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iii
Resumo Este relatório representa o trabalho realizado ao longo de um
ano de estágio, realizado na Academia de Música de Vilar do
Paraíso.
Encontra-se dividido em três partes. A primeira é dedicada à
descrição da instituição. A segunda refere-se ao decorrer da
Prática de Ensino Supervisionada. Já a terceira e última secção
aborda o Projeto de Intervenção relacionado com a
Autorregulação no Estudo do Instrumento. Este projeto foi
implementado no decorrer do 3º período do ano letivo e
consistiu na distribuição de dossiers pelos alunos do 7º ao 9º
ano de escolaridade. Estes foram convidados a preenchê-lo
durante os momentos de estudo. O objetivo foi dotar os alunos
de ferramentas que permitam, de um modo autónomo, fazer
uma melhor gestão do tempo de prática através da definição de
objetivos, estratégias e uma autoavaliação sistematizada.
Os resultados revelaram-se bastante positivos para os alunos
que optaram por participar de um modo mais afincado na
experiência. Procurou-se ainda perceber que motivos levaram
os restantes alunos a optar pelo não preenchimento das fichas
metacognitivas.
v
Abtract This report represents the work accomplished during a year of
internship, held at the Academia de Música Vilar do Paraíso.
It is divided into three parts. The first one is a description of the
institution itself. The second one refers to the Supervised
Teaching Practice. The third and last section refers to the
Intervention Project related to Self-regulation in the
Instrumental Practice. This project was implemented during the
3rd term of the year and consisted in the delivery of dossiers to
students from the 7th to the 9th grade which were then asked to
be filled in during their instrumental practice. The goal was to
provide the students tools that allow them to better manage
their practice time through the denomination of goals, strategies
and a systematic self-evaluation.
The results were very positive for students who chose to
participate more deeply in the experience. It was also
investigated which motives lead the other students to choose
not to complete the metacognitive forms.
vii
Índice
Introdução ......................................................................................................... 1
Capítulo I | Guião de Observação da Prática Musical
1. Academia de Música de Vilar do Paraíso ................................................ 5
5. Outras atividades................................................................................... 45
ix
2.3 Objetivos e resultados esperados ........................................................ 53
6. Conclusão ............................................................................................. 82
Conclusão ....................................................................................................... 85
Bibliografia ...................................................................................................... 87
Anexos
Anexo A........................................................................................................... 93
Anexo B......................................................................................................... 133
Anexo C ........................................................................................................ 143
Anexo D ........................................................................................................ 153
Anexo E......................................................................................................... 159
Anexo F......................................................................................................... 197
Anexo G ........................................................................................................ 233
Anexo H ........................................................................................................ 267
Anexo I .......................................................................................................... 301
x
Índice de figuras
Figura 1 - Quadro com tempos de reforço (contabilizados em minutos)
assegurados pelas propinas ......................................................................................... 8
Figura 2 – Utensílios presentes no armário da sala de aula do professor Joaquim
Pereira. ....................................................................................................................... 16
Figura 3 – Pneumo-pro, instrumento usado pelo professor Joaquim Pereira
durante as suas aulas ................................................................................................. 17
Figura 4 - Ficha “Como é que eu pratico” proposta por Hart (2014). ................ 63
Figura 5 - Modelo de Ficha de Prática de G. Klickstein (2009). ....................... 64
Figura 6 – Gráfico relativo à pergunta “Qual é o teu ano de escolaridade?” .... 67
Figura 7 – Gráfico relativo à idade da população inquirida .............................. 67
Figura 8 – Gráfico relativo à idade de ingresso no instrumento dos alunos
inquiridos. ................................................................................................................... 68
Figura 9 – Gráfico relativo às classificações obtidas no segundo período a
instrumento. ................................................................................................................ 68
Figura 10 – Gráfico relativo à pergunta “Gostei da Experiência?” .................... 69
Figura 11 – Gráfico relativo à utilidade da experiência para o desempenho no
instrumento. ................................................................................................................ 69
Figura 12 – Gráfico relativo à pergunta “Porque me esforcei para preencher as
fichas?” ....................................................................................................................... 70
Figura 13 – Gráfico relativo ao envolvimento de pais e professores na
experiência. ................................................................................................................ 70
Figura 14 – Gráfico relativo à questão “Pediste alguma vez ajuda aos teus pais
ou professores para te ajudarem a definir um plano semanal ou estratégias? ............ 71
Figura 15 – Gráfico relativo ao número de fichas preenchidas. ....................... 71
Figura 16 – Gráfico relativo à monitorização do tempo de estudo. .................. 72
Figura 17 – Gráfico relativo à avaliação da qualidade do estudo semanal. ...... 72
Figura 18 – Gráficos relativos ao tempo de estudo de cada sessão (em minutos)
antes e depois da experiência. ................................................................................... 73
Figura 19 – Gráfico relativo à comparação da motivação para o estudo do
instrumento antes e depois da experiência. ................................................................ 73
Figura 20 - Gráfico relativo à comparação da motivação para tocar instrumento
antes e depois da experiência. ................................................................................... 74
Figura 21 - Gráfico relativo à comparação da evolução semanal no instrumento
antes e depois da experiência. ................................................................................... 74
xi
Figura 22 - Gráfico relativo à comparação da rentabilização do tempo letivo de
estudo do instrumento antes e depois da experiência. ................................................ 74
Figura 23 – Gráfico relativo à comparação da concentração durante o estudo do
instrumento antes e depois da experiência. ................................................................ 75
Figura 24 - Gráfico relativo à comparação do desempenho nas aulas de
instrumento antes e depois da experiência. ................................................................ 75
Figura 25 - Gráfico relativo à comparação do desempenho nas apresentações
públicas antes e depois da experiência. ...................................................................... 75
Figura 26 - Gráfico relativo à comparação do número de dias de estudo semanal
antes e depois da experiência. ................................................................................... 76
Figura 27 - Gráfico relativo às aprendizagens retiradas da experiência. .......... 76
Figura 28 – Gráfico relativo ao motivo para não ter havido envolvimento na
experiência. ................................................................................................................ 77
Figura 29 – Gráfico relativo à monitorização do tempo de estudo do
instrumento. ................................................................................................................ 77
Figura 30 – Gráfico relativo ao tempo de estudo de cada sessão (em
minutos) ...................................................................................................................... 78
Figura 31 - Gráfico relativo à avaliação da qualidade do estudo semanal. ...... 78
Figura 32 - Gráfico relativo à motivação para o estudo do instrumento. .......... 79
Figura 33 - Gráfico relativo à motivação para tocar instrumento. ..................... 79
Figura 34 - Gráfico relativo à concentração durante o estudo do instrumento. 80
Figura 35 - Gráfico relativo ao número de dias, por semana, de estudo. ......... 80
Figura 36 – Gráfico relativo à evolução durante a aula de instrumento. ........... 81
Figura 37 – Gráfio relativo à evolução semanal no instrumento....................... 81
Figura 38 – Gráfico relativo ao desempenho nas aulas de instrumento ........... 81
Figura 39 - Gráfico relativo ao desempenho nas apresentações públicas. ...... 82
xii
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Introdução
Ensinar é uma tarefa que acarreta uma grande responsabilidade. Quando penso
no que é isto de “ser professor”, concluo que se trata de muito mais do que apenas a
transmissão de conhecimento. Ensinar implica criar um vínculo e uma relação de
confiança com o aluno, assim como ter consciência da influência e do impacto que
podemos ter no percurso e formação da criança.
Durante o meu percurso como aluna, tive a sorte de ter excelentes professores
que me inspiraram e me guiaram sem ter a necessidade de impor a sua autoridade. Sou
sincera quando afirmo que os melhores professores que tive foram aqueles que me
fizeram sentir que devia trabalhar e estudar mais, não com o propósito de tirar a melhor
nota da turma, mas sim com o objetivo de não os desiludir e de manter a minha escalada
rumo ao conhecimento.
Enquanto professora de instrumento, posso afirmar que o facto de dar aulas
individuais facilita a criação deste vínculo a que me refiro. Para além disso, tenho o
privilégio de dar aulas de música, uma área mobilizadora que permite estimular a
criatividade e aceder a variadas emoções.
Tendo consciência da grande vantagem que nós, professores de instrumento,
temos, é com alegria que apresento este Relatório de Estágio, o culminar de dois anos
de grande aprendizagem e crescimento pessoal que me permitiram não só aprender
mais sobre o processo de ensino-aprendizagem, como também perceber a importância
desta missão que é “ensinar”.
O presente relatório é constituído por três partes, sendo que a primeira parte é
dedicada ao “Guião de Observação da Prática Musical” e permitirá conhecer melhor a
instituição onde foi realizado o estágio. O segundo capítulo destinar-se-á à
contextualização daquela que foi a “Prática de Ensino Supervisionada”, incluindo
grelhas de observação de aulas assistidas e planificações de aulas supervisionadas. Já
o terceiro e último capítulo será dedicado ao “Projeto de Intervenção” cujo tema incidiu
sobre a Autorregulação no estudo do instrumento.
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Capítulo I | Guião de Observação da Prática Musical
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
5
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
No Projeto Educativo da instituição (consultar Anexo A), podemos ler que a sua missão
se prende com o “assegurar um Ensino Artístico Especializado – Música, Dança e Teatro
Musical – com qualidade e excelência” (Projeto Educativo AMVP 2018-2021, 2018, p. 9).
Apesar de a sua missão passar pelo prosseguimento de estudos, a AMVP reforça no
documento a intenção de sensibilizar os seus alunos para as artes em geral, pretendendo
criar “seres humanos mais críticos, criativos, inovadores, autónomos, participativos e
responsáveis”.
Apesar dos alunos serem a principal preocupação por parte da instituição, também os
seus colaboradores e a comunidade são referenciados no seu Projeto Educativo. A AMVP
assume como sua missão “apoiar e dinamizar a formação e qualificação dos seus
colaboradores” assim como prestar “serviços de interesse cultural e artístico à comunidade
envolvente” (Projeto Educativo AMVP 2018-2021, 2018, p. 10).
No capítulo dedicado à “Visão” da instituição, é descrita a escola que a AMVP pretende
ser, com características relacionadas com a qualidade de ensino (que deve ser inovador e
aliciante), com a proatividade no delineamento de estratégias e resolução de problemas, com
a inovação aliada às alterações tecnológicas e sociais da atualidade e com a criação de
projetos culturais e artísticos de qualidade. O “respeito pelo outro” e a “igualdade de
oportunidades” são tópicos que também são abordados neste documento.
Quanto a valores defendidos pela instituição, encontramos a excelência,
perseverança, companheirismo, cooperação, justiça, igualdade, respeito, liberdade,
solidariedade, integridade e responsabilidade.
A Academia de Música de Vilar do Paraíso, sendo uma instituição que procura, acima
de tudo, formar bons seres humanos, define no seu Projeto Educativo o perfil do aluno que
pretende formar. Este é um aluno apaixonado pelas artes, dotado de literacia artística, cultural,
científica e tecnológica, livre, autónomo, responsável, consciente, capaz de lidar com a
mudança e a incerteza, perseverante e resiliente nas adversidades, criativo e capaz de pensar
crítica e autonomamente, apto a continuar a sua aprendizagem ao longo da vida, que valoriza
o respeito pela dignidade humana e que rejeita todas as formas de discriminação (Projeto
Educativo AMVP 2018-2021, 2018, p. 18).
Sendo o docente um agente ativo na formação do aluno que exerce uma grande
influência sobre este, também é caraterizado no documento tendo em conta três domínios: o
das atitudes ou socio-afetivo, o cognitivo e o procedimental. O docente idealizado pela AMVP
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
1.4 Objetivos
No Projeto Educativo 2018-2021 da AMVP, são definidas metas para estes três anos.
Entre estas encontram-se medidas como a criação de uma companhia de dança, manter ou
superar resultados escolares na formação geral e artística através do proporcionar de apoios
pedagógicos aos alunos com mais dificuldades assim como reforços em determinadas
disciplinas, integrar na oferta educativa os cursos oficiais secundário de dança, secundário
profissional de teatro musical e secundário profissional de jazz e música moderna, alargar o
regime integrado ao 1º ciclo, estabelecer parcerias/ protocolos de intercâmbio artístico e
cultural de modo a proporcionar experiências aos alunos que lhes permitam tornar-se mais
ativos na construção do seu próprio conhecimento assim como o ensino mais prático, motivar
a comunidade envolvente para as apresentações da Escola, aprofundar a relação e
cooperação entre a AMVP, os Encarregados de Educação, autarquias e estabelecimentos de
ensino, fomentar a interdisciplinaridade entre a formação geral e artística e motivar os alunos
à participação em Concursos Nacionais e Internacionais.
1.5 Projetos
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Figura 1 - Quadro com tempos de reforço (contabilizados em minutos) assegurados pelas propinas
Esta questão do reforço ao nível do tempo de estudo no horário dos alunos foi algo
que me influenciou na escolha do tema para o meu Projeto de Intervenção. Este terá como
propósito o desenvolvimento de capacidades de autorregulação nos alunos, que permita uma
maior rentabilização deste tempo. Serão trabalhadas a capacidade de gestão do tempo de
estudo, a capacidade de delineamento de objetivos e estratégias e a capacidade de
autoavaliação.
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Capítulo II | Prática de Ensino Supervisionada
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
1. Introdução
A área da música é propícia ao iniciar da prática de ensino numa idade muito jovem.
No meu caso, comecei a lecionar aulas de instrumento (flauta) com apenas 18 anos de idade.
Até esse momento, não tinha tido aulas de pedagogia ou didática. Ainda assim, tive a sorte
de ter tido ótimos professores, cujos métodos, consciente ou inconscientemente, me
inspiraram e me ajudaram a criar a minha própria forma de ensinar.
Já neste momento me havia apercebido da importância da observação. Durante as
masterclasses do meu instrumento, tentava assimilar não só o que os professores diziam,
como também as suas formas de transmitir o conhecimento. Ao longo do tempo, fui-me
deparando com vários tipos de docentes, podendo nomear docentes com pouca facilidade no
instrumento que se tornavam professores cativantes pelas mais variadas razões, ou
instrumentistas excelentes que se perdiam durante a aula a tocar, em vez de se focarem no
aluno. É óbvio que algumas destas ilações se viriam a refletir, mais tarde, na minha forma de
ensinar.
Terminada a licenciatura, acabei por ingressar no Mestrado em Interpretação Artística
na ESMAE, assistindo a algumas cadeiras ligadas ao ensino, na Escola Superior de
Educação. Foi aí que a reflexão passou a ser realizada de forma consciente e sistemática.
Enquanto que a experiência se revelou muito útil e uma grande fonte de conhecimento, a
teoria tratou-se da chave que faltava para responder a algumas dúvidas que foram surgindo
no terreno.
Chegado o momento de realizar o tão aguardado Estágio, não hesitei em regressar a
uma escola que já conhecia como aluna. O motivo relaciona-se com o facto de a Academia
de Música de Vilar do Paraíso se tratar de uma escola que marca e vincula. Como docente,
conheci uma nova instituição, revendo-me nos alunos com os quais me cruzo nos corredores
e cuja realidade ainda me é próxima.
Neste capítulo, temas como a observação de aulas e a planificação de aulas.
Também serão abordados os planos curriculares e os critérios de avaliação em uso na
instituição. Será ainda apresentado o cronograma ilustrativo das aulas observadas e
supervisionadas ao longo do estágio.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
2. Observação de Aulas
A observação de aulas, quando bem executada, pode tornar-se uma excelente
ferramenta no desenvolvimento de um professor. Na sua obra Teoria e Prática de Observação
de Classes, Albano Estrela (1994) refere a importância da investigação na formação de
professores. Como componentes dessa investigação e para que o professor possa “intervir
no real de modo fundamentado”, o autor refere como essenciais a observação e a
problematização. A avaliação e a intervenção serão etapas consequentes às referidas
anteriormente (Estrela, 1994, p. 26).
Quando observamos, devemos definir objetivos gerais e específicos, questionando-
-nos “observar para quê?”. Só após esta definição, poderemos cumprir todas as etapas que
determinam um bom projeto de observação, delimitando o campo de observação, definindo
unidades de observação e estabelecendo sequências comportamentais. Posteriormente,
define-se uma estratégia, determinando forma e meio de observação, critérios e unidades de
registo de dados, métodos e técnicas de análise de dados e, por fim, preparando os
observados (Estrela, 1994, p. 29).
Quanto aos tipos de observação, podemos identificar a ocasional, sistemática e
naturalista. A primeira, ocasional, pode levantar questões do ponto de vista da objetividade,
visto que pode criar algum desconforto e alteração no modo de agir de alunos e docentes. As
descrições dos incidentes ocorridos durante a observação devem ser, por isso, detalhadas.
Por oposição, a observação sistemática é realizada várias vezes. Os dados recolhidos devem
incluir a contabilização de acontecimentos repetidos. Já a observação naturalista é aquela
que se realiza em meio natural. Tem que ser necessariamente sistematizada, podendo ser
participante, caso o observador participe nas atividades propostas em aula, ou não-
participante.
Quanto aos suportes de registo, existem vários tipos de grelhas: a grelha de
observação de fim aberto, a grelha de observação de fim semiaberto, a grelha de observação
focada, a lista de verificação, a escala de verificação entre outros métodos de registo.
As grelhas de fim aberto assemelham-se a uma cronologia, na qual o observador deve
registar, de modo pormenorizado, os acontecimentos da aula, com um espaço intervalar de
mais ou menos 5 minutos. Já a de fim semiaberto contém algumas perguntas que se destinam
à orientação da observação para uma maior facilidade na reflexão, posteriormente.
A grelha de observação focada tem por caraterística o foco em algum indicador, como
a gestão de sala de aula, entusiasmo do professor, ambiente da sala de aula, conteúdo da
aula, entre outros.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Parece-me evidente que o tipo de observação que será realizada durante o Estágio
será do tipo sistemático, uma vez que se realizará todas as semanas durante quase todo o
ano letivo, sendo que apenas algumas das trinta aulas serão lecionadas por mim. Tentarei
que seja naturalista e será participante mediante o pedido de participação do professor
cooperante. A grelha escolhida para o registo das aulas será a grelha de fim aberto.
3. Critérios de Avaliação
Os Critérios de Avaliação de Flauta estão disponíveis no portal online da AMVP para
consulta e são diferentes dos critérios dos restantes instrumentos. Estão atualizados, tendo a
data do ano letivo 2018/2019 (Critérios de Avaliação , 2018).
Estes critérios diferem mediante ciclos de ensino, havendo um documento específico
dedicado ao 2º Ciclo, outro ao 3º Ciclo e, por último, ao Ensino Secundário. As maiores
diferenças que encontrei entre cada documento prendem-se, não só com os descritores de
desempenho e o natural aumento do grau de dificuldade de ciclo para ciclo, mas também com
o peso em termos percentuais das cotações atribuídas ao “Domínio Cognitivo/Procedimental”
em oposição ao “Domínio Socio-afetivo”. Enquanto que no 2º Ciclo, as atitudes têm um peso
de 25% na avaliação final, no 3º ciclo este valor reduz para 20%, reduzindo ainda no
Secundário para o valor de, apenas, 10%.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
de vista performativo, o aluno a partir do 7º ano (3º grau) deve ainda “ter sentido frásico” e
“desenvolver treino mental para a performance” (Critérios de Avaliação , 2018).
Quanto às diferenças entre os critérios de 3º ciclo e secundário, estas são mais
reduzidas, sendo que o único parâmetro acrescentado ao domínio performativo no ensino
secundário é o “ter consciência polifónica”. Já no parâmetro motor, é assumido que o aluno
de 3º ciclo deve “desenvolver uma postura ergonómica”, enquanto que, no secundário, o aluno
deve já “apresentar uma postura ergonómica”. Também as escalas sobem de nível de
exigência, sendo requerido ao aluno de 2º ciclo que toque todas as escalas maiores e
menores até cinco alterações em duas oitavas do instrumento. Já ao aluno de secundário, é
exigido que toque em toda a extensão da flauta escalas maiores e menores até seis
alterações.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Algo que penso que deve ser abordado é o método de ensino deste docente, pelo que
procurarei descrevê-lo nesta secção.
Naturalmente, assim que comecei o estágio, iniciei algumas comparações com aquele
que foi o método de ensino do professor Joaquim Pereira para comigo enquanto sua aluna.
As conclusões agradaram-me, principalmente pelo facto de encontrar muitas diferenças entre
ambos os métodos de ensino (o atual e o de outrora). Tendo em conta que só deixei de ser
aluna do professor Joaquim há cerca de cinco anos, parece-me óbvio que, durante estes
anos, houve reflexão por parte do docente, assim como pesquisa de nova informação e novos
métodos. Apesar de lecionar há bastantes anos, o professor Joaquim continuou a investir em
novos livros, que, para além de serem mais atuais, o docente acredita que se adequam melhor
ao perfil dos alunos que vão surgindo nas suas aulas.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
yoga para músicos, exercícios de respiração ou simplesmente para ouvir música (juntamente
com as colunas já referidas).
No seu armário, pude ainda encontrar bolas anti-stress, para trabalhar questões
relacionadas com pontos de apoio ou simplesmente para brincar com os seus alunos, a fim
de desbloquear momentos de maior tensão, um gravador com uma boa qualidade, métodos
e livros relacionados com o instrumento, duas flautinhas de plástico (fife) e uma garrafa de
álcool para o caso de ser necessário desinfetar uma flauta ou algum utensílio que seja
necessário colocar na boca para executar algum exercício “alternativo”.
Figura 3 – Pneumo-pro, instrumento usado pelo professor Joaquim Pereira durante as suas aulas
Mantendo sempre um sorriso, o docente é capaz de criar uma grande empatia com os
seus alunos e correspondentes encarregados de educação. Através da música e da sua
alegria contagiante, tenta motivar os seus alunos ao estudo e encorajá-los a superarem-se
em cada aula. Este vínculo que consegue criar com a comunidade à sua volta é, a meu ver,
o maior trunfo que o docente acaba por ter.
Em conclusão, afirmo que se já admirava o professor Joaquim como aluna, admiro
agora ainda mais como colega. Espero, tal como ele, conseguir manter a mesma alegria ao
fim de muitos anos de docência, mantendo a vontade de inovar e de ser melhor professora
durante todo o meu percurso. Acredito que este estágio terá um grande impacto no meu
percurso como docente, não só pelo conhecimento adquirido ao longo do mesmo, mas
também pelo exemplo de um professor excelente com o qual tive a sorte de conviver.
