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SIMULADO 02 – GABARITO E COMENTÁRIOS

“Tenho em mim todos os sonhos do mundo.”


Fernando Pessoa
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

DIREITO CONSTITUCIONAL

01. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca da Separação de Poderes, de acordo com o entendimento dos Tribunais Superiores, não é
possível afirmar que:
Salvo em situações graves e excepcionais, não cabe ao Poder Judiciário, sob pena de violação
ao princípio da separação de Poderes, interferir na função do Poder Legislativo de definir receitas
e despesas da Administração Pública, emendando projetos de leis orçamentárias, quando
atendidas as condições previstas no art. 166, §§ 3º e 4º, da Constituição Federal.
São inconstitucionais as disposições que amarram a destituição dos dirigentes da agência
reguladora estadual somente à decisão da Assembleia Legislativa
É inconstitucional qualquer tentativa do Poder Legislativo de definir previamente conteúdos ou
estabelecer prazos para que o Poder Executivo, em relação às matérias afetas a sua iniciativa,
apresente proposições legislativas, mesmo em sede da Constituição estadual, porquanto ofende,
na seara administrativa, a garantia de gestão superior dada ao chefe daquele Poder.
Não ofende a denominada reserva de administração, por exceção em decorrência do conteúdo
nuclear do princípio da separação de poderes (CF, art. 2º), a proibição de cobrança de tarifa de
assinatura básica no que concerne aos serviços de água e gás.
Afronta os princípios constitucionais da harmonia e independência entre os Poderes e da
liberdade de locomoção norma estadual que exige prévia licença da Assembleia Legislativa para
que o governador e o vice-governador possam ausentar-se do País por qualquer prazo

COMENTÁRIOS
Correta. No momento das discussões sobre a Lei Orçamentária Anual de 2016 (Lei nº
13.255/2016), o Congresso Nacional promoveu um corte de 90% nas despesas de investimento e de
24,9% nas despesas de custeio fixadas para a Justiça do Trabalho.Diante disso, a Associação
Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) ajuizou ação direta de
inconstitucionalidade no STF afirmando que a redução do orçamento afeta a independência e a
autonomia do Poder Judiciário, garantidos no art.99 da CF/88, ao desconsiderar a proposta
orçamentária encaminhada pelo Tribunal Superior do Trabalho(TST).A Anamatra pediu que fosse
declarado inconstitucional o corte realizado e que, em substituição ao orçamento previsto na LOA,
fosse adotada a proposta orçamentária original encaminhada pelo TST. Como pedido subsidiário, a
autora pediu que a Justiça do Trabalho tivesse o mesmo orçamento dos demais órgãos do Judiciário
da União. O STF não acolheu o pedido. E fixou a tese da assertiva A, na ADI 5468
Correta. Tema relevante tanto para o direito constitucional quanto administrativo. No caso,
não é possível que só o legislativo indique os dirigentes, excluindo a atuação do Executivo. Leia:
Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (AGERGS). (...)
Demissão por atuação exclusiva do Poder Legislativo. Ofensa à separação dos poderes. (...) São
inconstitucionais as disposições que amarram a destituição dos dirigentes da agência reguladora
estadual somente à decisão da Assembleia Legislativa. O voluntarismo do legislador
infraconstitucional não está apto a criar ou ampliar os campos de intersecção entre os poderes
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SIMULADO 02

estatais constituídos sem autorização constitucional, como no caso em que se extirpa a


possibilidade de qualquer participação do governador do Estado na destituição do dirigente da
agência reguladora, transferindo-se, de maneira ilegítima, a totalidade da atribuição ao Poder
Legislativo local. Violação do princípio da separação dos poderes.[ADI 1949]
Correta. Não pode o Legislativo impor prazos ao Executivo e vice-versa! Não custa
lembrar que também não pode o Judiciário, em sede de MI, impor prazo aos outros poderes
para que elaborem proposição legislativa. O entendimento da assertiva se encontra na ADI 179.
Incorreta. O princípio da reserva da administração é princípio implícito e importantíssimo
conhece-lo para provas de procuradorias. Assim como determinadas matérias estão sujeitas à
reserva de lei, outras, por sua vez, estão sob o crivo único do Executivo, sendo este o
denominado princípio. Confira a decisão do STF: Ofende a denominada reserva de
administração, decorrência do conteúdo nuclear do princípio da separação de poderes (CF, art.
2º), a proibição de cobrança de tarifa de assinatura básica no que concerne aos serviços de
água e gás, em grande medida submetidos também à incidência de leis federais (CF, art. 22, IV),
mormente quando constante de ato normativo emanado do Poder Legislativo fruto de
iniciativa parlamentar, porquanto supressora da margem de apreciação do chefe do Poder
Executivo distrital na condução da administração pública, no que se inclui a formulação da
política pública remuneratória do serviço público.[ADI 3343]
Correta. Muito pelo contrário, o STF já disse que era afronta. Afronta os princípios
constitucionais da harmonia e independência entre os Poderes e da liberdade de locomoção
norma estadual que exige prévia licença da Assembleia Legislativa para que o governador e o
vice-governador possam ausentar-se do País por qualquer prazo. Espécie de autorização que,
segundo o modelo federal, somente se justifica quando o afastamento exceder a quinze dias.
Aplicação do princípio da simetria.[ADI 738]
LETRA D

02. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Sobre o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, assinale a alternativa correta:


A Constituição do Brasil atribui ao Poder Público e à coletividade o dever de defender um
meio ambiente ecologicamente equilibrado. [CB/88, art. 225, §1º, III]. A delimitação dos espaços
territoriais protegidos deve ser feita por decreto ou por lei, sendo esta prescindível apenas
quando se trate de alteração ou supressão desses espaços.
A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais,
incentivando a valorização e a difusão das manifestações, prescinde da observância do disposto
no inciso VII do art. 225 da Carta Federal, o qual veda prática que acabe por submeter os animais
à crueldade não discrepa da norma constitucional a denominada vaquejada.
Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma do regulamento.
O art. 225, § 3º, da Constituição Federal condiciona a responsabilização penal da pessoa
jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese
responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional impõe a necessária dupla imputação.
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SIMULADO 02

É inconstitucional lei estadual que exige autorização prévia da Assembleia Legislativa para o
licenciamento de atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetivas e
potencialmente poluidoras, bem como capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental,
uma vez que aprovação de licenciamento ambiental à prévia autorização da Assembleia Legislativa
implica indevida interferência do Poder Legislativo na atuação do Poder Executivo.

COMENTÁRIOS
Incorreta. A lei só é necessária para situação mais danosa ao meio ambiente, qual seja,
redução ou supressão. Leia: A Constituição do Brasil atribui ao Poder Público e à coletividade o
dever de defender um meio ambiente ecologicamente equilibrado. [CB/88, art. 225, §1º, III]. A
delimitação dos espaços territoriais protegidos pode ser feita por decreto ou por lei, sendo esta
imprescindível apenas quando se trate de alteração ou supressão desses espaços. [MS26064]
Incorreta. A assertiva fez uma troca de palavras no julgado que o fez incorreto. Leia o
original: A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais,
incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância do
disposto no inciso VII do art. 225 da Carta Federal, o qual veda prática que acabe por submeter
os animais à crueldade. Discrepa da norma constitucional a denominada vaquejada. [ADI 4983].
Concurseiros, muito cuidado com as expressões, prescinde e imprescinde!!
Incorreta! A CF é clara ao exigir “na forma da lei”. Portanto, nada de regulamento!
Incorreta!! O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal
da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese
responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla
imputação. As organizações corporativas complexas da atualidade se caracterizam pela
descentralização e distribuição de atribuições e responsabilidades, sendo inerentes, a esta
realidade, as dificuldades para imputar o fato ilícito a uma pessoa concreta. Condicionar a aplicação
do art. 225, § 3º, da Carta Política a uma concreta imputação também a pessoa física implica
indevida restrição da norma constitucional, expressa a intenção do constituinte originário não
apenas de ampliar o alcance das sanções penais, mas também de evitar a impunidade pelos crimes
ambientais frente às imensas dificuldades de individualização dos responsáveis internamente às
corporações, além de reforçar a tutela do bem jurídico ambiental. A identificação dos setores e
agentes internos da empresa determinantes da produção do fato ilícito tem relevância e deve ser
buscada no caso concreto como forma de esclarecer se esses indivíduos ou órgãos atuaram ou
deliberaram no exercício regular de suas atribuições internas à sociedade, e ainda para verificar se a
atuação se deu no interesse ou em benefício da entidade coletiva. Tal esclarecimento, relevante
para fins de imputar determinado delito à pessoa jurídica, não se confunde, todavia, com
subordinar a responsabilização da pessoa jurídica à responsabilização conjunta e cumulativa das
pessoas físicas envolvidas. Em não raras oportunidades, as responsabilidades internas pelo fato
estarão diluídas ou parcializadas de tal modo que não permitirão a imputação de responsabilidade
penal individual. [RE 548181]
correta. Lei 1.315/2004, do Estado de Rondônia, que exige autorização prévia da Assembleia
Legislativa para o licenciamento de atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas
efetivas e potencialmente poluidoras, bem como capazes, sob qualquer forma, de causar
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SIMULADO 02

degradação ambiental. Condicionar a aprovação de licenciamento ambiental à prévia autorização


da Assembleia Legislativa implica indevida interferência do Poder Legislativo na atuação do Poder
Executivo, não autorizada pelo art. 2º da Constituição. Precedente: ADI 1.505. Compete à União
legislar sobre normas gerais em matéria de licenciamento ambiental (art. 24, VI, da
Constituição).[ADI 3252]
LETRA E

03 . SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

As assertivas a seguir abordam temas diversos acerca das súmulas vinculantes. Assinale a
assertiva incorreta:
A norma do § 3º do artigo 192 da Constituição, revogada pela Emenda Constitucional nº
40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicação condicionada à
edição de lei complementar
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade,
até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão
ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público incide, para todos os efeitos,
sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo.
É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem
prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a
carreira na qual anteriormente investido.
e)Compete à Justiça Estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público
de telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente.

COMENTÁRIOS
As Súmulas vinculantes é assunto que tem que saber decorado!!
Correta. Redação da SV 7.
Correta. Redação da SV 13.
Incorreta. Redação SV 15- Redação da súmula é a seguinte: c) O cálculo de gratificações e
outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o
salário mínimo.
Correta. Redação SV 43
Correta. Redação da SV 27.
LETRA C.

04 . SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

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SIMULADO 02

Assinale a alternativa incorreta no que diz respeito ao processo legislativo de Emendas


Constitucionais:
Não precisa ser reapreciada pela Câmara dos Deputados expressão suprimida pelo Senado
Federal em texto de projeto que, na redação remanescente, aprovada de ambas as Casas do
Congresso, não perdeu sentido normativo
As cláusulas pétreas não podem ser invocadas para sustentação da tese da
inconstitucionalidade de normas constitucionais inferiores em face de normas constitucionais
superiores.
A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Ocorre contrariedade ao § 5º do art. 60 da Constituição na medida em que o presidente da
Câmara dos Deputados aplica dispositivo regimental adequado e declara prejudicada a proposição
que tiver substitutivo aprovado, e não rejeitado, ressalvados os destaques (art. 163, V). Tendo a
Câmara dos Deputados rejeitado o substitutivo, aplica-se a norma do art. 60, § 5º, da Constituição.
A eficácia das regras jurídicas produzidas pelo poder constituinte (redundantemente
chamado de "originário") não está sujeita a nenhuma limitação normativa, seja de ordem
material, seja formal, porque provém do exercício de um poder de fato ou suprapositivo.

COMENTÁRIOS
Correta. Nesse sentido é o entendimento do STF. ADI 3367.
Correta. As cláusulas pétreas não podem ser invocadas para sustentação da tese da
inconstitucionalidade de normas constitucionais inferiores em face de normas constitucionais
superiores, porquanto a Constituição as prevê apenas como limites ao poder constituinte
derivado ao rever ou ao emendar a Constituição elaborada pelo poder constituinte originário, e
não como abarcando normas cuja observância se impôs ao próprio poder constituinte
originário com relação as outras que não sejam consideradas como cláusulas pétreas, e,
portanto, possam ser emendadas.
Correta. CF (art.60,§5º)
Incorreta! Não ocorre contrariedade ao § 5º do art. 60 da Constituição na medida em que o
presidente da Câmara dos Deputados, autoridade coatora, aplica dispositivo regimental
adequado e declara prejudicada a proposição que tiver substitutivo aprovado, e não rejeitado,
ressalvados os destaques (art. 163, V). É de ver-se, pois, que tendo a Câmara dos Deputados
apenas rejeitado o substitutivo, e não o projeto que veio por mensagem do Poder Executivo,
não se cuida de aplicar a norma do art. 60, § 5º, da Constituição. Por isso mesmo, afastada a
rejeição do substitutivo, nada impede que se prossiga na votação do projeto originário. O que
não pode ser votado na mesma sessão legislativa é a emenda rejeitada ou havida por
prejudicada, e não o substitutivo que é uma subespécie do projeto originariamente proposto.
Correta. Esse é o entendimento do STF, o PCO inaugura a ordem jurídica constitucional, não
há nenhum elemento normativo que o condicione!
LETRA D

SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE


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SIMULADO 02

Consoante jurisprudência dos Tribunais Superiores, assinale a assertiva correta


A Resolução do TSE não pode ser impugnada no STF por meio de ADI, ainda que a pretexto de
regulamentar dispositivos legais, assuma caráter autônomo e inovador.
Decisão administrativa de Tribunal de Justiça não pode ser objeto de ADI, ainda que tenha
conteúdo normativo, com generalidade e abstração.
Se o ato normativo que estiver sendo impugnado por meio de Ação Direta de
Inconstitucionalidade for revogado antes do julgamento da ação, salvo exceções, haverá perda
superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida
O Supremo Tribunal Federal entendeu que não é possível a cumulação de pedidos típicos de
ADI e ADC em uma única demanda de controle concentrado. De acordo com a Lei 9.868/99, o
autor deve propor novamente a demanda e ela será redistribuída por prevenção.
Não é possível que uma lei, dias após ser editada, seja objeto de ADC, uma vez que a Lei
9.868/99 exige, como requisito da petição inicial, a controvérsia judicial relevante sobre a lei
objeto da ação.

COMENTÁRIOS
Incorreta. Esse é o entendimento do STF na ADI 5104. Se a resolução tem caráter autônomo e
inovador, é considerado norma hábil a ser impugnada por ADI
B) Incorreta. O plenário do TJRN reconheceu em um processo administrativo um direito a uma
gratificação a determinados servidores e depois estendeu o benefício aos demais servidores
que estavam na mesma situação .o STF disse que essa decisão poderia ser impugnada por
meio de ADI, uma vez que dotada de abstração e generalidade. Quanto ao mérito, o STF
julgou inconstitucional, pois a gratificação dependeria de lei. [ADI 3202]
Correta. Não haverá perda do objeto e a ADI será conhecida: 1) caso fique demonstrado que
houve fraude processual; 2) conteúdo do ato normativo foi repetido, em sua essência, em
outro diploma normativo; 3) caso STF tenha julgado o mérito da ação sem ter comunicado
previamente que houve revogação da norma. ( ADI 3306, 2418)
Incorreta. O STF entendeu justamente o contrário. Além de ser possível a cumulação
objetiva, é recomendável, pois permite o enfrentamento célere, coerente e eficiente de
questões relacionadas entre si. (ADI 5326)
Incorreta. Mesmo com poucos dias, o STF disse que é possível que a lei seja objeto de ADC,
pois o requisito da “controvérsia judicial relevante” é num critério qualitativo e não
quantitativo. Não se deve examinar apenas os números das decisões judiciais. É possível que
seja objeto de ADC se o ato normativo impugnado for uma EC ou, ainda que se trate de uma lei
ordinária, tenha o risco das decisões se multiplicarem. (ADI 5316)
LETRA C

06. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Consoante entendimento dos Tribunais Superiores acerca do Poder Judiciário, assinale a assertiva
incorreta.
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SIMULADO 02

Não há necessidade de prévia autorização da assembleia legislativa para o recebimento de


denúncia ou queixa e instauração de ação penal contra governador de Estado, por crime comum,
cabendo ao STJ, no ato de recebimento ou no curso do processo, dispor, fundamentadamente,
sobre a aplicação de medidas cautelares penais, inclusive afastamento do cargo.
Mostra-se incompatível com a CR – e com a regra de competência inscrita em seu art. 105, I, a
– o deslocamento, para a esfera de atribuições da Assembleia Legislativa local, ainda que
mediante emenda à Constituição do Estado, do processo e julgamento dos Conselheiros do
Tribunal de Contas estadual nas infrações político-administrativas.
A aposentadoria do magistrado, ainda que voluntária, transfere a competência para
processamento e julgamento de eventual ilícito penal para o primeiro grau de jurisdição.
A competência do Tribunal do Júri para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida é
mitigada pela própria Carta da República, no que prevista prerrogativa de foro, tendo em conta a
dignidade de certos cargos e a relevância destes para o Estado.
O STJ é o órgão competente e para processar e julgar ato dos presidentes do Superior Tribunal
de Justiça Desportiva e da Confederação Brasileira de Futebol.

COMENTÁRIOS
Correta. Não há necessidade de prévia autorização da assembleia legislativa para o
recebimento de denúncia ou queixa e instauração de ação penal contra governador de Estado,
por crime comum, cabendo ao STJ, no ato de recebimento ou no curso do processo, dispor,
fundamentadamente, sobre a aplicação de medidas cautelares penais, inclusive afastamento
do cargo. (...) O relator afirmou a necessidade de superar os precedentes da Corte na dimensão
de uma redenção republicana e cumprir a promessa do art. 1º, caput, da CF, diante dos
reiterados e vergonhosos casos de negligência deliberada pelas assembleias legislativas
estaduais, que têm sistematicamente se negado a deferir o processamento de governadores.
(...) Esclareceu não haver na CF previsão expressa da exigência de autorização prévia de
assembleia legislativa para o processamento e julgamento de governador por crimes comuns
perante o STJ. Dessa forma, inexiste fundamento normativo-constitucional expresso que
faculte aos Estados-membros fazerem essa exigência em suas Constituições estaduais. Não há,
também, simetria a ser observada pelos Estados-membros (ADI 5540)
Correta. Prerrogativa de foro dos conselheiros do Tribunal de Contas estadual, perante o STJ,
nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade (CF, art. 105, I, a). (...) Mostra-se
incompatível com a CR – e com a regra de competência inscrita em seu art. 105, I, a – o
deslocamento, para a esfera de atribuições da Assembleia Legislativa local, ainda que mediante
emenda à Constituição do Estado, do processo e julgamento dos Conselheiros do Tribunal de
Contas estadual nas infrações político-administrativas. (ADI 4190)
Correta. Foro por prerrogativa de função. Desembargador aposentado (...). Exercem
jurisdição, tão somente, magistrados ativos. A aposentadoria do magistrado, ainda que
voluntária, transfere a competência para processamento e julgamento de eventual ilícito penal
para o primeiro grau de jurisdição(RE 549.560)
Correta. A competência do Tribunal do Júri para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida é
mitigada pela própria Carta da República, no que prevista prerrogativa de foro, tendo em
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SIMULADO 02

conta a dignidade de certos cargos e a relevância destes para o Estado. Simetria a ser
observada, visto que o Diploma Maior local rege o tema em harmonia com a Carta Federal, no
que esta revela a competência do STJ para julgar, nos crimes comuns, os membros do
Ministério Público junto ao TCU. Precedentes: HC 78.168, Segunda Turma, Rel. Min. Néri da
Silveira, e HC 69.325, Pleno, no qual fui designado relator.(HC 79.212)
Incorreta. Incompetência do STJ para processar e julgar ato dos presidentes do Superior
Tribunal de Justiça Desportiva e da Confederação Brasileira de Futebol. O rol do art. 105, I, b, da
CR é taxativo e não admite interpretação extensiva.(RMS 26.413)
LETRA E

SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Considerando os diferentes conceitos e classificações da Constituição, assinale a alternativa


incorreta:
Fala-se em Constituição em sentido material ou substancial quando o critério definidor se
atém ao conteúdo das normas examinadas.
Constituição em sentido formal é o documento escrito e solene que positiva as normas
superiores do Estado. Todavia, se não for regra materialmente constitucional, também não será
formalmente constitucional.
O ADCT é norma constitucional, assim como as Emendas Constitucionais e os tratados e
convenções internacionais sobre direitos humanos que passam por aprovação de cada casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos, dos respectivos membros.
As constituições não escritas são compostas por costumes, pela jurisprudência e também por
instrumentos escritos, mas dispersos. A Constituição inglesa é classificada como não escrita.
A Constituição dogmática ou sistemática encontra a sua elaboração em um instante preciso.
Todas as constituições brasileiras são escritas e dogmáticas.

