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INFORMAÇÃO
Glauber Rogério
Barbieri Gonçalves
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-227-0
CDU 004.78
Introdução
Você já reparou que como se fosse mágica, quando sentamos para sermos
atendidos, por exemplo, em um estabelecimento financeiro, o atendente
sabe nosso nome, nossa idade, nossos dados bancários, o que temos
de investimentos e de empréstimos, o que possuímos de previdência,
seguros ou capitalização? Ou quando vamos a uma churrascaria mais de
uma vez e o garçom nos conduz a mesa que gostamos e serve a carne
no ponto que apreciamos.
Antigamente as informações eram poucas e o acesso a elas, muito
restrito, hoje as empresas tem a seu dispor todas as fontes que precisa
para a tomada de decisão, ou seja, não é mágica, mas sim muito trabalho
para coletar, organizar, transformar dados em informações e conheci-
mento, para que assim as necessidades dos clientes possam ser atendidas
a contento e maximizando os resultados organizacionais.
E como é essa organização? Neste texto, você irá conhecer a gestão
de relacionamento com o cliente, ferramenta que auxilia as organizações
a melhorarem seus resultados, bem como a evolução dessas ferramentas
e as tendências dela para o futuro.
158 Sistemas de informação corporativos II
Marketing
Para você entender o relacionamento com o cliente e sua importância para
as empresas, primeiro tem que conhecer as noções básicas de marketing e
dos quatro P’s, assim ficando habilitado para um melhor entendimento dessa
ferramenta poderosa.
Outro exemplo a se observar é quando entramos em um supermercado.
Você já parou para pensar porque o açougue a padaria estão no final dos
corredores? Ou porque os itens pequenos e coloridos estão próximos aos
caixas? Esses são arranjos que o marketing faz para que os consumidores
tenham a propensão de consumir os produtos de uma organização, tratam-se
de pequenos exemplos do nosso dia a dia, que vêm para incentivar o consumo
de produtos ou serviços.
O conceito de marketing é, segundo Alberto (2008): “[...] atividades sistemá-
ticas de uma organização humana, voltada para a busca e realização de trocas
com seu meio ambiente, visando benefícios específicos (Raimar Richers)” e
“[...] o conjunto de atividades humanas que tem por objetivo facilitar e consumar
relações de troca (Phillip Kotler)”. Você tem que ter a percepção que essa área
do conhecimento vai englobar praticamente todas as atividades referentes ao
processo de compra e venda de mercadorias ou serviços.
Essa ferramenta vai perceber ou criar as necessidades nos consumidores
de acordo com a demanda, e oportunizar as formas de atendimento dessas
necessidades pela oferta de produtos ou serviços adequados pelas empresas
fornecedoras.
As empresas que utilizam bem essas ferramentas acabam por se diferenciar
no marcado, pois quem mais conhece as necessidades de seus consumidores, sai
na frente na conquista de melhores resultados operacionais, assim fidelizando
seus clientes por intermédio das seguintes premissas:
produtos e serviços que sua empresa oferece. Cada cliente pode comprar um
ou mais produtos, e é neste momento que o profissional de vendas deve mapear
oportunidades e começar a vender de maneira mais equilibrada, agregando
mais produtos e serviços a uma única venda. Por exemplo, uma empresa da área
cosmética tinha ótimas vendas nos produtos mais fortes, marcas conhecidas,
logo, era fácil para o vendedor “tirar pedidos” de uma linha de sabonete famoso,
contudo, era preciso começar a vender também outras linhas de produtos. Para
assim alcançar melhores resultados (ORTEGA, c2016).
4 P’s
Os 4 P’s do marketing origina-se do termo “composto de marketing”, criado por
Neil Borden nos anos de 1949, e aprimorado pelo professor Jerome McCarthy,
que tratou e classificou em quatro segmentos de atividades: produto, preço,
promoção e praça. Com isso, ele afirmou que todas as decisões do chamado
“mix” de marketing deveriam ser tomadas para que as ações do composto
realmente pudessem ter sucesso perante os consumidores finais.
Na continuação da evolução do composto de marketing, o autor Philip
Kotler consolidou esses quatro segmentos de atividades, ficando mundial-
mente conhecidas como os 4P’s do marketing (ver ilustração da Figura 1),
ferramentas que qualquer organização pode e deve utilizar para atingir suas
metas e objetivos junto aos seus clientes (KOTLER; ARMSTRONG, 1995).
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Quadro 1. 4 P´s.