A professora Ana Raquel Lima foi a professora que orientou este relatório de estágio,
tendo supervisionado algumas das aulas lecionadas. Tive a oportunidade de trabalhar com a
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
4.3 Cronograma
Durante o estágio na AMVP, observei e dei aulas a quatro alunas. Algumas das aulas
lecionadas foram supervisionadas, não só pelo professor cooperante Joaquim Pereira, mas
também pela professora orientadora/supervisora Raquel Lima. Os planos seguidos serão
ilustrados nos cronogramas abaixo. As aulas lecionadas com a marcação “Supervisionada”
foram as que contaram com a presença da professora orientadora/supervisora.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Cronograma Aluna A
27/09/2018 1 X
04/10/2018 2 X
11/10/2018 3 X
18/10/2018 4 X
25/10/2018 5 X
08/11/2018 6 X
15/11/2018 7 X
22/11/2018 8 X
29/11/2018 9 X
06/12/2018 10
13/12/2018 11 X
03/01/2019 12 X
10/01/2019 13 X
17/01/2019 14 X
24/01/2019 15 X
31/01/2019 16 X
X
07/02/2019 17
Supervisionada
14/02/2019 18 X
21/02/2019 19 X
28/02/2019 20 X
07/03/2019 21 X
14/03/2019 22 X
21/03/2019 23 X
28/03/2019 24 X
04/04/2019 25 X
02/05/2019 26 X
21
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
09/05/2019 27 X
16/05/2019 28 X
X
23/05/2019 29
Supervisionada
30/05/2019 30 X
Cronograma Aluna B
27/09/2018 1 X
04/10/2018 2 X
11/10/2018 3 X
18/10/2018 4 X
25/10/2018 5 X
08/11/2018 6 X
15/11/2018 7 X
22/11/2018 8 X
29/11/2018 9 X
06/12/2018 10
13/12/2018 11 X
03/01/2019 12 X
10/01/2019 13 X
17/01/2019 14 X
24/01/2019 15 X
31/01/2019 16 X
X
07/02/2019 17
Supervisionada
14/02/2019 18 X
21/02/2019 19 X
28/02/2019 20 X
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
07/03/2019 21 X
14/03/2019 22 X
21/03/2019 23 X
28/03/2019 24 X
04/04/2019 25 X
02/05/2019 26 X
09/05/2019 27 X
16/05/2019 28 X
X
23/05/2019 29
Supervisionada
30/05/2019 30 X
Cronograma Aluna C
27/09/2018 1 X
04/10/2018 2 X
11/10/2018 3 X
18/10/2018 4 X
25/10/2018 5 X
08/11/2018 6 X
15/11/2018 7 X
22/11/2018 8 X
29/11/2018 9 X
06/12/2018 10
13/12/2018 11 X
03/01/2019 12 X
10/01/2019 13 X
17/01/2019 14 X
24/01/2019 15 X
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31/01/2019 16 X
X
07/02/2019 17
Supervisionada
14/02/2019 18 X
21/02/2019 19 X
28/02/2019 20 X
07/03/2019 21 X
14/03/2019 22 X
21/03/2019 23 X
28/03/2019 24 X
04/04/2019 25 X
02/05/2019 26 X
09/05/2019 27 X
16/05/2019 28 X
X
23/05/2019 29
Supervisionada
30/05/2019 30 X
Cronograma Aluna D
27/09/2018 1 X
04/10/2018 2 X
11/10/2018 3 X
18/10/2018 4 X
25/10/2018 5 X
08/11/2018 6 X
15/11/2018 7 X
22/11/2018 8 X
29/11/2018 9 X
24
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
06/12/2018 10
13/12/2018 11 X
03/01/2019 12 X
10/01/2019 13 X
17/01/2019 14 X
24/01/2019 15 X
31/01/2019 16 X
X
07/02/2019 17
Supervisionada
14/02/2019 18 X
21/02/2019 19 X
28/02/2019 20 X
07/03/2019 21 X
14/03/2019 22 X
21/03/2019 23 X
28/03/2019 24 X
04/04/2019 25 X
02/05/2019 26 X
09/05/2019 27 X
16/05/2019 28 X
X
23/05/2019 29
Supervisionada
30/05/2019 30 X
25
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
06/03/2019
Ensaios Ópera A Flauta Mágica
03/04/2019
Audição de Classe de final do 2º Período e
04/04/2019
Ensaio Ópera A Flauta Mágica
05/04/2019 Ensaio Ópera A Flauta Mágica
06/04/2019
Récitas da Ópera A Flauta Mágica (Auditório de Gaia)
07/04/2019
10/04/2019
11/04/2019 Ensaios de preparação do Ensemble de Flautas no âmbito
17/04/2019 da participação do Festival EMJ (Neerpelt, Bélgica)
18/04/2019
Aplicação do Projeto de Intervenção nas turmas do 7º ao 9º
23/04 a 29/04/2019
ano do regime integrado
26/04/2019
Ensaios de preparação do Ensemble de Flautas no âmbito
27/04/2019
da participação do Festival EMJ (Neerpelt, Bélgica)
30/04/2019
Apresentação Pública do Programa a apresentar no EMJ
2/05/2019
pelo Ensemble de Flautas
03/05 a 06/05/2019 EMJ, Neerpelt (Bélgica)
Concerto do Ensemble de Flautas na Escola Secundária Dr.
29/05/2019 Joaquim Gomes Ferreira Alves, no âmbito da semana
cultural da instituição
12/06/2019 Audição de Classe de final do 3º Período
Ensaios para participação na Festa Final de Ano Letivo com
26/06 e 28/06/2019
Ensemble de Flautas (Europarque)
Participação na Festa Final de Ano Letivo com Ensemble de
29/06/2019
Flautas (Europarque)
26
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
foram também importantes para atualizar estes dados e conhecer melhor as realidades
individuais das mesmas. Assim sendo, e dada a importância da individualidade no ensino,
apresento uma pequena descrição de cada aluna.
27
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
28
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
O tempo de duração das aulas não seria o único obstáculo a surgir. Também o facto
de haver apenas uma aluna de secundário, mais particularmente de supletivo (ou seja, com
uma aula semanal apenas com a duração de 55 minutos), seria um entrave e outra questão
a ser analisada. A decisão que seria tomada, em conjunto com o coordenador de curso e os
professores cooperante e supervisora, seria a de assistir às aulas de mais uma aluna do
ensino básico, preferencialmente do 5º grau. Assim sendo, semanalmente, assisti às aulas de
três alunas de ensino básico e uma aluna de ensino secundário.
Relativamente ao registo das aulas observadas, tal como mencionado no subcapítulo
2, “Observação de Aulas”, do presente capítulo dedicado à Prática de Ensino Supervisionada,
foi escolhida a metodologia da grelha de fim aberto. Deste modo, pude focar-me em diferentes
aspetos ao longo de todo o processo de observação.
29
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
No entanto, foi muitas vezes necessário recorrer a pausas na aula para fazer um ou outro
exercício corporal, recorrer à novidade para cativar a aluna ou até mesmo ouvir a aluna a falar
sobre a sua semana, os seus colegas/família ou as restantes aulas.
Na aula que escolhi para apresentar, a sexta à qual assisti, o professor levou a flauta
alto para mostrar à aluna um novo instrumento da família da flauta. A curiosidade da aluna foi
grande, pelo que o docente conseguiu, assim, cativá-la desde o início da aula. O facto deste
instrumento ter sido apresentado levou a aluna a estar mais atenta a outras características da
sua própria flauta, tendo questionado o professor, aquando da montagem da sua flauta, sobre
a “pata de si” da mesma, que nunca havia notado.
A restante aula foi decorrendo com naturalidade, mas no final, notando algum cansaço
e desconcentração, o professor optou por fazer com a aluna um jogo com o som de um carro
para ajudar a aluna na questão do sopro. Ao imitar o carro (com a vibração dos lábios), a
aluna ativou os músculos respiratórios. Já ao rir-se com a brincadeira e do professor, ativou o
corpo e canalizou mais energia para tocar novamente. Este exercício teve um excelente
impacto tanto ao nível técnico como ao nível da postura da aluna.
30
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Passam para tema “Aria”. Aluna toca uma vez sozinha e uma vez com
acompanhamento. Da segunda vez, demonstra dificuldades ao nível de sentir
tempo da faixa acompanhadora. Professor pede a aluna para dizer tempo
8:38 enquanto põe metrónomo a tocar. Aluna, por vezes, fica desfasada de tempo e,
por isso, falam do papel no maestro na orquestra. Não existindo maestro, neste
caso, aluna tem de seguir acompanhamento. Voltam a tocar até aluna conseguir
manter tempo.
Professor explica ligaduras de expressão a aluna e fazem exercício sobre as
8:44
mesmas proposto no livro.
Professor apercebe-se de que a flauta da aluna está mal alinhada, relembrando
8:52 como a pode alinhar e reiterando a importância de flauta estar bem montada para
a aula.
Passam para exercício seguinte, “De vacaciones”. Aluna toca uma vez e
professor monta a sua flauta. Aluna repara que professor tem duas patas de flauta
8:56 diferentes: uma de si e uma de dó. Questiona professor sobre o porquê de ter
duas peças diferentes e professor explica. De seguida, voltam ao exercício,
primeiro sem faixa acompanhadora e de seguida com play-along.
Passam para tema “Cuatro por Cuatro”. Aluna mostra alguma dificuldade nas
9:04 pausas, não esperando tempo suficiente. Professor pede que marque tempo com
palmas e diga ritmo. Após exercício, aluna toca sem dificuldade.
Realizam exercício de identificação auditiva de compassos. Aluna identifica
9:08 primeiramente compasso ternário e seguidamente compasso binário sem
quaisquer dificuldades.
Passam para exercício “El Blues de la inspiración”. Aluna realiza exercício à
9:12
primeira sem dificuldade.
Passam a exercício de Eco. Começam a realizar exercício, mas professor
interrompe-o uma vez que som da aluna está com demasiado ar. Professor
explica que aluna não está a direcionar perfeitamente ar para a flauta e pede que
9:14 esta se dirija ao espelho dizendo “Ung” a juntar os lábios à frente. Explica que os
seus lábios têm de se aproximar mais da flauta, comparando este gesto ao modo
como aluna realiza exercício. Depois, pede a aluna que diga de forma exagerada
o som “muã” com o mesmo propósito.
Após aluna voltar a tocar, professor alerta-a para o facto de não estar a soprar
com a pressão suficiente para criar um som com qualidade. Pede então que
9:18
realize som de carro vibrando os lábios. Depois pede que imite o motor do carro
a acelerar, vibrando os lábios com maior velocidade e ativando assim os
31
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
33
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
exercício de massagem facial. No final da mesma, a aluna demonstrou estar mais ativa e
desperta para a aula.
34
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Regressamos à sala e, pelo caminho, professor vai discutindo com aluna o que
ainda há para melhorar. Quando chegam à sala de aula, já não há tempo para
13:43 muito mais. O professor pede à aluna para voltar a ouvir a peça em casa, mas
desta vez a acompanhar pela parte de piano para evitar “perder tempo” no ensaio
com pianista acompanhadora.
Para além de observar aulas, um dos objetivos do estágio é lecionar. Algumas destas
aulas foram supervisionadas pela professora Raquel Lima.
Na primeira semana do mês de fevereiro, a professora orientadora/supervisora
deslocou-se à Academia de Música de Vilar do Paraíso para assistir a quatro aulas lecionadas.
Nesta secção, apresentarei as suas planificações e resumirei o decorrer das mesmas aulas.
As planificações das restantes aulas lecionadas poderão ser consultadas em anexo (Anexos
E, F, G e H).
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 7 do método Escuchar leer y tocar.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
8:30 - 8:40 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
8:40 – 8:50 | exercício de som em frente ao espelho.
8:50 – 9:05 | lição nº 7.
9:05 – 9:10 | visualização de vídeo de Quinteto de Sopros no youtube e diálogo sobre
o papel da música e a música como diálogo
9:10 – 9:25 | lição nº 7.
RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.
AVALIAÇÃO
A aluna não estudou convenientemente nas últimas aulas e esta não foi exceção.
REFLEXÃO
Acaba por se tornar difícil realizar uma planificação que venha a ser respeitada quando
a aluna tem tendência a não estudar, motivo pelo qual optei por não colocar nomes de
exercícios no parâmetro “Desenvolvimento da aula” e procurar ir ao encontro daquilo
que a aluna praticou mais em casa de modo a rentabilizar a aula. A estratégia do vídeo
resultou. Tornou-se um momento de descontração e, quando a aluna voltou a pegar no
instrumento, realizou as tarefas de uma forma mais ativa.
39
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
energia da aluna para o ato de tocar. Assim que a aluna começou a usar o corpo e a soprar
com qualidade, tudo desbloqueou, tendo sido possível trabalhar questões técnicas e
melódicas. Penso que consegui utilizar bem o tempo e explicar de forma clara as ideias
musicais que pretendia transmitir à aluna.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Mi bemol Maior e Dó menor, arpejos com inversões, sétima da dominante e
escala cromática. Estudo nº 4 de Kohler, op. 33 I. Sonata em Si bemol Maior de J. B.
Loeillet de Gant.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
10:55 - 11:10 | escalas – foco na sonoridade e na articulação.
11:10 – 11:25 | estudo nº 4 de Kohler.
11:25 – 11:45 | Sonata de J. B. Loeillet de Gant.
RECURSOS E FONTES
Une Simple Flute – vol. 3 de Isabelle Ory / Sonata em Si bemol Maior de Jean Baptiste
Loeilleit de Gant / Études I op.33 de Kohler.
AVALIAÇÃO
A aluna teve uma boa prestação durante a aula. Notou-se que estudou bem os
conteúdos para a aula (talvez devido à presença da professora supervisora) o que
40
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
REFLEXÃO
Inicialmente, senti dificuldade em ativar a aluna, uma vez que não senti no começo da
aula que a mesma estava a canalizar a energia toda do seu corpo para o ato de tocar.
Consegui, no entanto, graças ao seu estudo, respeitar as atividades planificadas e
abordar todas as questões que pretendia. Penso que conduzi a aula de forma positiva,
tendo obtido bons resultados.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 18 de método Flute 101; Lição 16 do livro Escuchar Leer y tocar I.
41
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 - 12:00 | aquecimento do corpo, exercícios de som/embocadura, respiração e
postura;
12:00 - 12:25 | lição nº 18 do método Flute 101;
12:25 – 12:40 | temas do livro Escuchar Leer y tocar I
12:40 – 12:45 | visualização de vídeo
RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.
Flute 101: Mastering the Basics – A Method for the Begining Flutist with teaching and
phrasing guides da autoria de Patricia George e de Phyllis Louke
AVALIAÇÃO
Aluna preparou duetos e lição nº 18. Demonstrou uma boa musicalidade e criatividade.
No entanto, não preparou peças do livro Escuchar, leer y tocar.
REFLEXÃO
Aluna preparou duetos de forma muito sustentada. No entanto, temas do livro Escuchar,
ler y tocar não foram preparados convenientemente, não chegando a ser interpretados
a aula. Ao invés disso, auxiliei a aluna em exercício técnico da lição nº 18 que recorre
ao dó sustenido e ao ré. Aluna pareceu ficar entusiasmada com o facto de lhe ser dada
autonomia nos duetos para escolher dinâmicas. Aceitou as minhas sugestões e
percebeu o porquê. Consegui prever dificuldade no ritmo, por parte da aluna, no
decorrer do exercício da lição 18, dedicado às oitavas do ré. Preparei assim exercício
que ajudou aluna a realizar o exercício corretamente.
42
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica – foco para legato e condução da frase (2º andamento Poulenc)
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- coordenação e destreza técnica (estudo)
- interpretação de acordo com estética das distintas épocas da história da música.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
2º andamento da Sonata de Poulenc e estudo nº 3 de Kohler, op. 33 III.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
12:55 - 13:00 | exercício de oitavas
13:00 – 13:10 | ensaio com piano do segundo andamento da Sonata de Poulenc
13:10 – 13:30 | segundo andamento da Sonata de Poulenc.
13:30 – 13:45 | estudo nº de Kohler.
RECURSOS E FONTES
Exercices Journalieres de Taffanel e Gaubert; estudos de Kohler op. 33 (caderno 3) e
Sonata de Poulenc.
AVALIAÇÃO
Aluna superou-se nesta aula. Parecia bastante nervosa no início, tremendo os dedos
enquanto tocava. O nervosismo talvez se tenha devido à presença da professora
orientadora (mesmo esta tendo afirmado que estaria ali para me avaliar, e não a ela).
Na Cantilena de Poulenc, a aluna conseguiu agarrar todas as dicas que fui dando e dar-
lhe a melhor interpretação que ouvi da sua parte desde que começou a tocar. No estudo
teve algumas dificuldades e concluímos que se deveu, provavelmente, a alguma falta
de organização no seu estudo diário.
43
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
REFLEXÃO
Penso que consegui chegar à aluna e transmitir-lhe as minhas ideias de forma clara.
Deste modo, a aluna poderá aproveitá-las para criar a sua própria interpretação. Dei-lhe
ainda dicas de estudo que penso que a poderão ajudar daqui para a frente na
organização, gestão e rentabilização do tempo.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
5. Outras atividades
Durante o Estágio na AMVP, colaborei em diversos eventos para além das aulas
observadas e supervisionadas. Entre outras atividades, auxiliei o professor cooperante em
audições de classe, toquei e participei na Produção do Estúdio de Ópera da instituição,
acompanhei como docente os grupos de Ensemble de Saxofones, Orquestra Clássica, Grupo
de Percussão e Ensemble de Flautas ao Festival EMJ em Neerpelt, na Bélgica, tendo tocado
com este último grupo no festival e em outras performances dentro e fora da escola.
Neste subcapítulo, refletirei sobre estas experiências e em que medida tiveram
impacto na minha evolução enquanto docente.
Durante o ano letivo, realizaram-se três audições de classe, cada uma no final de cada
período.
Em todas as audições, o professor procurou reunir os seus alunos numa sala
previamente, onde realizou exercícios de aquecimento com os alunos, afinando
posteriormente as flautas, uma a uma. Todas as audições foram realizadas ao final da tarde,
em dias da semana (quarta-feira ou quinta-feira), nos auditórios da instituição, com boas
condições acústicas. Tiveram a assistência de pais, amigos e outros familiares das crianças
participantes.
Todas as audições foram também exclusivas da classe do professor Joaquim, mesmo
existindo outra professora de flauta na instituição. Esta opção assumida pelo professor teve,
a meu ver, pontos positivos e negativos. Se por um lado, o ambiente vivido nas audições foi
bastante familiar, por outro lado os alunos não tiveram contacto com realidades de outros
instrumentos.
45
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
A Flauta Mágica foi uma produção do Estúdio de Ópera da AMVP, apresentada nos
dias 6 e 7 de abril no Auditório de Gaia. Esta produção envolveu um número elevado de
professores e alunos, provenientes de todos os regimes e áreas de ensino da instituição.
Participei nesta produção como instrumentista, num ensemble constituído por
professores e alunos mais velhos. Esta mistura acabou por se revelar bastante saudável, pois
permitiu aos alunos (dois trompistas, um fagotista e um percussionista) ter contacto com a
realidade de uma orquestra profissional e ter a perceção de como funciona o sistema de
estágios que usualmente se põe em prática nas mesmas.
O maior objetivo do projeto, pelo que observei, foi dar oportunidade aos alunos de
canto de trabalhar questões associadas à cena e dar-lhes um palco. Penso que este foi bem
conseguido e que os alunos superaram as expectativas, conseguindo apresentar um trabalho
de elevada qualidade. É de salientar que também os professores de canto tiveram a
oportunidade de subir ao palco, pondo-se à prova diante dos seus alunos e errando nos
ensaios tal como erra qualquer pessoa. A consequência desta exposição é, a meu ver,
benéfica pela humanização do professor-artista aos olhos do aluno, que muitas vezes o
“endeusa”, criando uma relação mais distante com o mesmo e uma má relação com o erro.
Outro ponto positivo relativo ao projeto foi o envolvimento de toda a comunidade
escolar. Os cenários e os figurinos foram idealizados pelos professores de Educação Visual
e realizados durante as aulas da disciplina por alunos de ensino integrado, professores e pais
que se voluntariaram para que tudo estivesse pronto a tempo e horas. Também os alunos de
dança foram incluídos no projeto, dando mais vida e movimento a algumas cenas do
espetáculo.
No final da última récita foi possível perceber o impacto que o projeto teve nos alunos
participantes. Apesar da tristeza associada ao fim de um projeto, abraçaram-se aos seus
professores e restantes colegas, agradecendo a oportunidade de subir ao palco em conjunto
e provando o poder extremamente vinculativo que a música tem.
46
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Quando surgiu o convite para atuar no festival com os alunos do Ensemble de Flautas
da instituição, não hesitei. Para além da função performativa, foi-me dada a responsabilidade
de tomar conta de um grupo de seis meninas da Orquestra Clássica com as quais criei uma
relação muito especial num curto espaço de quatro dias e três noites.
A participação neste Festival revelou-se muito intensa e cansativa para alunos e
professores. No entanto, foi altamente motivador, pois gerou-se um grande sentido de
companheirismo por parte de alunos, um grande sentido de compromisso para com a
instituição e para com os colegas com quem os alunos partilhavam o palco, e um grande
sentido de disciplina, tanto pelo rigor dos horários como pelo sistema apertado de limpeza dos
Bungalows.
As minhas alunas revelaram-se extremamente responsáveis. Os mais velhos (no caso
do meu grupo, uma aluna de 9º ano) sentiam-se na obrigação de cuidar dos mais novos,
ajudando os professores na supervisão e monitorização do grupo e partilhando agasalhos e
comida entre si sempre que necessário.
Já do ponto de vista musical, todos os docentes notaram uma grande evolução dos
seus grupos instrumentais. Os alunos encararam a experiência de um modo muito profissional
e responsável, tendo trabalhado mais do que é usual para as suas aulas de
ensemble/orquestra, no sentido de não desiludir professores e colegas, contribuindo assim
para uma melhor performance do coletivo. Ainda assim, considero que o aspeto mais benéfico
que se retirou desta experiência foi a motivação que representou e o desenvolvimento do
espírito de grupo que foi notório até na forma como os alunos passaram a apresentar-se em
palco (do ponto de vista da postura corporal).
Na chegada ao aeroporto fomos calorosamente recebidos pelos pais, que nos
presentearam (alunos e professores do ensemble de flautas) com uma T-shirt com a foto de
grupo tirada pela organização do festival na Bélgica. Foi uma agradável surpresa e um
incentivo para muitos alunos para continuar a trabalhar e a melhorar no instrumento.
