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Modalidade: Educação de Jovens e Adultos- Etapa: Ensino Médio

Disciplina: Artes
1ª FASE –

O QUE É ARTE?

A arte em um olhar geral é uma manifestação humana e subjetiva sobre qualquer tema da
contemporaneidade do artista. Ela está envolvida em todas as áreas e, tem a capacidade de desenvolver
habilidades artísticas, estéticas e o pensamento crítico.

A grandeza de uma obra de arte está fundamentalmente no seu caráter ambíguo,


que deixa ao espectador decidir sobre o seu significado. - Theodor Adorno

Todos sabemos que a arte não é verdade. Ela representa a mentira que nos faz
perceber a verdade; pelo menos a verdade que nos é dado entender. – Picasso

Gosto não é eterno, o gosto é histórico. - Celso Favaretto

Nada existe realmente a que se possa dar o nome de Arte. Existem somente artistas. Outrora,
eram homens que apanhavam um punhado de terra colorida e com ela modelavam toscamente as formas
de um bisão na parede de uma caverna. Hoje, alguns compram suas tintas e desenham cartazes para os
tapumes; eles faziam e fazem muitas outras coisas. Não prejudica ninguém dar o nome de arte a todas
essas atividades, desde que se conserve em mente que tal palavra pode significar coisas muito diversas,
em tempos e lugares diferentes, e que Arte com A maiúsculo não existe.

RELAÇÕES COMPOSITIVAS: ORGANIZAÇÃO E EQUILÍBRIO

TEORIA DAS CORES

As cores primárias, também conhecidas como cores puras, são pigmentos naturais obtidos de
vegetais e minerais, e não se formam pelas misturas de outras cores. As cores primárias são: vermelho,
azul e amarelo.
As cores secundárias são as cores resultantes da mistura de duas cores primarias na mesma
proporção. Elas são: roxo, verde e laranja.
As cores terciárias resultam da mistura de uma cor primária com uma cor secundária. Algumas
delas são: amarelo-alaranjado, amarelo–esverdeado (verde limão), vermelho-arroxeado (vinho), entre uma
infinidade de cores.
A cor pigmento é como são chamadas as cores que podemos misturar em tintas, lápis e demais
veículos para a obtenção de cor nos materiais e objetos.
O círculo cromático, tradicionalmente é representado como o próprio nome indica, por um círculo
com 12 cores: três primárias, três secundárias (formadas pela mistura das primarias) e seis terciárias,
criadas pelas misturas das primárias com as secundárias.
No círculo cromático podemos identificar as cores complementares, análogas, cores quentes,
cores frias e cores neutras.
As cores complementares são aquelas cores que estão opostas ao círculo cromático, e mesmo
sendo tão diferentes, elas se complementam criando harmonia numa composição.

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As cores análogas são aquelas que estão lado a lado de cada cor, são próximas entre si, como:
amarelo/ amarelo-esverdeado/verde.
Cores quentes são cores onde predominam os tons de vermelho, amarelo e laranja.
Caracterizam-se como cores vibrantes, alegres ou agressivas, dando, inclusive, a sensação de calor.
As cores frias são cores onde predominam os tons de azul, verde e roxo. Caracterizam-se como
cores melancólicas, que proporcionam a sensação de calma e conforto.
As cores neutras são aquelas que não possuem predomínio de cores frias ou quentes. Elas são
então o preto, branco, marrom, bege e cinza.

Disco cromático:

PSICOLOGIA DAS CORES

Agora você aprenderá um pouco mais sobre o conceito de cada cor e como eles podem melhorar
seus resultados. Diariamente, profissionais das mais diversas áreas consideram o significado das cores na
hora de aplicar no trabalho.
Por exemplo, designers sempre (ou quase sempre) se atentam à proposta a qual estão
trabalhando para escolher exatamente qual paleta representará as marcas que eles criam.
-Vermelho: raiva, paixão, fúria, ira, desejo, excitação, energia, velocidade, força, poder, calor,
amor, agressão, perigo, fogo, sangue, guerra, violência.
-Rosa: amor, inocência, saúde, felicidade, satisfação, romantismo, charme, brincadeira, leveza,
delicadeza, feminilidade.
-Amarelo: sabedoria, conhecimento, relaxamento, alegria, felicidade, otimismo, idealismo,
imaginação, esperança, claridade, verão, desonestidade, covardia, traição, inveja, cobiça, engano,
doença, perigo.

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-Laranja: humor, energia, equilíbrio, calor, entusiasmo, vibração, expansão, extravagancia,
excessivo, flamejante.
-Verde: cura, calma, perseverança, tenacidade, autoconsciência, orgulho, imutabilidade natureza,
meio ambiente, saudável, boa sorte, renovação, juventude, vigor, Primavera, generosidade, fertilidade,
ciúme, inexperiência, inveja, imaturidade, destruição.
-Azul: fé, espiritualidade, contentamento, lealdade, paz, tranquilidade, calma, estabilidade,
harmonia, unidade, confiança, verdade, confiança, conservadorismo, segurança, limpeza, ordem, céu,
água, frio, tecnologia, depressão.
-Roxo/Violeta: erotismo, realeza, nobreza, espiritualidade, cerimônia, misterioso, transformação,
sabedoria, conhecimento, iluminação, crueldade, arrogância, luto, poder, sensibilidade, intimidade.
-Marrom: materialismo, excitação, terra, casa, ar livre, confiabilidade, conforto, resistência,
estabilidade, simplicidade.
-Preto: não, poder, sexualidade, sofisticação, formalidade, elegância, riqueza, mistério, medo,
anonimato, infelicidade, profundidade, estilo, mal, tristeza, remorso, raiva.
-Branco: sim, proteção, amor, respeito, mesura, pureza, simplicidade, limpeza, paz, humildade,
precisão, inocência, juventude, nascimento, inverno, neve, bom, esterilidade, casamento (culturas
ocidentais), morte (culturas orientais), frio, clínico, estéril.
-Prata: riqueza, glamour, fascínio, diferença, natural, liso, suave, macio, elegante, tecnológico.
-Ouro: preciosidade, riqueza, extravagância, calor, riqueza, opulência, prosperidade, grandeza.
Em essência, a cor é muito mais do que um fenômeno ótico. Todas as cores têm um significado
próprio, todas criam um determinado impacto no nosso cérebro. Por isso, a psicologia das cores é uma
ferramenta básica e essencial para o neuromarketing atual. Entender como o consumidor reage a certos
estímulos cromáticos pode aumentar as vendas e, embora seu efeito nem sempre seja 100% infalível, os
resultados positivos demonstram que a psicologia das cores é muito útil.