Como você pode perceber, essas variáveis nunca estarão separadas, mas
sim serão utilizadas em conjunto pelas empresas para que alcancem seus
objetivos, devendo, é claro, serem entendidas separadamente, mas utilizadas
em conjunto, assim as organizações poderão alcançar resultados positivos e
sustentáveis.
Para explicar um pouco mais sobre produto, você pode pensar em tangível
ou intangível, ampliado ou genérico. Tangível, nesse contexto é o que você pode
tocar, por exemplo, um telefone; intangível é o que não pode tocar, por exemplo,
o serviço que a companhia telefônica oferta, ou seja, a possibilidade de você falar
com outra pessoa utilizando esse telefone, essa combinação do serviço ofertado
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O dueto marketing e banco de dados, cada vez mais faz parte das ações
empresariais. As ações de marketing em massa e programas de conquista de
novos clientes continuarão a existir, mas se utilizados correlacionados com
essa nova tendência, com certeza as empresas terão ganhos em escala para
estreitar o relacionamento com os clientes, melhorar o serviço e sobreviver
as novas tendências do mercado.
Esse bom atendimento, além de servir para uma boa relação cliente-
-atendente, também tem incorporado todos os dados de contato no banco
de dados estratégico, assim gerando ainda mais informações relacionadas
ao cliente, como confirmações de dados pessoais, formas de tratamento,
demandas atuais, oferta de produtos novos. Portanto, todo contato é fonte
de dados para melhorar o conhecimento do perfil do cliente, detectar pontos
críticos e oportunidades de negócios. Um simples atendimento pode gerar
uma quantidade de informações para a empresa poder atender de modo mais
satisfatório as demandas desse cliente, hoje e no futuro.
O CRM é também definido como uma estratégia de negócios que a em-
presa utiliza para se antecipar às necessidades dos clientes atuais e potenciais,
gerando demanda e auxiliando no seu entendimento junto aos seus clientes, é
estruturado no marketing, no setor comercial (vendas) no suporte das infor-
mações e no feedback dos processos.
A TI serve de ferramenta para esse processamento de informações, os dados
são armazenados nos bancos de dados ao longo de todas as interações desse
cliente com a empresa, por exemplo, em um primeiro atendimento o cliente
fornece os dados básicos, em outro momento busca um produto que a empresa
não comercializa e em um terceiro momento recebe da empresa um comunicado
que a empresa, atualmente, produz e comercializa o produto que ele gostaria.
A captura, processamento, análise e distribuição dos dados alimenta o
CRM para que ele seja uma ferramenta fundamental, utilizada pela empresa
para fidelizar e atender o seu consumidor.
166 Sistemas de informação corporativos II
ABC/Segmentação/CRM
A curva ABC parte do princípio de Pareto (aquele que diz que, em média, aproxi-
madamente 80% do faturamento de uma empresa, vêm de aproximadamente 20%
da sua base de clientes).
Segmentar é encontrar no mercado (população), públicos (amostra) que possam possuir
as mesmas características de consumo, ou seja, agrupar pessoas com características
homogêneas. A segmentação serve para definir estratégias de relacionamento com os
públicos-alvo, uma vez que se torna mais fácil conhecer as suas necessidades de consumo.
A CRM é uma estratégia de negócio orientada para o cliente e concebida para
otimizar o lucro e a satisfação do cliente.
Relação entre os três princípios: estima-se que o processo de captação de um novo
cliente seja cinco vezes mais caro que o de manutenção de clientes. Tendo em conta
a curva ABC, se a maior produtividade advém dos habituais clientes, é razoável que se
pense em investir em estratégias de satisfação e fidelização. Mas como fazer isso? Vendo
longe a verificação da teoria hipodérmica no comportamento de consumo, hoje é fun-
damental conhecer cada cliente, produzindo por medida. Uma das estratégias utilizadas
é a personalização dos serviços pré e pós-venda, conhecer para satisfazer necessidades.
Portanto, é fundamental desenvolver uma abordagem empresarial para se comunicar
com o cliente certo, utilizando a oferta certa de produtos/serviços, no momento ade-
quado e por meio do canal correto. A partir da curva ABC (em que cada letra simboliza
um segmento) é possível visualizar e desenvolver estratégias de CRM.
Exemplificando:
Clientes A: visita pessoal todas as semanas.
Clientes B: visita pessoal na primeira e terceira semana do mês, telefonema na
segunda e na quarta semana do mês.