COMENTÁRIO
São normas materialmente constitucionais as de organização e estruturação do estado, as
definidoras de direitos e garantias e as normas constitucionais programáticas.
Refere-se a tudo que está expressamente escrito nos textos constitucionais. Assim, por exemplo,
por mais que não seja uma norma materialmente constitucional, o art. 242, §2º, que afirma que o
Colégio Pedro II será mantido na órbita federal, é regra formalmente constitucional.
Os tratados e convenções sobre direitos humanos só alcançam o status de norma constitucional
se passarem por uma sistemática diferenciada de aprovação. Vejamos o que diz a CF:
CF, art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Documentos escritos fazem parte das constituições não escritas.
A constituição escrita é formada por um documento solene.
LETRA B

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SIMULADO 02

08. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

A constituição pode ser vista por diferentes perspectivas. Assinale, de acordo com a ordem, o
responsável
I- Em uma perspectiva jurídica, a ordem jurídica não é um sistema de normas em ordenadas no
mesmo plano, havendo um escalonamento em diferentes camadas. A constituição seria a norma
positiva suprema.
II- Em uma perspectiva política, a constituição é a decisão política fundamental sem a qual não se
organiza ou funda um Estado.
III- Numa perspectiva sociológica, conceituou-se a constituição como a soma dos fatores reais de
poder que regem uma nação, sem os quais a constituição escrita é mera folha de papel. Quem
desenvolveu esses conceitos?
Carl Schmitt, Ferdinand Lassalle, Hans Kelsen
Hans Kelsen, Carl Schmitt, Ferdinand Lassalle
Ferdinand Lassalle Hans Kelsen, Carl Schmitt
Carl Schmitt, Hans Kelsen, Ferdinand Lassalle
Ferdinand Lassalle, Carl Schmitt, Hans Kelsen

COMENTÁRIO
O conceito sociológico foi desenvolvido por Ferdinand Lassalle. Carl Schmitt desenvolveu a
perspectiva política de constituição. Hans Kelsen desenvolveu o conceito jurídico. Por isso, a
única alternativa correta é a letra B
LETRA B

09. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

A respeito do Habeas data não é possível afirmar:


É cabível o HD para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público.
É remédio idôneo para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;
Há previsão constitucional expressa de seu cabimento para a anotação nos assentamentos do
interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja
sob pendência judicial ou amigável.
Não cabe o habeas data se não houve recusa de informações por parte da autoridade
administrativa.
Contra a sentença caberá apelação, que terá efeito devolutivo.

COMENTÁRIO
A – Segundo a CF:
Art. 5º, LXXII - conceder-se-á habeas data:
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SIMULADO 02

para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de


registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
A Lei 9.507/1997 regula o direito de acesso a informações e disciplina o rito processual do
habeas data.
Art. 7° Conceder-se-á habeas data:
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre
dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
B – Segundo a CF:
Art. 5º, LXXII - conceder-se-á habeas data:
para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
A Lei 9.507/1997 regula o direito de acesso a informações e disciplina o rito processual do
habeas data.
Art. 7° Conceder-se-á habeas data:
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre
dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
C – A Lei 9.507/1997 regula o direito de acesso a informações e disciplina o rito processual do
habeas data.
Art. 7° Conceder-se-á habeas data:
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre
dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
A previsão contida no art. 7º, III é apenas legal. Não há previsão constitucional expressa. D –
Trata-se da Súmula nº 2 do STJ, que corrobora o disposto na Lei 9.507/1997. Vejamos:
Art. 8° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 282 a 285 do Código de
Processo Civil, será apresentada em duas vias, e os documentos que instruírem a primeira
serão reproduzidos por cópia na segunda.
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova:


I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão;
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou
- da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de mais de
quinze dias sem decisão.
E – Segundo o CPC:
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após
a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de
terras; II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do
executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela
provisória; VI - decreta a interdição.
A Lei 9.507/1997 dispõe:
Art. 15. Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe apelação.
Parágrafo único. Quando a sentença conceder o habeas data, o recurso terá efeito meramente
devolutivo.
A regra geral é a de que a apelação possui efeito devolutivo e suspensivo, mas nem sempre a
apelação terá efeito suspensivo.
A lei traz exceções e a Lei 9.507/1997 possui uma exceção específica prevista no art. 15,
parágrafo único.
Ou seja, concedida a ordem, a apelação no rito do habeas data terá efeito meramente devolutivo.
LETRA C

10. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

A Teoria Geral do Estado expõe os princípios fundamentais da sociedade política na forma de


Estado, sua origem, estrutura, formas, finalidade e evolução. Sobre o tema, considere as
assertivas abaixo e assinale alternativa INCORRETA:
Todas as pessoas presentes no território do Estado, num determinado momento, inclusive
estrangeiros e apátridas, fazem parte da população.
O conceito de Estado não se confunde com o de Nação.
O território de um Estado é a base geográfica do poder soberano.
São elementos constitutivos do Estado Moderno: povo, território e soberania.
A soberania é una, divisível, alienável e imprescritível.

COMENTÁRIO
a) Correto. O conceito de população é diferente do de povo, este é formado apenas para as
pessoas que se vinculam ao Estado através de nacionalidade ou cidadania. Aquele é um conceito
referente ao quantitativo de pessoas em um território, em determinadomomento.
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

b) Correto. O conceito de Estado é jurídico, o de nação é sociológico, se refere a um vínculo de


costumes, língua, e etc. Diz-se que o Estado é a nação política e juridicamenteorganizada.
c) Correto. Os elementos do Estado são: povo, território e governo soberano, sendo o território
os limites para o exercício da soberania.
d) Correto. Os elementos do Estado segundo a doutrina majoritária seriam: povo, território e
governo soberano.
e) Errado. Ela é una, indivisível, inalienável e imprescritível. Ela é inalienável pois pertence ao
povo, e somente em nome do povo pode serexercida.
LETRA E

11. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Sobre a classificação das constituições, é CORRETA a afirmação:


A Constituição brasileira de 1824 previa, em seus artigos 174 e 178: "Art. 174. Se passados
quatro anos, depois de jurada a Constituição do Brasil, se conhecer, que algum dos seus artigos
merece reforma, se fará a proposição por escrito, a qual deve ter origem na Câmara dos
Deputados, e ser apoiada pela terça parte deles." "Art. 178. É só Constitucional o que diz respeito
aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos
Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas
Legislaturas ordinárias." Depreende-se dos dispositivos acima transcritos que a Constituição
brasileira do Império era do tipo semirrígida, quanto à alterabilidade de suas normas,
diferentemente da Constituição vigente, que, sob esse aspecto, é rígida.
As constituições sintéticas se formam do produto sempre escrito e flexível, sistematizado por
um órgão governamental, a partir de idéias da teoria política e do direito dominante.
As constituições dogmáticas são frutos da lenta e contínua síntese das tradições e usos de um
determinado povo, podendo apresentar-se de forma escrita ou não-escrita.
As constituições formais consistem no conjunto de regras materialmente constitucionais,
editadas com legitimidade, estejam ou não codificadas em um único documento.
As constituições promulgadas se apresentam por meio de imposições do poder de determinada
época, sem a participação popular, tendo naturezaimutável.

COMENTÁRIO
Correto. Quando a CF de 1824 dispôs: "É só Constitucional o que diz respeito aos limites e
atribuições respectivas dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo
o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas
ordinárias". Ela estava dizendo que uma parte da constituição seria rígida (parte constitucional) e
outra parte da constituição seria flexível (parte não- constitucional), e desta forma, formou-se a
chamada constituição semi-rígida ou semiflexível. Atualmente, a CF/88 é do tipo rígida, já que todas
as suas normas, para serem alteradas, precisam de um procedimentoespecial.
b) Errado. Não há qualquer correlação entre os termos. A Constituição sintética é aquela que
trata apenas de assuntos estritamente relacionados com o conteúdo essencial a uma
constituição. O texto refere-se ao que podemos classificar como uma Constituição dogmática.
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

c) Errado. Esse é o conceito de Constituição histórica.


d) Errada. Esse é o conceito de Constituição material. As constituições formais devem estar
sempre inseridas em um documento escrito e independem do conteúdo tratado para que sejam
consideradasconstitucionais.
e) Errada. Esse é o conceito de outorgada, ou imposta. Outro erro é a natureza imutável, que
tem relação com a incapacidade de se alterar o texto constitucional, não tendo relação com o
conceito de promulgada/outorgada.
LETRA A

12. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Sobre Poder Constituinte, assinale a alternativa CORRETA:


O poder constituinte decorrente é próprio das federações.
Considerando que o Código Penal foi editado por uma espécie normativa denominada Decreto-Lei,
não previsto na atual Constituição da República Federativa do Brasil, embora o referido diploma penal
continue plenamente em vigor, tanto no aspecto material, como formal, e desta feita sob uma
roupagem de "lei ordinária", ocorreu o fenômeno caracterizado como desconstitucionalização.
O Poder Constituinte Originário envolve processos cognitivos e questões complexas sobre teoria
política, filosofia, ciência política e Teoria da constituição, já que dispõe, de maneira derivada, sobre a
principal lei de um Estado, sua organização e os direitos e garantiasfundamentais.
Os positivistas admitem que o Poder Constituinte Originário é um poder de direito que se funda
num poder natural, do qual resultam regras anteriores ao direito positivo e decorrentes da
natureza humana e da própria idéia de justiça da comunidade.
A teorização sobre o Poder Constituinte Originário precedeu historicamente a primeira
constituição escrita, tendo como grande colaborador a figura do Abade Emmanuel de Sieyès que
alguns meses antes da Revolução Francesa publicou um panfleto intitulado "A Essência da
Constituição".

COMENTÁRIO
Correto. Pois o poder constituinte decorrente é o poder que os Estados-membros possuem
para se auto-organizarem, elaborando as Constituições Estaduais.
b) Errado. Desconstitucionalização é uma teoria não aceita no direito brasileiro. Na teoria da
desconstitucionalização, com o advento de uma nova Constituição, as normas da Constituição
anterior que não fossem colidentes com as normas da nova Constituição, continuariam em vigor,
aproveitadas, mas agora não mais com status constitucional, mas sim com status de lei
infraconstitucional. Ou seja, se desconstititucionalizaram (rebaixaram) as normas que pudessem
ser"aproveitadas". Pela teoria aceita no Brasil, o advento de uma nova Constituição promove a
revogação de todas as normas de natureza constitucional da Constituição anterior, não havendo
o que se falar em “rebaixamento de status”, ou aproveitamento de normas constitucionais,
através de desconstitucionalização. O que se aproveita são unicamente as normas que já
possuem status infraconstitucionais, as quais, se compatíveis materialmente, continuarão válidas
pela chamada teoria da recepção.
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

c) Errada. O erro da questão é o fato de que não se pode dizer que o PCO dispõe de maneira
“derivada”, pois ele é o inicial, originário na ordemjurídica.
d) Errada. Para os positivistas, que pregam somente a força da norma que está instituída, não há o
que se falar em fundamentos de direito natural. Esse direito natural, de caráter supranacional, que
estaria limitando a ordem jurídica é pregado pelos jusnaturalistas e ignorado pelospositivistas.
e) Errada. A questão estava quase perfeita, porém, a obra de Siéyès foi “O que é o terceito
Estado?”. “A Essência da Constituição” foi a obra de Ferdinand Lassale que pregava a Constituição
como sendo um fato social, sendo definida pelas forças dominantes da sociedade.
LETRA A

13. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Os princípios constitucionais são as principais normas fundamentais de conduta de um indivíduo


mediante às leis já impostas, além de exigências básicas ou fundamentos para tratar uma
determinada situação e podem até ser classificados como a base do próprio Direito. Sobre os
princípios fundamentais, assinale a assertiva correta dentre as opções abaixo:

A teoria da 'tripartição de poderes' confirma o princípio da indelegabilidade de atribuições, por


isso qualquer exceção, mesmo advinda do poder constitucional originário, deve ser considerada
inconstitucional.
Além de outras normas constitucionais, encontramos vários instrumentos e disposições para
efetivação dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil nos títulos que tratam
da ordem econômica e da ordem social.
Parlamentarismo é a forma de governo em que há profunda independência entre os Poderes
Legislativo e Executivo, que são exercidos por pessoas diferentes, podendo o Primeiro-Ministro
indicado pelo Chefe do Executivo, ser destituído por decisão da maioria do Legislativo, através da
aprovação de moção de desconfiança.
Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa figuram entre os princípios pelos quais estabelece
a Constituição que a República Federativa do Brasil se rege, em suas relações internacionais.
Dentre os princípios constitucionais pelos quais a República Federativa do Brasil rege-se nas
suas relações internacionais encontra-se o da solidariedade financeira.

COMENTÁRIO
Errado. Os "poderes" (Legislativo, Executivo, e Judiciário) são independentes, porém, são
harmônicos entre si. Destaforma, cada um deles possui certas atribuições típicas (essenciais),
mas também algumas consideradas atípicas (que são essenciais aos outros). Isto não fere o
conceito de tripartição funcional do poder. Como exemplo, podemos citar o poder regulamentar
do Presidente (Executivo exercendo atipicamente a função legislativa) e a CPI (Legislativo
exercendo atribuições investigativas próprias de juízes).
b) Correto. A Constituição brasileira é uma constituição analítica. Em seus artigos iniciais (princípios
fundamentais), ela traça diretrizes generalistas a serem alcançadas, verdadeiros princípios a serem
observados. Ao longo do texto constitucional, ela traz outros princípios e regras
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

que, na verdade, são, muitas vezes, desdobramentos dos princípios fundamentais. Estes
desdobramentos ao serem observados irão servir para concretizar os princípios fundamentais.
c) Errado. Parlamentarismo é sistema de governo e não forma de governo, esta seria
Monarquia ou República.
d) Errado. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa são fundamentos da República
Federativa do Brasil. Eles se encontram em na relação do art. 1º da Constituição Federal e não
do art.4º.
e) Errado. O art. 4º da Constituição traz uma relação de dez princípios que regem a República
Federativa do Brasil nas relações internacionais, e lá não encontramos tal princípio citado no
enunciado.
LETRA B

14. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Sobre direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição da República, assinale


abaixo a opção CORRETA:
A Constituição da República prevê que o brasileiro naturalizado somente não será extraditado
na hipótese de cometimento de crime político ou de opinião.
A Constituição da República prevê que o brasileiro naturalizado não poderá ser extraditado na
hipótese de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
forma da lei.
É garantia constitucional da liberdade a previsão segundo a qual ninguém será obrigado a fazer
ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei.
A República Federativa do Brasil não se submete à jurisdição de Tribunal PenalInternacional,
ainda que tenha manifestado adesão à sua criação.
Os direitos e garantias expressos no texto constitucional não excluem outros decorrentes de
tratados internacionais, desde que celebrados posteriormente à promulgação daConstituição.

COMENTÁRIO
Errado. A regra é que o brasileiro, ainda que naturalizado, não será extraditado. Porém,
existem duas hipóteses para a extradição do naturalizado. As hipóteses ocorrem caso elecometa:
crime comum antes da naturalização;ou tráfico ilícito a qualquer tempo, na forma dalei.
b)Errado. A regra é que o brasileiro, ainda que naturalizado, não será extraditado. Porém,
existem duas hipóteses para a extradição do naturalizado. As hipóteses ocorrem caso elecometa:
crime comum antes da naturalização;outráfico ilícito a qualquer tempo, na forma dalei.
c) Correto. Doutrinariamente, este princípio que está expresso no art. 5º, II é tido como o
princípio da liberdade ou a faceta da legalidade para ocidadão.
d) Errado. Isso contraria o disposto no art. 5º, §4º da Constituição que diz que o Brasil se
submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestadoadesão.
e) Errado. O rol de direitos do art. 5º da Constituição não é taxativo, mas, sim um rol aberto já que
a própria Constituição estabelece em seu art. 5º §2º, que os direitos e garantias expressos na
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Ela não faz ressalva
sobre a data de promulgação dos tratados. Ou seja, ainda que anteriores à Constituição, se
compatíveis materialmente com ela, serão considerados como direitos do cidadão. LETRA C

SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE


Direitos Sociais

Os direitos sociais também são denominados direitos humanos de segunda dimensão. Tais
direitos adquiriram certa relevância histórica a partir do momento em que as Constituições
passaram a discipliná-los sistematicamente. No Brasil a primeira Constituição a disciplinar os
direitos sociais, inscrevendo-os num título sobre a ordem econômica e social, foi a de 1934. A
partir da premissa, assinale a assertiva CORRETA acerca dos Direitos Sociais:
As Constituições estaduais podem reduzir o rol de direitos sociais previstos na Constituição da
República.
É vedada ao Poder Público a interferência na organização sindical, admitindo-se apenas que a
lei exija autorização do Estado para o funcionamento de sindicato
É facultativa a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
A disciplina constitucional sobre os sindicatos não se aplica à organização de sindicatos rurais e
de colônias de pescadores, que se sujeita a disciplina legal específica.
Em regra, é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro de sua
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, tal
dispensa é vedada até um ano após o final do mandato.

COMENTÁRIO
Errado. A Constituição da República é uma norma nacional, ou seja, é de observância
obrigatória a todos os entes da federação. A Constituição Estadual não tem força para reduzir os
direitos e as garantias previstas pela Constituição da República.
b) Errado. O poder público não pode interferir na organização sindical, e nem exigir por meio
de lei autorização para sua criação. Poderá, apenas, exigir o registro no órgão competente. (CF,
art. 8º,I).
c) Errado. Segundo a Constituição, em seu art. 7º, VI, é obrigatória a participação dos
sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
d) Errado. A Constituição expressamente dispõe, em seu art. 8º parágrafo único, que as
disposições do art. 8º (sindicatos) aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de
pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
e) Correto. Nos termos da Constituição, em seu art. 8º, VIII, é vedada a dispensa do
empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer
falta grave nos termos da lei.
LETRA E

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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

DIREITO ADMINISTRATIVO

16. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Sobre os servidores público, assinale a assertiva correta:


É legítimo que o Poder Judiciário equipare ou reajuste os valores do auxílio-alimentação dos
servidores públicos.
É devida a devolução ao erário de valores recebidos de boa-fé, por servidor público ou
pensionista, ainda que em decorrência de erro administrativo operacional ou nas hipóteses de
equívoco ou má interpretação da lei pela Administração Pública.
A lei que cria nova gratificação ao servidor sem promover reestruturação ou reorganização da
carreira possui aptidão para absorver índice de reajuste geral.
A fixação ou alteração do sistema remuneratório e a supressão de vantagem pecuniária são
atos comissivos de efeitos continuados, que modificam a situação jurídica do servidor e se
renovam mensalmente.
e)É indevida a devolução ao erário de valores recebidos de boa-fé, por servidor público ou
pensionista nas hipóteses de equívoco ou má interpretação da lei pela Administração Pública.

COMENTÁRIOS
Não compete ao Poder Judiciário equiparar ou reajustar os valores do auxílio-alimentação dos
servidores públicos (STJ). AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 615.787 - PR (2014/0298394-6)
RELATOR : MINISTRO HUMBERTO MARTINS AGRAVANTE : SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES
DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (ANDES - SINDICATO NACIONAL) ADVOGADOS : MARCELO
TRINDADE DE ALMEIDA JOAO LUIZ ARZENO DA SILVA E OUTRO (S) AGRAVADO : UNIVERSIDADE
TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ UTFPR REPR. POR : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA. AUXÍLIO-
ALIMENTAÇÃO. EQUIPARAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 339/STF, POR ANALOGIA AGRAVO
CONHECIDO PARA NEGAR SEGUIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. DECISÃO Vistos. Cuida-se de
agravo apresentado pelo SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
SUPERIOR (ANDES SINDICATO NACIONAL) contra decisão que obstou a subida de recurso especial
interposto, com fundamento no art. 105, III, a, da Constituição Federal, contra acórdão do Tribunal
Regional Federal da 4ª Região assim ementado (fl. 278, e-STJ): "ADMINISTRATIVO. SERVIDOR
PÚBLICO. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. MAJORAÇÃO. EQUIPARAÇÃO AO TRIBUNAL DE CONTAS DA
UNIÃO. . Compete ao Poder Executivo fixar o valor do auxílio-alimentação de servidores públicos. . É
vedado ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, majorar vencimentos a título de
isonomia, de forma que a pretensão de equiparação de valores recebidos a título de auxílio-
alimentação mostra-se descabida." Opostos embargos de declaração, foram parcialmente acolhidos
para fins de prequestionamento (fl. 311, e-STJ). No recurso especial, alega a parte recorrente,
preliminarmente, ofensa ao art. 535, II, do CPC, porquanto, apesar da oposição dos embargos de
declaração, o Tribunal de origem não se pronunciou sobre pontos necessários ao deslinde da
questão. No mérito do recurso especial, o recorrente alega violação dos arts. 22 da Lei n. 8.460/92;
2º da Lei n. 9.784/99; 41 da Lei n. 8.112/90; e 3º e 8º do Decreto n. 3.887/91. Assevera
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

em síntese que, em "suma, não havendo regulamentação de caráter geral e não estando
devidamente justificada a diferença de custo existente entre o auxílio-alimentação percebido pelos
servidores do Tribunal de Contas da União e o percebido pelos servidores substituídos pelo
Sindicato Recorrente, a procedência do recurso consiste em medida que se impõe, a fim de
reformar o v. Acórdão, declarando-se o direito dos docentes da UTFPR ao recebimento do auxílio
alimentação nos termos da Portaria do Egrégio TCU" (fl. 333, e-STJ). Não apresentadas as
contrarrazões, sobreveio o juízo de admissibilidade negativo na instância de origem (fls. 363/364, e-
STJ), o que ensejou a interposição do presente agravo. É, no essencial, o relatório. O recurso não
merece prosperar. DA INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC Inicialmente, observo
inexistente a alegada violação do art. 535 do CPC, pois a prestação jurisdicional foi dada na medida
da pretensão deduzida, como se depreende da análise do acórdão recorrido. Na verdade, a questão
não foi decidida conforme objetivava a recorrente, uma vez que foi aplicado entendimento diverso.
É sabido que o juiz não fica obrigado a manifestar-se sobre todas as alegações das partes, nem a
ater-se aos fundamentos indicados por elas ou a responder, um a um, a todos os seus argumentos,
quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar a decisão, o que de fato ocorreu.
Ressalte-se, ainda, que cabe ao magistrado decidir a questão de acordo com o seu livre
convencimento, utilizando-se dos fatos, provas, jurisprudência, aspectos pertinentes ao tema e da
legislação que entender aplicável ao caso concreto. Nessa linha de raciocínio, o disposto no art. 131
do Código de Processo Civil: "Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e
circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na
sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento."Em suma, nos termos de jurisprudência
pacífica do STJ,"o magistrado não é obrigado a responder todas as alegações das partes se já tiver
encontrado motivo suficiente para fundamentar a decisão, nem é obrigado a ater-se aos
fundamentos por elas indicados" (REsp 684.311/RS, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, julgado
em 4.4.2006, DJ 18.4.2006, p. 191), como ocorreu no caso ora em apreço. Nesse sentido, ainda, os
precedentes: "PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. SERVIÇO DE
FORNECIMENTO DE ÁGUA. CEDAE. ART. 535, II DO CPC. AUSÊNCIA DE OMISSÃO. INSTALAÇÃO DE
HIDRÔMETRO E COBRANÇA POR ESTIMATIVA. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ.
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. RESPONSABILIDADE CIVIL. REVISÃO DO JULGADO. NECESSIDADE
DE REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL
DESPROVIDO. 1. O Tribunal de origem apreciou fundamentadamente a controvérsia, não
padecendo o acórdão recorrido de qualquer omissão, contradição ou obscuridade, razão pela qual
não há que se falar em violação ao art. 535 do CPC. 2. É inadmissível Recurso Especial quanto a
matéria que não foi apreciada pelo Tribunal de origem, a despeito da oposição de Embargos
Declaratórios - Súmula 211/STJ. (...) 4. Agravo Regimental desprovido." (AgRg no AREsp 281.621/RJ,
Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/3/2013, DJe
3/4/2013.) "AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL
CIVIL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. ILEGITIMIDADE ATIVA.
REEXAME DE PROVAS. ÓBICE DA SÚMULA 7/STJ. 1. Inocorrência de maltrato ao art. 535 do CPC
quando o acórdão recorrido, ainda que de forma sucinta, aprecia com clareza as questões
essenciais ao julgamento da lide, não estando magistrado obrigado a rebater, um a um, os
argumentos deduzidos pelas partes. (...) 3. AGRAVO REGIMENTAL
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