47
Capítulo III | Projeto de Intervenção
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
1. Introdução
O Ensino é um campo fértil em questões passíveis de investigação. No entanto,
o ensino é também o trabalho no terreno, o contacto com a criança e o esforço por criar
um vínculo que permita à mesma sentir-se à-vontade para ser criativa, arriscar, errar e
consequentemente aprender. Dado o facto de querer dedicar parte da minha vida a
ensinar e a contactar com a comunidade, achei que deveria optar pela realização de um
Projeto de Intervenção. Deste modo, pude ajudar, no terreno, alunos com os quais
acabei por criar uma relação ao longo deste percurso.
Este Projeto teve como temática a problemática do estudo do instrumento.
Durante esta jornada, investiguei como rentabilizar o tempo dedicado ao instrumento e
procurei sensibilizar as crianças e jovens à minha volta para a autorregulação durante
a sua prática diária do instrumento
Quando estruturei o Projeto, pensei que a abordagem desta questão pudesse
ajudar os alunos envolvidos a colher frutos na área da música de uma forma mais célere,
motivando-os para a manutenção das boas práticas de estudo. Na minha perspetiva,
acreditei que a implementação deste projeto seria bastante profícua, numa época em
que é urgente educar para a rentabilização do pouco tempo de que a criança da
atualidade dispõe, devido ao excesso de atividades e às aulas de apoio que tendem a
preencher os horários das mesmas.
Neste capítulo dedicado ao Projeto de Intervenção, começarei por identificar e
descrever a problemática do mesmo, delineando seguidamente um plano de melhoria a
implementar na escola onde realizei a minha Prática de Ensino Supervisionada, a
Academia de Música de Vilar do Paraíso. De seguida, dedicarei uma secção à
Fundamentação Teórica. Neste subcapítulo abordarei o tema da “Excelência” na
música, o percurso que leva até à mesma, os preditores de sucesso e, por fim, o
conceito de “Prática deliberada” ou “formal”. Concluirei com os resultados da
intervenção realizada e uma discussão sobre a mesma.
51
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
2. Problemática do Estudo
52
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
O meu principal objetivo com o abordar desta temática é, para além de procurar
perceber o que é efetivamente uma prática de qualidade, descobrir ferramentas que
possam ser úteis na autorregulação da prática do instrumento em alunos do ensino
básico. Quanto ao questionário, foi criado tendo em vista o propósito de aferir se o
preenchimento do dossier teve um impacto positivo na gestão do tempo de estudo do
aluno.
A minha expectativa face a este projeto é que o método de estudo dos alunos
participantes melhore, sendo possível a obtenção de melhores resultados que
contribuam, desse modo, para o incremento da motivação dos alunos face ao
instrumento.
53
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
as questões genéticas são as que determinam o limite superior ao qual cada indivíduo
tem a capacidade de chegar.
Na minha ótica, o senso comum acaba por ainda tomar partido, em parte, desta
teoria, principalmente em áreas tais como a música, associada ao talento e a
capacidades inatas como o “ouvido absoluto”. Quantas vezes ouvimos falar do talento
daquele músico, bailarino ou jogador de futebol? No entanto, acredito que as horas
dedicadas à prática têm, sim, um papel importantíssimo no desenvolvimento de músicos
de excelência. O que nos dirão os artigos e estudos?
54
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
1
“Reviews of adult expert performance show that individual differences in basic
capacities and abilities are surprisingly poor predictors of performance. These negative findings,
together with the strong evidence for adaptive changes through extended practice, suggest that
the influence of innate, domain-specific basic capacities (talent) on expert performance is small,
possibly even negligible. We believe that the motivational factors that predispose children and
adults to engage in deliberate practice are more likely to predict individual differences in levels of
attained expert performance.” (Ericsson & Lehmann, 1996, p. 281) – Todas as traduções
presentes neste documento foram realizadas pela autora.
55
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
56
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
2
“According to this rule, not even the most “talented” individuals can attain international
performance without approximately 10 years of preparation; the vast majority of international-level
performers have spent considerably longer.” (Ericsson & Lehmann, 1996, p. 278)
57
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
58
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
que apesar de também tocarem violino, não aspiravam à carreira de solista (Ericsson,
Krampe, & Tesch-Romer, 1993, p. 373).
A metodologia foi semelhante e recorreu de igual modo a um diário de estudo.
No entanto, o facto de o segundo estudo mencionado ter sido aplicado a uma população
adulta permitiu que pudesse haver outro tipo de ferramentas, tal como questionários,
que permitissem perceber que tipo de prática relacionada com a música os diferentes
grupos consideravam mais relevante para a sua evolução enquanto intérpretes. Neste
questionário, 27 dos 30 violinistas inquiridos consideraram o ato de “praticar sozinho”
como sendo o mais importante. Já o ato de “tocar por diversão”, obteve uma pontuação
muito mais baixa. Os inquiridos foram ainda questionados sobre que atividades do dia-
-a-dia (ex.: praticar desporto, lazer, tomar conta dos filhos, fazer compras, entre outras)
ajudavam a melhorar a performance. Das 10 atividades, “dormir” foi a atividade que teve
uma cotação mais elevada (Ericsson, Krampe, & Tesch-Romer, 1993, p. 375)
Mediante estes dados, facilmente se conclui que o tipo de prática que maior
impacto tem na evolução dos músicos é, sem dúvida, a formal ou deliberada, que
abordaremos de seguida.
O conceito de prática deliberada foi pela primeira vez proposto por Ericsson et
al. (1993). Nesta investigação, os autores procuraram encontrar uma correlação direta
entre a prática e a performance de excelência. É importante referir que este tipo de
prática está associado a esforço, não é considerado prazeroso e tem por único objetivo
o melhoramento da performance. Neste artigo, os investigadores chegam a comparar a
prática deliberada com outras atividades do domínio da música, tais como tocar ou
trabalhar, para um melhor entendimento sobre as suas características e tudo o que
acarreta.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Uma das questões principais suscitadas por este relatório é “de que modo é que
podemos, enquanto professores, educar os alunos para a prática tornando-os mais
autónomos e eficientes no seu estudo diário?”. A principal forma de o conseguirmos é
através da transmissão de um feedback relevante ao aluno (Ericsson, Krampe, & Tesch-
3
“Consider three general types of activities, namely, work, play, and deliberate practice.
Work includes public performance, competitions, services rendered for pay, and other activities
directly motivated by external rewards. Play includes activities that have no explicit goal and that
are inherently enjoyable. (…) In contrast to play, deliberate practice is a highly structured activity,
the explicit goal of which is to improve performance. Specific tasks are invented to overcome
weaknesses, and performance is carefully monitored to provide cues for ways to improve it
further. We claim that deliberate practice requires effort and is not inherently enjoyable.
Individuals are motivated to practice because practice improves performance. In addition,
engaging in deliberate practice generates no immediate monetary rewards and generates costs
associated with access to teachers and training environments.” (Lehmann, 1997, p. 168)
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Romer, 1993, p. 367). A qualidade destas instruções depende de alguns fatores que
serão enumerados ao longo deste subcapítulo.
Parece-me evidente que o conhecimento pré-existente do aluno terá um
grande impacto na forma como receberá os desafios propostos pelo professor, motivo
pelo qual o docente deverá ter em conta este mesmo conhecimento (Ericsson, Krampe,
& Tesch-Romer, 1993, p. 367) durante o delineamento do plano de prática para a
semana.
Um conceito da Psicologia da Educação que poderá ser transposto para esta
questão é o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) de Vygotsky (1978)
e traduz-se na “distância entre o nível atual de desenvolvimento” de um aluno,
determinado pela resolução de problemas independente, e “o nível potencial de
desenvolvimento”, determinado pela capacidade de resolução de problemas do aluno
quando guiado por um adulto capaz ou em colaboração com pares mais capazes
(Vygotsky, 1978, p. 86).
Quando transposto para o tema da prática de um instrumento musical, o conceito
muda um pouco, uma vez que a ZDP na música não pode ser limitada por aquilo que o
aluno consegue realizar com a ajuda de um adulto ou colega. Pelo contrário, no caso
da música, o aluno tem de ser capaz de realizar a atividade para não incorrer no erro de
sistematizar notas erradas. Assim sendo, a missão do professor deve ser a de explicar
ao aluno o que lhe falta para superar as dificuldades e criar tarefas que o permitam
evoluir para um novo patamar de desenvolvimento. Estas tarefas devem ser
simultaneamente desafiadoras e alcançáveis, para que o aluno não desmotive por falta
ou excesso de dificuldade na concretização das mesmas.
É ainda importante que o feedback seja recebido pelo aluno de forma clara.
Assim sendo, o professor deve ter preocupação com o léxico usado. Esta preocupação
deve ser redobrada em alunos de faixas etárias baixas. Penso ainda que é importante
que as questões a resolver durante a semana de estudo e as estratégias de prática para
atingir determinados objetivos sejam registadas por escrito num caderno do aluno. As
instruções orais podem não ser totalmente memorizadas pelo aluno, havendo uma
maior segurança na transmissão da informação por escrito. Pode parecer pouco
pertinente a inclusão deste ponto, mas conhecendo a realidade do ensino de um
instrumento musical, na maioria das vezes, as informações são transmitidas de forma
oral e poucas vezes registadas pelo aluno ou professor.
Quanto mais precisa for a informação fornecida pelo professor, mais facilmente
o aluno perceberá os problemas que tem de resolver. Assim sendo, o professor deverá
fornecer exemplos e falar aberta e claramente dos objetivos a que o aluno se deve
dedicar semanalmente. Deve ainda dar exercícios específicos para cada componente a
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
melhorar, ajudando o aluno na estruturação da sua prática semanal (Barry & Hallam,
2002).
Um erro comum que identifico facilmente a priori e que é referido por Lehman
(1997) é o facto de muitos docentes (penso que a maioria) abordarem os alunos pela
duração da prática e não pelos objetivos de cada sessão de estudo do instrumento. Na
minha ótica, o que está mais correto e tem uma maior probabilidade de melhorar os
resultados obtidos através da prática é o delinear de objetivos e, mais uma vez, ir ao
encontro de um feedback preciso e relevante para o aluno. O professor deve assim
dirigir o discurso para os propósitos a atingir no final da semana ou de cada dia de
estudo e não para o número de horas de prática semanal ou diária.
Uma vez que o aluno de instrumento tem, como já referido, apenas uma aula da
disciplina semanalmente e que o restante trabalho é realizado em casa de forma
autónoma, considero que o desenvolvimento de capacidades de autorregulação da
prática no aluno é muito importante.
Vários artigos (Barry & Hallam, 2002; Ericsson, Krampe & Tesch-Romer, 1993;
Ericsson & Lehmann, 1996; Sloboda, Davidson, Howe & Moore, 1996; Lehmann, 1997;
Pedrick, 1998; Hart, 2014) e livros (Klickstein, 2009) têm sido escritos sobre a qualidade
da prática. Barry e Hallam (2002) apresentaram uma lista de questões a ter em conta
na organização do tempo de prática.
Entre as principais noções desta lista, encontramos a convicção de que a prática
distribuída pelo tempo tem um impacto mais positivo na aprendizagem de um
instrumento do que uma prática concentrada. Algo que, aliado a esta questão, poderá
melhorar o desempenho dos alunos de instrumento é a redução de grandes sessões de
prática, uma vez que, segundo os autores, sessões de estudo mais reduzidas são,
geralmente, mais eficazes que sessões mais longas.
Como complemento a estes últimos factos, existe a convicção de que indivíduos
que são mais competentes numa atividade específica conseguem, efetivamente,
praticar essa mesma atividade durante um período de tempo mais longo do que
indivíduos que são menos competentes. Concomitantemente, crianças mais velhas
conseguem praticar durante mais tempo do que crianças mais novas (Barry & Hallam,
2002, p. 153). No entanto, mesmo músicos muito avançados são alvo de fadiga mental
e física e são aconselhados a distribuir a prática pelo tempo.
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supervisionar o aluno na sua prática (Hart, 2014, p. 60). Apesar de o documento ter sido
criado tendo em conta o papel do professor na monitorização da prática, este pode ser
adaptado e utilizado por alunos com o objetivo da autorregulação.
Já Klickstein (2009) propõe uma ficha a ser preenchida durante cada sessão de
estudo (ver Figura 5). Esta divide o repertório em diferentes categorias, tendo em conta
o nível de maturação do mesmo. Inclui ainda uma categoria dedicada à técnica e outra
à desenvoltura de questões relacionadas com a musicalidade (Klickstein, 2009, p. 8).
4. Plano de Ação
O meu principal objetivo com este Projeto de Intervenção foi auxiliar os alunos
do ensino integrado no desenvolvimento de capacidades de autorregulação na prática
do instrumento. Assim sendo, delineei uma metodologia tendo por base as fichas de
Klickstein (2009) e Hart (2014).
Caracterização do Dossier
O Dossier, intitulado O meu Dossier de Autorregulação do Estudo: estudar
melhor para ser melhor, continha nas primeiras duas páginas uma breve apresentação
do projeto e da autora. Na introdução foram apresentadas instruções de preenchimento
das fichas de autorregulação e algumas dicas para uma prática eficiente.
Seguidamente, continha cinco fichas. Cada uma era destinada a uma semana
diferente do período. Nelas, os alunos puderam incluir objetivos e estratégias para cada
sessão de estudo. Caso tivessem dificuldade em definir ou selecionar objetivos,
poderiam pedir ajuda ao professor de instrumento no final da aula. No entanto, para
dotar os alunos de uma maior autonomia, criei um sistema para auxiliar os alunos na
construção de objetivos e estratégias. A última folha do dossier era destinada a esse
sistema de auxílio bem como a uma tabela na qual os alunos puderam registar os seus
próprios objetivos e estratégias.
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Uma vez que os alunos tinham uma hora de sessão de estudo vigiado no horário,
a professora que vigiou o estudo ficou responsável por verificar o preenchimento das
fichas. Caso a ficha estivesse devidamente preenchida, deveria rubricá-la. As fichas
puderam ainda ser rubricadas pelos professores de instrumento dos alunos.
No final do dossier constava um questionário que deveria ser preenchido pelos
alunos e entregue para análise de resultados.
O dossier pode ser consultado em anexo (consultar Anexo I).
Data Atividade
Distribuição dos dossiers e
23 de abril – 29 de abril
esclarecimento de dúvidas
Auxílio no preenchimento dos dossiers e
23 de abril – 7 de junho
possíveis esclarecimentos por email
Recolha dos questionários e análise de
A partir de 7 de junho
dados
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uma boa nota, queria que a audição e a prova de instrumento corressem bem e também
porque quero tocar melhor e ser melhor a instrumento”.
Outro motivo
Já do ponto de vista do auxílio, apenas 28,9% dos alunos dizem ter pedido ajuda
a pais/professores para preencher as fichas (ver Figura 14).
Quanto ao número de fichas preenchidas, houve uma percentagem de 23,7%
que optou por não preencher qualquer ficha (ver Figura 15). Já 5,3% preencheram as 5
fichas sugeridas. A moda foi o valor de 3 fichas.
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Figura 14 – Gráfico relativo à questão “Pediste alguma vez ajuda aos teus pais ou
professores para te ajudarem a definir um plano semanal ou estratégias?
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Figura 18 – Gráficos relativos ao tempo de estudo de cada sessão (em minutos) antes e depois
da experiência.
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Figura 26 - Gráfico relativo à comparação do número de dias de estudo semanal antes e depois da
experiência.
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Esta última secção do estudo foi preenchida apenas pelos alunos que
preencheram entre zero e duas fichas, pelo que a amostra foi de 20 alunos no total.
A primeira questão relacionou-se com o porquê de não ter havido maior
envolvimento na experiência (ver Figura 28). 40% dos alunos justifica a falta de
envolvimento com o excesso de trabalhos. Já 30% diz considerar que já estuda
suficientemente bem. Nenhum aluno considerou que a experiência não teria impacto no
aproveitamento. No entanto, 20% dos alunos diz não se ter sentido motivado para
participar e 5% alega não gostar do instrumento. Apenas 1 aluno respondeu “outro
motivo”, escrevendo que, para além de considerar que já estuda suficientemente bem,
não teve tempo.
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6. Conclusão
Os resultados obtidos durante a implementação do projeto de intervenção foram,
de modo geral, ao encontro das minhas expectativas. Se por um lado, os alunos que
mais se envolveram na experiência reconheceram a sua utilidade, os que menos se
envolveram justificaram-se com excesso de trabalho e falta de tempo. Houve ainda
casos de alunos que, achando que já estudavam “suficientemente bem”, optaram por
não preencher o seu Dossier. Tudo tem que ver, na minha opinião, com uma questão
de perceção de saliências e definição de prioridades.
A nível nacional, nas várias instituições de Ensino Artístico Especializado,
podemos constatar que encontramos muito mais alunos no básico que no ensino
secundário. O caso específico da Academia de Música de Vilar do Paraíso não é
diferente. Muitos alunos do Ensino Integrado realizam a sua formação até ao 9º ano e
na sua maioria optam por não prosseguir estudos no ensino secundário. O facto de
estes alunos não verem a música como uma prioridade é algo que, enquanto
professores, devemos respeitar.
Algo que pode ainda ter tido um impacto negativo no envolvimento na
experiência foi a altura do ano em que foi implementada. O projeto realizou-se durante
todo o terceiro período, período este bastante curto e muito trabalhoso no âmbito do
ensino geral, principalmente para os 8os e 9os anos que tiveram provas de aferição e
exames nacionais. Em conversa com os pais dos alunos destes anos de escolaridade
da classe de flautas, tive a perceção de que este tipo de provas se traduz em grandes
níveis de pressão e ansiedade nos alunos, que acabam por pôr o instrumento de parte
nestas fases do ano.
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Conclusão
Este ano letivo traduziu-se num ano de grande partilha e muitas aprendizagens.
Realmente, não há uma receita para se ser um bom professor e cabe-nos a nós
descobrir de que modo podemos chegar ao aluno.
A observação traduziu-se, sem dúvida, numa ferramenta útil nesta procura
contínua, não só devido à aquisição de novas perspetivas sobre o ensino, mas também
devido ao facto de, ao observarmos, nos revermos no papel de docente e refletirmos
sobre a forma como atuamos em sala de aula e sobre o impacto que temos no aluno.
Quanto ao feedback que fui recebendo ao longo das aulas supervisionadas fez-me ter
consciência de aspetos mais específicos do meu modo de interação com o aluno que
me permitiram ganhar uma maior autonomia na escolha de metodologias para
comunicar com o mesmo.
Não é por acaso que, no Projeto Educativo da Academia (Projeto Educativo
AMVP 2018-2021, 2018), as iniciais AMVP (Academia de Música de Vilar do Paraíso)
ganham um duplo sentido de Arte, Motivação, Vinculação e Partilha. Ao longo do meu
percurso enquanto estagiária, tive oportunidade de vivenciar um espírito único dentro
das paredes desta instituição e de perceber o poder que tem o vínculo que se constitui
entre alunos e professores. A participação no EMJ em Neerpelt revelou-se o expoente
mais alto desta máxima, sendo que através da Arte que se fez em conjunto (música e
dança), alunos e professores se Motivaram mutuamente a continuar este processo de
Vinculação com a música e Partilha da mesma.
Do delineamento e implementação do Projeto de Intervenção retirei algumas
aprendizagens. A maior tem que ver com a questão do conceito de “Ensinar a Aprender”
e o fomentar da Autonomia, muitas vezes esquecida por parte de pais e professores.
Em diálogo com os alunos percebi que não estavam à espera de me ouvir dizer que a
experiência “não era de realização obrigatória” ou que “ninguém ia controlar” o que eles
escreveriam no dossier ou quanto tempo eles tinham estudado. O facto de lhes dar uma
ferramenta para usarem autonomamente causou estranheza e estupefação. “Não conta
para nota?”, perguntaram alguns.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
No seguimento desta questão colocada por vários alunos, dei por mim a refletir
que o modo como o ensino está formatado acaba por fazer os alunos incorrer nesta
ideia de que tudo o que fazem tem apenas um fim: a atribuição de uma classificação. A
valorização excessiva dos resultados em detrimento do processo que os leva até ao
sucesso é completamente incompatível com a ideia que lhes pretendi transmitir de que
devemos trabalhar hoje simplesmente para sermos melhores amanhã.
Apesar de não podermos mudar o sistema de ensino português e pôr fim, de um
dia para o outro, a este sistema de classificações, temos enquanto docentes a missão
de mudar a forma como o aluno vê “a nota”. A meu ver, a classificação de final do
período é tida por pais e alunos como “O Objetivo”. No entanto, o principal objetivo devia
ser a aquisição de conhecimentos e competências. Mediante esta mudança de
paradigma, a nota ganha um novo significado, transformando-se num feedback, espelho
que reflete aquele que foi o percurso do aluno ao longo do ano letivo. No dia em que
conseguirmos atingir este objetivo, a escola deixará de ser um local associado à
competição e à ansiedade, tornando-se um espaço mais agradável, acolhedor que
promoverá, acima de tudo, a partilha de conhecimentos e a aquisição de competências
de um modo construtivo e saudável.
86
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Anexos
Anexo A
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Anexo B
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Anexo C
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Anexo D
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Anexo E
Caracterização da aluna
Aluna com muita aptidão para a prática musical, bom ouvido e afinação,
frequentou dois anos do curso de Iniciação com o professor de instrumento atual e na
mesma instituição.
Extremamente expressiva e uma líder natural do ponto de vista social, tem
alguns problemas ao nível comportamental, não conseguindo, muitas vezes, manter a
concentração até ao final da aula e respondendo, por vezes, de forma inadequada aos
professores. Os docentes das disciplinas gerais queixavam-se do modo como
destabilizava o ambiente de sala de aula, pelo que, ao longo do ano letivo, foram
tomadas algumas medidas pelo Conselho de Turma. Exemplo disso, foi a nomeação do
professor Joaquim Pereira para acompanhar a aluna numa hora semanal de tutoria.
A relação entre o professor Joaquim e aluna é bastante saudável durante a hora
de tutoria. Já na aula de flauta, a aluna tem tendência a mudar a postura. Geralmente,
queixa-se do estado da sua flauta, alegando que não consegue tocar devido a defeitos
da mesma. Tem dificuldade de leitura, embora considere que a sua disciplina favorita é
a de formação musical.
Ao longo do ano, a aluna foi modificando a sua postura. As medidas
implementadas, bem como o facto de ter sido seguida pelo Serviço de Psicologia da
AMVP, resultaram num melhoramento significativo no comportamento e no
aproveitamento da aluna.
