialogar sobre importância de solfejar, realizar com a flauta ritmo, marchar
enquanto toca, entre outras técnicas para ultrapassar obstáculos associados à sua
dificuldade.
Voltam a tentar tocar dueto enquanto marcham. Prestação da aluna melhora.
11:43
Professor conclui aula com frase “só melhoras se fizeres!”.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 23

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 21 / 03 / 2019 Aula nº: 23
Exercício de sonoridade com cabeça da flauta. Seguidamente, professor pede a
aluna para tocar articulação da primeira frase do 2º andamento da Sonata de
10:50
Loeillet de Gant só com a cabeça da flauta. Articulação pouco clara – professor dá
indicações para a melhorar e recorre à flauta para exemplificar.
2º andamento da Sonata de Loeillet de Gant. Professor pede-me para tocar com a
10:56
aluna a sua voz e ele tocará a parte de segunda flauta. Afinamos flautas com e sem

223
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

afinador. De seguida tocamos. Aluna não toca em bastantes entradas devido a


dificuldades rítmicas.
Professor corrige algumas articulações que aluna tinha registado na partitura,
explicando-lhe o porquê de as alterar. Aborda ainda questões de interpretação
relacionadas com a época, como a realização das colcheias à distância de oitava
11:05
da segunda página em diminuendo, não forçando o registo grave. Nos momentos
de diálogo entre as duas vozes, pede a aluna para reduzir dinâmica na nota longa,
deixando sobressair flauta 2.
Tocamos novamente. Professor pergunta a aluna porque não se contagia com os
11:10
nossos movimentos corporais, pedindo-lhe para não estar tão tensa a tocar.
Marcam audição para dia 4 de abril e combinam tocar os primeiros dois andamentos
11:15
da Sonata em duo.
Professor diz a aluna que terá prova na semana seguinte. Combinam escala,
11:20
estudos e peças.
Escala de Ré M, arpejos com inversões e sétima da dominante. Aluna toca mal a
primeira vez escala. Professor pede a aluna para tocar mais lento. Depois de aluna
11:22 tocar dá-lhe o seguinte conselho para a prova: “se tocares assim na prova, eu posso
dizer que está lento, mas não posso dizer que está mal. O que preferes? Que diga
que está lento, ou mal?”. Aluna sorri e toca exercícios seguintes mais lento.
11:28 Escala cromática ligada duas a duas.
11:34 Escalas menores com diversas articulações.
11:40 Estudo nº 3 de Berbiguer.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 24

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 28 / 03 / 2019 Aula nº: 24
Aluna chega atrasada à aula e pede desculpa ao professor. Justifica o atraso com
o facto de ter ido esclarecer uma dúvida com a professora da disciplina seguinte,
uma vez que terá uma apresentação oral para avaliação nessa aula. Professor
10:58
aceita desculpas e pergunta a aluna se tem dúvidas relativas à prova do dia de hoje.
Aluna responde que teve dúvidas na escala de Si menor devido às posições do
agudo.

224
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Professor mostra vídeo a aluna enquanto esta se prepara para tocar. O vídeo é
11:02 retirado do site movewellavoidinjury.com e relaciona-se com o posicionamento do
corpo ao tocar.
De seguida, professor pede a aluna que toque a escala de Si menor e que coloque
as dúvidas que mencionou ter no início da aula. Aluna realiza a escala e professor
11:05 percebe que aluna não tem sistematizadas as posições no registo agudo de lá
sustenido e si. Aluna realiza secção aguda da escala a vários andamentos e com
vários ritmos a pedido do professor.
Professor repara que aluna treme ao realizar escala melódica. Ao notar
instabilidade da mesma, diz-lhe que “a escala até ao fá é sempre igual” e que por
11:13
isso não vale a pena ficar nervosa e “estragar” escala antes. Pede-lhe então que
respire fundo e que volte a iniciar o exercício calmamente e de “cabeça fria”.
Professor pede a aluna para repetir vários padrões usando as notas sol, lá
11:19 sustenido e si no agudo. Quando volta a repetir a escala, aluna parece mais
confiante. No entanto, hesita ainda um pouco na “viragem” no registo agudo.
Avançam para a Sonata de Loiellet de Gant. Aluna engana-se logo na primeira nota,
uma vez que confunde armação de clave. Professor interrompe-a e, com um ar
11:24
sério, diz que não a quer ver assim, “descontrolada”, durante a prova. Voltam a
respirar fundo para voltar a iniciar a peça.
No final da peça, professor diz a aluna que “tranquilidade vem do interior e não do
11:26
exterior”.
Voltam a tocar uma pequena secção e professor interrompe novamente aluna,
desta vez para que ela tome consciência da sua postura, segundo o professor, “de
11:31
quem está no café.” Aluna ri-se enquanto professor a chama à atenção, uma vez
que a mesma não mantém um corpo ativo para o ato de tocar.
Aluna com dificuldade em sentir o tempo. Professor deixa de tocar a parte de
segunda flauta e nota que aluna está a acelerar bastante. Professor diz-lhe que
11:36 andamento da peça é “Adagio”, mas que podem tentar tocar um pouco mais rápido.
Quando voltam a tocar ao novo andamento, aluna consegue tocar
irrepreensivelmente até ao fim, deixando o professor surpreendido.
11:38 Passam para o segundo andamento da Sonata.
Iniciamos a prova. Professor pede-me para, juntamente com ele, avaliar a mesma.
Decidimos que aluna só realizará escalas e estudo e que será tida em conta a
11:43
prestação na Sonata que a aluna teve anteriormente. Decisão é comunicada à
aluna e esta parece mais aliviada.

225
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna toca escalas de Ré Maior e Si menor (sendo que a de Si não corre muito bem
11:45 na parte trabalhada anteriormente) e estudo nº 1 de Berbiguer no qual se nota
alguma falta de controlo.
11:55 No final, fazemos um balanço da prova juntamente com a aluna.

Planificação da Aula – Aluna B / Aula nº 25

Ano/Grau: 5º grau (9º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 04/04/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Ré Maior e Si menor, arpejos com inversões, sétima da dominante e escala
cromática. Sonata em Si bemol Maior de J. B. Loiellet de Gant.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
10:55 - 11:15 | escalas – foco na sonoridade e na destreza técnica (correção de
questões menos bem conseguidas durante prova da semana anterior).
11:15 – 11:20 | pausa para relaxamento muscular
11:20 – 11:45 | primeiro andamento da Sonata de Loiellet de Gant.

RECURSOS E FONTES
Sonata em Si bemol Maior de J. B. Loiellet de Gant.

226
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

AVALIAÇÃO
Aluna estava bastante segura na peça, tendo estudado também o segundo
andamento para audição, apesar de não estar marcado. Relativamente às escalas,
mantém algumas dúvidas no posicionamento das notas agudas, pelo que pedi que
procurasse trabalhá-las mais durante as férias.

REFLEXÃO
Penso que consegui transmitir boas ideias à aluna e pareceu-me que estava confiante
face à audição que teria à tarde. Durante esta aula, senti que esteve mais recetiva do
que nas anteriores às minhas sugestões e que se deixou “contagiar” mais durante a
performance, tendo sido possível maiores variações de dinâmica e timbre e um
diálogo mais bem conseguido entre as duas vozes.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 26

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 02 / 05 / 2019 Aula nº: 26
Aluna chega e começa a preparar garrafas de vidro que tocará em peça que será
10:50 interpretada no próximo fim de semana, com o ensemble de flautas, na Bélgica.
Afina-as, enchendo e esvaziando de água, com recurso ao afinador.
Iniciam peça “My bottle in a (friend)ship” de Ricardo Matosinhos. Aluna com
11:00
dificuldades ao nível rítmico.
Trabalham peça com recurso ao metrónomo. Professor faz variações no tempo do
11:04 metrónomo e aluna tem dificuldade em adaptar-se a novos tempos, quer sejam
mais rápidos quer sejam mais lentos.
11:12 Aluna aparentemente tensa. Exercício de relaxamento do corpo e respiração.
11:19 Professor dirige enquanto aluna faz o seu papel sem metrónomo.
Professor pede a aluna para tocar mediante várias circunstâncias (enquanto eu
11:25 toco a parte de flautim, enquanto faz o ritmo com recurso a maracas e shakers, a
fazer o ritmo a contar até quatro, entre outras formas).
11:50 Concluímos a aula e aluna consegue tocar corretamente as peças do ensemble.

227
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Planificação da Aula – Aluna B / Aula nº 27

Ano/Grau: 5º grau (9º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 09/05/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Sol Maior e Mi menor, arpejos com inversões, sétima da dominante e escala
cromática. Estudo nº 6 de Köhler op. 33, 1º caderno. Sonata em Si bemol Maior de J.
B. Loiellet de Gant.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercício de oitavas
10:55 - 11:05 | escalas.
11:05 – 11:20 | estudo nº 6 de Köhler – primeira leitura
11:20 – 11:45 | 1º andamento (Allegro non molto) do Concerto em Sol M de Gluck –
primeira leitura

RECURSOS E FONTES
Estudos op. 33 de Köhler, 1º caderno e Concerto em Sol M de Gluck.

AVALIAÇÃO
Apesar de não ter conseguido preparar bem

228
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

REFLEXÃO
Devido ao facto de termos passado os últimos dias na Bélgica com o ensemble de
flautas, a aluna apresentou o programa de um modo “mais verde”. Procurei planificar
a aula tendo em conta esta realidade, preparando exercícios motivantes, desafiadores
e que permitissem evolução na leitura e desenvolvimento técnico da peça. Mostrei
compreensão face às dificuldades da aluna, tendo em conta a justificação
apresentada. Noto ainda uma diferença positiva na postura da aluna desde que
regressámos da viagem: a aluna está mais confiante e mais liberta durante as aulas,
intervindo mais oralmente e sorrindo mais.

Planificação da Aula – Aluna B / Aula nº 28

Ano/Grau: 5º grau (9º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 16/05/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Sol Maior e Mi menor, arpejos com inversões, sétima da dominante e escala
cromática. Estudo nº 6 de Köhler op. 33, 1º caderno. Concerto em Sol M de Gluck.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
10:55 - 11:10 | escalas e arpejos com diferentes articulações – foco na sonoridade e
na destreza técnica,
11:10 – 11:25 | estudo nº 6 de Köhler

229
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

11:25 – 11:30 | pausa para relaxamento corporal


11:30 – 11:45 | 1º andamento do Concerto em Sol M de Gluck.

RECURSOS E FONTES
Estudos op. 33 de Köhler, 1º caderno e Concerto em Sol M de Gluck.

AVALIAÇÃO
Aluna muito empenhada em realizar todos os exercícios de forma correta. Nota-se
evolução no desempenho da aula. No entanto, penso que não trabalhou trilos de
forma aconselhada. Tem dificuldades do ponto de vista rítmico.

REFLEXÃO
Aluna teve uma boa reação aos exercícios de sonoridade realizados aquando do
trabalho de escalas, pelo que acabei por dedicar mais tempo ao trabalho das mesmas.
Notou-se um melhor desempenho a nível sonoro posteriormente na interpretação das
peças. Devo procurar estratégias para trabalhar com a aluna ao nível rítmico,
principalmente no Concerto.

Planificação da Aula Supervisionada – Aluna B / Aula nº 29

Ano/Grau: 5º grau (9º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 23/05/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

230
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Lá Maior e Fá sustenido menor, arpejos com inversões, sétima da
dominante e escala cromática. Estudo nº 6 de Köhler op. 33, 1º caderno. Estudo nº 3
de Berbiguer. Concerto em Sol M de Gluck.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
10:55 - 11:10 | escalas e arpejos com diferentes articulações – foco na sonoridade e
na destreza técnica
11:10 – 11:25 | estudo nº 3 de Berbiguer
11:25 – 11:30 | pausa para diálogo sobre Gluck e audição de gravação do Concerto
em Sol M interpretado por Emmanuel Pahud.
11:30 – 11:45 | 1º andamento do Concerto em Sol M de Gluck

RECURSOS E FONTES
Estudos op. 33 de Köhler, 1º caderno. Estudos de Berbiguer. Concerto em Sol M de
Gluck.

AVALIAÇÃO
A aluna preparou-se. No entanto, as suas dificuldades ao nível da leitura do ritmo
foram bastante visíveis, principalmente nos momentos em que havia uma variação na
articulação (quando, numa célula de quatro semicolcheias as três semicolcheias finais
estavam ligadas, aluna adulterava ritmo realizando uma colcheia e três semicolcheias
em tercina) e nas quintinas. Nas escalas, a aluna conseguiu mostrar as suas
capacidades ao nível da emissão sonora, tendo perdido qualidades a este nível
durante a interpretação do estudo.

REFLEXÃO
As dificuldades rítmicas da aluna durante a execução do estudo revelaram-se um
obstáculo ao cumprimento integral da planificação. Houve ainda interrupções por
parte dos professores cooperante e supervisora que, no sentido de ajudar a aluna, a
interpelaram sobre os seus pontos de apoio e o posicionamento pouco eficiente das
suas mãos em relação à sustentação da flauta, não tendo sido possível a abordagem
do Concerto de Gluck.

231
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna B / Aula nº 30

Nome: Aluna B (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 5º Data: 30 / 05 / 2019 Aula nº: 30
Aluna chega e professor ainda não está na aula – foi fazer uma mostra de
10:50 instrumentos a pedido da direção e foi-me pedido, que caso houvesse algum
atraso, fosse aquecendo com a aluna
Questiono a aluna sobre as suas inseguranças e esta confessa-me que está com
11:00 dificuldades no Concerto de Gluck e insegura nas ornamentações. Tocamos e
ouvimos a interpretação de Emmanuel Pahud com uma orquestra barroca.
Chega o professor Joaquim. Explico-lhe o que estivemos a fazer. Ele propõe a
11:10 aluna começar a prova, dizendo-lhe que deve dar o seu melhor e procurar não parar
na realização das escalas.
Aluna inicia com a escala de Lá M e Fá sustenido menor. Realiza ainda os arpejos
maior e menor, as inversões, o arpejo de sétima da dominante e a escala cromática.
11:15
De modo geral correm muito bem, sendo que a aluna consegue realizá-los com
uma boa qualidade sonora
Aluna inicia estudo nº 3 de Berbiguer. Nota-se que estudou, tendo conseguido
11:26
realizar o ritmo com correção, ao contrário do que aconteceu na semana anterior.
Após dar algumas palavras de incentivo, o professor pede a aluna para iniciar o 1º
andamento do Concerto de Gluck. Neste andamento, a aluna já não tem uma
11:35
prestação tão bem conseguida, sendo que as ornamentações parecem
“atrapalha-la”.
Professor dá os parabéns à aluna e diz-lhe que compreende que Concerto não
tenha corrido muito bem, uma vez que não houve muito tempo para o amadurecer
11:43
nas aulas. Propõe a marcação de uma aula extra antes da audição, para que a
aluna se sinta mais confortável a tocar.

232
Anexo G

Observações e planificações da Aluna C


Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 1

Local: Academia de Música de Vilar do Paraíso, sala 3.13


Disciplina: Flauta
Regime: Integrado
Horário da aula: quinta-feira, 11:55 – 12:50
Material usado na sala de aula: Flauta, estante, lápis, espelho, tablet com internet,
colunas com boa qualidade sonora, Pneumo-pro.
Conteúdos Programáticos: Método Escuchar, leer & tocar de Matthijs Broers e Jaap
Kastelein e Método Flute 101: Mastering the Basics – A Method for the Begining Flutist
with teaching and phrasing guides de Patricia George e Phyllis Louke.

Caracterização da aluna
Aluna interessada e motivada, com excelente aptidão para a prática musical e
um bom ouvido. Frequentou dois anos do curso de Iniciação com o professor de
instrumento atual. Gosta de tocar com o acompanhamento das faixas do manual
Escuchar, leer y tocar, volume I, notando-se uma maior motivação nos exercícios com
play-along do que nos exercícios a solo ou em dueto. Tem um excelente controlo motor
e apresenta uma postura muito natural em comparação com colegas da mesma faixa
etária.
É, sem dúvida, a aluna com maior potencial das que se encontra a ser
observada. No entanto, acabou por se descurar no estudo no último período, não tendo
trazido os materiais tão bem preparados para as aulas.

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 27 / 09 / 2018 Aula nº: 1

Aluna faltou.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 2

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 04 / 10 / 2018 Aula nº: 2

235
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna chega e pede desculpa por atraso, justificando-se com esquecimento do


manual de flauta na sala de aula onde anteriormente tinha tido aula. Professor
11:57
apresenta-me e seguidamente questiona o que estudou para a aula. Aluna
responde que estudou as lições nº 9 e nº 10 do manual.
Professor propõe exercício com a cabeça da flauta, pedindo que aluna sopre e se
12:00
observe ao espelho.
Professor propõe exercício que exige equilíbrio do corpo, colocando uma pequena
agenda equilibrada na cabeça da aluna. Pede que aluna se desloque e
12:02
posteriormente pede que aluna toque novamente só com a cabeça da flauta.
Postura corrigida (relação entre costas, pescoço e cabeça)
Exercício com Pneumo-pro. Professor pede que aluna faça girar, com o sopro,
12:07 ventoinha amarela do equipamento “Pneumo-pro”. Volta a soprar para a cabeça da
flauta e o resultado é um som mais focado e “livre”.
Aluna monta a flauta a pedido do professor. Desta vez, professor propõe exercício
12:09 de oitavas a partir da nota lá. Pede a aluna que entoe o intervalo e seguidamente
que volte a tocar.
Início de “Aula 9” do método Escuchar, leer & tocar de Matthijs Broers e Jaap
12:11 Kastelein. Escala de Sol Maior. Ao observar braços demasiado subidos da aluna,
professor apela ao relaxamento dos membros superiores.
12:13 Escala de Fá Maior.
12:14 Escala de Dó Maior. Dó médio falha e professor remete para pontos de apoio.
“Eco Exercise” (exercício com faixa áudio em que aluna tenta imitar pequenas
melodias, sabendo que só serão tocadas cinco notas diferentes - sol e lá da oitava
grave e dó, ré e mi da oitava média). Professor pede que aluna faça o exercício
12:15 primeiramente recorrendo à voz. De seguida, aluna realiza exercício com a flauta e
professor canta a primeira nota com o seu nome nos padrões mais difíceis. Depois
pede que aluna cante e mostre ao mesmo tempo com a mão a altura dos sons.
Nota-se uma certa ansiedade por parte da aluna na realização deste exercício.
12:22 Leitura rítmica sugerida no manual.
Na música seguinte (“Game Boy”) a aluna demonstra alguma dificuldade na
emissão do registo agudo. Mediante isto, professor pede que aluna entoe melodia.
12:25
Aluna comenta “professor, esta música é um bocado aguda demais.” Quando
questionada porquê, fala na nota ré do registo agudo do instrumento.
Na música Seguinte (“Cuatro por cuatro”) demostra alguma tensão corporal,
12:31 provavelmente devido à ansiedade face à nota ré. Professor interrompe a
interpretação do tema para fazer um exercício de relaxamento. Procura o

236
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

relaxamento do tronco e dos membros superiores, rodando braços e pulsos.


