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FISIOTERAPIA EM TERAPIA INTENSIVA


NEUROLOGICA ADULTA/ENFOQUE NO
ATENDIMENTO HOSPITALAR NA UTI

FISIOLOGIA CARDIORESPIRATÓRIA

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SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 2
2.0 FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR....................................................................... 4
3.0 SISTEMA RESPIRATORIO CARDIOVASCULAR..................................... ...........5
4.0 SISTEMA RESPIRATORIO.......... ........................................................................7
5.0 ESTRUTURAS PULMONARES............................................................................9
6.0 MECÂNICA RESPIRATÓRIA..............................................................................13
7.0 MAPA CONCEITUAL .................................... ....................................................18
8.0 TRANSPORTES DE GASES............................................................................. 18
9.0 VENTILAÇÃO ....................................................................................................19
10.2DIFUSÃO
cm PULMONAR ......................................................................................20
11.LEI DOS GASES .................................................................................................21
12.FUNÇÕES DO SISTEMA CARDIOVASCULAR...................................................25
13.CORAÇÃO ...........................................................................................................26
14. FIBRA MUSCULAR .............................................................................................27
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 33

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1.0 INTRODUÇÃO

Não há dúvidas de que a Fisioterapia esteja conquistando cada vez mais espaço na
realidade mundial.
A prática da fisioterapia baseada em evidências, detalhada minuciosamente nos
guidelines da WCPT (sigla internacional referente à Confederação Mundial de
Fisioterapia) representa um ganho da profissão, tendo a visão clássica embasada na
filosofia da “tentativa e erro” cedido lugar a uma estratégia cientificista regida pela
necessidade de comprovação prévia. O processo de tomada de decisão do
profissional sobre o melhor tratamento deve envolver as tecnologias de informação,
mecanismos estes que possibilitam o acesso a dados científicos com precedentes
intervencionistas comprobatórios ou não.
A evolução que a profissão vem passando em diversos países se dá pelo aumento
das políticas públicas e pela comprovação dos métodos e técnicas
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utilizados. O perfil do fisioterapeuta está se alterando, por meio do qual a habilidade
clínica do mesmo deve envolver a capacidade de gerir, avaliar, observar, prescrever,
tratar e se comunicar. Contudo, muitos relatos apontam para uma dificuldade do
fisioterapeuta em elaborar uma hipótese diagnóstica correta, corroborando uma
maior preocupação profissional no tratamento em relação aos métodos avaliativos.
A avaliação fisioterapêutica representa uma das ações mais importantes do
profissional. Classicamente subdivida em anamnese e exame físico, é através dela
que o profissional se torna apto a prescrever e delinear objetivos intervencionistas.
Em uma situação complexa e delicada que envolve os métodos e técnicas de
avaliação no paciente, a doença apresentada, embora relevante para definição da
conduta a ser desenvolvida pelo profissional, consiste em apenas um dos dados
registrados durante a anamnese e não deve ser utilizada de forma exclusiva para
nortear a assistência.
A necessidade de se registrar as avaliações fisioterapêuticas provém da
possibilidade de permitir sua reprodutibilidade e de direcionar a intervenção a ser
traçada. Mesmo diante da grande importância que apresenta na rotina do
profissional, ainda não há consenso entre as instituições formadoras sobre os
procedimentos avaliativos a serem aplicados. Assim, o objetivo deste trabalho foi
analisar os métodos e técnicas de avaliação utilizados por fisioterapeutas vinculados
à atenção à saúde da população, na especificidade da neurologia funcional.
Procedimentos terapêuticos neurológicos se fundamentam em abordagens teóricas
sobre como o sistema nervoso central (SNC) controla os movimentos.
O desafio da transferência funcional, ainda não-solucionado nas abordagens
terapêuticas fundamentadas na concepção de organização hierárquica do SNC, tem
impulsionado a tendência de estudos do controle motor na fisioterapia
neurofuncional. Nesta abordagem, presume-se que, além de entender-se como o

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SNC controla os movimentos, deve-se compreender os problemas enfrentados por


este nesse controle.
Entre os problemas enfrentados pelo SNC para controlar movimentos, destaca-se o
processo de formulação de estratégias para a realização de movimentos funcionais,
isto é, que atinjam o objetivo proposto com o menor dispêndio de energia possível. A
seletividade de atenção é considerada um fator importante neste processo, na
medida em que é entendida como um agente mediador entre a captação das
informações ambientais e a realização do movimento.
Os pressupostos teóricos, que definem a atenção como um elo entre organismo e
ambiente, estão fundamentados no paradigma sistêmico aplicado à área do
comportamento motor. Essa visão sobre o papel da atenção para o movimento
humano permite relações com a abordagem do controle motor na fisioterapia
neurofuncional. Entretanto, a atenção ainda é pouco investigada na Fisioterapia e
identifica-se a necessidade de atualização teórica sobre esta temática. Diante disso,
este estudo tem como objetivo apresentar uma revisão teórica sobre a atenção, sob
o ponto
2 cm de vista do paradigma sistêmico aplicado à área do comportamento motor, e
sua relação com pressupostos teóricos da abordagem do controle motor na
fisioterapia neurofuncional.

2.0 SEMIOLOGIA NEUROFUNCIONAL

A Semiologia é muito importante para o diagnóstico da maioria das enfermidades.


Sintoma é toda a informação subjetiva descrita pelo paciente.
A fisioterapia neurofuncional é a área de atuação da fisioterapia que atua na
prevenção e no tratamento de disfunções do sistema nervoso central e/ou do
sistema nervoso periférico.