FORMAS

Forma é o aspecto exterior dos objetos reais, imaginários ou representados. A linha descreve uma
forma, ou seja, uma linha que se fecha dá origem a uma forma. Na linguagem das artes visuais, a linha
articula a complexidade da forma.
Existem três formas básicas: o quadrado, o círculo e o triângulo equilátero. Cada uma das formas
básicas tem suas características específicas, e a cada uma se atribui uma grande quantidade de
significados, alguns por associação, outros por vinculação arbitrária, e outros, ainda, através de nossas
próprias percepções psicológicas e fisiológicas. Ao quadrado se associam enfado, honestidade, retidão e
esmero. Ao triângulo ação, conflito e tensão. Ao círculo, infinitude, calidez e proteção.

Todas as formas básicas são figuras planas e simples, fundamentais, que podem ser descritas e
construídas verbalmente ou visualmente.

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Porém as formas podem ser subdivididas:
Formas Figurativas: São as formas das figuras ou imagens reais, que também chamamos de
formas definidas, pois só olhando para elas já identificamos o que são.
Por exemplo: uma maçã e um copo.
Formas Abstratas: São aquelas que desenhamos com liberdade de expressão, como já vimos nas
unidades anteriores. São também chamadas de formas indefinidas.
Por exemplo: Manchas.
Formas Geométricas: Percebemos essas formas na maioria dos objetos que nos cercam, pois
são projetadas a partir das figuras geométricas.
Por exemplo: uma lata de ervilha tem a forma de cilindro ou, ainda, a forma de um retângulo.
A construção de um desenho figurativo parte da noção de juntar formas, ou seja, criar a estrutura,
a base do desenho. Como por exemplo, ao desenhar uma pessoa. Primeiro você cria um círculo ou uma
forma oval para criar uma cabeça, depois um retângulo pra criar tronco e assim vai juntando formas
diversas que darão a ideia estrutural do esboço desse desenho.

TEXTURA

Textura é o aspecto de uma superfície, ou seja, a "pele" de uma forma, que permite identificá-la e
distingui-la de outras formas. Quando tocamos ou olhamos para um objeto ou superfície, sentimos se a
sua pele é lisa, rugosa, macia, áspera ou ondulada. A textura é, por isso, uma sensação visual ou tátil.

Texturas naturais: Aquelas que resultam da intervenção natural do meio ambiente ou que caracterizam o
aspecto exterior das formas e coisas existentes na Natureza, exemplo: cascas de troncos de árvores,
madeira, folhas e rochas. A folha é uma textura muito diferente, porque ela pode ser tirada em folha
(sulfite) e fica em alto relevo.
Texturas Artificiais: São aquelas que resultam da intervenção humana através da utilização de materiais
e instrumentos devidamente manipulados. O homem desde sempre tenta criar nas superfícies/objetos,
texturas idênticas às criadas na Natureza, logo elas são o reflexo do modo como expressamos o nosso
entendimento do mundo que nos rodeia. Dependem da manipulação das matérias e das técnicas
utilizadas e do modo como utilizamos as linguagens plásticas. Por meio de elementos lineares, pontuais,
de manchas, incisões, etc.
Textura gráfica
Quanto à execução gráfica para obter texturas artificiais, pode-se
utilizar os seguintes processos: fricção, impressão, decalque e
construção. A textura se divide em várias lentes gráficas, pois
quando vemos uma superfície diferente de outras podemos chamar
de textura, não só quando vemos diferente, mas sim quando vemos
diversos tipos de texturas. A textura gráfica é a linha e o volume,
também é um elemento visual nas artes que sensibiliza uma
superfície, tornando-se qualquer material que deixa marcas, por
exemplo: caneta, lápis, canetinhas, giz de cera, marcadores e tinta.
Para criá-la, utilizamos pontos, linhas, formas repetidas, colocadas a
uma mesma distância uma da outra, ou em distâncias variadas,
criando padrões, o que dá uniformidade ou irregularidade à imagem
criada.

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DIFERENTES LINGUAGENS ARTÍSTICAS

A FOTOGRAFIA

A fotografia é uma das modalidades da linguagem visual. Ela capta recortes do mundo
tridimensional e os fixa em suportes bidimensionais, reapresentando aquele mundo, agora recortado e em
duas dimensões. A fotografia sofreu inúmeras transformações, tanto em sua forma de produção como em
sua presença no mundo das artes.
Uma das primeiras fotografias conhecidas foi feita, provavelmente, em 1826, pelo inventor francês
Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833) e chama-se “Vista da janela em Le Gras”. Ela foi divulgada ao
público apenas em 1839.
A representação fiel do objeto, da pessoa, da paisagem etc. obtida rapidamente por meio da
fotografia passou a competir com a pintura. Antes da fotografia, era a pintura que cumpria a função de
registrar momentos históricos, pessoas e paisagens.
No início, por ser um processo físico-químico, os
fotógrafos pertenciam à categoria de técnicos e não à de
artistas. Os avanços tecnológicos, como o surgimento da
fotografia digital, resultaram em grandes mudanças no
que diz respeito aos materiais, técnicas e ferramentas
utilizadas nessa forma de expressão.
Hoje, a fotografia é reconhecida artisticamente,
exposta e admirada em museus e galerias de todo o
mundo. Ela está presente no cotidiano de quase todas
as pessoas, para o registro e memória de eventos e
acontecimentos, e também em todos os meios de
comunicação, como jornais e revistas impressas e
digitais e em peças publicitárias.
Primeira fotografia de Niépce, 1826.

O CINEMA

O cinema é a imagem em movimento. A técnica que antecedeu o cinema foi a fotografia, que é a
imagem estática, imóvel. O cinema surgiu a partir de sequências de imagens fotográficas, que eram
passadas um instante após o outro, dando a impressão do movimento no filme.
Os irmãos Lumière – precursores do cinema – capturaram diversas imagens de cenas cotidianas
e apresentaram um filme ao público no ano de 1895. Uma dessas cenas era a de uma locomotiva
chegando a uma estação. O público, que nunca havia visto coisa semelhante, imaginou que a locomotiva
sairia da tela e atropelaria a todos, e fugiu, correndo. Note que nem som havia naquele momento.
O cinema só se tornou possível após o desenvolvimento de várias tecnologias. Uma das primeiras
máquinas usadas na reprodução dessas imagens foi o cinematógrafo: um aparelho portátil que registrava
e depois projetava seguidamente as imagens, criando a ilusão de movimento, por meio de uma lente
fotográfica que as ampliava.
Pouco tempo depois, o mágico e cineasta francês Georges Méliès (1861-1938) percebeu que
esse aparelho era uma potencial ferramenta para contar histórias. Ele produziu, dirigiu e distribuiu mais de
500 filmes entre 1896 e 1912, como O homem-orquestra (L’homme orchestre, 1900), O homem da cabeça
de borracha (L’homme à la tête en Caoutchouc, 1901) e Viagem à Lua (Le voyage dans la Lune, 1902).
Até os anos 1920, os cineastas não possuíam tecnologia para incluir o som diretamente nos
filmes. Por isso, as produções cinematográficas dessa época são conhecidas como cinema mudo.