Recorre também a exercícios em que a respiração é incluída, inspirando e
expirando profundamente.
Aluna volta a pegar no instrumento, tocando o tema “Cuatro por cuatro” à primeira
12:34
tentativa sem qualquer dificuldade.
Professor coloca faixa que acompanhará aluna no mesmo tema. Aluna volta a
demonstrar algum nervosismo e professor expressa o seu apoio (“Força!”, “Sempre
12:36 para a frente!”). Seguidamente, pega também ele na flauta e faz uma improvisação,
tocando com a aluna. Aluna é bem-sucedida até ao final do tema, mostrando uma
maior descontração enquanto professor a acompanha.
Novo tema (“Spannenlanger Hansel”). Aluna toca a primeira nota mal (dó agudo em
vez de dó médio). Professor pergunta-lhe qual foi o problema e aluna não responde
12:39 corretamente. Em vez de referir a emissão do som, refere os dedos como estando
na origem do problema. Professor diz “vamos perguntar à professora Francisca se
ela achou o mesmo!”. Digo que não. Professor explica. Aluna toca bem de seguida.
Tema “Esto marcha!”. Aluna demonstra dificuldade relacionada com armação de
clave (fá sustenido) e alterações que aparecem posteriormente (si bemol). “Vou-te
12:42 puxar as orelhas!” diz o professor. De seguida, pede a aluna que mude estratégia
de estudo, pedindo-lhe que estude menos coisas mas com mais qualidade,
relembrando frase da aluna no início da aula (“Trouxe as lições 9 e 10!”).
Professor marca trabalho de casa para a semana seguinte (a partir de dueto
“Salandia” no final da lição 9). Aluna diz ter dúvida em exercício de improvisação da
12:47 lição nº 10 e professor explica. De seguida, coloca faixa de acompanhamento e
realiza exercício, pedindo a atenção da aluna para o baixo da faixa e cantando essa
parte.
12:50 Aluna D (seguinte) chega e professor vê-se obrigado a terminar a aula.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 3


Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos
Horas
Grau: 1º Data: 11 / 10 / 2018 Aula nº: 3
Aluna chega e explico que professor saiu e já vem. Aluna monta a flauta e começa
11:47
a tocar.
Professor chega e questiona se aluna estudou. Responde afirmativamente.
11:50
Professor pede então que retire a cabeça da flauta e se coloque em frente ao

237
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

espelho. Fazem exercícios de sonoridade usando a cabeça da flauta e o


equipamento “Pneumo-pro”. Professor pratica colocar da cabeça da flauta no
queixo e respiração sem tensão em quatro tempos.
Aluna monta flauta e professor pede que procure a mesma sensação, desta vez
12:05 com o peso de toda a flauta nos braços. Professor exercita a estabilidade do corpo
com a aluna fazendo-a fletir ligeiramente os joelhos. Tocam intervalos de oitava.
Aluna toca “Esto marcha” que na aula passada não estava muito bem estudada.
12:15 Melhorias visíveis. Professor inicia conversa sobre “dosear” o som e explica o termo
com recurso a uma garrafa de água.
Dueto “Salandia” Aluna e professor tocam juntos, cada um a sua voz, mas aluna
12:20 perde-se à primeira tentativa. Dada a sua dificuldade, professor diz a aluna para
cantar melodia com o nome das notas enquanto professor a toca.
Voltam a tocar juntos. Apesar de correr melhor, aluna hesitante em bastantes
12:24
momentos. Professor pede a aluna que traga tema novamente na semana seguinte.
Tema “Cielito lindo”. Aluna toca bem à primeira, então professor pergunta se pode
12:26 improvisar enquanto ela toca novamente. Aluna responde afirmativamente e tocam
juntos, novamente.
Tema “Tócalo!”, com oito compassos destinados a improvisação com escala
pentatónica. No exercício estão escritas as notas que aluna deve usar na
improvisação (mi, sol, lá, si, ré). Aluna toca e professor pára faixa, pois não está
12:28
convenientemente afinada. Pede então a aluna que se concentre na faixa e cante
a melodia. Depois pede que volte a tocar e aluna corrige afinação intuitivamente,
sem que se fale diretamente no assunto.
Improvisação corre mal. Professor toca então escala pentatónica diz a aluna que
são aquelas notas que deve usar, apontando para local em que notas estão
escritas. Pede que aluna se concentre na sonoridade da escala e diz “Vamos fazer
uma experiência. Que país é que o que eu estou a tocar te faz lembrar? Portugal,
12:30
Espanha ou China?”. Aluna responde sem ter dúvidas, “China!”. Professor ri-se para
mim e professor explica que escala chinesa tem apenas cinco notas. Aluna
acrescenta, com entusiasmo, que lhe faz lembrar a música do filme da “Mulan”
(Disney)
Aluna volta a tocar. Improvisação volta a não correr bem, então professor muda
12:34
estratégia e fala em notas proibidas (dó e fá). Ao repetir, corre melhor.
Mudam para tema “Tengo una muñeca”. Este tema é mais rápido e técnico, tendo
12:37 na sua melodia fragmentos com o arpejo de Dó Maior e de Sol Maior com sétima.
Aluna com dificuldade devido a tensão nas mãos/dedos que prejudicam velocidade

238
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

dos mesmos. De seguida, aborda leitura da partitura que deve ser mais ágil, dando
o exemplo da fotografia. Inicia assim exercício em que dá à aluna dois segundos
para olhar para um compasso, tapando-o seguidamente e pedindo que esta lhe diga
o que estava escrito. Quando aluna repete, toca melhor.
Dueto “El canto del cuco”. Tocam a primeira vez juntos e aluna engana-se, não
12:44 tocando as notas da armação de clave (si bemol). Depois de repetir algumas vezes,
professor marca-o como trabalho de casa para a próxima semana.
“Me toca, te toca” – este exercício baseia-se no tema “Brilha, brilha estrelinha” mas
por mosaicos em dueto. A melodia passa de aluno professor e vice-versa. Aluna
12:48
mostra que praticou exercício ao afirmar “Esta é a música do Brilha brilha!”. Tocam
dueto como está escrito e depois aluna toca melodia sozinha.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 4

Observações: Aluna esqueceu-se dos óculos nesta aula.

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 18 / 10 / 2018 Aula nº: 4
Aluna conta ao professor, entusiasmada, que compôs música em casa, mas que
se esqueceu da partitura, perguntando se pode tocar e tocando de memória de
seguida. Canção apresentada é bem estruturada. Depois, aluna refere que
11:59
procurou no computador uma canção que o professor tocou na aula de ensemble
de flautas. Quando acaba de contar e montar a flauta, professor pede para tocar
algumas notas antes de passar para exercício do livro.
Começam a tocar exercício do livro, “Flujo y reflujo”. Aluna começa a tocar notas
sem tempo definido. Professor alerta que tem de contar os tempos. Tocam juntos,
mas ambos tocam si natural em vez de si bemol. Docente pergunta “o que
12:10
fizemos mal?”, ao que a aluna responde que não fizeram si bemol. No final do
exercício, professor pede a aluna que o volte a estudar em casa, uma vez que
não está tão bem como é costume.
Passam para “Eco Exercise”. Professor pede a aluna que ouça a faixa e repita o
12:14 que tem de tocar na flauta a cantar. Aluna canta afinado, mas altera ligeiramente
ritmo (semínima passa a duas colcheias quando canta). Professor diz para ela

239
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

desconfiar de si própria uma vez que a memória a pode trair. Pede que ouça outra
vez e aluna corrige-se, tocando na vez seguinte.
Professor sugere que aluna volte a cantar, uma vez que está com dificuldade em
reproduzir o que ouve. Aluna volta a cantar padrão errado tal como havia feito
12:17 anteriormente. Professor pergunta a aluna se praticou exercício em casa, ao que
aluna responde que passou à frente. Professor fala da importância de trabalhar
ouvido e pede que tenha mais paciência para exercícios auditivos.
Passam para exercício seguinte, “El si bemol de otro modo”. Neste exercício,
aluna demonstra alguma dificuldade, parando a meio do exercício e passando
mãos nos olhos. Professor pergunta se está bem e aluna responde que se
esqueceu dos óculos, estando com dores de cabeça. Professor mostra
12:26 compreensão e diz-lhe para pousar a flauta e relaxar um pouco. Massajam as
mãos, massajam a cara e falam sobre o dia da aluna. Aluna conta que, nessa
mesma manhã, já realizou teste de História, tendo tido de seguida matemática e
por fim flauta. No final deste pequeno exercício de relaxamento, aluna tem
semblante completamente diferente, com um sorriso e olhar mais ativo.
Passam para tema “Mary Ann”. Aluna tem dificuldade, uma vez que no si bemol
12:32 tira e põe dedo na chave do polegar esquerdo. Professor explica que pode manter
lá polegar toda a música. De seguida, aluna realiza exercício sem dificuldade.
Professor pergunta se quero tocar Canon seguinte consigo e com aluna. Aluna
sorri para mim – parece estar entusiasmada por me ouvir tocar finalmente.
Realizamos o Canon de várias formas, a começar na aluna, a terminar pela aluna,
12:36 tocando mais rápido e mais lento. No final, professor aproveita que tenho a flauta
montada para fazer espécie de exercício do Eco comigo. Eu toco pequenos
padrões e professor repete. No final, diz que músicos “têm de ser como
papagaios”.
Passam para exercício rítmico. Trabalham primeiro de mãos separadas e depois
12:45
de mãos juntas. Aluna com dificuldade.
Passam para tema “Te suena esta canción?”. Aluna toca fá natural em vez de fá
sustenido e professor diz que terá de estudar a partir daí para próxima aula.
12:47
Marcam trabalho de casa e aluna pergunta o que significa o sinal de bequadro,
apontando para um bequadro na folha.

240
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 5

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 25 / 10 / 2018 Aula nº: 5
Aluna chega e monta instrumento. Diz a professor que em casa estudou ritmo com
duas mãos que fizeram na semana passada e que teve dificuldade. Começa a fazer
11:55 e consegue de forma irrepreensível. Passam para tema “Mary Ann” e professor
explica a diferença entre alterações fixas e ocorrentes. De seguida explica anacruse
e pede atenção à aluna para os tempos fortes de cada compasso.
Professor põe lá a tocar no afinador e pede a aluna para afinar. Aluna corrige
afinação com embocadura. Professor diz que por acaso não precisou de mexer o
tubo e pergunta o que aconteceria se aumentasse comprimento do tubo. Aluna não
sabe responder e professor explica que basta pensar no contrabaixo e no violino.
12:05
“Qual deles é mais agudo?”, pergunta. Aluna responde corretamente e professor
explica que violino é mais agudo por ser mais pequeno. Exemplo ajuda aluna a
perceber, dizendo de seguida que, então, se tirar a cabeça da flauta, a afinação
baixa.
Realizam dueto “The Blue Band”. Aluna só tem dificuldade nas mudanças de linhas,
12:07
uma vez que, por vezes, passa para voz que professor toca.
Corrigem exercício de identificação auditiva que aluna fez em casa, com recurso a
12:12
faixas e ordenação de mosaicos.
Passam para primeiro exercício da lição nº 12, “Comienza piano, termina fuerte”.
Professor fala de diferença entre agudo e grave com recurso a exemplo do ar
12:15
quente e frio, pondo mão à frente da boca para sentir temperatura do ar e
convidando aluna a fazer o mesmo. Metáfora resulta em melhorias.
Realizam Eco Exercise. Aluna aparenta alguma ansiedade e som começa a falhar,
assim como afinação a baixar. Professor repara e pede que toque na mesma com
convicção, chamando aluna à atenção para afinação, e dizendo que quando som
12:20 não está como queremos devemos parar, respirar fundo e voltar a tentar, mas com
convicção. Aluna segue instruções de professor e começa a realizar exercício. Pela
primeira vez desde que assisto às aulas, aluna consegue fazer Eco Exercise sem
falhar nenhum padrão.
Realizam exercício “Busca las diferencias” e acabam por falar do impacto que uma
alteração tem, não só na nota alterada, mas em toda a melodia. Aluna chega a
12:25
comparar alterações à “luz”, dizendo que uma frase parece mais luminosa e outra
mais escura.

241
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Iniciam tema “Agitación y Sensación!”. Aluna começa a tocar, mas para ao final da
primeira frase. Está com dificuldades no ritmo. Começam a solfejar e aluna lembra-
se de tema, começando depois a tocar corretamente. Quando acaba de tocar,
12:30 professor chama aluna à atenção para acompanhamento que é diferente aquando
da repetição, desafiando a aluna a fazer algo de diferente na segunda vez que toca
o tema. Aluna acaba por alterar o timbre e a dinâmica na repetição, tornando o seu
som mais intimista.
Fazem exercício rítmico com duas mãos. De seguida, passam para tema seguinte
(“El oso y la miel”). Antes de começar a tocar, aluna avisa que teve dificuldade
devido à velocidade do Play-along. Tocam uma vez a uma velocidade relativamente
12:42
rápida, no entanto ainda não estão a tocar à velocidade do acompanhamento.
Professor coloca faixa e tocam uma vez. Aluna tem algumas hesitações, mas
realiza exercício até ao fim ainda assim.
12:45 Professor pede a aluna que arrume e marca trabalho de casa para próxima aula.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 6

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 8 / 11 / 2018 Aula nº: 6
Aluna chega entusiasmada e diz que trouxe “partitura” com música composta por
si. Professor observa papel com várias notas escritas por extenso e aluna começa
a tocar. Aluna tem ritmo decorado e melodia soa estruturada e tonal. No entanto,
quando surge escrito um “lá sustenido”, aluna toca sol sustenido. Professor
pergunta se aluna já tinha aprendido essa nota e aluna diz que conseguiu encontrá-
la a experimentar na flauta várias posições. De seguida, professor explica de forma
11:55
simples as notas enarmónicas (dizendo que são notas que soam igual mas com
nomes diferentes) recorrendo a gestos. Aluna percebe e exclama que si bemol é lá
sustenido, e assim sendo não sabe que nota estava a tocar na música. Professor
diz que é sol sustenido e pergunta-lhe qual é a nota enarmónica de sol sustenido.
Aluna responde que é lá bemol.
Professor desafia aluna a escrever, para a próxima semana, música em partitura.
Realizam primeiro exercício da semana – um exercício rítmico com as duas mãos.
12:03 Aluna diz ter estudado, mas por vezes ter dificuldades ao realizar o ritmo com as
duas mãos. Professor alerta-a para vozes trocarem de compasso em compasso.

242
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna realiza seguidamente exercício com essa consciência e, curiosamente,


melhora a performance.
Tocam exercício “El oso y la miel”. Aluna começa a atrasar ligeiramente e professor
apercebe-se que atraso se deve a respirações indevidas a meio da frase e em locais
em que tem notas mais rápidas (colcheias). Professor pergunta a aluna se sabe
onde está a respirar. Aluna diz que não sabe e professor pede que esta toque e se
12:07
tente aperceber. Aluna toca e aponta para sítio em que não deve respirar. Professor
explica que há locais próprios para o fazer – no final das frases musicais e que, no
caso daquela peça, esse local coincide com fase em que ritmo é menos rápido. Se
guardar respirações para esses locais, não atrasará.
Aluna realiza respirações nos locais certos. No entanto, respiração torna-se tensa
e aluna sobe ombros. Professor alerta-a para o facto de estar a ficar tensa e faz
12:15 pequeno exercício em frente ao espelho em que aluna coloca a mão na barriga e
deixa ar quente sair devagar em “A”. No final do exercício volta a tocar e notam-se
melhorias na performance.
Passam para tema “Cha-cha Charlie”. Aluna alerta professor para dificuldade que
teve no solfejo. Quando tocam, professor percebe que problema se deve às pausas
que não estão a ser realizadas no tempo certo e à anacruse. Realizam vários
12:25
exercícios em que dão ênfase à parte rítmica e aluna tem bastante dificuldade em
acompanhar. Só quando professor toca com aluna, esta parece conseguir
acompanhar por imitação.
Após muita dificuldade na “montagem” do tema, professor pergunta a aluna se
estudou. Aluna assume que não estudou esse tema uma vez que estudou a peça
12:40 que compôs e pensou que professor daria ênfase a esta. Professor alerta-a,
dizendo que ficou contente por aluna compor peça, mas que o que estudou era
insuficiente uma vez que não tinham tido aula durante duas semanas.
Passam a tema seguinte: “Minueto antíguo”, tratando-se este de um duo. Professor
toca com aluna e esta realiza toda a peça sem ter em conta armação de clave com
12:45
si natural. Professor volta a pedir a aluna que estude mais na semana seguinte e
diz que esta pode arrumar.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 7