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2.1 ESTRUTURA DA ANAMNESE:


Identificação:
    Nome, idade, sexo, cor, estado civil, profissão, naturalidade, procedência
2. Queixa(s) Principal(ais):
    Suscintamente registrar(s) o motivo(s) que levou(aram) o paciente ao
fisioterapeuta/médico/hospital
3. História da Doença Atual:
     Descrição cronológica e organizada dos fatos que trouxeram o paciente para a
consulta, incluindo dados anteriores sobre a doença atual e tratamentos feitos
previamente
2 cm para o entendimento da evolução do paciente.
4. História Patológica Pregressa:
Relatar as doenças da infância e doenças da vida adulta (diagnósticos prévios, que
não o da doença atual), cirurgias, traumas, hospitalizações, medicações (anteriores
e atuais com doses e frequência); alergias; imunizações.
5. História Familiar:
    É basicamente uma investigação sobre a possibilidade de doenças hereditárias e
focaliza a linhagem do paciente. Idade e condições de saúde de familiares (pai, mãe,
irmãos, avós, tios, primos); arguir sobre diabete, hipertensão arterial, cardiopatia
isquêmica (infarto), acidente vascular encefálico, dislipidemia, asma, nefropatias,
atopia, neoplasias, doenças genéticas, pólipos intestinais, doenças psiquiátricas,
tuberculose, artrite

6. História pessoal e social:


A história social é de particular interesse para a fisioterapia. Permite que seja
conhecido o cotidiano do paciente. Formação, educação, ocupação, hábitos,
hobbies, problemas sociais, familiares e profissionais. Quando bem colhida, permite
que planos de tratamento fisioterapêuticos sejam confeccionados explorando todo o
potencial do paciente e incluindo ainda situações de particular interesse do paciente.

ANAMNESE DATA:
DADOS PESSOAIS:
NOME DATA DE NASCIMENTO IDADE
SEXO

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END. TEL.
PROFISSÃO

MÉDICO RESPONSÁVEL

DIAGNÓSTICO CLÍNICO

QUEIXA PRINCIPAL

HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL

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HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA

HISTÓRIA FAMILIAR

HISTÓRIA SOCIAL

EXAMES COMPLEMENTARES

MEDICAMENTOS EM USO

OBS.:
QUESTIONAR FUNÇÕES QUE CONSEGUE FAZER:
-O QUE O PACIENTE QUASE CONSEGUE FAZER?
-O QUE O PACIENTE QUASE NÃO CONSEGUE FAZER?
PONTOS POSITIVOS
LIMITAÇÃO FUNCIONAL PRINCIPAL
HIPÓTESE: DEFICIÊNCIA CAUSAL

O exame neurológico – etapas

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1. Estado Mental.
2. Nervos cranianos.
3. Sistema motor.
4. Reflexos.
5. Sistema sensorial.
6. Sinais meníngeos.

Função cortical superior


(Função cognitiva)

l Nível de consciência
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– Alerta, confuso, sonolento, torporoso, comatoso.

l Orientação
Pessoa, tempo e espaço:
Atenção e concentração.
Estado de espírito e afeto.
Julgamento.
Memória.
Linguagem e fala: afasia, disfasia, disartria, dislalia.
Agnosia (perda da capacidade de reconhecimento).
Apraxia (perda da atividade gestual consciente e intencional).

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DIVISÃO FUNCIONAL DO ENCÉFALO

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NERVOS CRANIANOS

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3.0 FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL

A fisioterapia neurofuncional é a área de atuação da fisioterapia que atua na


prevenção e no tratamento de disfunções do sistema nervoso central e/ou do
sistema nervoso periférico.
Entre as principais doenças do sistema nervoso central que geram sequelas
funcionais, estão: os AVEs (acidente vascular encefálico), também conhecido como
AVC, DVE ou, popularmente, "derrame"); os TCEs (traumatismo cranioencefálico,
que abrange desde um pequeno choque contra a parede até uma lesão por projétil
de arma de fogo, por exemplo); os TRMs (traumatismo raquimedular, que aparece
com maior frequência em locais onde se pratica o mergulho — salto — e nos
acidentes automobilísticos); e as doenças decorrentes de alterações genéticas.
Com relação aos distúrbios do sistema nervoso periférico, verifica-se maior
ocorrência de sequelas funcionais após fraturas ósseas importantes, em traumas
diretos sobre os nervos periféricos, em casos graves de herniação discal, além de
outros distúrbios de origem metabólica (diabetes mellitus), tóxica (metais pesados)
ou infecciosa (poliomielite).
As principais sequelas motoras nas lesões do sistema nervoso central são a
hipertonia e a hiper-reflexia, associadas a distúrbios da sensibilidade com magnitude

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e complexidade variáveis. Por outro lado, nas lesões do sistema nervoso periférico
observa-se o oposto, isto é, hipotonia e hiporreflexia ou até mesmo arreflexia.
Adicionalmente, dependendo das características estruturais do nervo lesionado,
alterações sensitivas e autonômicas também podem ser encontradas em
associação. É importante destacar que a perda de força é uma consequência
comum a todos, porém, nas lesões de sistema nervoso central essa perda de força
se dá principalmente pela ausência de controle de contração que pode, com o
passar do tempo, levar ao desuso da região acometida que, por sua vez,
compromete ainda mais a capacidade funcional. No sistema nervoso periférico, a
perda de força pode ocorrer pela ausência do impulso conduzido pelo neurônio
motor ou pela incapacidade de controle central decorrente da ausência de
sensibilidade proprioceptiva adequada.

