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ÍNDICE

1. CAPITULO I: INTRODUÇÃO...........................................................................................................2
1.1. Objectivos....................................................................................................................................3
1.1.1. Geral....................................................................................................................................3
1.1.2. Específicos...........................................................................................................................3
1.2. Metodologia.................................................................................................................................4
2. CAPITULO II: DOENÇAS DE CARÊNCIA NUTRICIONAL..........................................................5
2.1. Conceitos.....................................................................................................................................5
2.2. Classificação do estado nutricional..............................................................................................6
2.3. Anemia......................................................................................................................................12
2.3.1. Os grupos de risco para a carência de ferro........................................................................13
2.3.2. Uso de ferro profilático em grupos de risco.......................................................................13
2.3.3. Diagnóstico da anemia ferropriva......................................................................................14
2.3.4. Tratamento da anemia ferropriva.......................................................................................15
2.3.5. Acompanhamento das crianças com anemia ferropriva.....................................................16
2.3.6. Ações de prevenção da anemia ferropriva e promoção da saúde........................................16
3. CAPITULO III: CONCLUSÃO........................................................................................................17
3.1. Referências bibliográficas..........................................................................................................18

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1. CAPITULO I: INTRODUÇÃO
A alimentação incorreta ou insuficiente pode causar doenças como: Anemia, Raquitismo e
Avitaminose. Pode-se dizer que as chamadas doenças nutricionais são aquelas que se originam,
mantêm-se em sua evolução ou curam-se pela ação preponderante da alimentação balanceada,
harmônica e adequada. Há um grupo de doenças que se curam quase exclusivamente com a
alimentação. Inclui-se nesse grupo, muitas doenças do aparelho digestivo, do metabolismo,
carências vitamínicas, etc.
A deficiência de vitaminas é um fator de grande importância no que se refere à carência
nutricional sendo causadora de inúmeras doenças que se sucedem de acordo com o tipo de
vitamina deficiente no organismo (Guimarães, 2011 apud Xavier & Franco, 2012).
A cada três pessoas no mundo, uma apresenta alguma forma de carência nutricional, seja por
deficiência de zinco, vitamina A, carência de ferro ou Iodo. Mais de meio bilhão de pessoas a
nível mundial apresentam manifestações clinicas dessas alterações nutricionais, como baixa no
sistema imunológico, cegueira, anemia e retardo mental (Brasil, 2007 apud Souza, 2015).
As carências de vitamina A e ferro são apontadas como um importante problema de saúde pública
em países em desenvolvimento e desencadeiam prejuízos ao bem-estar dos indivíduos. Esses
micronutrientes possuem considerável influência na manutenção das funções vitais, como
crescimento, reprodução, função antioxidante e imune (Silva et al., 2007 apud Azevedo, 2017).
O presente estudo tem como objectivo abordar acerca das doenças de carência nutricional, que
compreenderá a descrição dos principais conceitos relacionados a desnutrição, os principais
estados de malnutrição e por fim será descrita uma doença de carência nutricional, que para o
presente estudo será a anemia causada pela carência do ferro.

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1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 Avaliar o impacto das doenças de carência nutricional.

1.1.2. Específicos
 Definir os principais conceitos associados a desnutrição;
 Identificar a classificação dos estados nutricionais;
 Descrever a carência nutricional gerada pela deficiência do ferro, a anemia.

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1.2. Metodologia
De forma a materializar os objectivos deste trabalho utilizou-se como metodologia a pesquisa
bibliográfica. Pois o presente trabalho de pesquisa foi de revisão de literatura. O tipo de pesquisa
utilizado neste presente trabalho foi o descritivo (pois o que se pretende é descrever as doenças
de carência nutricional). A técnica de pesquisa adoptada neste trabalho foi a seguinte: efectuou-
se uma pesquisa bibliográfica, através da consulta de dados em manuais e base de dados, que
abordam assuntos ligados à malnutrição, desnutrição, carência nutricional e doenças de carência
nutricional, fez-se também a consulta de publicações à artigos científicos, teses, dissertações,
monografias, pesquisas científicas, e algumas explanações ou definições de conceitos
importantes utilizados durante a pesquisa desse trabalho que obedeceram aos critérios de
inclusão: disponibilidade na íntegra e que respondessem a temática da pesquisa, no idioma
português, e por fim foi feita a pesquisa na internet como forma de conhecer as actuais
abordagens acerca das doenças de carência nutricional.

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2. CAPITULO II: DOENÇAS DE CARÊNCIA NUTRICIONAL

2.1. Conceitos
Carência nutricional – denomina-se carência nutricional a uma forma de subnutrição
caracterizada pela falta de um ou mais nutrientes importantes para o organismo. Dentre os
problemas de carências mais importantes que acometem (…), podemos citar: a desnutrição
energético-proteica, a hipovitaminose A e a anemia ferropriva (…) (Batista Filho; Rissin, 1993
apud Souza, 2015).

Desnutrição, segundo Monteiro (1995) apud Sousa, et al (2003), é a manifestação clínica


decorrente da adoção de dieta inadequada ou de patologias que impedem o aproveitamento
biológico adequado da alimentação ingerida. Na Décima Revisão da Classificação Internacional
de Doenças (OMS, 2000), a desnutrição pode ser assim especificada: Kwashiorkor (E40) 1,
Marasmo nutricional (E41)2, Kwashiorkor marasmático (E42)3, Desnutrição proteica - calórica
grave não especificada (E43), desnutrição proteico-calórica de graus moderada e leve (E44),
atraso do desenvolvimento devido à desnutrição proteico-calórica (E45) e desnutrição proteico
-calórica não especificada (E46).