DESPROVIDO." (AgRg nos EDcl no REsp 1.353.405/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO,
TERCEIRA TURMA, julgado em 2/4/2013, DJe 5/4/2013.) "AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
INEXISTÊNCIA. CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL. RESCISÃO. ART. 42, § 3º, DA LEI Nº
4.886/65. INDENIZAÇÃO. CABIMENTO. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA Nº 7/STJ. 1. Não há falar em
negativa de prestação jurisdicional se o tribunal de origem motiva adequadamente sua decisão,
solucionando a controvérsia com a aplicação do direito que entende cabível à hipótese, apenas não
no sentido pretendido pela parte. (...) 3. Agravo regimental não provido."(AgRg no REsp
1.296.089/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em
21/3/2013, DJe 3/4/2013.) DA SÚMULA 339/STF Esta Corte de justiça, adota o mesmo sentido do
Supremo Tribunal Federal, no sentido de que ao Poder Judiciário e vedado equiparar ou reajustar
valores do auxílio-alimentação do funcionalismo público, aplicando, por analogia, a Súmula
339/STF. Neste sentido:"PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO
RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL.
AUSÊNCIA. SERVIDOR PÚBLICO. AUXILIO-ALIMENTAÇÃO. MAJORAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA
339/STF. LEI 9.527/97. AUSÊNCIA DE VINCULAÇÃO NECESSÁRIA COM O VALOR DA REFEIÇÃO.
ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE ORIGEM EM CONSONÂNCIA COM A ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL
DO STJ. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83/STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. I."Não há omissão no
acórdão recorrido, quando o Tribunal de origem pronuncia-se, de forma clara e precisa, sobre a
questão posta nos autos, assentando-se em fundamentos suficientes para embasar a decisão"(STJ,
AgRg no REsp 1.054.145/RS, de minha relatoria, SEXTA TURMA, DJe de 11/03/2014). II. O Tribunal
de origem decidiu a causa em harmonia com a jurisprudência desta Corte, no sentido de que a
concessão, pelo Poder Judiciário, de equiparação ou reajuste dos valores do auxílio-alimentação do
funcionalismo público, encontra óbice na Súmula 339/STF, por implicar invasão da função
legislativa, pelo que incide na espécie, a Súmula 83/STJ. Nesse sentido: STJ, AgRg no REsp
1.235.679/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, DJe de 12/09/2014;
EDcl no REsp 1.336.703/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de
09/04/2013; AgRg no REsp 1.338.271/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,
DJe de 10/10/2012; REsp 1.239.488/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe
de 10/05/2011. III. A jurisprudência desta Corte restou firmada no sentido de que,"a partir da Lei
9.527/97, o montante pago a título de auxílio-alimentação deixou de possuir correspondência exata
com o valor de uma refeição por dia de trabalho. O art. 22, § 1º, da referida Lei dispôs que "a
concessão do auxílio-alimentação será feita em pecúnia e terá caráter indenizatório", retirando a
natureza variável da redação anterior"(STJ, REsp 1.239.488/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, DJe de 10/05/2011). IV. Agravo Regimental não provido." (AgRg no REsp
1.384.939/SC, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 14/10/2014, DJe
23/10/2014.) "ADMINISTRATIVO. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. MAJORAÇÃO. EQUIPARAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REVISÃO. MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. 1. O pedido de equiparação entre os valores recebidos a título de
auxílio-alimentação entre os servidores do Poder Executivo e Judiciário esbarra no óbice da Súmula
339/STF, pois implica invasão da função legislativa, porquanto provoca verdadeiro aumento de
vencimentos. 2. A revisão da verba honorária implica,
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

como regra, reexame da matéria fático-probatória, o que é vedado em Recurso Especial (Súmula
7/STJ). Excepciona-se apenas a hipótese de valor irrisório ou exorbitante, o que não se configura
neste caso. 3. Agravo Regimental não provido." (AgRg no AREsp 548.570/RS, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/09/2014, DJe 30/10/2014.) "AGRAVO REGIMENTAL
NO RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. JULGAMENTO MONOCRÁTICO. AUTORIZAÇÃO DADA
PELO ART. 557 DO CPC. JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE. NÃO OCORRÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART.
535 DO CPC. AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO. EQUIPARAÇÃO DE VALOR. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA
339/STF. ACÓRDÃO EM CONSONÂNCIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 83/STJ. AGRAVO REGIMENTAL DO SINTRAFESC DESPROVIDO. 1. O Tribunal de origem
apreciou fundamentadamente a controvérsia posta sob debate ao adotar o entendimento de que
incabível a ingerência do Poder Judiciário na fixação dos valores do auxílio alimentação,
vedada pelo princípio da separação dos poderes, mostrando-se claras as razões que formaram
seu convencimento, não padecendo o acórdão recorrido de qualquer omissão, contradição ou
obscuridade, motivo pelo qual não há que se falar em afronta ao art. 535 do CPC. 2. A
concessão pelo Judiciário de equiparação ou reajuste dos valores do auxílio-alimentação do
funcionalismo público encontra óbice na Súmula 339/STF, por implicar invasão da função
legislativa (AgRg no REsp. 1.383.950/RS, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe
22.8.2013). 3. Não há que se falar em impropriedade do julgamento monocrático do presente
recurso, uma vez que, nos termos do art. 557, § 1o.- A do CPC, com redação dada pela Lei
9.756/98, é facultado ao Relator negar seguimento ao Recurso Especial, com respaldo na
jurisprudência da Corte, como no caso, com a prevalência do valor celeridade à luz do princípio
da efetividade; ademais, eventual nulidade da decisão monocrática fica superada, uma vez
instado o órgão colegiado a se pronunciar em sede de Agravo Regimental. 4. Agravo
Regimental do SINTRAFESC desprovido."(AgRg no REsp 1.235.679/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO
NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 26/08/2014, DJe 12/09/2014.) Ante o
exposto, com fundamento no art. 544, § 4º, inciso II, alínea b, do CPC, conheço do agravo para
negar seguimento ao recurso especial. Publique-se. Intimem-se. Brasília (DF), 28 de novembro
de 2014. MINISTRO HUMBERTO MARTINS Relator(STJ - AREsp: 615787 PR 2014/0298394-6,
Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Publicação: DJ 04/12/2014)
b) Vide julgado elencado na letra “e”.
c) A lei que cria nova gratificação ao servidor sem promover reestruturação ou reorganização da
carreira não tem aptidão para absorver índice de reajuste geral. (STJ). RECURSO ESPECIAL Nº
1.670.850 - DF (2017/0107761-1) RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA RECORRENTE : SINDICATO
DOS POLICIAIS RODOV IÁRIOS FEDERAIS NO ESTADO DA PB ADVOGADOS : ALESSANDRO MEDEIROS
- SC011200 ROGER HONÓRIO MEREGALLI DA SILVA - DF040866 RECORRIDO : UNIÃO DECISÃO Trata-
se de recurso especial manejado com fundamento no art. 105, III, a e c, da CF, contra acórdão
proferido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, assim ementado (fl. 1.035): PROCESSUAL
CIVIL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. REAJUSTE DE 28,86% CONCEDIDO AOS
MILITARES E ESTENDIDO AOS SERVIDORES CIVIS. LEI Nº 8.627/93. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL.
LIMITAÇÃO TEMPORAL. REESTRUTURAÇÃO DA CARREIRA. MEDIDA PROVISÓRIA N. 2.225/2001. LEI
Nº 9.654/98. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. 1. Quanto aos servidores públicos civis cujos cargos e
carreiras foram objeto de reorganização ou reestruturação, bem como quanto àqueles para os
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

quais foram concedidos adicional, gratificações ou outra vantagem de qualquer natureza, o reajuste
ora pleiteado (28, 86%) remanesceu devido até a data da entrada em vigor da reorganização ou
reestruturação, conforme o artigo 10 da MP nº 2.225-45/2001. 2. A jurisprudência deste Tribunal é
no sentido de que a Lei n. 9.654/98 criou a carreira de Policial Rodoviário Federal, que se deu
mediante a transformação do extinto cargo de Patrulheiro Rodoviário Federal, bem como instituiu
novas vantagens pecuniárias para esses servidores públicos, devendo, portanto, a data de sua
vigência ser considerada termo final de pagamento do denominado 'reajuste de 28, 86% para a
categoria, dado que houve a absorção do aludido percentual com a reestruturação promovida. 3.
Não há que se falar em ofensa à coisa julgada, eis que se objetiva tão-somente impedir que o
percentual incida novamente na reestruturação ou reorganização dos cargos. 4. Em virtude do que
ficou decidido, cada litigante foi parcialmente vencedor e vencido, sendo recíproca a sucumbência,
pelo que deve cada uma das partes arcar com os honorários de seus respectivos patronos. Afastada
a condenação da União em verba honorária.
Apelação da União Federal provida. Apelação dos Embargados prejudicada. Opostos embargos
declaratórios, foram rejeitados ante a inexistência dos vícios elencados no art. 535 do CPC/73. A
parte recorrente aponta violação aos artigos 1.022, I e II, do Código de Processo Civil/2015, 2º da
Lei 9.654/98, além de dissídio jurisprudencial. Sustenta, em síntese, negativa de prestação
jurisdicional e que a Lei 9.654/98 não alterou a estrutura remuneratória ou instituiu nova tabela de
vencimentos da Carreira de Policial Rodoviário Federal. É o relatório. Verifica-se, inicialmente, não
ter ocorrido ofensa ao art. 1.022, II, do CPC/2015, na medida em que o Tribunal de origem dirimiu,
fundamentadamente, as questões que lhe foram submetidas, apreciando integralmente a
controvérsia posta nos autos, não se podendo, ademais, confundir julgamento desfavorável ao
interesse da parte com negativa ou ausência de prestação jurisdicional. Quanto ao mais, tem razão
o recorrente, porquanto, nos termos da atual jurisprudência desta Corte, "se a Lei 9.654/1998 foi
considerada inapta a absorver o índice de 28,86%, o mesmo raciocínio deve ser aplicado ao se
interpretar a Lei 11.095/05, pois esta, tal como a Lei 9.654/98, apenas instituiu ou majorou
gratificações, sem proceder a quaisquer alterações estruturais na carreira de Policial Rodoviário
Federal, tampouco conceder aumento de vencimentos que pudessem ensejar mudanças na base de
cálculo da remuneração" (REsp 1.623.272/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma,
julgado em 20/09/2016, DJe 29/09/2016). Nesse sentido: ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL
NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. POLICIAIS RODOVIÁRIOS FEDERAIS. REAJUSTE DE
28,86%. LIMITAÇÃO DO PAGAMENTO AO ADVENTO DA LEI 9.654/98. NÃO CABIMENTO. AGRAVO
REGIMENTAL IMPROVIDO. I. Revendo seu anterior entendimento, a Segunda Turma do STJ, em
13/10/2015, firmou jurisprudência no sentido de que a Lei 9.654/98 não modificou a estrutura
remuneratória da carreira dos Policiais Rodoviários Federais, não importando em limitação
temporal ao pagamento do reajuste de 28,86%. Precedente: STJ, EDcl no AgRg no REsp
1.415.895/DF, Rel. p/ acórdão Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de
16/11/2015. II. Com efeito, "apesar da existência de diversos precedentes do STJ consignando que a
Lei 9.654/98 constitui termo final para o pagamento dos reajustes de 3,17% e 28,86%, esse
entendimento ficou superado na Segunda Turma após o julgamento do REsp
415.895/DF, que, por maioria de votos, negou provimento ao recurso da União, com base na tese
de que a lei que cria nova gratificação sem promover reestruturação ou reorganização da carreira
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

não tem aptidão para absorver índice de reajuste geral. É o caso da Lei 9.654/98, que estipulou o
pagamento de três novas gratificações e não reestruturou a carreira" (STJ, AgRg no REsp
1.547.081/DF, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 10/02/2016). III.
Agravo Regimental improvido. (AgRg no AgRg no REsp 1.258.838/PR , Rel. Ministra ASSUSETE
MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/03/2016, DJe 29/03/2016) Ante o exposto, dou
provimento ao recurso especial. Honorários, a cargo da recorrida, fixados em 3% sobre a
condenação, levando em conta, inclusive, o trabalho adicional realizado em grau recursal (art. 85,
11, do novo CPC/2015). Publique-se. Brasília, 28 de novembro de 2017. MINISTRO SÉRGIO
KUKINA Relator (STJ - REsp: 1670850 DF 2017/0107761-1, Relator: Ministro SÉRGIO KUKINA,
Data de Publicação: DJ 30/11/2017)
D - RECURSO ESPECIAL Nº 1.162.093 - AM (2009/0204677-3) RELATOR : MINISTRO HAROLDO
RODRIGUES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/CE) RECORRENTE : ESTADO DO AMAZONAS
PROCURADOR : ELIANA LEITE GUEDES E OUTRO (S) RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO
ESTADO DO AMAZONAS RECORRIDO : MANOEL BESSA FILHO ADVOGADO : PAULO RODRIGO LEITÃO
VARGAS DECISÃO ADMINISTRATIVO. MAGISTRADO. FIXAÇÃO DE TETO REMUNERATÓRIO.
SUPRESSÃO DE VANTAGEM. ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. MANDADO DE SEGURANÇA. ATO
CONCRETO DE EFEITOS PERMANENTES. DECADÊNCIA. RECONHECIMENTO. TEORIA DO TRATO
SUCESSIVO. INAPLICABILIDADE. 1. O Superior Tribunal de Justiça firmou compreensão de que o
prazo decadencial para o ajuizamento da ação mandamental é contado da ciência inequívoca, pelo
impetrante, do ato impugnado. 2. Segundo o entendimento pacificado pelo Superior Tribunal de
Justiça, "o ato administrativo que suprime vantagem é único e de efeitos permanentes, iniciando-
se, com a sua ciência, o prazo decadencial para a impetração do mandado de segurança." . 3.(REsp
nº 792.645/PA, Relator p/ acórdão o Ministro Paulo Gallotti, DJU de 28/5/2007) Incide a decadência
quando a impetração, embora a envolver relação jurídica de débito continuado, está dirigida contra
ato comissivo, e não simplesmente omissivo, da autoridade coatora."3.(MS nº 23.136/PB, Relator o
Ministro Março Aurélio, DJU de 6/5/2005) Recursos providos. Cuida-se de recursos especiais, ambos
calcados na alínea a do permissivo constitucional, interposto contra acórdão do Tribunal de Justiça
do Amazonas assim ementado:"MANDADO DE SEGURANÇA. JUIZ APOSENTADO. DIREITO LÍQUIDO E
CERTO DE AUFERIR, SIMULTANEAMENTE, O SUBSÍDIO MENSAL E AS SUAS VANTAGENS PESSOAIS.
DIREITO ADQUIRIDO. IRREDUTIBILIDADE. DEFERIMENTO. PRECEDENTES DO TJAM. 1) A
jurisprudência do TJAM consolidou a orientação de que o princípio da irredutibilidade impede
suprimir vantagens pessoais incorporadas aos proventos do servidor. 2) Juiz aposentado tem direito
líquido e certo de auferir, simultaneamente, o subsídio mensal e a vantagem pessoal
correspondente ao adicional por tempo de serviço. Precedente doTJAM: MS 2008001188-7, DJE
16.09.2008; MS 2008001693-5, DJE 14.10.2008. 3) Segurança concedida." Opostos decl (fl. 76)
aratórios, restaram rejeitados. Em seu apelo, o Es (fl. 142) tado do Amazonas indica ofensa ao artigo
18 da Lei nº 1.533/1951, sustentando ter ocorrido a decadência do direito de impetrar o mandado
de segurança, tendo em conta que o writ, ajuizado fora do prazo previsto no aludido dispositivo
legal, foi endereçado contra o ato que determinou o não pagamento do adicional por tempo de
serviço. Por seu turno, o Ministério Público aponta, preliminarmente, ter ocorrido violação do artigo
535, II, do Código de Processo Civil, afirmando que o Tribunal de origem, mesmo instado em sede
de embargos declaratórios, foi omisso ao não apreciar questões
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

relevantes ao deslinde da controvérsia. Aduz, ainda, contrariedade ao artigo 18 da Lei nº