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 15 / 11 / 2018 Aula nº: 7

243
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Professor está a tocar estudo para aluna anterior. Aluna vai montando instrumento
11:55
e ouve com atenção.
Iniciam com tema “Staccato Blues” da lição 13. Aluna parece estar a tocar sem
dificuldade mas coluna falha e professor vê-se obrigado a colocar música de novo.
12:00
Coluna falha segunda vez e professor perde algum tempo a solucionar problema.
Enquanto isso, aluna toca sozinha sem dificuldade.
Solucionado o problema da coluna, tocam à primeira com faixa de
12:08
acompanhamento, com professor a improvisar com aluna.
Passam para Eco Exercise. Professor propõe a aluna realizar exercício por partes,
indo memorizando cada fragmento e pausando a faixa. De cada vez que
12:12 memorizam e tocam um fragmento, colocam faixa do início para tentar realizar
exercício na íntegra. Método resulta e aluna consegue fazer exercício sem se
enganar.
“El funámbulo”. Neste tema, aluna tem bastante dificuldade. Sendo um tema sem
faixa de acompanhamento, aluna não se sentiu tão motivada a estudar
provavelmente, cometendo vários erros na sua performance, tais como não
respeitar armação de clave (fá sustenido), pausas e tocando o ré agudo com a
12:22
posição do ré médio. Professor pergunta se estudou e aluna admite. Têm conversa
sobre o facto de, lá por não gostar tanto de tocar sem faixa acompanhadora, ter de
tocar e estudar na mesma esses exercícios, reforçando a sua importância para
desenvolver leitura. Acabam por estudar juntos e tocar juntos em uníssono.
Tocam “La canción de Pedrito”. De seguida, professor propões exercício de
memorizar e tocar noutra tonalidade (a começar em sol). Aluna conclui que então
12:30 estará em Sol Maior, tendo fá sustenido. Professor elogia a sua perspicácia.
Mediante alguma dificuldade da aluna a memorizar, professor pede que faça
exercício em casa.
12:35 Ritmo com duas mãos proposto no livro.
“Alouette”. Aluna tem dificuldade em respeitar ritmo. Professor canta música a
aluna, explica que é uma música tradicional francesa cantando com a letra em
12:41 francês e dizendo, em tom de brincadeira, que não pode alterar assim o ritmo de
uma música conhecida. Aluna ri-se e foca-se no problema, conseguindo melhorar
performance.
“Mi Manzanita” de W. A. Mozart. Aluna demonstra muita dificuldade a tocar esta
12:47 peça, não respeitando armação de clave e ritmo. Professor pergunta se estudou e
aluna responde negativamente. Professor repreende-a, dizendo que o combinado

244
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

era estudar ambas as páginas da lição 13. Aluna admite erro e marcam trabalho de
casa para semana seguinte.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 8

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 22 / 11 / 2018 Aula nº: 8
Aluna chega e pede desculpa por atraso. Monta a flauta e conta como correu
11:55 semana. Falam sobre o facto de ser dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos e
de haver um concerto para comemorar na escola. Aluna diz que estará presente.
Tocam “Alouette”. Professor pede a aluna para “colocar som na sala”. Aluna
consegue tornar seu som mais presente intuitivamente. Depois pede a aluna para
12:05
cantar e projetar voz. Aluna volta a tentar com a flauta e parece conseguir melhor
resultado.
Tocam tema “Mi manzanita”. Professor explica a aluna “regra das notas iguais”,
dizendo que quando temos escritas notas repetidas devemos variar na intensidade,
12:12
para não ser entediante. Assim sendo, professor pede a aluna para ir crescendo ou
decrescendo na dinâmica, dando-lhe opção de escolha.
Iniciam lição 14. Aluna tem alguma dificuldade a tocar primeiro tema da lição,
12:22 tocando si bemol em vez de si natural. Professor corrige algumas questões de
solfejo.
Realizam “Eco Exercise”. Professor pede a aluna para não se esquecer da
12:27
qualidade sonora e aproveita para dar algumas instruções a esse nível.
Passam para “Ejercicio com la nueva nota”. Professor pergunta a aluna se
alterações são ocorrentes ou fixas. Aluna tem dificuldade em manter flauta segura.
Professor realiza exercício de pontos de apoio, pedindo a aluna para tocar primeiro
12:32
com flauta pousada na mesa, seguidamente para segurar no pauzinho de limpar a
flauta como se da flauta se tratasse e depois com a flauta. Pontos de apoio e
estabilidade do instrumento melhoram.
Aluna passa para escala de Ré Maior, mas toca tudo sem alterações. Professor
12:45 relembra aluna que tem de estudar exercício que não têm faixa de
acompanhamento.
12:53 Passam para exercício seguinte, “The Galway Piper”.

245
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 9

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 29 / 11 / 2018 Aula nº: 9
Iniciam aula com tema “Alouette”. Aluna toca o dó sustenido várias vezes em vez
11:55
de dó natural. Professor pede-lhe “que leia, em vez de tocar de ouvido”.
Passam para exercício seguinte: “Mi Manzanita”. Aluna toca com a faixa de
12:02 acompanhamento e entra sem tocar a anacruse. Quando professor lhe pergunta o
que esteve mal, aluna responde corretamente.
Passam para dueto “Duelo entre caballeros”. Aluna acaba por autocorrigir-se e tocar
si bemol da segunda vez. Professor aproveita tema para trabalhar questões de
12:10 sonoridade, pedindo a aluna para inspirar em “Á” e sentir o ponto de ar frio, atrás
da garganta. Depois pede a aluna para pensar nesse ponto quando toca. Som
melhora automaticamente.
Aluna toca tema “Puntillos y más puntillos” que não tem faixa de acompanhamento.
Aluna toca sem noção de ritmo e professor pede-lhe para primeiramente sentir o
12:18
balanço do compasso quaternário. Depois de contarem até quatro, acentuando
mais o “um” e ligeiramente o “três”, aluna volta a tocar de forma totalmente diferente.
12:23 Realizam “Eco Exercise”.
Exercício de pontos de apoio presente no livro com o título “Ejercicio com la nueva
nota”, referente ao dó sustenido que só tem o mindinho direito e por isso é difícil em
12:27 termos de suporte da flauta. Aluna parece aborrecida e professor explica-lhe “Não
vais fazer isto na prova, no entanto convém que ultrapasses esta dificuldade o mais
rápido possível”. Aluna compreende e empenha-se mais.
Passam para exercício seguinte, referente à escala de Ré Maior. Uma vez que
aluna toca com hesitações, professor questiona “Estudaste?”. Aluna responde
afirmativamente e professor sorrindo afirma “hmm, temos conceitos diferentes de
12:35
estudo então!”. Aluna ri-se timidamente. Professor conclui dizendo que escala ficará
para a prova da semana seguinte e que terá de ser tocada de cor. “Não posso ser
sempre bonzinho”, brinca o docente.
Passam para tema “The Galway Piper”. Aluna toca com um som pequeno e
professor começa a tocar com a aluna a meio da música de forma mais convicta e
presente. No final da performance, professor classifica música como “triunfante” e
12:41
diz que aluna tem de fazer caráter da música refletir-se na sua sonoridade. Aluna
toca seguidamente de forma mais imponente e professor profere palavras de
incentivo ao longo da sua performance.

246
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Passam para exercício seguinte de ritmo. Aluna tenta várias vezes e acaba por se
12:45 queixar dizendo que não está a conseguir. Professor diz-lhe que significa que devia
ter estudado mais esse exercício. “O jeito nem sempre chega”.
Passam para tema “Himno real”. Aluna toca mais uma vez com um som tímido.
12:49 Professor explica-lhe que tema se trata do hino real britânico e caracteriza peça
como “majestosa”. Aluna volta a tocar e melhora o seu som e interpretação.
Concluem aula a escolher temas que serão apresentados na prova da semana
12:51
seguinte.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 10

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 06 / 12 / 2018 Aula nº: 10
Aluna chega a aula e monta a flauta com rapidez. Professor pede-lhe calma e diz-
11:50 lhe que tem tempo para tudo. Pergunta-lhe se se sente preparada e diz-lhe para
não ter receio da avaliação, sendo aquele um momento igual a qualquer aula.
Professor sai da sala para ir procurar professor que assistirá à prova. Professor está
a realizar outra prova. Enquanto esperam, aluna vai olhando para os exercícios e
11:58
praticando a digitação na flauta. Professor deixa-a à vontade para tocar o que
quiser.
Professor interrompe aluna e pede-me que realize um exercício de relaxamento
com a mesma enquanto vai de novo procurar professor. Realizo exercício
semelhante ao realizado com anteriormente com a Aluna A. Depois tenho pequena
12:05 conversa com a aluna na qual falamos sobre a semana, o stress dos testes de
avaliação nas outras disciplinas mas aluna parece tranquila, dizendo que estudou
e por isso, apesar de ficar nervosa no momento de saber os resultados, não acha
que vá tirar notas muito más.
Professor regressa com professor que realizará avaliação. Professores vêm bem-
12:12
dispostos e a rir-se. Aluna sorri de volta e inicia-se a prova.
Termina avaliação. Professor ri-se com aluna, diz-lhe para estar descansada e
aluna respira suspira com um sorriso no rosto. Combinam qual será peça para
12:30
audição, professor diz-lhe o que pode melhorar na peça escolhida e diz a aluna
para arrumar.

247
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Planificação de aula– Aluna C / Aula nº 11

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 13/12/2018
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
“Fábula Irlandesa” – preparação para audição

DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 - 12:00 | aquecimento do corpo, exercícios de embocadura, respiração e
postura
12:00 - 12:10 | realização de exercício técnico e de som com escala pentatónica
(usada na improvisação da peça “Fábula Irlandesa”, prevista para a audição)
12:20 – 12:40 | performance do tema “Fábula Irlandesa”, esclarecimento de dúvidas
da aluna, correção de possíveis erros e preparação para audição da tarde.
12:40 – 12:45 | momento dedicado ao relaxamento do corpo para preparar
simulação da audição
12:45 – 12.55 | simulação da audição

RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.

AVALIAÇÃO
Aluna preparou-se para a aula e para a audição. Obedeceu às minhas instruções de
forma ativa, esforçando-se durante a performance e mantendo a boa disposição
durante toda a aula.

248
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

REFLEXÃO
Aluna preparou-se para a aula e para a audição. Relativamente à planificação da
aula e à sua concretização, preocupei-me que esta não fosse muito “pesada” dado
ao facto de nesse mesmo dia haver uma audição. Tive ainda a preocupação de
realizar uma simulação para que a aluna se sentisse mais confiante no momento de
subir ao palco. Dado o facto da aluna se ter preparado para a aula, não foi necessário
dedicar 20 minutos à peça, pelo que no final pudemos ouvir um pouco de música.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 12

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 03 / 01 / 2019 Aula nº: 12

Aluna faltou.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 13

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 10 / 01 / 2019 Aula nº: 13
Aluna chega e professor pergunta se está melhor. De seguida, falam sobre trabalho
realizado durante as férias e professor pergunta se já começou a trabalhar o
material do novo livro. Aluna diz que professor tinha ficado de lhe dar o livro para
11:50 fotocopiar, mas professor acha que enviou recado aos pais para estes comprarem
o livro. Verificam então que aluna tinha recado escrito no livro já adotado. Aluna
reconhece erro, pede desculpa e professor decide começar a abordar novo livro a
partir da lição nº 18, emprestando-o à aluna.
Tocam o dueto “Romanza” da lição nº 14. Falam sobre complemento de ambas as
12:00 vozes e da dinâmica de pergunta e resposta da peça. Aluna consegue identificar o
motivo principal corretamente e reconhecer quando o professor o toca na sua voz.
Iniciam a lição nº 15 do método já adotado. Aluna toca o primeiro tema (“Te Deum”
12:12 de Charpentier). Aluna toca a primeira vez enganando-se na armação de clave. No
entanto, reconhece erro antes do professor a corrigir. Volta a tocar corretamente.

249
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Professor faz alguns ajustes na postura da aluna e pede-lhe que se esforce


respetivamente ao som, uma vez que toca com um som “tímido”. Aluna melhora.
Aluna toca agora tema “Fábula irlandesa”. Nesta peça, existe uma secção dedicada
à improvisação, não tendo esta corrido muito bem na primeira tentativa. Professor
pergunta quantas vezes a praticou e aluna reconhece que não tocou muitas vezes.
12:20
Professor explica que tem de ouvir harmonia várias vezes para a ter na memória e
ir, através da experimentação, encontrando as notas que resultam ou que soam
dissonantes em cada compasso.
Exercício com a cabeça da flauta. De seguida montam flauta e tocam apenas escala
12:26
pentatónica destinada a ser usada durante a improvisação.
12:31 Aluna volta a tocar “fábula irlandesa” e melhora consideravelmente.
Passam para tema “Can can” de Offenbach. Aluna tem dificuldades com emissão
do grave e solfejo. Professor é obrigado a estudar devagar com aluna e
12:36 seguidamente tem conversa com aluna sobre trabalho que está a fazer em casa
que não está a corresponder à nota que tirou no final do período (5). Aluna
concorda.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 14

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 17 / 01 / 2019 Aula nº: 14
11:55 Aluna chega à sala e vê vídeo sobre a respiração enquanto monta flauta.
Aquecimento do corpo para a performance e exercício de som com notas longas.
12:02
Professor alerta ainda para a correção da postura da aluna.
“Fábula irlandesa”. Professor dá dicas maioritariamente sobre a improvisação.
Alerta ainda aluna para pequena alteração no ritmo que está a fazer. Do ponto de
12:12
vista sonoro, diz a aluna que deve imaginar que está numa grande sala, como o
Coliseu, e que deve encher a sala de som.
Passam para tema “Can Can”. Aluna está com dificuldade a executar a articulação
12:20 no andamento, estão professor pede que se foque no ar ao invés da língua. Aluna
melhora performance.
Aluna pede a professor para tocar tema seguinte (dueto) “Bien está lo que bien
12:26 acaba”. Aluna diz ter tido dificuldade no mesmo devido ao solfejo. Professor toca
uma vez para aluna e depois solfejam juntos.

250
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Professor consegue finalmente tocar o seu acompanhamento do dueto durante a


12:34
primeira linha.
Iniciam estudo do solfejo da segunda linha do tema. Uma vez que é semelhante à
12:38
primeira, aluna consegue realizá-la rapidamente.
Professor pergunta a aluna como está o seu corpo, ao que aluna responde que este
12:41
está tenso. Realizam então exercícios de relaxamento.
Tocam exercício seguinte (“La feria de Scaraborought”). Aluna com dificuldade nas
12:47
pausas. Professor toca com aluna.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 15

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 24 / 01 / 2019 Aula nº: 15
11:50 Aquecimento do corpo e exercícios com a cabeça da flauta.
Exercícios do método Flute 101 dedicado aos pontos de apoio, com alternância das
11:58 posições de ré médio e dó sustenido. Realizam exercício em frente ao espelho e
aluna consegue executar exercício com mais facilidade.
Passam para primeiro exercício da lição 16 do método Escuchar, leer y tocar. Aluna
12:05
com dificuldade na emissão do ré grave.
Exercício com Pneumo-pro ajuda aluna na realização do exercício, mas aluna
mantém dificuldade no dó grave. Professor pede a aluna para cantar e tocar ao
12:13
mesmo tempo, procurando espaço na boca ideal para conseguir emitir nota mais
grave do instrumento.
Aluna consegue realizar exercício corretamente. Professor realiza alongamentos
12:20
após aluna se queixar de dor no pulso direito.
Iniciam Eco Exercise. Aluna canta primeiro exercício. Seguidamente vai tentando
12:27
reproduzir com a flauta.
Passam para “Exercício com nota nova” (sol sustenido). Aluna realiza exercício sem
12:40
dificuldade, tocando ainda a escala de Lá Maior (exercício seguite).

251
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Planificação de aula– Aluna C / Aula nº 16

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 31/01/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 18 de método Flute 101.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 - 12:00 | aquecimento do corpo, exercícios de embocadura, respiração e
postura
12:00 - 12:10 | realização de primeiro exercício da lição 18 dedicado à mudança de
oitava do ré – esclarecimento de dúvidas relacionadas com ritmo e com posição das
notas.
12:20 – 12:35 | dois duetos do mesmo livro– questões relacionadas com som e
dinâmicas fomentando criatividade da aluna e desafiando-a a criar a sua própria
interpretação da peça.
12:35 – 12:45 | temas do livro Escuchar Leer y tocar

RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.
Flute 101: Mastering the Basics – A Method for the Begining Flutist with teaching and
phrasing guides da autoria de Patricia George e de Phyllis Louke

252
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

AVALIAÇÃO
Aluna preparou duetos e lição nº 18. Demonstrou uma boa musicalidade e
criatividade. No entanto, não preparou peças do livro Escuchar, leer y tocar.

REFLEXÃO
Aluna preparou duetos de forma muito sustentada. No entanto, temas do livro
Escuchar, ler y tocar não foram preparados convenientemente, não chegando a ser
interpretados a aula. Ao invés disso, ajudei aluna em exercício técnico da lição nº 18
que aluna preparou com recurso ao dó sustenido e ao ré. Pareceu ficar entusiasmada
ao ser-lhe dada autonomia nos duetos para escolher dinâmicas. Aceitou as minhas
sugestões e percebeu o porquê. Consegui prever dificuldade no ritmo, por parte da
aluna, no decorrer do exercício da lição 18, dedicado às oitavas do ré. Preparei assim
exercício que ajudou aluna a realizar o exercício corretamente.

Planificação da Aula Supervisionada – Aluna C / Aula nº 17

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 07/02/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 18 de método Flute 101; Lição 16 do livro Escuchar Leer y tocar I.

253
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 - 12:00 | aquecimento do corpo, exercícios de som/embocadura, respiração e
postura;
12:00 - 12:25 | lição nº 18 do método Flute 101;
12:25 – 12:40 | temas do livro Escuchar Leer y tocar I
12:40 – 12:45 | visualização de vídeo

RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.
Flute 101: Mastering the Basics – A Method for the Begining Flutist with teaching and
phrasing guides da autoria de Patricia George e de Phyllis Louke

AVALIAÇÃO
Aluna preparou duetos e lição nº 18. Demonstrou uma boa musicalidade e
criatividade. No entanto, não preparou peças do livro Escuchar, leer y tocar.

REFLEXÃO
Aluna preparou duetos de forma muito sustentada. No entanto, temas do livro
Escuchar, ler y tocar não foram preparados convenientemente, não chegando a ser
interpretados a aula. Ao invés disso, auxiliei a aluna em exercício técnico da lição nº
18 que recorre ao dó sustenido e ao ré. Aluna pareceu ficar entusiasmada com o facto
de lhe ser dada autonomia nos duetos para escolher dinâmicas. Aceitou as minhas
sugestões e percebeu o porquê. Consegui prever dificuldade no ritmo, por parte da
aluna, no decorrer do exercício da lição 18, dedicado às oitavas do ré. Preparei assim
exercício que ajudou aluna a realizar o exercício corretamente.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 18

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 14 / 02 / 2019 Aula nº: 18
Aluna chega à aula e, enquanto monta a flauta, falamos sobre o que sentiu na
11:50
semana anterior com a professora orientadora a assistir. Aluna confessa timidez.
Aquecimento do corpo. Exercícios com a cabeça da flauta (sonoridade) e em frente
11:55
ao espelho.