Quais são os locais de atuação?


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formação sólida faz com que o fisioterapeuta esteja apto a atender nos mais
variados ambientes, tais como o domiciliar, ambulatorial, hospitalar, escolar e o de
trabalho. Mesmo que os recursos sejam escassos no local onde estiver inserido, há
uma série de manobras e técnicas que podem ser feitas manualmente e que geram
excelentes resultados. Neste artigo, serão expostas algumas técnicas e exercícios
com a utilização ou não de aparelhos para oferecer um tratamento adequado aos
pacientes com as mais variadas condições neurológicas, bem como as perspectivas
para o mercado de trabalho e outras dicas importantes voltadas aos fisioterapeutas,
estudantes, pacientes e cuidadores.

Objetivo geral da fisioterapia neurofuncional


Os profissionais que trabalham nesta área desenvolvem ações de promoção,
prevenção de agravos e recuperação da capacidade funcional de pessoas com
condições clínicas que danificam o Sistema Nervoso Central (SNC) e/ou Sistema
Nervoso Periférico (SNP). Em outras palavras, eles levam os pacientes a
desempenhar suas atividades de vida diária como faziam antes da doença ou lesão
e, quando não é possível uma recuperação completa, tentam readaptar as tarefas
para que sejam executadas de uma forma mais simples.

Objetivos específicos
A melhora na percepção de qualidade de vida, na capacidade funcional e a
prevenção de complicações são, em resumo, os principais objetivos específicos da
Fisioterapia Neurofuncional.

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TIPOS DE DOENÇAS TRATADAS PELA FISIOTERAPIA


NEUROFUNCIONAL

Fisioterapia Neurofuncional Pediátrica


A Pediatria sempre se mostrou desafiadora para os profissionais de saúde, inclusive
para os fisioterapeutas. As crianças nem sempre colaboram com o tratamento,
levando a necessidade de implementação de condutas lúdicas para obtenção de
resultados satisfatórios. O método Padovan, que leva o sobrenome de sua
fundadora (Beatriz Padovan), é composto por exercícios que simulam o
Desenvolvimento Neuromotor em todas as suas fases, servindo como estratégia
para reabilitação do Sistema Nervoso.
Inclui os processos de deambulação, fala e pensamento, de forma dinâmica, para
impulsionar ou reconstituir a capacidade funcional dos pacientes. Apesar de poder
ser2 empregado
cm em todas as faixas etárias, o método Padovan é mais efetivo em
pacientes pediátricos, uma vez que suas fundamentações baseiam-se no “andar,
falar e pensar” do desenvolvimento da criança.
Além do Padovan, na década de 40, foi criado um conceito Neuroevolutivo, por Karel
e Berta Bobath, para tratamento de crianças com Paralisia Cerebral, devido ao fato
de que os tratamentos até aquele momento não se mostraram resolutivos para
pacientes com este perfil. As manobras aplicadas no método Bobath, como rotações
de tronco e coluna cervical, permitem ajustes posturais oriundos do próprio paciente,
inibindo a hipertonia que muitos deles apresentam.

Neuropatia Diabética/Polineuropatia e Hemiplegia

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Existem lesões do Sistema Nervoso que acontecem como consequência de doenças


comuns na população brasileira e mundial, a exemplo da Diabetes Mellitus,
Hipertensão Arterial Sistêmica e da Aterosclerose. Um dos desfechos da primeira é
a Neuropatia Diabética, cuja detecção se baseia no comprometimento de fibras
nervosas periféricas e/ou autonômicas, em situações nas quais o paciente possui o
diagnóstico de Diabetes Mellitus e são descartadas outras causas para lesão do
tecido nervoso. Ainda que as pesquisas se desenvolvam rapidamente para oferecer
tratamentos que estabilizem a Diabetes, a neuropatia poderá ocorrer se a doença for
de longa evolução.
A intensidade dos sinais e sintomas da Neuropatia Diabética dependerá de sua
gravidade e de sua tipologia, sendo possível observar nos pacientes acometidos
dores musculares, câimbras, parestesias e queimações em diferentes áreas do
corpo, e se não tratada poderá desencadear deformidades ao longo do tempo.
Em relação à Hipertensão Arterial Sistêmica, popularmente conhecida como
“pressão alta”, o principal desfecho no Sistema Nervoso é o Acidente Vascular
Encefálico Hemorrágico (AVEh), quando vasos sanguíneos que irrigam o tecido
nervoso se rompem, liberando neurotransmissores excitatórios, cursando com morte
neuronal. Já em casos de obstrução do fluxo sanguíneo, como os observados na
Aterosclerose, a falta de oxigênio e glicose em determinada região cerebral é o fator
responsável por promover o Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVEi).