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Devido à impossibilidade de reproduzir em áudio a fala dos personagens, alguns recursos eram
usados para favorecer a compreensão do enredo pelo espectador. Na filmagem, a atuação era feita com
gestos suaves pelos atores durante os diálogos e por movimentos mais acentuados nas cenas de ação,
trágicas ou cômicas.
Na edição (ou montagem) do filme, pequenos textos, chamados intertítulos, eram incluídos entre
os fotogramas para dar sentido às imagens em movimento que eram apresentadas. Esses intertítulos
indicavam passagens da história, também chamada de enredo, e apresentavam algumas falas de
personagens considerados importantes para o entendimento da trama.
Mesmo com a descoberta de novas tecnologias, que permitiam a inclusão do som nos filmes e a
sincronização entre áudio e vídeo – isto é, som e imagem reproduzidos ao mesmo tempo –, o cinema
mudo continuou sendo produzido durante muitas décadas, especialmente fora de Hollywood (EUA),
principal indústria cinematográfica estadunidense, por causa dos altos custos de produção.
Só em meados da década de 1930, áudio e vídeo puderam ser captados por equipamentos
diferentes e editados separadamente, antes de serem gravados em uma única película. Esse sistema
respondeu tão bem aos desafios da época do cinema mudo que ele continua sendo usado até hoje na
produção de audiovisuais (som e vídeo), apesar dos aperfeiçoamentos tecnológicos desenvolvidos a partir
de então.
Ao longo das décadas, o cinema se desenvolveu em diversos países. No entanto, é possível
observar que a produção hollywoodiana teve maior repercussão internacional, proporcionada por uma
forte indústria que se consolidou no mercado cinematográfico.

PUBLICIDADE E PROPAGANDA

O que é propaganda? É a responsável pela imagem da empresa. Um instrumento que atua


através dos meios de comunicação (rádio, TV, cinema, imprensa, outdoors, internet e outras mídias),
veiculando mensagens sobre produtos ou serviços às diversas fatias de mercado.
A prática da propaganda ocorre há muito tempo, pois vender, trocar, comprar e barganhar são
atividades que fazem parte da vida das pessoas desde as mais antigas civilizações. Os meios de
comunicação eram muito diferentes dos de hoje, que oferecem uma variedade muito grande de formas de
divulgação de um produto, como revistas, jornais, televisão, internet, rádio etc.
Tempos atrás, mercadores e vendedores ambulantes batiam de porta em porta para divulgar a
qualidade de seu produto e convencer o possível comprador a adquirir o que vendiam.
A propaganda, em primeiro lugar, busca divulgar um produto ou serviço, a fim de que o
consumidor "saiba" que ele existe. Em segundo lugar, deve induzir o consumidor à compra do produto /
serviço. É o efeito de propagar. É projetar a imagem da empresa no mercado, através dos meios de
comunicação disponíveis na comunidade: Televisão, rádio, cinema, imprensa, revistas outdoors, internet e
outras mídias, divulgando os produtos ou serviços às diversas fatias de mercado.
Segundo a Associação Americana de Propaganda: “Propaganda é a mensagem divulgada em
veículos de grande penetração (TV, rádio, revistas, jornais, etc) que tem por objetivo criar ou reforçar
imagens ou preferências na mente do consumidor, predispondo-o favoravelmente em relação ao produto,
serviço ou empresa patrocinadora”.
Publicidade, como todo um conjunto, é formada por veículos, agências, ações, etc. Por isso
dizemos meio publicitário, peças publicitárias. Também toda ação recebida do meio de forma espontânea,
não paga. A propaganda é somente uma das formas de se fazer e receber publicidade.
Há muita confusão em torno das palavras "propaganda" e "publicidade", que alguns chegam a
empregar como se fossem sinônimos. A propaganda é definida como sendo "a comunicação de massa,
paga, cujo objetivo é difundir informações, criar atitudes e induzir a ações benéficas ao anunciante
(geralmente, compra do produto ou serviço anunciado)".
Em outras palavras, propaganda é todo esforço de comunicação tendente a beneficiar uma
empresa, um produto ou um serviço sob o patrocínio ostensivo de alguém (o anunciante, claramente
identificado). Por sua vez, publicidade é o esforço de comunicação destinado a influenciar determinadas
atitudes, mas sem o patrocínio ostensivo de alguém que é o anunciante clara e perfeitamente definido.

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Para dar um exemplo prático: a campanha do leite, que foi desenvolvida nos principais centros de
consumo do Brasil, é uma campanha de publicidade.
Essa é uma campanha genérica, que procura orientar e esclarecer o consumidor no sentido de
chegar a um consumo mínimo diário (dois copos) do produto. Não está querendo condicionar o
consumidor a preferir determinada marca de leite. Se uma marca de leite - a Parmalat, por exemplo - se
dispusesse a fazer outra campanha sua, exclusivamente, sugerindo: "Tome dois copos de leite Parmalat",
esta sua campanha seria de propaganda.
A necessidade de conhecer o consumidor é principalmente um meio de promover vendas em
massa. A publicidade visa três objetivos:
1. Incutir uma ideia na mente da massa
2. Criar desejo pela coisa anunciada
3. Levar a massa ao ato da compra
O conhecimento do mercado, a análise das reações, hábitos e motivos de compra do consumidor
típico, seus hábitos de leitura e audição de rádio e TV, o conhecimento real do produto em relação aos
concorrentes são as bases do planejamento publicitário.
A atividade humana tem necessidades e como motivo atual, imediato, os desejos. Assim, para o
anúncio provocar uma reação, ou seja, para levar o leitor ou ouvinte a comprar o produto anunciado, é
preciso que faça apelo a uma necessidade (despertando com isso um desejo) ou excite um desejo já
manifestado no consciente.
O anúncio é a grande peça do imenso tabuleiro publicitário e o meio publicitário por excelência
para comunicar algo com o propósito de vender serviços ou produtos, criar uma disposição, estimular um
desejo de posse ou para divulgar e tornar conhecido algo novo e interessar a massa ou um de seus
setores.
Não se pode negar que o mundo da propaganda é fascinante: luzes, cores, movimentos,
imagens, sons, que também são os elementos expressivos das linguagens da arte – organizados com
imaginação chegam ao consumidor com grande poder de convencimento. Por isso mesmo, são
necessárias uma visão crítica e uma escuta atenta para não adquirir um produto somente pelo
encantamento causado pela propaganda.