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flauta. De seguida, pede que aluna tire a cabeça da flauta para começar exercício
de sonoridade. Aluna produz som e professor vai dando instruções direcionadas
para a estabilidade/equilíbrio do corpo. De seguida, usa Pneumo-pro, pedindo que
aluna faça girar a ventoinha amarela. Voltam à cabeça da flauta e notam-se
bastantes melhorias. De seguida, montam a flauta e fazem algumas notas longas
no registo médio. Aluna não apresenta quaisquer dificuldades, no entanto a sua
postura não é a melhor, sendo que o professor se vê obrigado a corrigi-la
novamente.
Professor pergunta a aluna se estudou a lição nº1 do método novo. Aluna responde
afirmativamente. Por vezes olha para mim, parecendo não estar totalmente à-
vontade com a minha presença. Professor pede que faça o primeiro exercício (tema
8:47
“Se levanta el telón!”). Aluna realiza-o sem dificuldade, mas mais uma vez com uma
postura incorreta. Professor vai corrigindo-a enquanto toca, levantando-lhe a ponta
da flauta e tocando-lhe nos braços.
Passam para exercício seguinte, de digitação. Aluna realiza-o sem dificuldade
8:51
novamente.
Avançam para exercício seguinte (“Con acompañamiento e solo”). Professor
explica exercício, traduzindo as instruções do mesmo. Aluna tem dificuldade em
8:55 ouvir, querendo começar a tocar o mais rápido possível. Professor pede-lhe que
baixe a flauta e que o ouça com atenção. Aluna obedece. De seguida, professor
põe acompanhamento e aluna realiza o exercício sem dificuldade.
Passam para exercício “La apisonadora”. Professor pergunta qual o compasso à
aluna. Após algum tempo, aluna responde “Ternário”. Professor liga
9:02
acompanhamento e pede que aluna conte “1, 2, 3…” enquanto a canção toca,
dando instruções para enfatizar primeiro tempo.
Professor começa a explicar exercício seguinte, chamando aluna à atenção para
parte em que terá de improvisar (compassos deixados vazios propositadamente)
9:10 com as notas sol, lá e si. Aluna não parece estar a ouvir, então professor pergunta
se está cansada. Abana a cabeça afirmativamente. “Pousa a flauta e vamos relaxar
um bocadinho.” Realizam alongamentos e exercícios de respiração.
Professor pede para aluna pegar de novo no instrumento. Aluna pega na flauta e
professor põe faixa de acompanhamento. Aluna toca e no momento do solo pára a
olhar para o professor. Sorri e diz que tem vergonha. Professor diz “Anda lá!” e
9:15
começa a tocar com aluna. Aluna volta a entrar depois do solo. Professor tem
diálogo com aluna, encorajando-a. De seguida, coloca faixa e pede a aluna que
cante o que ouve, cantando-lhe o baixo do acompanhamento. Aluna continua a
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sorrir. Professor pede para voltarem a tocar e diz que improvisará com ela. Aluna
realiza exercício, tocando uma nota fora da harmonia e mudando-a com rapidez ao
sentir dissonância, demonstrado o seu bom ouvido. Professor felicita-a.
“Por valles y montañas”. Professor põe a faixa e aluna não entra corretamente.
Professor alerta-a: “Qual é o compasso?”. “Ternário outra vez”, diz aluna. “Faz lá o
9:23 exercício de há pouco”, responde professor. Aluna faz e professor começa a contar
com a aluna, enfatizando o primeiro tempo. Aluna imita acentuação. “Ok, já podes
tocar”; diz professor. Aluna realiza exercício à primeira, sem dificuldade.
Professor diz a aluna que pode arrumar. E pede a aluna que faça último exercício
9:27
da lição (auditivo) em casa, trazendo-lhe a resposta.
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Professor pede que tire manual da mochila. Aluna tira folha da semana anterior e
mostra exercício que professor pediu para realizar em casa. Professor coloca faixa
8:57 que acompanha exercício para confirmar respostas da aluna. Depois pede a aluna
que cante cada uma das melodias para comparar e de seguida toque. Aluna realiza
exercício sem dificuldade.
Quando professor pede para avançar de exercício, repara que na estante não está
a folha seguinte. Aluna ri-se à gargalhada e diz que as folhas lhe caíram em casa,
9:05
desorganizando-se. Professor ajuda-a a procurar folha perdida. Quando finalmente
encontram, professor pede para aluna organizar restantes folhas em casa.
Aluna realiza primeiro exercício da folha (“Últimas noticias”) com facilidade, então
9:12 professor desafia-a a fazê-lo no registo agudo. Aluna realiza exercício novamente
com facilidade.
Começam exercício seguinte, “Eco Exercise”. Neste exercício, a aluna deve imitar
a gravação, sabendo que apenas tocarão as notas sol, lá e si. Professor pede que
9:15
aluna cante e de seguida repita, tocando. Aluna demonstra ter um bom ouvido,
realizando os exercícios quase à primeira.
Passam para exercício seguinte, com notas novas (fá e mi). Aluna realiza primeiro
exercício sem gravação e professor corrige parte rítmica. De seguida, aluna realiza
exercício com faixa de acompanhamento. Repetem exercício no agudo. Passam
9:20 para exercício seguinte de digitação. Após a sua realização, professor coloca faixa
para fazer exercício seguinte dedicado ao ritmo. Aluna ri-se enquanto realiza
exercício com professor. Professor brinca, dizendo que já está quase no intervalo.
Terminado o exercício pede a aluna que arrume a flauta e marca trabalho de casa.
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e “ar quente”. Vão descendo no registo da flauta até o ré. Professor felicita aluna
pelo som bonito.
Professor pede a aluna que comece a tocar “Aria” da lição nº2 do seu método. Aluna
começa sem métrica definida e professor interrompe-a, perguntando quantos
tempos tem figura do segundo compasso (uma semibreve). Aluna responde
8:40
corretamente e volta a fazer exercício. Por vezes o som falha devido a sopro
demasiado brusco e professor pede a aluna que trate cada nota “com carinho” como
no exercício anterior. Depois, aluna toca com “play-along”.
Passam para exercício seguinte. Aluna pergunta o que é “traço que une as notas”.
Professor explica que é ligadura de expressão e começa a realizar com aluna
exercícios em que aluna liga notas duas a duas e depois três a três. Começam de
8:52 seguida a tocar o exercício “La ligadura de expresión”. Aluna demonstra dificuldade
em atacar as notas com “Te” quando sabe que vai ter de ligar a nota. Professor
pede a aluna que, sem a flauta, diga a articulação do exercício. Quando volta à
flauta, notam-se melhorias.
Passam para tema “De vacaciones”. Aluna toca mas sem ligaduras que estão
marcadas. Professor alerta e aluna parece aborrecida. Professor pergunta se aluna
está cansada. Aluna responde que sim e professor pede para esta se sentar e
respirar fundo um bocadinho. Questiona aluna sobre escola e têm diálogo
9:00 descontraído. Eu também participo na conversa. No final, professor pede a aluna
que se estique como se se estivesse a espreguiçar e que pegue na flauta para voltar
a tocar. Aluna continua com dificuldades a fazer ligaduras. Professor pede a aluna
que diga ritmo mais uma vez. Depois aluna toca lento, focando-se nas articulações.
Acaba por conseguir tocar com play-along respeitando quase todas as ligaduras.
Passam para tema “Cuatro son demasiados”. Aluna toca passando as pausas à
9:20 frente. Professor solfeja com aluna ritmo e aluna corrige imediatamente ritmo.
Tocam, de seguida, com play-along.
Ouvem faixa de exercício seguinte e professor corrige-o. Aluna tem exercício
9:25 completamente correto. Professor marca trabalho de casa e diz a aluna que pode
então arrumar.
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Ao iniciar o exercício, após encontrar a folha, aluna finge que flauta não funciona.
Professor toca na flauta da aluna para lhe provar que flauta toca. Após algum tempo
a fazer queixa da flauta, aluna acaba por se dirigir à estante, mas não toca.
9:10
Professor pergunta se aluna estudou ao que aluna responde afirmativamente,
culpando a mãe (pela desorganização das folhas) e a flauta que não funciona de
modo apropriado no seu ponto de vista.
Aluna continua sem tocar e acaba por perguntar a professor como é posição do ré
médio. Professor aponta para legenda da folha que ilustra posição dos dedos no ré
médio, demonstrando-lhe como deve interpretar a imagem. Volta a questionar aluna
9:16
sobre estudo e aluna volta a dizer que estudou mas que já não se lembrava do ré.
Volta a fingir que flauta não toca. Professor levanta-se e começa a tocar com aluna.
Nesse momento, a aluna começa finalmente a tocar, mas com uma má postura.
Professor pergunta: “já estás sem paciência para a aula, não é?”. Aluna responde
afirmativamente. Professor marca então trabalho de casa dizendo “Apesar de teres
trabalhado isto, vais ter de trazer de novo” ao que aluna responde “Eu? Eu não
9:20
estudei isso!”. Professor repreende-a, desta vez por ter dito que tinha estudado algo
que não estudou. Aluna nega ter dito alguma vez que estudou, dizendo ao professor
que este percebeu mal o que ela disse.
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Começam a ver o tema “A tempo de Vals”, mas aluna demonstra dificuldade e gera-
8:48 se um diálogo sobre o estudo da aluna. Professor lê as notas em voz alta com aluna
e toca várias vezes com ela para que esta o tente acompanhar.
Passam para tema seguinte, “Viaje espacial”. Inicialmente, aluna toca um mi grave
em vez de médio no primeiro compasso. Professor corrige-a e toca com ela, uma
vez que demonstra novamente ter dificuldade na sua execução. Na parte do tema
8:55 destinado à improvisação, professor acaba por tocar sozinho. No final, explica, a
pedido da aluna, que é suposto, naqueles compassos, “brincar com as notas que
estão escritas no enunciado do exercício”. Voltam a repetir, mas mais uma vez
aluna não consegue realizar o exercício.
Passam para tema “Sube y baja”. Devido a dificuldade da aluna na mudança dos
dedos em intervalos de terceira, professor pede que pouse cabeça da flauta no
ombro e digite as posições da flauta olhando para os dedos. Aluna levanta
9:00
demasiado os dedos e docente sugere que esta imagine que tem uns elásticos que
unem os dedos à flauta. Exercício resulta em melhorias significativas. No entanto,
posição do ré médio continua a não ser imediata.
“Liga los sonidos” – aluna toca uma vez sem gravação. Demonstra dificuldades e
toca todas as notas articuladas. Dada a dificuldade, professor pede a aluna que
solfeje as notas. Começa por solfejar com aluna. Quando para de solfejar, aluna
para também e ri-se, criando alguma tensão. Professor pede seriedade e que aluna
se concentre. Nesse momento, o professor Hugo, membro da direção e fundador
9:10
da academia, espreita à porta e pergunta se pode assistir um pouco à aula.
Professor diz que sim e pede a aluna para tocar música que estavam a solfejar.
Aluna concentra-se e toca muito melhor do que estava a tocar desde o início da
aula. Quando aparece o ré médio, aluna põe a dedilhação do dó sustenido e sobe
afinação com embocadura para tentar disfarçar.
Professor Hugo sai da sala e professor e aluna dialogam sobre a sua visita. O
docente alerta a aluna, dizendo que não pode evitar ré médio da maneira que evita
e que percebeu o seu “estratagema” no tema anterior. Aluna ri-se e posteriormente
9:20
diz que aula está a correr mal porque está constipada e que, na aula seguinte que
é dali a duas semanas, a aula correrá de certeza melhor, uma vez que a
constipação já terá passado. Concluem aula com dueto “Brasilia”.
Enquanto aluna arruma instrumento, professor pergunta o que aluna tem para
9:25
melhorar durante semanas seguintes. “Os rés” – responde aluna.
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refere-se a “antenas” quando aborda os seus dedos e pede a aluna que os olhe ao
espelho. Aluna diz que não consegue tocar de outra forma e rejeita exercício.
Aluna continua sem conseguir respeitar ritmo da peça, devido a ré médio. Professor
apercebe-se que, para além de distantes, aluna desloca dedos da mão direita para
a direita quando estes não pressionam chaves. É descrito à aluna o seu
8:50 procedimento e professor compara o que acontece a um pianista que desloca o
banco de cada vez que quer tocar no registo grave e agudo. Aluna ri-se com
dramatização do professor e começa a fazer exercício em frente ao espelho,
observando os seus dedos.
Aluna está com dificuldade em conseguir tocar todas as ligaduras de forma correta.
Praticam peça só com o sopro. Entretanto, professor explica a aluna que não está
a estudar com o pormenor necessário e que deve estudar as peças com atenção
9:00 ao maior pormenor, como uma pintura que “vê” ou “observa”, explicando a diferença
entre os dois conceitos (“ver” e “observar”, no qual “observar” implica estar mais
atento ao detalhe). Dão exemplo de paisagem e posteriormente da forma como fui
vestida. Aluna parece gostar mais do segundo exercício.
Aluna já não está a fazer exercício convenientemente. Alterou ritmo do compasso
7 (três semínimas em que a primeira é um ré médio) para uma mínima e duas
colcheias, dando-lhe tempo de tirar dedos da posição que lhe é mais difícil.
9:08 Professor explica que essa solução não é válida e pede que toque com ritmo
correto. Aluna insiste em alterar ritmo e professor diz que só poderá avançar para
exercício seguinte se aluna respeitar partitura. Aluna toca mais algumas vezes com
acompanhamento, mudando sempre o ritmo.
Acabam por avançar para exercício seguinte, “Duduá”. Aluna mantém a mesma
9:15 dificuldade relacionada com distância dos dedos à flauta, mas isso não a impede
de realizar o exercício corretamente, neste caso em concreto.
Passam para faixa 32, “Viaje espacial”. Nesta peça, a aluna levanta o mindinho no
mi médio para antecipar o ré. Professor explica que, no mi, não pode levantar
mindinho direito, mas aluna não muda procedimento, dizendo que não faz
9:20
diferença. Professor mostra ligeira diferença no som e pede que aluna faça posição
convenientemente. No entanto, aluna mantém “antena levantada” durante a
música, facilitando a passagem para o ré médio.
Acabam aula e professor diz a aluna que deve melhorar posicionamento dos dedos
9:25
e automatizar a posição do ré. Avisa ainda de audição no dia 13 de dezembro.
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notas que aparecem que aluna domina melhor. Professor volta a questionar se
estudou. Aluna responde que não e professor diz que novamente terão de estudar
na aula, o que não é correto. Reforça ainda que aluna tem capacidades para evoluir
muito e que não as está a aproveitar nem tão pouco a cumprir com a sua
responsabilidade.
Aluna começa a dizer que flauta não está a tocar, soprando de forma disforme
propositadamente para que flauta não emita som. Professor, aborrecido, diz-lhe que
9:20
todos os presentes na sala tocam flauta e que é fácil perceber que está a fazer de
propósito. Aluna começa a rir-se, mas insiste.
Mediante insistência da aluna no facto de flauta não tocar, professor pede a aluna
para arrumar mas tem diálogo sério com a mesma. Pede-me para avaliar a sua
prestação como se tratasse de uma prova, relembrando-a que a mesma será dali a
duas semanas. Digo que se aluna conseguisse tirar 2 em 5 níveis seria com muita
boa vontade do júri, uma vez que não se esforçou para contornar dificuldades ao
9:23
longo de toda a aula. Aluna, pela primeira vez, parece ter ouvido o que o professor
e eu dissemos, parecendo que a avaliação é algo que teme. Professor reforça que
só lhe dizemos isso porque nos preocupamos com ela, querendo que melhore e
evolua, tirando boas notas. Aluna aceita crítica construtiva e promete estudar mais
para a próxima semana.
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os exercícios que devia para cada aula. Aluna muda rumo do diálogo, perguntando
ao professor o que significam as letras que estão na página seguinte. Professor
explica que A significa “lá”, B significa “si”, etc.
Regressam a tema anterior (“El reggae de los silencios”) e professor pede a aluna
9:08 que execute o movimento de um pêndulo com o braço para sentir melhor o ciclo do
tempo.
9:16 Voltam a solfejar com marcação de compasso.
9:22 Passam para tema “Amanecer”. Professor volta a explicar posição do fá sustenido.
Professor e aluna fazem avaliação da aula. Professor diz-lhe considerar a aula
9:25
negativa e alerta aluna para a necessidade de mudar de atitude e de estudar mais.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 6 do método Escuchar, leer y tocar.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
8:30 - 8:40 | aquecimento do corpo, exercícios de embocadura, respiração e
postura;
8:40 – 9:00 | lição nº 6 do método Escuchar, leer y tocar;
9:00 – 9:05 | alongamentos e exercícios de respiração;
9:05 – 9:25 | continuação de exercícios da lição nº 6.
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RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.
AVALIAÇÃO
Aluna tem dificuldade em manter concentração. Aliada a esta característica, a falta
de estudo e de motivação para tocar dificultam manter uma dinâmica de aula que
permita a evolução.
REFLEXÃO
Dado o facto da aluna ter dificuldade em concentrar-se, foi bom programar uma pausa
de cinco minutos na rotina de aula para realizar alguns exercícios que a ajudem a
tranquilizar.
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Professor faz desafio a aluna: ficar 10 segundos em estátua. Aluna tem dificuldade,
rindo-se ao fim de dois segundos. Professor pede que aluna respire fundo e fá-la
9:22
concentrar-se no seu objetivo. Resultados vão melhorando, mas aluna é incapaz
de se manter 10 segundos quieta.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 7 do método Escuchar, leer y tocar.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
8:30 - 8:40 | aquecimento do corpo, exercícios de embocadura, respiração e
postura;
8:40 – 8:55 | Jogo de Imitação seguido de “Eco Exercise” da lição nº 7.
8:55 – 9:05 | Duo rítmico e melódico com palmas e flauta – alternância de papeis.
9:05 – 9:25 | “Ejercicio con notas nuevas”.
RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.
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AVALIAÇÃO
Aluna não está muito motivada para o instrumento e acaba por não se esforçar.
Queixa-se bastante do facto da flauta “não tocar” e de facto a flauta é bastante antiga.
Não conseguiu concluir a maioria dos exercícios com o aproveitamento esperado.
REFLEXÃO
O Exercício com a percussão (palmas) foi o exercício que a aluna executou melhor e
mais gostou de realizar. A parte de flauta do exercício é bastante mais fácil que os
restantes e acabou por funcionar como momento lúdico da aula. Deve-se insistir mais
na questão dos pontos de apoio da flauta, visto que a aluna tende a desleixar-se
nesse campo e penso que este é o principal motivo para justificar a pouca qualidade
do seu som (a flauta não tem estabilidade e mexe demasiado).
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Ainda estão a trabalhar o tema. Professor pediu solfejo de ritmo, notas, devagar e
9:10 gradualmente mais rápido. Praticou ainda posição do fá sustenido que aluna dizia
já ter esquecido.
Realizam uma pausa para alongar os músculos e dialogar sobre algo que a aluna
9:15
queira contar.
Professor pede para voltarem ao tema. Postura da aluna muda novamente e volta
9:20
a não conseguir tocar.
Professor diz a aluna para arrumar e têm diálogo sobre motivações. Professor
explica à aluna que só conseguirá ter resultados quando aluna os procurar, uma
9:23
vez que sem trabalho e dedicação não vai conseguir evoluir. Aluna percebe e
despede-se do professor com um sorriso, de novo, no rosto.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 7 do método Escuchar leer y tocar.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
8:30 - 8:40 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
8:40 – 8:50 | exercício de som em frente ao espelho.
8:50 – 9:05 | lição nº 7.
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RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.
AVALIAÇÃO
A aluna não estudou convenientemente nas últimas aulas e esta não foi exceção.
REFLEXÃO
Acaba por se tornar difícil realizar uma planificação que venha a ser respeitada
quando a aluna tem tendência a não estudar, motivo pelo qual optei por não colocar
nomes de exercícios no parâmetro “Desenvolvimento da aula” e procurar ir ao
encontro daquilo que a aluna praticou mais em casa de modo a rentabilizar a aula. A
estratégia do vídeo resultou. Tornou-se um momento de descontração e, quando a
aluna voltou a pegar no instrumento, realizou as tarefas de uma forma mais ativa.
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Aluna tem dificuldades em manter o tempo, então professor pede a aluna para
8:47
solfejar e marchar simultaneamente. Professor realiza exercício com aluna.
8:52 Tocam com gravação, mas aluna desiste ao primeiro erro.
Professor pede a aluna para suportar flauta no ombro e olhar para os dedos
8:57
enquanto pratica dedilhações.
Professor pede a aluna para pousar flauta e vai ao armário buscar duas bolas
antisstress e um fife. Professor coloca bolas nas mãos da aluna e pede-lhe para
9:02
equilibrar fife mantendo as bolas na mão. Aluna apreende posicionamento da mão
imaginando bolas, posteriormente na mão.
Professor tenta explicar a aluna pontos de apoio. “Se eu tirar uma perna à estante
9:09 o que é acontece?”, pergunta. “Cai”, responde a aluna. Falam então dos três pontos
de apoio.
Voltam a tocar tema. Notam-se pequenas melhorias. Professor diz a aluna que teve
9:13
uma semana para estudar tema e que não o fez.
9:17 Tocam com gravação
Avançam para “Clapping Duet” (leitura rítmica a duas partes). Professor pede a
aluna para dizer “1, 2, 3, 4” enquanto este realiza exercício. Depois realizam
exercício de mãos separadas. Aluna tem dificuldade e mais uma vez professor
9:20
pergunta se aluna estudou. Aluna começa a dizer que estudou com mãe mas que
a mesma não sabia. Professor interrompe-a, dizendo que aluna é que tem de
estudar e não a mãe. Voltam a realizar exercício e de seguida terminam aula.
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site da flautista Jennifer Cluff que ilustram a importância de uma boa postura para
a performance e respiração.
Aluna volta a tocar e queixa-se que não se lembra de posição do fá sustenido.
9:00 Professor avisa que já lhe tinha explicado e que para além disso tem as legendas
no manual.
Voltam a tocar. Aluna tem dificuldade na emissão e queixa-se da flauta não tocar.
9:08 Professor observa flauta, diz que não está no melhor estado, mas que para os pais
da aluna lhe comprarem uma flauta tem de dar provas que quer mesmo aprender.
Voltam a tocar e aluna não consegue manter tempo. Professor diz-lhe que tem de
9:15
ser mais dinâmica, tirando duas bolas do seu armário e jogando com a aluna.
De seguida, pede à aluna para driblar a bola, solfejando e batendo com a bola no
9:20 chão no primeiro tempo de cada compasso. Aluna tem bastante dificuldade de
coordenação no início, mas de seguida começa a conseguir e a esforçar-se.
Aluna volta a tocar e notam-se bastantes melhorias. Concluem a aula a escolher
9:25
repertório para a prova.