254
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Exercício de som sobre a escala de Ré Maior tendo por base lição nº 18 do método
12:02
Flute 101.
Professor vai corrigindo pontos de apoio devido a desequilíbrio na afinação dos dós
12:07
sustenidos.
12:10 Exercício de oitavas.
Tema do “Guilherme Tell” de Rossini. Aluna não estava a reconhecer tema, pois
estava a tocar muito devagar. Professor canta-lhe tema e aluna reconhece
12:15
imediatamente. Torna-se mais fácil tocar “de ouvido” com algumas falhas a nível
técnico.
Após corrigir devagar alguns erros técnicos, aluna consegue tocar tema acima
12:22 mencionado. Passam para exercício do livro Escuchar leer y tocar, dedicado à
escala de Lá M.
Após algumas dificuldades da aluna ultrapassadas, passam para exercício “jardines
ingleses”. Aluna diz que teve alguma dificuldade na segunda linha. Quando toca,
12:30 essa dificuldade nota-se, tocando muito bem a primeira linha e falhando na
segunda. Professor explica o que significa a expressão “D.C. al Fine” que aparece
no tema.
Aluna toca novamente tema depois de resolvidos alguns problemas de leitura e
12:36
tocar lento.
Passam para “Dúo rítmico”. Aluna tem dificuldade em realizar ligadura. Professor
12:40 sugere então outras abordagens do exercício para contornar dificuldades. Aluna
consegue realizar exercício corretamente.
Tentam tocar tema “Noche africana”. Aluna encontra semelhanças com tema do
12:45
filme d’O Rei Leão de Elton John. Professor ri-se e reconhece essa semelhança.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 19


Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos
Horas
Grau: 1º Data: 21 / 02 / 2019 Aula nº: 19

Aluna faltou.

255
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 20

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 28 / 02/ 2019 Aula nº: 20
Aluna chega e professor já tem vídeo do “Breathing Gym”. Realizam exercício e
11:50
aluna termina-o com um sorriso no rosto.
Pegam na flauta e começam a realizar exercício de respiração e estabilidade do
11:56
som numa nota longa.
12:02 Escala de Lá M articulada e ligada. Tema “Jardines Ingleses”, na mesma tonalidade.
Exercício rítmico com as duas mãos. Aluna tem alguma dificuldade neste exercício
12:08
e frequentemente troca as mãos.
Avançam para “Noche africana”. Aluna com dificuldade no ritmo novamente.
12:13
Professor toca com aluna e esta segue o ritmo.
“Duetissimo”. Aluna erra na armação da clave. Professor toca a primeira voz do
12:17
dueto com a aluna e só posteriormente é que toca a segunda voz.
12:22 Exercício “Cálculo de ritmos”.
Exercício “Cuidado com o sol sustenido”. Correção de notas da armação de clave
12:30
e articulação.
12:37 “Eco Exercise”. Nota-se que aluna estudou.
12:43 “J’ai le soleil”. Aluna toca à primeira corretamente. Seguem para “Café cappuccino”.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 21

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 07 / 03 / 2019 Aula nº: 21
Professor liga metrónomo e realiza exercício de respiração com a aluna.
Seguidamente, experimentam aguentar uma nota à escolha no registo médio.
11:50
Professor pede a aluna que se preocupe com estabilidade da nota. Professor
aguenta 23 segundos e aluna fica bastante entusiasmada com feito do docente.
Mediante dificuldade da aluna (para de soprar com qualidade para aguentar mais
11:58 tempo), professor pega em palhinha e garrafa de água e faz exercício recorrendo
aos mesmos.
Professor pede à aluna para me entregar uma nota longa. Aluna mantém-se numa
12:05
ponta da sala e caminha até mim, mantendo a nota para ma “entregar”.

256
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna afina flauta, a pedido do professor, com nota no tablet. Canta a nota e depois
12:12
tem mais facilidade.
Passam para exercício do livro Escuchar, leer y tocar intitulado “Michael, Row the
Boat” (espiritual negro). Aluna tem dificuldade em ter consciência do tempo da
12:17
música. Fazem exercício a cantar e a movimentar braço em círculo de acordo com
tempo.
Revêm afinação devido a faixa de acompanhamento. De seguida, professor
12:22
improvisa e faz dueto com a aluna a partir da mesma música.
Falam sobre a questão histórica dos espirituais negros. Aluna não conhecia
12:28
conceito e professor canta “Oh Happy Day”. Aluna sorri e diz já conhecer esse tema.
Avançam para exercício “Hecho a melodia”. Aluna tem dificuldade em realizar ritmo
12:32
corretamente.
Professor repara que aluna não realizou exercício “Mi primera composición” e
12:37
questiona aluna sobre porque não o fez. “Para a semana trago”, diz aluna.
Aluna toca exercício “Aprende a volar” à primeira. Professor diz “muito bem!”, num
12:40
tom empolgado.
12:43 Eco Exercise.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 22

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 14 / 03 / 2019 Aula nº: 22
Aluna pede desculpa por atraso. Traz o braço esquerdo ao peito: realizou uma
fratura de ramo verde.na zona do pulso. Professor pede a aluna para tirar cabeça
11:54
da flauta. Aluna diz que acha que consegue tocar flauta, mas professor opõe-se,
dizendo que não deve forçar a mão para não piorar a sua situação
Realizam exercício com a cabeça da flauta no qual exploram posição da cabeça da
12:00 flauta em relação ao lábio. Aluna é convidada a alterar relação flauta queixo num
eixo vertical e horizontal, encontrando a posição que favorece a produção do som.
Exercício de oitavas com a cabeça da flauta. Aluna tem dificuldade. Professor pede-
12:10 lhe para andar. Ao realizar exercício em deslocação, aluna consegue realizar oitava
sem problema.
Professor pede a aluna para se colocar em frente ao espelho. E realizar exercício
12:15
com Pneumo-pro.

257
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Professor realiza frase e pergunta a aluna como acha que as ventoinhas se


comportar-se-ão. Aluna pensa que ventoinhas a girar deverão sempre ser as
12:21
amarelas. Professor explica que, no agudo, podem chegar a girar a vermelha e a
azul, exemplificando e mostrando movimento do lábio de lado à aluna.
Exercício do livro “My own composition”. Aluna tem compassos que deve organizar
12:30 de modo a criar uma frase musical com sentido. Cantam diversos fragmentos e
realizam exercício.
“Eco Exercise”. Realizam exercício a cantar. De seguida realizam “Capricho
12:39
Italiano” a solfejar com o play-along.
Professor conclui a aula a dizer que é possível aluna manter estudo mesmo com o
12:45
pulso lesionado do modo que a instruiu durante a aula.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 23

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 21 / 03 / 2019 Aula nº: 23
Aluna chega. Continua com o gesso no braço. Professor inicia a aula a dizer que,
pelos motivos óbvios, não fará prova este período. Quanto à audição, poderá fazer
mediante a resposta do braço quando tirar o gesso. Aluna demonstra vontade de
11:50
fazer audição, visto que já vai tirar gesso na segunda-feira. Diz ainda que não se
importa de fazer prova, e professor ri-se dizendo que não quer, ainda assim, que
aluna esforce braço.
Professor mostra-lhe imagens retiradas do site da flautista Jennifer Cluff que
ilustram a importância de uma boa postura para a performance e respiração. Explica
11:55
imagens e intercala-as com exercícios de sonoridade e respiração com a cabeça
da flauta.
Exercício com a cabeça da flauta sentados. Professor explica postura sentada.
12:10 Pede a aluna para sentir ossos da pélvis na cadeira e depois dá instruções para
melhorar qualidade do som.
12:20 De seguida realizam exercício com anca apoiada na parede assim como as costas.
12:28 “Clapping Duet” da lição 18.
12:34 Professor convida-me a tocar enquanto solfeja com a aluna.
Professor aproveita que tenho flauta para tocarmos dueto improvisado para a aluna.
12:40
Primeiro estipula notas que podemos usar, seguidamente diz para usarmos poucas

258
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

notas, quase só notas longas, seguidamente para improvisarmos sem nenhuma


restrição. Aluna diverte-se com a nossa performance e observa performance quase
como jogo de “ping-pong”, observando um de cada vez.
12:45 Falamos sobre a importância de improvisar e como o praticar a mesma questão.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 24

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 28 / 03 / 2019 Aula nº: 24
Aluna entre com a flauta já montada. Professor pergunta se já consegue tocar e se
12:04 quer fazer prova. “Quero!”, exclama a aluna, fazendo-nos rir. “Pronto, não te vamos
tirar esse prazer!”, responde professor.
Primeiro exercício Lição 18, “Aprender a volar”. Aluna realiza exercício
12:07
corretamente, deixando-nos surpreendidos.
“Echo Exercise” – aluna tem dificuldade nos 2º e 3º padrões. Afinação também não
12:10
está perfeita.
Afinam por metrónomo e exercício de sopro com “f” e “v”. Repetição do exercício.
12:14
Aluna melhora bastante.
12:18 Escala de Si bemol Maior.
“Capricho Italiano” de Tchaikovsky”. Aluna tem dificuldade com contagem dos
12:20 compassos de espera e com mi bemol da armação de clave. Correção e repetição
do exercício com ajuda do professor e sozinha.
12:25 “Marcha del dragón borracho”: Aluna sem dificuldade.
“Cuenta y toca”. Professor dá sugestões variadas para a improvisação. Aluna afirma
12:28
que quer tocar esta música na audição da próxima semana.
Continuam a insistir na mesma música. Professor vai incentivando aluna a realizar
12:36
um som mais cheio e a arriscar mais na improvisação, variando mais no ritmo.
Professor explica o primeiro exercício da lição 19, “El telesqui”, baseado na escala
12:40
cromática.
Aluna tenta realizar exercício e professor nota que aluna está a forçar mão direita
12:43
nas notas mais graves. Corrige a mão da aluna de modo a não forçar.

259
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Planificação da Aula – Aluna C / Aula nº 25

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 04/04/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
“Cuenta y toca” – preparação para audição. A escala cromática.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 - 12:00 | aquecimento do corpo, exercícios de embocadura, respiração e
postura
12:00 - 12:10 | realização de exercício técnico baseado na escala cromática – “El
telesqui” do manual.
12:20 – 12:40 | performance do tema Cuenta y toca”, esclarecimento de dúvidas da
aluna, correção de possíveis erros e preparação para audição da tarde.
12:40 – 12:45 | momento dedicado ao relaxamento do corpo para preparar
simulação da audição
12:45 – 12.55 | simulação da audição

RECURSOS E FONTES
“Escuchar, ler y tocar” de Broers e Kastelein.

AVALIAÇÃO
A aluna é bastante aplicada e muito perspicaz. Conseguiu integrar o conceito de
escala cromática com muita facilidade e tocá-la devagar sem recorrer a nenhum
suporte escrito. Quanto à peça da audição, o maior desafio foi a parte improvisada.

260
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

REFLEXÃO
A aula iniciou com um aquecimento corporal e alguns exercícios com notas longas.
Seguidamente, introduzi o conceito de escala cromática, o qual a aluna recebeu muito
bem, aproveitando para relacionar alguns exercícios técnicos com o novo conceito.
Uma vez que a aluna tinha uma audição para preparar, procurei incluir um momento
no qual a aluna simulasse a sua apresentação, algo que já tinha feito na última aula
do 1º período. Desta vez, gravei a parte sonora, de modo a poder refletir juntamente
com a aluna sobre a sua improvisação e que outras componentes poderia acrescentar
ao seu solo.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 26

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 02 / 05 / 2019 Aula nº: 26
Aluna chega atrasada e pede desculpa. Professor inicia aula com exercícios de
12:05
som e respiração.
Na nota lá do registo grave, professor pede a aluna para tocar vários ataques
pensando sempre no corpo de um modo relaxado, como se tivesse a “expandir” em
12:09
cada respiração e à medida que se sopra. Fazem o mesmo com outras notas e em
diferentes registos do instrumento.
Antes de iniciar peças, aluna pergunta ao professor qual é a posição do mi bemol
agudo. Professor explica e pede a aluna para, seguidamente, tocar a nota nos três
12:14 registos do instrumento. Professor apercebe-se que aluna está a tencionar a mão.
Professor tenta que aluna relaxe através do toque no braço da aluna e algumas
instruções verbais como “calma, não apertes a mão”.
12:20 Iniciam primeiro dueto da lição 20A do método Flute 101.
Depois de tocarem uma vez num andamento lento, professor diz “agora allegreto”.
Aluna não consegue tocar no andamento sugerido. Professor pergunta se a mesma
12:24
não experimentou tocar em casa dessa forma e aluna confessa que não reparou
em indicação metronómica.
12:28 Ao aumentar andamento, aluna acaba por falhar armação de clave.
Professor pede a aluna que estude melhor dueto para a próxima aula e avançam
para segundo tema, “The First Noel”. Aluna não se apercebe da armação de clave
12:30
e toca sempre lá natural e quase sempre si natural, sendo que a peça tem três
bemóis. Tem ainda dificuldade na dedilhação do mi bemol agudo.

261
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Professor pede a aluna para trabalhar isoladamente passagem “Dó ré e mi bemol”


12:36 com vários andamentos, ritmos e de olhos fechados. Aluna consegue dominar
passagem.
Professor pede a aluna para tocar todo o tema e aluna volta a tocar mi bemol agudo
12:40
com posição do médio.
Professor diz a aluna que todos as dificuldades que a aluna está a ter relacionam-
12:42
se com o estudo mau que fez em casa, criando maus hábitos na peça.
Professor diz a aluna que lição a retirar desta aula é que nunca se deve estudar
12:47 mal, uma vez que estamos a formar maus hábitos. Dá exemplo de quando
escrevemos algo num papel a lápis. Mesmo que se apague, fica lá a marca.

Planificação da Aula – Aluna C / Aula nº 27

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 09/05/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição 20A de método 101 Flute.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 - 12:00 | exercício de respiração e relaxamento do corpo
12:00 - 12:10 | realização de exercício técnico baseado na escala cromática – “El
telesqui” do manual.
12:20 – 12:40 | performance do tema “Cuenta y toca”, esclarecimento de dúvidas da

262
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

aluna, correção de possíveis erros e preparação para audição da tarde.


12:40 – 12:45 | momento dedicado ao relaxamento do corpo para preparar
simulação da audição
12:45 – 12.55 | simulação da audição

RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein
Flute 101: Mastering the Basics – A Method for the Begining Flutist with teaching and
phrasing guides da autoria de Patricia George e de Phyllis Louke

AVALIAÇÃO
A aluna evoluiu face à semana passada. Nota-se que houve uma preparação sólida
em casa.

REFLEXÃO
Aluna que tinha tendência a estudar apenas exercícios com acompanhamento do
play-along, já começa a empenhar-se mais no estudo de restantes exercícios e nota-
-se que gosta e evoluiu ao tocar em dueto, uma vez que reage muito por mimetização
do que professor está a fazer.

Planificação da Aula – Aluna C / Aula nº 28

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 16/05/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

263
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição 20 e 20A do método Flute 101.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 - 12:00 | exercício de respiração/relaxamento do corpo e notas longas
12:00 - 12:10 | exercício da lição 20 de 101 Flute dedicado às oitavas da nota ré.
12:20 – 12:40 | lição 20A do manual 101 Flute.
12:40 – 12:45 | momento dedicado ao relaxamento do corpo
12:45 – 12.55 | exercício dedicado ao domínio da dedilhação do Mi bemol agudo
(lição nº 20 do método 101 Flute)

RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein
Flute 101: Mastering the Basics – A Method for the Begining Flutist with teaching and
phrasing guides da autoria de Patricia George e de Phyllis Louke

AVALIAÇÃO
Aluna empenhada, interessada e com boas características musicais, realiza
exercícios com muita naturalidade. No entanto, apresentou bastantes dificuldades nos
exercícios da aula de hoje, notando-se que não houve uma preparação sólida durante
a última semana.

REFLEXÃO
Aluna teve dificuldades nos exercícios técnicos dedicados às oitavas e à dedilhação
do mi bemol pelo que foi necessário realizar diversas pausas durante a aula para
conseguir manter aluna focada e ativa na realização dos exercícios. No final da aula,
foi necessário dialogar sobre a importância do estudo e da dedicação individual
semanal ao estudo do instrumento.

Planificação da Aula Supervisionada – Aluna C / Aula nº 29

Ano/Grau: 1º grau (5º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Integrado
Data: 23/05/2019

264
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição 20 e 20A do método Flute 101.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 – 12:00 | exercício de relaxamento do corpo e notas longas
12:00 - 12:20 | lição 19 de 101 Flute.
12:20 – 12:25 | momento dedicado ao relaxamento do corpo
12:25 – 12:45 | lição 19A do manual 101 Flute

RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein
Flute 101: Mastering the Basics – A Method for the Begining Flutist with teaching and
phrasing guides da autoria de Patricia George e de Phyllis Louke

AVALIAÇÃO
Hoje a aluna não teve a sua melhor prestação em aula. Pelo contrário, notaram-se
bastantes dúvidas ao nível do ritmo, da leitura e pouco à-vontade em determinadas
passagens mais técnicas. Quando questionada sobre o assunto, a aluna argumentou
que tinha tido muitos testes e que efetivamente não tinha estudado de uma forma tão
regular. Ainda assim, preparou tanto a lição 19 como a 19A. Foi por isso aconselhada,
a estudar menos quantidade, mas melhor.

REFLEXÃO
Durante a aula, senti que a aluna percebeu as minhas instruções. No entanto, tal
como aconteceu na aula de hoje da aluna B, não consegui cumprir a planificação
dada a dificuldade da aluna em componentes básicas das músicas tal como o ritmo.

265
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna C / Aula nº 30

Nome: Aluna C (básico) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 1º Data: 30 / 05 / 2019 Aula nº: 30
12:05 Professor realiza aquecimento com a aluna.
Iniciamos prova com temas da lição 19 do método Escuchar, leer y tocar: tema da
12:17
Carmen, “Habanera”, de se seguida “Melodia de la taiga”.
Professor interrompe aula para falar de equilíbrio entre quantidade e velocidade de
ar na mesma nota mas em dinâmicas diferentes (mf: 50% de quantidade e 50% de
12:22
velocidade/ p: 25% de quantidade e 75% de velocidade; f: 75% de quantidade e
25% de velocidade). Resultado é muito positivo.
Repetição de “melodia de la taiga”. Aluna tem dificuldade em respeitar armação de
12:29 clave (si e mi bemol). Professor dá a oportunidade a aluna de rever tema, antes de
“contar” para a prova.
Tema “El ciclista feliz”. Aluna, nervosa por tema anterior não ter corrido bem, não
12:40
sopra com convicção para a flauta e afinação cai.
12:50 Duo “Adelante”. Aluna toca a medo.
Combinam que peça será tocada na audição, dia 12 de junho. Professor avisa aluna
12:52 que ter bom ouvido não chega para continuar a manter os “cincos” no final do
período no próximo ano.

