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CURSO ON-LINE – EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA AUDITOR

FISCAL DE ATIVIDADES URBANAS – SEPLAG-DF


LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA
AULA 1

Olá! Seja bem-vindo(a) à nossa “sala de aula”. Aqui


analisaremos algumas provas recentes da Fundação Universa (Funiversa).
Hoje nosso estudo tem como ponto de partida as provas abaixo
discriminadas, conforme anunciei na aula demonstrativa.

Aula Órgão/Entidade Cargo Ano


Adasa-DF Técnico em Regulação 2009
1 Sejus-DF Técnico Administrativo 2010
Terracap Administrador 2010

Vamos, então, às respectivas questões. Sugiro que você


mantenha consigo um bom dicionário e uma boa gramática.

Texto I, para responder às questões de 1 a 4.

Planeta azul

1 A vida e a natureza sempre a mercê da poluição


Inverte as estações do ano, faz calor no inverno e frio no verão
Os peixes morrendo nos rios, estão se extinguindo espécies animais,
4 E tudo que se planta colhe,
O tempo retribui o mal que a gente faz.

Onde a chuva caía, quase todo dia, já não chove nada,


7 O sol abrasador rachando os leitos dos rios secos, sem um pingo d´água
Quanto ao futuro inseguro será assim de Norte a Sul.
A Terra nua semelhante à Lua, o que será desse planeta azul?
10 O que será desse planeta azul?

O rio que desce as encostas, já quase sem vida, parece que chora
No triste lamento das águas, ao ver devastadas a fauna e a flora
É tempo de pensar no verde, regar a semente que ainda não nasceu,

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Deixar em paz a Amazônia, preservar a vida, estar de bem com Deus.


Rio Negro e Solimões.

1. (Funiversa/Adassa-DF/Técnico em Regulação/2009) Do texto I é


possível inferir que

(A) a vida e a natureza estão sempre à disposição da poluição.


(B) as consequências da degradação são sentidas em todo o planeta.
(C) a inversão das estações do ano foi promovida pela natureza.
(D) o tempo não responde pelo mal que recebe.
(E) o sol é tão quente quanto uma brasa.

Comentário – Alternativa A: estar à disposição de algo ou alguém é


permanecer disposto a cooperar ou colaborar com ele. Situação diferente é a
que foi indicada na primeira linha do texto. A vida e a natureza não estão
dispostas a cooperar com a poluição; a ideia é de sujeição. A vida e a
natureza estão ao sabor ou capricho da poluição. Item errado.
Alternativa B: uma inferência (interpretação indutiva)
baseia-se em indícios encontrados no texto. Não espere encontrar uma
resposta categórica nele. É preciso ampliar o raciocínio contido nas palavras
do autor, com o cuidado de não extrapolar os limites que ele nos impõe.
Não somos livres para empregar qualquer sentido; mas podemos construir o
sentido dentro de um conjunto de possibilidades que o texto permite.
Assim sendo, o terceiro parágrafo é decisivo. O autor
forneceu alguns elementos marcadores para a leitura: “de Norte a Sul”,
“Terra nua”, “o que será desse planeta azul?” (note a repetição desta no
texto), dando-nos a entender o que realmente está escrito no enunciado.
Alternativa C: a “natureza” é vítima da “poluição”, que de
fato é a responsável pela inversão das estações.

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Alternativa D: a informação na linha 5 é bastante clara a


esse respeito: “O tempo retribui o mal que a gente faz.”
Alternativa E: eis aqui um caso de extrapolação
(afirmação que vai além do que o texto nos autoriza). O vocábulo
“abrasador” (derivado de brasa) foi empregado para qualificar o substantivo
“sol” e nos dá a ideia de um aquecimento solar intenso. O examinador se
aproveitou da origem da palavra “abrasador” para forjar uma comparação
sem qualquer fundamento no texto.
Resposta – B

2. (Funiversa/Adasa-DF/Técnico em Regulação/2009) No trecho “Onde a


chuva caía, quase todo dia, já não chove nada”, a expressão sublinhada
desempenha a função de sintática de

(A) objeto direto.


(B) complemento nominal.
(C) conectivo conjuntivo.
(D) adjunto adnominal.
(E) adjunto adverbial.

Comentário – A banca “comeu mosca”! Ela não sublinhou a expressão que


permitira a correta análise da questão. Todavia vamos aproveitá-la para dar
uma “pincelada” em cada termo da oração.

Objeto Direto (OD) Î completa o sentido de um verbo


transitivo direto e, normalmente, aparece sem preposição (a preposição
não é obrigatória).

Quero glória e fama.


Os jornais nada publicaram.

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Às vezes, pode o objeto direto vir regido por preposição


(objeto direto preposicionado). São casos especiais de ocorrência. Seja
como for, esteja certo de que é a regência do verbo (e não a preposição)
que determinará se o complemento é ou não objeto direto.

Amamos a Deus. (quem ama ama alguém)


Bebeu da água. (quem bebe bebe algo)

Complemento Nominal (CN) Î termo que integra ou limita


o sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo abstrato; aparece
sempre preposicionado.
Agiu favoravelmente a ambos. (o termo em destaque
complementa o sentido do advérbio “favoravelmente”).

O fumo é prejudicial à saúde. (o termo em destaque


complementa o significado semântico do adjetivo “prejudicial”).

Tenho confiança em ti. (agora, é o substantivo abstrato


“confiança” que tem seu significado complementado pelo termo em negrito).

Conectivo Conjuntivo Î o examinador “pegou pesado”!


Será que ele conseguiu dá um “nó” na sua cabeça também? Em gramática,
essa expressão significa simplesmente elementos que juntam, reúnem,
conectam ou estabelecem relações entre palavras e orações, como as
conjunções e, nem, ou etc.

Par ou ímpar?
Ele possui coragem e determinação.

Adjunto Adnominal Î é termo de valor adjetivo que serve


para especificar ou delimitar o significado do substantivo, podendo ser
expresso por:

a) adjetivo: Compareceram pessoas interessadas.

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b) locução adjetiva: Era um homem de consciência.


c) artigo: O mar era um lago sereno e azul.
d) pronome adjetivo: Minha camisa é igual à sua.
e) numeral adjetivo: Casara-se havia duas semanas.
f) oração adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos,
caíram-lhe pelo rosto.

Adjunto Adverbial Î é termo de valor adverbial que denota


as circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal, ou intensifica o
sentido deste, de um adjetivo ou de um advérbio, podendo ser expresso
por:

a) advérbio: Aqui não fica ninguém reprovado.


b) locução ou expressão adverbial: Lá embaixo, nós
começamos a dançar sob o sol do meio-dia.
c) oração subordinada adverbial: Quando acordou, não havia
mais ninguém por perto.

Resposta – Anulada

3. (Funiversa/Adasa-DF/Técnico em Regulação/2009) O sujeito do verbo


“parece”, no verso 11, é

(A) “as encostas”.


(B) “a vida”.
(C) “O rio”.
(D) “o lamento das águas”.
(E) “o triste lamento”.

Comentário – Você se lembra das aulas das tias dos primários sobre o
sujeito da oração? Como elas nos ensinavam a identificar o sujeito do verbo?

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– Joãozinho, meu filho, faça a pergunta ao verbo. A resposta


é o sujeito!

Pois bem, vamos aplicar isso aqui. Quem parece que chora?
O rio!
Eu confesso que a resposta melhor deveria incluir a oração
adjetiva restritiva: “o rio que desce as encostas”, pois ela funciona como um
adjetivo e particulariza “o rio”, como em:

O carro preto é mais valorizado do que o carro branco.

Nem todos os carros são mais valorizados do que o branco,


mais o preto sim. Portanto, à pergunta: “Qual carro é mais valorizado?”, a
resposta não poderia desprezar o adjetivo “preto”, sob pena de generalizar a
informação. A resposta deveria se dada assim: “O carro preto.”
Resposta – C

4. (Funiversa/Adasa-DF/Técnico em Regulação/2009) Observando a


significação das palavras, no contexto, pode-se afirmar que

(A) na expressão “Os peixes morrendo nos rios” (verso 3), entende-se que
a causa da morte fora afogamento .
(B) na interrogativa “O que será desse planeta azul?” (verso 10), está
subtendida a necessidade imediata da mudança de cor do planeta.
(C) a Lua será habitada, apesar da semelhança com a Terra.
(D) em “será assim de Norte a Sul” (verso 8), infere-se que a natureza
pedirá socorro em qualquer lugar do planeta.
(E) o futuro será seguro para os moradores do Leste e Oeste.

Comentário – Alternativa A: o termo “nos rios” expressa o local em que os


peixes estão morrendo. Não há como depreendermos a causa da morte na
expressão.

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Alternativa B: é sabido que a designação “azul” se deve à


aparência da Terra vista do espaço. Por causa dos oceanos que a recobrem,
a superfície do nosso planeta é azulada. A pergunta representa uma reflexão
sobre os problemas ambientais sofridos pelo “planeta azul”.
Alternativa C: em “A Terra nua semelhante à Lua”, os
autores indicam a condição que a Terra está adquirindo em virtude de
problemas ambientais: sem condições de vida, à semelhança da “Lua”.
Alternativa D: comumente, a expressão “de Norte a Sul”
representa extensão territorial. Em outras palavras, ela abrange os mais
diversos lugares do nosso país.
Muito cuidado agora! Observou o verbo inferir? Sim, não há
nada de maneira contundente no texto que diga que a natureza pedirá
socorro. No entanto, o contexto em que o trecho se insere – repare bem,
prezado(a) aluno(a) – fala da desolação que vem arruinando certos lugares.
Ao dizer “será assim”, os autores estendem essa ruína já presente em
algumas regiões a outras. A insegurança atual se expandirá, podendo haver
até mesmo escassez de vida na Terra. Em meio a esse contexto,
considerando os elementos marcadores (ou indícios), não é demais
interpretar que a natureza pedirá socorro em qualquer lugar do planeta.
Alternativa E: essa alternativa contraria, “de cara”, a
alternativa anterior. Se haverá segurança para os moradores de Leste e
Oeste, porque a natureza pedirá socorro em qualquer lugar do planeta?
Além disso, o aspecto desalentador quanto ao futuro abrange todo o
planeta. Repare: “A Terra nua semelhante à Lua, o que será desse planeta
azul? O que será desse planeta azul?”.
Resposta – D.

Texto II, para responder às questões de 5 a 8.

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Projeto Brasil da Águas

1 A segunda campanha do Projeto Brasil das Águas


foi realizada pela região Centro-Oeste em novembro.
Testemunhamos que muitos rios sofrem de sérios problemas
4 de assoreamento, rios outrora cristalinos agora são rios de
areia. Mas também encontramos muitos outros ainda
transparentes, como o Juruena e o Arraias, e visitamos uma
7 raridade, o rio Cristalino, perto de Alta Floresta (MT), ainda
intacto do começo (na Serra do Cachimbo) ao fim
(desemboca no rio Teles Pires).
10 Cientes da preocupação dos índios do Parque
Indígena do Xingu quanto à qualidade da água que bebem,
várias coletas foram feitas nos rios e em lagos do parque.
13 Ouvimos os comentários ansiosos dos caciques Aritana
(Yawalapiti) e Kotoky (Kamayurá) a respeito do
assoreamento e da deterioração dessas águas, algo que
16 percebem pela diminuição da quantidade de peixes. Nobre é
a preocupação demonstrada por eles, visando ao bem-estar
das futuras gerações; não pensando apenas na geração
19 presente.
No oeste do estado de Mato Grosso, descobrimos
rios belíssimos, como o Juruena, Papagaio e Buriti, faixas
22 azuis atravessando matas e cerrados intactos, descendo das
nascentes em áreas ainda não tomadas pela soja, na
Chapada dos Parecis. Brilhavam pequenas praias
25 convidativas. Bancos de areia submersa traçando desenhos
ondulados por baixo das águas transparentes. Corredeiras
alegres, cachoeiras escondidas e uma vegetação nativa

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28 ainda intacta. No dia em que voamos de Alta Floresta para


Vilhena (RO), a tentação era grande demais. Fizemos pit stop
para almoçar em uma praia deserta colada a uma ilha verde
31 em pleno Juruena. Só nós dois e, na areia, as pegadas das
capivaras.
Decolando de Cuiabá no dia 16 de novembro, rumo
34 ao Araguaia, houve um incidente que deixou o Talha-mar na
Chapada dos Guimarães. Ele vai ficar alguns meses fora de
serviço, mas o projeto não parou. O Brasil das Águas
37 continua. Já adotamos e adaptamos o Talha-marzinho.
Felizmente, nenhuma gota das amostras colhidas
durante a viagem perdeu-se durante o incidente na Chapada:
40 tudo foi entregue aos cientistas-parceiros para análise. Hoje,
podemos anunciar que 17% do projeto já está realizado!
Gérard e Margi Moss. Internet: <http://www.brasildasaguas.
com.br/brasil_das_aguas/centro_oeste> (com adaptações).