Fome - é um estado de desconforto físico relacionado à carência de alimentos. A fome não é um


conceito clínico. Não está presente na Décima Revisão da Classificação Internacional de
Doenças (OMS, 2000), nem como patologia, nem como sinal ou sintoma. Contudo, muito mais
que a pobreza que também pode ser generalizada, a fome adquire na literatura não científica a
dimensão de uma carência generalizada com forte conteúdo moral que a associa às injustiças
sociais (Sousa, et al, 2003).

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Kwashiokor: ocorre, geralmente, em crianças na faixa etária de 18 a 36 meses, caracterizando-se por apatia,
edema generalizado, hepatomegalia, esteatose hepática e lesões acentuadas de pele, que são do tipo
queratótico, às vezes pelagroso e xerósico, podendo aparecer lesões purpúricas, distermia, fotofobia e até
mesmo autismo. Do ponto de vista bioquímico: hipocolesterolemia, hipoalbuminemia, diminuição de lipídios
totais e das betalipoproteína e eletrólitos séricos. Independentemente do peso, a criança é classificada com
desnutrição grave[ CITATION Fab14 \l 1033 ].
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Marasmo: incide mais em crianças que estão no primeiro ano de vida, caracterizando-se por fácies simiesca,
ausência de edema, falta de panículo adiposo, redução da massa muscular (hipotrofia e hipotonia), ausência de
hepatomegalia, ausência de esteatose hepática, pele queratótica, hipercrômica com descamação furfurácea,
olhar vivo, choro contínuo, caracterizando um alto grau de irritabilidade, proteínas plasmáticas normais, níveis
de glicemia podendo chegar a 20 mg/dl[ CITATION Fab14 \l 1033 ].
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Kwashiokor-marasmático: forma de desnutrição que engloba aspectos clínicos e bioquímicos das duas
formas anteriores. Independentemente do peso, a criança é classificada com desnutrição grave (Santa Catarina,
2013 apud Pessoa, 2014).

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Nutrição – o processo através do qual os organismos vivos obtêm alimentos e os usam para o
crescimento, metabolismo físico, e reparação dos tecidos/células. Este processo passa pela
ingestão (consumo), digestão, absorção, transporte, e assimilação dos nutrientes, e excreção. O
consumo de alimentos deve responder as necessidades dietéticas[ CITATION Car13 \l 1033 ].

Pobreza - refere-se à falta de recursos por parte de um individuo ou população. Em termos de


indicadores, embora muitos incluam as variáveis: educação, saúde, habitação e salário, é esta
última a mais utilizada na mensuração do fenômeno (Pieterse, 2002 apud Sousa, et al, 2003).

2.2. Classificação do estado nutricional


O estado nutricional óptimo de um indivíduo é reflectido pela manutenção dos processos vitais
de sobrevivência, desenvolvimento e actividade física. Qualquer desvio do estado nutricional
óptimo resulta em distúrbios nutricionais referidos como malnutrição[ CITATION Min17 \l 1033
]. O estado nutricional dum indivíduo é avaliado através das medições do seu peso, altura e
idade. Com base nessas medições se pode determinar se o indivíduo está bem nutrido ou
malnutrido; quando malnutrido, poderá ser por excesso (obesidade) ou por défice (desnutrição).
Para além da desnutrição o indivíduo poderá também sofrer de deficiência de micronutrientes,
sendo as mais comuns a de ferro (Anemia), zinco vitamina 4 A e iodo[ CITATION Car13 \l
1033 ].

a. Malnutrição por excesso (sobrenutrição/obesidade) – é o estado patológico resultante da


excessiva ingestão e/ou absorção de nutrientes em relação às necessidades nutricionais do
individuo. É determinada pelo Índice de Massa Corporal (IMC), que se calcula através do
peso da pessoa dividido pela altura ao quadrado; quando o resultado é igual ou superior a 25
diz-se que a pessoa tem sobrepeso e quando é igual ou superior a 30 diz-se que a pessoa é
obesa.
b. Malnutrição por défice (desnutrição) - é o estado patológico resultante tanto da deficiente
ingestão e/ou absorção de nutrientes pelo organismo em relação às necessidades nutricionais
do individuo. A desnutrição é uma doença de natureza clínico-social multifatorial cujas
raízes se encontram na pobreza. A desnutrição grave acomete todos os órgãos da criança,
tornando-se crônica e levando a óbito, caso não seja tratada adequadamente. Pode começar
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Vitamina é toda substância que desempenha importante papel na manutenção da saúde, no crescimento, na defesa
e na nutrição.