266
Anexo H

Observações e planificações da Aluna D


Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 1

Local: Academia de Música de Vilar do Paraíso, sala 3.13


Disciplina: Flauta
Regime: Supletivo
Horário da aula: quinta-feira, 12:50 – 13:45
Material usado na sala de aula: Flauta, estante, lápis, espelho, tablet com internet,
colunas com boa qualidade sonora, Pneumo-pro.
Conteúdos Programáticos: Escalas e outros exercícios técnicos, Estudos dos
cadernos nº2 e 3 de Köhler, op.33, Partita em Lá Menor BWV1013 de J. S. Bach, Sonata
de F. Poulenc, Concerto em Sol Maior K313 de W. A. Mozart.

Caracterização da aluna
Aluna interessada que, no entanto, não tem a música como prioridade na sua
vida.
Frequenta o 12º ano do curso de Ciências e pretende prosseguir estudos na área
das engenharias, não dando prioridade ao estudo da flauta no seu dia-a-dia de forma
assumida. Tal como a aluna B, não tem muita segurança no que toca às suas
capacidades, sofrendo bastante com a ansiedade e manifestando sinais da mesma
durante as aulas e ensaios com a pianista acompanhadora (sintomas como tremores
nas mãos são visíveis recorrentemente).

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 27 / 09 / 2018 Aula nº: 1
Aluna entra e professor apresenta-me e explica a minha presença na sala de aula.
12:45 Aluna diz lembrar-se do tempo em que estudei naquela academia. Professor
encaminha-a então para a mesa onde deve montar a flauta.
Iniciam exercício de sonoridade com recurso aos harmónicos da flauta. Iniciam no
12:50
lá do registo grave. “Só tens som se houver movimento do ar”, alerta professor.
Professor pede a aluna que retire a cabeça do instrumento. Aluna toca e professor
12:57 pede que cante a nota que está a cantar em “ô” para dentro da flauta, executando
a técnica de cantar e tocar simultaneamente. Recorrem também ao espelho.
Aluna realiza ainda exercício com a cabeça da flauta. No entanto, nota-se uma
grande diferença no que toca à qualidade do som face ao início do exercício, que
13:04
advém da pressão da coluna de ar que no início era pouca (ouvia-se um som frágil).
Professor conclui: “Tocar tem de ser liberdade!”

269
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna volta a montar flauta e voltam a exercício de harmónicos. Professor alerta


13:10
para contacto com lábio inferior que deve ser “firme, mas flexível”.
Professor dirige-se ao tablet e abre artigo sobre anatomia do braço. Fala sobre
clavícula fazer parte dos membros superiores e procura consciencializar aluna de
13:13
modo a que esta encontre uma postura sem tanta tensão. Aluna volta a pegar na
flauta e toca, aparentemente, com menos tensão.
Passam para exercício de oitavas. Professor dá indicação que se prende com a
13:17
direção do sopro (“Aproveita a rampa do teu céu da boca”).
Realizam exercício de oitavas com a escala de Fá M recorrendo a vários padrões
13:19
(colcheias, tercinas, etc). Professor toca com aluna exercícios.
Escala de Fá M por terceiras. Depois professor pede para realizarem exercício nº 4
13:29 do livro de Taffanel e Gaubert. Aluna diz não ter exercício decorado e professor
responde dizendo que já deveria sabê-lo de memória.
Escala Ré menor natural, seguida da harmónica e da melódica. Seguidamente,
13:34
escala cromática com metrónomo a 60 e vários ritmos.
Professor diz a aluna que pode arrumar e enquanto esta desmonta instrumento,
pergunta sobre o tempo disponível que aluna tem para dedicar ao estudo durante
13:40 a semana. Mediante resposta negativa da aluna, professor aborda a questão da
inteligência a estudar. Se tem pouco tempo, deve estudar com inteligência de modo
a rentabilizar ao máximo o pouco tempo que tem.

Observações: Professor pede que aluna estude escala cromática melhor para a aula
seguinte, um estudo, a Partita em Lá menor de J. S. Bach e diz que enviará, por email,
gravações da Sonata de Poulenc.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 2

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 4 / 10 / 2018 Aula nº: 2
Aluna entra e posiciona os seus pertences em cima da mesa da sala. Professor
pede para se posicionar em frente ao espelho e soprar para cabeça da flauta. Aluna
12:50
inicia, tal como na aula anterior, o exercício com um som “tímido” e “débil”. Professor
vai dando instruções tais como “corpo relaxado”, movimentando-se, ou “ar livre”.

270
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Pede a aluna que use a técnica de cantar e tocar simultaneamente, exemplificando.


As melhorias no som da aluna são visíveis.
Professor pergunta qual a escala que a aluna estudou esta semana, relembrando-
a que deve começar a estudar mais do que uma por semana de modo a interiorizá-
las. Aluna responde que praticou escala de Sol Maior, relativa menor e cromática.
13:02 Tal como na semana anterior realizam diversos exercícios. Na maioria do tempo,
professor acompanha aluna com o seu instrumento, procurando manter ou
aumentar o andamento consoante modo como aluna toca. Aluna tende a
demonstrar maior assertividade quando professor toca em simultâneo.
Professor pergunta a aluna se estudou algum estudo. Aluna responde
afirmativamente e começa a tocar Estudo nº 11 de Köhler. Nota-se uma grande
ansiedade quando se observa a aluna, tanto pela forma como respira como pelo
modo como se posiciona em frente à estante. Professor toca-lhe nos ombros e
puxa-a para trás enquanto toca. Depois, vai respirando com a aluna, fazendo uma
13:24
respiração mais longa e relaxada do que a aluna, que o começa a imitar. Depois
interrompe-a e diz-lhe “Calma… Estás a tocar um estudo, mas diz ali Moderato.
Pensa nisto como uma dança”. Pede a aluna que volta a tocar e que baloice como
um pêndulo para trás e para frente. Aluna parece mudar a sua abordagem do
estudo de mais técnica para mais musical.
Professor faz pequeno exercício de respiração em que pede a aluna para não
bloquear corpo de cada vez que inspira. De seguida, pede a aluna que toque e que
13:35
demore o tempo que precisar em cada inspiração, mas que esta se realize de forma
relaxada e livre, assemelhando-se ao ato natural de respirar.
Aluna volta a tocar estudo e nota-se uma maior fluidez tanto a nível corporal como
sonoro. Professor conclui aula, dizendo que perdeu bastante tempo com pequenas
13:40
questões de postura, mas que o nosso corpo tem um grande impacto na forma
como tocamos e que aluna deve começar a insistir mais nesta questão.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 3

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 11 / 10 / 2018 Aula nº: 3
A aluna chega e monta a flauta. Professor mostra dois vídeos a ambas as alunas
12:48 (C, que ainda está na sala a desmontar a flauta, e D). No primeiro vídeo (presente
no “The Flute Channel” no Youtube), pode ver-se uma flautista a tocar enquanto

271
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

gira um arco na cintura (Hula Hoop). O professor explica que quando tocamos
devemos ter uma boa estabilidade no corpo e que, do ponto de vista postural, nem
podemos estar demasiado tensos nem demasiado relaxados, sensação esta que
pode ser encontrada ao fazer “Hula Hoop”. Já o segundo vídeo trata-se de uma
TedTalk da percussionista surda Evelyn Glennie, na qual os primeiros cinco minutos
abordam a diferença entre a tradução do que está na partitura e a interpretação,
mostrando que a música está para além da partitura. Ambas as alunas ficam
bastante surpreendidas e entusiasmadas com os vídeos, gerando-se um diálogo
bastante interessante.
Aluna começa a fazer exercício com cabeça da flauta em frente ao espelho.
13:01 Trabalham a focalização da coluna de ar para um som mais limpo. De seguida,
utilizam “Pneumo-Pro”, alternando o seu uso com o da cabeça da flauta.
Aluna monta flauta e toca algumas notas longas. Em cada nota, professor pede que
aluna explore a ressonância do seu corpo, mantendo a laringe descida, o palato
13:05
mole subido, e pensando na sua caixa torácica como caixa de ressonância do
instrumento. Aluna consegue um som cheio e reverberante.
Passam para exercício de oitavas em staccato. Nas oitavas mais agudas, aluna tem
dificuldade em manter pulsação, atrasando ligeiramente. No final do exercício,
13:10
professor incentiva aluna a criar os seus próprios exercícios técnicos e a desafiar-
se a si própria.
Iniciam escala de Si bemol Maior com recurso ao Exercício 4 do livro de Taffanel e
Gaubert. Dado a aluna ter dificuldade em manter a flauta firme (problemas nos
pontos de apoio), professor volta ao tablet e mostra imagem da parte esquelética e
muscular da mão, explicando à aluna como dele estar colocada a sua mão para
que consiga manter a flauta firme enquanto toca, por maior movimento que os
13:14
dedos façam. Ao fazer escala novamente, professor pede a aluna para se voltar a
focar no som e a fazê-lo ressoar como fizera anteriormente nas notas longas.
Sentem-se melhorias a nível técnico e sonoro. No entanto, professor repara que
dedo anelar direito não está a tapar convenientemente a chave. Dialogam sobre
possibilidade de tapar a chave.
Escala cromática em todo o registo da flauta. Após exercício com várias
articulações e ritmos, professor propõe a aluna começar a praticar uma redução do
13:22
Exercício 4 do livro de Taffanel e Gaubert, utilizando apenas os compassos das
modulações, passando assim por todas as tonalidades em pouco tempo.
Partita em Lá menor para flauta solo BWV 1013 de J. S. Bach, Allemande – aluna
13:30
toca a primeira vez e começo, desde o início, a ouvir sons provenientes da sua

272
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

garganta que acompanham cada nota staccato que a aluna toca. Professor deixa
aluna terminar primeira secção e após interromper aluna questiona-a sobre a
posição da sua língua a tocar. Aluna diz colocar ponta da língua atrás dos dentes
superiores. Professor pede então que aluna realize exercício em que não articula
com língua, apenas em “Ha”, dizendo-o com a letra “H” aspirada. Aluna realiza
exercício sem dificuldade.
De seguida, professor pede a aluna que coloque coxis encostado à parede, fletindo
os joelhos e mantendo a sua coluna encostada à parede. Aproxima estante da aluna
e pede-lhe que toque nessa mesma posição. Aluna começa a tocar e, devido a
variações de tempo indevidas, professor começa a marcar o tempo estalando os
dedos. Professor vai pedindo articulações diferentes tais como “Te te te”, “Ke ke
13:37
ke”, “Tu tu tu”, “Te ke”. De seguida, aluna retorna à posição normal e desta vez não
se ouvem ruídos na garganta. Professor pede a aluna que, sempre que toque peça,
repare se está a fazer algum som e para não continuar a tocar caso o mesmo
aconteça, tentando relaxar a laringe e sem esquecer que sem o sopro a flauta não
produz som.
Professor pede desta vez a aluna que toque tudo ligado e com diferentes dinâmicas
(tudo forte, tudo piano, mezzo forte, com crescendo, com diminuendo, etc.). Aluna
13:48
realiza exercício e regularidade dos dedos vais melhorando. No final, professor
pede que aluna toque “tal como está escrito”.
Professor manda aluna arrumar coisas e remete para vídeo observado no início da
13:55 aula: “o que é importante na música é a comunicação e não se acertas as notas
todas”.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 4

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 18 / 10 / 2018 Aula nº: 4
Aluna chega e começa a montar instrumento. Professor vai falando comigo sobre
12:50 dificuldades que advém do facto de alguns alunos não dominarem conteúdos de
formação musical a 100%. Aluna participa no diálogo.
Professor pede a aluna que toque nota lá. Vão fazendo exercícios de ativação da
12:55
respiração, realizando, sem a flauta, consoantes fricativas “V”, “Z” e “F”. De seguida,

273
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

com a flauta novamente, aluna procura “centrar o som” nas diferentes notas que vai
tocando.
Começam a tocar escala de Ré Maior com recurso ao Exercício 4 do livro de
Taffanel e Gaubert. Professor vai dirigindo atenção da aluna para pontos de apoio
e postura e aluna vai fazendo correções que considera adequadas. De seguida,
professor vai ao tablet e mostra artigo da autoria de Lia Pearson intitulado “Body
13:00 Mapping for Flutists”, baseado no livro What every musician needs to know about
the body de Barbara Conable. Fala sobre uma noção criada pela autora intitulada
Os três “efes”, referindo palavras começadas pela letra “F”. Estas são as palavras
“flexibilidade” (em oposição à força), “fluidez” e “liberdade” (freedom). De seguida
realizam escala de Si menor, focando-se nos conceitos abordados anteriormente.
Estudo nº 12 de Köhler, op. 33, Caderno nº2 – aluna começa a tocar e nota-se que
tercinas não estão 100% regulares. Professor pede então que me levante, rindo-se,
e pede a aluna que me dê um abraço. Aluna abraça-me e sinto o seu nervosismo
tanto ao nível da tensão dos seus membros como ao nível respiratório, sentindo o
seu batimento cardíaco acelerado. Começo a rir e peço que aluna relaxe os seus
13:18 membros, deitando a minha cabeça sobre o seu ombro. Sinto que aluna começa
também a relaxar. Professor fala então na sensação de aconchego que devemos
sentir ao tocar flauta, principalmente nas partes mais técnicas, para que
consigamos ter controlo sobre os nossos próprios dedos. Quando aluna volta a
tocar, nota-se uma grande diferença tanto a nível sonoro como do ponto de vista
da regularidade técnica.
Professor pede aluna que tenha em atenção afinação das notas, comparando-as
umas com as outras. Conclui com a ideia de que não há instrumentos de sopro
13:28
100% afinados e que temos de ir corrigindo sempre a nossa afinação. Quando volta
a tocar, notam-se melhorias nesse parâmetro.
Sonata de Poulenc – professor fala de gravação do flautista Vincent Lucas e recorda
masterclasse que assistiu com o mesmo flautista há dois anos. Procura de seguida
caderno de notas e lê apontamentos que retirou dessa masterclasse, recordando
as suas características humanas e como flautista. A propósito da anacruse da
13:35
Sonata de Poulenc, recorda exercício que flautista realizou com uma aluna em que
pedia que esta “oferecesse” o primeiro tempo do excerto “Volière” do Carnaval dos
Animais de Saint-Saëns a cada ouvinte da sala, concluindo que a música é o ato
de dar, por mais técnica que seja a peça que se esteja a tocar.

274
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

No final da aula, professor pede a aluna que lhe envie por email uma gravação da
13:45 Sonata de Poulenc ainda no dia de hoje e outra na quarta-feira, para que mais tarde
possam comparar as diferenças entre ambas.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 5

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 25 / 10 / 2018 Aula nº: 5
Aluna entra e começa a montar instrumento. Professor vai perguntando qual escala
estudou. Relativamente às peças, questiona se ouviu gravações das obras a
12:50
estudar e se teve tempo de avançar no estudo das mesmas. Aluna contextualiza a
sua semana.
Com a cabeça da flauta vão realizando exercícios de som. Quando montam a flauta
novamente, professor vai tocando aluna nos braços e nos ombros devido a tensão
12:55
habitual com que aluna se apresenta. Em frente ao espelho, aluna é incentivada a
estar atenta a correções posturais.
Escala de Mi bemol Maior – professor liga metrónomo a 60 Bpm. Pede a aluna que
toque escala e aluna toca em semicolcheias em staccato. Professor vai dando
instruções e pedindo diferentes ritmos e articulações. De seguida, professor pede
13:05
a aluna que toque as escalas, não por tocar, mas sempre com algum objetivo: “tens
que querer sempre mais qualquer coisa!”. Tocam arpejo, inversões 3 a 3 e 4 a 4.
De seguida, arpejo de sétima da dominante.
Passam para Sonata de Poulenc. Professor pede a aluna que o relembre que
gravação ouviu. Aluna responde que ouviu Emmanuel Pahud. Aluna começa a tocar
e professor interrompe-a quando começa a mostrar dificuldade, após a marca de
13:20
ensaio “4”. Começam a discutir sobre a anacruse, em fusas, defendendo que esta
deve ser simples e não carregada, como aluna tocou, provavelmente devido à
dificuldade técnica e ao registo (agudo) em que esta se encontra.
Começam a trabalhar partes técnicas, percutindo nas chaves da flauta. Com a flauta
no ombro, a aluna ouve através dos “key clicks” se os seus dedos estão regulares
13:28 ou não. Quando voltam a tocar, professor dá sugestões de dedilhações alternativas,
sugerindo que aluna toque mi agudo sem mindinho da mão direita quando na
dinâmica forte para facilitar afinação.

275
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Professor chama aluna à atenção, pedindo-lhe que repare na sua posição.


Professor intitula posição da aluna, com tronco debruçado sobre a estante, de
“posição de fuga”. Professor explica que aluna se deve manter equilibrada e que
deve reparar que só se coloca nessa posição quando tem dificuldades técnicas,
13:35
devido à ansiedade. No entanto, essa posição só vai prejudicar e dificultar a
respiração e o controlo da aluna sobre a peça que está a tocar. Aluna parece
compreender e professor pede que aluna flita ligeiramente os joelhos, para que se
consiga manter equilibrada.
Professor alerta aluna para o facto de estar a rodar flauta para dentro no agudo,
corrigindo-lhe os pontos de apoio. Para isso, usa um fife que tem numa das gavetas
13:42
de um armário da sala e bolas “antisstress”. Agarra as bolas “antisstress” e segura
o fife pressionando as bolas contra os locais de apoio do fife e da flauta.
Aluna começa a arrumar e professor pergunta a aluna se tem disponibilidade para
13:46 ter aula extra na semana seguinte, uma vez que na semana seguinte será feriado.
Ficam de combinar aula extra na aula de Ensemble de Flautas.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 6

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 8 / 11 / 2018 Aula nº: 6
Após montar instrumento, professor pede a aluna que toque algumas notas longas
para aquecer. Vai dando instruções e som vai crescendo e amplificando. Começam
12:50
a realizar oitavas e professor pede que aluna construa oitavas a partir da nota base.
Aluna consegue um som com uma grande qualidade tímbrica e de afinação.
Passam passa escala de Lá M. Aluna realiza escala de várias formas pedidas pelo
professor. Enquanto aluna toca, professor corrige a sua postura. Interrompe,
entretanto, aluna para realizar pequeno exercício de respiração, uma vez que,
várias vezes, aluna parece esquecer-se de soprar aquando de passagens mais
12:55
técnicas. Depois, professor pede a aluna que se dirija ao espelho e pede que diga
sílabas “Ung” e “Muã”, puxando lábios para a frente. Pede, de seguida, que aluna
pense nessa sensação ao tocar. Som melhora e ar parece fluir também com mais
naturalidade após exercícios.
13:02 Escala de Fá # menor com várias articulações e arpejo nas diversas inversões.