5. (Funiversa/Adasa-DF/Técnico em Regulação/2009) De acordo com as


ideias apresentadas no texto II, assinale a alternativa correta.

(A) Pelo contexto é possível concluir que Talha-mar é o nome da


embarcação marítima utilizada como transporte no dia 16 de novembro.
(B) Percebe-se no texto a intenção dos autores em narrar os
acontecimentos.
(C) No trecho “Ouvimos os comentários ansiosos dos caciques” (linha 13),
os índios descrevem a situação para evidenciar a preocupação com as
águas.
(D) A evidência de faixas azuis atravessando matas e cerrados é
relacionada a cordões de isolamento para a proteção de áreas já
depredadas.

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(E) Os cordões azuis são encontrados com mais frequência em regiões onde
há rios.

Comentário – Alternativa A: não menospreze o examinador, pois ele é


malicioso demais. Como a maior parte do texto trata da situação dos rios, o
examinador associou a eles o nome do meio de transporte utilizado pelos
protagonistas. Mas repare que, na linha 28, foi revelado que a tripulação
voou. Na linha 33, foi usado o verbo decolar. Portanto o “Talha-mar”
representa um avião.
Alternativa B: o texto é predominantemente narrativo,
modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorrem
em determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens.
Alternativa C: não é bem assim! Os índios estão mais
preocupados com o bem-estar das gerações futuras, por isso reclamam da
qualidade das águas que bebem.
Alternativa D: a informação contida na linha 22 desabona
esta assertiva da banca. As faixas azuis estão associadas a “matas e
cerrados intactos”.
Alternativa E: não existe no texto a ideia de frequência
quanto à existência dos cordões azuis. Os narradores apenas informam que
os descobriram “No oeste do estado de Mato Grosso”, onde há “rios
belíssimos, como o Juruena, Papagaio e Burit”.
Resposta – B

6. (Funiversa/Adasa-DF/Técnico em Regulação/2009) Assinale a


alternativa em que o termo sublinhado desempenha a função a ele
relacionada.

(A) “A segunda campanha do Projeto Brasil das Águas” (linha 1) – objeto


direto.

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(B) “Mas também encontramos muitos outros” (linha 5) – conectivo


prepositivo.
(C) “várias coletas foram feitas” (linha 12) – sujeito paciente.
(D) “Cientes da preocupação dos índios” (linha 10) – adjunto adnominal.
(E) “houve um incidente” (linha 34) – sujeito.

Comentário – Viu como foi bom darmos uma pincelada em alguns termos
da oração? Aqui a Funiversa cobrou esse conhecimento do candidato. Vamos
“dar nome aos bois”!
Alternativa A: adjunto adnominal. O numeral “segunda”
acompanha o substantivo “campanha”, o qual é núcleo de toda a expressão.
Alternativa B: conectivo conjuntivo de valor semântico
aditivo. A locução figura ao lado de e, nem, como também. Eis os
conectivos essencialmente prepositivos: a, ante, até, após, com, contra,
de, desde, entre, para, por, perante, em, sem, sob, sobre, trás.
Alternativa C: você já sabe como identificar o sujeito do
verbo. O que foi feito? Várias coletas foram feitas. Pronto, o termo “várias
coletas” é o sujeito. Deve saber ainda que o sujeito pode desencadear o
processo verbal (Ele fez várias coletas.) ou sofrê-lo (Várias coletas foram
feitas por ele.). No primeiro caso, o sujeito será o agente do processo; no
segundo, o paciente dele.
Alternativa D: você deve se recordar das explicações sobre
complemento nominal, pois essa é a função sintática do termo “da
preocupação”. Ele está preposicionado e complementa o sentido do adjetivo
“Cientes”.
Alternativa E: quem achou que esta alternativa foi o gabarito
se deixou levar pelo canto da sereia. Guarde duas coisas básicas:
I. Com sentido de existir, o verbo haver não possui
sujeito, visto que é verbo impessoal.

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II. Aquilo que é sujeito para o verbo existir, é objeto


direto para o verbo haver.

Existem bons alunos neste curso.


sujeito

Há bons alunos neste curso.


obj. direto

Resposta – C

7. (Funiversa/Adasa/DF/Técnico em Regulação/2009) Quanto ao trecho


“Bancos de areia submersa traçando desenhos ondulados por baixo das
águas transparentes.” (linhas 25 e 26), assinale a alternativa que
apresenta termos exercendo a mesma função sintática.

(A) “submersa” – “transparentes”


(B) “ondulados” – “traçando”
(C) “de areia” – “desenhos ”
(D) “por baixo” – “Bancos”
(E) “de areia” – “das águas”

Comentário – Você deve já ter percebido que análise dos termos da oração
é um assunto importante para a Funiversa. Estamos novamente às voltas
com ele.
Alternativa A: os adjetivos “submersas” e “transparentes”
especificam os significados dos substantivos “areia” e “águas”, funcionando
como adjuntos adnominais. Se você errou, sugiro que volta à página 23.
Alternativa B: semelhantemente, o adjetivo “ondulados” é
adjunto adnominal de “desenhos”; mas “traçando” é verbo transitivo direto.
Alternativa C: novamente estamos diante de um adjunto
adnominal, agora representado pela locução adjetiva “de areia”. Aqui vai
uma dica: substantivo concreto não tem complemento nominal.

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Quanto ao termo “desenhos”, você já se perguntou o que os bancos de areia


submersa traçam? Eles traçam “desenhos ondulados”. O verbo traçar é TD;
logo o termo “desenhos ondulados” é o seu OD, cujo núcleo é o substantivo
“desenhos”.
Alternativa D: “Bancos” é o núcleo do sujeito; “por baixo” é
adjunto adverbial, pois expressa o lugar em que os desenhos ondulados são
traçados.
Alternativa E: observe a maldade do examinador: a locução
“de areia”, eu já disse, é adjunto adnominal (substantivo concreto não
tem complemento nominal); a locução “das águas” complementa o
sentido da locução adverbial “por baixo”. Aposto como você se lembrou do
que falei sobre complemento nominal, na página 22. Não!? Tudo bem, vou
lhe dar uma “colher de chá”: complemento nominal é termo que integra ou
limita o sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo abstrato;
aparece sempre preposicionado.
Resposta – A

8. (Funiversa/Adasa/DF/Técnico em Regulação/2009) Acerca da expressão


destacada em “Fizemos um pit stop para almoçar em uma praia
deserta” (linhas 29 e 30), é correto afirmar que

(A) é evidente e exagerado o uso de palavras estrangeiras, pois o texto foi


escrito por estrangeiros.
(B) foi utilizado o estrangeirismo, uso de construções com palavras
estrangeiras.
(C) a língua estrangeira é predominante nos textos brasileiros.
(D) a expressão estrangeira poderia ser substituída pela expressão
brasileira “uma vaquinha”, ato de recolher dinheiro entre os presentes
para custear algo, sem acarretar prejuízo semântico para o texto.

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(E) a expressão em estudo já foi introduzida no vocabulário da língua


portuguesa, portanto não deve ser considerada como estrangeirismo.

Comentário – Não há exagero de vocabulário estrangeiro, que apareceu


apenas uma vez. É um absurdo pensar que nos textos brasileiros predomina
a língua estrangeira. A expressão “pit stop”, comum na fórmula 1, significa
parada rápida para trocar pneus e/ou colocar combustível; por extensão
pode significar qualquer intervenção rápida em uma atividade de rotina, seja
para almoçar, descansar, ir ao banheiro etc. Finalmente, a expressão ainda
não consta no vocabulário da língua portuguesa.
Resposta – B

Texto I, para responder às questões de 9 a 12.

1 A União Europeia inaugurou um novo patamar de


integração política e econômica no globo. A cooperação entre
seus países permitiria à região fazer frente a outras
4 potências, como os Estados Unidos e o Japão, e, assim,
assegurar o bem-estar social e a segurança de sua
população. Com o passar dos anos, o bloco incorporou
7 nações menos desenvolvidas do continente e instituiu uma
moeda única, o euro, que atraiu investidores e chegou a
ameaçar o domínio do dólar como reserva internacional de
10 valor. Mas a crise financeira mundial fez emergir as
fragilidades na estrutura econômica de algumas nações do
bloco. À medida que a turbulência dos mercados se
13 acentuou, veio à tona a irresponsabilidade fiscal de alguns
países, sobretudo a Grécia. Diante do risco de que o déficit
crescente no orçamento grego pudesse contaminar outros

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16 europeus com situação fiscal semelhante e pôr em xeque a


confiabilidade do bloco, líderes regionais reuniram-se às
pressas na semana passada. Ao fim do encontro, chegou-se
19 a um acordo para ajudar a Grécia. Ainda que não tenha sido
feita menção formal a um resgate financeiro, a reunião serviu
para acalmar o temor dos investidores internacionais.
22 A condição para que os gregos recebam a ajuda é
que eles apresentem um plano de ajuste orçamentário. Foi o
que fez o ministro de finanças, George Papaconstantinou,
25 que propôs enxugar os gastos e reduzir o deficit fiscal para
3% do PIB, como determina o Tratado de Maastricht. Hoje, o
rombo no orçamento é de 13% do PIB, um dos índices mais
28 elevados do planeta. As medidas de ajuste incluem o
congelamento dos salários dos servidores públicos e o
aumento da idade mínima para aposentadoria. Levar as
31 reformas adiante terá um custo político: na semana passada,
as ruas de Atenas foram tomadas por manifestantes, e os
funcionários públicos entraram em greve. Afirma Carlos
34 Langoni, da Fundação Getúlio Vargas: “Economias pequenas
se beneficiaram com a adoção do euro, mas tiveram de
abdicar do controle de sua política monetária, que fica a
37 cargo do Banco Central Europeu. Em um momento de crise,
não podem aumentar os juros ou desvalorizar a sua moeda,
o que dificulta a recuperação.”
In: Veja, 17/2/2010, p. 57 (com adaptações).

9. (Funiversa/Sejus-DF/Téc. Administrativo/2010) Com relação às ideias


do texto I, assinale a alternativa correta.

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(A) A cooperação entre os países da União Europeia permitiria que cada


país estivesse à frente de potências como os Estados Unidos e o Japão.
(B) A instituição de moeda única, o euro, provocou duas situações: a
aproximação de investidores e a ameaça da predominância da moeda
americana como reserva internacional de valor.
(C) A crise financeira mundial recente provocou abalos na economia das
nações que integram o bloco, em especial na da Grécia.
(D) Por apresentar receitas superiores às despesas, a Grécia, como país-
membro da União Europeia, abalou a confiabilidade no bloco.
(E) Líderes regionais do bloco europeu entraram em consenso na ajuda à
Grécia, o que, de imediato, atrairá novos investidores internacionais.

Comentário – Alternativa A: tenha muita atenção com expressões que


possuem significados distintos e pronúncias ou construções parecidas. Estar
à frente de é o mesmo que estar na dianteira, na liderança (Marchava à
frente da tropa.). Fazer frente a significa defrontar, enfrentar, resistir
(Pediu reforço de caixa para fazer frente às despesas.).
Alternativa B: está fundamentada nas linhas 8 a 10.
Alternativa C: está escrito, nas linhas 10 a 12, que “a crise
financeira mundial fez emergir as fragilidades na estrutura econômica de
algumas nações do bloco” (grifo nosso).
Alternativa D: em relação à Grécia, a irresponsabilidade
fiscal do país, que apresentou “déficit crescente no orçamento”, ameaçou a
confiabilidade do bloco.
Alternativa E: a rapidez na atração de novos investidores
internacionais não é mencionada como consequência do acordo, repare: “Ao
fim do encontro, chegou-se a um acordo para ajudar a Grécia. Ainda que
não tenha sido feita menção formal a um resgate financeiro, a reunião
serviu para acalmar o temor dos investidores internacionais.”

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Resposta – B

10. (Funiversa/Sejus-DF/Téc. Administrativo/2010) Ainda com relação ao


texto I, assinale a alternativa correta.

(A) O ministro de finanças grego, George Papaconstantinou, cumpriu o


necessário para que a Grécia recebesse ajuda, isto é, propôs plano de
adequação orçamentária, em que se previa diminuir gastos.
(B) Atualmente, o deficit orçamentário equivale a 13% do produto interno
bruto do país, o que corresponde ao índice mais elevado do planeta.
(C) Para conter a crise no orçamento, o governo terá, entre outras ações,
de reduzir os salários dos servidores públicos e rever os requisitos para
concessão de aposentadoria.
(D) Revoltada com o rombo no orçamento, a população ocupou as ruas da
capital grega e conclamou os servidores públicos a entrar em greve.
(E) Na opinião de especialistas, a crise na Grécia deve-se à sua adesão à
União Europeia, pois o país entregou o controle de sua política
monetária ao Banco Central Europeu, que deixou de aumentar os juros.