HISTÓRIA DA ARTE NA TRANSIÇÃO PARA MODERNIDADE

RENASCIMENTO

Na história da arte europeia, a Renascença marca a transição do fim da Idade Média para o
surgimento da Idade Moderna. Renascença significa nascer novamente ou ressurgir, assim, a ideia de
Renascimento associava-se à ideia da ressurreição da "grandeza de Roma” e ao sentimento de que o
período interposto era uma Idade Média.
As transformações do fim da Idade média alteraram a face da Europa. O Renascimento comercial
e urbano, sobretudo no norte da Itália, proporcionou o desenvolvimento da burguesia e uma mudança de
mentalidade e dos padrões culturais, proporcionando o Renascimento cultural e artístico; as cidades-
estados italianas eram politicamente estáveis, oferecendo segurança aos intelectuais que lá se
estabeleceram; giravam em torno do comércio (especialmente Florença, sede de bancos e de poderosa
indústria de tecidos) e a nobreza urbana foi aos poucos se desvinculando das ligações feudais e
assumindo interesses da burguesia mercantil.
Diante deste quadro, havia condições na Itália para o desenvolvimento cultural e artístico. A grande
novidade na arte é a volta da concepção de que a obra de arte fosse a reprodução da realidade; mas ao
mesmo tempo em que se utiliza a natureza como modelo, há a responsabilidade do artista escolher o que
há de mais belo (segundo o padrão das proporções), para que a arte supere a simples verdade natural e
alcance o belo.

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Assim, os princípios estéticos do Renascimento são:
- Arte como estudo da natureza;
- Arte como propósito moral de melhoria social,
aspirando ao ideal;
- Pintura e escultura são coisas do espírito, da
inteligência e não vistos como artes mecânicas;
- Descobrimento da perspectiva cientifica e a
elaboração das teorias matemáticas da proporção.
Em temas sagrados e profanos, as figuras
humanas (definidas em sua anatomia e movimento)
inserem-se em paisagens e arquiteturas, que
obedecem a regras da perspectiva plana. Afrescos e
pinturas em madeira e tela, a têmpera ou a óleo,
Nascimento de Venus, Sandro Botticelli; surgem em construções civis e religiosas.
têmpera s/ tela, 172.5 x 278.5 cm; c. 1485

Abaixo, os principais elementos técnicos e estéticos:


- Representação realista e objetiva da natureza;
- Perspectiva rigorosa, baseada em cálculos matemáticos;
- Realismo no tratamento da cor e da luz, em modelados e veladuras;
- Equilíbrio, harmonia e beleza.
No Renascimento o chamado “gênio” se diferenciava das demais pessoas pela inspiração divina (o
criar era visto como privilegio de Deus). Assim, os gênios eram provocados a realizar objetivos grandes e
ambiciosos, confiando nos padrões subjetivos de verdade e beleza (desconfiando até de regras como a
perspectiva cientifica).
Leonardo di ser Piero da Vinci (1452 –1519) uma das figuras
mais proeminentes da história - matemático, engenheiro, anatomista,
pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta, músico, precursor da aviação
e balística. O que nos interessa especialmente é ser ele um dos maiores
pintores de todos os tempos, ainda que a maioria das pinturas estejam
inacabadas, já que interessava-se por um problema só até resolvê-lo.
Sua grande descoberta foi a técnica de modelado realista dos volumes, o
claro-escuro (chiaro-oscuro).
Na Gioconda, ou Mona Lisa, a modelo se integra com a
paisagem, sendo a composição quase monocromática. O chiaro-oscuro
chega à perfeição e as formas são construídas a partir de camadas
finíssimas de veladura. No entanto, a fama da Mona Lisa, não provém
apenas dessa sutileza pictórica; mais intrigante ainda é o fascínio
psicológico que exerce.

Mona Lisa, Leonardo da Vinci; óleo sobre


madeira de álamo, 77 × 53 cm; 1503-1507.

MANEIRISMO

O termo maneirismo abrange um amplo e diversificado número de artistas e define mais de um


estilo. Desenvolveu-se a partir do Alto Renascimento, que começou a declinar no início do século XVI, e
durou cerca de sessenta anos, entre 1520 e 1580. A arte maneirista foi influenciada pelas obras de artistas
renascentistas como Michelangelo e Rafael. O termo deriva da palavra italiana maneira, que no século XVI
significava “estilo”, no sentido de elegância.

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Assim, a pintura maneirista se caracterizava por perspectivas insólitas, cores
às vezes estridentes, distorções anatômicas e composições elaboradíssimas. Isso
porque nessa época a arte experimentou uma crise, uma necessidade de
mudanças, de transcender os princípios conservadores de rigor, forma e respeito
pelos cânones clássicos e de descobrir, mais além deles, formas novas e
harmoniosas não convencionais.
Mais do que qualquer outro, o pintor que anunciou esta evolução foi António
Allegri, chamado o Correggio (1489-1534), que sofreu influência de Leonardo da
Vinci. Foi um pintor da carne que amava, sobretudo, a poesia sensual do nu
feminino; a suavidade de sua pintura e a extraordinária capacidade para captar as
nuanças da expressão humana, que estão em obras como Dânae.
Seu estilo era dramático e audacioso, com objetivo principal de levar o
espectador a participar, de alguma forma, de emoções subjetivas. Para isso, usava
como recurso seu domínio excepcional da luz e sombra refletindo na figura
humana.

Correggio, Júpiter e Lo
(1532-33)

FAUVISMO

Fauvismo (ou Fovismo) é o nome dado à vertente da pintura francesa que entre os anos 1904 e
1907 trabalhou com grande liberdade de expressão, através do uso das cores puras e da rusticidade do
desenho e da perspectiva. O termo tem origem em um texto do crítico de arte Louis Vauxcelles que, após
visitar uma mostra de pinturas, utilizou a expressão Les Fauves (animais selvagens) ao se referir aos
artistas participantes.
Apesar da negação veemente do nome por parte dos artistas integrados à nova tendência (como
Henry Matisse, Georges Braque, Andre Derain, Georges Roualt, Kees van Dongen e Raoul Dufy), o termo
Fauvismo permaneceu nos estudos da História da Arte, mesmo sem o grupo jamais ter lançado um
manifesto teórico de diretrizes sobre sua estética.
De forma geral, pode se dizer que a marca
mais evidente do Fauvismo era o uso de cores puras
e um dos princípios básicos era o de criar uma arte
sem relação com os sentimentos ou com o intelecto,
seguindo impulsos, de forma que os traços e as cores
aparecessem instintivamente.
Foi caracterizado por um desenho simples,
muitas vezes beirando o primitivo, e um colorido
violento, com pinceladas grossas e manchas largas,
formando grandes planos pictóricos.
Tão subitamente como surgiram e
experimentaram seus anos de glória nas exposições
francesas de cunho modernista de 1905 e 06, os
artistas em sua maioria abandonaram as
experimentações fauves por outras propostas, dando
Henry Matisse. Alegria de viver. 1905. Óleo s/ tela, fim ao Fauvismo e demonstrando assim, na prática, a
174 x 24 cm. Fundação Barnes, Pensilvânia, EUA.
efervescência e transitoriedade típicas das
vanguardas.