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Exercício não está bem, mas aluna não parece estar preocupada. Professor volta
8:50 a dizer que devia ter estudado. Seguidamente, pede-lhe que realize algumas
secções para melhorar exercício em questão
Após trabalhar o exercício com a aluna, professor pergunta se estudou o restante.
Aluna responde afirmativamente, pelo que o professor vai chamar o professor de
9:00 trombone para assistir à prova. O professor traz o seu aluno e pergunta se, a seguir,
podemos assistir à prova do mesmo. Alunos conhecem-se, cumprimentam-se de
forma animada.
Aluna inicia a prova. Nenhum dos exercícios é realizado de forma positiva. Quando
professor lhe volta a perguntar se estudou, aluna diz que sim e que tocou no dia
9:05 anterior todas as músicas. Professores e alunos presentes na sala acabam por ter
diálogo sobre o que é estudar e aluna acaba por perceber que não devia ter
estudado apenas na véspera.
Iniciamos a prova do aluno de trombone, que apesar de ter algumas dificuldades
9:13 decorrentes de um espectro reduzido de autismo, corre bastante bem. Damos os
parabéns a aluno e combinamos discutir as notas no final da aula.
Professor e aluno de trombone saem. Dialogamos então com aluna sobre a sua
prestação em comparação com prestação do aluno de trombone. Professor diz a
aluna que esta tem muitas capacidades, mas que não as aproveita e que assim,
sem trabalhar, não conseguirá evoluir. Aluna olha para chão, queixando-se da flauta
9:15
e que a mesma não toca convenientemente. Professor diz que já falou com os pais
da aluna e que eles só comprarão uma flauta nova quando esta provar que é mesmo
isso que quer, visto que aluna chegou a abordar pais e professor sobre a vontade
de mudar para percussão.
Professor diz a aluna para arrumar e combina com ela a música que tocará na
9:20 audição. Escreve ainda um recado no caderno da aluna para os pais sobre a
prestação da prova e o que a aluna tocará na audição.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Professor fala sobre vídeo que mostrou a aluna na aula de tutoria que mostram as
costelas durante a respiração. Aluna fala empolgada sobre o mesmo e professor
8:36
pede-lhe para me explicar o vídeo enquanto o visualizamos. Aluna compara
costelas flutuantes com “alça do balde” e explica muito bem o vídeo.
Exercício de sonoridade e de posicionamento da flauta. Aluna move a flauta num
eixo horizontal e vertical mantendo apenas o contacto com o queixo. Quando
8:40
encontra o ponto que mais beneficia o seu som, para e procura tocar com o som
mais bonito que conseguir.
Professor pede a aluna que toque a música da audição. Ao contrário do que
aconteceu na prova, tema está muito sólido, ainda que com um ritmo alterado.
8:53
Aluna acaba por corrigir ritmo autonomamente, sem ser necessário professor fazer
correção.
Professor sugere que aluna se coloque em frente ao espelho para praticar mudança
8:58 para posição do ré médio. Aluna levanta demasiado os dedos, prejudicando a
velocidade nas passagens.
Continuam a trabalhar ré médio. Professor pede a aluna que feche os olhos e
9:02
procure sentir os dedos mais próximos da flauta.
Professor vai buscar bola antisstress ao seu armário e pede a aluna que drible a
bola enquanto ouve a música. Bola deve bater no chão no primeiro tempo de cada
compasso. De seguida, professor pede a aluna para fazer o mesmo, mas
9:06
caminhando pela sala. O último desafio é cantar música com o nome das notas
enquanto dribla a bola. Aluna diverte-se na execução do exercício e gera-se um
momento de grande cumplicidade entre professor e aluna
Aluna volta a tocar com grande qualidade a música da audição. Professor elogia-a
e dá-lhe ânimo. Fala ainda sobre a prestação menos boa na prova que originou
9:15
uma nota negativa e diz-lhe que, caso tivesse tido a mesma atitude da aula que
teve na prova, provavelmente conseguiria resultados melhores.
Marcam trabalho de casa para férias. De seguida, professor pede a aluna para
arrumar e escreve recado aos pais novamente, desta vez elogiando a postura da
aluna durante a aula, totalmente oposta à da semana anterior durante a prova.
9:20
Professor despede-se dizendo: “Vemo-nos na audição. Se entretanto não falarmos
mais no assunto, boas férias! E já sabes: se continuares com essa postura, no
terceiro período estou cá para te dar uma boa nota!”.
189
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190
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que se aluna quer tirar três tem de se esforçar mais. Aluna diz que estudou melhor
música seguinte, então iniciam-na.
Tema seguinte está bastante melhor, sendo que aluna respeita tempo, ritmo, altura
9:25 dos sons, errando apenas na armação de clave (si bemol). Aluna diz que já não se
lembra da posição do si bemol.
Aluna consegue tocar tema todo com pequenos erros. Professor pergunta a aluna
se apresentou primeiros temas da lição do mesmo modo que apresentou o terceiro.
9:30
Aluna diz que não e professor diz-lhe que, assim sendo, terá de os voltar a estudar
para tocar na próxima semana.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 11 do método Escuchar leer y tocar.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
8:30 - 8:40 | exercício técnico em frente ao espelho: foco na correção postural e
proximidade dos dedos à flauta
8:40 – 9:00 | lição nº11
9:00 – 9:10 | pausa para desafio de concentração – cantar enquanto dribla bola
9:10 – 9:25 | continuação de exercícios da lição nº 11
191
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RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.
AVALIAÇÃO
A aluna continua a ter bastantes dificuldades ao nível da motricidade fina. No entanto,
parece que começa a empenhar-se mais e a preparar-se melhor para as aulas.
REFLEXÃO
Uma vez que a aluna gosta de formação musical, tendo gostado do exercício que o
professor propôs na aula de 4 de abril (o exercício de driblar a bola), decidi repeti-lo
com o intuito de a motivar mais. Deste modo, consegui que a aluna recuperasse
energia, sendo que a segunda parte da aula se tornou mais dinâmica.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 11 do método Escuchar leer y tocar.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
8:30 - 8:40 | preparação do corpo para a performance
8:40 – 8:50 | exercício de notas longas.
192
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RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.
AVALIAÇÃO
Aluna bastante empenhada. Nota-se que estudou durante a última semana e manteve
uma postura correta e interessada durante toda a aula
REFLEXÃO
A aluna reagiu bastante bem aos exercícios propostos durante a aula. À partida,
imaginei que não fosse fácil fazer um exercício de notas longas com a mesma. No
entanto, se encararmos o exercício como um desafio é possível motivar a aluna e
conseguir que realize o exercício empenhadamente e sem perder interesse.
Relativamente à forma de estar da aluna na aula, senti que muitas vezes precisa de
falar e que o melhor a fazer nessas ocasiões é ouvir o que a mesma tem para dizer.
Não foi possível realizar Canon, uma vez que aluna não o tinha preparado de modo
suficientemente sólido. Ainda assim, com a ajuda do professor cooperante foi possível
exemplificar, cantando o tema “Frère Jacques”. Reação da aluna à curta performance
foi positiva.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
193
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CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Conclusão da lição nº 11 do método Escuchar leer y tocar.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
8:30 - 8:35 | aquecimento corporal e exercício de respiração
8:35 – 8:40 | exercício de dedilhação em frente ao espelho
8:40 – 9:00 | lição nº 11 do método Escuchar, leer y tocar.
9:00 – 9:05 | pausa para relaxamento
9:05 – 9:25 | continuação da lição nº 11 e eventual passagem para lição 12
RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.
AVALIAÇÃO
Aluna voltou a surpreender pela positiva. Está mais empenhada durante as aulas e
traz os conteúdos mais bem preparados para a aula.
REFLEXÃO
Nota-se uma grande melhoria no comportamento e na postura da aluna. Parece que
a estratégia de haver uma hora de tutoria semanal com o professor de instrumento
resultou. O que parece ter mudado a aluna foi a relação mais próxima que
estabeleceu com o professor. Também o diálogo mais frequente com os pais da aluna
pareceu ter um impacto positivo na forma como a aluna passou a vir preparada para
a aula: talvez o feedback dado por parte do professor através de recados escritos
tenha auxiliado os pais a ter um acompanhamento de maior qualidade durante o
estudo da aluna.
194
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Professor chega e diz as aluna que vão aquecer um bocadinho. No entanto, aluna
começa a falar sobre a sua semana e acaba por se gerar um diálogo sobre
8:30
questões como a diferença do outro (e o racismo) e o vício das novas gerações nos
telemóveis. Aluna parece ter esquecido que terá prova.
Iniciam exercício de respiração. Professor pede a aluna que realize sons como
8:38 “zzzzzz” e “vvvvv”, com a mão na barriga e sentindo as vibrações na ponta da língua
e nos lábios.
8:45 Exercício com notas longas. Aluna consegue som cheio e estável.
8:50 Aluna toca tema “Mary Ann”
8:55 Tocam “Canon” e professor corrige posição do ré agudo.
Exercício com si bemol. Professor pede a aluna que faça ligaduras corretamente e
9:02
que use polegar para fazer posição alternativa do si bemol.
9:10 Aluna realiza “Eco Exercise”.
9:15 Iniciamos a prova. Resultados são acima da expectativa.
Pedimos a aluna que saia para discutir o resultado da prova. Chamamos, de
seguida, a aluna para lhe dar os parabéns por ter subido novamente para uma
9:20 positiva. Explicamos-lhe que deve continuar a trabalhar e que, se não estivesse
atrasada no programa, poderia ter tido 4. Aluna fica muito contente e diz que vai
ligar à mãe a dar a boa notícia.
195
Anexo F
Caracterização da aluna
Aluna cujo prosseguimento de estudos na música e na flauta depende de um
exame no final do ano à disciplina. Estuda flauta desde a iniciação musical com o mesmo
professor. Apesar de parecer gostar de música, não é a mais empenhada ao nível do
trabalho em casa, trazendo muitas vezes os conteúdos mal trabalhados para a aula.
Tem ainda algumas dificuldades ao nível teórico e da formação musical, sendo comuns
os problemas de pulsação e leitura. Não tem uma grande autoestima, o que a faz duvidar
bastantes vezes das suas capacidades.
Após a experiência no Festival EMJ em Neerpelt, Bélgica, com o Ensemble de
Flautas, a aluna adotou uma postura mais relaxada nas aulas e acabou por estudar mais
e se superar, subindo inclusivamente a classificação na prova do último período. No
entanto, optou por não prosseguir estudos na música no ensino secundário.
199
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Professor inicia aula com exercício de som com a cabeça da flauta. Aluna vai
10:54 relaxando o corpo a pedido do professor e fazendo alguns movimentos em frente
ao espelho. Som vai melhorando com as instruções do professor.
Professor pede a aluna que monte a flauta. Aluna toca a escala de Fá M por oitavas
e professor pede a aluna que não tensione a embocadura. Toca-lhe nos braços e
10:58
pede-lhe que “não tranque os joelhos”. Som vai melhorando e aumenta facilidade
a tocar o registo agudo.
Aluna toca escala ligada, articulada, arpejos com inversões e escala cromática.
11:06 Professor pede várias articulações da escala cromática e aluna demonstra alguma
dificuldade.
Professor liga metrónomo e pede a aluna para dizer em “te” as articulações. Aluna
hesita, mas acaba por conseguir. Quando começa a tocar a escala demonstra
11:15
novamente alguma dificuldade. Professor reduz andamento do metrónomo e volta
a pedir a aluna que toque. Aluna volta a hesitar em algumas secções da escala.
Professor pede a aluna que toque apenas a viragem da escala, visto que aluna
11:19 demonstra dificuldade nas posições do registo agudo. Aluna realiza exercício em
frente ao espelho.
Aluna consegue tocar escala cromática melhor e com a articulação pedida pelo
professor. Professor pergunta a aluna se estudou escala de Ré M. Aluna confessa
11:25 que “Não muito bem…”. Professor ri-se e chama aluna à atenção, mas diz-lhe que
então avançará para o estudo. Aluna ri-se e parece ter uma relação bastante
cúmplice com o professor.
Aluna começa a tocar estudo nº 1 de Kohler (op.33, 1º caderno). Articulação não é
realizada convenientemente e professor interrompe-a logo. Corrige essa questão,
11:30
relembrando-a que na semana anterior tinha essa mesma dificuldade, não a tendo
trabalhado. Aluna pratica passagem com articulação correta.
Restante estudo parece bem do ponto de vista técnico, então professor desafia
11:36
aluna a realizar diferenças dinâmicas.
Aluna sugere algumas dinâmicas, mas tem alguma dificuldade a executá-las uma
vez que acaba por se enganar em algumas notas. Professor explica que é normal
11:40 e que é por isso que se pratica. Pede-lhe então que volte a estudar o mesmo estudo
com a nova abordagem, mas que traga na próxima semana o estudo seguinte
preparado.
Realizam primeira leitura à Suite en la mineur de Telemann. Professor pede para
11:43
aluna a estudar melhor para a próxima semana, terminando assim a aula.
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se quer melhorar tem de tentar estar atenta ao que pode melhorar. De seguida
ouvem gravação e aluna tem mais facilidade em criticar a sua própria performance.
Selecionam partes problemáticas do estudo e utilizam várias técnicas para tentar
11:35 ultrapassar dificuldades: solfejo devagar, articulação a soprar apenas, tocar mais
lento, etc.
Professor alerta aluna que estão a fazer na aula o que ela devia ter feito em casa,
11:42 dizendo-lhe que os padrões do estudo que vão repetindo ela já tem mecanizado,
faltando temas que vão aparecendo intercalados com tema principal.
Começam a tocar Suite en la mineur de Telemann. Professor trabalha
ornamentações com aluna e aborda questões relacionadas com o tempo que atrasa
11:45
geralmente ao longo do decorrer da peça. Aluna diz que tinham combinado ir ter
aula com pianista acompanhador, mas já não dá tempo.
Passam para peça seguinte, La Bourbonnaise de F. Couperin. Neste tema,
professor tinha pedido para aluna praticar uma oitava acima. No momento de tocar
na oitava superior, aluna tem hesitações e professor pergunta se efetivamente
11:50
praticou como pediu. Aluna diz que praticou pouco e professor responde que foi
pena aluna não ter aproveitado oportunidade para ganhar mais competências no
registo agudo, responsabilizando-a.
205
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
a sua oitava sem segurar no instrumento. Aluna toca e professor pergunta o que
mexeu para aluna conseguir tocar oitava. Aluna responde que mexeu a mandíbula.
De seguida, professor pede a aluna para pegar na flauta e tocar mais oitavas.
Professor fala sobre a importância do desafio no estudo diário, afirmando que se
algo não é desafiante nunca melhoraremos. Depois alia questão do desafio à
11:06
motivação, usando metáfora do surfista, que só volta para o mar porque quer surfar
melhor e ondas maiores. Aluna percebe objetivo do professor e sorri.
Escala de Ré M. Primeiro em staccato e depois em legato. Aluna tem dificuldade
em manter tempo, mesmo com metrónomo ligado. De seguida, fazem inversões
11:08 três a três e quatro a quatro. Professor alerta aluna para posição do ré agudo que
não está a ser realizada corretamente e avisa que já tinha acontecido na aula
passada, o que é ainda mais grave.
Realizam arpejo de sétima da dominante em colcheias com metrónomo a 60 Bpm.
11:14 Seguidamente, a escala cromática em semínimas. Aluna continua com dificuldade
em tocar com metrónomo e professor pede para esta “calcar” o metrónomo.
Escala de Si menor. Aluna ainda tem dificuldade nas posições do lá e do si no
registo agudo. Professor repreende-a e pede-lhe que vá ao seu tablet à aplicação
“Flute Finger Charts”. Professor pergunta a aluna se tem aplicação no seu
smartphone e aluna responde afirmativamente. No entanto, aluna demonstra
hesitação na procura das posições na aplicação. Professor avisa-a que percebeu
11:19
que aluna não está à-vontade com aplicação e pergunta quantas vezes aluna a
usou. Esta responde que não usou nenhuma vez. Professor começa a ficar
aborrecido e pede-me que mostre a aluna as grelhas de observação e há quanto
tempo a aluna tem realizado as mesmas escalas. Aluna sorri durante a repreensão
do professor.
Passam para arpejo. Aluna toca fá sustenido agudo com posição normal. Professor
refere o facto de já lhe ter pedido para fazer a posição auxiliar para facilitar
dedilhações e aluna estar constantemente a trazer o arpejo da mesma forma de
11:27
semana para semana. Conclui dizendo “É tua obrigação trabalhar o que eu peço e
não a estás a cumprir”, acabando por afirmar que a conclusão do 5º grau por parte
da aluna depende do seu trabalho.
Passam para estudo 3. Aluna diz que não conseguiu fazer o estudo com a
marcação metronómica marcada na partitura (semínima a 176 Bpm). Professor diz
11:32 que é natural que isso não aconteça e pede a aluna para regular metrónomo para
o tempo a que quer tocar estudo. Aluna começa a tocar com respirações a mais e
professor explica-lhe o efeito que demasiadas respirações mal executadas podem
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
207
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
deve estudar mais, pois todas as semanas se vê obrigado a estudar escala na aula
com aluna dada a sua má preparação. Depois, afirma que avaliação contínua vale
70% e que será difícil tirar uma boa nota se continuar a estudar tão pouco quanto
tem estudado. De seguida, pergunta a aluna se lhe falou das páginas 129 e 130 do
livro da autoria de Isabelle Ory que aborda articulações de escalas cromáticas.
Aluna diz que sim, que já falou o ano passado e que até pediu para tirar fotocópia
a essas páginas para andar sempre com elas. Professor pergunta se aluna já o fez.
Mediante resposta negativa, professor pergunta “De quê que estás à espera?”,
reforçando o facto de aluna não estar a cumprir com as suas obrigações na
disciplina de flauta. De seguida dá exemplo daquilo que deve ser uma rotina de
estudo de escalas, assinalando no livro de I. Ory as articulações que pensa serem
mais importantes trabalhar para aluna.
Estudo nº 3 de Kohler (op. 33, livro 1). Aluna apresenta problemas de solfejo de
ritmo e em alguns sítios de notas. Professor começa a tocar com aluna em algumas
partes em que aluna hesita. Aluna não consegue, de modo geral, acompanhar
professor. Professor começa então a estudar com aluna. Pede-lhe que escolha um
tempo no metrónomo. Não conseguindo respeita-lo, aluna dirige-se de novo ao
11:30 metrónomo para reduzir tempo. No entanto, quando começa a tocar, não respeita
tempo, então professor pede-lhe que primeiro escute e interiorize o tempo e só
depois entre, tal como um surfista que entra numa onda. Aluna tem muitas
dificuldades a marcar tempo. Professor dança com aluna, marca tempo com palmas
e de seguida a dizer “ta ta ta” com metrónomo. De seguida, dizem ritmo do estudo
e aluna, aos poucos, começa a conseguir.
Aluna acelera tempo. No entanto, quando começa a tocar, em vez de tocar com o
tempo à semínima, toca com o tempo à semínima com ponto, parecendo,
11:42 auditivamente, que estamos num compasso binário composto, ao invés do ternário
simples. Professor, surpreendido, explica a aluna que não está a sentir tempo
convenientemente novamente, cantando a forma correta.
11:46 Professor toca um pouco do estudo seguinte.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Aluna chega e professor pede para não montar a flauta – iniciarão com exercício
10:50
com a cabeça da flauta. Professor realiza exercício com aluna de notas longas.
Após dar algumas indicações que ajudam a aluna a manter um som cheio e limpo,
10:54 professor pede a aluna para ir aumentando a pressão do ar de modo a ir surgindo
a oitava aguda.
Montam a flauta. Professor pede a aluna para tocar a escala de Si bemol maior
11:00 staccato e depois ligada. Ao tocar em legato, aluna volta a ter dificuldade em manter
tempo, pelo que professor liga metrónomo.
11:04 Inversões 3 a 3 e 4 a 4. Nota-se evolução desde a semana anterior.
Arpejo de sétima da dominante. Aluna realiza-o sem dificuldade, após alguma
11:07
hesitação inicial.
Escala cromática. Aluna retrai-se no agudo, parecendo ter algumas dúvidas nas
11:12 posições das notas agudas. Realizam última oitava da escala cromática com
diferentes ritmos e variadas vezes.
Aluna continua com algumas dificuldades. Professor volta a reforçar que o trabalho
11:20 acabado de realizar devia ser feito em casa e não na aula. Aluna demonstra
compreensão para com palavras do professor.
Escalas de Sol menor natural, harmónica e melódica. Aluna tem ificuldade na
11:25 emissão do fá sustenido agudo. Professor relembra-a que não o pode tocar com a
chave do polegar esquerdo destinado ao si bemol fechada.
11:32 Arpejo de Sol menor com inversões de 3 a 3 e 4 a 4.
Iniciam “Le Petit Ane Blanc” de Jacques Ibert. É a primeira vez que aluna toca a
11:37 peça e por isso esperava menos segurança. Professor pergunta a aluna se ouviu
peça em casa e aluna responde afirmativamente.
Professor e aluna destacam alguns pontos mais frágeis principalmente ao nível
11:40 rítmico para que a aluna possa trabalhar em casa. Professor dá sugestões de
exercícios, exemplificando-os a tocar com o metrónomo ligado.
209
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Toca escala de Si bemol Maior de forma regular e com confiança. Professor elogia
aluna e dá-lhe os parabéns. Acrescenta que basta querer tocar bem e empenhar-
se para conseguir alcançar os seus objetivos. Variam na articulação, andamento e
ritmo da escala. Fazem também exercícios de sonoridade com recurso à escala
Arpejo de Si bemol Maior. Aluna mais hesitante do que na escala. Professor dá
reforço positivo: “não duvido que para a semana (dia da prova), vais chegar lá!
11:05 Estás no caminho certo!”. Professor dá ainda indicações relatas à sonoridade: “não
te esqueças de ligar o som ao corpo! Procura a tua ressonância, põe o som na
sala!”. Realiza ainda as inversões do arpejo.
Arpejo de sétima da dominante. Aluna mostra-se intranquila quando começa a tocar
este arpejo. Professor diz-lhe que, se não se sente confiante, o deve estudar mais.
11:12 De seguida, aluna toca escala cromática. Professor pede articulações. Se escala
inicia bem, no final acaba por haver alguns erros. Professor apela à concentração
da aluna até ao final da escala.
11:23 Escalas menores – Sol menor natural, harmónica e melódica.