Comentário – Alternativa A: a proposição encontra apoio na seguinte


passagem do texto: “A condição para que os gregos recebam a ajuda é que
eles apresentem um plano de ajuste orçamentário. Foi o que fez o ministro
de finanças, George Papaconstantinou, que propôs enxugar os gastos e
reduzir o deficit fiscal para 3% do PIB, como determina o Tratado de
Maastricht.”
Alternativa B: não vá com tanta sede ao pote! Nas linhas
27 e 28, consta que o valor é “um dos índices mais elevados do planeta”
(grifo nosso). Percebeu o problema? O examinador afirmou que o índice,
sozinho, é o mais elevado de todos.

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Alternativa C: leiamos a informação contida nas linhas 28 a


30: “As medidas de ajuste incluem o congelamento dos salários dos
servidores públicos e o aumento da idade mínima para aposentadoria.”
(grifo nosso). Congelar é diferente de reduzir, concorda?
Alternativa D: não existe no texto a revelação de quem
conclamou os servidores a entrarem em greve; parece que eles mesmos
tiveram essa iniciativa, juntamente com outros manifestantes. A linha
argumentativa também indica que os atos de descontentamento decorrem
do congelamento dos salários dos funcionários públicos e da mudança das
regras para aposentadoria.
Alternativa E: aumentar os juros só complicaria a situação,
conforme a opinião de “Carlos Langoni, da Fundação Getúlio Vargas”. Na
opinião dele, “Em um momento de crise, não podem aumentar os juros ou
desvalorizar a sua moeda, o que dificulta a recuperação.”
Resposta – A

11. (Funiversa/Sejus-DF/Téc. Administrativo/2010) Cada uma das


alternativas a seguir apresenta reescritura de fragmento do texto I.
Assinale aquela em que a reescritura mantém a ideia original.

(A) A União Europeia lançou um novo andar para a integração política e


econômica no globo (linhas 1 e 2).
(B) A cooperação entre seus países faria que a região esbarrasse em outras
potências, como os Estados Unidos e o Japão (linhas de 2 a 4).
(C) A crise, contudo, trouxe à tona a solidez da economia de certos países
que integram a União Europeia (linhas de 10 a 12).
(D) Diante do risco de que o deficit crescente no orçamento grego pudesse
influenciar outros países europeus que apresentam situação fiscal
similar e comprometer a confiabilidade da União Europeia, líderes

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regionais encontraram-se às pressas na semana passada (linhas de 14


a 18).
(E) Ainda que não tenha sido discutida uma solução financeira, o encontro
teve como objetivo reduzir o medo dos investidores internacionais
(linhas de 19 a 21).

Comentário – Na reescritura (ou paráfrase), as palavras são mudadas,


porém a ideia do texto original é confirmada pelo novo texto; a alusão
ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto
citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. E não apenas com
outras palavras, mas também com outra estruturação sintática.
Normalmente as bancas indagam se, nesse processo de reescritura, a
coesão (correção gramatical) e a coerência (sentido original do texto)
foram mantidas. É muito importante que esses dois aspectos sejam
respeitados na hora de parafrasear o texto original.
Alternativa A: por motivos que ainda não conseguimos
compreender, a banca considerou errada esta opção. Se você conseguiu
perceber alguma variação de sentido, compartilhe-a conosco por favor.
Alternativa B: expliquei na questão 19, página 35, que
fazer frente a significa defrontar, enfrentar, resistir (Pediu reforço de caixa
para fazer frente às despesas.), o que destoa da ideia de “esbarrar” (fazer
parar; frear em decorrência de um obstáculo).
Alternativa C: a crise fez emergir fragilidades e não solidez.
Alternativa D: paráfrase perfeita; com ênfase no emprego
de vocábulos e expressões com sentidos semelhantes aos do texto original
(“contaminar”/influenciar; “semelhante”/similar; “pôr em
xeque”/comprometer; “bloco”/União Europeia; “reuniram-se”/
encontraram-se).

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Alternativa E: o objetivo foi ajudar a Grécia. A redução do


medo dos investidores internacionais foi uma consequência, ou seja, algo
derivado do verdadeiro propósito do encontro. Além disso, a informalidade
com que foi tratado o aspecto financeiro não nos permite afirmar que nada
foi falado a respeito do assunto.
Resposta – D, conforme o gabarito oficial.

12. (Funiversa/Sejus-DF/Téc. Administrativo/2010) Cada uma das


alternativas a seguir apresenta reescritura de fragmento do texto I.
Assinale aquela em que a reescritura não apresenta erro de
pontuação.

(A) A cooperação entre seus países, permitiria à região fazer frente a outras
potências, como os Estados Unidos e o Japão, e assim, assegurar o
bem-estar social e a segurança da população (linhas de 2 a 6).
(B) Com o passar dos anos o bloco incorporou nações menos desenvolvidas
do continente; e instituiu uma moeda única — o euro que atraiu
investidores e chegou a ameaçar o domínio do dólar como reserva
internacional de valor (linhas de 6 a 10).
(C) Mas, a crise financeira mundial fez emergir as fragilidades na estrutura
econômica de algumas nações do bloco: à medida que, a turbulência
dos mercados se acentuou, veio à tona a irresponsabilidade fiscal de
alguns países, sobretudo a Grécia (linhas de 10 a 14).
(D) Diante do risco de que o deficit crescente no orçamento grego pudesse
contaminar outros europeus com situação fiscal semelhante e pôr em
xeque a confiabilidade do bloco, líderes regionais reuniram-se, às
pressas, na semana passada (linhas de 14 a 18).

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(E) Levar as reformas adiante terá um custo político. Na semana passada,


as ruas de Atenas, foram tomadas por manifestantes e os funcionários
públicos entraram em greve (linhas de 30 a 33).

Comentário – Na questão anterior a reescritura foi cobrada do candidato


sob o aspecto semântico. Aqui, o mesmo assunto deve ser analisado sob o
aspecto sintático.
Alternativa A: a primeira vírgula separou erradamente o
sujeito e o verbo. A intercalação do elemento adverbial “assim” deveria ser
marcada por duas vírgulas: uma antes dele e outra depois.
Alternativa B: após o substantivo “anos”, tem lugar uma
vírgula para separar o adjunto adverbial antecipado. Após o vocábulo “euro”
deve ser utilizada outra vírgula, pois a oração seguinte é subordinada
adjetiva explicativa. Lembre-se de que a vírgula é proibida se a oração
adjetiva é restritiva.
Alternativa C: a primeira e a segunda vírgula causam
fragmentação indevida de frase. A conjunção “Mas” integra a oração
seguinte; a locução conjuntiva “à medida que” também.
Alternativa D: não se verifica erro aqui. O que foi? A
primeira vírgula marca a antecipação de orações subordinadas adverbiais. A
segunda e a terceira isolam corretamente o adjunto adverbial.
Alternativa E: o termo “as ruas de Atenas” funciona como
sujeito da forma verbal “foram”. Portanto entre eles não deve haver vírgula.
Resposta – D

Texto II, para responder às questões de 13 a 15.

1 A verdadeira consolidação do Direito Internacional


dos Direitos Humanos surge em meados do século XX, em
decorrência da Segunda Guerra Mundial. Nas palavras de

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4 Thomas Buergenthal: “O moderno Direito Internacional dos


Direitos Humanos é um fenômeno do pós-guerra. Seu
desenvolvimento pode ser atribuído às monstruosas
7 violações de direitos humanos da era Hitler e à crença de que
parte dessas violações poderia ser prevenida se um efetivo
sistema de proteção internacional de direitos humanos
10 existisse.”
A internacionalização dos direitos humanos constitui,
assim, um movimento extremamente recente na história,
13 surgido a partir do pós-guerra, como resposta às atrocidades
e aos horrores cometidos durante o nazismo. Apresentando o
Estado como o grande violador de direitos humanos, a Era
16 Hitler foi marcada pela lógica da destruição e da
descartabilidade da pessoa humana, o que resultou no
extermínio de onze milhões de pessoas. O legado do
19 nazismo foi condicionar a titularidade de direitos, ou seja, a
condição de sujeito de direitos à pertinência a determinada
raça — a raça pura ariana. No dizer de Ignacy Sachs, o
22 século XX foi marcado por duas guerras mundiais e pelo
horror absoluto do genocídio concebido como projeto político
e industrial.
25 No momento em que os seres humanos se tornam
supérfluos e descartáveis, no momento em que vige a lógica
da destruição, em que cruelmente se abole o valor da pessoa
28 humana, torna-se necessária a reconstrução dos direitos
humanos, como paradigma ético capaz de restaurar a lógica
do razoável. A barbárie do totalitarismo significou a ruptura
31 do paradigma dos direitos humanos, por meio da negação do

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valor da pessoa humana como valor-fonte do direito. Diante


dessa ruptura, emerge a necessidade de reconstruir os
34 direitos humanos, como referencial e paradigma ético que
aproxime o direito da moral. Nesse cenário, o maior direito
passa a ser, adotando a terminologia de Hannah Arendt, o
37 direito a ter direitos, ou seja, o direito a ser sujeito de direitos.
Flávia Piovesan. Direito constitucional internacional e os
direitos humanos. Saraiva, 2007 (com adaptações).

13. (Funiversa/Sejus-DF/Téc. Administrativo/2010) Com relação às ideias


do texto II, assinale a alternativa correta.

(A) O Direito Internacional dos Direitos Humanos nasce por volta da década
de 50 do século XX, como resultado da Segunda Guerra Mundial.
(B) Como decorrência das práticas empregadas por seu regime, Hitler
defendeu a internacionalização dos direitos humanos.
(C) O estudo aprofundado da história revela que, na verdade, era o Estado
o responsável pelas constantes violações aos direitos humanos, e não o
regime nazista, cuja criação e difusão se devem a um de seus grandes
expoentes, Hitler.
(D) Para os nazistas, somente tinham direitos — sejam direitos humanos ou
quaisquer outros — os indivíduos pertencentes à raça ariana.
(E) Apenas duas guerras marcaram o século XX, mas elas foram suficientes
para incutir no ser humano a absoluta repulsa ao genocídio.

Comentário – Alternativa A: no período indicado, houve a “consolidação do


Direito Internacional” (linhas 1 a 3), e não o nascimento dele.
Alternativa B: a Hitler estão associadas “monstruosas
violações de direitos humanos” (linhas 5 a 7).
Alternativa C: é impossível concordar com o que é dito a
respeito do regime nazista e de Hitler diante da seguinte passagem:

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“Apresentando o Estado como o grande violador de direitos


humanos, a Era Hitler foi marcada pela lógica da destruição e
da descartabilidade da pessoa humana, o que resultou no
extermínio de onze milhões de pessoas. O legado do nazismo
foi condicionar a titularidade de direitos, ou seja, a condição
de sujeito de direitos à pertinência a determinada raça — a
raça pura ariana.” (linhas 14 a 21).

Alternativa D: a informação contida nas linhas 18 a 21


sustentam esta assertiva: “O legado do nazismo foi condicionar a
titularidade de direitos, ou seja, a condição de sujeito de direitos à
pertinência a determinada raça — a raça pura ariana.”
Alternativa E: o século XX também foi marcado “pelo horror
absoluto do genocídio concebido como projeto político e industrial” (linhas
21 a 24).
Resposta – D

14. (Funiversa/Sejus-DF/Téc. Administrativo/2010) Ainda com relação ao


texto II, assinale a alternativa correta.

(A) A reconstrução dos direitos humanos apenas se faz necessária a partir


do momento em que o homem se torna supérfluo e descartável, isto é,
quando ele deixa de ter valor.
(B) É possível que o homem restabeleça a lógica do razoável a partir da
reconstrução dos direitos humanos.
(C) O totalitarismo não chega a negar o valor da pessoa humana, mas ele é
capaz de romper com o que se defende na área dos direitos humanos.
(D) Após a era nazista, a humanidade, naturalmente, deparou-se com os
direitos humanos reconstruídos.

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(E) Para Hannah Arendt, o indivíduo tem direito a ser propiciador de


direitos.

Comentário – Alternativa A: parece que o trecho contido nas linhas 25 a 30


sustentam esta opção. Parece, apenas parece! Observe que o examinador
introduziu o elemento “apenas”, que exclui a possibilidade de outras
situações darem causa à reconstrução. Releia o trecho indicado e constate
que não existe essa ideia exclusivista.
Alternativa B: sim, isso é possível e pode ser depreendido do
trecho “...a reconstrução dos direitos humanos, como paradigma ético capaz
de restaurar a lógica do razoável.” (linhas 29 a 31).
Alternativa C: nas linhas 30 a 32, lemos que o totalitarismo
nega o valor a pessoa humana: “A barbárie do totalitarismo significou a
ruptura do paradigma dos direitos humanos, por meio da negação do valor
da pessoa humana como valor-fonte do direito.” (grifo nosso).
Alternativa D: “A internacionalização dos direitos humanos
constitui (...) um movimento extremamente recente na história” (linhas 11 e
12); “o legado do nazismo foi condicionar a titularidade de direitos, ou seja,
a condição de sujeito de direitos à pertinência a determinada raça — a raça
pura ariana.” (linhas 18 a 21).
Alternativa E: o último período do texto, de maneira clara,
refuta esta proposição: Para Hannah Arendt, o indivíduo tem “o direito a ter
direitos, ou seja, o direito a ser sujeito de direitos.”
Resposta – B

15. (Funiversa/Sejus-DF/Téc. Administrativo/2010) Cada uma das


alternativas a seguir apresenta reescritura de fragmento do texto II.
Assinale aquela em que a reescritura apresenta erro relacionado ao
emprego ou à ausência do sinal indicativo de crase.