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A estenose arterial, normalmente causada pelo acúmulo de “placas de gordura” que


se aderem ao endotélio, impede parcialmente ou completamente a passagem do
sangue por regiões nobres do Sistema Nervoso. Nos hospitais e clínicas é grande o
número de pacientes com diagnóstico de Neuropatia Diabética e Acidente Vascular
Encefálico (AVE), e a presença do fisioterapeuta é fundamental para sua evolução
clínica, desde a fase aguda até a fase crônica.
O AVE, por comprometer o SNC, pode desenvolver no paciente sequelas graves. Na
maior parte dos indivíduos, a espasticidade, também conhecida como hipertonia
elástica, é uma das consequências que mais limitam a função motora. No membro
superior do hemicorpo que apresenta esta alteração, o padrão das articulações é
predominantemente flexor, ao passo que no membro inferior é predominantemente
extensor, o que gera redução da amplitude de movimento, força muscular,
propriocepção, equilíbrio, entre outras alterações. O paciente que desenvolve
hemiplegia não apresenta contratilidade muscular no hemicorpo acometido, ao
passo que os hemiparéticos possuem algum grau de contração e consequentemente
têm um melhor prognóstico.
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Neuropatia diabética é um termo usado na medicina para descrever a lesão dos
nervos ocasionada pela glicemia elevada. Aproximadamente metade dos diabéticos
apresentam alguma forma de neuropatia. Quanto mais tempo se tem a doença,
maior as chances de desenvolver algum grau de neuropatia e os primeiros sinais de
lesão nos nervos pode ocorrer em cerca de 10 a 20 anos após o diagnóstico da
diabetes. Quase todas as amputações em pessoas diabéticas têm origem na
neuropatia diabética.

A hiperglicemia causa danos nos nervos principalmente autonômicos (cardiovascular, digestivo,


urinário e genital), dos pés e dos olhos.

Doença de Parkinson

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descrita inicialmente por James Parkinson, no ano de 1817, tendo como
fisiopatologia o comprometimento de neurônios da substância negra, reduzindo a
ação dopaminérgica cerebral e consequentemente resultando em perda de
memória, cognição e processamento de informações.
Entre as limitações físicas presentes na evolução da doença, destacam-se:
bradicinesia (movimentos lentos nas atividades de vida diária);
tremor de repouso (movimentos involuntários que desaparecem durante a execução
de determinada tarefa);
hipertonia plástica (também conhecida como rigidez, com manifestação através dos
sinais de cano de chumbo e roda denteada);
instabilidade postural (“postura de esquiador”, que desloca o centro de gravidade
anteriormente e eleva o risco de quedas).
A equipe multidisciplinar é de fundamental importância para o tratamento dos
sintomas e para retardar a progressão da doença, o que inclui intervenções
fisioterapêuticas que permitem melhora da qualidade de vida e redução/manutenção
dos sintomas descritos.

Vertigem posicional paroxística benigna

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Facilmente confundida com a Labirintite, a Vertigem Posicional Paroxística Benígna
(VPPB) é uma condição clínica que acomete os canais semicirculares do Sistema
Vestibular pelo descolamento de cristais de uma estrutura denominada Ampola, que
podem invadir o Canal Semicircular Superior, Posterior ou Horizontal causando
náuseas, zumbido, desequilíbrio e a vertigem propriamente dita.
A maior parte dos pacientes diagnosticados com Labirintite, na verdade, possuem
VPPB e desconhecem o trabalho do fisioterapeuta neste contexto. O interessante é
que a VPPB não é só tratável, como também CURÁVEL, e os pacientes de maneira
geral não são orientados quanto aos recursos existentes e seus benefícios.
Diante da manifestação dos sinais e sintomas da VPPB, o paciente deve procurar o
Neurologista para excluir outras causas e para que o mesmo prescreva a melhor
terapia medicamentosa para cada caso, mas sem se esquecer de procurar também
o Fisioterapeuta Especialista em Fisioterapia Neurofuncional, pois o tratamento
proposto pelo último, conhecido como Reabilitação Vestibular, pode levar à CURA
da VPPB pelo reposicionamento dos cristais mencionados em seu local de origem.

Encefalopatia crônica não progressiva

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O cérebro é um órgão que se desenvolve desde a fase intrauterina até a pós-natal


e, qualquer injúria que danifique suas estruturas neste processo de desenvolvimento
e que não possua característica progressiva, será considerada Encefalopatia
Crônica Não Progressiva. Um dos desafios dos fisioterapeutas que acompanham e
tratam pacientes com diagnóstico de Encefalopatia Crônica Não Progressiva é a
imensa variabilidade de situações clínicas, condicionada às estruturas que foram
lesionadas, o que demanda avaliação minuciosa e amplo conhecimento.
Talvez um dos poucos fatores de intersecção entre todos os casos de Encefalopatia
Crônica Não Progressiva seja o distúrbio motor, porém ainda assim os distúrbios
motores se diferenciam com base nas áreas corticais lesionadas, justificando a
classificação da Encefalopatia Crônica Não Progressiva em espástica (lesão do
córtex motor), extra-piramidal (lesão nos núcleos da base) e atáxica (lesão
cerebelar).
Os pacientes com Encefalopatia Crônica Não Progressiva podem ter hemiparesia
(perda parcial da função motora em um hemicorpo), diparesia (perda da função com
predominância em membros inferiores) e tetraparesia (diminuição do controle motor
nos quatro membros), o que corrobora as particularidades de cada caso clínico.

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Doença de Alzheimer

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A primeira descrição, em relação à Doença de Parkinson, foi mais tardia (1906) e


feita pelo profissional médico Alois Alzheimer, em um relato de caso publicado sobre
sua paciente que evoluiu com quadro de desorientação, dislexia, afasia de
compreensão, além da perda de memória, sendo esta última o critério diagnóstico
mais conhecido pela população em geral para identificação da doença.
Sua etiologia ainda é uma lacuna científica, porém já são conhecidas algumas
lesões que são típicas do Alzheimer, tais como produção descontrolada da proteína
beta-mielóide e a hiperfosforilação da proteína tau, que ocasiona uma série de
emaranhados neurofibrilares no cérebro. O maior problema é que a detecção da
Doença de Parkinson comumente é realizada na fase demencial, pois as alterações
cerebrais citadas precedem os sinais e sintomas apresentados.
Nos estágios mais avançados, a apraxia (incapacidade de realizar atos motores
previamente aprendidos), assim como as alterações na coordenação motora,
flexibilidade, força muscular e equilíbrio se tornam expressivas, cabendo ao
fisioterapeuta empregar técnicas e exercícios para o tratamento da capacidade
funcional dos pacientes com Doença de Alzheimer.