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precocemente na vida intra-uterina (baixo peso ao nascer) e frequentemente cedo na infância,
em decorrência da interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo e da alimentação
complementar inadequada nos primeiros 2 anos de vida, associada, muitas vezes, à privação
alimentar ao longo da vida e à ocorrência de repetidos episódios de doenças infecciosas
(diarreias e respiratórias). Isso gera a desnutrição primária. Outros fatores de risco na gênese
da desnutrição incluem problemas familiares relacionados com a situação sócio-económica,
precário conhecimento das mães sobre os cuidados com a criança pequena (alimentação,
higiene e cuidados com a saúde de modo geral) e o fraco vínculo mãe e filho (Brasil, 2005).
Existem diferentes indicadores de desnutrição, que a seguir descrevemos:

 Desnutrição Crónica (Altura/idade): A desnutrição crónica é definida como baixa


estatura para a idade (crianças baixinhas); A baixa estatura para a idade desenvolve-se no
período entre a concepção e os dois anos, e dificilmente é recuperada depois desse
período. Assim, a desnutrição crónica, é causada pela desnutrição tanto da mãe antes e
durante a gravidez, e na lactação, bem como da criança durante os primeiros dois anos de
vida. Esta falha precoce de crescimento aumenta a mortalidade na primeira infância e
diminui a função cognitiva, mental e motora da pessoa, reduzindo o rendimento escolar e
produtividade da pessoa. Alguns autores estimaram que, em Moçambique, as perdas de
produtividade por desnutrição crónica são da ordem de 2-3% do Produto Interno Bruto1.
A desnutrição crónica pode ser eliminada em crianças menores de dois anos de idade; ela
não tem origem genética, e crianças de todas raças têm o mesmo potencial para
crescer[ CITATION Car13 \l 1033 ].

 Desnutrição Aguda (Peso/Altura): definida como baixo peso para a altura (criança
magra para a altura; magrinha). A desnutrição aguda pode aparecer em qualquer época da
vida como resultado duma redução de consumo ou associado a infecções. Pode ser
recuperada facilmente, através de boas práticas alimentares e cuidados de saúde
adequados. Normalmente a desnutrição aguda ocorre em situações de emergência ou de
insegurança alimentar; no caso das crianças é normal acontecer quando estas passam do
aleitamento materno para a alimentação complementar. Este indicador é recomendado em
avaliações de programas de intervenção, por ser sensível as mudanças do estado
nutricional do menor[ CITATION Car13 \l 1033 ].

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A desnutrição aguda nos adolescentes e adultos é usualmente causada pelo aparecimento
de uma enfermidade que resulta na perda de peso num período recente e/ou aparecimento
de edema bilateral. A desnutrição aguda em adultos está comumente associada ao HIV e
Tuberculose[ CITATION Min17 \l 1033 ]. A desnutrição aguda grave manifesta-se através
das seguintes condições clínicas: Emagrecimento grave (denominado marasmo); e
Desnutrição edematosa (denominada kwashiorkor em crianças, é acompanhada de edema
bilateral)[ CITATION Min17 \l 1033 ].

 Desnutrição Actual (Peso/idade): definida como baixo peso para a idade. É o indicador
normalmente usado pelo sistema de Saúde para o controle de crescimento dos menores de
cinco anos (cartão de saúde da criança); e serve para monitorar o crescimento da
mesma[ CITATION Car13 \l 1033 ].

É comum associado a estes 3 tipos de desnutrição ouvir-se os termos ligeiro, moderado e


grave; significa que dependendo das suas prevalências na população, a situação poderá
ser ligeira, moderada ou grave, em termos de problema de saúde (…)[ CITATION Car13 \l
1033 ].

 Crescimento insuficiente: é um indicador usado pelo sistema de saúde em Moçambique,


e significa que a criança, independentemente da sua idade, não aumentou de peso entre
duas pesagens consecutivas, num período não inferior a um mês ou superior a 3 meses. A
ausência de ganho de peso normalmente se deve a problemas de baixo consumo
alimentar ou por doenças[ CITATION Car13 \l 1033 ].

 Baixo peso ao nascer (BPN): baixo peso ao nascer significa que a criança nasceu com
um peso inferior a 2.5kgs; isto acontece quando o bebé nasce prematuro, com menos de
37 semanas de gestação ou por restrições no crescimento do feto, o que resulta num bebé
pequeno para a idade gestacional. Alguns dos factores de risco são mães muito jovens,
gravidezes múltiplas (sem respeitar o intervalo de espaçamento entre as gravidezes),
estado nutricional da mãe, falta de cuidados pré-natais, doenças cardíacas, consumo de
álcool e de cigarro. Uma criança que nasce com BPN, na fase adulta pode chegar a ter

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5cm menos de altura do que uma criança que nasce com o peso normal[ CITATION
Car13 \l 1033 ].

 Índice de Massa Corporal (IMC): é o indicador antropométrico utilizado para avaliar o


estado nutricional em adultos. O método de cálculo do IMC é simples e rápido e permite
uma avaliação geral para definir se uma pessoa se encontra desnutrida (IMC <18.5) em
risco de obesidade (IMC> 30). Para se determinar o IMC, basta dividir o peso do
indivíduo (massa) pela sua altura ao quadrado. A massa deve ser definida em
quilogramas (kg) e a altura em metros. Este indicador não é válido para
crianças[ CITATION Car13 \l 1033 ].