1.533/1951 e 65,VIII, da Lei Complementar Federal 35/1979 ao entendimento de que"não é devido
ao recorrid (decadência do direito de impetrar o mandado de segurança) o a percepção simultânea
do subsídio mensal de desembargador aposentado juntamente com a vantagem pessoal
correspondente ao adicional por tempo de serviço ." O Ministério Público Federal opinou pelo
provimento dos recursos. Inicialmente, percebe-se que a pretensão deduzida foi (ATS) enfrentada e
decidida, tendo o Tribunal de origem apreciado a questão da decadê(fls. 284/287) ncia no
julgamento dos embargos declaratórios. Daí porque nãoé aceitável a alegação de violação do artigo
535 do CPC. De outro lado, não há confundir entre decisão contrária ao interesse da parte e falta de
prestação jurisdicional. Confira-se:"AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. DIREITO
PROCESSUAL CIVIL. PROPOSIÇÕES INCONCILIÁVEIS ENTRE SI. CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA.
ACÓRDÃO EMBASADO EM FUNDAMENTAÇÃO DIVERSA DA INVOCADA PELO RECORRENTE.
OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. 1. . 2.(...) Apreciada
a questão posta a deslinde, não há falar em violação do artigo 535, inciso II, do Código de Processo
Civil, sendo certo que os embargos declaratórios não se prestam ao reexame de matéria já decidida
à luz dos fundamentos jurídicos invocados, tampouco para forçar o ingresso na instância
extraordinária se não houver omissão, contradição ou obscuridade a serem supridas no acórdão,
nem fica o juiz obrigado a responder a todas as alegações da partes quando já encontrou motivo
suficiente para fundar a decisão.3. 'Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito
da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal a quo. . 4. Agravo
regimental improvido." Melhor (AgRg no REsp nº 717.409/MG, Relator o Ministro HAMILTON
CARVALHIDO, DJU de 13/3/2006) sorte assiste aos recorrentes em relação à alegação de ter
ocorrido a decadência do direito de impetrar o mandado de segurança. Segundo o entendimento
pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça,"o ato administrativo que suprime vantagem é único e
de efeitos permanentes, iniciando-se, com a sua ciência, o prazo decadencial para a impetração do
mandado de segurança.". Nesse mesmo sentido, vejam-se: A -"PROCES (REsp nº 792.645/PA,
Relator p/ acórdão o Ministro Paulo Gallotti, DJU de 28/5/2007) SUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO.
MANDADO DE SEGURANÇA. DECADÊNCIA. LEI. CÁLCULO DE QÜINQÜÊNIO. ATO CONCRETO DE
EFEITOS PERMANENTES.I - E firme o entendimento jurisprudencial no sentido de que a lei que
suprime vantagem ou gratificação possui efeitos concretos, sendo a suspensão do pagamento da
rubrica nos meses subseqüentes mero reflexo do ato originário. Nesse contexto, o prazo
decadencial é contado a partir de sua edição, não se renovando mensalmente.II - Hipótese em que
houve alteração da base de cálculo da gratificação por tempo de serviço pela Lei nº 2.157/2000,
tendo sido o mandamus impetrado em 12/04/2004, reconhece-se a decadência da ação. Recurso
desprovido.". B -"DIREITO ADMINISTRATIVO.(RMS nº 19.346/MS, Relator o Ministro FELIX FISCHER,
DJU de 19/4/2005) PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. MANDADO DE
SEGURANÇA. VIOLAÇÃO AO ART. 535, II, DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. DEFICIÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULAS 282/STF E
211/STJ. INTERESSE DE AGIR. EXISTÊNCIA. DECADÊNCIA. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA.
PREQUESTIONAMENTO. DESNECESSIDADE. EFEITO TRANSLATIVO. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO
E PARCIALMENTE PROVIDO.... 4. Tratando-se de mandado de segurança em que o impetrante busca
garantir o pagamento integral de seus proventos, mediante o afastamento de teto
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

remuneratório imposto pelo Decreto Estadual 24.022/04, não há falar em cobrança de valor
pretéritos e, por conseguinte, em ausência de interesse de agir. 5. Não obstante a ausência de
prequestionamento, o conhecimento do recurso especial por outros fundamentos autoriza o
conhecimento da tese acerca da decadência, por se tratar de matéria de ordem pública.
Precedentes do STJ. 6. Consoante a jurisprudência da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça,
constitui-se em ato único, de efeitos concretos e permanentes, o ato administrativo que suprime
vantagem pecuniária a qual era paga a servidor público, devendo este ato ser o termo inicial para a
contagem do prazo decadencial de 120 dias previsto para a imp (cento e vinte) etração do mandado
de segurança. 7. Considerando-se que a vantagem denominada "Prêmio Anual Produtividade" foi
suprimida dos proventos do recorrido em janeiro/04, e que o mandado de segurança foi impetrado
tão-somente em 25/6/04, quando já ultrapassados mais de 120 dias, resta caract (cento e vinte)
erizada a decadência. Precedentes do STJ. 8. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.".
C -"(REsp nº 856.929/AM, Relator o Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, DJe de 4/8/2008)
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO.
PROCESSUAL CIVIL. REDUÇÃO DE PROVENTOS. SUPRESSÃO DA VANTAGEM DENOMINADA
PRÊMIO/BONIFICAÇÃO DE APOSENTADORIA. ATO COMISSIVO. DECADÊNCIA, NO CASO,
VERIFICADA. 1. A aplicação da teoria do trato sucessivo deve se restringir às hipóteses em que se
repute como ilegal a omissão da autoridade coatora, devendo o ato comissivo, seja de supressão ou
de redução de vencimentos, ser atacado dentro do prazo de que cuida o artigo 18 da Lei nº
1.533/51, que deve ser interpretado em consonância com a natureza urgente e excepcional da ação
mandamental. Precedentes. Ressalva do ponto de vista da relatora. 2. A insurgência, no caso,
refere-se especificamente a uma redução de proventos, motivo pelo qual a decadência do mandado
de segurança está configurada. 3. Embargos de divergência acolhidos.". Dito (EREsp nº 967.961/AM,
Relatora a Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, DJe de 23/9/2009) isso, colhe-se da petição
inicial o seguinte excerto:"O impetrante exerceu os cargos de juiz substituto da Capital e mais tarde,
sempre por concurso público, de auditor militar estadual substituto. Posteriormente, com a
aposentadoria do titular. Dr. Mário Barros, foi promovido a juiz de direito, passando a gozar das
prerrogativas constitucionais inerentes à Magistratura, conforme dispõe a alínea d) do inciso II, do
art. 22, da Lei Complementar nº 35/79 . Em 6 de junho de 1984, (Lei Orgânica da Magistratura) teve
decretada sua aposentadoria por tempo de serviço, com proventos integrais correspondentes à
remuneração de juiz de direito, acrescidos de 30% como Gratificação Adicional por Tempo de Se
(trinta por cento) rviço, ex vi, do art. 65, item VII da citada LC, o que mais tarde ratificado pela Lei
Complementar nº 17, de 1997 . O impetrante vinha desfrutando dessa vantagem leal, quando,(art.
250, inciso V) a partir do mês de julho de 2006, com a aplicação da Lei nº 3.045 de 27 de março de
2006 que fixou os subsídios dos magistrados, a autoridade coatora limitou o pagamento do
impetrante ao valor do subsídio concedido aos juízes de entrância final, nele incluindo o total de
seus proventos sem distinção das retribuições pecuniárias. Por esse ato, o Presidente do Tribunal
suprimiu nos proventos do impetrante a vantagem correspondente a 30% de Adicional por Tempo
de Serviço, de forma unilateral e também abusiva, conforme entendimento já manifestado (trinta
por cento) por essa Egrégia Corte, em mandamus concedido por unanimidade a pleito similar do
Exmo. Sr. Desembargador Gaspar Catunda, decisão que trazemos à coleção a seguir."A impetração,
conforme deixa certo a inicial do presente writ, foi
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

dirigida contra os efeitos concretos advindos da Lei nº 3.045, de 27 de março de 2006, que
implantou o sistema de subsídios dos magistrados e que acarretou, conforme admite o próprio
impetrante, a supressão do adicional por tempo de serviço a contar do mês de julho de 2006. O
mandado de segurança, contudo, somente foi ajuizado em 9/10/2008, fora, portanto, do prazo
previsto no artigo 18 da Le (fl. 2) i nº 1.533/1951, impondo-se seja reconhecida a decadência do
direito de impetrar o mandamus. Ainda na linha de nossa jurisprudência, a aplicação da teoria do
trato sucessivo deve se restringir às hipóteses em que se repute como ilegal a omissão da
autoridade coatora, devendo o ato comissivo ser atacado dentro do prazo de que cuida o artigo 18
da Lei n.º 1.533/1951. Outra não é a compreensão do Supremo Tribunal Federal, valendo destacar
os julgados: A -"AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DE SEGURANÇA. ATOS OMISSIVOS E
COMISSIVOS. DECADÊNCIA. TERMO A QUO. ART. 18 DA LEI N. 1.533/51. AGRAVO IMPROVIDO. 1. A
jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que, em se tratando de relação jurídica de caráter
continuado, o prazo para impetrar mandado de segurança renova-se a cada omissão da
Administração Pública. Tratando-se de ato comissivo, o prazo de 120 dias para a impetração conta-
se a partir do momento em que consumado. Precedentes [MS 25.136, Relator o Ministro MARÇO
AURÉLIO, DJ de 6.5.05 e RMS n. 24.534, Redator para o acórdão o Ministro JOAQUIM BARBOSA, DJ
de 28.5.04]. 2. A decadência não admite suspensão ou interrupção. Precedente. 3.[AgR-MS n.
25.816, de que fui relator, DJ de 4.8.06] Agravo regimental a que se nega provimento."B -"D (MS n.º
26.733 AgR/DF. Relator o Ministro EROS GRAU. DJ-e de 30/11/2007) ECADÊNCIA - MANDADO DE
SEGURANÇA - PRESTAÇÕES SUCESSIVAS - ATOS COMISSIVOS E OMISSIVOS - DISTINÇÃO. Incide a
decadência quando a impetração, embora a envolver relação jurídica de débito continuado, está
dirigida contra ato comissivo, e não simplesmente omissivo, da autoridade coatora."(MS n.º
25.136/PB. Relator o Ministro MARÇO AURÉLIO. DJ de 6/5/2005). E em hipótese em tudo idêntica a
de que aqui se cuida, anote-se, ainda, a seguinte decisão: REsp nº 1.166.264/AM, de que fui relator,
DJe de 8/4/2010. Ante o exposto, dou provimento aos recursos especiais para reconhecer a
decadência do direito de impetrar o mandado de segurança, prejudicado o exame das demais
alegações suscitadas no apelo interposto pelo Ministério Público do Estado do Amazonas. Publique-
se. Brasília , 28 de abril de 2010. MINISTRO HAROLDO RODRIGUES R (DF) elator (STJ - REsp:
1162093, Relator: Ministro HAROLDO RODRIGUES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/CE),
Data de Publicação: DJe 04/05/2010)
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. ART. 46, CAPUT, DA LEI N. 8.112/90
VALORES RECEBIDOS INDEVIDAMENTE POR INTERPRETAÇÃO ERRÔNEA DE LEI.
IMPOSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO. BOA-FÉ DO ADMINISTRADO. RECURSO SUBMETIDO AO
REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543-C DO CPC.
1. A discussão dos autos visa definir a possibilidade de devolução ao erário dos valores
recebidos de boa-fé pelo servidor público, quando pagos indevidamente pela Administração
Pública, em função de interpretação equivocada de lei. 2. O art. 46, caput, da Lei n. 8.112/90
deve ser interpretado com alguns temperamentos, mormente em decorrência de princípios
gerais do direito, como a boa-fé. 3. Com base nisso, quando a Administração Pública interpreta
erroneamente uma lei, resultando em pagamento indevido ao servidor, cria-se uma falsa
expectativa de que os valores recebidos são legais e definitivos, impedindo, assim, que ocorra
desconto dos mesmos, ante a boa-fé do servidor público. 4. Recurso afetado à Seção, por ser
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

representativo de controvérsia, submetido a regime do artigo 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ.


Recurso especial não provido. (REsp 1244182 / PB)
LETRA E

17. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

De acordo com o entendimento dos Tribunais Superiores, assinale a assertiva correta:


Para o STJ, a ação de improbidade administrativa deve ser processada e julgada nas instâncias
ordinárias, salvo se proposta contra agente político que tenha foro privilegiado no âmbito penal e
nos crimes de responsabilidade.
A norma contida no art. 37, § 1º, da Constituição da República restringe a publicidade
governamental a fins educacionais, informativos e de orientação social, vedando, de maneira
absoluta, a promoção pessoal.
Em casos de fracionamento de compras e contratações com o objetivo de se dispensar
ilegalmente o procedimento licitatório, o prejuízo ao erário não é considerado presumido.
Configura ato de improbidade administrativa a propaganda ou campanha publicitária que tem
por objetivo promover favorecimento pessoal, com utilização indevida da máquina pública, salvo
para fins partidários.
Não poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, para aquisição de bens e serviços
comuns.

COMENTÁRIOS
PROCESSO CIVIL. COMPETÊNCIA. AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. MAGISTRADO. A
decisão que em reclamação declara a competência do Superior Tribunal de Justiça cede ao
entendimento do Supremo Tribunal Federal, embora manifestado em outros processos, de que
as ações de improbidade administrativa ajuizadas contra membros de tribunal devem ser
processadas e julgadas no primeiro grau de jurisdição - tudo porque a incompetência absoluta
deve ser proclamada a qualquer tempo, sob pena de resultar em jurisdição, inútil, prestada em
processo nulo. Agravo regimental desprovido. (STJ - AgRg no AgRg na AIA: 35 DF
2011/0158947-4, Relator: Ministro ARI PARGENDLER, Data de Julgamento: 03/02/2014, CE -
CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 10/02/2014).
ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. REJEIÇÃO DA
INICIAL.AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DE AUTORIA E MATERIALIDADE. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES.
PUBLICIDADEGOVERNAMENTAL. CARÁTER GERAL DE EDUCAÇÃO, INFORMAÇÃO E
ORIENTAÇÃO SOCIAL. AUSÊNCIA DEPROMOÇÃO INDIVIDUAL, PARTIDÁRIA OU IDEOLÓGICA.
CARÁTER EDUCACIONAL DA PROPAGANDA. SÚMULA 7⁄STJ.
1. O Tribunal de origem rejeitou de pronto a petição da ação civil pública por ato de improbidade
administrativa, visto que a publicidade promovida pela Câmara Legislativa do Distrito Federal tinha
caráter exclusivamente educacional, com vista a enaltecer o sentimento de cidadania dos
moradores de Brasília no período de aniversário da cidade (aniversário de 50 anos), sem objetivo de
promoção particular de agente ou servidor público, ou mesmo partido político.

27
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Consoante entendimento jurisprudencial, é possível a rejeição da petição da ação civil pública


caso evidenciada a inexistência de indícios de autoria e materialidade.
Do mesmo modo, a jurisprudência do STJ caminha em repudiar e, consequentemente,
enquadrar eventual propaganda ou campanha publicitária em conduta por ato de improbidade
administrativa quando seu objetivo conduz a favorecimento pessoal, de terceiro, de partido ou
de ideologia, com utilização indevida da máquina pública (art. 11 da Lei n. 8.429⁄92).
A norma contida no art. 37, § 1º, da Constituição da República restringe a publicidade
governamental a fins educacionais, informativos e de orientação social, vedando, de maneira
absoluta, a promoção pessoal.
No caso dos autos, a Corte a quo concluiu pela ausência de indícios de autoria e
materialidade, ante a análise percuciente dos autos, após exame das alegações contidas na
inicial, deixando ressaltado o caráter educacional da propaganda efetuada pela Câmara
Legislativa do Distrito Federal, sem benefício individualizado (pessoal, de terceiro ou
partidário). A modificação das conclusões esbarra no óbice da Súmula 7⁄STJ.
Agravo regimental improvido.
c) Para o STJ, em casos de fracionamento de compras e contratações com o objetivo de se
dispensar ilegalmente o procedimento licitatório, o prejuízo ao erário é considerado presumido
(in re ipsa), na medida em que o Poder Público, por força da conduta ímproba do
administrador, deixa de contratar a melhor proposta, o que gera prejuízos aos cofres públicos.
STJ. 2ª Turma. REsp 1280321/MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 06/03/2012.
Assim, a indevida dispensa de licitação, por impedir que a administração pública contrate a
melhor proposta, causa dano in re ipsa, descabendo exigir do autor da ação civil pública prova a
respeito do tema. STJ. 2ª Turma. REsp 817921/SP, Rel. Min. Castro Meira, julgado em
27/11/2012. A fraude à licitação tem como consequência o chamado dano in re ipsa.
d) Configura ato de improbidade administrativa a propaganda ou campanha publicitária que
tem por objetivo promover favorecimento pessoal, de terceiro, de partido ou de ideologia, com
utilização indevida da máquina pública. (STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 496.566/DF, Rel. Min.
Humberto Martins, julgado em 27/05/2014. Não divulgado em Info).
e) Conforme disposto no art. 1º da lei 10.520/2002.
Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade
de pregão, que será regida por esta Lei.
LETRA B

18. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

A respeito dos atos administrativos, seus efeitos e consequências, é correto afirmar que:
A prerrogativa do poder público em editar atos que vão além da esfera jurídica do emitente, o
denominado poder extroverso, ampara o seguinte atributo do ato administrativo: auto-
executoriedade.
Um dos elementos essenciais à validade, dos atos administrativos, é a motivação, que consiste
na indicação dos seus pressupostos fáticos e jurídicos, sendo impreterível naqueles que apliquem
jurisprudência indicada em parecer adotado.
28
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Quem tiver direito ou interesse seu afetado por um determinado ato administrativo, pode dele
recorrer, administrativamente, objetivando a sua invalidação e o restabelecimento da situação
anterior, que, quando não houver norma legal específica, em sentido contrário, far-se-á mediante
pedido de reexames interposto no prazo máximo de 8 dias.
Um determinado ato administrativo, tido por ilegal, não chega a causar dano ou lesão ao
direito de alguém ou ao patrimônio público, mas a sua vigência e eficácia, por ter caráter
normativo continuado, pode vir a prejudicar o bom e regular funcionamento dos serviços de
certo setor da Administração, razão pela qual, para a sua invalidação, torna-se particularmente
cabível e/ou necessário o uso da ação popular.
A convalidação de ato administrativo decorre de certos pressupostos. Entre eles se encontra
juízo de conveniência e oportunidade da autoridade competente.

COMENTÁRIO
a) Errado. Sempre que a questão disser Poder Extroverso, 99% de chance de a resposta estar
em imperatividade.
b) Errado. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham
ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos administrativos de concurso ou
seleção pública; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V - decidam
recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência
firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII -
importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo (Lei 9.784/99, art.
50, I a VIII – importantíssimo para a prova!). Portanto, se o ato aplica jurisprudência indicada em
parecer adotado pelo administrador é prescindível a motivação.
c) Errado. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida (Lei
9.784/99, art. 59).
d) Errado. Cabe ação popular para anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural
(CF, art. 5, LXXIII). Como não restou existente qualquer das características necessárias ao cabimento
da ação popular, aplicar-se-á, neste caso concreto, apenas o instituto da anulação.
e) Correto. A Lei nº 9.784/1999 trata a convalidação como um ato discricionário. Ao revés, a
Profª. Maria Sylvia entende que a regra geral é a convalidação ser um ato vinculado. Para ela, a
convalidação só é ato discricionário na hipótese de um ato discricionário que tenha sido
praticado com vício de competência. A ESAF parece, de 2005 (prova do AFRF) em diante, vir
adotando o entendimento de MSZDP. Vejam que essa questão é de 2003.
LETRA E

19. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca do provimento de cargos públicos federais, regulado pela Lei n. 8.112, de 11 de dezembro
de 1990, assinale a alternativa correta:
29
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

São requisitos básicos para a investidura em cargo público, entre outros, a nacionalidade
brasileira, o gozo dos direitos políticos e a idade mínima de dezoito anos.
A posse em cargo público é ato pessoal e intransferível, sendo proibida a sua realização
mediante procuração.
As nomeações para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração,
dependem de seleção simplificada para admissão.
Sabendo-se que a prévia habilitação em concurso público é condição necessária à nomeação para
cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo, poderá ser aberto novo concurso ainda que
haja candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade já expirado.
Lei n. 8.112/1990, além de vencimento e vantagens, também defere aos servidores públicos
federais alguns adicionais, retribuições e gratificações. Neste conjunto não se inclui a gratificação
natalina.

COMENTÁRIO
Correto. São requisitos básicos para investidura em cargo público: I - a nacionalidade
brasileira; II - o gozo dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações militares e
eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de
dezoito anos; VI - aptidão física e mental (Lei 8.112/90, art. 5º).
Errado. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as
atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não
poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício
previstos em lei (Lei 8.112/90, art. 13º). Todavia, a posse poderá dar-se mediante procuração
específica (Lei 8.112/90, art. 13º, §3º). Assim, se João estiver em viagem a São Luís, no ato da
posse, que se dará em Brasília, poderá tomá-la por intermédio de seu pai, por exemplo, desde
que tenha procuração específica para tanto.
Errado. Provimento é o ato administrativo por meio do qual é preenchido cargo público, com a
designação de seu titular. Os cargos públicos podem ser de provimento efetivo ou de
provimento em comissão (cargos de confiança). Para a nomeação para cargo efetivo, como, por
exemplo, técnico judiciário do TRF, faz-se necessária a realização de concurso público. Já a
nomeação para os cargos de provimento em comissão nunca é precedida de concurso público ou
processo simplificado para admissão. É ato discricionário que sequer precisa ser motivado.
Errado. A Constituição Federal permite em seu art. 37, IV, que se abra concurso ainda que haja
certame com prazo de validade não expirado. Todavia, o Estatuto dos servidores federais foi
mais restrito, asseverando que “não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado”. Todavia, a questão fala
em prazo de validade já expirado. Portanto, não há óbice à realização de novo certame.
Errado. Além do vencimento e das vantagens previstas na Lei 8.112/90, serão deferidos aos
servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais: I - retribuição pelo exercício de
função de direção, chefia e assessoramento; II - gratificação natalina; IV - adicional pelo exercício
de atividades insalubres, perigosas ou penosas; V - adicional pela prestação de serviço
extraordinário; VI - adicional noturno; VII - adicional de férias; VIII - outros, relativos ao local ou à
natureza do trabalho; IX - gratificação por encargo de curso ou concurso (Lei 8.112/90, art. 61).
30
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

LETRA A

20. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Vários são os conceitos encontrados na doutrina para serviços públicos, podendo-se destacar
como toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por
meio de outras pessoas (delegados), com o objetivo de satisfazer às necessidades coletivas. A
respeito desse tipo de serviço, assinale a alternativa correta
São princípios relacionados ao serviço público: continuidade do serviço público, imutabilidade
do regime jurídico e o da igualdade dos usuários.
Para que seja encarada a atividade do Estado como serviço público, deve-se respeitar a
gratuidade quando de sua aquisição pelo usuário.
Considera-se concessão de serviço público a delegação de sua prestação, feita pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas.
Não pode a Administração Pública efetuar o pagamento da contraprestação relativa a parcela
fruível de serviço objeto do contrato de parceria público-privada.
O critério material para a definição de serviço público leva em consideração o regime jurídico,
pois serviço público seria aquele submetido ao regime de direito público derrogatório exorbitante
do direito comum.