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EXPRESSIONISMO

O movimento expressionista valorizou a utilização subjetiva das cores. As obras exploram a


deformação da imagem, a fuga do real, em pinceladas vigorosas com várias camadas de tinta, resultando
em uma pintura às vezes dramática, trágica e/ou pessimista, mas sempre com a intenção de mostrar as
emoções humanas. O Expressionismo foi mais forte na Alemanha, especialmente após o término da
Primeira Guerra Mundial. Muitas vezes, a arte expressionista serviu para denunciar problemas políticos e
sociais.
Podemos dizer que toda ação humana é expressiva, gestos
e palavras exprimem pensamentos e sentimentos. Assim, também
toda arte é, em sua gênese, expressiva.
Em contraposição à representação da natureza através de
impressões visuais imediatas, típica do Impressionismo, o
Expressionismo busca o caminho inverso, a expressão que se projeta
do artista para a realidade, focada nas emoções e angústias próprias
do homem do início do século XX. Assim, podemos chamar de
expressionistas artistas como James Ensor, Oscar Kokoshka, Egon
Schiele e Edward Munch.
A obra “O Grito” é um exemplo dos temas que sensibilizaram
os artistas ligados a essa tendência. Nele, a figura humana não
apresenta suas linhas reais, mas contorce-se sob o efeito de suas
emoções. Além de influenciar artistas isolados, as ideias
expressionistas dão origem a dois grupos montados na Alemanha
mas mesmo dentro dos grupos, a tônica está na individualidade e
subjetividade do artista.
Edvard Munch. O Grito. 1893,
Óleo s/ tela, 91 x 73.5cm.

CUBISMO

O movimento surge em Paris em 1907, uma das primeiras obras do movimento cubista foi “As
moças de Avignon”, de Pablo Picasso. Trata-se da imagem de cinco mulheres nuas. Note que as duas
mulheres à direita no quadro possuem o rosto mais semelhante a uma máscara do que a um rosto
feminino. Isso se deve ao grande impacto que a exposição de arte africana no Museu do Homem, em
Paris, em 1905, causou em Picasso, principalmente no que
diz respeito às máscaras ali expostas. A influência da arte
africana está presente em diversas outras obras do artista.
O cubismo tem como seus maiores representantes
na pintura os espanhóis Pablo Picasso (1881-1973) e Juan
Gris (1887-1927) e o francês Georges Braque (1882-
1963); na escultura, o destaque é o lituano Jacques
Lipchitz (1891-1973).
A proposta cubista era, em suma, abandonar a
busca da ilusão da perspectiva e da tridimensionalidade na
pintura, tão perseguidas pelos pintores desde o
Renascimento no século XVI.
Os Cubistas em suas obras buscam mostrar a
realidade de todos os ângulos ao mesmo tempo fazendo
perder os limites entre o objeto e seu contexto.
As principais características da pintura e da
escultura cubistas são a valorização das formas
geométricas e a representação de diferentes faces da
Pablo Picasso. As moças de Avignon, 1907. imagem – um objeto, uma pessoa ou uma paisagem –,
Óleo sobre tela, 243,9 cm × 233,7 cm. como se estivessem todas em um mesmo plano. Assim, a

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perspectiva também aparece de outra forma no cubismo.

FUTURISMO

O Manifesto Futurista de 1906, escrito pelo poeta italiano Filippo Marinetti, é o primeiro de vários e
declara as premissas da nova estética, afirmando que “é da Itália que lançamos ao mundo este nosso
manifesto de uma violência subversiva e incendiária, com o qual fundamos hoje o Futurismo, porque
queremos libertar este país da sua fétida gangrena de professores, arqueólogos, cicerones e antiquários.”
Propõe a glorificação do mundo moderno e a exaltação da máquina e da velocidade, experimentando
técnicas e estilos sem deixar de lado o debate político. Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Giacomo Balla e
Gino Severini estão entre os principais nomes.
Para esses artistas não interessava a representação de um
corpo em movimento, mas sim a expressão do próprio movimento.
Como pretendiam evitar qualquer relação com a imobilidade,
recusaram toda representação realista e usaram, além de linhas
retas e curvas, cores que sugerissem convincentemente a
velocidade.
Dinamismo e simultaneidade são termos paradigmáticos da
proposta. As inspirações nas pesquisas de cor e nos efeitos de luz
do Pontilhismo e nas composições cubistas são evidentes, ainda que
o Futurismo sublinhe, na contramão do Cubismo, a carga emotiva. A
veia política do movimento é outro ponto marcante: a base ideológica
é anticlerical e antissocialista. Diversos membros do grupo, de fato,
aderem ao partido fascista: estamos às portas da 1ª Guerra Mundial
e logo o fascínio pela modernidade se transformará em desilusão.

Umberto Boccione, Formas Únicas de


Continuidade no Espaço, 1913

DADAÍSMO

Na contramão de outras vanguardas, o Dadaísmo apresenta-


-se como um movimento de crítica cultural ampla, interpelando não
só a arte, mas modelos culturais, antigos e novos.
As produções dadaístas são intencionalmente desordenadas
e pautadas pelo desejo do choque e do escândalo. O nome Dada
também é casual, escolhido ao abrir-se um dicionário
aleatoriamente. Da mesma forma, as manifestações do grupo são
propositalmente desordenadas, desconcertantes, escandalosas; a
base teórica é semelhante à do Futurismo e das vanguardas em
geral, mas, no caso do Dadaísmo, trata-se de uma vanguarda
negativa, por não pretender instaurar uma nova relação, e sim
demonstrar a impossibilidade e a indesiderabilidade de qualquer
relação entre arte e sociedade.
Ainda que o Dadaísmo não funda estilos ou projetos
pré-definidos e recuse ainda as experiências formais anteriores, é
possível ressaltar obras exemplares da sua safra: os ready-made de
Marcel Duchamp são manifestações cabais do espírito que
caracterizou o Dadaísmo.
Marcel Duchamp. Fonte , 1917-1964. Urinol
de porcelana, 36 cm × 48 cm × 61 cm.