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(A) Seu desenvolvimento pode ser atribuído a violações de direitos


humanos (linhas de 5 a 7).
(B) O legado do nazismo foi condicionar a titularidade de direitos aquele
que pertencesse à raça ariana (linhas de 18 a 21).
(C) pelo horror absoluto à exterminação (linhas 22 e 23).
(D) a ruptura do paradigma deve-se à barbárie do totalitarismo (linhas 30 e
31).
(E) é necessária a reconstrução dos direitos humanos (linhas 33 e 34).

Comentário – Alternativa A: não há crase na seguinte estrutura: SINGULAR


+ PLURAL (“a violações”). Guarde isso, pois você precisará dessa informação
outras vezes. Item correto.
Alternativa B: aqui está o problema. O verbo condicionar é
TDI. Seu objeto direto é o termo “a titularidade de direitos”. Tudo bem até
agora. E o que dizer do objeto indireto? Quem condiciona condiciona algo a
alguém, não é mesmo? Notou que a preposição a é exigida pelo verbo para
reger o seu objeto indireto? Essa preposição contrai-se com o “a” inicial dos
pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo: àquele(s),
aquela(s), àquilo. Como isso não foi indicado, a opção incorreta é a B.
Veja outro exemplo: O aluno referia-se àquela questão
anulada da prova. ), a forma verbal “referia-se” (“se” é parte integrante do
verbo) é transitivo indireto. Seu complemento é regido pela preposição a,
que se une ao a inicial do pronome demonstrativo aquela.
Alternativa C: experimento trocar o substantivo feminino
“exterminação” por um substantivo masculino. Que tal “extermínio”?

“pelo horror absoluto ao extermínio”

Guarde outra dica: se usamos ao para o masculino,


devemos usar à para o feminino.

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Alternativa D: vamos repetir o raciocínio anterior e ver se ele


realmente funciona: “...deve-se à barbárie...” / “...deve-se ao
barbarismo...”. Portanto a crase foi corretamente indicada.
Alternativa E: aqui, o “a” é meramente artigo que
acompanha o substantivo “reconstrução”.
Resposta – B

Texto I, para responder às questões de 16 a 18.

1 No que se refere às práticas assistenciais, tem sido


comum a confusão na utilização dos termos assistência e
assistencialismo. Essa é uma questão delicada, daí a
4 importância que se tenha clareza sobre ela, pois, quando se
trabalha com a política de assistência social nos espaços em
que a intervenção se manifesta pelo caráter emergencial, é
7 comum taxar essa atuação como uma prática
assistencialista. Contudo, não se deve equiparar ou confundir
ação de emergência com assistencialismo. As ações
10 emergenciais são tão dignas e necessárias quanto as demais
ações. O que realmente faz a diferença são os objetivos
pelos quais são desenvolvidas.
13 Apesar de termos legislações que avançaram no
sentido do direito social, muitas ações desenvolvidas
segundo a ótica dos interesses de dirigentes do Estado
16 têm-se caracterizado como assistencialistas, ou seja, ações
que não emancipam os usuários, pelo contrário, reforçam
sua condição de subalternização perante os serviços
19 prestados.

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Essas ações constituem-se com base na troca de


favores, principalmente no que se refere às políticas
22 partidárias, em que parte da população torna-se receptora de
“benefícios” não no sentido do patamar do direito e, sim, na
perspectiva da troca votos-favores. Por outro lado, para a
25 população dependente dos serviços e dos benefícios
transmitidos por essas políticas de garantia da sobrevivência,
não importa com qual intenção tais ações estejam se
28 desenvolvendo. Na perspectiva de quem não tem o mínimo,
o fundamental é não morrer de fome e ver supridas certas
necessidades básicas.
Solange Silva dos Santos Fidelis. Conceito de assistência e
assistencialismo. In: 2º Seminário nacional estado e
políticas sociais no Brasil. Cascavel: Unioeste,
de 13 a 15 out./2005, p. 1-2 (com adaptações).

16. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) Com relação às ideias do


texto I, assinale a alternativa correta.

(A) A confusão na utilização dos termos assistência e assistencialismo está


definitivamente desfeita, a partir da divulgação do texto I, pois ele cuida
exatamente de elaborar os conceitos teóricos desses termos.
(B) A política de assistência social escraviza a população, mantendo-a em
posição inferior de dependência.
(C) Garantida a sobrevivência da população dependente dos serviços e
benefícios transmitidos pelas políticas assistencialistas e eleitoreiras,
resta descobrir os verdadeiros objetivos dos políticos, para que seja
estabelecida a troca de favores.
(D) As necessidades básicas de parcela da população brasileira são tão
prementes que o assistencialismo passa a ser bem-vindo, sendo
encarado como forma possível de garantir a sobrevivência.

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(E) As ações emergenciais são vis e deixam claros os objetivos mesquinhos


segundo os quais são desenvolvidas.

Comentário – Alternativa A: incorreta. O texto faz um alerta sobre a


importância da diferença entre os dois conceitos e fornece explicações sobre
eles; mas, ao mesmo tempo, admite que “tem sido comum a confusão” e
que “é comum” taxar de assistencialismo “a política de assistência social nos
espaços em que a intervenção se manifesta pelo caráter emergencial”.
Portanto a confusão não está definitivamente desfeita.
Alternativa B: incorreta. Lendo o segundo parágrafo,
verificamos que essa ideia se refere, na verdade, às ações assistencialistas,
“que não emancipam os usuários, pelo contrário, reforçam sua condição de
subalternização perante os serviços prestados”.
Alternativa C: incorreta . Para que seja estabelecida a
troca de favores, não resta mais nada. As políticas assistencialistas e
eleitoreiras já são baseadas nessa ideia e além, disso, está escrito no último
parágrafo que “não importa com qual intenção [ = objetivos dos políticos]
tais ações estejam se desenvolvendo”.
Alternativa D: correta. A declaração da banca é outra
maneira de dizer o que a autora do texto declarou: “Na perspectiva de quem
não tem o mínimo, o fundamental é não morrer de fome e ver supridas
certas necessidades básicas.”
Alternativa E: incorreta. Vil é a prática assistencialista, que
é comumente confundida com a intervenção manifestada pelo caráter
emergencial”. As ações emergenciais são dignas e necessárias.
Resposta – D

17. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) Com base no texto I, assinale


a alternativa correta.

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(A) A frase Essa é uma questão delicada, por isso é importante que
se tenha clareza sobre ela é uma reescrita adequada da original
registrada nas linhas 3 e 4.
(B) No fragmento “o fundamental é não morrer de fome e ver supridas
certas necessidades básicas” (linhas 29 e 30), o termo “supridas”
poderia ser usado no masculino singular, sem prejuízo gramatical.
(C) Na frase “o fundamental é não morrer de fome e ver supridas certas
necessidades básicas.” (linhas 29 e 30), os verbos “morrer” e “ver” têm
sujeitos diferentes.
(D) A frase parte da população torna-se receptora de “benefícios”
não somente no sentido do patamar do direito, mas também na
perspectiva da troca votos-favores é uma reescrita adequada da
original das linhas de 22 a 24.
(E) As aspas da linha 23 indicam a interferência de fala de personagem
oculto no texto.

Comentário – Alternativa A: correta. Originalmente, a ideia transmitida no


segmento “Essa é uma questão delicada, daí a importância que se tenha
clareza sobre ela” é de causa e consequência, que ganha evidência por meio
do conectivo “daí”. Na reescritura, a ideia foi mantida, mas a estruturação
sintática foi reformada. Usou-se a conjunção “por isso” em vez do conectivo
“daí” e a expressão substantivada “a importância” deu lugar ao segmento de
natureza verbal “é importante”. Todavia, a delicadeza da questão continua
sendo o motivo de tal importância.
Alternativa B: incorreta. O termo “supridas” concorda
obrigatoriamente em gênero e número com o substantivo “necessidades”.
Alternativa C: incorreta. Os verbos “morrer” e “ver” estão
no infinitivo impessoal. O sujeito de ambos classifica-se como
indeterminado.

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Alternativa D: incorreta. A correlação entre os elementos


sublinhados em “...não no sentido do patamar e, sim...” transmite ideias
adversas. Já em “...não somente no sentido..., mas também na
perspectiva...”, as ideias se somam, numa relação de adição.
Alternativa E: incorreta. As aspas indicam ironia, ou seja,
um sentido contrário daquele que naturalmente teria o vocábulo benefícios.
Resposta – A

18. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) A respeito de termos e


fragmentos do texto I, assinale a alternativa correta.

(A) Assistência e assistencialismo são palavras que, por serem formadas por
uma parte morfológica comum [assistencia], têm sentido semelhante e,
por isso, são classificadas como sinônimos idênticos.
(B) O fragmento ações que não lhes emancipam substitui corretamente
o original das linhas 16 e 17.
(C) O fragmento ações que não emancipam os usuários, pelo
contrário, reforçam a condição deles de subalternização perante
os serviços prestados substitui corretamente o original das linhas de
16 a 19.
(D) O fragmento Referindo-se às práticas assistenciais, era comum a
confusão na utilização dos termos assistência e assistencialismo
é uma reescrita correta, de acordo com as normas gramaticais, do
original das linhas de 1 a 3.
(E) No fragmento “Essa é uma questão delicada, daí a importância que se
tenha clareza sobre ela, pois, quando se trabalha com a política de
assistência social nos espaços” (linhas de 3 a 5), o verbo “trabalha”
poderia ser usado no plural, sem prejuízo gramatical.

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Comentário – Alternativa A: incorreta. Morfologicamente, as palavra são,


sim, formadas por uma parte comum. Porém, semanticamente, elas
expressam no contexto significados diferentes. Aliás, a primeira tem
conotação positiva no texto; a segunda, conotação negativa. Sendo assim,
não são sinônimas.
Alternativa B: incorreta. O verbo “emancipam” é transitivo
direto. O pronome oblíquo “lhe” não pode funcionar como objeto direto. O
correto é ações que não os emancipam.
Alternativa C: correta. O pronome possessivo “seu”, que
concorda gramaticalmente com a coisa possuída (“condição”), foi
adequadamente substituído pela expressão “dele” (contração da preposição
de com o pronome pessoal ele), que transmite o mesmo sentido.
Alternativa D: incorreta, conforme o gabarito da banca
examinadora; mas há controvérsias. Repare que o examinador pediu a
análise correta do ponto de vista gramatical. Não há erro gramatical no
trecho. Há, sim, alteração de sentido. A locução “tem sido” (pretérito
perfeito composto do indicativo) prolonga o fato até o presente, até o
momento atual da declaração. O pretérito perfeito do indicativo (era) indica
um fato completamente realizado, algo que iniciou e foi totalmente concluído
antes do momento da fala.
Alternativa E: incorreta. O pronome “se” é índice de
indeterminação do sujeito e, consequentemente, obriga o verbo a se manter
flexionado na terceira pessoa do singular.
Resposta – C

Texto II, para responder à questão 19.

1 Travestis e transexuais matriculados nas escolas


municipais de Fortaleza ou cadastrados em projetos sociais

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do município poderão ser agora oficialmente tratados por seu


4 nome social no lugar daquele que consta no registro de
nascimento. Isso é possível com a publicação de duas
portarias, uma da Secretaria de Educação e outra da
7 Secretaria de Assistência Social.
A medida garante que, logo no início das aulas, ao
se apresentar, o aluno tenha respeitada sua vontade de ser
10 chamado pelo nome social, informando isso ao professor
e(ou) ao diretor da escola, que farão a anotação em todos os
seus documentos.
13 “Essa é uma medida de acolhida afetuosa. Afinal, o
poder público não tem apenas o dever de dar acesso à
escola, mas também o de buscar a permanência do aluno e o
16 seu desenvolvimento. E o nome, muitas vezes, tem sido um
empecilho para isso”, disse Martír consultora jurídica
da Secretaria de Educação de Fortaleza.
Internet <http://www.clickpb.com.br/> (com adaptações).

19. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) Com base no texto II,


assinale a alternativa incorreta.