c. Deficiência de Micronutrientes – é causada por uma falta de ingestão, absorção, ou a


utilização de uma ou mais vitaminas ou minerais[ CITATION Min17 \l 1033 ]. O termo
“micronutrientes’ inclui as vitaminas e os minerais; o organismo humano necessita destes
nutrientes em pequenas quantidades para o seu bom funcionamento, mas não é capaz de
sintetizar, pelo que deve obter através dos alimentos (naturalmente ricos em micronutrientes
ou fortificados) e suplementos de micronutrientes. (…) Estudos mostram que o número de
pessoas que sofrem de deficiência de micronutrientes é elevado, especialmente crianças e
mulheres em idade reprodutiva. Como a desnutrição proteico-calórica, as deficiências de
micronutrientes também aumentam os níveis de morbilidade e mortalidade nas mães e
crianças, reduzem o desenvolvimento do potencial intelectual e o aproveitamento escolar das
crianças, diminuem a produtividade dos adultos e contribuem para perpetuar o ciclo de
pobreza entre gerações. Os (…) micronutrientes considerados como problema de saúde
pública são: Ferro, que provoca a anemia; Iodo; Zinco; Vitamina A; e das vitaminas do
complexo B. A seguir descreve-se cada um deles:

 Deficiência de Ferro - O ferro é uma componente da hemoglobina, que é o transportador


de oxigénio do sangue. Uma baixa concentração de hemoglobina é um indicador de
baixos índices de ferro como de baixa capacidade de transportar oxigénio. Devido à
importância de níveis adequados de oxigénio no sangue para a função mental,
desenvolvimento mental e actividade física, a anemia por deficiência de ferro tem um
conjunto variado de consequências na Saúde, desempenho físico-mental e sobre-

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vivência1. A anemia pode causar baixa concentração (mental) e baixa capacidade
produtiva (física)[ CITATION Car13 \l 1033 ].
 Deficiência de iodo - o iodo é essencial para o desenvolvimento do cérebro desde a vida
intrauterina. A deficiência de iodo durante a gravidez é conhecida por atrasar o
desenvolvimento do feto, tendo como resultado o nascimento de crianças com graves
atrasos mentais e físicos (cretinismo), assim como outros casos de problemas mentais
clínicos ou sub-clínicos. Um estudo realizado em sete países, demonstrou que, de mães
que têm deficiência de iodo nascem aproximadamente 3% de crianças com atraso mental
severo (cretinismo), 10% com atraso mental moderado e os restantes 87% sofrem de
atraso mental ligeiro1. Uma das consequências visíveis da deficiência de iodo é o bócio
que pode apresentar-se em diferentes tamanhos[ CITATION Car13 \l 1033 ].
 Deficiência de zinco - pode comprometer o crescimento, a função imune e o
desenvolvimento neuropsicomotor. As lesões de pele variam de dermatite bolhosa
pustular a dermatite acro-orificial. Anorexia, distúrbios emocionais, infecções recorrentes
e diarreia são outras manifestações dessa carência. “O zinco é fundamental na função
com fatores de transcrição, defesa antioxidante e reparo do ADN, e a deficiência
alimentar desse mineral pode contribuir para danos e modificações oxidativas do ADN,
que aumenta o risco de câncer” (Fernandes; Mafra, 2005 apud Pessoa, 2014). O zinco
também pode ser usado no tratamento da acrodermatite enteropática, uma doença
autossômica recessiva rara que pode ser fatal se não tratada precocemente com doses
elevadas desse mineral.
 Deficiência de Vitamina A – a vitamina A é uma substância importante para o
crescimento, para a defesa do corpo contra as doenças infecciosas, assim como para a
nossa visão. A sua deficiência provoca dificuldades na visão, podendo mesmo levar a
cegueira; diminui a resistência às infecções como diarreia, sarampo e infecções
respiratórias o que resulta no aumento das taxas de mortalidade na infância, por essas
doenças[ CITATION Car13 \l 1033 ].
 As vitaminas do complexo B são componentes essenciais na produção de energia,
contribuindo com coenzimas que ajudam a liberar essa energia. As vitaminas B1

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(tiamina)5, B2 (riboflavina)6, B3 (niacina)7, B5 (ácido pantotênico)8, B6 (piridoxina)9, B7
(biotina)10, B9 (folacina)11 e B12 (cianocobalamina)12 ajudam na metabolização dos
aminoácidos e são importantes na multiplicação das células, contribuindo de forma geral
para a manutenção da saúde dos nervos, músculos, ossos, pele, olhos, cabelos, fígado e
aparelho gastrintestinal[ CITATION Fab14 \l 1033 ].