COMENTÁRIO
Errado. Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das
tarifas (Lei8.987/94, art. 6º, §1º). Esses são os princípios que norteiam os serviços públicos.
Errado. O serviço público não tem como requisito de adequação a gratuidade. Ao contrário, a
regra é que o delegatário será remunerado por esta prestação pelos próprios usuários do
serviço, por meio da cobrança de tarifas. O que a Lei 8.987/95 vem assegurar é que o valor
destas tarifas seja módico, de forma a possibilitar a fruição do serviço também pela camada
economicamente mais carente da população.
Correto. Considera-se concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo
poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou
consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
por prazo determinado (Lei 8.987/95, art. 2º, II).
Incorreto. A contraprestação da Administração Pública será obrigatoriamente precedida da
disponibilização do serviço objeto do contrato de parceria público-privada. É facultado à
Administração Pública, nos termos do contrato, efetuar o pagamento da contraprestação
relativa a parcela fruível de serviço objeto do contrato de parceria público-privada (Lei 11.079,
art. 7º e art. 7º, par. único). Por exemplo, um contrato que preveja a construção de uma rodovia
de 400 km pode prever o pagamento a cada 100 km de construção.
Errado. No aspecto material o serviço público se caracteriza como sendo uma atividade de
prestação de utilidade ou comodidade material fruível diretamente pelos administrados, que o
31
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Estado assume como próprias por se tratarem de atividades necessárias ao interesse social. Dá
relevância à atividade. O critério formal diz respeito ao regime jurídico a que se submete o serviço,
exigindo que os serviços públicos sejam prestados sob regime jurídico de direito público. Fala-se,
também, no critério subjetivo ou orgânico, que dá relevância ao prestador do serviço público. Só se
considera serviço público aquele prestado diretamente pelos órgãos e entidades estatais,
integrantes da administração pública. A questão tratou, portanto, do critério formal de prestação
de serviço público.
LETRA C

21. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

As assertivas a seguir abordam temas diversos do direito administrativo. Assinale a assertiva correta:
O edital de licitação pode ser alterado por qualquer meio, desde que seja garantida ampla
visibilidade da alteração aos participantes.
De acordo com o STJ, em procedimento de desapropriação por interesse social, a indenização
devida deverá considerar a área constante na escritura, independentemente da área
efetivamente desapropriada.
De acordo com o STJ, não é permitida a cumulação de proventos de aposentadoria de emprego
público com remuneração proveniente de exercício de cargo temporário.
Cometido ato de improbidade administrativa ao conceder, aplicar ou manter benefício
financeiro ou tributário que atentem a regra da alíquota mínima de do ISS, o sujeito ativo estará
sujeito a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 8 (oito) a 10 (dez) anos e
multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido.
De acordo com o STJ, se, em procedimento de desapropriação por interesse social, constatar-
se que a área medida do bem é maior do que a escriturada no Registro de Imóveis, o expropriado
receberá indenização correspondente à área registrada, ficando a diferença depositada em Juízo
até que, posteriormente, se complemente o registro ou se defina a titularidade para o
pagamento a quem de direito.

COMENTÁRIOS
DIREITO ADMINISTRATIVO. INDENIZAÇÃO PARA FINS DE DESAPROPRIAÇÃO QUANDO A ÁREA
MEDIDA FOR MAIOR DO QUE A ESCRITURADA.
Se, em procedimento de desapropriação por interesse social, constatar-se que a área medida
do bem é maior do que a escriturada no Registro de Imóveis, o expropriado receberá
indenização correspondente à área registrada, ficando a diferença depositada em Juízo até
que, posteriormente, se complemente o registro ou se defina a titularidade para o
pagamento a quem de direito.
A indenização devida deverá considerar a área efetivamente desapropriada, ainda que o tamanho
real seja maior do que o constante da escritura, a fim de não se configurar enriquecimento sem
causa em favor do ente expropriante. Precedentes citados: REsp 1.286.886-MT, Segunda Turma,
DJe 22/5/2014; REsp 1.395.490-PE, Segunda Turma, DJe 28/2/2014; e REsp

32
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

1.321.842-PE, Segunda Turma, DJe 24/10/2013. REsp 1.466.747-PE, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 24/2/2015, DJe 3/3/2015.
LETRA E

22. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Quanto ao Controle da Administração Pública, é correto afirmar:


No exercício do controle da atividade administrativa, o Poder Judiciário deve, sempre que
possível e por imposição constitucional, substituir-se ao gestor para valorar os critérios de
oportunidade e conveniência que a Administração Pública considerou para editar o ato
administrativo questionado.
É vedado à Administração anular seus próprios atos.
Por inexistir hierarquia entre a administração direta e a administração indireta, veda-se o
controle administrativo desta por aquela. Neste norte de ideias, caso a administração direta
discorde da atuação da administração indireta, o caso controvertido deve ser judicializado.
Para que um ato da Administração Pública seja controlado pelo Poder Judiciário, não é
necessário o esgotamento da via administrativa e todas as suas instâncias, salvo raras exceções.
O Tribunal de Contas, órgão integrante do Poder Executivo, realiza o controle externo da
administração pública por meio de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial.

COMENTÁRIO
Alternativa “a” incorreta porque a jurisprudência dos Tribunais Superiores veda ao Poder
Judiciário imiscuir-se no mérito do ato administrativo.
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. EX-
POLICIAL MILITAR. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADE DO PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. NÃO CABIMENTO DE REEXAME PELA VIA
EXTRAORDINÁRIA. 1. A violação indireta ou reflexa das regras constitucionais não enseja recurso
extraordinário. Precedentes: AI n. 738.145 - AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, 2ª Turma, DJ 25.02.11;
AI n. 482.317-AgR, Rel. Min. ELLEN GRACIE, 2ª Turma DJ 15.03.11; AI n. 646.103-AgR, Rel. Ministra
CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJ 18.03.11. 2. In casu, o acórdão originariamente recorrido assentou:
“POLICIAL MILITAR – Demissão – Idônea aplicação de novel RDPM – Princípio da irretroatividade
das leis – Não incidência – Princípios da Atipicidade e do Informalismo – Independência das Esferas
de Responsabilização – Higidez do Conselho de Disciplina – Poder Discricionário do Administrador
– Regular motivação do ato – Respeito à razoabilidade e proporcionalidade – Indenização por danos
morais – Descabimento – Provimento negado. Sendo a conduta imputada de igual gravame, tando
no anterior quanto no vigente Regulamento Disciplinar, inexistente prejuízo. Não importa a
capitulação legal, já que o acusado de transgressão manifesta-se quanto aos fatos. Sendo legal a
exclusão, é vedado ao Poder Judiciário pronunciar-se sobre a conveniência, justiça ou oportunidade
da aplicação da pena, pois tais questões prendem-se ao mérito administrativo.” 3. Agravo
regimental desprovido. (ARE 650718 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em
12/06/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-126 DIVULG 27-06-2012 PUBLIC 28-06-2012)
33
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Alternativa “b” incorreta, nos termos da Súmula nº 473 do STF.


SÚMULA 473 do STF
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial.
Alternativa “c” incorreta porque o controle exercido pela administração direta sobre as pessoas
jurídicas integrantes da administração indireta é o finalístico.
Alternativa “d” correta, porque o ordenamento jurídico brasileiro adotou o sistema inglês ou de
jurisdição una, de modo que todos os litígios, sejam administrativos ou de interesses
exclusivamente privados, podem ser resolvidos pelo Poder Judiciário, que é o único capaz de
produzir decisões definitivas, com força de coisa julgada. Existem apenas duas hipóteses que
exigem o exaurimento da esfera administrativa, quais sejam: as ações disciplinares relativas às
competições esportivas (CF, art. 217, §1º) e ato administrativo ou omissão da Administração
pública que viole súmula vinculante (Lei nº 11.417/2006, art. 7º, §1º).
Alternativa “e” incorreta porque o Tribunal de Contas não é órgão integrante do Poder Executivo, e
sim um órgão autônomo, com independência financeira e administrativa, que auxilia o Congresso
Nacional no exercício do controle externo. Portanto, o tribunal não está ligado diretamente a
nenhum poder, o que faz com que seja um órgão independente. Sua independência é comparada
do Ministério Público um órgão que não está ligado a nenhum poder e exerce sua função
constitucional.
LETRA D

23 . SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

No que se refere à discricionariedade administrativa e ao controle judicial dos atos


administrativos, assinale a opção correta.
Segundo o STF, o Poder Judiciário pode impor atualização monetária, uma vez que isso é não
afeto aos Poderes Executivo e Legislativo.
Segundo o entendimento do STF, o Poder Judiciário não pode interferir em critérios fixados
por banca examinadora de concurso público, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou
inconstitucionalidade
Não se admite o controle judicial dos atos discricionários.
O controle da Administração Pública no Brasil é realizado por meio do sistema do contencioso
administrativo.
Por configurar ofensa à separação dos poderes, a Constituição Federal de 1988 veda o controle
da administração pelo Poder Legislativo.

COMENTÁRIO
Alternativa “b” correta porque segundo o STF os critérios adotados por banca examinadora de
concurso não podem ser revistos pelo Poder Judiciário, salvo em casos de flagrante ilegalidade
ou inconstitucionalidade.
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Concurso público. Correção de prova. Não
compete ao Poder Judiciário, no controle de legalidade, substituir banca examinadora para avaliar
respostas dadas pelos candidatos e notas a elas atribuídas. Precedentes. 3. Excepcionalmente, é
permitido ao Judiciário juízo de compatibilidade do conteúdo das questões do concurso com o
previsto no edital do certame. Precedentes. 4. Recurso extraordinário provido. (RE 632853,
Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 23/04/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-125 DIVULG 26-06-2015 PUBLIC 29-06-2015)
Alternativa “a” incorreta porque o STF entende que o Judiciário não pode impor, uma vez que
isso é afeto aos Poderes Executivo e Legislativo.
Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Tributário. Prequestionamento. Ausência.
Súmulas 282 e 356/STF. Correção monetária. Tabela do Imposto de Renda Pessoa Física. Ausência
de previsão legal. Legislador Positivo. Impossibilidade. 1. A matéria constitucional contida nas
alíneas a e b do inciso III do art. 150 da Constituição Federal carece do necessário
prequestionamento explícito. Incidência das Súmulas nº s 282 e 356/STF. 2. A jurisprudência da
Corte é assente no sentido de que a não correção da tabela progressiva do imposto de renda não
afronta os princípios da proibição do confisco ou da capacidade contributiva, bem como que o
Poder Judiciário não pode impor atualização monetária na ausência de previsão legal, uma vez que
isso é afeto aos Poderes Executivo e Legislativo. 3. Não provimento do agravo regimental. A título
de honorários recursais, a verba honorária já fixada deve ser acrescida do valor equivalente a 10%
(dez por cento) de seu total, nos termos do art. 85, § 11, do novo Código de Processo Civil,
observados os limites dos §§ 2º e 3º do citado artigo e a eventual concessão de justiça gratuita.
(ARE 982682 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 02/12/2016,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-030 DIVULG 14-02-2017 PUBLIC 15-02-2017)
Alternativa “c” incorreta porque não se admite o controle de mérito pelo Judiciário dos atos
administrativos discricionários. Contudo, é possível o controle de legalidade ou legitimidade
sobre os limites da válida atuação discricionária da administração pública.
Alternativa “d” incorreta porque o ordenamento jurídico brasileiro adota o sistema inglês ou
de jurisdição una, e não o contencioso administrativo ou sistema francês.
Alternativa “e” incorreta porque é possível o controle exercido por um Poder sobre os atos
administrativos praticados por outro Poder como, por exemplo, a competência do Congresso
Nacional para fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do
Poder Executivo, incluídos os da administração indireta (CF, art. 49, X). Art. 49. É da
competência exclusiva do Congresso Nacional:
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da administração indireta;
LETRA B

24. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Determinada agência de fomento, enquadrada como instituição financeira, é instada pelo


competente Tribunal de Contas a apresentar dados relativos aos financiamentos públicos por ela
concedidos. Segundo o STF, não deve a agência diante da requisição:
35
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

se recusar a fornecer os dados relativos ao financiamento público, considerando que estão


protegidos pelo sigilo bancário;
fornecer os dados relativos ao financiamento público, porquanto apenas o Poder Judiciário
poderia requisitar essas informações;
fornecer os dados requisitados pelo Tribunal de Contas, ainda que operações financeiras que
envolvam recursos públicos não estejam submetidas ao sigilo bancário;
fornecer os dados requisitados pelo Tribunal de Contas, considerando o fato de que a
Constituição Federal ressalva expressamente o direito ao sigilo nos casos de requisições
efetivadas pelas Cortes de Contas;
se recursar a fornecer os dados requisitados pelo Tribunal de Contas, considerando o fato de que
operações financeiras que envolvam recursos públicos não estão submetidas ao sigilo bancário;

COMENTÁRIO
Alternativa “E” porque segundo o STF o sigilo de informações necessárias para a preservação da
intimidade é relativizado quando se está diante do interesse da sociedade de se conhecer o
destino dos recursos públicos e operações financeiras que envolvam recursos públicos não
estão abrangidas pelo sigilo bancário a que alude a Lei Complementar nº 105/2001, visto que
as operações dessa espécie estão submetidas aos princípios da administração pública
insculpidos no art. 37 da Constituição Federal.
DIREITO ADMINISTRATIVO. CONTROLE LEGISLATIVO FINANCEIRO. CONTROLE EXTERNO.
REQUISIÇÃO PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO DE INFORMAÇÕES ALUSIVAS A OPERAÇÕES
FINANCEIRAS REALIZADAS PELAS IMPETRANTES. RECUSA INJUSTIFICADA. DADOS NÃO
ACOBERTADOS PELO SIGILO BANCÁRIO E EMPRESARIAL. 1. O controle financeiro das verbas
públicas é essencial e privativo do Parlamento como consectário do Estado de Direito (IPSEN, Jörn.
Staatsorganisationsrecht. 9. Auflage. Berlin: Luchterhand, 1997, p. 221). 2. O primado do
ordenamento constitucional democrático assentado no Estado de Direito pressupõe uma
transparente responsabilidade do Estado e, em especial, do Governo. (BADURA, Peter. Verfassung,
Staat und Gesellschaft in der Sicht des Bundesverfassungsgerichts. In: Bundesverfassungsgericht
und Grundgesetz. FestgabeausAnlass des 25jähringe Bestehens des Bundesverfassungsgerichts.
Weiter Band. Tübingen: Mohr, 1976, p. 17.) 3. O sigilo de informações necessárias para a
preservação da intimidade é relativizado quando se está diante do interesse da sociedade de se
conhecer o destino dos recursos públicos. 4. Operações financeiras que envolvam recursos públicos
não estão abrangidas pelo sigilo bancário a que alude a Lei Complementar nº 105/2001, visto que as
operações dessa espécie estão submetidas aos princípios da administração pública insculpidos no
art. 37 da Constituição Federal. Em tais situações, é prerrogativa constitucional do Tribunal [TCU] o
acesso a informações relacionadas a operações financiadas com recursos públicos.
O segredo como “alma do negócio” consubstancia a máxima cotidiana inaplicável em casos
análogos ao sub judice, tanto mais que, quem contrata com o poder público não pode ter segredos,
especialmente se a revelação for necessária para o controle da legitimidade do emprego dos
recursos públicos. É que a contratação pública não pode ser feita em esconderijos envernizados por
um arcabouço jurídico capaz de impedir o controle social quanto ao emprego das verbas públicas.
6. “O dever administrativo de manter plena transparência em seus comportamentos
36
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

impõe não haver em um Estado Democrático de Direito, no qual o poder reside no povo (art. 1º,
parágrafo único, da Constituição), ocultamento aos administrados dos assuntos que a todos
interessam, e muito menos em relação aos sujeitos individualmente afetados por alguma medida.”
(MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 27ª edição. São Paulo:
Malheiros, 2010, p. 114). 7. O Tribunal de Contas da União não está autorizado a, manu militari,
decretar a quebra de sigilo bancário e empresarial de terceiros, medida cautelar condicionada à
prévia anuência do Poder Judiciário, ou, em situações pontuais, do Poder Legislativo. Precedente:
MS 22.801, Tribunal Pleno, Rel. Min. Menezes Direito, DJe 14.3.2008. 8. In casu, contudo, o TCU
deve ter livre acesso às operações financeiras realizadas pelas impetrantes, entidades de direito
privado da Administração Indireta submetidas ao seu controle financeiro, mormente porquanto
operacionalizadas mediante o emprego de recursos de origem pública. Inoponibilidade de sigilo
bancário e empresarial ao TCU quando se está diante de operações fundadas em recursos de
origem pública. Conclusão decorrente do dever de atuação transparente dos administradores
públicos em um Estado Democrático de Direito. 9. A preservação, in casu, do sigilo das operações
realizadas pelo BNDES e BNDESPAR com terceiros não, apenas, impediria a atuação
constitucionalmente prevista para o TCU, como, também, representaria uma acanhada,
insuficiente, e, por isso mesmo, desproporcional limitação ao direito fundamental de preservação
da intimidade. 10. O princípio da conformidade funcional a que se refere Canotilho, também,
reforça a conclusão de que os órgãos criados pela Constituição da República, tal como o TCU,
devem se manter no quadro normativo de suas competências, sem que tenham autonomia para
abrir mão daquilo que o constituinte lhe entregou em termos de competências.(CANOTILHO, José
Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 5ª edição. Coimbra: Almedina,
2002, p. 541.) 11. A Proteção Deficiente de vedação implícita permite assentar que se a publicidade
não pode ir tão longe, de forma a esvaziar, desproporcionalmente, o direito fundamental à
privacidade e ao sigilo bancário e empresarial; não menos verdadeiro é que a insuficiente limitação
ao direito à privacidade revelar-se-ia, por outro ângulo, desproporcional, porquanto lesiva aos
interesses da sociedade de exigir do Estado brasileiro uma atuação transparente. 12. No caso sub
examine: I) O TCU determinou o fornecimento de dados pela JBS/Friboi, pessoa que celebrou
contratos vultosos com o BNDES, a fim de aferir, por exemplo, os critérios utilizados para a escolha
da referida sociedade empresária, quais seriam as vantagens sociais advindas das operações
analisadas, se houve cumprimento das cláusulas contratuais, se as operações de troca de
debêntures por posição acionária na empresa ora indicada originou prejuízo para o BNDES. II) O
TCU não agiu de forma imotivada e arbitrária, e nem mesmo criou exigência irrestrita e genérica de
informações sigilosas. Sobre o tema, o ato coator aponta a existência de uma operação da Polícia
Federal denominada Operação Santa Tereza que apontou a existência de quadrilha intermediando
empréstimos junto ao BNDES, inclusive envolvendo o financiamento obtido pelo Frigorífico Friboi.
Ademais, a necessidade do controle financeiro mais detido resultou, segundo o decisum atacado,
de um “protesto da Associação Brasileira da Indústria Frigorífica (Abrafigo) contra a política do
BNDES que estava levanto à concentração econômica do setor”. III) A requisição feita pelo TCU na
hipótese destes autos revela plena compatibilidade com as atribuições constitucionais que lhes são
dispensadas e permite, de forma idônea, que a sociedade brasileira tenha conhecimento se os
recursos públicos repassados pela União ao seu banco de fomento estão
37
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

sendo devidamente empregados. 13. Consequentemente a recusa do fornecimento das


informações restou inadmissível, porquanto imprescindíveis para o controle da sociedade quanto
destinação de vultosos recursos públicos. O que revela que o determinado pelo TCU não extrapola
a medida do razoável. 14. Merece destacar que in casu: a) Os Impetrantes são bancos de fomento
econômico e social, e não instituições financeiras privadas comuns, o que impõe, aos que com eles
contratam, a exigência de disclosure e de transparência, valores a serem prestigiados em nossa
República contemporânea, de modo a viabilizar o pleno controle de legitimidade e responsividade
dos que exercem o poder. b) A utilização de recursos públicos por quem está submetido ao controle
financeiro externo inibe a alegação de sigilo de dados e autoriza a divulgação das informações
necessárias para o controle dos administradores, sob pena de restar inviabilizada a missão
constitucional da Corte de Contas. c) À semelhança do que já ocorre com a CVM e com o BACEN,
que recebem regularmente dados dos Impetrantes sobre suas operações financeiras, os
Demandantes, também, não podem se negar a fornecer as informações que forem requisitadas
pelo TCU. 15. A limitação ao direito fundamental à privacidade que, por se revelar proporcional, é
compatível com a teoria das restrições das restrições (Schranken-Schranken). O direito ao sigilo
bancário e empresarial, mercê de seu caráter fundamental, comporta uma proporcional limitação
destinada a permitir o controle financeiro da Administração Publica por órgão constitucionalmente
previsto e dotado de capacidade institucional para tanto. 16. É cediço na jurisprudência do E. STF
que: “ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PUBLICIDADE. A transparência decorre do princípio da
publicidade. TRIBUNAL DE CONTAS – FISCALIZAÇÃO – DOCUMENTOS. Descabe negar ao Tribunal de
Contas o acesso a documentos relativos à Administração Pública e ações implementadas, não
prevalecendo a óptica de tratar-se de matérias relevantes cuja divulgação possa importar em danos
para o Estado. Inconstitucionalidade de preceito da Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado
do Ceará que implica óbice ao acesso.” (ADI 2.361, Tribunal Pleno, Rel. Min. Marco Aurélio, DJe
23/10/2014). 17. Jusfilosoficamente as premissas metodológicas aplicáveis ao caso sub judice
revelam que: I - “nuclearmente feito nas pranchetas da Constituição. Foi o legislador de
primeiríssimo escalão quem estruturou e funcionalizou todos eles (os Tribunais de Contas),
prescindindo das achegas da lei menor. (...) Tão elevado prestígio conferido ao controle externo e a
quem dele mais se ocupa, funcionalmente, é reflexo direto do princípio republicano. Pois, numa
República, impõe-se responsabilidade jurídica pessoal a todo aquele que tenha por competência (e
consequente dever) cuidar de tudo que é de todos”. (BRITTO, Carlos Ayres. O regime constitucional
dos Tribunais de Contas. In: Revista do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Volume 8. 2º
semestre de 2014. Rio de Janeiro: TCE-RJ, p. 18 e 20) II - “A legitimidade do Estado Democrático de
Direito depende do controle da legitimidade da sua ordem financeira. Só o controle rápido,
eficiente, seguro, transparente e valorativo dos gastos públicos legitima o tributo, que é o preço da
liberdade. O aperfeiçoamento d controle é que pode derrotar a moral tributária cínica, que prega a
sonegação e a desobediência civil a pretexto da ilegitimidade da despesa pública. (TORRES, Ricardo
Lobo. Uma Avaliação das Tendências Contemporâneas do Direito Administrativo. Obra em
homenagem a Eduardo García de Enterría. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, p. 645) 18. Denegação da
segurança por ausência de direito material de recusa da remessa dos documentos. (MS 33340,
Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 26/05/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
151 DIVULG 31-07-2015 PUBLIC 03-08-2015)
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

LETRA E

25. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE


Em relação às sociedades economia mista e empresas PUBLICAS, é correto afirmar que:
As sociedades de economia mista, por se tratarem de pessoas jurídicas com personalidade
jurídica de direito privado, quando publicarem programas, obras ou serviços de suas atividades,
não estão vinculadas à vedação de não inserirem nomes, símbolos e imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades.
A entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, instituída mediante
autorização por lei específica, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, para
desempenhar atividades de natureza empresarial e que pode se revestir de qualquer das formas
em direito admitidas, denomina-se sociedade de economia mista.
A constituição de sociedades de economia mista e de empresas públicas decorre de um
processo de descentralização do Estado que passa a exercer certas atividades por intermédio de
outras entidades.
Somente por lei específica podem ser criadas sociedades de economia mista e empresas
públicas, bem como necessária autorização legislativa, em cada caso, para a criação de suas
subsidiárias.
As empresas públicas federais, no direito brasileiro, submetem-se ao regime jurídico próprio
das empresas privadas no que toca ao foro, nas causas de competência da justiça comum.