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Duchamp faz uma crítica contundente ao sistema da arte: objetos utilitários sem nenhum valor
estético em si são retirados de seus contextos originais e elevados à condição de obra de arte ao
ganharem uma assinatura e um espaço em museu ou galeria.
Uma roda de bicicleta sobre um banco compõe a obra “Roda de bicicleta”; um mictório que
invertido e assinado ganha o título de Fonte, ou ainda bigodes desenhados numa reprodução da Monalisa
de da Vinci fazem dela um ready-made retificado, o L.H.O.O.Q. O princípio de subversão dos ready-made
está também nas máquinas antifuncionais de Picabia e nas fotos de Man Ray.
A passagem de Duchamp pela história da arte deixa heranças fortes: o deslocamento do interesse
principal da arte não mais para o produto final em si, mas o mundo das ideias (a arte relaciona-se mais
com as intenções do artista do que algo que ele faz com as suas próprias mãos; e a convicção através dos
ready-mades de que a arte pode ser feita de qualquer coisa, para além dos campos convencionais).

SURREALISMO

O surrealismo foi um movimento artístico que surgiu por volta de 1920, logo após o fim da
Primeira Guerra Mundial, e tinha como foco o mundo dos sonhos, dos pesadelos, da imaginação, da
fantasia. Privilegiava a representação de imagens do inconsciente, da loucura, das profundezas
inexploradas da mente. Era contra a lógica, a razão, a representação da realidade.
O Surrealismo nasce de um desejo de ação
positiva, de se reconstruir a partir de ruínas do Dada.
Algumas imagens são obsessivamente
exploradas: o erotismo, o corpo, bonecos, a dor e a
loucura. Esse repertório traduz-se nas obras por
procedimentos e métodos pensados como capazes
de driblar o consciente.
Na pintura destacam-se, René Magritte, Joán
Miró, Max Ernst, Salvador Dalí. Na fotografia, Man
Ray, Dora Maar e Brasaï. No cinema, Luis Buñuel. A
difusão do Surrealismo pela Europa e Estados Unidos
é rápida. Podemos notar seus ecos em esculturas de
artistas como Alberto Giacometti, Alexander Calder,
Hans Arp e Henry Moore. Na América Latina, temos a
mexicana Frida Kahlo e nos Estados Unidos, o
Surrealismo é fonte de inspiração para o Salvador Dalí. A Persistência Da Memória , 1931. Óleo Sobre
Expressionismo Abstrato e a Arte pop. Nos dias atuais, Tela, 24,1 Cm × 33 Cm.
artistas continuam a tirar proveito das ideias surrealistas em suas obras.

ABSTRACIONISMO

Surge no pós-guerra um estilo que, embora possa ter tido influência do expressionismo abstrato,
teve raízes na arte europeia dos anos vinte e trinta. É denominada abstração pós-pictórica ou pintura de
campo de cor. Essa pintura se caracteriza mais por áreas coloridas do que por formas. É independente
dos modos de estruturação da pintura até então e remete à imaterialidade. Insere-se na tendência da arte
como pesquisa visual.
Pode-se dizer que a abstração pós-pictórica trabalha com a percepção do que há de infinito na
existência. “Podemos nos dar conta perfeitamente”, escreveu Konrad Fiedler ao final do século passado,
[...] de que o olho não só serve para nos proporcionar imagens presentes em nosso exterior, mas que com
o ato da percepção há algo que surge em nosso interior que é capaz de um desenvolvimento
independente por si mesmo.

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Aplicado à arte, isso implica em dizer que uma imagem pintada
que existe no mundo finito pode comunicar algo infinito quando nós,
como expectadores, penetramos mental e perceptivamente no espaço
da imagem. Essa descoberta conformou a obra madura de Mark
Rothko e Barnett Newman. Ambos procedem de um ambiente judeu-
oriental e atravessaram uma fase surrealista e expressionista abstrata
antes de chegar a uma forma de imagem em consonância com a
profundidade de seus pensamentos e sentimentos.
Rothko chegou aos Estados Unidos, da Rússia, em 1913.
Perseguiu objetivos similares aos de Newman; Rothko tentava tornar
visível o espaço por meio da cor e sem referência à realidade externa.
Como Newman, acreditava que a “experiência trágica” era a única
fonte da arte. Em contraste com Newman, Rothko não enfatizava o
plano bidimensional para transmitir efeitos de cor que evocam o
espaço. Seus blocos ou linhas retangulares de contornos borrados
parecem flutuar em um espaço indeterminado. Seu sentido de espaço
tem sua origem em uma experiência real, as grandes extensões dos
Mark Rothko, Nº.3/no.13
campos da América, especialmente de Óregon.
(magenta, black, green on orange) A tendência da abstração pós-pictórica foi dominante em Nova
York e não na Europa, com exceção da Inglaterra.
Em resumo, pode-se dizer que são características dessa tendência:
1. Busca-se ater a coisas estritamente pictóricas, contudo, independente dos sistemas pictóricos,
seja surrealistas, cubistas ou estruturalistas;
2. Uma tendência em despojar a arte de todo significado extra-visual, seja literário ou simbólico;
3. A cor se tornando um tema visual;
4. O artista busca articular a superfície da pintura como um campo, mais que como uma
composição;
5. Há uma busca da bidimensionalidade.

CULTURA AFRO BRASILEIRA

A história dos africanos no Brasil teve início por volta de 1530, quando os portugueses
começaram a levar, à força, pessoas do continente africano para trabalhar como escravos nas colônias
portuguesas, como no caso do Brasil. O tráfico durou até aproximadamente 1850, mesmo após sua
proibição, em 1830.
Os africanos eram trazidos para a nova terra em embarcações chamadas navios negreiros. As
condições dessas viagens eram péssimas: superlotação nos porões dos navios, ausência de alimentação
adequada para as pessoas e nenhum tipo de iluminação nos navios. Por essa razão, era alto o número de
mortos durante o longo trajeto.
Além disso, eles eram tratados como mercadorias, comercializados nos mercados da Bahia, do
Rio de Janeiro, do Maranhão e de Pernambuco. Uma vez comprados, os escravos seguiam para trabalhar
na lavoura, na mineração, na pecuária ou em trabalhos domésticos.
Os quase quatro séculos de escravidão no Brasil deixaram marcas profundas na sociedade, que
perduram até os dias atuais. O racismo e a discriminação são exemplos de uma realidade repleta de
intolerância. A desigualdade entre as raças continua a existir até hoje. Veja a seguir dados sobre
educação e raça, obtidos no censo demográfico de 2010, em que toda a população do País é consultada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A educação é um dos fatores importantes para obter emprego ou melhores empregos, portanto, a
análise dos dados de escolaridade de negros e brancos revela a desigualdade entre eles. Apenas 12,8%

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da população negra frequentava o ensino superior em 2010, enquanto entre os brancos 31,1%
frequentavam o ensino superior.
Tendo essa questão como foco, foram criadas algumas políticas, chamadas ações afirmativas,
que propõem a inclusão dos afrodescendentes em universidades, por exemplo. O objetivo é compensar
uma desigualdade construída socialmente ao longo da história brasileira e valorizar a cultura e as pessoas
afrodescendentes.