(A) O nome social pode ser o adotado pelo indivíduo, por sua própria
escolha, em substituição ao de registro de nascimento.
(B) A acolhida aos alunos travestis e transexuais nas escolas municipais de
Fortaleza é avaliada como afetuosa, porque o poder público, além da
obrigação social de dar acesso à escola, deve buscar a permanência do
aluno nela.
(C) Duas secretarias de estado se uniram para a adoção de medida
favorável aos travestis e transexuais matriculados nas escolas

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municipais de Fortaleza ou cadastrados em projetos sociais do


município.
(D) Infere-se do texto que a eventual incompatibilidade entre o nome e o
corpo de estudantes travestis e transexuais pode, muitas vezes, levar o
jovem a deixar a escola.
(E) Infere-se do texto que o preconceito contra o diferente está escondido
na obscuridade dos sentimentos humanos mais íntimos; por isso, o
homem nunca conseguirá se libertar dessa chaga moral.

Comentário – Alternativa A: correta, com base – sobretudo – no segundo


parágrafo: “A medida garante que, logo no início das aulas, ao se
apresentar, o aluno tenha respeitada sua vontade de ser chamado pelo
nome social”.
Alternativa B: correta. O terceiro parágrafo é aqui
parafraseado.
Alternativa C: correta, com fundamento no primeiro
parágrafo, e principalmente no trecho: “Isso é possível com a publicação de
duas portarias, uma da Secretaria de Educação e outra da Secretaria de
Assistência Social”.
Alternativa D: correta. Cuidado com o verbo inferir, que
nos permite interpretar o texto com base não naquilo que está claro,
evidente; mas, sim, naquilo que é possível entender com base simplesmente
em alguns indícios. Então, se é verdade que o nome tem sido um empecilho
para a permanência do aluno e o seu desenvolvimento, também é verdade
que a incompatibilidade mencionada pelo examinador é capaz de levar o
jovem a deixar a escola.
Alternativa E: incorreta, e por isso mesmo é o gabarito da
questão. Apesar da possibilidade de chegarmos a uma conclusão que não
está claramente exposta no texto, dele não devemos nos distanciar a tal

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ponto de perdermos o apoio mínimo e necessário para o interpretarmos. Não


há sequer indícios no texto de que “o homem nunca conseguirá se libertar
dessa chaga moral”, que é o preconceito contra o diferente.
Resposta – E

Texto III, para responder às questões 20 e 21.

1 Já existem vários portais ativos e em crescimento


que disponibilizam para o internauta canais de televisão.
O wwitv, por exemplo, oferece atualmente nada menos
4 de 1.827 estações on-line (número de 4 de dezembro,
crescendo à razão de duas por dia). São
emissoras transmitidas de qualquer país que passe pela
7 nossa mente — e alguns outros de cuja existência sequer
desconfiávamos.
Uma visita a qualquer um desses portais deixa
10 bastante claro que a televisão, tal como a conhecemos hoje,
distribuída pelo ar de forma gratuita, ou por meio de qualquer
mecanismo pago de distribuição, está em sérios apuros. Mil
13 batalhas jurídicas poderão acontecer nos próximos anos.
Mas frear a distribuição de sinais de TV pela Internet será tão
viável quanto impedir que chova. É mais sábio, portanto,
16 examinar como tirar proveito dos benefícios que a chuva
possa nos trazer.
Internet: <www.observatoriodaimprensa.com.br> (com adaptações).

20. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) Acerca da frase “São


emissoras transmitidas de qualquer país que passe pela nossa mente —
e alguns outros de cuja existência sequer desconfiávamos.” (linhas de 5
a 8), do texto III, assinale a alternativa incorreta.

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(A) A forma verbal “São” é usada no plural porque concorda com o sujeito
implícito “duas por dia” (linha 5).
(B) A sequência “de qualquer país” pode ser reescrita, sem perda de
sentido, como por seja qual for o país.
(C) A forma verbal “passe”, se usada no plural, provocaria mudança
inaceitável de sentido, uma vez que remeteria a “emissoras”, e não
mais a “país”.
(D) A troca da preposição “de”, na segunda ocorrência, por em provocaria
uma falha na regência do verbo desconfiar.
(E) O travessão foi usado para enfatizar trecho do enunciado. Efeito similar
se conseguiria com o uso de negrito, ou, no discurso oral, com
entonações enfáticas.

Comentário – Alternativa A: incorreta. O sujeito do verbo “São” tem como


referência a expressão “canais de televisão”.
Alternativa B: correta. O sentido de indeterminação dos
países transmissores é preservado com a nova construção.
Alternativa C: correta. O verbo no singular concorda com o
substantivo “país”, representado pelo pronome relativo “que”, ideia que se
alinha ao sentido do texto. No plural (passem) a concordância seria feita
com “emissoras”, que então passariam pela nossa mente, ideia que não
guarda coerência com o restante do texto.
Alternativa D: correta. Quem desconfia desconfia de algo ou
de alguém. A preposição em não é requerida pelo verbo.
Alternativa E: correta. Os sinais de pontuação servem, entre
outras coisas, para assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entonação)
na leitura. Na escrita, o mesmo efeito conseguido no texto também poderia
ser alcançado com a vírgula, por exemplo.
Resposta – A

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21. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) A respeito do fragmento


“qualquer país que passe pela nossa mente — e alguns outros de cuja
existência sequer desconfiávamos.” (linhas de 6 a 8) do texto III,
assinale a alternativa incorreta.

(A) A conjunção “e” poderia ser substituída, sem perda de sentido, pela
locução além de.
(B) O advérbio “sequer” pode ser reescrito, opcionalmente, como dois
verbetes: se quer, já que ambas são grafias aceitas pela gramática
como permutáveis.
(C) A forma verbal “desconfiávamos” indica a ideia de tempo passado
inacabado.
(D) O pronome “cuja” tem valor possessivo, já que equivale a sua.
(E) A forma verbal “passe” indica a ideia de possibilidade, um fato incerto
de acontecer.

Comentário – Alternativa A: correta. Os dois articuladores textuais


possuem sentido de adição, acréscimo, soma.
Alternativa B: incorreta. O vocábulo sequer (= ao menos,
pelo menos, nem mesmo) é escrito sem separação. Exemplos: Não deixou
cair uma lágrima sequer. Sequer um parente o visitou. A forma se quer é
conjunção condicional + verbo querer.
Alternativa C: correta. O verbo desconfiar foi conjugado no
pretérito imperfeito do indicativo, tempo que expressa uma ação inacabada,
não concluída.
Alternativa D: correta. Se reescrevermos a passagem de
outra forma, nosso entendimento será facilitado: ...sequer desconfiávamos
da sua existência... (isto é, da existência de alguns outros). O pronome cujo
(e variações) promove a ideia de posse e possuidor entre o termo
antecedente e o termo consequente.

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Alternativa E: correta. O verbo “passe” está conjugado no


presente do subjuntivo, modo que situa a ação no plano da hipótese, da
possibilidade, que expressa incerteza, dúvida.
Resposta – B

Texto IV, para responder às questões de 22 a 24.

Transplante de amor

1 Gastrite é uma inflamação do estômago. Apendicite


é uma inflamação do apêndice. Otite é uma inflamação dos
ouvidos. Paixonite é uma inflamação do quê? Do coração.
4 Cada órgão do nosso corpo tem uma função vital e
precisa estar 100% em condições. Ao coração, coube a
função de bombear sangue para o resto do corpo, mas é nele
7 que se depositam também nossos mais nobres sentimentos.
Qual é o órgão responsável pela saudade, pela adoração?
Quem palpita, quem sofre, quem dispara? O próprio.
10 Foi pensando nisso que me ocorreu o seguinte: se
alguém está com o coração dilacerado nos dois sentidos,
biológico e emocional, e por ordens médicas precisa de um
13 novo, o paciente irá se curar da dor de amor ao receber o
órgão transplantado?
Façamos de conta que sim. Você entrou no hospital
16 com o coração em frangalhos, literalmente. Além de
apaixonado por alguém que não lhe dá a mínima, você está
com as artérias obstruídas e os batimentos devagar quase
19 parando. A vida se esvai, mas localizaram um doador
compatível: já para a mesa de cirurgia.

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Horas depois, você acorda. Coração novo. Tum-tum,


22 tum-tum, tum-tum. Um espetáculo. O médico lhe dá uma
sobrevida de cem anos. Nada mal. Visitas entram e saem do
quarto. Até que anunciam o Jorge. Que Jorge? O Jorge,
25 minha filha, o homem que você sempre amou. Eu????
Você não reconhece o Jorge. Acha ele meio
baixinho. Um tom de voz estridente. Usa uma camisa cor-de-
28 laranja que não lhe cai bem. Mas foi você mesma que deu a
ele de aniversário, minha filha. Eu????
Seu coração ignorou o tal de Jorge. O mesmo Jorge
31 que quase te levou à loucura, o mesmo Jorge que fez você
passar noites insones, que fez você encher uma piscina
olímpica de lágrimas. Em compensação, aquele enfermeiro
34 ali é bem gracinha. Tem um sorriso cativante. E uma mão
que é uma pluma, você nem sentiu a aplicação da anestesia.
Bacana este cara. Quem é? O namorado da menina a quem
37 pertencia seu coração. Tum-tum, tum-tum, tum-tum.
Transplantes de amor. Garanto que fariam muito
mais sucesso que a safena.
Martha Medeiros. Non-Stop. Porto Alegre: L & PM, 2001, p. 43.

22. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) A respeito do texto IV,


assinale a alternativa incorreta.

(A) As palavras “Gastrite”, “Apendicite”, “Otite” e “Paixonite”, usadas no


primeiro parágrafo do texto, são formadas pelo mesmo processo de
derivação: a sufixal. Nessas palavras, usou-se o sufixo -ite, que indica
inflamação.
(B) A palavra “quê”, na frase “Paixonite é uma inflamação do quê? ”(linha
3) aparece acentuada porque está inserida em uma pergunta.

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(C) A expressão “Do coração.” (linha 3) constitui-se, no contexto textual,


uma frase nominal, que confere ao texto maior agilidade e leveza de
estrutura sintática.
(D) A expressão “em condições” (linha 5), segundo a gramática da língua
portuguesa, exige um complemento que integre o seu sentido. Porém,
no texto, a ausência desse complemento não promoveu prejuízo para a
compreensão da informação.
(E) A vírgula da frase “Ao coração, coube a função de bombear sangue para
o resto do corpo” (linhas 5 e 6) justifica-se pelo deslocamento do termo
“Ao coração”, com finalidade estilística de criar ênfase.

Comentário – Alternativa A: correta. Lembre-se de que derivação sufixal é


a que forma palavras por meio do acréscimo de um afixo após o radical
(lealdade, passageiro).
Alternativa B: incorreta. Preste atenção porque não é
exatamente como a banca afirma. O “quê” é acentuado por ser um
monossílabo tônico terminado em E. Isso poderá acontecer quando ele
estiver no final de frase, antes de ponto final, de interrogação, de
exclamação. É possível que ele integre uma pergunta e seja átono, situação
que rejeita o acento: O que você está pensando agora? Isso acontece
normalmente no início de frase.
Alternativa C: correta. Uma frase nominal é um enunciado
sem verbo capaz de transmitir satisfatoriamente uma mensagem (Olá!
Silêncio! Parada obrigatória.). Uma frase verbal, como o próprio nome
indica, é aquela constituída em torno de um verbo (Faça silêncio! Pare.).
Alternativa D: correta. O nome “condições” pede um
complemento preposicionado (em condições de que?) – complemento
nominal. O contexto permite-nos entender que cada órgão do nosso corpo

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precisa estar 100% em condições de funcionar, de desempenhar suas


funções.
Alternativa E: correta. A ortodoxia gramatical não prevê que
o verbo (“coube”) seja separado de seus complementos (“Ao coração”,
objeto indireto) por meio de vírgula. Somente com finalidade estilística a
referida vírgula pode ser explicada.
Resposta – B

23. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) Com relação ao texto IV,


assinale a alternativa incorreta.

(A) A repetição do pronome na frase da linha 9 “Quem palpita, quem sofre,


quem dispara?” cria destaque e certo suspense na informação.
(B) A resposta “O próprio.” (linha 9), dada às perguntas feitas
anteriormente, omite o nome (coração) ao qual se refere o adjetivo, o
que valoriza enfaticamente o termo “próprio”.
(C) O advérbio “sim” (linha 15) tem seu significado explicado nas
informações do parágrafo em que se insere.
(D) O pronome “Você” (linha 15) é empregado na frase como forma de
indeterminar o agente da ação, traço característico da oralidade
brasileira. Assim, “Você entrou no hospital” (linha 15) corresponde a
Entrou-se no hospital.
(E) A sequência “a mínima” (linha 17), à qual falta o nome importância,
faz do qualificativo “mínima” o núcleo, o foco da informação.

Comentário – O vocábulo “sim” é a resposta à pergunta retórica feita no


parágrafo anterior. As informações do parágrafo em que o “sim” está
inserido são insuficientes para explicá-lo, haja vista que o parágrafo não
apresenta sequer o desfecho da situação hipotética.

