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O fascínio ou a loucura do poder?

A dignidade é a expressão da humanidade do Homem, é uma


questão eminentemente ligada ao conceito de Pessoa, que o é
pelo facto de existir como tal, como membro da espécie
humana. A dignidade transcende o Homem e todos os homens, é
inerente à Pessoa pela supremacia que a envolve e distingue,
não porque o Direito lha atribui.

Porém, nas últimas décadas temos vindo a assistir a uma


intencional retirada desta dignidade como tendência de reduzir o
Homem à ínfima qualidade de “humano”, aproximando a nossa
espécie da animalidade, coartando-lhe assim a riqueza do Ser, no
sentido ôntico da existência e da nobreza que lhe assiste, como
ser racional, espiritual e moral, criado para algo mais…

Argumentação envolvida em relativismos premeditados e


necessários para fazer valer uma hipotética hipótese de
desconstrução antropológica, biológica e psíquica, pretendendo
substituir toda esta essência do Ser, por uma ideologia
partidária, redutora em duplo sentido, porque não é científica e
porque se confina a uma perspectiva politica anti-humana.
Recorrendo a estratégias de (re)engenharia social, os novos
agentes do “poder global” visam minar os alicerces duma cultura
científica alicerçada em saberes antropológicos, filosóficos e
sociais. Negar a existência de Deus foi o primeiro passo para
aniquilar o Homem, retirando-lhe a sua origem divina liga-o ao
material, ao corruptível, ao versátil e ao manipulável. Resta
então um campo permeável aos “novos paradigmas”, à
colonização de consciências rumo ao pensamento único,
modelado pelo “politicamente correcto”, em jeito de
neototalitarismo, sob os auspícios da ONU, com o auxílio das
ONG e respectivos comités criados para esse fim.

Sabemos que já foi plano de totalitarismos no século XX,


nomeadamente com o nazismo e o marxismo, mas agora um
novo poder se ergue para dessacralizar a vida humana, para
subverter os valores tradicionais, a família e o casamento.

Vivendo como se Deus não existisse, o homem sonha colocar-se


no seu lugar, arroga para si próprio o direito de criar e interferir
no mistério da vida humana, através de manipulações genéticas,
de decisões que determinem a morte dum nascituro ou de outro
qualquer cidadão a seu belo prazer, invocando razões
controversas para impor o poder de matar.

Com muita perplexidade somos confrontados com a imposição


da cartilha politica, para legislar com carácter de urgência a
morte a pedido.

Surreal e macabro insistir cegamente num plano maquiavélico de


não poupar meios para atingir os fins e continuarem a insistir na
legalização da eutanásia.

Maria Susana Mexia

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