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A vitamina B1, também chamada de tiamina, é uma vitamina instável, termolábil, hidrossolúvel e pode ter suas
estruturas danificadas com o modo de preparo e cozimento dos alimentos. A tiamina participa como uma coenzima
no metabolismo dos carboidratos e aminoácidos, sendo fundamental durante a glicólise na produção de energia.
Atua também no sistema neurológico, na produção de acetilcolina, exercendo um papel na condução dos impulsos
elétricos dos nervos periféricos, apesar de esta reação ser desconhecida. Tem atuação também no sistema
cardíaco[ CITATION Fab14 \l 1033 ].
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A vitamina B2, também conhecida como riboflavina, é uma vitamina moderadamente solúvel em soluções
aquosas, termoestável e sensível à radiação ultravioleta. Atua no metabolismo gerador de energia, sendo essencial
para a formação dos eritrócitos, para a neoglicogênese e para a regulação das enzimas tireoidianas. A riboflavina
tem como principais fontes, alimentos como o leite e seus derivados, carne e vísceras (como fígado e rins), vegetais
folhosos verdes (como a couve, brócolis, repolho e agrião), ovos e ervilhas[ CITATION Fab14 \l 1033 ].
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A vitamina B3, também conhecida como niacina, é uma vitamina hidrossolúvel que engloba duas estruturas
químicas: o ácido nicotínico e a nicotinamida. A síntese da niacina ocorre a partir do triptofano, um aminoácido
essencial que é convertido tanto pela flora intestinal quanto nos tecidos. A niacina participa do metabolismo
energético realizando o metabolismo dos carboidratos, dos aminoácidos e dos lipídios, além de participar da síntese
de hormônios adrenocorticais a partir da acetil coenzima A (CoA), da deidrogenação do local etílico e da conversão
de ácido láctico em ácido pirúvico. É fundamental para o bom funcionamento do sistema neurológico. Além disso,
contribui para a manutenção do bom estado da pele e mucosas[ CITATION Fab14 \l 1033 ].
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A vitamina B5, também conhecida como ácido pantotênico, é uma vitaminahidrossolúvel, fundamental para o
metabolismo celular, envolvida na degradação dos ácidos graxos e na liberação de energia celular por carboidratos,
através de ciclo de Krebs. Atua também na síntese de hormônios, ácidos graxos e no funcionamento de células do
sistema imunológico. Entre os principais alimentos-fonte estão: gema do ovo, fígado, leveduras, salmão, brócolis e
carnes magras (Alvarenga, 2014 apud Pessoa, 2014). A deficiência de ácido pantotênico, apesar de rara, manifesta-
se por irritabilidade, fadiga, desequilíbrio dos hormônios sexuais, dor muscular e distúrbios do sono.
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A vitamina B6 ou piridoxina é uma vitamina hidrossolúvel encontrada em três formas biológicas: piridoxina,
piridoxal e piridoxamina (Alvarenga, 2014 apud Pessoa, 2014). Possuem uma função importante no metabolismo
proteico, no transporte e metabolismo do ferro e contribui no metabolismo da homocisteína. A piridoxina está
implicada na gliconeogênese, na síntese de diversos neurotransmissores (histamina, dopamina, norepinefrina e ácido
δ-aminobutírico), na conversão de triptofano em niacina e na função imune síntese de interleucina-2 e proliferação
de linfócitos (VannucchI; Cunha, 2009 apud Pessoa, 2014).
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A biotina (vitamina B7) é uma vitamina hidrossolúvel que atua na síntese de ácidos graxos, no catabolismo de
aminoácidos de cadeia ramificada e na via gliconeogênica, ou seja, no metabolismo lipídico e energético
(VannucchI; Cunha, 2009 apud Pessoa, 2014). A biotina apresenta como maior alimento-fonte o fígado bovino,
tendo ampla distribuição nos alimentos do consumo diário.
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O ácido fólico ou folacina (vitamina B9) é uma vitamina hidrossolúvel, que tem relação funcional e histórica
com a vitamina B12 (Alvarenga, 2014 apud Pessoa, 2014). O ácido fólico exerce diferentes funções no organismo,
entre as quais estão a participação na divisão celular, desenvolvimento do tudo neural, hematopoiese e metabolismo
da homocisteína. O folato tem importante função na síntese de DNA e RNA, sendo elemento fundamental na
eritropoiese. Entre os alimentos com maior teor de folato estão as leveduras, vegetais folhosos verde-escuros
frescos, fígado e outras vísceras, amendoim, ovo, cereais enriquecidos e grãos integrais [ CITATION Fab14 \l
1033 ].

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2.3. Anemia
A anemia pode ser definida como uma condição patológica na qual o conteúdo de hemoglobina
está abaixo dos valores considerados normais para idade, sexo, estado fisiológico e altitude. A
causa mais frequente de anemia em todo o mundo é a deficiência de ferro, sendo as gestantes e
as crianças até dois anos de idade os grupos mais afetados. Ela se acompanha de importantes
repercussões para o organismo da criança, interferindo no crescimento, no desenvolvimento
neuropsicomotor e na imunidade, levando à maior susceptibilidade às infecções e baixo
rendimento escolar (Goulart & Viana, 2008).

O ferro é encontrado em vários alimentos, tanto de origem animal como vegetal. Todavia, além
do teor de ferro, é preciso considerar a sua biodisponibilidade em cada um desses alimentos, que
é um dos fatores mais importantes para absorção e aproveitamento desse elemento pelo
organismo (Goulart & Viana, 2008).

Embora a anemia ferropriva não seja um problema restrito aos países em desenvolvimento e às
populações mais pobres, há que se considerar que as precárias condições socioeconômicas
propiciam campo favorável para o seu desenvolvimento e evolução. Além dos fatores
socioeconômicos, a qualidade da assistência à saúde, o padrão de consumo alimentar, o estado
nutricional, as co-morbidades e os aspectos biológicos são fatores determinantes do
desenvolvimento da carência de ferro no organismo (Goulart & Viana, 2008).

A deficiência de ferro se instala progressivamente: inicialmente, a depleção de ferro; depois, a


eritropoiese deficiente; finalmente, a anemia ferropriva. A anemia é, portanto, o desfecho de uma
série de eventos que, já há algum tempo, vêm agindo com consequências desfavoráveis ao
organismo (Goulart & Viana, 2008).