Clientes C: e-mail marketing na primeira semana, visita na segunda semana, telefone
na terceira e quarta semana do mês.
Fonte: Pereira (2011).
Sistemas de informação corporativos II 167
Redesenho dos Nessa fase, são feitos levantamentos na forma atual de atendimento
processos de aos clientes, em todos os canais e desenhados os novos
atendimento processos de atendimento pelos canais, toda a documentação
do cliente e formalização desses novos procedimentos são feitos de forma
a incluir a ferramenta na nova forma de relacionamento, esse
relacionamento estará em todos os contatos do cliente, não
simplesmente em ligações, mas quando o cliente é abordado,
quando ele realiza uma operação e em contados de pós-venda
ou ofertas ativas, e até mesmo em possíveis reclamações que
ele faça para a empresa, sejam dos procedimentos ou produtos.
Como você viu, para a boa implantação do CRM devem ser cuidados os
dois fundamentos:
Na sua fase inicial, o Marketing 1.0 tinha como foco exclusivo o produto. Era conhecido
como o marketing de massa, em que as empresas simplesmente “difundiam” o seu
produto e não faziam nenhum esforço para atender ou se adaptar aos desejos do
cliente. Este tipo de marketing, que já vem desde os primórdios da revolução industrial,
é ainda hoje muito usado. Se pensarmos na televisão, no spam de e-mails ou no
simples folheto que nos colocam na nossa caixa de correio, podemos ver que estes
são exemplos que encaixam perfeitamente nesta estratégia. O foco do Marketing 1.0
está no produto e nos compradores em massa. É essencialmente um marketing de
transações de um para muitos: um produto – muitos consumidores.
Na fase seguinte – a do Marketing 2.0 – o foco deixou de estar no produto e
passou a estar no consumidor, de modo a dar resposta as suas necessidades e desejos.
Estávamos no final dos anos de 1980, do século XX, quando era normal ouvir a famosa
frase “o cliente tem sempre razão”. A estratégia de então se centrava em apresentar
várias linhas de produtos com diferentes variações, de modo a torná-lo mais adaptável
às necessidades do cliente. Na década seguinte, conceitos como CRM, marketing
local e e-business ganharam grande popularidade. O Marketing 2.0 era orientado
para as necessidades do consumidor. Apostava na diferenciação dos produtos e no
relacionamento um para um. Era um marketing guiado pela era da TI.
Na fase atual, que se iniciou na primeira década deste século, o marketing entra
na sua versão 3.0, sendo que o foco volta-se, dessa vez, para os valores. As empresas
passam a não vender apenas produtos, mas sim as sensações que os mesmos podem
proporcionar àqueles que o compram. O Marketing passou a estar sincronizado com
a “Visão, a Missão e os Valores” da empresa, que passaram a ter, perante o seu público,
preocupações ambientais e humanas. É a fase em que, por exemplo, gigantes da Internet
como a Google, Apple, Amazon e outros passaram a evangelizar os clientes por meio
de um marketing baseado no mote “We do *THIS* and *THAT* to make the world a
better place”, ou seja, “Nós fazemos ISTO e AQUILO, para tornar o mundo melhor”.
Fonte: Cordeiro (2016).
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Leituras recomendadas
PEREIRA, D. Ménage às trois: Curva ABC, segmentação e CRM. [S.l.]: Marketing e Comu-
nicação Organizacional, 2006. Disponível em: <http://comunicacao-organizacional.
blogspot.com.br/2006/11/mnage-s-trois-curva-abc-segmentao-e.html>. Acesso
em: 09 ago. 2017.
PUNTEL, P. Entenda o marketing de relacionamento e sistemas CRM. Belo Horizonte:
VERS Contabilidade, 2016. Disponível em: <http://www.verscontabilidade.com.
br/2016/07/25/entenda-sobre-o-marketing-de-relacionamento-e-sistemas-crm/>.
Acesso em: 14 set. 2017.
SALESFORCE. O que é CRM? San Francisco, c2016. Disponível em: <https://www.
salesforce.com/br/crm/>. Acesso em: 09 ago. 2017.
SKAF, E. 27 Lições de Philip Kotler, o mestre do marketing moderno, para aplicar às suas
estratégias de marketing digital. [S.l.]: Postcron, c2015. Disponível em: <https://pos-
tcron.com/pt/blog/philip-kotler-e-seus-conselhos-de-marketing-digital/>. Acesso
em: 09 ago. 2017.
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