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Como montar um plano de fisioterapia neurofuncional para o seu


paciente
Os especialistas em Fisioterapia Neurofuncional precisam conhecer a fisiopatologia
das doenças e/ou lesões que seus pacientes possuem, mas o que realmente vai
determinar o sucesso do tratamento proposto será a correta avaliação das limitações
funcionais que estes distúrbios proporcionaram. Afinal, quem fecha o diagnóstico
clínico é o médico, sendo responsabilidade do fisioterapeuta apenas o
estabelecimento do diagnóstico cinesiológico-funcional.
Diante de uma boa avaliação e um bom diagnóstico, o tratamento será feito com
emprego de exercícios segmentares (separados por articulações e/ou regiões do
corpo) e funcionais (atos motores da vida diária). A lógica da Reabilitação
Neurofuncional é estimular a neuroplasticidade, através de técnicas que aprimoram
uma função específica (ex: coordenação motora, diadococinesia, sensibilidades,
dissociação de cinturas, equilíbrio postural) ou restauram uma função parcialmente
perdida.
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É também lançar mão de padrões e manobras respiratórias (com ou sem auxílio de
aparelhos) para melhorar a força do diafragma e dos intercostais, aumentar a
complacência pulmonar, otimizar a capacidade de tosse e desobstruir as vias
aéreas, quando pertinente. Abaixo serão apresentados exercícios de alta relevância
para a Fisioterapia Neurológica, aplicados às condições clínicas e doenças
apresentadas.

4.0 TRATAMENTO DAS SEQUELAS DO ACIDENTE VASCULAR


ENCEFÁLICO

Na fase espástica (tardia) do AVE, o alongamento passivo em conjunto com a


mobilização articular são as primeiras alternativas para ganho de flexibilidade, mas a
peculiaridade é que eles devem ser realizados de forma lenta, pois a espasticidade é
diretamente proporcional à velocidade do movimento, ou seja, aumenta com
movimentos rápidos e diminui com os lentos. A seguir são apresentados
alongamentos passivos e mobilizações para diminuição da hipertonia em pacientes
com AVE.
Outro recurso terapêutico eficaz no ganho de ADM, propriocepção e
neuroplasticidade em pacientes com AVE é a Facilitação Neuromuscular
Proprioceptiva, que demanda manipulação do fisioterapeuta e o auxílio do paciente
aos comandos verbais. Por ser ativo-assistida, esta técnica promove os benefícios
de forma mais rápida, tendo em vista a eficácia da participação do paciente nas
readaptações neurológicas, já expostas em diversos trabalhos científicos.

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Exercícios de descarga de peso contínua em membros superiores e inferiores


também são ótimas opções para redução da espasticidade. Os estímulos
intermitentes estimulam a ativação dos fusos musculares e, por esse motivo, a
descarga deve ser mantida por determinado tempo. Deve-se evitar realizá-la em
repetições com pequeno intervalo.

TRATAMENTO PARA VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA


BENÍGNA
A terapia manual é o pilar de sustentação do tratamento da VPPB, com exercícios
para coluna cervical e tronco, propostos para reordenar a circulação do líquido
presente nos canais semicirculares, buscando o reposicionamento dos cristais em
seus locais de origem. Seguem abaixo exemplos de técnicas de Reabilitação do
Sistema Vestibular.

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TRATAMENTO PARA DOENÇA DE PARKINSON
Os episódios de congelamento (ou freezing) e a bradicinesia, sintomas triviais em
pacientes com Parkinson, podem ser amenizados pelas chamadas “pistas visuais”,
que consistem em obstáculos de diversos tamanhos e formatos para conduzir o
paciente a executar tarefas específicas em percursos. Uma das formas de progredir
o tratamento utilizando estas ferramentas é cronometrar o tempo gasto pelo
indivíduo para completar as atividades. Quanto menor o tempo, maior evolução, e
vice-versa.

TRATAMENTO PARA LESÃO MEDULAR

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As técnicas acerca da melhora da função na Lesão Medular dependem do NN ou


das características sindrômicas presentes. Em pacientes paréticos, que apresentam
espasticidade, toda a função preservada deve ser otimizada, de modo a facilitar as
adaptações ao ambiente. Abaixo é possível observar exemplos de exercícios
posturais favoráveis a maioria dos pacientes com Lesão Medular.
Todos os pacientes com Lesão Medular evoluem com algum comprometimento no
Sistema Respiratório, seja pelo sedentarismo ou pela perda de raízes nervosas
responsáveis por enviar estímulos para contração da musculatura respiratória. O
Treinamento Muscular Respiratório (TMR), é indispensável em programas de
Reabilitação Neurológica, não podendo ser descartada a reabilitação pulmonar
nestes pacientes.