COMENTÁRIO
Errado. As disposições constitucionais constantes do artigo 37 da Carta Magna aplicam-se a todas
as entidades administrativas, entre elas as sociedades de economia mista. Entre essas disposições
consta o princípio da impessoalidade, que pode ser visto sob alguns enfoques: a) finalidade, o ato
deve ser produzido visando ao fim previsto em lei; b) isonomia, a Administração não pode tratar com
desigualdade administrados na mesma situação; c) vedação à promoção pessoal dos agentes
públicos quando publicarem programas, obras ou serviços de suas atividades.
Errado. Um ponto muito cobrado em concurso são os pontos de distinção entre as empresas
públicas e sociedades de economia mista.
Correto. Descentralização é a transferência da titularidade de certa competência, ou seu exercício,
de uma pessoa jurídica a outra, física ou jurídica. Envolverá sempre duas pessoas distintas. A
descentralização se dá para uma pessoa integrante da Administração Pública Indireta, inclusive
empresas públicas e sociedades de economia mista. São exemplos de empresas públicas: Caixa
Econômica Federal, Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO) e Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos. São exemplos de sociedades de economia mista: Banco do Brasil e Petrobrás.
Errado. As pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública têm sua
criação apenas autorizada por lei. Sua criação se dá com o respectivo registro de seus atos
constitutivos no órgão competente. Ainda, a Constituição Federal dispõe que: Depende de
autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso
anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada (CF, art. 37, XX).
Subsidiárias são aquelas empresas em que a maioria do capital pertence a uma empresa pública ou
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

sociedade de economia mista. O STF entende que a própria lei que autoriza a criação da
entidade pode autorizar a criação de subsidiárias, ou seja, permite-se uma autorização legislativa
genérica, prescindindo-se da autorização “a cada caso”.
Errado. Nos termos do art. 109, I, da Constituição, ressalvando-se as causas sobre falência e
acidente de trabalho, ou aquelas de competência da Justiça Eleitoral ou do Trabalho, as demais
causas em que a União, suas autarquias e empresas públicas forem interessadas, na condição de
autoras, rés, assistentes ou opoentes, serão processadas e julgadas na Justiça Federal (CF, art.
109, I).
LETRA C

26. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Sobre as Agências Reguladoras, é correto afirmar:


Integram a Administração Indireta, sendo obrigadas a adotar a forma de autarquia, mais
especificamente em regime especial.
Integram a Administração Federal Direta, entre outras entidades, as agências reguladoras.
Pelo sistema constitucional brasileiro, a categoria das agências reguladoras apresentam
competência de natureza legislativa e administrativa.
As agências reguladoras podem, no âmbito da Administração Indireta, assumir a forma de
autarquias, fundações ou empresas públicas.
Na sistemática adotada na organização da Administração Pública Federal Brasileira, agências
reguladoras e agências executivas podem se distinguir quanto à espécie organizacional adotada.

COMENTÁRIO
Errado. Segundo a doutrina, as agências reguladoras são entidades administrativas com alto
grau de especialização técnica, integrantes da estrutura formal da Administração Pública
Indireta, com a função de regular um setor específico de atividade econômica ou um
determinado serviço público, o de intervir em certas relações jurídicas decorrentes dessas
atividades, que devem atuar com a maior autonomia possível relativamente ao Poder Executivo.
As agências reguladoras até hoje instituídas têm adotado a forma de autarquias em regime
especial, contudo não há obrigatoriedade de que seja sempre assim.
Incorreto. As agências reguladoras até hoje instituídas adotaram a forma de autarquia,
portanto integram a Administração Pública Federal Indireta.
Errado. As agências reguladoras não podem editar atos primários, que inovam no ordenamento.
Portanto, falar que as agências reguladoras possuem competência legislativa, genericamente, é
conferir-lhes atribuição que originariamente pertence ao Poder Legislativo. Para a ESAF as agências
apresentam competência exclusivamente administrativa. Não se olvide, porém, que as agências
reguladoras exercem o poder normativo, em assuntos de natureza técnica.
Errado. As atividades desenvolvidas pelas agências reguladoras são típicas de Estado. É
jurisprudência do STF (ADI 1.717-6 de 22.09.99) que as atividades típicas de Estado não podem ser
cometidas a pessoas jurídicas de direito privado. Nessa esteira, as agências reguladoras poderiam
adotar tão-somente a forma de órgão da administração direta, autarquia ou fundações públicas com
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

personalidade jurídica de direito público.


Correto. A Agência Executiva não constitui figura nova da estrutura formal da Administração
Pública, mas, sim, qualificação que poderá ser conferida pelo Poder Executivo às autarquias e
fundações públicas que celebrem contrato de gestão com ele e atendam condições exigidas pela Lei
nº 9.649, de 1998. As agências reguladoras são entidades administrativas com alto grau de
especialização técnica, integrantes da estrutura formal da Administração Pública Indireta, com a
função de regular um setor específico de atividade econômica ou um determinado serviço público, o
de intervir em certas relações jurídicas decorrentes dessas atividades, que devem atuar com a maior
autonomia possível relativamente ao Poder Executivo. Todas as agências reguladoras existentes hoje
no Brasil foram criadas sob a forma jurídica de autarquias. Com base nesse critério, as agências
executivas podem ser autarquias ou fundações. Assim, uma agência executiva que seja fundação
pública se distinguirá de todas as espécies de agências reguladoras até hoje criadas.
LETRA E

27. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Em matéria de direito administrativo, o Estado e dotado de certos poderes. A esse respeito,


assinale a alternativa correta:
A autoridade administrativa, que no exercício da sua competência funcional, cassa a
autorização dada a um administrado, a qual era necessária, para legitimar determinada atividade
por ele desempenhada, pratica ato compreendido, especificamente, nos seus poderes
discricionários, hierárquico e de polícia.
A discricionariedade manifesta-se, exclusivamente, quando a lei expressamente confere à
administração competência para decidir em face de uma situação concreta.
O princípio da razoabilidade é o único meio para se verificar a extensão da discricionariedade
no caso concreto.
O mérito administrativo, na atuação do administrador público, cujo controle jurisdicional sofre
restrições, condiz em particular com o exercício regular do seu poder discricionário.
Os poderes vinculados e discricionários se opõem entre si, quanto à liberdade da autoridade na
prática de determinado ato, os hierárquico e disciplinar se equivalem, com relação ao público
interno da Administração a que se destinam, enquanto os de polícia e regulamentar podem se
opor e/ou se equiparar, em cada caso, quer no tocante a seus destinatários (público interno e/ou
externo) como no atinente à liberdade na sua formulação (em tese tais atos tanto podem conter
aspectos vinculados e discricionários, como podem se dirigir a público interno e/ou externo da
Administração). Incorreta a assertiva, porque o poder de polícia é sempre e necessariamente
vinculado, só se dirigindo a público externo.

COMENTÁRIO
Errado. Poder hierárquico caracteriza-se pela existência de níveis de subordinação entre órgãos e
agentes públicos, sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. A prática de ato dessa natureza,
cassação de autorização dada a administrado, não condiz, propriamente, com o exercício do poder
hierárquico, uma vez que não está no âmbito de uma mesma pessoa. Insere-se, sim, no
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

âmbito do poder de polícia. Trata-se, também, de ato discricionário, que pode ser praticado
conforme a conveniência e oportunidade da Administração Pública.
Errado. A maior parte de nossa doutrina entende que a discricionariedade existe não só
quando a lei expressamente confere à administração o poder de decidir acerca da oportunidade
e conveniência de praticar um determinado ato, mas, existe também quando a lei utiliza
determinados conceitos jurídicos indeterminados, tais como, “boa-fé”, “decoro”, “bons
costumes”, “manifestações de apreço”.
Errado. O ato discricionário pode ser analisado também sob o aspecto da legalidade, a fim de se
verificar se todos os requisitos foram respeitados. Ademais, pode-se, igualmente, analisar a extensão
da discricionariedade através do princípio da proporcionalidade, segundo o qual os atos devem ser
condizentes com os fins que objetivam alcançar, sob pena de anulação (e não revogação).
Correto. Segundo a doutrina, o poder discricionário tem como núcleo a autorização legal para
que o agente público decida, nos limites da lei, acerca da conveniência e oportunidade da prática
do ato discricionário e escolha o seu conteúdo, ou seja, o núcleo essencial do poder
discricionário traduz-se no denominado mérito administrativo
Errado. São três as características ou atributos do poder de polícia reconhecidos pela doutrina:
discricionariedade (em regra), coercibilidade, auto-executoriedade. Discricionariedade é a regra
no poder de polícia, mas a lei pode regular todos os aspectos do exercício do poder de polícia,
caso em que a atividade será caracterizada como vinculada.
LETRA D

28. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

O exercício do poder regulamentar pode ensejar abusos por parte da Administração, ao


eventualmente inovar no ordenamento jurídico e, portanto, descumprir o basilar princípio da
legalidade. Ao analisar o tema, Celso Antonio Bandeira de Mello arrola as hipóteses nas quais os
regulamentos são compatíveis com a legalidade. A respeito dos poderes regulamentar e
normativa, assinale a alternativa correta:
O poder regulamentar ou normativo é uma das formas pelas quais se expressa a função
normativa do Poder Executivo.
Não se enquadra dentro dos regulares propósitos da norma regulamentar dispor sobre o
procedimento de operação da Administração nas relações que decorrerão com os administrados
quando da execução da lei.
Uma vez que o Direito não admite lacunas legislativas, e a Administração Pública deve sempre
buscar atender o interesse público, o poder regulamentar, como regra, autoriza que o Poder
Executivo discipline as matérias que ainda não foram objeto de lei.
Em vista da grande esfera de atuação do Poder Executivo, o poder regulamentar se distribui
entre diferentes autoridades que compõem tal poder, que expedem portarias e instruções
normativas, conforme a área de especialização técnica de cada qual.
Decorre do poder vinculado da Administração Pública: Nomeação de servidor para o exercício
de cargo de provimento em comissão.

42
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

COMENTÁRIO
Correto. O poder regulamentar é o poder atribuído ao Chefe do Poder Executivo,
exclusivamente, para editar atos gerais e abstratos destinados a dar fiel cumprimento às leis. É
espécie dessa função normativa nominada pelo examinador, que parece incluir também a edição
de medidas provisórias pelo Chefe de Executivo.
Errado. Ora, nem sempre a lei poderá em seus pormenores descrever as relações que se travarão
nas relações com terceiros. Exemplo, a Lei Estadual 7.000/01 institui o ICMS no Estado do Espírito
Santo, mas não explica pormenorizadamente como deve ser o procedimento de um Auditor Fiscal ao
adentrar o estabelecimento para fazer uma fiscalização de frente de loja. Incumbirá este papel ao
Regulamento, sem, contudo, extrapolar os limites pretendidos pela lei instituidora do tributo.
Errado. O poder regulamentar existe para que o Executivo pormenorize os preceitos previstos
em lei, sem, contudo, inovar no ordenamento jurídico. Frise-se: o poder regulamentar é o poder
atribuído ao Chefe do Poder Executivo, exclusivamente, para editar atos gerais e abstratos
destinados a dar fiel cumprimento às leis, sem inovar juridicamente.
Errado. O poder regulamentar é o poder atribuído ao Chefe do Poder Executivo, e somente a
ele, para editar atos gerais e abstratos destinados a dar fiel cumprimento às leis, sem inovar
juridicamente.
Errado. A nomeação para cargo de provimento em comissão é exemplo típico de exercício de
poder discricionário, uma vez que decorre de critérios de conveniência e oportunidade.
LETRA A

29. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca da Responsabilidade Civil do Estado não é possível afirmar que:


A teoria da responsabilidade objetiva do Estado consiste em que ele responde pelos danos
causados por seus agentes a terceiros, não se admitindo excludente, por culpa do paciente (vítima).
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o responsável, nos casos de culpa ou dolo.
Tratando-se de responsabilidade civil do Estado, podemos dizer que as empresas públicas
podem se sujeitar à responsabilidade objetiva ou subjetiva, dependendo de seu objeto social.
A ação regressiva somente ocorrerá se presentes os elementos do dolo ou culpa do servidor.
A responsabilidade civil do Estado, no direito brasileiro, adota a chamada teoria objetiva do
risco administrativo, a traduzir que a obrigação de reparar os danos patrimoniais causados por
seus agentes nessa condição a terceiros independe de culpa ou dolo do agente.

COMENTÁRIO
Incorreta. Admitem-se excludentes. Caso haja culpa exclusiva da vítima a responsabilidade da
administração será afastada.
Correta. Transcrição literal do artigo 37, § 6º da Constituição da República

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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Correta. É verdade, quando a empresa pública presta serviço público ela responde
objetivamente perante usuários e terceiros. Quando o seu objeto social for atividade econômica,
responderá apenas subjetivamente.
Correta. A culpa do agente é de natureza subjetiva, sendo assim dizemos que há a necessidade
de comprovação da culpa ou dolo.
Correta. Exatamente, lembramos que, caso haja culpa ou dolo do agente, haverá o direito de
regresso do Estado sobre o agente público.
LETRA A

30. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Segundo a Lei que regula os contratos Administrativos, é correto afirmar:


Os contratos administrativos, regidos pela Lei n. 8.666/93, com as devidas justificativas,
poderão ser alterados, unilateralmente, pela própria Administração, nos casos de haver
imposição de circunstâncias supervenientes, para a modificação da forma de pagamento,
mantido o valor inicial contratado.
Conforme disposto no Estatuto de Licitações e Contratos (Lei n. 8.666/1993), o contrato de
prestação de serviços, celebrado com dispensa de licitação fundada em situação emergencial (art.
24, inc. IV), observará os seguintes limites de vigência: duração do contrato somente pelo período
necessário ao afastamento da urgência, não podendo ultrapassar 45 (quarenta e cinco) dias
consecutivos.
O contrato administrativo, regido pelo regime jurídico da Lei n. 8.666/93, confere à
Administração a prerrogativa de rescindi-lo, unilateralmente, na ocorrência de caso fortuito.
O contrato administrativo, regido pelo regime jurídico da Lei n. 8.666/93, pode ter alteradas
suas cláusulas econômicas, sem previa concordância do contratado.993 E
É cláusula exorbitante possível nos contratos públicos e privados a alteração unilateral do contrato.

COMENTÁRIO
Incorreto. Essa alteração depende de acordo entre as partes. Lei 8.666, inciso II, c.
Incorreto. A duração do contrato será pelo período necessário ao afastamento da urgência,
observada a vigência máxima do contrato de 180 (cento e oitenta) dias, improrrogável.
Correto. Caso fortuito, apesar de ser fato alheio entre as partes, é fato decorrente de ação
humana, do qual nenhum dos contratantes tem o controle. A previsão encontra-se no artigo 78,
XVII da lei 8.666.
Incorreto. Há necessidade de prévia concordância entre as partes. Previsão expressa no artigo
65, II, d.
Incorreto. Essa cláusula é possível apenas em contratos públicos e não em contratos privados.
LETRA C

DIREITO TRIBUTÁRIO

31. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE


44
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Considerando os itens a seguir, assinale a alternativa correta:


I) A imunidade tributária recíproca veda a cobrança de impostos, pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal e pelos Municípios, sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos outros.
Conforme o entendimento do STF, essa imunidade não é extensiva aos Correios, ainda que
cumpridos os requisitos previstos na Constituição Federal.
Empressas concessionárias de serviço público, não são beneficiárias da imunidade tributária
recíproca.
A imunidade tributária dos Correios abrange tão somente os serviços realizados pela empresa
pública de forma exclusiva, como o serviço postal, não abrangendo o transporte de bens e
mercadorias.
a)Apenas o item I está correto.
b)Estão corretos os itens I e III.
c)Todos os itens estão corretos.
d)Apenas o item II está correto.
e)Todos os itens estão incorretos.

COMENTÁRIOS
Item “I”- Inorreto. Conforme o STF (RE 627051 – Informativo 767 STF), os Correios são
beneficiários da imunidade tributária, por prestarem serviço público. Essa imunidade abrange
não apenas os serviços desenvolvidos de forma exclusiva, mas também as outras atividades
desenvolvidas, como o transporte de bens e mercadorias.
Item “II” – Correto, tendo em vista que as empresas concessionárias de serviço público
desenvolvem a atividade objetivando o lucro e não são beneficiárias da imunidade tributária.
Item “III” – Incorreto. Conforme já mencionado no item “I”, segundo o entendimento do STF, a
imunidade dos Correios abrange não apenas os serviços desenvolvidos de forma exclusiva, mas
também as demais atividades, como o transporte de bens e mercadorias. LETRA D

32. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale a alternativa incorreta:


a)A competência tributária, ao contrário da capacidade tributária, é indelegável a outras pessoas
jurídicas de direito público.
b)A competência tributária é a outorga do poder de criar, instituir e majorar tributos, concedido
pela Constituição Federal aos entes federativos. Assim, pode-se dizer que somente os entes
federativos possuem competência tributária.
c)A competência para legislar sobre direito tributário é concorrente, de forma que, inexistindo lei
federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a
suas peculiaridades.
d)A competência tributária atribuída a determinado ente é restringida pelas limitações
constitucionais ao poder de tributar previstas na Constituição Federal em rol taxativo.
45
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

e)A capacidade tributária, consistente nas atividades de fiscalizar e arrecadar determinado


tributo, é delegável a pessoa jurídica de direito público, mas não de direito privado, tendo em
vista que não se trata do exercício da competência tributária.

COMENTÁRIOS
Assertiva “A”- Correto. A competência é indelegável. A capacidade tributária ativa, por outro
lado, é delegável nos termos do Art. 7º, CTN.
Assertiva “B” – Correto. O item traz a definição de competência. As atividades da capacidade
tributária estão previstas no art. 7º do CTN.
Assertiva “C” – Correta- Art. 24, §3º, CF.
Assertiva “D” – Incorreto. Não se trata de rol taxativo. Conforme o art. 150 da CF, “Sem prejuízo
de outras garantias...”, como os próprios princípios constitucionais gerais.
Assertiva “E” - Correto. Não delega a pessoa jurídica de direito privado, conforme o art. 7º e §3º
do CTN.
LETRA D

33. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca das contribuições de melhoria, assinale o item correto:


a)As contribuições de melhoria devem necessariamente estar previstas em lei complementar,
conforme previsão constitucional.
b)As contribuições de melhoria possuem como limite de cobrança o valor global da obra pública,
ainda que o valor cobrado supere o benefício econômico auferido pelo contribuinte. c)A
contribuição de melhoria é tributo de vinculação direta e imediata.
d)A contribuição de melhoria depende da realização de obra pública, independentemente de
efetiva valorização imobiliária decorrente da obra.
e)A instituição de contribuição de melhoria depende da edição de lei específica previamente à
realização da cobrança, devendo ser, portanto, anteriorà realização da obra.