Nessa terceira fase, os níveis de hemoglobina diminuem, as hemácias tornam-se menores e


hipocrómicas. Clinicamente, a anemia manifesta-se com palidez, anorexia, apatia, irritabilidade,
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A cianocobalamina ou vitamina B12 é hidrossolúvel e de extrema importância nas funções orgânicas, sendo
necessária para sua absorção a secreção do fator intrínseco pelas células parietais gástricas. Entre as funções da
cianocobalamina no organismo está a participação como cofator para duas enzimas: a metilmalonil-Coa redutase
(envolvida no metabolismo dos aminoácidos, do colesterol, da timina e dos ácidos graxos) e a metionina sintetase
(participa da remetilação da homocisteína, a qual é reciclada novamente à metionina). É essencial para o
metabolismo de lipídeos e carboidratos, assim como para a síntese de metionina. Dessa forma, também está
envolvida na síntese de ADN e ARN, pois a síntese de metionina é essencial para o metabolismo de aminoácidos,
para a síntese de purinas e pirimidinas, para várias reações de metilação e ainda para a retenção intracelular de ácido
fólico[ CITATION Fab14 \l 1033 ].

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falta de atenção, perversão do apetite, entre outros. Em fase mais avançada, podem ocorrer
alterações cardiocirculatórias (sopros e taquicardia). Deve-se considerar a hipótese de anemia
ferropriva ou de ferropenia nos lactentes com ganho insuficiente de peso ou queda na curva de
crescimento, especialmente naqueles que não receberam suplementação de ferro e/ou não
receberam leite materno (Goulart & Viana, 2008).

2.3.1. Os grupos de risco para a carência de ferro


Crianças até 2 anos e gestantes são os grupos mais afetados. Após o nascimento, a criança
precisa absorver grande quantidade de ferro diariamente para manter um nível adequado do
mineral. Crianças prematuras e de baixo peso precisam ainda de maiores quantidades de ferro,
uma vez que suas reservas são muito baixas. A absorção de ferro da dieta pode variar de 1% a
40%, dependendo do tipo de alimento. O ferro presente no leite humano, embora em baixa
proporção, é bem absorvido. No entanto, outros alimentos contendo fitatos, taninos e cálcio
impedem a sua adequada absorção(Goulart & Viana, 2008).

Assim, nos primeiros anos, caracterizados por crescimento rápido e intensa demanda nutricional,
a alimentação supre marginalmente as necessidades de ferro. Além disso, devem ser
consideradas as perdas normais que ocorrem na excreção e as anormais de causas variadas, como
nas micro-hemorragias pela alimentação com leite de vaca ou na espoliação parasitária(Goulart
& Viana, 2008).

Mesmo entre crianças até dois anos, alguns grupos são mais susceptíveis à carência de ferro, seja
pela sua condição fisiológica, como nos prematuros, seja pela sua alimentação, como nas
crianças em uso de leite de vaca. A identificação desses grupos é o primeiro passo para o
adequado a gestão do problema(Goulart & Viana, 2008).

Nos prematuros e recém-nascidos de baixo peso, o crescimento rápido e os baixos níveis de


reserva de ferro propiciam esse estado de carência. Observando que mesmo os lactentes a termo,
quando em aleitamento artificial, são susceptíveis. Já que a biodisponibilidade do ferro no leite
de vaca é muito baixa, ao contrário da do leite humano. Mesmo os bebês a termo em aleitamento
materno, a partir dos seis meses, se tornam mais susceptíveis, quando em uso de dietas pobres
em ferro. As reservas de ferro formadas durante a gestação se esgotam em torno de quatro a seis

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meses, e as necessidades diárias aumentam progressivamente, acompanhando o crescimento
acelerado do lactente(Goulart & Viana, 2008).

2.3.2. Uso de ferro profilático em grupos de risco


Uma vez identificados os grupos de risco, é importante saber intervir nesses grupos para evitar o
aparecimento da doença. Uma das intervenções é o uso do ferro profilático. O uso profilático de
sais de ferro pelos grupos de risco é uma medida bastante eficaz na prevenção da anemia
ferropriva, principalmente quando aliada a uma boa alimentação, melhoria de condições de vida
e educação para a saúde. Seguem-se as recomendações para o uso do ferro profilático para os
grupos de risco (Goulart & Viana, 2008):

 Recém-nascidos a termo, com peso adequado para a idade gestacional: 1mg/kg/dia de ferro a
partir do início do desmame (isto é, introdução de qualquer alimento diferente de leite
materno) até 2 anos de idade ou 25 mg de ferro por semana até 18 meses de idade (Goulart &
Viana, 2008).
 Prematuros maiores que 1500g e recém-nascidos a termo de baixo peso: 2mg/kg/dia de ferro,
a partir do 30º dia de vida até o final do 1º ano, independentemente da dieta que estiver
recebendo. A seguir, manter 1mg/kg/dia até 2 anos de idade (Goulart & Viana, 2008).
Os lactentes até seis meses, nascidos com peso > 2500 g e a termo, que estejam em uso de leite
materno exclusivo, não necessitam de suplementação (Goulart & Viana, 2008).

