Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1- Noções gerais
Tutelas provisórias
Espécies Tutelas de urgência Tutela cautelar Incidental e
antecedente
- técnicas de acelerar a solução da lide com decisões provisórias, que não fazem
coisa julgada, mediante uma cognição sumária;
- visam distribuir o ônus do processo de forma equânime;
- as decisões sobre elas desafiam recurso de agravo de instrumento.
- em regra, não podem ser concedidas de ofício, pois não há previsão legal para
tanto, salvo os casos que o NCPC consagra expressamente, como no caso de
arresto do artigo 830 e no caso de reserva de bens no inventário, do artigo 643
NCPC.
2- Tutelas de urgência
- Será pleiteada por meio de uma petição inicial, dirigida ao juízo competente para a
ação principal;
- a petição inicial não inaugura uma demanda;
- Requisitos da Petição Inicial: artigo 319 e 305 do NCPC: indicar a lide e seu
fundamento (apenas de forma superficial, para que se perceba o interesse de agir e a
viabilidade jurídica do pedido), indicar o direito que visa assegurar (fumus boni iuris) e
o perigo que a demora do processo pode causar, que deve estar totalmente comprovado;
- Se o processo principal for inviável, impossível, a tutela será indeferida;
- pedido de cautela;
- pode pedir liminar inaudita altera partes com ou sem justificação prévia (art. 300, §
2º)
- valor da causa: o do pedido principal
- pagamento de custas.
- Legitimados: autor ou réu
- Contestação: citado para contestar em 05 dias ( após o deferimento da liminar ou do
despacho da inicial), após segue o procedimento comum (art. 307, p. único)
- Decisão: é uma decisão interlocutória, provisória que desafia o recurso de agravo de
instrumento (art.1015, I NCPC);
- Decisão que deferir a cautelar: a parte tem 30 dias para promover a ação principal, nos
mesmos autos e sem novas custas, sob pena da cautelar perder seus efeitos (art. 308,
caput).
Contagem do prazo de 30 dias: contados da intimação da concretização da medida
cautelar
- Ação principal:
- Na ação principal o réu e o autor serão intimados para comparecer à audiência de
conciliação, sem precisar de nova citação do réu (art. 308, § 3º);
- A parte pode aditar a causa de pedir (fatos e fundamentos jurídicos) na petição inicial
da demanda principal (art. 308, § 2º).
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é
vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.
- Emendar a inicial (artigo 303 § 6º): se não houver elementos para a concessão da
tutela antecipada o juiz mandará o autor emendá-la em 5 dias sob pena de
indeferimento;
- Indeferir o pedido: o processo é extinto sem julgamento de mérito, desafiando o
recurso de agravo de instrumento, sem citação do réu, que será intimado para o recurso.
Não impede que seja proposta a demanda principal;
- Deferimento: o requerido é intimado para cumprir a decisão; abre-se prazo para ele
recorrer (ag. Instrumento em 15 dias)
OBS.: Não existe um momento para a contestação do requerido, que somente poderá
impugnar a tutela concedida em sede de agravo de instrumento e se não quiser cumpri-
la deverá solicitar o efeito suspensivo ao relator
- Se não houver recurso: a tutela antecipada se estabilizará (mas não fará coisa julgada);
qualquer das partes pode propor a demanda principal nos próximos 2 anos. Após este
prazo decadencial, a tutela antecipada se estabiliza definitivamente, não podendo ser
mais modificada ou revogada (art. 304)
- Se houver recurso: a tutela antecipada não se estabilizará, devendo a parte autora
propor a demanda principal no prazo de 15 dias.
OBS.: Em nenhum dos casos da tutela não estabilizável, a tutela deferida terá seus
efeitos estabilizados, devendo ser confirmada na decisão final.
- Finalidade: proteger o direito material da parte, sem que haja perigo a ele em razão do
tempo do processo. Funda-se na robusteza do direito da parte, ou seja, na evidência do
direito da parte, que não deve ser frustrada de fruir dos efeitos de seu direito que é
evidente, em razão do tempo do processo.
- Requisitos: juízo de liquidez e certeza do direito da parte e existência de uma das
hipóteses legais
- Provisória: não faz coisa julgada material, por isso é diferente do julgamento
antecipado do mérito (onde a causa já está madura, não precisando de uma fase
probatória mais extensa)
- Pontos em comum com a tutela de urgência: são provisórias, visam distribuir melhor o
ônus da duração do processo, seja em razão do risco (urgência) seja em razão da
evidência do direito (evidência);
- Diferenças com a tutela de urgência: exigem prova mais robusta do direito, são
hipóteses específicas, não figurando o poder geral de cautela; não há necessidade de
perigo; não podem ser, em regra, concedidas antecipadamente (a doutrina, em sua
maioria, entende que para os casos que se admite a concessão liminar, pode existir a
tutela de evidência antecedente)
- Exemplo: processo para devolver taxa em que já existe recurso repetitivo entendendo
que ela deva ser devolvida.
-Hipóteses:
I- Abuso do direito de defesa ou propósito protelatório
- No caso do abuso do direito de defesa, a tutela só pode ser requerida pelo autor, e o
propósito protelatório pelas duas partes;
- Não basta provar a ocorrência da hipótese, o direito da parte deve ser evidente,
demonstrando a injustiça da demora do processo de forma indevida, pois não se trata de
mera sanção à parte que age com dolo processual.
II- Alegação de fato comprovado apenas por documento e com precedente em
julgamento de caso repetitivo ou súmula vinculante;
- só pode ser usada quando em liminar, do contrário, já existindo contestação, o juiz, em
não precisando de outras provas, prolatará julgamento antecipado do mérito;
- só pode ser concedida de forma incidental, mas a prova não pode ser cabal, precisando
ainda de outras provas