COMENTÁRIOS
Assertiva “A”- Incorreto. Pode ser instituída por lei ordinária.
Assertiva “B” – Incorreto. Possuem dois limites concomitantes, o valor global da obra pública
(limite total) e o valor do benefício econômico auferido pelo contribuinte (limite individual) –
art. 81 CTN.
Assertiva “C” – Incorreto. A conceituação de “vinculação direta e imediata” e “vinculação
indireta e mediata”, associada a Geraldo Ataliba, diferencia taxas e contribuições de melhorias.
Taxas seriam tributos de vinculação direta e imediata, tendo em vista que a obrigação tributária
nasce diretamente da atuação do Estado. Já as contribuições de melhoria seriam tributos de
vinculação indireta e mediata, tendo em vista que ainda é necessário que ocorra a valorização
imobiliária. Assertiva “D” – Incorreto- Resp 1.326.502-RS – Informativo 522 STJ
46
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. A instituição da contribuição de melhoria depende


de lei prévia e específica, bem como da valorização imobiliária decorrente da obra pública,
cabendo à Administração Pública a respectiva prova. Recurso especial conhecido, mas
desprovido. (REsp 1326502/RS, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, PRIMEIRA TURMA, julgado em
18/04/2013, DJe 25/04/2013)
Assertiva “E” - correto. O CTN, no art. 82, prevê os requisitos para a cobrança da contribuição
de melhoria, estabelecendo que deve ser publicada lei com o memorial descritivo do projeto,
orçamento do custo da obra, determinação da parcela de custo a ser financiada pela
contribuição, dentre outros, o que faz concluir que a lei deve anteceder a realização da obra.
LETRA E

34. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca dos impostos, assinale o item correto.


a)É correto dizer que os impostos são tributos não vinculados, porém de arrecadação vinculada,
uma vez que o valor arrecadado com os impostos deve ser destinado a serviços em favor do
contribuinte. b)É permitido aos Estados estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de
qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino, sendo cabível o estabelecimento de
alíquota diferenciada de IPVA para os veículos importados e os de procedência nacional.
c)No que se refere ao IPVA, é correto dizer que o cabe aos Estados exercer a competência plena.
d)Todos os impostos, pela sua natureza, possuem função unicamente fiscal, ou seja, meramente
arrecadatória.
e)A União poderá instituir, mediante lei ordinária, impostos não previstos na Constituição
Federal, no exercício da competência residual, desde que sejam não-cumulativos e não tenham
fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição.

COMENTÁRIOS
Assertiva “A”- Incorreto. Os impostos são tributos de arrecadação não vinculada, ou seja, a
arrecadação não está vinculada a uma despesa determinada. Arrecadação vinculada é, por
exemplo, a decorrente dos empréstimos compulsórios, que deve necessariamente ser utilizada
na despesa que fundamentou a instituição da cobrança. A receita dos impostos serve ao
financiamento de atividades gerais do Estado, remunerando os serviços universais que não
podem ser custeados por taxas.
Assertiva “B” – Incorreto. Art. 152, CF. Ver também RE 367785 AgR.
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IPVA. VEÍCULO
IMPORTADO. ALÍQUOTA DIFERENCIADA. 1. Não se admite a alíquota diferenciada de IPVA para
veículos importados e os de procedência nacional. 2. O tratamento desigual significaria uma
nova tributação pelo fato gerador da importação. Precedentes. Agravo regimental a que se
nega provimento. (RE 367785 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em
09/05/2006, DJ 02-06-2006 PP-00038 EMENT VOL-02235-05 PP-00956 RTFP v. 14, n. 69, 2006,
p. 301-302 RT v. 95, n. 853, 2006, p. 139-141 RNDJ v. 6, n. 80, 2006, p. 74)

47
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Assertiva “C” – Correto. Não há previsão no CTN de competência complementar. Os Estados


exerceram a competência legislativa plena.
Assertiva “D” – Incorreto. A extrafiscalidade é constantemente prevista para os impostos,
consistindo na finalidade de intervir numa situação social ou econômica. Assertiva “E” -
Incorreto. Art. 154, I, CF. Exige-se lei complementar.
LETRA C

35. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Considere as situações a seguir e assinale o item correto conforme o entendimento do Superior


Tribunal de Justiça e o Código Tributário Nacional.
I- A sociedade XYZ, contribuinte do ICMS, realizou fato gerador do imposto e, tendo declarado o
valor e efetuado o pagamento do que entendia devido, foi constatado pelo fisco estadual que o
pagamento foi realizado em valor menor que o devido.
- A sociedade ABC, contribuinte do ICMS, realizou fato gerador do imposto e deixou de declarar
e efetuar qualquer pagamento.
III - A sociedade OPQ, contribuinte do ICMS, realizou fato gerador do imposto e, tendo efetuado a
declaração do débito, deixou de realizar o pagamento do tributo.
a)Em relação à sociedade ABC, o prazo decadencial para o lançamento será de cinco anos,
contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado.
b)Nos três casos é indispensável que o fisco realize o lançamento do crédito tributário, tendo em
vista a inexistência do pagamento pelos contribuintes, sendo que, no primeiro caso, somente em
relação ao valor não declarado e recolhido.
c)Em relação à sociedade ABC, o prazo decadencial para o lançamento será de cinco anos, a
contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento ainda poderia ter sido
efetuado, ou seja, o fisco terá os cinco anos contados do fato gerador e, a partir do primeiro dia
do exercício seguinte ao fim deste prazo, terá mais cinco anos, totalizando dez anos para
constituir o crédito tributário.
d)Em relação à sociedade XYZ, o prazo decadencial para o lançamento do valor não declarado
será de 10 anos contados da ocorrência do fato gerador, salvo se comprovado que houve dolo,
fraude ou simulação, quando o prazo decadencial terá como termo inicial o primeiro dia do
exercício seguinte à ocorrência do fato gerador.
e)O prazo decadencial, para qualquer situação narrada, é de cinco anos, contados do primeiro dia
do exercício seguinte à ocorrência do fato gerador.

COMENTÁRIOS
Assertiva “A”- Correto. Neste caso o prazo é o do art. 173, I, do CTN, conforme a súmula 555 do
STJ.
Assertiva “B” – Incorreto. No último caso não será necessário realizar o lançamento, salvo em
relação a alguma diferença não declarada, pois a declaração do contribuinte constitui o crédito
tributário. Súmula 436 STJ.
48
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Assertiva “C” – Incorreto. O STJ não adota esse entendimento, conforme se observa da Súmula
555 do STJ.
Assertiva “D” – Inorreto. O art. 150, §4º, CF define que o prazo é de 5 anos.
Assertiva “E” - Incorreto. Só será esse o prazo para o item II, conforme já narrado nos demais itens.
No item III sequer haverá prazo decadencial, exceto quanto a eventual quantia não declarada.
LETRA A

36. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca da execução fiscal, assinale o item correto conforme o entendimento do Superior Tribunal
de Justiça.
a)De acordo com o STJ, a insuficiência da penhora é causa suficiente para a extinção dos
embargos do devedor em execução fiscal, tendo em vista a existência de previsão legal específica.
b)Conforme o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, exige-se a garantia do juízo, exceto
do devedor que seja beneficiário da justiça gratuita.
c)O STJ entende pela possibilidade de dispensa da garantia à execução fiscal no caso concreto, de
forma expressa pelo juízo competente, de forma que o prazo para oferecimento de embargos
será aquele informado pelo juízo na decisão respectiva.
d)A garantia do juízo na execução fiscal deve abranger, além do valor constante da CDA, o valor
dos honorários advocatícios, ainda que não constem na certidão.
e)Em ações de execução fiscal, pela própria natureza executória do procedimento, é necessária a
instrução da petição inicial com o demonstrativo de cálculo do débito.

COMENTÁRIOS
Assertiva “A”- Incorreto. O STJ entende pela possibilidade de reforço da penhora ou
substituição do bem penhorado, devendo o Juiz intimar o devedor para tanto. Resp
1127815/SP. Assertiva “B” – Incorreto. Resp 1.437.078-RS – Informativo 538 STJ.
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. EMBARGOS À
EXECUÇÃO FISCAL. GARANTIA DO JUÍZO. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. PRINCÍPIO DA
ESPECIALIDADE DAS LEIS.
Não há violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na medida da
pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso.
Discute-se nos autos a possibilidade de oposição de embargos à execução fiscal sem garantia
do juízo pelo beneficiário da justiça gratuita.
Nos termos da jurisprudência do STJ, a garantia do pleito executivo fiscal é condição de
procedibilidade dos embargos de devedor nos exatos termos do art. 16, § 1º, da Lei n. 6.830/80.
O 3º, inciso VII, da Lei n. 1.060/50 não afasta a aplicação do art. 16, § 1º, da LEF, pois o referido
dispositivo é cláusula genérica, abstrata e visa à isenção de despesas de natureza processual, não
havendo previsão legal de isenção de garantia do juízo para embargar. Ademais, em conformidade
com o princípio da especialidade das leis, a Lei de Execuções Fiscais deve prevalecer sobre a Lei n.
060/50.
Recurso especial improvido.
49
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

(REsp 1437078/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em


25/03/2014, DJe 31/03/2014)
Assertiva “C” – Incorreto. O prazo inicia da intimação da decisão que dispensou a garantia,
conforme o decidido no Resp 1.440.639-PE – Informativo 563.
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. PRAZO NAS SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS EM
QUE A JURISPRUDÊNCIA AFASTA A NECESSIDADE DE GARANTIA PRÉVIA.
O prazo para oferecer embargos à execução fiscal, nos casos em que a garantia é expressamente
dispensada pelo juízo de execução, deve ter início na data da intimação da decisão que dispensou a
apresentação de garantia, já que é esse o ato que caracteriza a informação aos atores processuais
da desnecessidade da garantia e a aptidão para embargar, não havendo a necessidade de, na
intimação da dispensa de garantia, se informar expressamente o prazo para embargar.
Aplicação por analogia do disposto no art. 16, da Lei n. 6.830/80 e dos seguintes precedentes:
REsp 1.126.307-MT, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 1º/3/2011; EREsp 767.505-RJ,
Primeira Seção, Rel. Min. Denise Arruda, julgados em 10/9/2008; REsp 244.923-RS, Rel. Min.
Franciulli Netto, julgado em 16/10/2001; EREsp 1.062.537/RJ, Corte Especial, Rel. Min. Eliana
Calmon, DJe 4/5/2009; REsp 1112416 / MG, Primeira Seção, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
27.05.2009; REsp 983734 / SC, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 23.10.2007.
Recurso especial provido. (REsp 1440639/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 02/06/2015, DJe 10/06/2015)
Assertiva “D” – Correto. O STJ entende pela aplicação subsidiária do CPC neste caso, de forma que a
penhora de bens deve abranger o principal, os juros, as custas e os honorários advocatícios. Resp
409.688-SP – Informativo 539 STJ.
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. CARTA DE FIANÇA BANCÁRIA.
NECESSIDADE DE REFORÇO, PARA INCLUSÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ARBITRADOS
NO DESPACHO QUE RECEBEU A PETIÇÃO INICIAL. LEGALIDADE.
(...)
Em redação literal, os arts. 8º e 9º da Lei 6.830/1980 preveem que a garantia deve abranger o
principal, a multa e os juros de mora e os demais encargos da CDA.
(...)
O Código de Processo Civil é aplicável subsidiariamente à Lei 6.830/1980 (conforme
reconhecido em seu art. 1º).
Mediante interpretação sistemática e histórica, aliada ao propósito de assegurar maior
agilidade na tramitação das Execuções Fiscais, é legítimo concluir que o disposto no art. 659 do
CPC (segundo o qual a penhora deve compreender o principal atualizado, os juros, as custas e os
honorários advocatícios), deve ser aplicado no âmbito das Execuções processadas no rito da
LEF, de modo que a garantia judicial nelas prestada deve abranger os honorários advocatícios.
6. Recurso Especial provido. (REsp 1409688/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 11/02/2014, DJe 19/03/2014)
Assertiva “E” - Incorreto. Súmula 559 STJ. Requisitos são apenas aqueles do art. 6º da Lei nº
830/80.
LETRA D

50
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

37. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale a alternativa correta:


A imunidade do artigo 150, VI, “b” da Constituição Federal de 1988 estende-se aos cemitérios,
ainda que ostentem natureza privada e empresarial, uma vez que ali se realizam ritos
relacionados com a fé religiosa, segundo orientação do Supremo Tribunal Federal.
A imunidade subjetiva exime as pessoas por ela protegidas da condição de responsáveis pela
retenção de tributo.
O STF entende que a imunidade tributária recíproca não abrange as sociedades de economia
mista prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do estado.
Cabe a lei ordinária regulamentar a limitação à imunidade tributária das entidades
educacionais e assistenciais sem fins lucrativos.
A imunidade conferida aos templos não se estende à Maçonaria, ainda que nas lojas se
professe culto no sentido empregado pela Constituição Federal, segundo decisão do Supremo
Tribunal Federal.

COMENTÁRIO
Alternativa “A” errada porque o STF entende que não se aplica a imunidade se houver manifesta
finalidade lucrativa (RE 578.562). Os cemitérios que funcionem como extensões de entidades
religiosas, não tenham fins lucrativos e se dediquem exclusivamente à realização de serviços
religiosos e funerários são imunes à incidência do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IPTU. ARTIGO 150, VI,
"B", CB/88. CEMITÉRIO. EXTENSÃO DE ENTIDADE DE CUNHO RELIGIOSO. 1. Os cemitérios que
consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garantia
contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em
relação a eles. 2. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de qualquer culto é projetada
a partir da interpretação da totalidade que o texto da Constituição é, sobretudo do disposto nos
artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI, "b". 3. As áreas da incidência e da imunidade tributária são antípodas.
Recurso extraordinário provido. (RE 578562, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado
em 21/05/2008, DJe-172 DIVULG 11-09-2008 PUBLIC 12-09-2008 EMENT VOL-02332-05 PP-01070
RTJ VOL-00206-02 PP-00906 LEXSTF v. 30, n. 358, 2008, p. 334-340)
Alternativa “B” errada (CTN, art. 9º, §1º e Direito Tributário Esquematizado, 2014, pg. 152).
Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
IV - cobrar imposto sobre:
1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da condição
de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos,
previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros.
Alternativa “C” errada porque o STF entende que abrange inclusive as sociedades de economia
mista (RE 407.099/RS).
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS: IMUNIDADE
TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: C.F., art. 150, VI, a. EMPRESA PÚBLICA QUE EXERCE ATIVIDADE
ECONÔMICA E EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO: DISTINÇÃO. I. - As empresas
51
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das que exercem atividade econômica. A
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é prestadora de serviço público de prestação
obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária
recíproca: C.F., art. 150, VI, a. II. - R.E. conhecido em parte e, nessa parte, provido. (RE 407099,
Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em 22/06/2004, DJ 06-08-2004 PP-
00062 EMENT VOL-02158-08 PP-01543 RJADCOAS v. 61, 2005, p. 55-60 LEXSTF v. 27, n. 314,
2005, p. 286-297)
A imunidade tributária recíproca pode ser estendida a empresas públicas ou sociedades de
economia mista prestadoras de serviço público de cunho essencial e exclusivo. Precedente: RE
472, Rel. Min. Marco Aurélio, Redator para o acórdão Min. Joaquim Babosa, Pleno, DJe
1º.02.2011. 2. Acerca da natureza do serviço público de saneamento básico, trata-se de
compreensão iterativa do Supremo Tribunal Federal ser interesse comum dos entes federativos,
vocacionado à formação de monopólio natural, com altos custos operacionais. Precedente: ADI
842, de relatoria do ministro Luiz Fux e com acórdão redigido pelo Ministro Gilmar Mendes,
Tribunal Pleno, DJe 16.09.2013. 3. A empresa estatal presta serviço público de abastecimento de
água e tratamento de esgoto, de forma exclusiva, por meio de convênios municipais. Constata-se
que a participação privada no quadro societário é irrisória e não há intuito lucrativo. Não há risco ao
equilíbrio concorrencial ou à livre iniciativa, pois o tratamento de água e esgoto consiste em regime
de monopólio natural e não se comprovou concorrência com outras sociedades empresárias no
mercado relevante. Precedentes: ARE-AgR 763.000, de relatoria do Ministro Luís Roberto Barroso,
Primeira Turma, DJe 30.09.2014 (CESAN); (...). 4. A cobrança de tarifa, isoladamente considerada,
não possui aptidão para descaracterizar a regra imunizante prevista no art. 150, VI, “a”, da
Constituição da República. Precedente: RE-AgR 482.814, de relatoria do Ministro Ricardo
Lewandowski, Segunda Turma, DJe 14.12.2011." (ACO 2730 AgR, Relator Ministro Edson Fachin,
Tribunal Pleno, julgamento em 24.3.2017, DJe de 3.4.2017)
Alternativa “D” errada porque cabe a lei complementar (CF, art. 146, II e ADI-MC
1.802/DF). Art. 146. Cabe à lei complementar:
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
Ação direta de inconstitucionalidade: Confederação Nacional de Saúde: qualificação reconhecida,
uma vez adaptados os seus estatutos ao molde legal das confederações sindicais; pertinência
temática concorrente no caso, uma vez que a categoria econômica representada pela autora
abrange entidades de fins não lucrativos, pois sua característica não é a ausência de atividade
econômica, mas o fato de não destinarem os seus resultados positivos à distribuição de lucros. II.
Imunidade tributária (CF, art. 150, VI, c, e 146, II): "instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei": delimitação dos âmbitos da matéria reservada,
no ponto, à intermediação da lei complementar e da lei ordinária: análise, a partir daí, dos preceitos
impugnados (L. 9.532/97, arts. 12 a 14): cautelar parcialmente deferida. 1. Conforme precedente no
STF (RE 93.770, Muñoz, RTJ 102/304) e na linha da melhor doutrina, o que a Constituição remete à
lei ordinária, no tocante à imunidade tributária considerada, é a fixação de normas sobre a
constituição e o funcionamento da entidade educacional ou assistencial imune; não, o que diga
respeito aos lindes da imunidade, que, quando susceptíveis de disciplina infraconstitucional, ficou
reservado à lei complementar. 2. À luz desse critério distintivo, parece
52
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

ficarem incólumes à eiva da inconstitucionalidade formal argüida os arts. 12 e §§ 2º (salvo a alínea


e 3º, assim como o parág. único do art. 13; ao contrário, é densa a plausibilidade da alegação de
invalidez dos arts. 12, § 2º, f; 13, caput, e 14 e, finalmente, se afigura chapada a
inconstitucionalidade não só formal mas também material do § 1º do art. 12, da lei questionada. 3.
Reserva à decisão definitiva de controvérsias acerca do conceito da entidade de assistência social,
para o fim da declaração da imunidade discutida - como as relativas à exigência ou não da
gratuidade dos serviços prestados ou à compreensão ou não das instituições beneficentes de
clientelas restritas e das organizações de previdência privada: matérias que, embora não suscitadas
pela requerente, dizem com a validade do art. 12, caput, da L. 9.532/97 e, por isso, devem ser
consideradas na decisão definitiva, mas cuja delibação não é necessária à decisão cautelar da ação
direta. (ADI 1802 MC, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em
27/08/1998, DJ 13-02-2004 PP-00010 EMENT VOL-02139-01 PP-00064)
Alternativa “E” correta. Porque o STF entende que a maçonaria não é entidade religiosa (RE
562351).
CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA
CARTA FEDERAL. NECESSIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 279
DO STF. ART. 150, VI, B, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. ABRANGÊNCIA DO TERMO “TEMPLOS DE
QUALQUER CULTO”. MAÇONARIA. NÃO CONFIGURAÇÃO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO
EM PARTE E, NO QUE CONHECIDO, DESPROVIDO. I – O reconhecimento da imunidade tributária
prevista no art. 150, VI, c, da Constituição Federal exige o cumprimento dos requisitos estabelecidos
em lei. II – Assim, para se chegar-se à conclusão se o recorrente atende aos requisitos da lei para
fazer jus à imunidade prevista neste dispositivo, necessário seria o reexame do conjunto fático-
probatório constante dos autos. Incide, na espécie, o teor da Súmula 279 do STF. Precedentes. III –
A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b, é restrita aos templos de qualquer culto
religioso, não se aplicando à maçonaria, em cujas lojas não se professa qualquer religião. IV -
Recurso extraordinário parcialmente conhecido, e desprovido na parte conhecida. (RE 562351,
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 04/09/2012, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO DJe-245 DIVULG 13-12-2012 PUBLIC 14-12-2012)
LETRA E

38. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios, exceto:
exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos depois do início da vigência da lei que
os houver instituído ou aumentado ou após decorridos noventa dias da data em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea
utilizar tributo com efeito de confisco;
53
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou


intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder
Público;

COMENTÁRIO
Alternativa “C” correta (CF, art. 150, VI, “C”).
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
- instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que
os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo
Poder Público;
LETRA C

39. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Considere as seguintes afirmativas:


Cabe a lei ordinária estabelecer normas gerais sobre crédito, prescrição e decadência
tributários.
A União poderá instituir empréstimos compulsórios por lei complementar.
Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de
prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei,
estabelecer normas de igual objetivo.
Assinale a alternativa correta:
II
I e III
III
I
II e III

COMENTÁRIO
Alternativa “I” errada (CF, art. 146, III, “b”).
54
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Art. 146. Cabe à lei complementar:


- estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente
sobre: b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
Alternativa “II” certa (CF, art. 148, caput).
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Alternativa “III” certa (CF, art. 146-A).
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o
objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União,
por lei, estabelecer normas de igual objetivo.
LETRA E

40. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Analise as alternativas abaixo e assinale a alternativa incorreta:


O Código Tributário Nacional adotou a teoria da tripartição das espécies tributária em
detrimento da teoria da pentapartição.
Segundo entendimento do STF quanto à cobrança de taxa, é possível presumir o exercício do
poder de polícia quando existente órgão fiscalizador.
O serviço de iluminação pública pode ser remunerado mediante taxa.
Há vedação legal de que o tributo configure sanção por ato ilícito.
Segundo o STF, é constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais
elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral
identidade entre uma base e outra.