As crianças com peso ao nascimento abaixo de 1500 g deverão receber uma dose bem maior de
ferro profilático. Assim, a Academia Americana de Pediatria recomenda a dose de 4 mg de
ferro/kg/dia para os recém-nascidos com menos de 1000 g e 3 mg de ferro/kg/dia para aqueles
entre 1000 e 1500 g. Pela sua situação especial de risco, essas crianças deverão ser
acompanhadas simultaneamente pelo pediatra (Goulart & Viana, 2008).

A conduta para suplementação com ferro em adolescentes deve ser individualizada,


considerando-se principalmente o gênero – meninas são mais susceptíveis –, os hábitos
alimentares e a presença de parasitoses e outras co-morbidades (Goulart & Viana, 2008).
A suplementação diária com 60 mg de ferro elemento e 5mg de ácido fólico é também
recomendada para toda gestante a partir da 20ª semana de gestação, bem como no pós-parto e
pós-aborto, durante três meses (Goulart & Viana, 2008).

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2.3.3. Diagnóstico da anemia ferropriva
O diagnóstico definitivo de anemia é dado pelo hemograma, e o da ferropenia pelos testes de
cinética do ferro, que nem sempre são necessários. O hematócrito e/ou a concentração de
hemoglobina abaixo do mínimo indicado para a idade e sexo, associados à microcitose e à
hipocromia, são fortemente sugestivos de anemia ferropriva (Goulart & Viana, 2008).
A OMS, numa definição operacional de anemia, apresenta os seguintes limites dos níveis de
hemoglobina: 11,0 g/dl para crianças entre seis meses e cinco anos e gestantes; 11,5 g/dl para
crianças de cinco a 11 anos, 12,0 g/dl para adolescentes de 12 a 14 anos e mulheres não grávidas
e 13,0g/dl para homens adultos (Goulart & Viana, 2008).

Plaquetose e eosinofilia são achados frequentes no hemograma de pacientes com anemia


ferropriva. A primeira deve-se a um estímulo inespecífico de precursores hematopoiéticos da
medula óssea pela elevação da eritropoietina. A eosinofilia está relacionada à presença de
parasitoses intestinais, comumente associadas à anemia ferropriva (Goulart & Viana, 2008).

O grau de anisocitose, encontra-se habitualmente elevado na anemia ferropriva (>15%),


refletindo a heterogeneidade do volume das hemácias. A anemia falciforme também provoca
elevação do RDW, geralmente levando a resultados entre 15 e 20%, o que pode gerar dúvidas no
diagnóstico. Os valores de referência se situam entre 11,5 a 14,5%, e valores acima de 20% são
fortemente sugestivos de anemia ferropriva (Goulart & Viana, 2008).

A contagem de reticulócitos é normal, podendo ser baixo nos casos de anemia acentuada.
A ferropenia é comprovada pelos testes de cinética do ferro, que quantificam o ferro presente no
organismo, seja sob a forma livre, em estoque ou ligado a proteínas. Não há necessidade de
solicitar esses exames em todos os casos, reservando-os para esclarecimento dos casos atípicos
(Goulart & Viana, 2008).

2.3.4. Tratamento da anemia ferropriva


O tratamento da anemia ferropriva se baseia na administração de ferro, em orientações dietéticas
e no tratamento das parasitoses e comorbidades. As orientações para a administração do ferro
para tratamento estão listadas abaixo (Goulart & Viana, 2008):
 A via de escolha é a oral;
 Dar preferência a sais ferrosos, especialmente o sulfato;

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 A dose é 3 mg a 5 mg de ferro elementar por quilo de peso, por dia, em uma ou duas
tomadas;
 O ferro deve ser tomado em jejum ou com suco de frutas cítricas;
 Evitar uso de chás ou leite de vaca durante ou logo após ingestão do ferro;
 A duração do tratamento é de quatro a seis meses.
As orientações dietéticas são de fundamental importância e devem buscar estimular o consumo
de alimentos ricos em ferro, vitamina C e proteínas. As parasitoses e comorbidades devem ser
tratadas, com especial atenção para a desnutrição energético-protéica (Goulart & Viana, 2008).

2.3.5. Acompanhamento das crianças com anemia ferropriva


A resposta ao tratamento é rápida e a duração depende da intensidade da anemia. Na primeira
semana, observa-se aumento dos reticulócitos e aumento substancial da hemoglobina pode ser
verificado em torno da terceira semana. Em geral, não é necessário solicitar exames
hematológicos para controle de cura. Se não houver resposta adequada, o diagnóstico e a adesão
ao tratamento devem ser revistos (Goulart & Viana, 2008).

É importante que o tratamento se estenda por, pelo menos, quatro meses para a reposição das
reservas de ferro. Após esse período, se a criança faz parte do grupo de risco, devem ser
mantidas a dose profilática para os grupos de risco (Goulart & Viana, 2008).

2.3.6. Ações de prevenção da anemia ferropriva e promoção da saúde


Além da instituição do ferro profilático, as ações de prevenção da anemia ferropriva se baseiam
na educação nutricional, no acompanhamento das gestantes e puérperas, controle de infecções e
parasitoses, saneamento básico adequado e, enfim, na melhoria das condições de vida (Goulart &
Viana, 2008). A promoção do aleitamento materno e as orientações para introdução de alimentos
de desmame é uma das ações mais efetivas no combate às doenças nutricionais. a adição de ferro
e ácido fólico nas farinhas de milho e trigo aumenta a disponibilidade de alimentos ricos em
ferro e ácido fólico e contribui para a redução da prevalência de anemia e defeitos do tubo neural
(Goulart & Viana, 2008).