Exercícios de Fisioterapia Neurofuncional – AVE

A espasticidade limita expressivamente as atividades de vida diária de um paciente


pós-AVE, como já mencionado em tópicos anteriores. O foco inicial do fisioterapeuta
na fase espástica é o combate à hipertonia elástica, para posteriormente
desenvolver as funções do hemicorpo que foi afetado. Uma vez que houve remissão
parcial ou total do quadro espástico, o especialista deve se ater a funções básicas,
que passam a ser extenuantes para estes indivíduos após o AVE, como sentar e
levantar, subir e descer escadas, alcançar objetos em diferentes alturas, entre
outras. Buscar a funcionalidade em um paciente neurológico está intimamente ligado
à inclusão social, qualidade de vida e autonomia. Estas metas, inclusive, podem se
estender para grande parte dos pacientes que sofrem com doenças e lesões
provenientes do Sistema Nervoso.

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Restrições de Exercícios Físicos para Pacientes com Distúrbios


Neurológicos

Se o exercício for bem executado, prescrito na frequência e intensidade corretas e


for utilizado largamente em âmbito clínico e científico, não há restrições para o seu
uso. A tolerância do paciente deve ser respeitada, e é importante ter cuidado
também com a duração.
Um acompanhamento interdisciplinar em academias de ginástica e nas atividades
aeróbicas aumentará a segurança do aluno/paciente. Estes indivíduos têm
alterações posturais, na força muscular, na coordenação motora, equilíbrio e
sensibilidade. Basta lembrar destas características e, de maneira sensata e
profissional, prescrever as atividades, que são de extrema relevância para
prevenção de complicações que o sedentarismo acarreta.
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Cuidados Especiais que Devem ser Tomados com Pacientes


Durante o Tratamento Fisioterapêutico Neurofuncional
O maior vilão das alterações de sensibilidade em pacientes com Lesão Medular, por
exemplo, é o fenômeno denominado Disreflexia Autonômica. Quando um estímulo
nocivo é ocasionado em uma região com perda de sensibilidade, há uma resposta
anormal do Sistema Nervoso Autônomo, que pode levar a morte caso o estímulo
não seja removido.

Portanto, não só em casos de Lesão Medular como em todos os quadros de doença


ou lesão neurológica, a atenção com o posicionamento do paciente é obrigatória. Já
nos casos de hipertonia, como espasticidade nos pacientes com sequelas de AVE e
rigidez nos pacientes com Alzheimer e Parkinson, a temperatura do ambiente, seja
ele o solo ou ambiente aquático, precisa ser ajustada. O frio proporciona uma
resposta negativa do tônus muscular, aumentando a espasticidade, enquanto o calor
pode melhorar o feedback do paciente aos recursos terapêuticos utilizados durante a
reabilitação.
As quedas também são comuns, pelo déficit de equilíbrio apresentado, devendo ser
prevenidas durante a fisioterapia e através de orientações para o dia a dia.

Anatomia geral do olho – 3 pares de músculos extraoculares

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Mm. Retos: medial e lateral

2. Mm. Retos: superior e inferior

3. Mm. Oblíquos: superior e inferior

– Estes últimos, promovem a rotação do olho.

Controle autonômico

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* Núcleo de Edinger-Westphal (III par craniano) – controle parassimpático

– Promove contração pupilar (miose)

* Gânglio cervical superior – controle simpático

– Promove dilatação pupilar (midríase)

NERVO TRIGÊMEO

É assim chamado por possuir três ramos: o mandibular, o oftálmico e o nervo


maxilar. É um nervo com função mista (motora e sensitiva), porém há o predomínio
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de função sensitiva. Controla, principalmente, a musculatura da mastigação e a
sensibilidade facial.

LESÃO DO NERVO FACIAL

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Caracteriza-se pelo enfraquecimento ou paralisia dos músculos de um dos lados do


rosto. Ocorre em razão de uma reação inflamatória envolvendo o nervo facial, que
incha e fica comprimido dentro de um estreito canal ósseo localizado atrás da
orelha. Essa alteração impede a transmissão dos impulsos nervosos para os
músculos responsáveis pelos movimentos faciais, provocando incapacidade e
diferença entre os dois lados da face.
A fisioterapia é indispensável com o objetivo principal de restabelecer o trofismo, a
força e a função muscular.
O tratamento da paralisia facial periférica consiste em estimular a musculatura da
hemiface acometida, induzindo-a ao movimento, e inibindo as atitudes viciosas. A
hemiface sadia também deve ser abordada com técnicas de relaxamento e
alongamentos pois seus músculos estarão sobrecarregados devido ao predomínio
unilateral.

Os músculos acometidos que deverão ser estimulados são:

Occiptofrontal – levanta as sobrancelhas;


Orbicular – fecha os olhos;
Corrugador e prócero – junta as sobrancelhas;

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Bucinador – mantém as bochechas contra os dentes;


Risório- sorriso;
Orbicular da boca – fecha a boca;
Depressor do lábio inferior – puxa a boca para baixo;
Mentoniano – enruga o queixo.
As técnicas para estimular estes músculos são exatamente induzi-lo ao movimento
inibindo a atuação dominante do lado sadio.
Para tanto, a facilitação neuro propceptiva está indicada. O movimento a ser
realizado inicia-se mediante um estímulo de estiramento e prossegue segundo uma
resistência (pequena) imposta. Se o paciente já estiver movimentando. Se o
movimento não estar presente ou é discreto, o estímulo de estiramento é dado e o
movimento realizado passivamente. Numa fase adiantada os movimentos são feitos
sozinhos e sustentados em contração.
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A escovação, a crioterapia ou batidinhas rápidas ao longo do músculo são também


formas de estimular o músculo para o movimento. É interessante, antes de iniciar os
movimentos, fazer uma massoterapia na região com o objetivo de aumentar o fluxo
sangüíneo para o tratamento.