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Merece nosso comentário a alternativa D. Na linha 15, o


pronome “Você” refere-se ao leitor do texto, como uma tentativa de
envolvê-lo, persuadi-lo e prender a atenção dele. Mas quem é, de fato, esse
leitor? É possível especificá-lo? Não. Aqui, portanto, a análise proposta pelo
examinador é de natureza semântica (sentido) e pragmática (interacional), e
não sintática.
Resposta – C

24. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) Ainda com relação ao texto


IV, assinale a alternativa incorreta.

(A) A seguinte reescritura do trecho das linhas 19 e 20 está


gramaticalmente correta: localizaram um doador compatível;
portanto, vá urgente para a mesa de cirurgia. Porém, ela perde em
qualidade para a original, mais sintética e mais expressiva.
(B) Onomatopeia é uma figura de linguagem que consiste na formação de
palavras pela imitação de sons e ruídos. Nas linhas 21, 22 e 37, aparece
um exemplo dessa figura. Na primeira entrada, ela deixa entrever a
ideia de que o coração passou a funcionar no novo peito. Já, na
segunda, há a sugestão de que o coração da antiga dona dispara no
reconhecimento do namorado.
(C) No trecho “Até que anunciam o Jorge. Que Jorge? O Jorge, minha filha,
o homem que você sempre amou. Eu????” (linhas 24 e 25), aparece um
diálogo com apresentação gráfica inusitada.
(D) Com base nos fragmentos “Acha ele meio baixinho.” (linhas 26 e 27),
“Seu coração ignorou o tal de Jorge.” (linha 30), “Em compensação,
aquele enfermeiro ali é bem gracinha.” (linhas 33 e 34), “Bacana este
cara.” (linha 36) e “O namorado da menina a quem pertencia seu
coração.” (linhas 36 e 37) é correto afirmar que o texto é inteiramente

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construído com construções próprias de linguagem informal, sem


nenhuma preocupação com a formalidade da língua escrita padrão.
(E) Muito comum na fala cotidiana, a hipérbole, figura de linguagem que
consiste em exagerar intencionalmente uma ideia com a finalidade de
torná-la mais expressiva, é exemplificada no penúltimo parágrafo do
texto.

Comentário – Alternativa A: correta. Os dois pontos introduzem a


conclusão ou o desfecho da ideia anterior, após a localização do doador.
Observe que no texto reescrito há a conjunção “portanto” introduzindo a
mesma ideia.
Alternativa B: correta. A interpretação que o autor dá às
duas entradas da onomatopéia deve ser compreendida em relação ao
contexto. Veja outros exemplos dessa figura de linguagem: “Pedrinho, sem
mais palavras, deu rédea e, lept! lept! Arrancou estrada afora.” (Monteiro
Lobato); “O som, mais longe, retumba, morre.” (Gonçalves Dias).
Alternativa C: correta. Normalmente, um diálogo é
indicado, na escrita, por meio de travessões – que marcam a alternância da
fala dos personagens no discurso direto. A fala dos personagens pode ainda
surgir entre aspas, em meio ao texto. Mas esses recursos gráficos não foram
utilizados.
Alternativa D: incorreta. Falhou a tentativa de classificação
generalizada do texto com base apenas nos fragmentos separados. Há
diversas passagens ao longo do texto que refutam a ideia de que nele não
há “nenhuma preocupação com a formalidade da língua escrita padrão. O
terceiro parágrafo é um exemplo de que houve o cuidado de utilizar a norma
padrão (emprego adequado dos sinais de pontuação, colocação pronominal
correta, respeito às regras de concordância, etc.).

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Alternativa E: correta. A hipérbole pode ser exemplificada


por meio da seguinte passagem: “que fez você encher uma piscina olímpica
de lágrimas”, que indica exageradamente o quanto a personagem chorou.
Resposta – D

Por hoje é só. Não deixe de participar do fórum de dúvidas.


Dê sua contribuição para o bom andamento do nosso curso.
Fique com Deus e um forte abraço!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

Texto I, para responder às questões de 1 a 4.

Planeta azul

1 A vida e a natureza sempre a mercê da poluição


Inverte as estações do ano, faz calor no inverno e frio no verão
Os peixes morrendo nos rios, estão se extinguindo espécies animais,
4 E tudo que se planta colhe,
O tempo retribui o mal que a gente faz.

Onde a chuva caía, quase todo dia, já não chove nada,


7 O sol abrasador rachando os leitos dos rios secos, sem um pingo d´água
Quanto ao futuro inseguro será assim de Norte a Sul.
A Terra nua semelhante à Lua, o que será desse planeta azul?
10 O que será desse planeta azul?

O rio que desce as encostas, já quase sem vida, parece que chora
No triste lamento das águas, ao ver devastadas a fauna e a flora
É tempo de pensar no verde, regar a semente que ainda não nasceu,
Deixar em paz a Amazônia, preservar a vida, estar de bem com Deus.
Rio Negro e Solimões.

1. (Funiversa/Adassa-DF/Técnico em Regulação/2009) Do texto I é


possível inferir que

(A) a vida e a natureza estão sempre à disposição da poluição.


(B) as consequências da degradação são sentidas em todo o planeta.
(C) a inversão das estações do ano foi promovida pela natureza.
(D) o tempo não responde pelo mal que recebe.
(E) o sol é tão quente quanto uma brasa.

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2. (Funiversa/Adasa-DF/Técnico em Regulação/2009) No trecho “Onde a


chuva caía, quase todo dia, já não chove nada”, a expressão sublinhada
desempenha a função de sintática de

(A) objeto direto.


(B) complemento nominal.
(C) conectivo conjuntivo.
(D) adjunto adnominal.
(E) adjunto adverbial.

3. (Funiversa/Adasa-DF/Técnico em Regulação/2009) O sujeito do verbo


“parece”, no verso 11, é

(A) “as encostas”.


(B) “a vida”.
(C) “O rio”.
(D) “o lamento das águas”.
(E) “o triste lamento”.

4. (Funiversa/Adasa-DF/Técnico em Regulação/2009) Observando a


significação das palavras, no contexto, pode-se afirmar que

(A) na expressão “Os peixes morrendo nos rios” (verso 3), entende-se que
a causa da morte fora afogamento .
(B) na interrogativa “O que será desse planeta azul?” (verso 10), está
subtendida a necessidade imediata da mudança de cor do planeta.
(C) a Lua será habitada, apesar da semelhança com a Terra.
(D) em “será assim de Norte a Sul” (verso 8), infere-se que a natureza
pedirá socorro em qualquer lugar do planeta.

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(E) o futuro será seguro para os moradores do Leste e Oeste.

Texto II, para responder às questões de 5 a 8.

Projeto Brasil da Águas

1 A segunda campanha do Projeto Brasil das Águas


foi realizada pela região Centro-Oeste em novembro.
Testemunhamos que muitos rios sofrem de sérios problemas
4 de assoreamento, rios outrora cristalinos agora são rios de
areia. Mas também encontramos muitos outros ainda
transparentes, como o Juruena e o Arraias, e visitamos uma
7 raridade, o rio Cristalino, perto de Alta Floresta (MT), ainda
intacto do começo (na Serra do Cachimbo) ao fim
(desemboca no rio Teles Pires).
10 Cientes da preocupação dos índios do Parque
Indígena do Xingu quanto à qualidade da água que bebem,
várias coletas foram feitas nos rios e em lagos do parque.
13 Ouvimos os comentários ansiosos dos caciques Aritana
(Yawalapiti) e Kotoky (Kamayurá) a respeito do
assoreamento e da deterioração dessas águas, algo que
16 percebem pela diminuição da quantidade de peixes. Nobre é
a preocupação demonstrada por eles, visando ao bem-estar
das futuras gerações; não pensando apenas na geração
19 presente.
No oeste do estado de Mato Grosso, descobrimos
rios belíssimos, como o Juruena, Papagaio e Buriti, faixas
22 azuis atravessando matas e cerrados intactos, descendo das
nascentes em áreas ainda não tomadas pela soja, na

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Chapada dos Parecis. Brilhavam pequenas praias


25 convidativas. Bancos de areia submersa traçando desenhos
ondulados por baixo das águas transparentes. Corredeiras
alegres, cachoeiras escondidas e uma vegetação nativa
28 ainda intacta. No dia em que voamos de Alta Floresta para
Vilhena (RO), a tentação era grande demais. Fizemos pit stop
para almoçar em uma praia deserta colada a uma ilha verde
31 em pleno Juruena. Só nós dois e, na areia, as pegadas das
capivaras.
Decolando de Cuiabá no dia 16 de novembro, rumo
34 ao Araguaia, houve um incidente que deixou o Talha-mar na
Chapada dos Guimarães. Ele vai ficar alguns meses fora de
serviço, mas o projeto não parou. O Brasil das Águas
37 continua. Já adotamos e adaptamos o Talha-marzinho.
Felizmente, nenhuma gota das amostras colhidas
durante a viagem perdeu-se durante o incidente na Chapada:
40 tudo foi entregue aos cientistas-parceiros para análise. Hoje,
podemos anunciar que 17% do projeto já está realizado!
Gérard e Margi Moss. Internet: <http://www.brasildasaguas.
com.br/brasil_das_aguas/centro_oeste> (com adaptações).

5. (Funiversa/Adasa-DF/Técnico em Regulação/2009) De acordo com as


ideias apresentadas no texto II, assinale a alternativa correta.

(A) Pelo contexto é possível concluir que Talha-mar é o nome da


embarcação marítima utilizada como transporte no dia 16 de novembro.
(B) Percebe-se no texto a intenção dos autores em narrar os
acontecimentos.

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(C) No trecho “Ouvimos os comentários ansiosos dos caciques” (linha 13),


os índios descrevem a situação para evidenciar a preocupação com as
águas.
(D) A evidência de faixas azuis atravessando matas e cerrados é
relacionada a cordões de isolamento para a proteção de áreas já
depredadas.
(E) Os cordões azuis são encontrados com mais frequência em regiões onde
há rios.

6. (Funiversa/Adasa-DF/Técnico em Regulação/2009) Assinale a


alternativa em que o termo sublinhado desempenha a função a ele
relacionada.

(A) “A segunda campanha do Projeto Brasil das Águas” (linha 1) – objeto


direto.
(B) “Mas também encontramos muitos outros” (linha 5) – conectivo
prepositivo.
(C) “várias coletas foram feitas” (linha 12) – sujeito paciente.
(D) “Cientes da preocupação dos índios” (linha 10) – adjunto adnominal.
(E) “houve um incidente” (linha 34) – sujeito.

7. (Funiversa/Adasa/DF/Técnico em Regulação/2009) Quanto ao trecho


“Bancos de areia submersa traçando desenhos ondulados por baixo das
águas transparentes.” (linhas 25 e 26), assinale a alternativa que
apresenta termos exercendo a mesma função sintática.

(A) “submersa” – “transparentes”


(B) “ondulados” – “traçando”
(C) “de areia” – “desenhos ”

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(D) “por baixo” – “Bancos”


(E) “de areia” – “das águas”

8. (Funiversa/Adasa/DF/Técnico em Regulação/2009) Acerca da expressão


destacada em “Fizemos um pit stop para almoçar em uma praia
deserta” (linhas 29 e 30), é correto afirmar que

(A) é evidente e exagerado o uso de palavras estrangeiras, pois o texto foi


escrito por estrangeiros.
(B) foi utilizado o estrangeirismo, uso de construções com palavras
estrangeiras.
(C) a língua estrangeira é predominante nos textos brasileiros.
(D) a expressão estrangeira poderia ser substituída pela expressão
brasileira “uma vaquinha”, ato de recolher dinheiro entre os presentes
para custear algo, sem acarretar prejuízo semântico para o texto.
(E) a expressão em estudo já foi introduzida no vocabulário da língua
portuguesa, portanto não deve ser considerada como estrangeirismo.

Texto I, para responder às questões de 9 a 12.

1 A União Europeia inaugurou um novo patamar de


integração política e econômica no globo. A cooperação entre
seus países permitiria à região fazer frente a outras
4 potências, como os Estados Unidos e o Japão, e, assim,
assegurar o bem-estar social e a segurança de sua
população. Com o passar dos anos, o bloco incorporou
7 nações menos desenvolvidas do continente e instituiu uma
moeda única, o euro, que atraiu investidores e chegou a
ameaçar o domínio do dólar como reserva internacional de

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10 valor. Mas a crise financeira mundial fez emergir as


fragilidades na estrutura econômica de algumas nações do
bloco. À medida que a turbulência dos mercados se
13 acentuou, veio à tona a irresponsabilidade fiscal de alguns
países, sobretudo a Grécia. Diante do risco de que o déficit
crescente no orçamento grego pudesse contaminar outros
16 europeus com situação fiscal semelhante e pôr em xeque a
confiabilidade do bloco, líderes regionais reuniram-se às
pressas na semana passada. Ao fim do encontro, chegou-se
19 a um acordo para ajudar a Grécia. Ainda que não tenha sido
feita menção formal a um resgate financeiro, a reunião serviu
para acalmar o temor dos investidores internacionais.
22 A condição para que os gregos recebam a ajuda é
que eles apresentem um plano de ajuste orçamentário. Foi o
que fez o ministro de finanças, George Papaconstantinou,
25 que propôs enxugar os gastos e reduzir o deficit fiscal para
3% do PIB, como determina o Tratado de Maastricht. Hoje, o
rombo no orçamento é de 13% do PIB, um dos índices mais
28 elevados do planeta. As medidas de ajuste incluem o
congelamento dos salários dos servidores públicos e o
aumento da idade mínima para aposentadoria. Levar as
31 reformas adiante terá um custo político: na semana passada,
as ruas de Atenas foram tomadas por manifestantes, e os
funcionários públicos entraram em greve. Afirma Carlos
34 Langoni, da Fundação Getúlio Vargas: “Economias pequenas
se beneficiaram com a adoção do euro, mas tiveram de
abdicar do controle de sua política monetária, que fica a
37 cargo do Banco Central Europeu. Em um momento de crise,

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não podem aumentar os juros ou desvalorizar a sua moeda,


o que dificulta a recuperação.”
In: Veja, 17/2/2010, p. 57 (com adaptações).