RELIGIOSIDADE AFRICANA NO BRASIL

Os negros obrigados a vir para o Brasil como escravos eram impedidos de trazer seus pertences.
Traziam, dos diversos locais do continente africano, somente as memórias e as vivências da terra natal, ou
seja, sua ancestralidade, que seria expressa no Brasil por meio de manifestações culturais e religiosas.
As religiões afro-brasileiras recebem nomes diferentes, dependendo do lugar e da prática de seus
rituais. No Nordeste, por exemplo, há o tambor de mina, o xangô pernambucano e o candomblé baiano.
No Rio de Janeiro e em São Paulo, prevalecem a umbanda e o candomblé. No Sul, o batuque gaúcho. Na
religiosidade africana, os deuses são chamados de orixás.
A crença do candomblé está baseada nos orixás. Cada orixá tem características, cores e roupas
específicas, além de adornos e alimentos preferidos.
As contribuições das culturas africanas para o Brasil são diversas. Estão na culinária e na religião,
além de terem marcado profundamente a música e a dança, como o maracatu, o coco, o afoxé e a
capoeira, entre outras manifestações artísticas.

ARTES CÊNICAS

TEATRO CLÁSSICO E COMÉDIA

A história do teatro no Ocidente tem origem na Antiguidade, mais precisamente na Grécia Antiga.
Nessa época, o teatro era apresentado ao ar livre, em grandes arenas, e os atores usavam
máscaras com expressões de tristeza, alegria ou maldade, bem definidas para que a plateia, que assistia
de longe, pudesse ter uma boa visão e identificar o personagem.
Foi em Atenas, na Grécia dos séculos V e VI
a.C., que se consagraram os primeiros autores de
tragédias gregas: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.
Os temas de suas peças eram, geralmente, as
vitórias gregas nas batalhas contra outros povos, a
mitologia, a exaltação aos deuses, as histórias do dia a
dia, as questões políticas, entre outros. No teatro,
destacam-se dois grandes gêneros, ou seja, formas de
produção teatral consideradas clássicas: a comédia e a
tragédia. A poética, do filósofo grego Aristóteles (384-
322 a.C.), que trata da poesia, da arte e do teatro no
Ocidente. Teatro de Epidauro, Grécia
Na comédia, a intenção é provocar risos. A essência desse gênero possui caráter cômico, com
críticas aos costumes, à vida social, à política, e tem como tema o cotidiano.
Já no gênero tragédia, o sentimento mais presente é a tristeza, os conflitos diversos, as histórias
sentimentais e infelizes, as discórdias, as guerras, as desavenças.
Caracteriza-se, muitas vezes, pela representação de um tema triste, complexo, desafiador.
Atualmente, existem outros gêneros, entre eles o auto, a farsa, o melodrama e a tragicomédia.

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Aqui, entretanto, o foco são os gêneros clássicos. Até hoje as tragédias gregas são encenadas e
causam grande impacto na plateia. As comédias, ainda que escritas para provocar o riso, já apresentavam
denúncias ou críticas aos costumes da época.
Desde sua origem até os dias de hoje, muitas mudanças aconteceram na linguagem teatral. Por
exemplo, atualmente, as peças são interpretadas em diferentes espaços cênicos, os atores não utilizam
máscaras com a mesma frequência que os antigos gregos e os teatros não são mais construídos no
formato de arena, apesar de ainda existirem os que se aproximam desse modelo.
Quando você assiste a um espetáculo de dança, ou a uma peça teatral, está diante da presença
do artista, que realiza seu trabalho naquele instante. Tanto você como o artista vivem uma experiência
estética que acontece no imediato, no aqui-agora. Nessa experiência, o que se vê é o corpo expressivo do
artista, que mostra uma linguagem sensível e que se expressa em cena.
Essa linguagem do corpo em cena é diferente da linguagem do corpo que se veste, que caminha,
que se comunica no cotidiano. Isso ocorre porque o corpo em cena é um corpo artístico que realiza ações
que criam outra realidade para os espectadores.
O corpo daqueles que trabalham nas artes do corpo – teatro, dança, circo – é expressivo e se
prepara de diferentes formas com: alongamentos, exercícios de expressão, de mímica, de concentração,
de interpretação, de movimento.
Nessa preparação, antes de entrar em cena, o artista canaliza sua expressividade para
comunicar, por meio de seu corpo, o personagem: como ele sente, como age, como se manifesta, como
anda e até como respira.
O que o espectador vê é o resultado: o corpo de atores, atrizes, bailarinos, bailarinas e clowns
(palhaços), que exprimem sentimentos, ideias, pensamentos e ações.

TEATRO NACIONAL

Teatro Brasileiro Surgido no século XVI, o teatro brasileiro teve como primeiro objetivo a
propagação da fé religiosa. Dentre uns poucos autores, destacou-se o padre José de Anchieta, que
escreveu alguns autos (antiga composição teatral) com o propósito de catequizar os índios, e integrar
portugueses, índios e espanhóis.
Um espaço de dois séculos separa a atividade teatral dos jesuítas da continuidade e
desenvolvimento do teatro no Brasil. Isso porque, durante os séculos XVII e XVIII, o país esteve envolvido
com seu processo de colonização (como colônia portuguesa) e em batalhas de defesa do território
colonial. Com a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808, ocorreu um progresso
para o teatro, consolidado em 1822 pela Independência.
Auto da Compadecida é uma peça de teatro escrita por Ariano Suassuna em 1955 e encenada
pela primeira vez em 1956, na cidade do Recife, Pernambuco. É, como o título indica, do gênero auto e
trata dos problemas e situações característicos da cultura do Nordeste do Brasil. Três fatos engraçados
ocorrem na peça: o enterro de um cachorro, um gato que “descome” dinheiro e um instrumento musical
que é capaz de ressuscitar os mortos.
Um dos grandes dramaturgos brasileiros foi Nelson Rodrigues (1912-1980). Ele começou a
carreira de jornalista aos 13 anos, como repórter policial no jornal A manhã, fundado por seu pai em 1925.
Boa parte de sua inspiração para escrever peças a respeito da sociedade talvez tenha surgido por causa
dessa experiência.
Nelson Rodrigues era realista em seus textos e criticava a sociedade e suas instituições,
principalmente o casamento. A mulher sem pecado foi sua primeira peça teatral, escrita em 1941. Ele teve
bastante dificuldade de encená-la, pois nenhum ator, diretor ou produtor a quem recorreu se interessou
pelo texto, porque era pesado e violento, diferentemente das chanchadas de sucesso da época. A peça
ficou engavetada por um ano e quatro meses. Quando, por fim, foi encenada, nada aconteceu, nem
aplausos nem vaias. Já Vestido de noiva, de 1943, foi marco da modernidade do teatro brasileiro.
A ditadura militar chegou para impor a censura prévia a autores e encenadores, levando o teatro a
um retrocesso produtivo, mas não criativo. Prova disso é que nunca houve tantos dramaturgos atuando

