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Deste presente até ao futuro, ser angolano é muito mais que arrecadar esses
requisitos porque nem tudo que cai assim é digno de entusiasmo e respeito, e essa
exortação tão pouco extenua a definição do que é ser angolano. Então, se nos
“magoelarmos” nas honrosas acções na proporção dos seus méritos, poderia dizer como
se de uma matéria se tratasse, que ser angolano detém um sentido ambíguo porque se
ramifica de pessoa a pessoa, de coração aberto e vivente, transmitindo para quem vê,
ouve, sente, a satisfação do que é ser “nós” no dia-a-dia poeirento e solar, barulhento e
de variados eflúvios como por exemplo avistar um Luaty Beirão manifestando os seus
direitos dentro das suas valências, ouvindo “Njila Ia Dikanga” de Paulo Flores e Yuri
Da Cunha, se sensibilizar com factos sociais, querer fazer alguma coisa para que
desenvolvamos todos, amar a nossa rica cultura linguística, vestuária, cerimonial, dar
valor a grandes autores como Uanhenga Xitu, Ndunduma We Lépi e muitos outros que
na andança contemporânea fazem valer o poder uno “mwangolé”, de acordo com as
suas habilidades e realidades.
Por isso, não existem palavras para nos delimitar. Aliás, que povo pode ser
definido, visto que são todos frutos das vivências modificáveis e finitas? E há grande
beleza nisso!
Nesse ínterim, o “ser angolano” não é um percurso certo, mas sim um ideal,
meramente utópico, que unifica o nosso pensamento em luta, resiliência, perseverança e
esperança do que pode vir a se melhorar na nossa terra e apesar de todos os apesares,
consubstanciam a nossa essência, a nossa paz e a nossa pátria, construída com sangue,
mantida nele e desenvolvendo através dele. Posto isto, talvez isso é que é ser angolano.