9. (Funiversa/Sejus-DF/Téc. Administrativo/2010) Com relação às ideias


do texto I, assinale a alternativa correta.

(A) A cooperação entre os países da União Europeia permitiria que cada


país estivesse à frente de potências como os Estados Unidos e o Japão.
(B) A instituição de moeda única, o euro, provocou duas situações: a
aproximação de investidores e a ameaça da predominância da moeda
americana como reserva internacional de valor.
(C) A crise financeira mundial recente provocou abalos na economia das
nações que integram o bloco, em especial na da Grécia.
(D) Por apresentar receitas superiores às despesas, a Grécia, como país-
membro da União Europeia, abalou a confiabilidade no bloco.
(E) Líderes regionais do bloco europeu entraram em consenso na ajuda à
Grécia, o que, de imediato, atrairá novos investidores internacionais.

10. (Funiversa/Sejus-DF/Téc. Administrativo/2010) Ainda com relação ao


texto I, assinale a alternativa correta.

(A) O ministro de finanças grego, George Papaconstantinou, cumpriu o


necessário para que a Grécia recebesse ajuda, isto é, propôs plano de
adequação orçamentária, em que se previa diminuir gastos.
(B) Atualmente, o deficit orçamentário equivale a 13% do produto interno
bruto do país, o que corresponde ao índice mais elevado do planeta.
(C) Para conter a crise no orçamento, o governo terá, entre outras ações,
de reduzir os salários dos servidores públicos e rever os requisitos para
concessão de aposentadoria.

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(D) Revoltada com o rombo no orçamento, a população ocupou as ruas da


capital grega e conclamou os servidores públicos a entrar em greve.
(E) Na opinião de especialistas, a crise na Grécia deve-se à sua adesão à
União Europeia, pois o país entregou o controle de sua política
monetária ao Banco Central Europeu, que deixou de aumentar os juros.

11. (Funiversa/Sejus-DF/Téc. Administrativo/2010) Cada uma das


alternativas a seguir apresenta reescritura de fragmento do texto I.
Assinale aquela em que a reescritura mantém a ideia original.

(A) A União Europeia lançou um novo andar para a integração política e


econômica no globo (linhas 1 e 2).
(B) A cooperação entre seus países faria que a região esbarrasse em outras
potências, como os Estados Unidos e o Japão (linhas de 2 a 4).
(C) A crise, contudo, trouxe à tona a solidez da economia de certos países
que integram a União Europeia (linhas de 10 a 12).
(D) Diante do risco de que o deficit crescente no orçamento grego pudesse
influenciar outros países europeus que apresentam situação fiscal
similar e comprometer a confiabilidade da União Europeia, líderes
regionais encontraram-se às pressas na semana passada (linhas de 14
a 18).
(E) Ainda que não tenha sido discutida uma solução financeira, o encontro
teve como objetivo reduzir o medo dos investidores internacionais
(linhas de 19 a 21).

12. (Funiversa/Sejus-DF/Téc. Administrativo/2010) Cada uma das


alternativas a seguir apresenta reescritura de fragmento do texto I.

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Assinale aquela em que a reescritura não apresenta erro de


pontuação.

(A) A cooperação entre seus países, permitiria à região fazer frente a outras
potências, como os Estados Unidos e o Japão, e assim, assegurar o
bem-estar social e a segurança da população (linhas de 2 a 6).
(B) Com o passar dos anos o bloco incorporou nações menos desenvolvidas
do continente; e instituiu uma moeda única — o euro que atraiu
investidores e chegou a ameaçar o domínio do dólar como reserva
internacional de valor (linhas de 6 a 10).
(C) Mas, a crise financeira mundial fez emergir as fragilidades na estrutura
econômica de algumas nações do bloco: à medida que, a turbulência
dos mercados se acentuou, veio à tona a irresponsabilidade fiscal de
alguns países, sobretudo a Grécia (linhas de 10 a 14).
(D) Diante do risco de que o deficit crescente no orçamento grego pudesse
contaminar outros europeus com situação fiscal semelhante e pôr em
xeque a confiabilidade do bloco, líderes regionais reuniram-se, às
pressas, na semana passada (linhas de 14 a 18).
(E) Levar as reformas adiante terá um custo político. Na semana passada,
as ruas de Atenas, foram tomadas por manifestantes e os funcionários
públicos entraram em greve (linhas de 30 a 33).

Texto II, para responder às questões de 13 a 15.

1 A verdadeira consolidação do Direito Internacional


dos Direitos Humanos surge em meados do século XX, em
decorrência da Segunda Guerra Mundial. Nas palavras de
4 Thomas Buergenthal: “O moderno Direito Internacional dos
Direitos Humanos é um fenômeno do pós-guerra. Seu

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desenvolvimento pode ser atribuído às monstruosas


7 violações de direitos humanos da era Hitler e à crença de que
parte dessas violações poderia ser prevenida se um efetivo
sistema de proteção internacional de direitos humanos
10 existisse.”
A internacionalização dos direitos humanos constitui,
assim, um movimento extremamente recente na história,
13 surgido a partir do pós-guerra, como resposta às atrocidades
e aos horrores cometidos durante o nazismo. Apresentando o
Estado como o grande violador de direitos humanos, a Era
16 Hitler foi marcada pela lógica da destruição e da
descartabilidade da pessoa humana, o que resultou no
extermínio de onze milhões de pessoas. O legado do
19 nazismo foi condicionar a titularidade de direitos, ou seja, a
condição de sujeito de direitos à pertinência a determinada
raça — a raça pura ariana. No dizer de Ignacy Sachs, o
22 século XX foi marcado por duas guerras mundiais e pelo
horror absoluto do genocídio concebido como projeto político
e industrial.
25 No momento em que os seres humanos se tornam
supérfluos e descartáveis, no momento em que vige a lógica
da destruição, em que cruelmente se abole o valor da pessoa
28 humana, torna-se necessária a reconstrução dos direitos
humanos, como paradigma ético capaz de restaurar a lógica
do razoável. A barbárie do totalitarismo significou a ruptura
31 do paradigma dos direitos humanos, por meio da negação do
valor da pessoa humana como valor-fonte do direito. Diante
dessa ruptura, emerge a necessidade de reconstruir os

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34 direitos humanos, como referencial e paradigma ético que


aproxime o direito da moral. Nesse cenário, o maior direito
passa a ser, adotando a terminologia de Hannah Arendt, o
37 direito a ter direitos, ou seja, o direito a ser sujeito de direitos.
Flávia Piovesan. Direito constitucional internacional e os
direitos humanos. Saraiva, 2007 (com adaptações).

13. (Funiversa/Sejus-DF/Téc. Administrativo/2010) Com relação às ideias


do texto II, assinale a alternativa correta.

(A) O Direito Internacional dos Direitos Humanos nasce por volta da década
de 50 do século XX, como resultado da Segunda Guerra Mundial.
(B) Como decorrência das práticas empregadas por seu regime, Hitler
defendeu a internacionalização dos direitos humanos.
(C) O estudo aprofundado da história revela que, na verdade, era o Estado
o responsável pelas constantes violações aos direitos humanos, e não o
regime nazista, cuja criação e difusão se devem a um de seus grandes
expoentes, Hitler.
(D) Para os nazistas, somente tinham direitos — sejam direitos humanos ou
quaisquer outros — os indivíduos pertencentes à raça ariana.
(E) Apenas duas guerras marcaram o século XX, mas elas foram suficientes
para incutir no ser humano a absoluta repulsa ao genocídio.

14. (Funiversa/Sejus-DF/Téc. Administrativo/2010) Ainda com relação ao


texto II, assinale a alternativa correta.

(A) A reconstrução dos direitos humanos apenas se faz necessária a partir


do momento em que o homem se torna supérfluo e descartável, isto é,
quando ele deixa de ter valor.

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(B) É possível que o homem restabeleça a lógica do razoável a partir da


reconstrução dos direitos humanos.
(C) O totalitarismo não chega a negar o valor da pessoa humana, mas ele é
capaz de romper com o que se defende na área dos direitos humanos.
(D) Após a era nazista, a humanidade, naturalmente, deparou-se com os
direitos humanos reconstruídos.
(E) Para Hannah Arendt, o indivíduo tem direito a ser propiciador de
direitos.

15. (Funiversa/Sejus-DF/Téc. Administrativo/2010) Cada uma das


alternativas a seguir apresenta reescritura de fragmento do texto II.
Assinale aquela em que a reescritura apresenta erro relacionado ao
emprego ou à ausência do sinal indicativo de crase.

(A) Seu desenvolvimento pode ser atribuído a violações de direitos


humanos (linhas de 5 a 7).
(B) O legado do nazismo foi condicionar a titularidade de direitos aquele
que pertencesse à raça ariana (linhas de 18 a 21).
(C) pelo horror absoluto à exterminação (linhas 22 e 23).
(D) a ruptura do paradigma deve-se à barbárie do totalitarismo (linhas 30 e
31).
(E) é necessária a reconstrução dos direitos humanos (linhas 33 e 34).

Texto I, para responder às questões de 16 a 18.

1 No que se refere às práticas assistenciais, tem sido


comum a confusão na utilização dos termos assistência e
assistencialismo. Essa é uma questão delicada, daí a
4 importância que se tenha clareza sobre ela, pois, quando se

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trabalha com a política de assistência social nos espaços em


que a intervenção se manifesta pelo caráter emergencial, é
7 comum taxar essa atuação como uma prática
assistencialista. Contudo, não se deve equiparar ou confundir
ação de emergência com assistencialismo. As ações
10 emergenciais são tão dignas e necessárias quanto as demais
ações. O que realmente faz a diferença são os objetivos
pelos quais são desenvolvidas.
13 Apesar de termos legislações que avançaram no
sentido do direito social, muitas ações desenvolvidas
segundo a ótica dos interesses de dirigentes do Estado
16 têm-se caracterizado como assistencialistas, ou seja, ações
que não emancipam os usuários, pelo contrário, reforçam
sua condição de subalternização perante os serviços
19 prestados.
Essas ações constituem-se com base na troca de
favores, principalmente no que se refere às políticas
22 partidárias, em que parte da população torna-se receptora de
“benefícios” não no sentido do patamar do direito e, sim, na
perspectiva da troca votos-favores. Por outro lado, para a
25 população dependente dos serviços e dos benefícios
transmitidos por essas políticas de garantia da sobrevivência,
não importa com qual intenção tais ações estejam se
28 desenvolvendo. Na perspectiva de quem não tem o mínimo,
o fundamental é não morrer de fome e ver supridas certas
necessidades básicas.
Solange Silva dos Santos Fidelis. Conceito de assistência e
assistencialismo. In: 2º Seminário nacional estado e
políticas sociais no Brasil. Cascavel: Unioeste,

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de 13 a 15 out./2005, p. 1-2 (com adaptações).

16. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) Com relação às ideias do


texto I, assinale a alternativa correta.

(A) A confusão na utilização dos termos assistência e assistencialismo está


definitivamente desfeita, a partir da divulgação do texto I, pois ele cuida
exatamente de elaborar os conceitos teóricos desses termos.
(B) A política de assistência social escraviza a população, mantendo-a em
posição inferior de dependência.
(C) Garantida a sobrevivência da população dependente dos serviços e
benefícios transmitidos pelas políticas assistencialistas e eleitoreiras,
resta descobrir os verdadeiros objetivos dos políticos, para que seja
estabelecida a troca de favores.
(D) As necessidades básicas de parcela da população brasileira são tão
prementes que o assistencialismo passa a ser bem-vindo, sendo
encarado como forma possível de garantir a sobrevivência.
(E) As ações emergenciais são vis e deixam claros os objetivos mesquinhos
segundo os quais são desenvolvidas.

17. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) Com base no texto I, assinale


a alternativa correta.

(A) A frase Essa é uma questão delicada, por isso é importante que
se tenha clareza sobre ela é uma reescrita adequada da original
registrada nas linhas 3 e 4.
(B) No fragmento “o fundamental é não morrer de fome e ver supridas
certas necessidades básicas” (linhas 29 e 30), o termo “supridas”
poderia ser usado no masculino singular, sem prejuízo gramatical.