276
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Iniciam primeiro andamento da Sonata de Poulenc. Aluna começa a tocar e mais


13:08 uma vez parece esquecer-se da qualidade sonora que conseguiu anteriormente.
Professor insiste.
Professor felicita aluna. Melhorou bastante desde a última vez que tocou. Elogia o
timbre delicado que escolheu para iniciar a frase, mas pede mais contraste para
parte em que desce ao registo mais grave, nos compassos 6 e 7. Para o conseguir,
professor sugere que aluna direcione ar para a ponta dos pés (para baixo) e que
13:15 foque bem o som. Quando aluna repete, arranca reação enérgica do professor que
exclama “Boa!”. Aluna sorri timidamente e professor incentiva-a e afirma que, se ela
quiser, é capaz de tocar ao nível de qualquer colega que já tenha concluído o oitavo
grau (referindo-se a alunas que terminaram no ano letivo passado o oitavo grau e
que prosseguiram estudos no ensino superior).
Fazem pequenas correções técnicas nas anacruses. Seguidamente, trabalham
parte associada ao duplo staccato, no 5º compasso após a marca de ensaio nº 5.
Professor sugere a aluna que trabalhe tudo ligado. Aluna realiza exercício e vai
13:22
alternando com outras articulações, usando também o staccato simples. Professor
sugere que esta pense em “Té ké té”. Mesmo assim, a aluna mantém a dificuldade
e professor pede que lime essa passagem em casa.
Chegam à marca de ensaio 8. Nesta secção, aluna tem dificuldade em manter
tempo e fusas soam bastante irregulares. Professor pede a aluna que faça
13:30
“galopes” e que tente colocar fusas posteriormente. Tempo continua bastante
irregular e professor sugere que aluna trabalhe excerto com o metrónomo.
Fazem recapitulação do que trabalharam e aluna volta a tocar. Professor volta a
elogiar o seu timbre e interpretação, pedindo que se esforce para que consiga fazer
um bom exame de oitavo grau, depositando-lhe a sua total confiança. Fala ainda
13:38 da importância de ser natural a tocar peça. De seguida, tem pequeno diálogo com
a aluna sobre segundo andamento da Sonata. Discutem dificuldades sentidas pela
aluna no estudo, até agora, da peça. Aluna aborda questão da afinação e professor
afirma que quer ouvir segundo andamento na aula seguinte.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 7

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 15 / 11 / 2018 Aula nº: 7

277
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna chega, monta a flauta e coloca partitura da Sonata de Poulenc na estante.


Professor questiona se quer começar logo a tocar e se já aqueceu. Aluna diz
preferir aquecer antes e professor pede que comece aquecimento. Aluna coloca
na estante o livro de técnica de Taffanel e Gaubert. Professor pergunta se acha
12:50 que aquecer com escalas rápidas é uma boa estratégia. Aluna sorri sem responder.
Professor diz preferir aquecer com notas longas e pergunta a aluna se concorda.
Aluna concorda e começa a tocar intervalos de oitavas. De seguida, vai
obedecendo a instruções do professor que se prendem com postura, direção da
lâmina de ar e subida do palato mole. Som melhora bastante.
Iniciam o primeiro andamento da Sonata Poulenc. Professor sai da sala para ir
procurar pianista acompanhador e pede que aluna comece a tocar e deixa-me à-
vontade para dar instruções à aluna na sua ausência. Aluna começa a tocar,
estando bastante nervosa e tocando com um som “tímido”. Peço-lhe que acima de
tudo relaxe e deixe o ar fluir, dizendo-lhe que, sem ar, a flauta não toca e que está
a “hiperventilar” pelo facto de não soprar, criando tensão na caixa torácica e
13:00 inspirando constantemente sem expirar a totalidade ou grande parte do ar que tem
dentro dos pulmões. Dou exemplo de anacruse (segunda septina do andamento)
em que se ouve rotura do legato a meio da célula devido à baixa velocidade e
quantidade do ar. Aluna volta a tocar e nota-se uma grande diferença.
Seguidamente, peço-lhe que procure a mesma dinâmica do ar na passagem em
duplo staccato que a aluna tem mais dificuldade. Aluna atrasa bastante nessa
secção.
Professor chega e avisa que combinou com a pianista começar a ensaiar às 13:30.
Pede então a aluna que comece a tocar do início. Aluna volta a tocar e corre melhor
do que a primeira vez que tocou para mim. Ainda assim, professor continua a
13:10 estimulá-la a soprar e a dar mais alguma emoção à música. Depois, refere que os
trilos estão melhores e diz a aluna que deve desvalorizá-los com a expressão “são
uma mariquice”. Aluna ri-se e, ao repetir, consegue que os trilos soem leves e
fluídos.
Chegam à parte do duplo staccato e aluna volta a atrasar bastante. Professor diz
que aluna deve continuar a trabalhar o duplo staccato isoladamente e que, no
ensaio com piano, para não atrasar, deverá fazer passagem em staccato simples.
13:18
Depois corrige pequenas partes de solfejo e de mudança de andamentos. Faz
ainda exercício nos pianíssimos, exemplificando a sonoridade que aluna deve
procurar e como a encontrar, mudando a direção da lâmina de ar.

278
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Vamos ensaiar com piano. Aluna leva parte de piano e dirigimo-nos ao andar de
baixo, à sala da pianista acompanhadora. Aluna não afina flauta convenientemente
e fica bastante baixa. Professor pisca-me o olho e não diz nada à aluna. Quando
começam a tocar, aluna está muito baixa, principalmente nos finais de frase.
Quando vai para os agudos fortes, consegue estabilizar a afinação e acaba por
13:30
não corrigir com o ajuste da cabeça da flauta. Chega a um ponto que o professor
diz a sorrir “Bem! Chega de sofrimento! Tu não afinas, rapariga?”. Aluna ri-se
timidamente e afina sem dificuldade, dizendo que já tinha reparado. Professor
avisa que, em caso de dúvida, é preferível ficar alta do que baixa, uma vez que é
mais fácil ajustar com a embocadura para baixo.
Aluna tem alguma dificuldade em algumas entradas. Quando se engana, professor
pede-lhe que se aproxime da pianista acompanhadora e observe a partitura do
piano, indicando-lhe algumas referências. Aluna consegue, de modo geral, tocar
13:38
corretamente a seguir. Em sítios mais delicados de junção, professor avisa que
posteriormente terão de se juntar (aluna e pianista) para ensaiar para que não seja
necessário perder tempo da aula.
Regressamos à sala e, pelo caminho, professor vai discutindo com aluna o que
ainda há para melhorar. Quando chegam à sala de aula, já não há tempo para
13:43 muito mais. O professor pede à aluna para voltar a ouvir a peça em casa, mas
desta vez a acompanhar pela parte de piano para evitar “perder tempo” no ensaio
com pianista acompanhadora.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 8

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 22 / 11 / 2018 Aula nº: 8
Aluna entra com a flauta montada e professor pergunta se já aqueceu. Aluna
12:52 responde que esteve a aquecer noutra sala antes da sala, então professor diz que
podemos tentar ir já ensaiar com o piano.
Depois de aluna afinar, inicia-se ensaio. Aluna parece nervosa pela forma como
12:58
tem o corpo.
Professor interrompe aluna após a mesma errar algumas notas. Pede a aluna para
13:03
se concentrar mais.

279
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna continua a enganar-se em partes fáceis e conta mal os compassos de espera.


Professor interrompe ensaio e diz-lhe que não lhe parece que aluna esteja nos seus
melhores dias. Ela assume que professor tem razão. Professor pergunta se aluna
13:10
estudou 2º andamento e se o ouviu por causa do acompanhamento. Mediante
resposta negativa da aluna, decidem regressar à sala e deixar ensaio para a
semana seguinte.
Quando chegam à sala aluna parece triste. Professor diz-lhe para respirar e que o
ser humano não é uma máquina: tem dias bons, dias maus e erra. Aluna fica com
os olhos vermelhos e professor tenta evitar que aluna chore, rindo-se e recorrendo
13:20
ao seu sentido de humor. Fala ainda comigo sobre o assunto e eu própria assumo
que muitas vezes me deu vontade de mandar flauta “pela janela fora”. Aluna
começa a rir-se.
Professor pede a aluna para pousar flauta e realiza alongamentos com a mesma e
13:28
exercícios de respiração.
No final, professor pergunta se aluna quer tocar mais alguma coisa. Aluna diz que
pode tocar início do segundo andamento. Professor pede-lhe que use pensamentos
13:36
negativos que parece ter no momento para a ajudar na interpretação do
andamento.
Apesar de ter tido algumas dificuldades no decorrer da performance, aluna acaba
por sorrir no final quando professor lhe diz que está num bom caminho e que as
13:40
pedras vão sempre existir, apenas temos de aprender a contorná-las ou, caso
caiamos, a levantar. Terminam assim a aula.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 9

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 29 / 11 / 2018 Aula nº: 9
Iniciam com exercício nº 7 do livro Check Up de Peter Lukas Graf que consiste na
alternância entre notas dó natural e dó sustenido com e sem mindinho para testar
e praticar pontos de apoio na flauta. Aluna tem dificuldade em manter flauta estável.
12:55
Com indicações do professor, aluna vai melhorando. Professor remete
seguidamente para exercício que fizeram na classe de flautas e pede para aluna os
adicionar à rotina de aquecimento.

280
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Vamos para ensaio com piano no andar de baixo. Aluna toca de forma mais
confiante que na semana anterior o primeiro andamento da Sonata de Poulenc, no
13:10 entanto não presta muita atenção à comunicação com piano, não esperando (por
exemplo) quando pianista acompanhadora cede nas suas partes solísticas.
Professor chama-a à atenção. Corrigem também pequenas questões de afinação.
Passamos para segundo andamento da Sonata. Aluna parece nervosa por ser o
primeiro ensaio e faz transparecer esse estado de espírito na qualidade do seu som.
Nos agudos, aluna tende a deixar de soprar e a apertar. Professor diz que na sala
13:26
fará com ela exercício em que investirão nessa matéria. Depois dá à aluna algumas
referências do piano para uma melhor performance e pede que esta comece a
estudar o terceiro andamento.
Regressamos à sala e professor pega em palhinha estreita que tem guardada no
seu armário. Explica a aluna que para soprar por aquela palha precisa de apoiar tal
13:37 como nos agudos. Para soprar com maior velocidade de ar pela palhinha, aluna é
obrigada a fazer ligeira força nos abdominais. Ao mesmo tempo, uma lâmina de ar
estreita.
Aluna toca estudo nº 1 de Köhler. Mais uma vez, tende a parar de soprar. Professor
13:42 faz analogia com arco do violoncelo – “para o arco, para o som. É a mesma coisa
com o sopro”.
Professor dá indicações a aluna para oscilar peso do corpo entre perna direita e
esquerda. Aluna procura equilíbrio e som melhora, assim como parte técnica que
13:49
se torna mais fluída. Professor alerta para a importância do corpo na performance
– “não te preocupes só com as notas, isso é uma ilusão”.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 10

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 06 / 12 / 2018 Aula nº: 10
Professor inicia aula com exercício de harmónicos. Pede a aluna para afinar por
12:50 harmónicos de 12ª. Aluna já domina exercício e realiza-o. Som vai-se tornando mais
cheio com o decorrer do exercício.
Aluna toca estudo nº 1 de Köhler. Nota-se uma boa evolução desde a semana
13:00 anterior do ponto de vista da qualidade sonora e do domínio técnico. Professor dá
algumas sugestões de dinâmicas e mudanças de “ambiente”. Explica a aluna que

281
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

tem de conhecer bem as secções de cada peça (ou estudo) e mudar o pano de
fundo de cada tal como se muda o cenário entre atos numa peça de teatro.
Passamos para Partita em Lá menor de J. S. Bach. Aluna toca uma vez todo o
andamento. À medida que toca vai atrasando e baixando braços. Nota-se um
13:12 grande cansaço no final da peça e professor diz a aluna que é importante, para
além de trabalhar as diversas secções de uma peça, treinar a resistência durante a
performance.
Professor trabalha o staccato com a aluna recorrendo a uma garrafa de água e uma
palhinha. Pede-lhe para articular com a consonante “T”. Aluna tem dificuldade em
manter andamento das articulações, mas diz que conseguiu sentir de modo mais
13:20
percetível os músculos da respiração na zona abdominal. Professor pede a aluna
que toque Partita não se esquecendo de soprar com os músculos da respiração
ativa, tal como fez com a palhinha. Notam-se bastantes melhoras.
Fazem análise de alguns pontos da peça e professor faz referência a momentos
em que a harmonia é mais constante (início) e momentos em que a harmonia muda
13:32 mais rapidamente, já no desenvolvimento. Sugere ainda a aluna que use um tipo
de articulação menos “picado”, sugerindo-lhe, para além de usar mais ar tal como
no exercício anterior, usar a consoante “D”.
Professor marca na partitura pequenas secções nas quais ainda sente aluna
13:40 inconstante. Pede a aluna para estudar secções isoladamente, de modo a dominar
tecnicamente a peça na sua totalidade.

Planificação de Aula – Aluna D / Aula nº 11

Ano/Grau: 8º grau (12º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Supletivo
Data: 13/12/2018
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;

282
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

- coordenação e destreza técnica.


- interpretação de acordo com estética das distintas épocas da história da música.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1º andamento da Sonata de Poulenc.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
12:55 - 13:10 | escala de Mi maior destinada ao aquecimento – notas longas,
diferentes andamentos e articulações
13:10 – 13:35 | ensaio com piano para audição
13:35 – 13:45 | diálogo sobre dúvidas, revisão de algumas passagens lentamente e
diálogo de motivação para a audição.

RECURSOS E FONTES
Exercices Journalieres de Taffanel e Gaubert; estudos op.33 de Kohler (3º caderno)
e Sonata de Poulenc.

AVALIAÇÃO
Aluna estava bastante ansiosa para audição. No entanto, melhorou desde a semana
passada a níveis sonoros, de junção com piano e de interpretação.

REFLEXÃO
Penso que a planificação foi adequada a uma aula “pré-audição”, realizando um bom
aquecimento para uma melhor prestação no ensaio com piano, deixando a aluna mais
aliviada após um bom ensaio.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 12

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 03 / 01 / 2019 Aula nº: 12
Realização de aquecimento de “dr. Sanchez”. Aluna tocou na maioria do tempo com
12:50 o professor que pediu que também participasse. Penso que o facto de eu estar a
ler à primeira vista deixou aluna mais à-vontade para arriscar.

283
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Estudo nº 2 de Kohler. Maior dificuldade da aluna foi o solfejo das notas e professor
13:10 avisa-a que o facto de estar preocupada com as notas vai reduzir a qualidade da
prestação e que deve estudar melhor.
Padrão de arpejos quebrados realizados com pouco ar – aluna tende a parar de
soprar nas passagens de maior dificuldade. Professor realiza exercício com aluna
13:19 com recurso à cabeça da flauta, no qual aluna toca nota longa procurando condução
que padrão de arpejos devia ter, a crescer para o agudo. Ao passar para flauta,
aluna melhora a sua prestação.
Professor pede a aluna para cantar e tocar estudo em algumas partes para melhorar
13:27
qualidade de som e projeção.
Resolvem passagem de cromática por terceiras descendentes. Professor sugere
13:38
vários exercícios técnicos e apela à concentração da aluna na passagem.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 13

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 10 / 01 / 2019 Aula nº: 13
Exercício de som e staccato. Professor pede liberdade e equilíbrio no corpo, usando
12:50
várias “imagens mentais”.
Partita de Bach. Aluna toca de início a fim primeiro andamento e professor diz-lhe
13:10 que tocar bem com aquela ansiedade que aluna demonstra é impossível. Pede-lhe
que pouse a flauta e respire fundo, realizando alguns alongamentos.
Pede a aluna que volte a tocar e diz-lhe “Take your time”, dizendo-lhe que está a
13:16 tocar uma peça a solo e que não precisa de respirar tão rapidamente se não tem
um pianista à sua espera.
Segunda parte da Partita – professor chama aluna à atenção para baixo e de
13:21 seguida realizam exercício com pneumo-pro a pensar na questão do staccato (que
aluna faz com pouco ar).
Estudo nº 2. Aluna toca tudo sem qualquer variação dinâmica. Professor chama
aluna à atenção devido a esse aspeto e seguidamente pede-lhe que seja espera e
13:33
aproveite as mudanças de secção e tonalidade para realizar mudanças de
andamento mais expressivas e respirar de forma mais tranquila.

284
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Voltam a abordar o relaxamento do corpo. De seguida, quando aluna vai para


13:40 agudo, demonstra alguma fragilidade técnica nas passagens que vão ao si bemol
agudo. Trabalho das dedilhações em frente ao espelho.

Planificação de Aula – Aluna D / Aula nº 14

Ano/Grau: 8º grau (12º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Supletivo
Data: 17/01/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- coordenação e destreza técnica.
- interpretação de acordo com estética das distintas épocas da história da música.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
2º andamento da Sonata de Poulenc e estudo nº 3 de Kohler.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de relaxamento corporal.
12:55 - 13:05 | realização de notas longas
13:05 – 13:25 | ensaio com piano do segundo andamento da Sonata de Poulenc.
13:25 – 13:45 | estudo nº 3 de Kohler.

RECURSOS E FONTES
Exercices Journalieres de Taffanel e Gaubert; estudos de Kohler e Sonata de
Poulenc.

285
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

AVALIAÇÃO
Aluna com uma boa preparação do Segundo andamento de Poulenc, com apenas
algumas dificuldades ao nível da contagem dos compassos de espera. Estudo nº 3
com algumas hesitações.

REFLEXÃO
Fiquei satisfeita com a preparação do segundo andamento da Sonata por parte da
aluna. Penso que a consegui inspirar do ponto de vista da interpretação, incentivando-
a a procurar novos timbres para contrastar com o acompanhamento do piano. Tive a
preocupação de não impor a minha própria interpretação, exemplificando apenas
algumas passagens de variadas formas para aluna perceber as diferentes hipóteses
a que pode recorrer para tornar o andamento mais interessante. Quanto ao estudo,
vi-me obrigada a selecionar apenas algumas partes para estudar com a aluna mais
calmamente.