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3. CAPITULO III: CONCLUSÃO
Diante dos argumentos apresentados na revisão de literatura e respondendo aos objectivos
específicos, concluo que, carência nutricional é a falta de um ou mais nutrientes importantes para
o organismo. As carências nutricionais são condições que podem atingir qualquer indivíduo que
tenha dificuldade de ingesta de alimentos fonte de nutrientes.
O estado nutricional determina se o indivíduo está bem nutrido ou malnutrido; quando
malnutrido, poderá ser por excesso (obesidade) ou por défice (desnutrição). Para além da
desnutrição o indivíduo poderá também sofrer de deficiência de micronutrientes (tais como a
deficiência de Ferro; Iodo; Zinco; Vitamina A; e das vitaminas do complexo B).
A anemia é uma condição patológica na qual o conteúdo de hemoglobina está abaixo dos valores
considerados normais para idade, sexo, estado fisiológico e altitude. A causa mais frequente de
anemia em todo o mundo é a deficiência de ferro, sendo as gestantes e as crianças até dois anos
de idade os grupos mais afetados. Ela se acompanha de importantes repercussões para o
organismo da criança, interferindo no crescimento, no desenvolvimento neuropsicomotor e na
imunidade, levando à maior susceptibilidade às infecções e baixo rendimento escolar.
Os grupos de riscos da anemia ferropriva são: os prematuros, os recém-nascidos e as crianças até
os 2 anos de idade. Recomenda-se o uso do ferro profilático para os seguintes grupos de risco:
Recém-nascidos a termo, com peso adequado para a idade gestacional e aos Prematuros maiores
que 1500g e recém-nascidos a termo de baixo peso.
O diagnóstico definitivo de anemia é dado pelo hemograma, e o da ferropenia pelos testes de
cinética do ferro, que nem sempre são necessários. O hematócrito e/ou a concentração de
hemoglobina abaixo do mínimo indicado para a idade e sexo, associados à microcitose e à
hipocromia, são fortemente sugestivos de anemia ferropriva
O tratamento da anemia ferropriva se baseia na administração de ferro, em orientações dietéticas
e no tratamento das parasitoses e comorbidades. As orientações para a administração do ferro

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para tratamento estão listadas abaixo. As orientações dietéticas são de fundamental importância e
devem buscar estimular o consumo de alimentos ricos em ferro, vitamina C e proteínas. As
parasitoses e comorbidades devem ser tratadas, com especial atenção para a desnutrição
energético-protéica. As ações de prevenção da anemia ferropriva se baseiam na educação
nutricional, no acompanhamento das gestantes e puérperas, controle de infecções e parasitoses,
saneamento básico adequado e, enfim, na melhoria das condições de vida.

3.1. Referências bibliográficas


 Azevedo, R, P. (2017) Prevenção de carências nutricionais entre crianças e gestantes. Rio de
Janeiro. 31p. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Nutrição, Centro Universitário
IBMR/Laureate International Universities.
 Brasil, Ministério da Saúde. (2015). NutriSUS – Estratégia de fortificação da alimentação
infantil com micronutrientes (vitaminas e minerais) em pó: manual operacional / Ministério da
Saúde, Ministério da Educação. – Brasília 52p.
 Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação Geral da Política de
Alimentação e Nutrição. (2005). Manual de atendimento da criança com desnutrição grave em
nível hospitalar. 1ª Edição – Brasília: 144 p.
 Brasil, Ministério da Saúde. Unicef. Cadernos de Atenção Básica: Carências de
Micronutrientes / Ministério da Saúde, Unicef; Bethsáida de Abreu Soares Schmitz. - Brasília:
Ministério da Saúde, 2007. 60p. Editora MS
 Goulart, L, M, H, F & Viana, M, R, A. (2008). Saúde da criança e do adolescente: agravos
nutricionais. Belo Horizonte: Coopmed, 92p.
 Ismael, C. (2013). Conceitos de Nutrição: Definições, causas e consequências. Training
Manual.
 Moçambique, Ministério da Saúde. (2017). Manual de Tratamento e Reabilitação Nutricional
Volume II: adolescente e adultos ≥15 anos. Moçambique: Departamento de Nutrição. 2ª
Edição. Junho, 2017.
 Pessoa, F, S. (2014). Alimentação, nutrição e a saúde da família: desequilíbrio nutricional e
carência de vitaminas e micronutrientes. Universidade Federal do Maranhão. UNA-
SUS/UFMA – São Luís. 45p.

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 Sousa, R, P. Ramalho, W, M. Fortaleza, B, M. (2013). Pobreza e desnutrição: uma análise do
Programa Fome Zero sob uma perspectiva epidemiológica. Rev: Saúde e Sociedade v.12, n.1,
p.21-30, jan-jun 2003.
 Xavier, T, M & Franco, E, P, D. (2012). Raquitismo e a Carência Nutricional. Faculdades
Integras ASMEC, UNISEPE União das Instituições de Serviços, Ensinos e Pesquisas Ltda.
Departamento de Nutrição. III Jornada de Iniciação Científica das Faculdades Integradas
ASMEC (2012).

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