“Le petit Âne Blanc” de Jacques Ibert. Aluna, receosa, pede desculpa ao professor
e informa-o que se esqueceu da partitura. Professor chama-a à atenção, mas
seguidamente, com um sorriso, desloca-se ao seu armário para ir buscar a sua
11:28
partitura original. Professor toca uma vez com a aluna. Aluna parece bastante mais
segura que na semana passada. No final da performance de todo o andamento,
professor diz-lhe “agora, vais ser tu a liderar!”.
A seguir a tocar mais uma vez, professor recorre ao pneumo-pro. Encaixa na flauta
da aluna e pede-lhe que toque normalmente com aquele aparelho (que não imite
som) focando-se na articulação, uma vez que se sentia o ar disperso nos ataques.
Aluna realiza exercício e seguidamente passa para flauta normal. Notam-se
melhoras significativas na qualidade sonora no staccato. No entanto, ao tentar
11:36
realizar melhorar questão sonora, aluna acaba por cair no exagero e articulação
torna-se tensa e agressiva. Professor explica a aluna que o esforço que esta faz
está a ser inglório, uma vez que a força que está a fazer não se justifica nem
melhora os resultados. Tentam encontrar o meio termo e aluna parece
compreender.
Professor estuda com aluna excerto específico do estudo que aluna tocará na
prova. Tocam numa nota à escolha da aluna o ritmo, seguidamente o ritmo da
11:45
articulação e finalmente dizem nome das notas. Voltam a tocar. Entretanto chega
aluna seguinte e professor termina a aula com diálogo incentivante para a prova.
210
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Iniciam estudo nº4 de Kohler. Aluna toca num tempo lento mas irregular. Professor
começa a tocar com aluna. Estabilidade do tempo melhora, mas aluna erra algumas
11:20 notas, principalmente devido à troca da tonalidade de Lá m por Lá M (escala que
aluna tocou previamente e que surge posteriormente no estudo). Professor diz-lhe
para ter atenção aos dós e fás sustenidos.
Devido a dificuldade na emissão do registo grave, professor pergunta se acha que
11:26 a sua dificuldade se relaciona com a direção da lâmina de ar ou com a falta de
espaço dentro da boca. Aluna responde com segunda opção e procuram melhorar.
11:30 Professor alerta para destaque da melodia “principal” do estudo e nota pedal.
Professor toca estudo 5 (que aluna deverá começar a estudar) e avisa-a de
algumas coisas às quais deve estar atenta, nomeadamente o facto de o compasso
11:37
ser binário com unidade de tempo de mínima (dois por dois, e não quatro por
quatro).
Iniciam Sonata de J. B. Loiellet de Gant. Professor faz contextualização histórica e
11:39 fala sobre questões de articulação. Escreve algumas articulações na pauta, explica
porquê e pede a aluna para escrever as restantes articulações na partitura.
Tocam juntos. As maiores dificuldades relacionam-se com o manter do tempo.
Professor compara a peça em dueto com o trabalho de equipa no desporto e uma
11:43
corrida de estafetas (passar o testemunho semelhante ao passar do tema entre
vozes).
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Lá Maior e Fá sustenido menor, arpejos com inversões, sétima da
dominante e escala cromática. Estudo nº 4 de Kohler. Sonata em Si bemol Maior de
J. B. Loiellet de Gant.
215
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
10:55 - 11:15 | escalas – foco na sonoridade e na articulação.
11:15 – 11:20 | pausa para relaxamento muscular
11:20 – 11:45 | estudo nº 4 de Kohler – foco na articulação e na perspetiva
interpretativa.
RECURSOS E FONTES
Une Simple Flute – vol. 3 de Isabelle Ory
AVALIAÇÃO
Aluna conseguiu evoluir bastante com exercícios que fui propondo. Penso que
muitos dos seus problemas e dificuldades advém de falta de concentração durante a
performance e estudo.
REFLEXÃO
Penso que consegui manter uma boa dinâmica da aula, captando a atenção da aluna.
Reforcei a importância do processo de estudo e pedi-lhe que estabelecesse sempre
pequenos desafios para poder progredir mais rapidamente. O estudo evoluiu bastante
ao longo desta aula.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Lá Maior e Fá sustenido menor, arpejos com inversões, sétima da
dominante e escala cromática. Estudo nº 4 de Kohler. Sonata em Si bemol Maior de
J. B. Loiellet de Gant.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
10:55 - 11:10 | escalas – foco na postura, na articulação uniforme e na regularidade
técnica (dedos próximos da flauta e pontos de apoio).
11:10 – 11:25 | estudo nº 4 de Kohler – foco nas dificuldades técnicas
demonstradas pela aluna e articulação.
12:25 – 12:45 | 1º andamento da Sonata de Gant – audição de excerto na flauta
barroca e adequação do som à estética da época.
RECURSOS E FONTES
Une Simple Flute – vol. 3 de Isabelle Ory
AVALIAÇÃO
Aluna tem bastantes dificuldades mas foi melhorando com o decorrer da aula. Do
ponto de vista da articulação, aluna tende a articular notas mais agudas com língua e
mais graves sem língua. Tentei consciencializa-la para esse facto e, quando
concentrada, aluna era capaz de o fazer corretamente.
REFLEXÃO
A maior dificuldade durante a aula foi conseguir que a aluna parecesse motivada nos
exercícios. Tentei que acreditasse mais no seu potencial, elogiando-a e pedindo-lhe
mais energia de exercício para exercício. Só a meio da aula senti que foi capaz de
usar essa energia que tem no ato de tocar. No final, chamei-a à atenção para esse
facto, uma vez que só conseguirá tocar bem quando o seu corpo e mente estiver
disponível para tal, sendo necessário esforço e concentração sempre que se toca.
Aluna pareceu sair da aula motivada.
217
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OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Mi bemol Maior e Dó menor, arpejos com inversões, sétima da dominante
e escala cromática. Estudo nº 4 de Kohler, op. 33 I. Sonata em Si bemol Maior de J.
B. Loeillet de Gant.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
10:55 - 11:10 | escalas – foco na sonoridade e na articulação.
11:10 – 11:25 | estudo nº 4 de Kohler.
11:25 – 11:45 | Sonata de J. B. Loeillet de Gant.
RECURSOS E FONTES
Une Simple Flute – vol. 3 de Isabelle Ory / Sonata em Si bemol Maior de Jean Baptiste
Loeillet de Gant / Études I op.33 de Kohler.
AVALIAÇÃO
A aluna teve uma boa prestação durante a aula. Notou-se que estudou bem os
conteúdos para a aula (talvez devido à presença da professora supervisora) o que
ajudou bastante no decorrer da aula e no respeitar de todas as atividades que planeei
para a aula.
218
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REFLEXÃO
Inicialmente, senti dificuldade em ativar a aluna, uma vez que não senti no começo
da aula que a mesma estava a canalizar a energia toda do seu corpo para o ato de
tocar. Consegui, no entanto, graças ao seu estudo, respeitar as atividades
planificadas e abordar todas as questões que pretendia. Penso que conduzi a aula de
forma positiva, tendo obtido bons resultados.
219
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Mediante dificuldade no staccato, professor diz a aluna “no staccato tens de ter o
11:43
máximo de vida numa nota em pouco tempo”. Aluna melhora qualidade sonora.
220
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respiração. Mostra sites a aluna, refletem, e envia links por email para que aluna
possa continuar leitura em casa.
11:12 Afinam flauta com afinador.
11:15 Escala de Mi Maior com diversas articulações. Arpejo.
Escala de Dó sustenido menor com diferentes articulações – foco nos pontos de
11:18
apoio. Arpejo.
Arpejo de sétima da dominante. Aluna tem dificuldade nas dedilhações. Professor
11:24 faz exercício com aluna baseado na repetição no qual pratica posições do registo
agudo.
Estudo 1 de Berbiguer em dueto. Aluna tem dificuldade em manter tempo,
atrasando nas semicolcheias ligadas 2 a 2 e não respeitando tempo total dos trilos.
Professor faz correção, assinalando tempos na partitura. Falam sobre as
11:30
estratégias de estudo da aluna e professor pergunta a aluna se praticou com
metrónomo. Aluna não havia praticado e professor repreende-a, relembrando-a da
rotina que deve assumir no seu estudo diário.
Segundo andamento da Sonata de Loeillet de Gant: professor e aluna tocam juntos.
Aluna está constantemente a alterar ritmo. Professor para de tocar e diz-lhe que
aluna não tem nenhum problema de flauta, mas sim de formação musical. Voltam
11:38
a dialogar sobre importância de solfejar, realizar com a flauta ritmo, marchar
enquanto toca, entre outras técnicas para ultrapassar obstáculos associados à sua
dificuldade.
Voltam a tentar tocar dueto enquanto marcham. Prestação da aluna melhora.
11:43
Professor conclui aula com frase “só melhoras se fizeres!”.
223
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224
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Professor mostra vídeo a aluna enquanto esta se prepara para tocar. O vídeo é
11:02 retirado do site movewellavoidinjury.com e relaciona-se com o posicionamento do
corpo ao tocar.
De seguida, professor pede a aluna que toque a escala de Si menor e que coloque
as dúvidas que mencionou ter no início da aula. Aluna realiza a escala e professor
11:05 percebe que aluna não tem sistematizadas as posições no registo agudo de lá
sustenido e si. Aluna realiza secção aguda da escala a vários andamentos e com
vários ritmos a pedido do professor.
Professor repara que aluna treme ao realizar escala melódica. Ao notar
instabilidade da mesma, diz-lhe que “a escala até ao fá é sempre igual” e que por
11:13
isso não vale a pena ficar nervosa e “estragar” escala antes. Pede-lhe então que
respire fundo e que volte a iniciar o exercício calmamente e de “cabeça fria”.
Professor pede a aluna para repetir vários padrões usando as notas sol, lá
11:19 sustenido e si no agudo. Quando volta a repetir a escala, aluna parece mais
confiante. No entanto, hesita ainda um pouco na “viragem” no registo agudo.
Avançam para a Sonata de Loiellet de Gant. Aluna engana-se logo na primeira nota,
uma vez que confunde armação de clave. Professor interrompe-a e, com um ar
11:24
sério, diz que não a quer ver assim, “descontrolada”, durante a prova. Voltam a
respirar fundo para voltar a iniciar a peça.
No final da peça, professor diz a aluna que “tranquilidade vem do interior e não do
11:26
exterior”.
Voltam a tocar uma pequena secção e professor interrompe novamente aluna,
desta vez para que ela tome consciência da sua postura, segundo o professor, “de
11:31
quem está no café.” Aluna ri-se enquanto professor a chama à atenção, uma vez
que a mesma não mantém um corpo ativo para o ato de tocar.
Aluna com dificuldade em sentir o tempo. Professor deixa de tocar a parte de
segunda flauta e nota que aluna está a acelerar bastante. Professor diz-lhe que
11:36 andamento da peça é “Adagio”, mas que podem tentar tocar um pouco mais rápido.
Quando voltam a tocar ao novo andamento, aluna consegue tocar
irrepreensivelmente até ao fim, deixando o professor surpreendido.
11:38 Passam para o segundo andamento da Sonata.
Iniciamos a prova. Professor pede-me para, juntamente com ele, avaliar a mesma.
Decidimos que aluna só realizará escalas e estudo e que será tida em conta a
11:43
prestação na Sonata que a aluna teve anteriormente. Decisão é comunicada à
aluna e esta parece mais aliviada.
225
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Aluna toca escalas de Ré Maior e Si menor (sendo que a de Si não corre muito bem
11:45 na parte trabalhada anteriormente) e estudo nº 1 de Berbiguer no qual se nota
alguma falta de controlo.
11:55 No final, fazemos um balanço da prova juntamente com a aluna.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Ré Maior e Si menor, arpejos com inversões, sétima da dominante e escala
cromática. Sonata em Si bemol Maior de J. B. Loiellet de Gant.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
10:55 - 11:15 | escalas – foco na sonoridade e na destreza técnica (correção de
questões menos bem conseguidas durante prova da semana anterior).
11:15 – 11:20 | pausa para relaxamento muscular
11:20 – 11:45 | primeiro andamento da Sonata de Loiellet de Gant.
RECURSOS E FONTES
Sonata em Si bemol Maior de J. B. Loiellet de Gant.
226
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
AVALIAÇÃO
Aluna estava bastante segura na peça, tendo estudado também o segundo
andamento para audição, apesar de não estar marcado. Relativamente às escalas,
mantém algumas dúvidas no posicionamento das notas agudas, pelo que pedi que
procurasse trabalhá-las mais durante as férias.
REFLEXÃO
Penso que consegui transmitir boas ideias à aluna e pareceu-me que estava confiante
face à audição que teria à tarde. Durante esta aula, senti que esteve mais recetiva do
que nas anteriores às minhas sugestões e que se deixou “contagiar” mais durante a
performance, tendo sido possível maiores variações de dinâmica e timbre e um
diálogo mais bem conseguido entre as duas vozes.
227
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OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Sol Maior e Mi menor, arpejos com inversões, sétima da dominante e escala
cromática. Estudo nº 6 de Köhler op. 33, 1º caderno. Sonata em Si bemol Maior de J.
B. Loiellet de Gant.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercício de oitavas
10:55 - 11:05 | escalas.
11:05 – 11:20 | estudo nº 6 de Köhler – primeira leitura
11:20 – 11:45 | 1º andamento (Allegro non molto) do Concerto em Sol M de Gluck –
primeira leitura
RECURSOS E FONTES
Estudos op. 33 de Köhler, 1º caderno e Concerto em Sol M de Gluck.
AVALIAÇÃO
Apesar de não ter conseguido preparar bem
228
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
REFLEXÃO
Devido ao facto de termos passado os últimos dias na Bélgica com o ensemble de
flautas, a aluna apresentou o programa de um modo “mais verde”. Procurei planificar
a aula tendo em conta esta realidade, preparando exercícios motivantes, desafiadores
e que permitissem evolução na leitura e desenvolvimento técnico da peça. Mostrei
compreensão face às dificuldades da aluna, tendo em conta a justificação
apresentada. Noto ainda uma diferença positiva na postura da aluna desde que
regressámos da viagem: a aluna está mais confiante e mais liberta durante as aulas,
intervindo mais oralmente e sorrindo mais.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Sol Maior e Mi menor, arpejos com inversões, sétima da dominante e escala
cromática. Estudo nº 6 de Köhler op. 33, 1º caderno. Concerto em Sol M de Gluck.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
10:55 - 11:10 | escalas e arpejos com diferentes articulações – foco na sonoridade e
na destreza técnica,
11:10 – 11:25 | estudo nº 6 de Köhler
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
RECURSOS E FONTES
Estudos op. 33 de Köhler, 1º caderno e Concerto em Sol M de Gluck.
AVALIAÇÃO
Aluna muito empenhada em realizar todos os exercícios de forma correta. Nota-se
evolução no desempenho da aula. No entanto, penso que não trabalhou trilos de
forma aconselhada. Tem dificuldades do ponto de vista rítmico.
REFLEXÃO
Aluna teve uma boa reação aos exercícios de sonoridade realizados aquando do
trabalho de escalas, pelo que acabei por dedicar mais tempo ao trabalho das mesmas.
Notou-se um melhor desempenho a nível sonoro posteriormente na interpretação das
peças. Devo procurar estratégias para trabalhar com a aluna ao nível rítmico,
principalmente no Concerto.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
230
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Escala de Lá Maior e Fá sustenido menor, arpejos com inversões, sétima da
dominante e escala cromática. Estudo nº 6 de Köhler op. 33, 1º caderno. Estudo nº 3
de Berbiguer. Concerto em Sol M de Gluck.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
10:50 - 10:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
10:55 - 11:10 | escalas e arpejos com diferentes articulações – foco na sonoridade e
na destreza técnica
11:10 – 11:25 | estudo nº 3 de Berbiguer
11:25 – 11:30 | pausa para diálogo sobre Gluck e audição de gravação do Concerto
em Sol M interpretado por Emmanuel Pahud.
11:30 – 11:45 | 1º andamento do Concerto em Sol M de Gluck
RECURSOS E FONTES
Estudos op. 33 de Köhler, 1º caderno. Estudos de Berbiguer. Concerto em Sol M de
Gluck.
AVALIAÇÃO
A aluna preparou-se. No entanto, as suas dificuldades ao nível da leitura do ritmo
foram bastante visíveis, principalmente nos momentos em que havia uma variação na
articulação (quando, numa célula de quatro semicolcheias as três semicolcheias finais
estavam ligadas, aluna adulterava ritmo realizando uma colcheia e três semicolcheias
em tercina) e nas quintinas. Nas escalas, a aluna conseguiu mostrar as suas
capacidades ao nível da emissão sonora, tendo perdido qualidades a este nível
durante a interpretação do estudo.
REFLEXÃO
As dificuldades rítmicas da aluna durante a execução do estudo revelaram-se um
obstáculo ao cumprimento integral da planificação. Houve ainda interrupções por
parte dos professores cooperante e supervisora que, no sentido de ajudar a aluna, a
interpelaram sobre os seus pontos de apoio e o posicionamento pouco eficiente das
suas mãos em relação à sustentação da flauta, não tendo sido possível a abordagem
do Concerto de Gluck.
231
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
232
Anexo G
Caracterização da aluna
Aluna interessada e motivada, com excelente aptidão para a prática musical e
um bom ouvido. Frequentou dois anos do curso de Iniciação com o professor de
instrumento atual. Gosta de tocar com o acompanhamento das faixas do manual
Escuchar, leer y tocar, volume I, notando-se uma maior motivação nos exercícios com
play-along do que nos exercícios a solo ou em dueto. Tem um excelente controlo motor
e apresenta uma postura muito natural em comparação com colegas da mesma faixa
etária.
É, sem dúvida, a aluna com maior potencial das que se encontra a ser
observada. No entanto, acabou por se descurar no estudo no último período, não tendo
trazido os materiais tão bem preparados para as aulas.
Aluna faltou.
235
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dos mesmos. De seguida, aborda leitura da partitura que deve ser mais ágil, dando
o exemplo da fotografia. Inicia assim exercício em que dá à aluna dois segundos
para olhar para um compasso, tapando-o seguidamente e pedindo que esta lhe diga
o que estava escrito. Quando aluna repete, toca melhor.
Dueto “El canto del cuco”. Tocam a primeira vez juntos e aluna engana-se, não
12:44 tocando as notas da armação de clave (si bemol). Depois de repetir algumas vezes,
professor marca-o como trabalho de casa para a próxima semana.
“Me toca, te toca” – este exercício baseia-se no tema “Brilha, brilha estrelinha” mas
por mosaicos em dueto. A melodia passa de aluno professor e vice-versa. Aluna
12:48
mostra que praticou exercício ao afirmar “Esta é a música do Brilha brilha!”. Tocam
dueto como está escrito e depois aluna toca melodia sozinha.
239
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
desconfiar de si própria uma vez que a memória a pode trair. Pede que ouça outra
vez e aluna corrige-se, tocando na vez seguinte.
Professor sugere que aluna volte a cantar, uma vez que está com dificuldade em
reproduzir o que ouve. Aluna volta a cantar padrão errado tal como havia feito
12:17 anteriormente. Professor pergunta a aluna se praticou exercício em casa, ao que
aluna responde que passou à frente. Professor fala da importância de trabalhar
ouvido e pede que tenha mais paciência para exercícios auditivos.
Passam para exercício seguinte, “El si bemol de otro modo”. Neste exercício,
aluna demonstra alguma dificuldade, parando a meio do exercício e passando
mãos nos olhos. Professor pergunta se está bem e aluna responde que se
esqueceu dos óculos, estando com dores de cabeça. Professor mostra
12:26 compreensão e diz-lhe para pousar a flauta e relaxar um pouco. Massajam as
mãos, massajam a cara e falam sobre o dia da aluna. Aluna conta que, nessa
mesma manhã, já realizou teste de História, tendo tido de seguida matemática e
por fim flauta. No final deste pequeno exercício de relaxamento, aluna tem
semblante completamente diferente, com um sorriso e olhar mais ativo.
Passam para tema “Mary Ann”. Aluna tem dificuldade, uma vez que no si bemol
12:32 tira e põe dedo na chave do polegar esquerdo. Professor explica que pode manter
lá polegar toda a música. De seguida, aluna realiza exercício sem dificuldade.
Professor pergunta se quero tocar Canon seguinte consigo e com aluna. Aluna
sorri para mim – parece estar entusiasmada por me ouvir tocar finalmente.
Realizamos o Canon de várias formas, a começar na aluna, a terminar pela aluna,
12:36 tocando mais rápido e mais lento. No final, professor aproveita que tenho a flauta
montada para fazer espécie de exercício do Eco comigo. Eu toco pequenos
padrões e professor repete. No final, diz que músicos “têm de ser como
papagaios”.
Passam para exercício rítmico. Trabalham primeiro de mãos separadas e depois
12:45
de mãos juntas. Aluna com dificuldade.
Passam para tema “Te suena esta canción?”. Aluna toca fá natural em vez de fá
sustenido e professor diz que terá de estudar a partir daí para próxima aula.
12:47
Marcam trabalho de casa e aluna pergunta o que significa o sinal de bequadro,
apontando para um bequadro na folha.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Iniciam tema “Agitación y Sensación!”. Aluna começa a tocar, mas para ao final da
primeira frase. Está com dificuldades no ritmo. Começam a solfejar e aluna lembra-
se de tema, começando depois a tocar corretamente. Quando acaba de tocar,
12:30 professor chama aluna à atenção para acompanhamento que é diferente aquando
da repetição, desafiando a aluna a fazer algo de diferente na segunda vez que toca
o tema. Aluna acaba por alterar o timbre e a dinâmica na repetição, tornando o seu
som mais intimista.
Fazem exercício rítmico com duas mãos. De seguida, passam para tema seguinte
(“El oso y la miel”). Antes de começar a tocar, aluna avisa que teve dificuldade
devido à velocidade do Play-along. Tocam uma vez a uma velocidade relativamente
12:42
rápida, no entanto ainda não estão a tocar à velocidade do acompanhamento.
Professor coloca faixa e tocam uma vez. Aluna tem algumas hesitações, mas
realiza exercício até ao fim ainda assim.
12:45 Professor pede a aluna que arrume e marca trabalho de casa para próxima aula.
242
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Professor está a tocar estudo para aluna anterior. Aluna vai montando instrumento
11:55
e ouve com atenção.
Iniciam com tema “Staccato Blues” da lição 13. Aluna parece estar a tocar sem
dificuldade mas coluna falha e professor vê-se obrigado a colocar música de novo.
12:00
Coluna falha segunda vez e professor perde algum tempo a solucionar problema.
Enquanto isso, aluna toca sozinha sem dificuldade.
Solucionado o problema da coluna, tocam à primeira com faixa de
12:08
acompanhamento, com professor a improvisar com aluna.