Planificação da Aula – Aluna D / Aula nº 15

Ano/Grau: 8º grau (12º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Supletivo
Data: 24/01/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- coordenação e destreza técnica.
- interpretação de acordo com estética das distintas épocas da história da música.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
2º andamento da Sonata de Poulenc.

286
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
12:55 - 13:10 | realização de notas longas e arpejos lentos e em diversas
tonalidades com vista a preparação para ensaio com piano
13:10 – 13:25 | segundo andamento da Sonata de Poulenc.
13:25 – 13:45 | ensaio com piano do mesmo andamento.

RECURSOS E FONTES
Exercices Journalieres de Taffanel e Gaubert; estudos de Kohler e Sonata de
Poulenc.

AVALIAÇÃO
Aluna um pouco desconcentrada. Teve uma prestação menos sólida que a semana
passada. Quando questionada sobre o assunto, reconheceu que o dia não estava a
correr bem e, por isso mesmo, não estava muito concentrada na aula. Procurei
mostrar compreensão para com a situação.

REFLEXÃO
Tive bastante dificuldade em captar a atenção da aluna. No entanto, a aluna
reconheceu que não estava muito bem devido a complicações da sua vida pessoal e
por isso procurei mostrar compreensão. Do ponto de vista da planificação, achei
melhor optar por trabalhar apenas o segundo andamento da Sonata e não ouvir o
estudo, uma vez que a aula é demasiado curta para uma aluna do 8º grau. Esta é
uma das maiores dificuldades quando falamos de alunos de regime supletivo.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 16

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 31 / 01 / 2019 Aula nº: 16

Aluna faltou.

287
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Planificação da Aula Supervisionada – Aluna D / Aula nº 17

Ano/Grau: 8º grau (12º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Supletivo
Data: 07/02/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica – foco para legato e condução da frase (2º andamento
Poulenc)
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- coordenação e destreza técnica (estudo)
- interpretação de acordo com estética das distintas épocas da história da música.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
2º andamento da Sonata de Poulenc e estudo nº 3 de Kohler, op. 33 III.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
12:55 - 13:00 | exercício de oitavas
13:00 – 13:10 | ensaio com piano do segundo andamento da Sonata de Poulenc
13:10 – 13:30 | segundo andamento da Sonata de Poulenc.
13:30 – 13:45 | estudo nº de Kohler.

RECURSOS E FONTES
Exercices Journalieres de Taffanel e Gaubert; estudos de Kohler op. 33 (caderno 3)
e Sonata de Poulenc.

AVALIAÇÃO
Aluna superou-se nesta aula. Parecia bastante nervosa no início, tremendo os dedos
enquanto tocava. O nervosismo talvez se tenha devido à presença da professora
orientadora (mesmo esta tendo afirmado que estaria ali para me avaliar, e não a ela).
Na Cantilena de Poulenc, a aluna conseguiu agarrar todas as dicas que fui dando e
dar-lhe a melhor interpretação que ouvi da sua parte desde que começou a tocar. No

288
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

estudo teve algumas dificuldades e concluímos que se deveu, provavelmente, a


alguma falta de organização no seu estudo diário.

REFLEXÃO
Penso que consegui chegar à aluna e transmitir-lhe as minhas ideias de forma clara.
Deste modo, a aluna poderá conseguir aproveitá-las para criar a sua própria
interpretação. Dei-lhe ainda dicas de estudo que penso que a poderão ajudar daqui
para a frente na organização, gestão e rentabilização do tempo.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 18

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 14 / 02 / 2019 Aula nº: 18
Professor introduz a aula a dizer que pretende rever todos os conteúdos da prova.
12:50 Dialogam sobre as principais dificuldades da mesma durante o estudo e as
estratégias que usou para superar essas dificuldades.
Professor pede a aluna que realize um aquecimento que ache que seja bom para
12:55 fazer antes de uma prova. Aluna realiza exercício de notas longas e professor no
final dá algumas sugestões de outros tipos de exercício dentro desse mesmo estilo.
Iniciam com o estudo nº 2 de Köhler. Trabalham algumas partes isoladamente e
13:03 professor dá algumas sugestões de sítios onde é possível respirar com mais calma
em situações em que a ansiedade acaba por surgir.
Estudo nº 3 de Köhler. Aluna toca até ao fim e professor pergunta-lhe se pensou
naquilo que ele lhe tinha dito no estudo anterior relativamente à respiração. Aluna
13:15 diz que não sorrindo e professor pede-lhe que reflita sobre o assunto, pois se a
respiração não estiver a ser realizada convenientemente, afeta o discernimento
com o qual a performance é realizada.
13:23 Pausa para pequeno exercício de relaxamento corporal
Avançam para Partita de Bach. Professor volta a avisar aluna face a respirações.
13:26 Pede-lhe para respirar com calma de modo a conseguir controlar o resto da
performance.
Aluna chega ao final a um andamento mais lento comparativamente ao andamento
13:32 em que iniciou. Professor pergunta-lhe se sentiu que a língua foi cedendo no
staccato e aluna responde afirmativamente. Professor sugere a aluna que, no caso

289
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

de isso acontecer, pensar mais no fluxo de ar e menos na força com que articula.
Diz-lhe também que a língua é um músculo e que pode ser trabalhado.
Passam para Cantilena. Aluna toca e nota-se mais à-vontade. Professor diz-lhe
13:42 para usufruir da música e se divertir mesmo quando estiver em prova. “A música
não é como o circo, tem a ver com transmissão de algo”. Concluem assim a aula.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 19

Observação: Aula de prova (final semestre)

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 21 / 02 / 2019 Aula nº: 19
Aluna chega e diz a professor que esteve a aquecer numa sala tal como tinha
combinado anteriormente com ele. Professor pergunta à aluna qual é a ordem que
quer realizar na prova. Aluna responde que prefere tocar primeiro o segundo
13:00 andamento de Poulenc, então saímos da sala e dirigimo-nos à sala da pianista
acompanhadora. Professora pede 10 minutos, uma vez que estava a acompanhar
aluno de trompete. Voltámos para a sala e aluna viu-se obrigada a iniciar com
estudo nº 3.
Dirigimo-nos novamente à sala da pianista acompanhadora. Aluna toca Cantilena e
13:14 engana-se em sítios pouco prováveis (por exemplo, troca uma mínima por uma
semínima).
Regressamos à sala e aluna toca primeiro andamento da Partita de Bach. Aluna,
13:20 no final começa a tremer, pelo que esperámos 5 minutos para avançar para estudo
nº 2, tentando dialogar e tranquilizá-la.
Aluna toca estudo nº 2. No final da aula, damos-lhe alguns conselhos para continuar
13:30
a melhorar.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 20

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 28 / 02/ 2019 Aula nº: 20

290
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Aluna chega a sala e pede desculpa pelo atraso. Diz ter-se distraído com as horas
12:56
enquanto estava a aquecer noutra sala.
Iniciam com 3º andamento da Sonata de Poulenc. Aluna com dificuldade a tocar
12:58
passagens no agudo.
Trabalho em frente ao espelho, num andamento lento, das passagens no agudo e
13:05
correção do posicionamento da mão.
13:12 Regressam à partitura e fazem uma primeira leitura geral.
Dirigem-se à sala da pianista acompanhadora. Tocam num andamento lento e vêm
13:20
questões de compassos de espera e junção com o piano
13:32 Regressam à sala e vêm questão da afinação no agudo com nota a tocar no tablet.
13:38 Em frente ao espelho, fazem exercício com os pontos de apoio. Afinação melhora.
13:45 Aproveitam passagem do trilo para trabalhar pontos de apoio.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 21

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 07 / 03 / 2019 Aula nº: 21
12:50 Aquecimento com “Breathing Gym”
12:58 Exercício de som (notas longas). “Torna-te obcecada pelo som!”.
3º andamento da Sonata de Poulenc, “Presto giocoso”. Aluna parece nervosa e isso
13:04 reflete-se no modo de tocar. “Não penses no meu julgamento e da professora
Francisca, preocupa-te com fazer o melhor por ti e não por nós”.
Aluna com dificuldade em manter o tempo. Professor sente que aluna continua
13:10 insegura, pede-lhe para pousar flauta e faz exercício com aluna de centralidade do
corpo e equilíbrio.
Voltam a tocar. Professor alerta aluna que não pode ter dedos moles, mas sim com
13:17
a força mínima.
Uma vez que aluna não consegue manter sopro com qualidade com a preocupação
13:24 com os dedos, professor realiza exercício com garrafa de água e palhinha.
“Enquanto não tiveres isto resolvido, não adianta irmos ensaiar com o piano”.
Aluna demonstra dificuldade na passagem “ré – fá# - mi”. “Problema está na mão
13:29
direita”, diz o professor. Após dizer isto, aluna corrige passagem automaticamente.
13:33 Exercício com harmónicos para questão da afinação e sopro.

291
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

“Tudo o que é passagens chatas, trabalha de cor”, diz professor. Aluna toma outra
13:38
consciência dos dedos e consegue melhorar bastante.
Professor fala com a aluna sobre a consistência do seu estudo, afirmando que para
13:42
que se consiga tocar na audição bem, temos de tocar mais vezes bem que mal.
Terminam aula com pensamentos sobre a nossa capacidade intelectual e o facto
13:46
de o “querer” ser muito importante para a nossa evolução.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 22

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 14 / 03 / 2019 Aula nº: 22
Realizam exercício de sonoridade no qual exploram posição da cabeça da flauta
12:50 em relação ao lábio. Aluna é convidada a alterar relação flauta queixo num eixo
vertical e horizontal, encontrando a posição que favorece a produção do som.
Exercício com Pneumo-pro focado no fluxo de ar. Professor explica a aluna que
12:56 conseguirá bom som se conseguir cruzar estas duas dimensões (relação flauta-
embocadura e fluxo do ar).
Falam sobre pontos de apoio devido à forma como aluna está a “agarrar” flauta,
“apertando” dedos. Professor explica que segurar a flauta é algo dinâmico. Se aluna
13:02
mantiver vetor e direção da força de cada braço, acaba por se abraçar. Professor
pede a aluna que mantenha esse aconchego enquanto toca flauta.
13:09 Ensaio do 3º andamento do Poulenc com pianista acompanhadora.
13:15 Aluna com dificuldades associadas à contagem de compassos/junção com piano.
13:20 Professor pede a aluna que toque uma vez sentada.
Professor sobe ligeiramente estante e pede que agora aluna toque agachada.
13:24 Emissão nos agudos melhora e confiança na junção com piano também, à medida
que vai repetindo.
No final, aluna tem dúvidas nos momentos que tem sozinha e com piano. Professor
13:28 pergunta se escutou gravação e aluna responde negativamente. Professor pede-
lhe para o fazer durante a semana seguinte.
Chegamos à sala. Professor e aluna realizam algumas passagens escolhidas pela
13:32 aluna como as mais difíceis. Estudam-nas de diversas formas, com ritomos,
articulações e a vários andamentos.

292
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Professor pede a aluna para abanar braços e rodar ombros. Ao voltar a pegar na
13:35
flauta, aluna melhora eficácia na passagem.
Estudo nº 4 de Kohler. Professor pergunta a aluna se tem feito escalas no seu
13:38 estudo diário devido à irregularidade dos seus dedos e insegurança em padrões
arpejados. Aluna diz que não e professor pede-lhe que volte a fazer esse trabalho.
Professor fala em questões musicais e pede a aluna que esteja atenta a momentos
13:42
de “eco” no estudo (realizar repetições dos temas em piano).

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 23

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 21 / 03 / 2019 Aula nº: 23
Aluna chega e professor pede a aluna para fazer exercício de recolocação da flauta
12:50
como na semana anterior.
Exercício de notas longas. Professor realiza com aluna escala cromática. Depois
12:56 chama-me, colocamo-nos em círculo e vamos passando as notas uns aos outros,
procurando fundir timbricamente uns com os outros.
Escala de Ré M com diversas articulações, arpejo de ré maior com inversões com
13:02
foco ainda na sonoridade e no posicionamento correto do corpo.
Professor mostra a aluna imagens sobre a postura e equilíbrio do corpo durante a
13:12
performance, retiradas do site da flautista Jennifer Cluff.
Terceiro andamento da Sonata de Poulenc. Aluna toca uma vez. Parece
desconcentrada e passagens tecnicamente mais complexas ainda não estão
totalmente dominadas. Professor pergunta a aluna se quer ir ensaiar com o piano.
Aluna diz que prefere não ir, pois não se sente concentrada e não está num dos
13:19
“seus melhores dias”. Professor diz que também sentiu isso na sua forma de tocar
e estar na aula e diz que não faz mal. Abandona então a sala por dois minutos para
avisar professora acompanhadora que não precisará de ensaiar com a aluna.
Enquanto isso, falo com a aluna sobre outros assuntos do dia-a-dia.
Aluna volta a tocar 3º andamento da Sonata de Poulenc. Professor interrompe-a
13:27 várias vezes para corrigir elementos relacionados com a sua postura corporal, modo
como posiciona dedos e forma de respirar.
Professor pede a aluna para encostar pélvis à parede, assim como as costas. Aluna
13:39 toca nessa posição e melhora som. Ainda assim, há passagens que não saem
totalmente limpas e que parecem preocupar aluna. Professor explica que a música

293
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

não são as notas nem é respeitar totalmente o que está no papel. Música, diz o
professor, é feita por humanos e é comunicação, pelo que aluna não deve
preocupar-se com parte técnica: deve sim preocupar-se em passar uma
mensagem.
13:47 Marcam audição e recital de preparação para o recital final.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 24

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 28 / 03 / 2019 Aula nº: 24
Aluna chega com a flauta montada. Iniciam exercício de aquecimento com notas
12:50
longas.
Escala cromática em toda a extensão da flauta com diferentes articulações, ritmos
12:56
e com diferentes marcações metronómicas.
Professor dá a aluna mais variáveis dos exercícios que estão a realizar, como por
13:04 exemplo, fazer a escala em modo “vaivém” adicionando cada vez mais notas a 72
no metrónomo. Se for demasiado 72, professor sugere que aluna desça até 60.
Professor dá exemplos de exercícios por padrões que permitam “correr” as 24
13:14
tonalidades em pouco mais do que um minuto.
3º andamento da Sonata de Poulenc. Aluna com dificuldade a sentir o tempo. Ligam
13:21
metrónomo.
Professor pergunta a aluna qual é a dinâmica da primeira nota. Sendo fortíssimo,
professor diz a aluna para assustar fila da frente do público. Depois pede a aluna
13:25
para dar um berro. Aluna ri-se bastante antes e depois de tentar “berrar”. Professor
incentiva-a. Quando volta a pegar na flauta, ataque sai muito melhor.
Professor chama à atenção aluna sobre dinâmica do andamento e para várias
13:30 personagens que encontra ao longo da primeira parte do mesmo. Aluna consegue
um resultado muito melhor na performance.
Professor dá a aluna posição auxiliar do Lá bemol para poder exagerar na dinâmica
13:35
sem que a afinação suba muito.
Professor pede a aluna para imaginar que está a tocar frase do 7º compasso do
número 10 no registo grave. Toca com a aluna em oitavas paralelas e pede a aluna
13:39
para colar o seu som ao dele. Resultado é um som mais colocado, redondo,
uniforme, cheio e afinado.

294
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

13:42 Professor pede mais contraste na secção do número 15.


Trabalham trilo antes do número 16 em colcheias, tercinas, semicolcheias, sextinas,
13:44
fusas e sem ritmo definido, segundo modelo do livro Check-up de Peter Lukas Graf.
Trabalham secção do número 16. Professor diz a aluna “Mélancolique não significa
13:50
que é sem energia”.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 25

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 04 / 04 / 2019 Aula nº: 25

Aluna faltou.

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 26

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 02 / 05 / 2019 Aula nº: 26
Aluna chega e monta instrumento. Professor pede-lhe que vá aquecendo como se
12:52
estivesse sozinha em casa.
Aluna aquece com escala cromática e professor pergunta se acha mais importante
aquecer dedos do que tronco e parte respiratória, dando o exemplo do Thomas
12:58
Quansthoff, cantor que não tem braços e consegue fazer música com um excelente
domínio do som que emite com a voz.
13:05 Professor pede a aluna para fazer harmónicos.
“Aquecer é predispor o corpo para”, diz professor. “Agora que já aqueceste podes
13:11
tocar”. Avançam para 1º andamento do Concerto em Sol Maior de Mozart.
Dialogam sobre dificuldades durante estudo do Concerto. Aluna diz que sentiu que
13:14
a maior dificuldade foi a articulação.
Professor pede a aluna para, quando tiver padrões repetidos, variar dinâmica e não
13:17
tocar sempre de forma igual.

295
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Enquanto aluna toca e professor vai dando indicações para a mesma sentir que
13:21 está a “expandir”, instrução que resulta muito bem do ponto de vista do
melhoramento da qualidade sonora.
Decompõem secções por terceiras e identificam a melodia principal. Professor
identifica melodia como “pilares” e pede a aluna para mostrar, ao tocar, percurso
13:26
que quer realizar e o que está a anunciar com essa melodia. Tanto a nível técnico
como musical notam-se melhorias.
13:32 Trabalham algumas partes técnicas por secções.
Trabalham trilos isoladamente, visto que aluna tende a perder noção do tempo
13:36
quando os executa.
Professor sugere que aluna já pratique desenvolvimento do 1º andamento já com
13:40
compassos de espera.
13:45 Falam sobre estratégias que aluna pode usar para estudar Concerto.

Planificação da Aula Supervisionada – Aluna D / Aula nº 27

Ano/Grau: 8º grau (12º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Supletivo
Data: 09/05/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica – foco para legato e condução da frase (2º andamento
Poulenc)
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- coordenação e destreza técnica (estudo)
- interpretação de acordo com estética das distintas épocas da história da música.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart e estudo nº 3 de Kohler, op. 33 III.

296
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
12:55 - 13:10 | exercícios de sonoridade e staccato com vista a obtenção de um
melhor resultado no 1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart
13:10 – 13:20 | 1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart.
13:25 – 13:30 | pausa para relaxamento
13:30– 13:45 | continuação do 1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart.

RECURSOS E FONTES
De la Sonorité de Marcel Moyse e Seven Daily Exercises op.5 de Reichert; estudos
de Kohler op. 33 (caderno 3) e Concerto em Sol M de Mozart.