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(C) Na frase “o fundamental é não morrer de fome e ver supridas certas


necessidades básicas.” (linhas 29 e 30), os verbos “morrer” e “ver” têm
sujeitos diferentes.
(D) A frase parte da população torna-se receptora de “benefícios”
não somente no sentido do patamar do direito, mas também na
perspectiva da troca votos-favores é uma reescrita adequada da
original das linhas de 22 a 24.
(E) As aspas da linha 23 indicam a interferência de fala de personagem
oculto no texto.

18. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) A respeito de termos e


fragmentos do texto I, assinale a alternativa correta.

(A) Assistência e assistencialismo são palavras que, por serem formadas por
uma parte morfológica comum [assistencia], têm sentido semelhante e,
por isso, são classificadas como sinônimos idênticos.
(B) O fragmento ações que não lhes emancipam substitui corretamente
o original das linhas 16 e 17.
(C) O fragmento ações que não emancipam os usuários, pelo
contrário, reforçam a condição deles de subalternização perante
os serviços prestados substitui corretamente o original das linhas de
16 a 19.
(D) O fragmento Referindo-se às práticas assistenciais, era comum a
confusão na utilização dos termos assistência e assistencialismo
é uma reescrita correta, de acordo com as normas gramaticais, do
original das linhas de 1 a 3.
(E) No fragmento “Essa é uma questão delicada, daí a importância que se
tenha clareza sobre ela, pois, quando se trabalha com a política de

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assistência social nos espaços” (linhas de 3 a 5), o verbo “trabalha”


poderia ser usado no plural, sem prejuízo gramatical.

Texto II, para responder à questão 19.

1 Travestis e transexuais matriculados nas escolas


municipais de Fortaleza ou cadastrados em projetos sociais
do município poderão ser agora oficialmente tratados por seu
4 nome social no lugar daquele que consta no registro de
nascimento. Isso é possível com a publicação de duas
portarias, uma da Secretaria de Educação e outra da
7 Secretaria de Assistência Social.
A medida garante que, logo no início das aulas, ao
se apresentar, o aluno tenha respeitada sua vontade de ser
10 chamado pelo nome social, informando isso ao professor
e(ou) ao diretor da escola, que farão a anotação em todos os
seus documentos.
13 “Essa é uma medida de acolhida afetuosa. Afinal, o
poder público não tem apenas o dever de dar acesso à
escola, mas também o de buscar a permanência do aluno e o
16 seu desenvolvimento. E o nome, muitas vezes, tem sido um
empecilho para isso”, disse Martír consultora jurídica
da Secretaria de Educação de Fortaleza.
Internet <http://www.clickpb.com.br/> (com adaptações).

19. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) Com base no texto II,


assinale a alternativa incorreta.

(A) O nome social pode ser o adotado pelo indivíduo, por sua própria
escolha, em substituição ao de registro de nascimento.

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(B) A acolhida aos alunos travestis e transexuais nas escolas municipais de


Fortaleza é avaliada como afetuosa, porque o poder público, além da
obrigação social de dar acesso à escola, deve buscar a permanência do
aluno nela.
(C) Duas secretarias de estado se uniram para a adoção de medida
favorável aos travestis e transexuais matriculados nas escolas
municipais de Fortaleza ou cadastrados em projetos sociais do
município.
(D) Infere-se do texto que a eventual incompatibilidade entre o nome e o
corpo de estudantes travestis e transexuais pode, muitas vezes, levar o
jovem a deixar a escola.
(E) Infere-se do texto que o preconceito contra o diferente está escondido
na obscuridade dos sentimentos humanos mais íntimos; por isso, o
homem nunca conseguirá se libertar dessa chaga moral.

Texto III, para responder às questões 20 e 21.

1 Já existem vários portais ativos e em crescimento


que disponibilizam para o internauta canais de televisão.
O wwitv, por exemplo, oferece atualmente nada menos
4 de 1.827 estações on-line (número de 4 de dezembro,
crescendo à razão de duas por dia). São
emissoras transmitidas de qualquer país que passe pela
7 nossa mente — e alguns outros de cuja existência sequer
desconfiávamos.
Uma visita a qualquer um desses portais deixa
10 bastante claro que a televisão, tal como a conhecemos hoje,
distribuída pelo ar de forma gratuita, ou por meio de qualquer
mecanismo pago de distribuição, está em sérios apuros. Mil

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13 batalhas jurídicas poderão acontecer nos próximos anos.


Mas frear a distribuição de sinais de TV pela Internet será tão
viável quanto impedir que chova. É mais sábio, portanto,
16 examinar como tirar proveito dos benefícios que a chuva
possa nos trazer.
Internet: <www.observatoriodaimprensa.com.br> (com adaptações).

20. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) Acerca da frase “São


emissoras transmitidas de qualquer país que passe pela nossa mente —
e alguns outros de cuja existência sequer desconfiávamos.” (linhas de 5
a 8), do texto III, assinale a alternativa incorreta.

(A) A forma verbal “São” é usada no plural porque concorda com o sujeito
implícito “duas por dia” (linha 5).
(B) A sequência “de qualquer país” pode ser reescrita, sem perda de
sentido, como por seja qual for o país.
(C) A forma verbal “passe”, se usada no plural, provocaria mudança
inaceitável de sentido, uma vez que remeteria a “emissoras”, e não
mais a “país”.
(D) A troca da preposição “de”, na segunda ocorrência, por em provocaria
uma falha na regência do verbo desconfiar.
(E) O travessão foi usado para enfatizar trecho do enunciado. Efeito similar
se conseguiria com o uso de negrito, ou, no discurso oral, com
entonações enfáticas.

21. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) A respeito do fragmento


“qualquer país que passe pela nossa mente — e alguns outros de cuja
existência sequer desconfiávamos.” (linhas de 6 a 8) do texto III,
assinale a alternativa incorreta.

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(A) A conjunção “e” poderia ser substituída, sem perda de sentido, pela
locução além de.
(B) O advérbio “sequer” pode ser reescrito, opcionalmente, como dois
verbetes: se quer, já que ambas são grafias aceitas pela gramática
como permutáveis.
(C) A forma verbal “desconfiávamos” indica a ideia de tempo passado
inacabado.
(D) O pronome “cuja” tem valor possessivo, já que equivale a sua.
(E) A forma verbal “passe” indica a ideia de possibilidade, um fato incerto
de acontecer.

Texto IV, para responder às questões de 22 a 24.

Transplante de amor

1 Gastrite é uma inflamação do estômago. Apendicite


é uma inflamação do apêndice. Otite é uma inflamação dos
ouvidos. Paixonite é uma inflamação do quê? Do coração.
4 Cada órgão do nosso corpo tem uma função vital e
precisa estar 100% em condições. Ao coração, coube a
função de bombear sangue para o resto do corpo, mas é nele
7 que se depositam também nossos mais nobres sentimentos.
Qual é o órgão responsável pela saudade, pela adoração?
Quem palpita, quem sofre, quem dispara? O próprio.
10 Foi pensando nisso que me ocorreu o seguinte: se
alguém está com o coração dilacerado nos dois sentidos,
biológico e emocional, e por ordens médicas precisa de um
13 novo, o paciente irá se curar da dor de amor ao receber o
órgão transplantado?

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Façamos de conta que sim. Você entrou no hospital


16 com o coração em frangalhos, literalmente. Além de
apaixonado por alguém que não lhe dá a mínima, você está
com as artérias obstruídas e os batimentos devagar quase
19 parando. A vida se esvai, mas localizaram um doador
compatível: já para a mesa de cirurgia.
Horas depois, você acorda. Coração novo. Tum-tum,
22 tum-tum, tum-tum. Um espetáculo. O médico lhe dá uma
sobrevida de cem anos. Nada mal. Visitas entram e saem do
quarto. Até que anunciam o Jorge. Que Jorge? O Jorge,
25 minha filha, o homem que você sempre amou. Eu????
Você não reconhece o Jorge. Acha ele meio
baixinho. Um tom de voz estridente. Usa uma camisa cor-de-
28 laranja que não lhe cai bem. Mas foi você mesma que deu a
ele de aniversário, minha filha. Eu????
Seu coração ignorou o tal de Jorge. O mesmo Jorge
31 que quase te levou à loucura, o mesmo Jorge que fez você
passar noites insones, que fez você encher uma piscina
olímpica de lágrimas. Em compensação, aquele enfermeiro
34 ali é bem gracinha. Tem um sorriso cativante. E uma mão
que é uma pluma, você nem sentiu a aplicação da anestesia.
Bacana este cara. Quem é? O namorado da menina a quem
37 pertencia seu coração. Tum-tum, tum-tum, tum-tum.
Transplantes de amor. Garanto que fariam muito
mais sucesso que a safena.
Martha Medeiros. Non-Stop. Porto Alegre: L & PM, 2001, p. 43.

22. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) A respeito do texto IV,


assinale a alternativa incorreta.

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(A) As palavras “Gastrite”, “Apendicite”, “Otite” e “Paixonite”, usadas no


primeiro parágrafo do texto, são formadas pelo mesmo processo de
derivação: a sufixal. Nessas palavras, usou-se o sufixo -ite, que indica
inflamação.
(B) A palavra “quê”, na frase “Paixonite é uma inflamação do quê? ”(linha
3) aparece acentuada porque está inserida em uma pergunta.
(C) A expressão “Do coração.” (linha 3) constitui-se, no contexto textual,
uma frase nominal, que confere ao texto maior agilidade e leveza de
estrutura sintática.
(D) A expressão “em condições” (linha 5), segundo a gramática da língua
portuguesa, exige um complemento que integre o seu sentido. Porém,
no texto, a ausência desse complemento não promoveu prejuízo para a
compreensão da informação.
(E) A vírgula da frase “Ao coração, coube a função de bombear sangue para
o resto do corpo” (linhas 5 e 6) justifica-se pelo deslocamento do termo
“Ao coração”, com finalidade estilística de criar ênfase.

23. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) Com relação ao texto IV,


assinale a alternativa incorreta.

(A) A repetição do pronome na frase da linha 9 “Quem palpita, quem sofre,


quem dispara?” cria destaque e certo suspense na informação.
(B) A resposta “O próprio.” (linha 9), dada às perguntas feitas
anteriormente, omite o nome (coração) ao qual se refere o adjetivo, o
que valoriza enfaticamente o termo “próprio”.
(C) O advérbio “sim” (linha 15) tem seu significado explicado nas
informações do parágrafo em que se insere.
(D) O pronome “Você” (linha 15) é empregado na frase como forma de
indeterminar o agente da ação, traço característico da oralidade

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brasileira. Assim, “Você entrou no hospital” (linha 15) corresponde a


Entrou-se no hospital.
(E) A sequência “a mínima” (linha 17), à qual falta o nome importância,
faz do qualificativo “mínima” o núcleo, o foco da informação.

24. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) Ainda com relação ao texto


IV, assinale a alternativa incorreta.

(A) A seguinte reescritura do trecho das linhas 19 e 20 está


gramaticalmente correta: localizaram um doador compatível;
portanto, vá urgente para a mesa de cirurgia. Porém, ela perde em
qualidade para a original, mais sintética e mais expressiva.
(B) Onomatopeia é uma figura de linguagem que consiste na formação de
palavras pela imitação de sons e ruídos. Nas linhas 21, 22 e 37, aparece
um exemplo dessa figura. Na primeira entrada, ela deixa entrever a
ideia de que o coração passou a funcionar no novo peito. Já, na
segunda, há a sugestão de que o coração da antiga dona dispara no
reconhecimento do namorado.
(C) No trecho “Até que anunciam o Jorge. Que Jorge? O Jorge, minha filha,
o homem que você sempre amou. Eu????” (linhas 24 e 25), aparece um
diálogo com apresentação gráfica inusitada.
(D) Com base nos fragmentos “Acha ele meio baixinho.” (linhas 26 e 27),
“Seu coração ignorou o tal de Jorge.” (linha 30), “Em compensação,
aquele enfermeiro ali é bem gracinha.” (linhas 33 e 34), “Bacana este
cara.” (linha 36) e “O namorado da menina a quem pertencia seu
coração.” (linhas 36 e 37) é correto afirmar que o texto é inteiramente
construído com construções próprias de linguagem informal, sem
nenhuma preocupação com a formalidade da língua escrita padrão.

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(E) Muito comum na fala cotidiana, a hipérbole, figura de linguagem que


consiste em exagerar intencionalmente uma ideia com a finalidade de
torná-la mais expressiva, é exemplificada no penúltimo parágrafo do
texto.

GABARITO
1. B 9. B 17. A
2. ANULADA 10. A 18. C, com ressalva
3. C 11. D, com ressalva 19. E
4. D 12. D 20. A
5. B 13. D 21. B
6. C 14. B 22. B
7. A 15. B 23. C
8. B 16. D 24. D

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