Passam para Eco Exercise. Professor propõe a aluna realizar exercício por partes,
indo memorizando cada fragmento e pausando a faixa. De cada vez que
12:12 memorizam e tocam um fragmento, colocam faixa do início para tentar realizar
exercício na íntegra. Método resulta e aluna consegue fazer exercício sem se
enganar.
“El funámbulo”. Neste tema, aluna tem bastante dificuldade. Sendo um tema sem
faixa de acompanhamento, aluna não se sentiu tão motivada a estudar
provavelmente, cometendo vários erros na sua performance, tais como não
respeitar armação de clave (fá sustenido), pausas e tocando o ré agudo com a
12:22
posição do ré médio. Professor pergunta se estudou e aluna admite. Têm conversa
sobre o facto de, lá por não gostar tanto de tocar sem faixa acompanhadora, ter de
tocar e estudar na mesma esses exercícios, reforçando a sua importância para
desenvolver leitura. Acabam por estudar juntos e tocar juntos em uníssono.
Tocam “La canción de Pedrito”. De seguida, professor propões exercício de
memorizar e tocar noutra tonalidade (a começar em sol). Aluna conclui que então
12:30 estará em Sol Maior, tendo fá sustenido. Professor elogia a sua perspicácia.
Mediante alguma dificuldade da aluna a memorizar, professor pede que faça
exercício em casa.
12:35 Ritmo com duas mãos proposto no livro.
“Alouette”. Aluna tem dificuldade em respeitar ritmo. Professor canta música a
aluna, explica que é uma música tradicional francesa cantando com a letra em
12:41 francês e dizendo, em tom de brincadeira, que não pode alterar assim o ritmo de
uma música conhecida. Aluna ri-se e foca-se no problema, conseguindo melhorar
performance.
“Mi Manzanita” de W. A. Mozart. Aluna demonstra muita dificuldade a tocar esta
12:47 peça, não respeitando armação de clave e ritmo. Professor pergunta se estudou e
aluna responde negativamente. Professor repreende-a, dizendo que o combinado
244
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
era estudar ambas as páginas da lição 13. Aluna admite erro e marcam trabalho de
casa para semana seguinte.
245
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Passam para exercício seguinte de ritmo. Aluna tenta várias vezes e acaba por se
12:45 queixar dizendo que não está a conseguir. Professor diz-lhe que significa que devia
ter estudado mais esse exercício. “O jeito nem sempre chega”.
Passam para tema “Himno real”. Aluna toca mais uma vez com um som tímido.
12:49 Professor explica-lhe que tema se trata do hino real britânico e caracteriza peça
como “majestosa”. Aluna volta a tocar e melhora o seu som e interpretação.
Concluem aula a escolher temas que serão apresentados na prova da semana
12:51
seguinte.
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OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
“Fábula Irlandesa” – preparação para audição
DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 - 12:00 | aquecimento do corpo, exercícios de embocadura, respiração e
postura
12:00 - 12:10 | realização de exercício técnico e de som com escala pentatónica
(usada na improvisação da peça “Fábula Irlandesa”, prevista para a audição)
12:20 – 12:40 | performance do tema “Fábula Irlandesa”, esclarecimento de dúvidas
da aluna, correção de possíveis erros e preparação para audição da tarde.
12:40 – 12:45 | momento dedicado ao relaxamento do corpo para preparar
simulação da audição
12:45 – 12.55 | simulação da audição
RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.
AVALIAÇÃO
Aluna preparou-se para a aula e para a audição. Obedeceu às minhas instruções de
forma ativa, esforçando-se durante a performance e mantendo a boa disposição
durante toda a aula.
248
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REFLEXÃO
Aluna preparou-se para a aula e para a audição. Relativamente à planificação da
aula e à sua concretização, preocupei-me que esta não fosse muito “pesada” dado
ao facto de nesse mesmo dia haver uma audição. Tive ainda a preocupação de
realizar uma simulação para que a aluna se sentisse mais confiante no momento de
subir ao palco. Dado o facto da aluna se ter preparado para a aula, não foi necessário
dedicar 20 minutos à peça, pelo que no final pudemos ouvir um pouco de música.
Aluna faltou.
249
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OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 18 de método Flute 101.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 - 12:00 | aquecimento do corpo, exercícios de embocadura, respiração e
postura
12:00 - 12:10 | realização de primeiro exercício da lição 18 dedicado à mudança de
oitava do ré – esclarecimento de dúvidas relacionadas com ritmo e com posição das
notas.
12:20 – 12:35 | dois duetos do mesmo livro– questões relacionadas com som e
dinâmicas fomentando criatividade da aluna e desafiando-a a criar a sua própria
interpretação da peça.
12:35 – 12:45 | temas do livro Escuchar Leer y tocar
RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.
Flute 101: Mastering the Basics – A Method for the Begining Flutist with teaching and
phrasing guides da autoria de Patricia George e de Phyllis Louke
252
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AVALIAÇÃO
Aluna preparou duetos e lição nº 18. Demonstrou uma boa musicalidade e
criatividade. No entanto, não preparou peças do livro Escuchar, leer y tocar.
REFLEXÃO
Aluna preparou duetos de forma muito sustentada. No entanto, temas do livro
Escuchar, ler y tocar não foram preparados convenientemente, não chegando a ser
interpretados a aula. Ao invés disso, ajudei aluna em exercício técnico da lição nº 18
que aluna preparou com recurso ao dó sustenido e ao ré. Pareceu ficar entusiasmada
ao ser-lhe dada autonomia nos duetos para escolher dinâmicas. Aceitou as minhas
sugestões e percebeu o porquê. Consegui prever dificuldade no ritmo, por parte da
aluna, no decorrer do exercício da lição 18, dedicado às oitavas do ré. Preparei assim
exercício que ajudou aluna a realizar o exercício corretamente.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição nº 18 de método Flute 101; Lição 16 do livro Escuchar Leer y tocar I.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 - 12:00 | aquecimento do corpo, exercícios de som/embocadura, respiração e
postura;
12:00 - 12:25 | lição nº 18 do método Flute 101;
12:25 – 12:40 | temas do livro Escuchar Leer y tocar I
12:40 – 12:45 | visualização de vídeo
RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein.
Flute 101: Mastering the Basics – A Method for the Begining Flutist with teaching and
phrasing guides da autoria de Patricia George e de Phyllis Louke
AVALIAÇÃO
Aluna preparou duetos e lição nº 18. Demonstrou uma boa musicalidade e
criatividade. No entanto, não preparou peças do livro Escuchar, leer y tocar.
REFLEXÃO
Aluna preparou duetos de forma muito sustentada. No entanto, temas do livro
Escuchar, ler y tocar não foram preparados convenientemente, não chegando a ser
interpretados a aula. Ao invés disso, auxiliei a aluna em exercício técnico da lição nº
18 que recorre ao dó sustenido e ao ré. Aluna pareceu ficar entusiasmada com o facto
de lhe ser dada autonomia nos duetos para escolher dinâmicas. Aceitou as minhas
sugestões e percebeu o porquê. Consegui prever dificuldade no ritmo, por parte da
aluna, no decorrer do exercício da lição 18, dedicado às oitavas do ré. Preparei assim
exercício que ajudou aluna a realizar o exercício corretamente.
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Exercício de som sobre a escala de Ré Maior tendo por base lição nº 18 do método
12:02
Flute 101.
Professor vai corrigindo pontos de apoio devido a desequilíbrio na afinação dos dós
12:07
sustenidos.
12:10 Exercício de oitavas.
Tema do “Guilherme Tell” de Rossini. Aluna não estava a reconhecer tema, pois
estava a tocar muito devagar. Professor canta-lhe tema e aluna reconhece
12:15
imediatamente. Torna-se mais fácil tocar “de ouvido” com algumas falhas a nível
técnico.
Após corrigir devagar alguns erros técnicos, aluna consegue tocar tema acima
12:22 mencionado. Passam para exercício do livro Escuchar leer y tocar, dedicado à
escala de Lá M.
Após algumas dificuldades da aluna ultrapassadas, passam para exercício “jardines
ingleses”. Aluna diz que teve alguma dificuldade na segunda linha. Quando toca,
12:30 essa dificuldade nota-se, tocando muito bem a primeira linha e falhando na
segunda. Professor explica o que significa a expressão “D.C. al Fine” que aparece
no tema.
Aluna toca novamente tema depois de resolvidos alguns problemas de leitura e
12:36
tocar lento.
Passam para “Dúo rítmico”. Aluna tem dificuldade em realizar ligadura. Professor
12:40 sugere então outras abordagens do exercício para contornar dificuldades. Aluna
consegue realizar exercício corretamente.
Tentam tocar tema “Noche africana”. Aluna encontra semelhanças com tema do
12:45
filme d’O Rei Leão de Elton John. Professor ri-se e reconhece essa semelhança.
Aluna faltou.
255
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Aluna afina flauta, a pedido do professor, com nota no tablet. Canta a nota e depois
12:12
tem mais facilidade.
Passam para exercício do livro Escuchar, leer y tocar intitulado “Michael, Row the
Boat” (espiritual negro). Aluna tem dificuldade em ter consciência do tempo da
12:17
música. Fazem exercício a cantar e a movimentar braço em círculo de acordo com
tempo.
Revêm afinação devido a faixa de acompanhamento. De seguida, professor
12:22
improvisa e faz dueto com a aluna a partir da mesma música.
Falam sobre a questão histórica dos espirituais negros. Aluna não conhecia
12:28
conceito e professor canta “Oh Happy Day”. Aluna sorri e diz já conhecer esse tema.
Avançam para exercício “Hecho a melodia”. Aluna tem dificuldade em realizar ritmo
12:32
corretamente.
Professor repara que aluna não realizou exercício “Mi primera composición” e
12:37
questiona aluna sobre porque não o fez. “Para a semana trago”, diz aluna.
Aluna toca exercício “Aprende a volar” à primeira. Professor diz “muito bem!”, num
12:40
tom empolgado.
12:43 Eco Exercise.
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OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
“Cuenta y toca” – preparação para audição. A escala cromática.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 - 12:00 | aquecimento do corpo, exercícios de embocadura, respiração e
postura
12:00 - 12:10 | realização de exercício técnico baseado na escala cromática – “El
telesqui” do manual.
12:20 – 12:40 | performance do tema Cuenta y toca”, esclarecimento de dúvidas da
aluna, correção de possíveis erros e preparação para audição da tarde.
12:40 – 12:45 | momento dedicado ao relaxamento do corpo para preparar
simulação da audição
12:45 – 12.55 | simulação da audição
RECURSOS E FONTES
“Escuchar, ler y tocar” de Broers e Kastelein.
AVALIAÇÃO
A aluna é bastante aplicada e muito perspicaz. Conseguiu integrar o conceito de
escala cromática com muita facilidade e tocá-la devagar sem recorrer a nenhum
suporte escrito. Quanto à peça da audição, o maior desafio foi a parte improvisada.
260
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REFLEXÃO
A aula iniciou com um aquecimento corporal e alguns exercícios com notas longas.
Seguidamente, introduzi o conceito de escala cromática, o qual a aluna recebeu muito
bem, aproveitando para relacionar alguns exercícios técnicos com o novo conceito.
Uma vez que a aluna tinha uma audição para preparar, procurei incluir um momento
no qual a aluna simulasse a sua apresentação, algo que já tinha feito na última aula
do 1º período. Desta vez, gravei a parte sonora, de modo a poder refletir juntamente
com a aluna sobre a sua improvisação e que outras componentes poderia acrescentar
ao seu solo.
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OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição 20A de método 101 Flute.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 - 12:00 | exercício de respiração e relaxamento do corpo
12:00 - 12:10 | realização de exercício técnico baseado na escala cromática – “El
telesqui” do manual.
12:20 – 12:40 | performance do tema “Cuenta y toca”, esclarecimento de dúvidas da
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RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein
Flute 101: Mastering the Basics – A Method for the Begining Flutist with teaching and
phrasing guides da autoria de Patricia George e de Phyllis Louke
AVALIAÇÃO
A aluna evoluiu face à semana passada. Nota-se que houve uma preparação sólida
em casa.
REFLEXÃO
Aluna que tinha tendência a estudar apenas exercícios com acompanhamento do
play-along, já começa a empenhar-se mais no estudo de restantes exercícios e nota-
-se que gosta e evoluiu ao tocar em dueto, uma vez que reage muito por mimetização
do que professor está a fazer.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
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CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição 20 e 20A do método Flute 101.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 - 12:00 | exercício de respiração/relaxamento do corpo e notas longas
12:00 - 12:10 | exercício da lição 20 de 101 Flute dedicado às oitavas da nota ré.
12:20 – 12:40 | lição 20A do manual 101 Flute.
12:40 – 12:45 | momento dedicado ao relaxamento do corpo
12:45 – 12.55 | exercício dedicado ao domínio da dedilhação do Mi bemol agudo
(lição nº 20 do método 101 Flute)
RECURSOS E FONTES
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Flute 101: Mastering the Basics – A Method for the Begining Flutist with teaching and
phrasing guides da autoria de Patricia George e de Phyllis Louke
AVALIAÇÃO
Aluna empenhada, interessada e com boas características musicais, realiza
exercícios com muita naturalidade. No entanto, apresentou bastantes dificuldades nos
exercícios da aula de hoje, notando-se que não houve uma preparação sólida durante
a última semana.
REFLEXÃO
Aluna teve dificuldades nos exercícios técnicos dedicados às oitavas e à dedilhação
do mi bemol pelo que foi necessário realizar diversas pausas durante a aula para
conseguir manter aluna focada e ativa na realização dos exercícios. No final da aula,
foi necessário dialogar sobre a importância do estudo e da dedicação individual
semanal ao estudo do instrumento.
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OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- adequação da postura corporal para a performance;
- questões relacionadas com a sonoridade;
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- correção das posições das notas, coordenação e destreza técnica.
- outras questões relacionadas com o repertório.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Lição 20 e 20A do método Flute 101.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
11:50 – 12:00 | exercício de relaxamento do corpo e notas longas
12:00 - 12:20 | lição 19 de 101 Flute.
12:20 – 12:25 | momento dedicado ao relaxamento do corpo
12:25 – 12:45 | lição 19A do manual 101 Flute
RECURSOS E FONTES
Escuchar, leer y tocar de Broers e Kastelein
Flute 101: Mastering the Basics – A Method for the Begining Flutist with teaching and
phrasing guides da autoria de Patricia George e de Phyllis Louke
AVALIAÇÃO
Hoje a aluna não teve a sua melhor prestação em aula. Pelo contrário, notaram-se
bastantes dúvidas ao nível do ritmo, da leitura e pouco à-vontade em determinadas
passagens mais técnicas. Quando questionada sobre o assunto, a aluna argumentou
que tinha tido muitos testes e que efetivamente não tinha estudado de uma forma tão
regular. Ainda assim, preparou tanto a lição 19 como a 19A. Foi por isso aconselhada,
a estudar menos quantidade, mas melhor.
REFLEXÃO
Durante a aula, senti que a aluna percebeu as minhas instruções. No entanto, tal
como aconteceu na aula de hoje da aluna B, não consegui cumprir a planificação
dada a dificuldade da aluna em componentes básicas das músicas tal como o ritmo.
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Anexo H
Caracterização da aluna
Aluna interessada que, no entanto, não tem a música como prioridade na sua
vida.
Frequenta o 12º ano do curso de Ciências e pretende prosseguir estudos na área
das engenharias, não dando prioridade ao estudo da flauta no seu dia-a-dia de forma
assumida. Tal como a aluna B, não tem muita segurança no que toca às suas
capacidades, sofrendo bastante com a ansiedade e manifestando sinais da mesma
durante as aulas e ensaios com a pianista acompanhadora (sintomas como tremores
nas mãos são visíveis recorrentemente).
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Observações: Professor pede que aluna estude escala cromática melhor para a aula
seguinte, um estudo, a Partita em Lá menor de J. S. Bach e diz que enviará, por email,
gravações da Sonata de Poulenc.
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gira um arco na cintura (Hula Hoop). O professor explica que quando tocamos
devemos ter uma boa estabilidade no corpo e que, do ponto de vista postural, nem
podemos estar demasiado tensos nem demasiado relaxados, sensação esta que
pode ser encontrada ao fazer “Hula Hoop”. Já o segundo vídeo trata-se de uma
TedTalk da percussionista surda Evelyn Glennie, na qual os primeiros cinco minutos
abordam a diferença entre a tradução do que está na partitura e a interpretação,
mostrando que a música está para além da partitura. Ambas as alunas ficam
bastante surpreendidas e entusiasmadas com os vídeos, gerando-se um diálogo
bastante interessante.
Aluna começa a fazer exercício com cabeça da flauta em frente ao espelho.
13:01 Trabalham a focalização da coluna de ar para um som mais limpo. De seguida,
utilizam “Pneumo-Pro”, alternando o seu uso com o da cabeça da flauta.
Aluna monta flauta e toca algumas notas longas. Em cada nota, professor pede que
aluna explore a ressonância do seu corpo, mantendo a laringe descida, o palato
13:05
mole subido, e pensando na sua caixa torácica como caixa de ressonância do
instrumento. Aluna consegue um som cheio e reverberante.
Passam para exercício de oitavas em staccato. Nas oitavas mais agudas, aluna tem
dificuldade em manter pulsação, atrasando ligeiramente. No final do exercício,
13:10
professor incentiva aluna a criar os seus próprios exercícios técnicos e a desafiar-
se a si própria.
Iniciam escala de Si bemol Maior com recurso ao Exercício 4 do livro de Taffanel e
Gaubert. Dado a aluna ter dificuldade em manter a flauta firme (problemas nos
pontos de apoio), professor volta ao tablet e mostra imagem da parte esquelética e
muscular da mão, explicando à aluna como dele estar colocada a sua mão para
que consiga manter a flauta firme enquanto toca, por maior movimento que os
13:14
dedos façam. Ao fazer escala novamente, professor pede a aluna para se voltar a
focar no som e a fazê-lo ressoar como fizera anteriormente nas notas longas.
Sentem-se melhorias a nível técnico e sonoro. No entanto, professor repara que
dedo anelar direito não está a tapar convenientemente a chave. Dialogam sobre
possibilidade de tapar a chave.
Escala cromática em todo o registo da flauta. Após exercício com várias
articulações e ritmos, professor propõe a aluna começar a praticar uma redução do
13:22
Exercício 4 do livro de Taffanel e Gaubert, utilizando apenas os compassos das
modulações, passando assim por todas as tonalidades em pouco tempo.
Partita em Lá menor para flauta solo BWV 1013 de J. S. Bach, Allemande – aluna
13:30
toca a primeira vez e começo, desde o início, a ouvir sons provenientes da sua
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garganta que acompanham cada nota staccato que a aluna toca. Professor deixa
aluna terminar primeira secção e após interromper aluna questiona-a sobre a
posição da sua língua a tocar. Aluna diz colocar ponta da língua atrás dos dentes
superiores. Professor pede então que aluna realize exercício em que não articula
com língua, apenas em “Ha”, dizendo-o com a letra “H” aspirada. Aluna realiza
exercício sem dificuldade.
De seguida, professor pede a aluna que coloque coxis encostado à parede, fletindo
os joelhos e mantendo a sua coluna encostada à parede. Aproxima estante da aluna
e pede-lhe que toque nessa mesma posição. Aluna começa a tocar e, devido a
variações de tempo indevidas, professor começa a marcar o tempo estalando os
dedos. Professor vai pedindo articulações diferentes tais como “Te te te”, “Ke ke
13:37
ke”, “Tu tu tu”, “Te ke”. De seguida, aluna retorna à posição normal e desta vez não
se ouvem ruídos na garganta. Professor pede a aluna que, sempre que toque peça,
repare se está a fazer algum som e para não continuar a tocar caso o mesmo
aconteça, tentando relaxar a laringe e sem esquecer que sem o sopro a flauta não
produz som.
Professor pede desta vez a aluna que toque tudo ligado e com diferentes dinâmicas
(tudo forte, tudo piano, mezzo forte, com crescendo, com diminuendo, etc.). Aluna
13:48
realiza exercício e regularidade dos dedos vais melhorando. No final, professor
pede que aluna toque “tal como está escrito”.
Professor manda aluna arrumar coisas e remete para vídeo observado no início da
13:55 aula: “o que é importante na música é a comunicação e não se acertas as notas
todas”.
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com a flauta novamente, aluna procura “centrar o som” nas diferentes notas que vai
tocando.
Começam a tocar escala de Ré Maior com recurso ao Exercício 4 do livro de
Taffanel e Gaubert. Professor vai dirigindo atenção da aluna para pontos de apoio
e postura e aluna vai fazendo correções que considera adequadas. De seguida,
professor vai ao tablet e mostra artigo da autoria de Lia Pearson intitulado “Body
13:00 Mapping for Flutists”, baseado no livro What every musician needs to know about
the body de Barbara Conable. Fala sobre uma noção criada pela autora intitulada
Os três “efes”, referindo palavras começadas pela letra “F”. Estas são as palavras
“flexibilidade” (em oposição à força), “fluidez” e “liberdade” (freedom). De seguida
realizam escala de Si menor, focando-se nos conceitos abordados anteriormente.
Estudo nº 12 de Köhler, op. 33, Caderno nº2 – aluna começa a tocar e nota-se que
tercinas não estão 100% regulares. Professor pede então que me levante, rindo-se,
e pede a aluna que me dê um abraço. Aluna abraça-me e sinto o seu nervosismo
tanto ao nível da tensão dos seus membros como ao nível respiratório, sentindo o
seu batimento cardíaco acelerado. Começo a rir e peço que aluna relaxe os seus
13:18 membros, deitando a minha cabeça sobre o seu ombro. Sinto que aluna começa
também a relaxar. Professor fala então na sensação de aconchego que devemos
sentir ao tocar flauta, principalmente nas partes mais técnicas, para que
consigamos ter controlo sobre os nossos próprios dedos. Quando aluna volta a
tocar, nota-se uma grande diferença tanto a nível sonoro como do ponto de vista
da regularidade técnica.
Professor pede aluna que tenha em atenção afinação das notas, comparando-as
umas com as outras. Conclui com a ideia de que não há instrumentos de sopro
13:28
100% afinados e que temos de ir corrigindo sempre a nossa afinação. Quando volta
a tocar, notam-se melhorias nesse parâmetro.
Sonata de Poulenc – professor fala de gravação do flautista Vincent Lucas e recorda
masterclasse que assistiu com o mesmo flautista há dois anos. Procura de seguida
caderno de notas e lê apontamentos que retirou dessa masterclasse, recordando
as suas características humanas e como flautista. A propósito da anacruse da
13:35
Sonata de Poulenc, recorda exercício que flautista realizou com uma aluna em que
pedia que esta “oferecesse” o primeiro tempo do excerto “Volière” do Carnaval dos
Animais de Saint-Saëns a cada ouvinte da sala, concluindo que a música é o ato
de dar, por mais técnica que seja a peça que se esteja a tocar.