Exercícios ativos em frente ao espelho devem ser encorajados como: olhar com
surpresa, franzir a testa, aperta e depois abrir os olhos e boca, sorrir, falar as vogais.
A eletroterapia com correntes funcionais também pode ser usada.

ESPASTICIDADE: AUMENTO DO TÔNUS MUSCULAR E DOS


REFLEXOS ESPINHAIS

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A espasticidade pode ser definida como o aumento, velocidade dependente, do


tônus muscular, com exacerbação dos reflexos profundos, decorrente de
hiperexcitabilidade do reflexo do estiramento.
Na espasticidade, é comum a aplicação de técnicas como a crioterapia. A medida
consiste na aplicação de frio nos músculos para retardar os reflexos que provocam a
contração. Também é possível a aplicação de calor, que reduz a dor pelo
relaxamento temporário do músculo.

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2 cm

Quais são as consequências da espasticidade?


A espasticidade pode causar problemas, como dor muscular ou espasmos,
dificuldade em mudar de posição; pode também gerar contratura, a qual apresenta
alterações na homeostase do tecido no complexo neuromuscular-tendão que
aumenta a rigidez passiva do músculo e limita a mobilidade das articulações, sem
que haja alguma produção de força ativa dos músculos, concomitantemente uma
deformação óssea (diminuição da densidade óssea) e articular.

Qual a interferência da espasticidade na qualidade de vida?


A espasticidade gera problemas sintomáticos e funcionais os quais podem causar
incapacidade e limitações para sobreviventes de AVC, causando um impacto
negativo na qualidade de vida relacionada à saúde. Os sobreviventes de acidentes
vasculares cerebrais com espasticidade geralmente adquirem posturas patológicas
de membros superiores e inferiores, o que vai acarretar em limitações e
incapacidades para realizar atividades de vida diária, como por exemplo: alcançar
objetos, se alimentar, se vestir, tomar banho, e até mesmo, caminhar.

Qual é o melhor momento para iniciar a Fisioterapia?

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No intuito de melhorar a qualidade de vida desses pacientes, a Fisioterapia para


amenizar a espasticidade deve ser iniciada o mais cedo possível. E vem sendo uma
grande aliada através de técnicas específicas que visam dar maior autonomia e
funcionalidade para esses indivíduos, para que sejam reinserindo na sociedade.
Assim, pode-se promover ganho no desempenho em realizar as atividades e
capacidade para participar mais ativamente de sua vida socioeconômica. E
consequentemente reduzir os quadros de depressão e ansiedades.

Deve-se fazer Fisioterapia na fase Hospitalar?


É importante a Fisioterapia para posicionar bem o paciente e evitar posturas
inadequadas, além de movimentar passivamente o hemicorpo desses pacientes. A
movimentação mesmo que passiva irá flexibilizar os músculos evitando futuras
contraturas e evitar que a memória dos movimentos sinérgicos adequados se
modifique. A ativação do corpo desperta o cérebro a funcionar adequadamente.
2 cm

Exame da marcha

O paciente deve estar descalço e semidespido. Sempre que possível, solicitar ao


paciente realizar alguns passos sem controle visual.

O processo começa com um exame físico ortopédico e neuromuscular do paciente


no qual são mensuradas as amplitudes do movimento e força dos membros

3 cm
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inferiores. Em seguida, a preparação do paciente envolve a tomada de medidas


antropométricas (como peso e altura) e a colocação de marcadores e/ou eletrodos
na pele.
A análise da marcha está indicada para os pacientes com alguma alteração na
marcha, proveniente de cirurgias ortopédicas por lesões na coluna, quadril, joelho e
tornozelo, ou que por algum motivo utilizaram dispositivos auxiliares de marcha
(muletas, andador e bengala).
A avaliação da marcha é feita por meio da filmagem do paciente nos planos coronal
e sagital, com a utilização de marcadores anatômicos. Esta análise fornece dados
subjetivos e objetivos como: angulações do tornozelo, joelho e quadril; inclinação da
pelve; comprimento do passo e da passada; cadência e tempos de apoio; e balanço
durante a marcha.

A avaliação do movimento é indicada para:


2 cm
• Compreender mecanismos da marcha patológica;
• Quantificar o afastamento de padrões da normalidade;
• Realizar uma comparação pré e pós-tratamento;
• Sugerir correções das alterações encontradas;
• Reproduzir os dados que ajudarão na reabilitação.

O equilíbrio

 Informa sobre a posição e o movimento da cabeça,


provendo-nos com o sentido do equilíbrio, e auxiliando nos na coordenação dos
movimentos da cabeça e dos olhos e nos ajustes da postura corporal.

 Solicitar ao paciente para assumir a posição ereta, com os pés juntos e olhos
abertos. O examinador deverá estar ao lado do paciente. Pequenas
oscilações podem surgir e não são patológicas. Verificar se o paciente
“precisa enxergar o piso” para manter-se de pé. Examinar com olhos abertos
e fechados.

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 Sinal de Romberg – ataxia sensitiva (distúrbio na propriocepção).

Sensibilidade

l Exteroceptiva
– Dolorosa e Térmica (espátula)
– Tátil (chumaço de algodão ou pincel)

l Proprioceptiva
– Artrestesia (ou postural)
– Cinestesia (movimentos passivos)
– Palestesia ou sensibilidade vibratória (diapasão de 128 Hz)

l Hiperestesias, hipoestesias, anestesias, parestesias.