AVALIAÇÃO
Aluna não teve tempo para estudar muito, justificando-se com a ida à Bélgica com o
ensemble de flautas da academia.

REFLEXÃO
Uma vez que aluna esteve na Bélgica com ensemble de flautas, não preparou estudo,
pelo que optei por planificar vários exercícios no sentido de trabalhar bem o Concerto.
Sabendo previamente desta questão, foi possível aproveitar bem a aula, uma vez que
a dediquei ao delineamento de estratégias de trabalho e desenvolvimento da peça.

Planificação da Aula Supervisionada – Aluna D / Aula nº 28

Ano/Grau: 8º grau (12º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Supletivo
Data: 16/05/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica – foco para legato e condução da frase (2º andamento
Poulenc)

297
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;


- coordenação e destreza técnica (estudo)
- interpretação de acordo com estética das distintas épocas da história da música.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
12:55 - 13:05 | exercício de sonoridade do método de Moyse
13:05 – 13:20 | 7 sequências de Reichert na tonalidade de Dó Maior e Lá menor.
13:20 – 13:45 | 1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart.

RECURSOS E FONTES
De la Sonorité de Marcel Moyse e Seven Daily Exercises op.5 de Reichert; estudos
de Kohler op. 33 (caderno 3) e Concerto em Sol M de Mozart.

AVALIAÇÃO
Aluna com bastantes dificuldades ao nível da técnica.

REFLEXÃO
Aluna confessou que se desleixou ligeiramente na manutenção técnica, pelo que senti
dificuldade em manter aluna dedicada aos exercícios. Sinto que aluna precisa de um
reforço ao nível da autoestima para continuar a procurar ultrapassar as adversidades
e as suas dificuldades.

Planificação da Aula Supervisionada – Aluna D / Aula nº 29

Ano/Grau: 8º grau (12º ano)


Duração da aula: 55 minutos
Regime de frequência: Supletivo
Data: 23/05/2019
Estagiário(a): Francisca Tadeu

298
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica – foco para legato e condução da frase (2º andamento
Poulenc)
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- coordenação e destreza técnica (estudo)
- interpretação de acordo com estética das distintas épocas da história da música.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart e estudo nº 3 de Kohler, op. 33 III.

DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
12:55 - 13:05 | escala de Sol M: notas longas, staccato, duplo staccato, por
terceiras, por oitavas.
13:05 – 13:20 | 7 sequências de Reichert na tonalidade de Sol Maior e Mi menor.
13:20 – 13:45 | 1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart.

RECURSOS E FONTES
De la Sonorité de Marcel Moyse e Seven Daily Exercises op.5 de Reichert; estudos
de Kohler op. 33 (caderno 3) e Concerto em Sol M de Mozart.

AVALIAÇÃO
A aluna demonstrou que trabalhou ao nível do staccato, uma vez que esta
componente estava bastante melhor na execução das escalas comparativamente à
semana anterior. No entanto, no Concerto de Mozart, aluna não conseguiu ser tão
clara a esse nível. Deve continuar a trabalhar nesse sentido para conseguir ser mais
flexível na execução das peças.

REFLEXÃO
A aula correu bem e penso que consegui dar conselhos a aluna que a permitirão
continuar a evoluir ao nível técnico e interpretativo. Foi útil o facto de ter havido a
possibilidade de ensaiar com o piano, o que deu à aluna outra energia de caráter mais
mobilizador no momento da performance. Recorri a mais exemplos tocados o que
poderá ter ajudado mais a aluna na procura dos ideais estéticos do Classicismo.

299
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Grelha de Observação de Aulas – Aluna D / Aula nº 30

Nome: Aluna D (secundário) Duração da Aula: 55 minutos


Horas
Grau: 8º Data: 30 / 05 / 2019 Aula nº: 30
12:55 Aquecimento com exercício de sonoridade.
Professor e aluna falam sobre recital marcado para a próxima semana fora da
13:05 escola. Decidem alterar para julho tendo em conta a maturação atual do repertório
e o facto de a aluna ter exames nacionais nas semanas seguintes.
Ensaio com o piano. Aluna passa todo o repertório que tocará no recital. Trabalham
13:18
essencialmente questões de junção com o piano.
Professor adverte aluna no final do ensaio: “a partir de agora não podes descorar
13:40
em nenhuma peça. Tens de as rever todos os dias”

300
Anexo I

Dossier de Autorregulação do Estudo e Questionário


Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

303
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Olá, o meu nome é Francisca Tadeu e, tal como tu, estudei nesta Academia.
Hoje, sou professora de flauta e aluna do Mestrado em Ensino da Música na Escola
Superior de Música e Artes do Espetáculo (Porto).

Decidi regressar a esta casa para realizar o meu estágio, pelo que organizei um
projeto de intervenção que pudesse ser útil para mim e para ti, aluno. O tema foi
escolhido tendo em conta algo que, pessoalmente, só aprendi a fazer muito tarde:
estudar. Ao contrário do que possas pensar, estudar instrumento não é fácil. Desafio-
-te então a colocar as seguintes questões a ti mesmo:

- Será que sei estudar?


- Será que aproveito ao máximo o meu tempo de estudo?
- Que ferramentas posso usar para otimizar o meu tempo de prática?

Se neste momento a questão em que estás a pensar é “Porque é que preciso de


saber estudar?” a resposta é simples. Após muita pesquisa, posso assegurar-te que não
é o talento nem as tuas características hereditárias (inteligência ou capacidade de
concentração) que vão ditar o teu sucesso na música ou em qualquer outra área. A
chave para o sucesso é a prática! Sabias que está provado que, tanto para a música,
como para o desporto ou para a ciência são necessários pelo menos dez anos de prática
intensa para chegar a um nível de excelência?

Apesar de o tempo ser importante, está também provado que o tipo de prática
que mais impacto tem na obtenção de resultados é a prática formal. Ou seja, é possível
evoluir mais quando te focas em objetivos específicos. Já o “tocar por tocar”, não te
ajudará assim tanto.

Tendo isto em conta, e assumindo que a vontade de ser melhor tem de partir
de ti, quero convidar-te a preencheres este dossier. O objetivo é lembrares-te todas as
semanas de definir objetivos e estratégias para a tua prática. Podes sempre pedir
ajuda ao teu professor de instrumento para te ajudar a estabelecer um plano eficiente.

A primeira secção que te convido a preencher é o limite de datas da semana de


estudo. A primeira data deve ser a do dia da tua aula de instrumento e a segunda deve
ser o dia anterior à aula. Exemplo (se a aula for à terça-feira): 12 de março (terça-feira)
a 18 de março (segunda-feira, dia da semana anterior à aula de instrumento).

304
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

De seguida, preenche os exercícios técnicos e as peças às quais vais dedicar


a tua semana. Nos exercícios técnicos podem constar escalas, estudos ou exercícios
de técnica digital.

Nos objetivos para a semana sê o mais específico possível! Cria-o tendo em


conta as dicas abaixo:
1. Define uma ação (verbo): realizar (corretamente), melhorar, corrigir, ouvir, solfejar...
2. Define o foco de atenção: ritmo, notas, som, timbre, articulação, dedilhação…
3. Define secção (zona) da peça ou exercício técnico: compassos 8 a 16 da peça x,
mudança de tonalidade do estudo y, escala de Si bemol Maior, escala cromática, …
4. Constrói uma frase com sentido que será o teu objetivo.
Ex.: Corrigir articulação do compasso 8 a 16 da peça x / Melhorar som na
escala de Si bemol Maior / Realizar corretamente dedilhação na mudança de
Na última página terás uma tabela onde
tonalidade os poderás
do estudo y. “colecionar”!

O passo seguinte consiste numa autoavaliação do teu trabalho até ao momento.


Deve ser preenchido mais ou menos a meio da semana ou ao fim dos primeiros dias
de prática. Nesta secção, deves identificar pontos fortes e fracos da tua prática até
ao momento.

No ponto 4, usa a tua criatividade e cria estratégias para ultrapassar os


principais obstáculos com que te deparaste. Lembra-te das tuas aulas de instrumento e
do que o teu professor te pede para fazer. Quando as usares, marca-as com um X.
Ex.: tocar com metrónomo a um andamento lento e ir aumentando
velocidade de uma passagem / tocar de mãos separadas (pianistas) / tocar em
frente ao espelho / solfejar passagens como na formação musical / tocar
passagens com diferentes ritmos, dinâmicas ou articulações…
O ponto 5 vai permitir-te-á identificar as estratégias que melhor resultaram
contigo, para que as possas usar mais vezes nas semanas seguintes. Regista-as na
tabela da última página e inspira-te para criares ainda mais estratégias de estudo!

No final da semana, reflete e avalia a tua semana de prática de 1 a 10.

Caso tenhas preenchido a ficha estás de parabéns! Pede à professora Helena


Coelho ou ao teu professor para a rubricar. No final da experiência, vou querer saber
quantas rúbricas recolheste e o teu parecer sobre a experiência. Peço então que
respondas ao questionário da última página e o entregues na reprografia! Caso tenhas
alguma dúvida, contacta-me via email: franciscatadeu@gmail.com

Obrigada pela tua disponibilidade! Francisca Tadeu

305
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Semana de ____ de _____________ a ____ de _____________

1. Dias da semana que pretendo praticar: S T Q Q S S D


2. O que vais estudar?
Sabias que está provado
Técnica: Peças: cientificamente que pequenas
sessões de estudo ao longo
__________________ __________________________
da semana são bem mais
__________________ ___________________________ eficazes do que praticar
muito num único dia?
__________________ ____________________________

3. Escreve os teus objetivos para a semana e assinala-o com um X quando o atingires.

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

3. Como está a correr o estudo? (o que evoluiu e o que continua a correr mal)
_________________________________ _________________________________
_________________________________ _________________________________

4. Que estratégias pretendes usar para melhorar?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

5. Assinala o segundo quadrado nas estratégias que melhor funcionaram contigo.


6. Atingiste os teus objetivos? ______ Avalia a tua prática semanal de 1 a 10: _______

306
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Semana de ____ de _____________ a ____ de _____________

1. Dias da semana que pretendo praticar: S T Q Q S S D


2. O que vais estudar?
Técnica: Peças:
__________________ ________________________________________________
__________________ ________________________________________________
__________________ ________________________________________________

3. Escreve os teus objetivos para a semana e assinala-o com um X quando o atingires.

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Não registes
_________________________________________________________________
apenas aspetos
negativos._________________________________________________________________
Pensa
também no que é
que já melhoraste!
_________________________________________________________________

3. Como está a correr o estudo? (o que evoluiu e o que continua a correr mal)
_________________________________ _________________________________
_________________________________ _________________________________

Pensa ainda4. no porquê 4.Que estratégias pretendes usar para melhorar?


das coisas negativas.
Tens estudado num
_____________________________________________________________
local tranquilo e com
boas condições?
_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

5. Assinala o segundo quadrado das estratégias que melhor resultaram.


6. Atingiste os teus objetivos? ______ Avalia a tua prática semanal de 1 a 10: _______

307
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Semana de ____ de _____________ a ____ de _____________

1. Dias da semana que pretendo praticar: S T Q Q S S D


2. O que vais estudar? Objetivo para esta
Técnica: Peças: semana: praticar
todos os dias! Vá
__________________ ___________________________________ lá… Nem que
__________________ ___________________________________ sejam só 5 minutos!

__________________ ______________________________________

3. Escreve os teus objetivos para a semana e assinala-o com um X quando o atingires.

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

3. Como está a correr o estudo? (o que evoluiu e o que continua a correr mal)
_________________________________ _________________________________
Quem têm sido os teus
_________________________________ companheiros de estudo?
_________________________________
Metrónomo? Afinador?
Espelho? Gravador?
4. Que estratégias pretendes usar para melhorar?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

5. Assinala o segundo quadrado das estratégias que melhor resultaram.


6. Atingiste os teus objetivos? ______ Avalia a tua prática semanal de 1 a 10: _______

308
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Semana de ____ de _____________ a ____ de _____________

1. Dias da semana que pretendo praticar: S T Q Q S S D


2. O que vais estudar? Devem estar a chegar as
Técnica: Peças: audições/avaliações! O
que te falta melhorar?
__________________ ______________________________ Vá lá! Sprint final!
__________________ __________________________________
__________________ ________________________________________________

3. Escreve os teus objetivos para a semana e assinala-o com um X quando o atingires.

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

3. Como está a correr o estudo?


_________________________________ _________________________________
_________________________________ Por esta altura já deves
_________________________________
saber que estratégias
resultam melhor contigo!
4. Que estratégias pretendes usar para melhorar?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

5. Assinala o segundo quadrado das estratégias que melhor resultaram.


6. Atingiste os teus objetivos? ______ Avalia a tua prática semanal de 1 a 10: _______

309
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Semana de ____ de _____________ a ____ de _____________

1. Dias da semana que pretendo praticar: S T Q Q S S D


2. O que vais estudar?
Técnica: Peças:
__________________ ________________________________________________
__________________ ________________________________________________
__________________ ________________________________________________

3. Escreve os teus objetivos para a semana e assinala-o com um X quando o atingires.

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

3. Como está a correr o estudo? (o que evoluiu e o que continua a correr mal)
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

4. Que estratégias pretendes usar para melhorar?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________
Se estás a preencher esta
última ficha, por esta altura
_____________________________________________________________
já deves estar “PRO” na
gestão da prática! Parabéns!
_____________________________________________________________

5. Assinala o segundo quadrado das estratégias que melhor resultaram.


6. Atingiste os teus objetivos? ______ Avalia a tua prática semanal de 1 a 10: _______

310
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Ação Foco Zona


Realizar ritmo
Cantar notas secção de peça
Entoar articulação
Solfejar dinâmica
Melhorar passagem secção de estudo
Corrigir postura
Observar embocadura
Tocar dedilhações
exercício técnico
Gravar armação de clave
Analisar afinação

311
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

Ação Foco Complemento


Realizar ritmo ao espelho
Cantar notas com diferentes ritmos
Entoar articulação com metrónomo
Solfejar dinâmica com diferentes articulações
Melhorar passagem devagar
Corrigir postura com várias dinâmicas
Observar embocadura a marcar compasso
Tocar dedilhações com nota pedal
Gravar armação de clave com afinador
Repetir afinação de mãos separadas

312
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

____
Sexo: ____________ Idade: ____________ Turma: _____________

Nota de instrumento do 2º período: _________ Idade de ingresso no instrumento: _________

I. Como correu a experiência? (assinala com um círculo a resposta)

Gostei da experiência?
(Não gostei) 1 2 3 4 5 (Adorei!)

Em que medida é que esta experiência foi útil para o meu desempenho no instrumento?
(Nada útil) 1 2 3 4 5 (Muito útil!)

Quantas rúbricas recolhi / quantas fichas preenchi?


0 1 2 3 4 5

Porque é que me esforcei para preencher a ficha?


1. Não me esforcei
2. Porque os meus pais e/ou professor insistiram
3. Porque queria ter uma boa nota a instrumento no final do período
4 Porque queria que a/o audição/concurso/prova de instrumento corresse bem
5. Porque quero tocar melhor e ser melhor a instrumento.
6. Por outro motivo: _____________________________________________________

Os teus pais e/ou professores envolveram-se contigo na experiência? Sim Não

Pediste alguma vez ajuda aos teus pais ou professores para te ajudarem a definir um plano semanal ou
estratégias? Sim Não

II. Hábitos de estudo: antes e depois (a preencher por quem obteve 3 a 5 assinaturas)

O meu tempo de estudo do instrumento é monitorizado:


ANTES DA EXPERIÊNCIA
1. Pelos meus pais ; 2. Por mim e pelos meus pais ; 3. Por mim ; 4. Outro: _________
DEPOIS DA EXPERIÊNCIA
1. Pelos meus pais ; 2. Por mim e pelos meus pais ; 3. Por mim ; 4. Outro: _________

Comparação Antes e Depois Experiência – Autorregulação no Estudo


ANTES DEPOIS
Qualidade do estudo (de 1 a 5)
Tempo de estudo semanal (em minutos)
Tempo médio de cada sessão de estudo (em minutos)
Motivação para estudo do instrumento (de 1 a 5)
Motivação para tocar instrumento (de 1 a 5)
Concentração durante estudo (de 1 a 5)
Dias da semana que estudava/estudo (0 a 7)
Rentabilização do tempo letivo de estudo do instrumento semanal (de 1 a 5)
Evolução semanal (1 a 5)
Desempenho nas aulas de instrumento (1 a 5)
Desempenho nas apresentações públicas (1 a 5)

313
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu

O meu professor de instrumento já realizou, no passado, uma experiência semelhante comigo? Sim / Não

Das aprendizagens que retiro desta experiência, aquilo a que atribuo mais importância é: (podes assinalar
mais do que uma opção)
1. A capacidade de definir objetivos
2. A capacidade de encontrar estratégias (resolução de problemas)
3. A gestão do tempo
4. Capacidade de autoavaliação
5. Outra: ___________________________________________________________

III. Hábitos de estudo (a preencher por quem obteve 0 a 2 assinaturas)

Não me envolvi tanto na experiência porque… (podes assinalar mais do que uma opção)
1. Achei que não ia ter impacto no meu aproveitamento
2. Acho que já estudo suficientemente bem
3. Não me senti motivado
4. Não gosto do meu instrumento e nunca me apetece tocar
5. Tive muitos trabalhos e não tive tempo para estudar/preencher as fichas
6. Por outro motivo. Qual? _______________________________________________________

O meu tempo semanal de estudo do instrumento é monitorizado:


1. Pelos meus pais ; 2. Por mim e pelos meus pais ; 3. Por mim ; 4. Outro: _________

O meu professor de instrumento já realizou, no passado, uma experiência semelhante comigo? Sim / Não

Avaliação de aspetos relacionados com o meu estudo


Qualidade do meu estudo (de 1 a 5)
Tempo de estudo semanal (em minutos)
Tempo médio de cada sessão de estudo (em minutos)
Motivação para estudo do instrumento (de 1 a 5)
Motivação para tocar instrumento (de 1 a 5)
Concentração durante estudo (de 1 a 5)
Dias da semana que estudo (0 a 7)
Evolução na aula de estudo do instrumento semanal (de 1 a 5)
Evolução semanal (1 a 5)
Desempenho nas aulas de instrumento (1 a 5)
Desempenho nas apresentações públicas (1 a 5)

Deixa o questionário até ao dia 7 de junho na reprografia.

Muito obrigada pela tua colaboração!

Francisca Tadeu

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