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simultaneamente. Com o fim do regime militar, no início da década de 1980, o teatro tentou recobrar seus
rumos e estabelecer novas diretrizes. Surgiram grupos e movimentos de estímulo a uma nova dramaturgia.
Agora o teatro contemporâneo vai além, ampliando possibilidades de encenação, do trabalho dos
atores, aprofundando a relação palco-plateia, elaborando novos efeitos cenográficos, utilizando recursos
da mais avançada tecnologia e inovando na utilização dos espaços cênicos.
Nos dias atuais, há também as grandes montagens, os ricos espetáculos, originados
especialmente nos Estados Unidos, mostrando uma infinidade de luzes coloridas, de imagens produzidas
por computadores, muita música, orquestras, dança, efeitos especiais criados pela mais sofisticada
tecnologia, enfim, uma multiplicidade de recursos inimagináveis décadas atrás. Essa indústria do
entretenimento, com seus incontáveis espetáculos e musicais, como O fantasma da ópera (1909), Os
miseráveis (1862), O rei leão (1994), entre outros, rende fortunas de bilheteria.
Mas não apenas de grandes produções vive o teatro contemporâneo. Também são comuns
companhias que trabalham em processos colaborativos, em que diretores, atores, cenógrafos,
iluminadores, dramaturgos e todos os outros profissionais envolvidos na peça, sem hierarquia, discutem e
contribuem para sua construção, em um processo de criação coletiva.

MÚSICA

GÊNEROS MUSICAIS

Assim como existem várias definições para música, também existem muitas classificações e
agrupamentos da música em gêneros, estilos e formas. Separar a música em gêneros é uma tentativa de
classificar cada composição de acordo com critérios objetivos, que às vezes, são difíceis de definir.
Alguns estudiosos da área classificam a música em grandes grupos:
Música erudita- é a categoria considerada elaborada e "culta". Ela é incorretamente conhecida
como "música clássica", pois a música clássica real é produzida levando em conta os padrões do período
musical conhecido como Classicismo.
(Pré- clássico - Rococó). São obras conhecidas e bem familiares e conhecidas, que resistem ao
tempo e são conhecidas por todas as gerações. Para apreciá-la, é necessário que haja tranqüilidade,
audição concentrada e atenção.
Música popular– ela é sempre associada a movimentos culturais populares. Somente após a
urbanização e industrialização da sociedade que ela conseguiu se consolidar e tornar-se o tipo musical
representante do século XX. É a música do dia-a-dia, tocada em shows e festas, usada para dança e
socialização. Segue tendências e modismos e muitas vezes é associada a valores puramente comerciais.
Também pode traduzir ideologias, pensamentos e padrões de comportamento da sociedade, através de
suas letras que podem ser fortes, ousadas e em alguns casos, até sensuais. É subdividida em muitos
gêneros distintos, de acordo com a instrumentação, características musicais predominantes e o
comportamento do grupo que a pratica ou ouve.
Música folclórica ou música nacionalista– é associada a fortes elementos culturais de cada
grupo social e tem caráter pré-urbano ou rural. Normalmente, escutamos as músicas folclóricas em
momentos específicos, tais como festas folclóricas, festas regionais, rituais específicos e através da
tradição que passa de geração em geração (canções de plantio e colheita, a música das rendeiras e
lavadeiras, cantigas de roda e de ninar). Normalmente é transmitida por imitação e costuma durar décadas
ou séculos.
Música religiosa – é utilizada em liturgias, tais como missas e funerais. Também pode ser usada
para adoração e oração ou em diversas festas religiosas como o natal e a páscoa, entre outras. Cada
religião possui formas específicas de música religiosa, tais como a música sacra católica, o gospel das
igrejas evangélicas, a música judaica, os tambores do candomblé, o canto do muezim no Islamismo entre
outras. Cada uma dessas divisões possui centenas de subdivisões. Gêneros, subgêneros e estilos são

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usados numa tentativa de classificar cada música. Em geral é possível estabelecer com um certo grau de
acerto o gênero de cada peça musical, mas como a música não é um fenômeno estanque, cada músico é
constantemente influenciado por outros gêneros. Isso faz com que subgêneros e fusões sejam criados a
cada dia. Por isso devemos considerar a classificação musical como um método útil para o estudo e
comercialização, mas sempre insuficiente para conter cada forma específica de produção.

MÚSICA ERUDITA BRASILEIRA

A Música Erudita, ou Clássica, ou de Concerto, no Brasil dos primeiros séculos de colonização


portuguesa, vinculava-se estritamente à Igreja e à catequese. Com o passar do tempo, irmandades de
música, salas de concerto e manuscritos brasileiros vão traçando o perfil de uma atividade crescente no
país, onde pontificaram nomes como Antônio José da Silva, cognominado "O Judeu", José Joaquim
Emerico Lobo de Mesquita, Caetano de Mello Jesus, entre outros.
Com a chegada de D. João VI no Brasil, tivemos também um grande impulso às atividades
musicais e José Maurício Nunes Garcia destacou-se como o primeiro grande compositor brasileiro. Mas
mesmo com todas as obras feitas por estes compositores, ainda no século 19, falar em música erudita
brasileira era motivo de riso, num período totalmente dominado pelos mestres italianos (com esporádicas
contribuições de alemães e franceses).
Foi somente com Villa-Lobos que a música nacionalista no Brasil introduziu-se e consolidou-se
pra valer. Nessa época, ignorava-se compositores como Alberto Nepomuceno e Brasílio Itiberê da Cunha,
exatamente por causa da excessiva brasilidade de suas composições, e admitia-se Carlos Gomes graças
ao sucesso europeu.
É a partir de Villa-Lobos que o Brasil descobre a música erudita e o país passa, desde então, a
produzir talentos em série: Lorenzo Fernandez, Francisco Mignone, Radamés Gnatalli, Camargo Guarnieri,
Guerra-Peixe, Cláudio Santoro e Edino Krieger são alguns desses expoentes.
Mas mesmo hoje, o Brasil ainda é um país que não percebeu o devido valor da música clássica ou
erudita ou de concerto, talvez por causa de nossa história ou de nossa situação político-econômica. Os
músicos eruditos e os artistas em geral, são como na opinião do professor Koellreutter, "uma espécie de
Quixotes, que lutam contra os moinhos de ventos".

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