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Dermátomos sensitivos

A palavra dermátomo possui origem grega, significando “áreas da pele”. Os


dermátomos são na verdade áreas teóricas específicas do corpo humano, que são
derivadas de células de um certo sómito. As áreas se espalham de acordo com o
nervo espinhal dominante responsável por sua inervação.
Os processos patológicos, principalmente infeções víricas, que ocorrem em certos
nervos espinhais ou nos seus gânglios frequentemente manifestam-se como lesões
cutâneas na área do dermátomo respetivo, pelo que estar familiarizado com a
localização dos dermátomos específicos ajuda a diagnosticar a condição facilmente.
Níveis dos dermátomos
principais:
– C5 → clavículas
– C6 → polegar
– C8 → 4o e 5o dedos
– T4 → mamilos
– T10 → umbigo
– T12 → virilha
– L4 → lado medial do 1o
PDT
– S1 → margem lateral do pé

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SINAIS DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA


(RIGIDEZ NUCAL, SINAIS DE BRUDZINSKI, LASÈGUE E KERNIG)

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Casos fulminantes com sinais de choque também podem ocorrer. A irritação


meníngea associa-se aos seguintes sinais: Sinal de Kernig: resposta em flexão da
articulação do joelho, quando a coxa é colocada em certo grau de flexão,
relativamente ao tronco.
Os sinais de Kernig, Brudzinski e de Lasègue são sinais que o corpo dá quando são
realizados determinados movimentos, que permitem detetar uma meningite e, por
isso, são utilizados por profissionais de saúde para auxiliar no diagnóstico da
doença.
A meningite caracteriza-se por uma inflamação grave das meninges, que são
membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, que pode ser causada por
vírus, bactérias, fungos ou parasitas, levando ao surgimento de sintomas como dor
de cabeça intensa, febre, náuseas e rigidez do pescoço.

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Sinal de Lasègue
é um sinal clínico que descreve a existência de dor na parte posterior da perna
quando a perna é estendida. A dor é provocada pela flexão da coxa sobre a bacia.
Este sinal é característico da ciática, mas pode ser observado em mais condições e
ajuda a determinar se um paciente com lombalgia tem uma hérnia discal

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Sinal de Kernig

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Sinal indicativo de meningite e que consiste no despertar de uma contractura


dolorosa da região lombar, quando se faz a flexão da coxa sobre a bacia com a
perna em extensão.

Sinal de Brudzinski

Flexão involuntária da perna sobre a coxa e desta sobre a bacia, ao se tentar fletir a
cabeça do paciente. Crianças de até nove meses poderão não apresentar os sinais
clássicos de irritação meníngea.

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CONCLUSÃO.

O envelhecimento da população, os hábitos de vida, o sedentarismo e o aumento da


expectativa de vida predispõem cada vez mais os indivíduos às morbidades
provenientes das doenças neurodegenerativas que ocasionam alterações
temporárias ou permanentes e levam a prejuízos em suas funções diárias e
profissionais, tornando-o dependente de terceiros, com grande impacto
econômico,social,físico e emocional. A abordagem fisioterapêutica ao paciente
neurológico necessita cada vez mais de especialização e atualização baseada em
evidências científicas, identificando e analisando déficits neurológicos e
determinando o tratamento adequado para cada paciente. Nessa especialização, o

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aluno conhecerá toda a teoria necessária para embasar sua atuação em abordagens
terapêuticas para distúrbios de movimento complexos e extensos.

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15. REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS:

Porto, CC. Semiologia Médica. 4 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001, p.
3-158.
Roshan M, Rao AP. A Study on Relative Contributions of the History, Physical
Examination and Investigations in Making Medical Diagnosis. JAPI 2000
1. Carr JH, Shepherd RB. The changing face of neurological rehabilitation. Rev Bras
Fisioter. 2006;10(2):147-56.
2. Gordon J. Assumptions underlying physical therapy interventions: theoretical and
historical perspectives. In: Carr JH, Shepherd RB, editors. Movement science
foundations for physical therapy in Rehabilitation. 2nd ed. Gaithersburg: Aspen;
2000. p.1-31.
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3. Kelso LA, Zanonne PG. Coordination dynamics oflearning and transfer across
different effector systems. J Exp Psychol Hum Percept Perform. 2002;28(4):776-97.
4. McNevin NH, Wulf G, Carlson C. Effects of attentional focus, self-control, and dyad
training on motor learning: implications for physical therapy. Phys Ther.
2000;80(4):373-85.
5. Pellegrini AM. Revisitando a atenção. In: Teixeira LA, editor. Avanços em
comportamento motor. São Paulo: Movimento; 2001. p.147-65.
6. Schoner G. Recent development and problems
GILLARD P.J., SUCHAREW D.K., BELAGAJE S., VARON S.; ALWELL K.;
MOOMAW C. J, et al.. The negative impact of spasticity on the health-related quality
of life of stroke survivors: a longitudinal cohort study. Health and Quality of Life
Outcomes (2015) 13:159 DOI 10.1186/s12955-015-0340-3.
TERRANOVA T.T., ALBIERI F.O., ALMEIDA M.D., AYRES D.V.M., CRUZ S.F.,
MILAZZOTTO M.V., et al. Acidente vascular cerebral crônico: reabilitação. Acta
Fisiatr. (2012) 19(2):50-9. DOI: 10.5935/0104-7795.20120011.

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