274
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
No final da aula, professor pede a aluna que lhe envie por email uma gravação da
13:45 Sonata de Poulenc ainda no dia de hoje e outra na quarta-feira, para que mais tarde
possam comparar as diferenças entre ambas.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Vamos ensaiar com piano. Aluna leva parte de piano e dirigimo-nos ao andar de
baixo, à sala da pianista acompanhadora. Aluna não afina flauta convenientemente
e fica bastante baixa. Professor pisca-me o olho e não diz nada à aluna. Quando
começam a tocar, aluna está muito baixa, principalmente nos finais de frase.
Quando vai para os agudos fortes, consegue estabilizar a afinação e acaba por
13:30
não corrigir com o ajuste da cabeça da flauta. Chega a um ponto que o professor
diz a sorrir “Bem! Chega de sofrimento! Tu não afinas, rapariga?”. Aluna ri-se
timidamente e afina sem dificuldade, dizendo que já tinha reparado. Professor
avisa que, em caso de dúvida, é preferível ficar alta do que baixa, uma vez que é
mais fácil ajustar com a embocadura para baixo.
Aluna tem alguma dificuldade em algumas entradas. Quando se engana, professor
pede-lhe que se aproxime da pianista acompanhadora e observe a partitura do
piano, indicando-lhe algumas referências. Aluna consegue, de modo geral, tocar
13:38
corretamente a seguir. Em sítios mais delicados de junção, professor avisa que
posteriormente terão de se juntar (aluna e pianista) para ensaiar para que não seja
necessário perder tempo da aula.
Regressamos à sala e, pelo caminho, professor vai discutindo com aluna o que
ainda há para melhorar. Quando chegam à sala de aula, já não há tempo para
13:43 muito mais. O professor pede à aluna para voltar a ouvir a peça em casa, mas
desta vez a acompanhar pela parte de piano para evitar “perder tempo” no ensaio
com pianista acompanhadora.
279
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Vamos para ensaio com piano no andar de baixo. Aluna toca de forma mais
confiante que na semana anterior o primeiro andamento da Sonata de Poulenc, no
13:10 entanto não presta muita atenção à comunicação com piano, não esperando (por
exemplo) quando pianista acompanhadora cede nas suas partes solísticas.
Professor chama-a à atenção. Corrigem também pequenas questões de afinação.
Passamos para segundo andamento da Sonata. Aluna parece nervosa por ser o
primeiro ensaio e faz transparecer esse estado de espírito na qualidade do seu som.
Nos agudos, aluna tende a deixar de soprar e a apertar. Professor diz que na sala
13:26
fará com ela exercício em que investirão nessa matéria. Depois dá à aluna algumas
referências do piano para uma melhor performance e pede que esta comece a
estudar o terceiro andamento.
Regressamos à sala e professor pega em palhinha estreita que tem guardada no
seu armário. Explica a aluna que para soprar por aquela palha precisa de apoiar tal
13:37 como nos agudos. Para soprar com maior velocidade de ar pela palhinha, aluna é
obrigada a fazer ligeira força nos abdominais. Ao mesmo tempo, uma lâmina de ar
estreita.
Aluna toca estudo nº 1 de Köhler. Mais uma vez, tende a parar de soprar. Professor
13:42 faz analogia com arco do violoncelo – “para o arco, para o som. É a mesma coisa
com o sopro”.
Professor dá indicações a aluna para oscilar peso do corpo entre perna direita e
esquerda. Aluna procura equilíbrio e som melhora, assim como parte técnica que
13:49
se torna mais fluída. Professor alerta para a importância do corpo na performance
– “não te preocupes só com as notas, isso é uma ilusão”.
281
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
tem de conhecer bem as secções de cada peça (ou estudo) e mudar o pano de
fundo de cada tal como se muda o cenário entre atos numa peça de teatro.
Passamos para Partita em Lá menor de J. S. Bach. Aluna toca uma vez todo o
andamento. À medida que toca vai atrasando e baixando braços. Nota-se um
13:12 grande cansaço no final da peça e professor diz a aluna que é importante, para
além de trabalhar as diversas secções de uma peça, treinar a resistência durante a
performance.
Professor trabalha o staccato com a aluna recorrendo a uma garrafa de água e uma
palhinha. Pede-lhe para articular com a consonante “T”. Aluna tem dificuldade em
manter andamento das articulações, mas diz que conseguiu sentir de modo mais
13:20
percetível os músculos da respiração na zona abdominal. Professor pede a aluna
que toque Partita não se esquecendo de soprar com os músculos da respiração
ativa, tal como fez com a palhinha. Notam-se bastantes melhoras.
Fazem análise de alguns pontos da peça e professor faz referência a momentos
em que a harmonia é mais constante (início) e momentos em que a harmonia muda
13:32 mais rapidamente, já no desenvolvimento. Sugere ainda a aluna que use um tipo
de articulação menos “picado”, sugerindo-lhe, para além de usar mais ar tal como
no exercício anterior, usar a consoante “D”.
Professor marca na partitura pequenas secções nas quais ainda sente aluna
13:40 inconstante. Pede a aluna para estudar secções isoladamente, de modo a dominar
tecnicamente a peça na sua totalidade.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
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CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1º andamento da Sonata de Poulenc.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
12:55 - 13:10 | escala de Mi maior destinada ao aquecimento – notas longas,
diferentes andamentos e articulações
13:10 – 13:35 | ensaio com piano para audição
13:35 – 13:45 | diálogo sobre dúvidas, revisão de algumas passagens lentamente e
diálogo de motivação para a audição.
RECURSOS E FONTES
Exercices Journalieres de Taffanel e Gaubert; estudos op.33 de Kohler (3º caderno)
e Sonata de Poulenc.
AVALIAÇÃO
Aluna estava bastante ansiosa para audição. No entanto, melhorou desde a semana
passada a níveis sonoros, de junção com piano e de interpretação.
REFLEXÃO
Penso que a planificação foi adequada a uma aula “pré-audição”, realizando um bom
aquecimento para uma melhor prestação no ensaio com piano, deixando a aluna mais
aliviada após um bom ensaio.
283
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Estudo nº 2 de Kohler. Maior dificuldade da aluna foi o solfejo das notas e professor
13:10 avisa-a que o facto de estar preocupada com as notas vai reduzir a qualidade da
prestação e que deve estudar melhor.
Padrão de arpejos quebrados realizados com pouco ar – aluna tende a parar de
soprar nas passagens de maior dificuldade. Professor realiza exercício com aluna
13:19 com recurso à cabeça da flauta, no qual aluna toca nota longa procurando condução
que padrão de arpejos devia ter, a crescer para o agudo. Ao passar para flauta,
aluna melhora a sua prestação.
Professor pede a aluna para cantar e tocar estudo em algumas partes para melhorar
13:27
qualidade de som e projeção.
Resolvem passagem de cromática por terceiras descendentes. Professor sugere
13:38
vários exercícios técnicos e apela à concentração da aluna na passagem.
284
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- coordenação e destreza técnica.
- interpretação de acordo com estética das distintas épocas da história da música.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
2º andamento da Sonata de Poulenc e estudo nº 3 de Kohler.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de relaxamento corporal.
12:55 - 13:05 | realização de notas longas
13:05 – 13:25 | ensaio com piano do segundo andamento da Sonata de Poulenc.
13:25 – 13:45 | estudo nº 3 de Kohler.
RECURSOS E FONTES
Exercices Journalieres de Taffanel e Gaubert; estudos de Kohler e Sonata de
Poulenc.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
AVALIAÇÃO
Aluna com uma boa preparação do Segundo andamento de Poulenc, com apenas
algumas dificuldades ao nível da contagem dos compassos de espera. Estudo nº 3
com algumas hesitações.
REFLEXÃO
Fiquei satisfeita com a preparação do segundo andamento da Sonata por parte da
aluna. Penso que a consegui inspirar do ponto de vista da interpretação, incentivando-
a a procurar novos timbres para contrastar com o acompanhamento do piano. Tive a
preocupação de não impor a minha própria interpretação, exemplificando apenas
algumas passagens de variadas formas para aluna perceber as diferentes hipóteses
a que pode recorrer para tornar o andamento mais interessante. Quanto ao estudo,
vi-me obrigada a selecionar apenas algumas partes para estudar com a aluna mais
calmamente.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- coordenação e destreza técnica.
- interpretação de acordo com estética das distintas épocas da história da música.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
2º andamento da Sonata de Poulenc.
286
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
12:55 - 13:10 | realização de notas longas e arpejos lentos e em diversas
tonalidades com vista a preparação para ensaio com piano
13:10 – 13:25 | segundo andamento da Sonata de Poulenc.
13:25 – 13:45 | ensaio com piano do mesmo andamento.
RECURSOS E FONTES
Exercices Journalieres de Taffanel e Gaubert; estudos de Kohler e Sonata de
Poulenc.
AVALIAÇÃO
Aluna um pouco desconcentrada. Teve uma prestação menos sólida que a semana
passada. Quando questionada sobre o assunto, reconheceu que o dia não estava a
correr bem e, por isso mesmo, não estava muito concentrada na aula. Procurei
mostrar compreensão para com a situação.
REFLEXÃO
Tive bastante dificuldade em captar a atenção da aluna. No entanto, a aluna
reconheceu que não estava muito bem devido a complicações da sua vida pessoal e
por isso procurei mostrar compreensão. Do ponto de vista da planificação, achei
melhor optar por trabalhar apenas o segundo andamento da Sonata e não ouvir o
estudo, uma vez que a aula é demasiado curta para uma aluna do 8º grau. Esta é
uma das maiores dificuldades quando falamos de alunos de regime supletivo.
Aluna faltou.
287
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica – foco para legato e condução da frase (2º andamento
Poulenc)
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- coordenação e destreza técnica (estudo)
- interpretação de acordo com estética das distintas épocas da história da música.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
2º andamento da Sonata de Poulenc e estudo nº 3 de Kohler, op. 33 III.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
12:55 - 13:00 | exercício de oitavas
13:00 – 13:10 | ensaio com piano do segundo andamento da Sonata de Poulenc
13:10 – 13:30 | segundo andamento da Sonata de Poulenc.
13:30 – 13:45 | estudo nº de Kohler.
RECURSOS E FONTES
Exercices Journalieres de Taffanel e Gaubert; estudos de Kohler op. 33 (caderno 3)
e Sonata de Poulenc.
AVALIAÇÃO
Aluna superou-se nesta aula. Parecia bastante nervosa no início, tremendo os dedos
enquanto tocava. O nervosismo talvez se tenha devido à presença da professora
orientadora (mesmo esta tendo afirmado que estaria ali para me avaliar, e não a ela).
Na Cantilena de Poulenc, a aluna conseguiu agarrar todas as dicas que fui dando e
dar-lhe a melhor interpretação que ouvi da sua parte desde que começou a tocar. No
288
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
REFLEXÃO
Penso que consegui chegar à aluna e transmitir-lhe as minhas ideias de forma clara.
Deste modo, a aluna poderá conseguir aproveitá-las para criar a sua própria
interpretação. Dei-lhe ainda dicas de estudo que penso que a poderão ajudar daqui
para a frente na organização, gestão e rentabilização do tempo.
289
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
de isso acontecer, pensar mais no fluxo de ar e menos na força com que articula.
Diz-lhe também que a língua é um músculo e que pode ser trabalhado.
Passam para Cantilena. Aluna toca e nota-se mais à-vontade. Professor diz-lhe
13:42 para usufruir da música e se divertir mesmo quando estiver em prova. “A música
não é como o circo, tem a ver com transmissão de algo”. Concluem assim a aula.
290
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Aluna chega a sala e pede desculpa pelo atraso. Diz ter-se distraído com as horas
12:56
enquanto estava a aquecer noutra sala.
Iniciam com 3º andamento da Sonata de Poulenc. Aluna com dificuldade a tocar
12:58
passagens no agudo.
Trabalho em frente ao espelho, num andamento lento, das passagens no agudo e
13:05
correção do posicionamento da mão.
13:12 Regressam à partitura e fazem uma primeira leitura geral.
Dirigem-se à sala da pianista acompanhadora. Tocam num andamento lento e vêm
13:20
questões de compassos de espera e junção com o piano
13:32 Regressam à sala e vêm questão da afinação no agudo com nota a tocar no tablet.
13:38 Em frente ao espelho, fazem exercício com os pontos de apoio. Afinação melhora.
13:45 Aproveitam passagem do trilo para trabalhar pontos de apoio.
291
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
“Tudo o que é passagens chatas, trabalha de cor”, diz professor. Aluna toma outra
13:38
consciência dos dedos e consegue melhorar bastante.
Professor fala com a aluna sobre a consistência do seu estudo, afirmando que para
13:42
que se consiga tocar na audição bem, temos de tocar mais vezes bem que mal.
Terminam aula com pensamentos sobre a nossa capacidade intelectual e o facto
13:46
de o “querer” ser muito importante para a nossa evolução.
292
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Professor pede a aluna para abanar braços e rodar ombros. Ao voltar a pegar na
13:35
flauta, aluna melhora eficácia na passagem.
Estudo nº 4 de Kohler. Professor pergunta a aluna se tem feito escalas no seu
13:38 estudo diário devido à irregularidade dos seus dedos e insegurança em padrões
arpejados. Aluna diz que não e professor pede-lhe que volte a fazer esse trabalho.
Professor fala em questões musicais e pede a aluna que esteja atenta a momentos
13:42
de “eco” no estudo (realizar repetições dos temas em piano).
293
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
não são as notas nem é respeitar totalmente o que está no papel. Música, diz o
professor, é feita por humanos e é comunicação, pelo que aluna não deve
preocupar-se com parte técnica: deve sim preocupar-se em passar uma
mensagem.
13:47 Marcam audição e recital de preparação para o recital final.
294
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Aluna faltou.
295
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Enquanto aluna toca e professor vai dando indicações para a mesma sentir que
13:21 está a “expandir”, instrução que resulta muito bem do ponto de vista do
melhoramento da qualidade sonora.
Decompõem secções por terceiras e identificam a melodia principal. Professor
identifica melodia como “pilares” e pede a aluna para mostrar, ao tocar, percurso
13:26
que quer realizar e o que está a anunciar com essa melodia. Tanto a nível técnico
como musical notam-se melhorias.
13:32 Trabalham algumas partes técnicas por secções.
Trabalham trilos isoladamente, visto que aluna tende a perder noção do tempo
13:36
quando os executa.
Professor sugere que aluna já pratique desenvolvimento do 1º andamento já com
13:40
compassos de espera.
13:45 Falam sobre estratégias que aluna pode usar para estudar Concerto.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica – foco para legato e condução da frase (2º andamento
Poulenc)
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- coordenação e destreza técnica (estudo)
- interpretação de acordo com estética das distintas épocas da história da música.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart e estudo nº 3 de Kohler, op. 33 III.
296
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
12:55 - 13:10 | exercícios de sonoridade e staccato com vista a obtenção de um
melhor resultado no 1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart
13:10 – 13:20 | 1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart.
13:25 – 13:30 | pausa para relaxamento
13:30– 13:45 | continuação do 1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart.
RECURSOS E FONTES
De la Sonorité de Marcel Moyse e Seven Daily Exercises op.5 de Reichert; estudos
de Kohler op. 33 (caderno 3) e Concerto em Sol M de Mozart.
AVALIAÇÃO
Aluna não teve tempo para estudar muito, justificando-se com a ida à Bélgica com o
ensemble de flautas da academia.
REFLEXÃO
Uma vez que aluna esteve na Bélgica com ensemble de flautas, não preparou estudo,
pelo que optei por planificar vários exercícios no sentido de trabalhar bem o Concerto.
Sabendo previamente desta questão, foi possível aproveitar bem a aula, uma vez que
a dediquei ao delineamento de estratégias de trabalho e desenvolvimento da peça.
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica – foco para legato e condução da frase (2º andamento
Poulenc)
297
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
12:55 - 13:05 | exercício de sonoridade do método de Moyse
13:05 – 13:20 | 7 sequências de Reichert na tonalidade de Dó Maior e Lá menor.
13:20 – 13:45 | 1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart.
RECURSOS E FONTES
De la Sonorité de Marcel Moyse e Seven Daily Exercises op.5 de Reichert; estudos
de Kohler op. 33 (caderno 3) e Concerto em Sol M de Mozart.
AVALIAÇÃO
Aluna com bastantes dificuldades ao nível da técnica.
REFLEXÃO
Aluna confessou que se desleixou ligeiramente na manutenção técnica, pelo que senti
dificuldade em manter aluna dedicada aos exercícios. Sinto que aluna precisa de um
reforço ao nível da autoestima para continuar a procurar ultrapassar as adversidades
e as suas dificuldades.
298
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
OBJETIVOS | COMPETÊNCIAS
- postura corporal correta e que privilegie a performance;
- sonoridade plástica – foco para legato e condução da frase (2º andamento
Poulenc)
- sentido correto da pulsação, ritmo e altura dos sons;
- coordenação e destreza técnica (estudo)
- interpretação de acordo com estética das distintas épocas da história da música.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart e estudo nº 3 de Kohler, op. 33 III.
DESENVOLVIMENTO DA AULA
12:50 - 12:55 | exercícios de embocadura com cabeça da flauta
12:55 - 13:05 | escala de Sol M: notas longas, staccato, duplo staccato, por
terceiras, por oitavas.
13:05 – 13:20 | 7 sequências de Reichert na tonalidade de Sol Maior e Mi menor.
13:20 – 13:45 | 1º andamento do Concerto em Sol M de Mozart.
RECURSOS E FONTES
De la Sonorité de Marcel Moyse e Seven Daily Exercises op.5 de Reichert; estudos
de Kohler op. 33 (caderno 3) e Concerto em Sol M de Mozart.
AVALIAÇÃO
A aluna demonstrou que trabalhou ao nível do staccato, uma vez que esta
componente estava bastante melhor na execução das escalas comparativamente à
semana anterior. No entanto, no Concerto de Mozart, aluna não conseguiu ser tão
clara a esse nível. Deve continuar a trabalhar nesse sentido para conseguir ser mais
flexível na execução das peças.
REFLEXÃO
A aula correu bem e penso que consegui dar conselhos a aluna que a permitirão
continuar a evoluir ao nível técnico e interpretativo. Foi útil o facto de ter havido a
possibilidade de ensaiar com o piano, o que deu à aluna outra energia de caráter mais
mobilizador no momento da performance. Recorri a mais exemplos tocados o que
poderá ter ajudado mais a aluna na procura dos ideais estéticos do Classicismo.
299
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
300
Anexo I
303
Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
Olá, o meu nome é Francisca Tadeu e, tal como tu, estudei nesta Academia.
Hoje, sou professora de flauta e aluna do Mestrado em Ensino da Música na Escola
Superior de Música e Artes do Espetáculo (Porto).
Decidi regressar a esta casa para realizar o meu estágio, pelo que organizei um
projeto de intervenção que pudesse ser útil para mim e para ti, aluno. O tema foi
escolhido tendo em conta algo que, pessoalmente, só aprendi a fazer muito tarde:
estudar. Ao contrário do que possas pensar, estudar instrumento não é fácil. Desafio-
-te então a colocar as seguintes questões a ti mesmo:
Apesar de o tempo ser importante, está também provado que o tipo de prática
que mais impacto tem na obtenção de resultados é a prática formal. Ou seja, é possível
evoluir mais quando te focas em objetivos específicos. Já o “tocar por tocar”, não te
ajudará assim tanto.
Tendo isto em conta, e assumindo que a vontade de ser melhor tem de partir
de ti, quero convidar-te a preencheres este dossier. O objetivo é lembrares-te todas as
semanas de definir objetivos e estratégias para a tua prática. Podes sempre pedir
ajuda ao teu professor de instrumento para te ajudar a estabelecer um plano eficiente.
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
3. Como está a correr o estudo? (o que evoluiu e o que continua a correr mal)
_________________________________ _________________________________
_________________________________ _________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Não registes
_________________________________________________________________
apenas aspetos
negativos._________________________________________________________________
Pensa
também no que é
que já melhoraste!
_________________________________________________________________
3. Como está a correr o estudo? (o que evoluiu e o que continua a correr mal)
_________________________________ _________________________________
_________________________________ _________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
__________________ ______________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
3. Como está a correr o estudo? (o que evoluiu e o que continua a correr mal)
_________________________________ _________________________________
Quem têm sido os teus
_________________________________ companheiros de estudo?
_________________________________
Metrónomo? Afinador?
Espelho? Gravador?
4. Que estratégias pretendes usar para melhorar?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
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_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
3. Como está a correr o estudo? (o que evoluiu e o que continua a correr mal)
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
Se estás a preencher esta
última ficha, por esta altura
_____________________________________________________________
já deves estar “PRO” na
gestão da prática! Parabéns!
_____________________________________________________________
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
____
Sexo: ____________ Idade: ____________ Turma: _____________
Gostei da experiência?
(Não gostei) 1 2 3 4 5 (Adorei!)
Em que medida é que esta experiência foi útil para o meu desempenho no instrumento?
(Nada útil) 1 2 3 4 5 (Muito útil!)
Pediste alguma vez ajuda aos teus pais ou professores para te ajudarem a definir um plano semanal ou
estratégias? Sim Não
II. Hábitos de estudo: antes e depois (a preencher por quem obteve 3 a 5 assinaturas)
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Ensinar na autonomia: promoção da autorregulação no estudo do instrumento Francisca Tadeu
O meu professor de instrumento já realizou, no passado, uma experiência semelhante comigo? Sim / Não
Das aprendizagens que retiro desta experiência, aquilo a que atribuo mais importância é: (podes assinalar
mais do que uma opção)
1. A capacidade de definir objetivos
2. A capacidade de encontrar estratégias (resolução de problemas)
3. A gestão do tempo
4. Capacidade de autoavaliação
5. Outra: ___________________________________________________________
Não me envolvi tanto na experiência porque… (podes assinalar mais do que uma opção)
1. Achei que não ia ter impacto no meu aproveitamento
2. Acho que já estudo suficientemente bem
3. Não me senti motivado
4. Não gosto do meu instrumento e nunca me apetece tocar
5. Tive muitos trabalhos e não tive tempo para estudar/preencher as fichas
6. Por outro motivo. Qual? _______________________________________________________
O meu professor de instrumento já realizou, no passado, uma experiência semelhante comigo? Sim / Não
Francisca Tadeu
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