COMENTÁRIO
Alternativa “A” correta (CTN, art. 5º).
Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Alternativa “B” correta, porque o STF presumi o exercício de poder de polícia quando existente
órgão de fiscalização, mesmo que este não comprove haver realizado fiscalizações
individualizadas no estabelecimento de cada contribuinte. (RE 588.322 e REsp 261.571).
Recurso Extraordinário 1. Repercussão geral reconhecida. 2. Alegação de inconstitucionalidade da
taxa de renovação de localização e de funcionamento do Município de Porto Velho. 3. Suposta
violação ao artigo 145, inciso II, da Constituição, ao fundamento de não existir comprovação do
efetivo exercício do poder de polícia. 4. O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do
exercício do poder de polícia daquelas de utilização de serviços específicos e divisíveis, facultando
apenas a estas a prestação potencial do serviço público. 5. A regularidade do exercício do poder
55
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

de polícia é imprescindível para a cobrança da taxa de localização e fiscalização. 6. À luz da


jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, a existência do órgão administrativo não é
condição para o reconhecimento da constitucionalidade da cobrança da taxa de localização e
fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo exercício do
poder de polícia, exigido constitucionalmente. Precedentes. 7. O Tribunal de Justiça de
Rondônia assentou que o Município de Porto Velho, que criou a taxa objeto do litígio, é dotado
de aparato fiscal necessário ao exercício do poder de polícia. 8. Configurada a existência de
instrumentos necessários e do efetivo exercício do poder de polícia. 9. É constitucional taxa de
renovação de funcionamento e localização municipal, desde que efetivo o exercício do poder
de polícia, demonstrado pela existência de órgão e estrutura competentes para o respectivo
exercício, tal como verificado na espécie quanto ao Município de Porto Velho/RO 10. Recurso
extraordinário ao qual se nega provimento. (RE 588322, Relator(a): Min. GILMAR MENDES,
Tribunal Pleno, julgado em 16/06/2010, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-164 DIVULG 02-09-
2010 PUBLIC 03-09-2010 EMENT VOL-02413-04 PP-00885 RTJ VOL-00224-01 PP-00614 RIP v.
12, n. 63, 2010, p. 243-255 RT v. 99, n. 902, 2010, p. 149-157)
Alternativa “C” incorreta (Enunciado da súmula nº 670 do STF, convertida na Súmula Vinculante nº
41).
Súmula 670
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Súmula Vinculante 41
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Alternativa “D” correta (CTN, art. 3º).
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Alternativa “E” correta (Enunciado da súmula vinculante nº 29).
Súmula Vinculante 29
constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo
própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
LETRA C

41. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Em matéria tributária, cabe à Lei complementar dispor sobre os seguintes itens, exceto:
regular as limitações constitucionais ao poder de tributar
instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.
isenção restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de
condições peculiares a essa região.
instituir impostos não previsto na Constituição Federal.
dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios
56
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

COMENTÁRIO
Alternativa “c” incorreta (CTN, art. 97, VI e 176).
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou
redução de penalidades. Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre
decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os
tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. Parágrafo único. A isenção pode ser
restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela
peculiares.
Alternativa “B”, “C” e “E” corretas (CF, art. 146, I, II e §único).
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime
único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, observado que:
Alternativa “D” correta (CF, art. 154, I).
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição;
LETRA C

42. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca do ICMS e o princípio da não cumulatividade, assinale a assertiva incorreta.


O regime da não cumulatividade impõe concluir, conquanto se tenha a escrituração da parcela
ainda a se compensar do ICMS, não se incluir todo ele na definição de faturamento aproveitado.
Desse modo, o ICMS não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da COFINS.
O comprador de café ao IBC, apenas com a expedição de nota fiscal, habilita-se, quando da
comercialização do produto, ao crédito do ICM que incidiu sobre a operação anterior.
A incidência do ICMS sobre operação de importação de bem não viola, em princípio, a regra da
vedação à cumulatividade (art. 155, § 2º, I, da Constituição), pois se não houver acumulação da
carga tributária, nada haveria a ser compensado.
Sendo opcional o sistema a envolver base do tributo reduzida, não se tem violência ao
princípio da não cumulatividade no que considerado o crédito de forma proporcional.
Não viola o princípio da não cumulatividade a vedação ao creditamento do ICMS relativo à
entrada de insumos usados em industrialização de produtos cujas saídas foram isentas.

COMENTÁRIOS
57
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Correta. Muita atenção a essa questão do ICMS e o PIS/COFINS, uma vez que o STF julgou o tema
ano passado. Inviável a apuração do ICMS tomando-se cada mercadoria ou serviço e a
correspondente cadeia, adota-se o sistema de apuração contábil. O montante de ICMS a recolher é
apurado mês a mês, considerando-se o total de créditos decorrentes de aquisições e o total de
débitos gerados nas saídas de mercadorias ou serviços: análise contábil ou escritural do ICMS. A
análise jurídica do princípio da não cumulatividade aplicado ao ICMS há de atentar ao disposto no
art. 155, § 2º, I, da Constituição da República, cumprindo-se o princípio da não cumulatividade a
cada operação. O regime da não cumulatividade impõe concluir, conquanto se tenha a escrituração
da parcela ainda a se compensar do ICMS, não se incluir todo ele na definição de faturamento
aproveitado por este Supremo Tribunal Federal. O ICMS não compõe a base de cálculo para
incidência do PIS e da COFINS. Se o art. 3º, § 2º, inc. I, in fine, da Lei n. 9.718/1998 excluiu da base
de cálculo daquelas contribuições sociais o ICMS transferido integralmente para os Estados, deve
ser enfatizado que não há como se excluir a transferência parcial decorrente do regime de não
cumulatividade em determinado momento da dinâmica das operações. Recurso provido para
excluir o ICMS da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS.(RE 574. 706)
Incorreta. Portanto, deveria ser assinalada pelo candidato. O comprador de café ao IBC, ainda
que sem expedição de nota fiscal, habilita-se, quando da comercialização do produto, ao
crédito do ICM que incidiu sobre a operação anterior. Súmula 571, STF.
Correta. A incidência do ICMS sobre operação de importação de bem não viola, em princípio,
a regra da vedação à cumulatividade (art. 155, § 2º, I, da Constituição), pois se não houver
acumulação da carga tributária, nada haveria a ser compensado.(RE 439.796).
Correta. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Base de incidência reduzida.
Sistema opcional. Sendo opcional o sistema a envolver base do tributo reduzida, não se tem
violência ao princípio da não cumulatividade no que considerado o crédito de forma
proporcional.(RE477.323)
Correta. O acórdão embargado é claro e traduz a jurisprudência consolidada desta Corte no
sentido de que não viola o princípio da não cumulatividade a vedação ao creditamento do ICMS
relativo à entrada de insumos usados em industrialização de produtos cujas saídas foram
isentas, conforme concluiu o Tribunal de origem.(RE 392.370)

LETRA B

43 . SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Considera-se efeito da solidariedade:


Salvo disposição de lei em contrário, o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita
aos demais
Em qualquer caso, a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais
pelo saldo
Em qualquer caso, a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece
ou prejudica aos demais.
58
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

I, II e III estão corretas.


I e II estão corretas.
Apenas I está correta.
II e III estão corretas.
Apenas II está correta.
COMENTÁRIOS
Incorreta. Apenas a assertiva I está correta. Isso porque, o CTN é expresso em seu art.
125, ao disciplinar s efeitos da solidariedade e trazer a expressão “salvo disposição em
contrário” antes de todos.
Incorreta. Apenas a assertiva I está correta. Isso porque, o CTN é expresso em seu art.
125, ao disciplinar s efeitos da solidariedade e trazer a expressão “salvo disposição em
contrário” antes de todos.
Correta. Apenas a assertiva I está correta. Isso porque, o CTN é expresso em seu art. 125,
ao disciplinar s efeitos da solidariedade e trazer a expressão “salvo disposição em contrário”
antes de todos.
Incorreta. Apenas a assertiva I está correta. Isso porque, o CTN é expresso em seu art.
125, ao disciplinar s efeitos da solidariedade e trazer a expressão “salvo disposição em
contrário” antes de todos.
Incorreta. Apenas a assertiva I está correta. Isso porque, o CTN é expresso em seu art.
125, ao disciplinar s efeitos da solidariedade e trazer a expressão “salvo disposição em
contrário” antes de todos.

LETRA C

44. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

O ICMS não incidirá, exceto:


Sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto
cobrado nas operações e prestações anteriores.
Não incidem a Cofins e a contribuição ao PIS sobre os créditos de ICMS cedidos a terceiros.
Sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica.
Nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons
e imagens de recepção livre e gratuita.
Sobre o ouro.

COMENTÁRIOS
Correta. Art. 155, X, “a”, CF. Não incidirá sobre operações que destinem mercadorias para o
exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores.

59
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Correta. É nesse sentido o entendimento do STF: O art. 155, § 2º, X, a, da CF – cuja finalidade é o
incentivo às exportações, desonerando as mercadorias nacionais do seu ônus econômico, de modo a
permitir que as empresas brasileiras exportem produtos, e não tributos – imuniza as operações de
exportação e assegura "a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas
operações e prestações anteriores". Não incidem, pois, a Cofins e a contribuição ao PIS sobre os
créditos de ICMS cedidos a terceiros, sob pena de frontal violação do preceito constitucional. O
conceito de receita, acolhido pelo art. 195, I, b, da CF, não se confunde com o conceito contábil.
Entendimento, aliás, expresso nas Leis 10.637/2002 (art. 1º) e Lei 10.833/2003 (art. 1º), que
determinam a incidência da contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins não cumulativas sobre o total das
receitas, "independentemente de sua denominação ou classificação contábil". Ainda que a
contabilidade elaborada para fins de informação ao mercado, gestão e planejamento das empresas
possa ser tomada pela lei como ponto de partida para a determinação das bases de cálculo de
diversos tributos, de modo algum subordina a tributação. A contabilidade constitui ferramenta
utilizada também para fins tributários, mas moldada nesta seara pelos princípios e regras próprios do
direito tributário. Sob o específico prisma constitucional, receita bruta pode ser definida como o
ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem
reservas ou condições. O aproveitamento dos créditos de ICMS por ocasião da saída imune para o
exterior não gera receita tributável. Cuida-se de mera recuperação do ônus econômico advindo do
ICMS, assegurada expressamente pelo art. 155, § 2º, X, a, da CF. Adquirida a mercadoria, a empresa
exportadora pode creditar-se do ICMS anteriormente pago, mas somente poderá transferir a
terceiros o saldo credor acumulado após a saída da mercadoria com destino ao exterior (art. 25, § 1º,
da LC 87/1996). Porquanto só se viabiliza a cessão do crédito em função da exportação, além de
vocacionada a desonerar as empresas exportadoras do ônus econômico do ICMS, as verbas
respectivas qualificam-se como decorrentes da exportação para efeito da imunidade do art. 149, § 2º,
I, da CF. Assenta esta Suprema Corte a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao
PIS e da Cofins não cumulativas sobre os valores auferidos por empresa exportadora em razão da
transferência a terceiros de créditos de ICMS. Ausência de afronta aos arts. 155, § 2º, X; 149, § 2º, I;
150, § 6º; e 195, caput e inciso I, b, da CF. RE 606.107.
Correta. Art. 155, X, b, CF. sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica.
Correta. nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e
de sons e imagens de recepção livre e gratuita; art. 155, X, d, CF.
Incorreta. Não incide sobre o ouro apenas nas hipóteses definidas no art. 153, §5º, CF.
LETRA E

45. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca da exclusão do crédito tributário, assinale a alternativa correta:


A isenção não pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante
A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as
condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o
prazo de sua duração.
60
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

A isenção pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo


A anistia abrange as infrações cometidas anterior ou posteriormente à vigência da lei que a
concede.
A anistia não se aplica, salvo disposição em contrário, aos atos qualificados em lei como crimes
ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou
simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele.
COMENTÁRIOS
Incorreta. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade
tributante, em função de condições a ela peculiares. Art. 176, parágrafo único, CTN.
Correta. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que
especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e,
sendo caso, o prazo de sua duração. Art. 176, CTN.
Incorreta porque está incompleta. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função
de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo. Art.
178, CTN.
Incorreta. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência
da lei que a concede. Art. 180, CTN.
Incorreta. Não se aplica aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos
que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito
passivo ou por terceiro em benefício daquele. Art. 180, I, CTN.
LETRA B

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

46. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale a alternativa correta:


O juiz pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual
não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, quando se tratar de matéria sobre a
qual deva decidir de ofício.
O CPC se aplica apenas supletiva e não subsidiariamente ao processo administrativo.
A obrigação de pagamento dos débitoscondominiais não alcança os novos titulares do imóvel
que nãoparticiparam da fase de conhecimento da ação de cobrança, pois a coisa julgada produz
efeitos entre as partes, não prejudicando terceiros.
A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será nula, em caso
de litisconsórcio necessário unitário.
O litisconsórcio por afinidade não é admitido no âmbito dos juizados especiais.

COMENTÁRIO
A afirmação está incorreta. É a redação do art. 10 do CPC. A doutrina afirma tratar-se do
dever de consulta.
Afirmação incorreta, segundo o CPC:
61
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou


administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
Vejamos um exemplo prático da aplicação subsidiária do CPC:
Regimento interno do TCU:
Art. 298. Aplicam-se subsidiariamente no Tribunal as disposições das normas processuais em
vigor, no que couber e desde que compatíveis com a Lei Orgânica
Súmula nº 103 do TCU: APLICAÇÃO, NA FALTA DE NORMAS LEGAIS REGIMENTAIS ESPECÍFICAS,
DAS DISPOSIÇÕES DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, A JUÍZO DO TCU. c) A afirmação está
incorreta. Segundo o CPC:
Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não
altera a legitimidade das partes.
1o O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou
cedente, sem que o consinta a parte contrária.
2o O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial do
alienante ou cedente.
3o Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou
cessionário.
Vejamos um precedente do STJ:
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. APLICAÇÃO DO CPC/73. AÇÃO DE COBRANÇA.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. DESPESAS CONDOMINIAIS. NATUREZA PROPTER REM.
CONSTRIÇÃO. IMÓVEL GERADOR DA DÍVIDA. POSSIBILIDADE.
1. Recurso especial interposto em 15/10/2015. Autos conclusos a esta Relatora em 02/09/2016.
Julgamento sob a égide do CPC/73.
2. A obrigação propter rem, em razão de decorrer da titularidade de um direito real, ostenta os
atributos da sequela e da ambulatoriedade.
3. O débito condominial, de natureza propter rem, é indispensável para a subsistência do
condomínio, cuja saúde financeira não pode ficar ao arbítrio de mudanças na titularidade dominial.
4. A finalidade da obrigação propter rem é garantir a conservação do bem ao qual ela é ínsita.
5. A obrigação de pagamento dos débitos condominiais alcança os novos titulares do imóvel
que não participaram da fase de conhecimento da ação de cobrança, em razão da natureza
propter rem da dívida. 6. Em caso de alienação de objeto litigioso, a sentença proferida entre as
partes originárias, estende seus efeitos ao adquirente ou ao cessionário.
7. Recurso especial conhecido e provido.
(REsp 1653143/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/05/2017,
DJe 22/05/2017)
d) A afirmação está correta. Segundo o CPC:
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o
processo;
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.

62
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que
requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena
de extinção do processo.
No inciso I temos o litisconsórcio necessário unitário, enquanto no II temos o necessário simples.
e) A afirmação está incorreta. Segundo a Lei 9.099/95:
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de
assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.
LETRA D

47. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

A respeito do sistema dos Juizados Especiais é correto afirmar:


No âmbito dos juizados especiais federais, quando a orientação da Turma de Uniformização,
em questões de direito material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante do STJ, a parte
poderá provocar a manifestação deste.
Cabe pedido de uniformização dirigido ao STJ fundado em divergência entre decisão de Turma
Recursal dos Juizados Especiais de Fazenda Pública do Estado com acórdão da Turma Nacional de
Uniformização dos Juizados Especiais Federais.
Há prazo diferenciado, em dobro, para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas
jurídicas de direito público.
A competência dos juizados especiais é absoluta e em caso de litisconsórcio ativo a soma dos
pedidos das partes não pode ultrapassar o teto do valor previsto em lei.
Não se admite a ação rescisória, o pedido contraposto, a reconvenção e o pagamento de custas
e honorários de advogado na sentença de primeiro grau.

COMENTÁRIO
a) A afirmação está correta. Dispõe a Lei 10.259/2001:
Art. 14, § 4o Quando a orientação acolhida pela Turma de Uniformização, em questões de
direito material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça
-STJ, a parte interessada poderá provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.
A questão foi posta em termos muito amplos. Em uma visão mais restrita, somente é possível
provocar a atuação do STJ em caso de violação de normas de direito material.
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO. REAJUSTE.
AGRAVO REGIMENTAL NA PETIÇÃO. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. ART.
14, § 4º DA LEI N. 10.259/2001. MANIFESTAÇÃO DA TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO (TNU).
AUSÊNCIA. REQUISITO LEGAL NÃO ATENDIDO.
É inviável o conhecimento, pelo Superior tribunal de Justiça, de incidente de uniformização de
interpretação de lei federal, no âmbito dos juizados especiais federais, quando não houver o
exame de questão de direito material pela Turma Nacional de Uniformização.
Inteligência do art. 14, § 4º, da Lei n. 10.529/2001. Precedentes.
Agravo regimental a que se nega provimento.

63
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

(AgRg na Pet 10.511/SE, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
23/08/2017, DJe 29/08/2017)
b) A afirmação está incorreta. Vejamos o entendimento restritivo do STJ:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI,
FORMULADO, COM BASE NO ART. 14, § 2º, DA LEI 10.259/2001, CONTRA ACÓRDÃO DE TURMA
RECURSAL DO SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA, SOB ALEGAÇÃO DE
DIVERGÊNCIA COM ACÓRDÃO DA TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS
FEDERAIS E, AINDA, COM ACÓRDÃOS DO STJ. NÃO CABIMENTO DO INCIDENTE PROCESSUAL,
PREVISTO ART. 18, § 3º, DA LEI 12.153/2009.IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA, NA
ESPÉCIE, DO ART. 14 DA LEI 10.259/2001. AGRAVO INTERNO IMPROVIDO.
I. Agravo interno aviado, em 06/04/2017, contra decisão monocrática publicada em
04/04/2017, que não conheceu do Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei.
Na hipótese, trata-se de Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei, formulado com
base no art. 14, § 2º, da Lei 10.259/2001 - que dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais, no âmbito da Justiça Federal -, contra acórdão da Primeira Turma Recursal
dos Juizados Especiais da Fazenda Pública do Estado do Rio Grande do Sul, sob alegação de
divergência jurisprudencial com acórdão da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados
Especiais Federais e, ainda, com acórdãos do STJ.
III. Consoante assentado pela Primeira Seção do STJ, no julgamento do RCD na Rcl 14.730/SP
(Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe de 24/02/2015), o sistema para processo e
julgamento de causas em juizados especiais é composto por três microssistemas: a) Juizados
Especiais Estaduais Comuns, instituídos pela Lei 9.099/1995; b) Juizados Especiais Federais,
instituídos pela Lei 10.259/2001 e; c) Juizados Especiais da Fazenda Pública Estadual e
Municipal, instituídos pela Lei 12.153/2009. Cada um deles é submetido a regras específicas de
procedimento, inclusive em relação ao mecanismo de uniformização de jurisprudência e de
submissão das decisões das Turmas Recursais ao crivo do Superior Tribunal de Justiça.
IV. Tal mecanismo de uniformização de jurisprudência, no âmbito do microssistema dos
Juizados Especiais Federais, é o Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei, cabível,
perante o STJ, somente na hipótese prevista no § 4º do art. 14 da Lei 10.259/2001, qual seja,
quando a orientação acolhida pela Turma Nacional de Uniformização, em questões de direito
material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante deste Tribunal. Nesse sentido: STJ,
AgRg na Pet 10.521/SE, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (Desembargador Federal Convocado do
TRF/1ª Região), PRIMEIRA SEÇÃO, DJe de 09/11/2015.
V. No que se refere ao microssistema dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, no âmbito dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios - como no presente caso -, existem, no sistema
processual pátrio, regras próprias e específicas para uniformizar a interpretação da legislação
federal, estabelecidas pela Lei 12.153/2009, que "dispõe sobre os Juizados Especiais da Fazenda
Pública no âmbito dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios". Segundo esse
diploma legal, tais divergências deverão ser sanadas por meio de Pedido de Uniformização de
Interpretação de Lei, na forma de seus arts. 18 e 19. De acordo com a disciplina estabelecida pela
Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, o Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei somente deverá ser processado e
64
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

julgado, pelo STJ, nas seguintes hipóteses: (i) "quando as Turmas de diferentes Estados derem a
lei federal interpretações divergentes" ou (ii) "quando a decisão proferida estiver em
contrariedade com súmula do Superior Tribunal de Justiça".
VI. In casu, o Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei encontra-se fundado em suposta
divergência do acórdão proferido pela Primeira Turma Recursal dos Juizados Especiais da Fazenda
Pública do Estado do Rio Grande do Sul com acórdão da Turma Nacional de Uniformização dos
Juizados Especiais Federais, bem assim com acórdãos do STJ. Ocorre que, na Lei 12.153/2009, não
se atribuiu competência ao STJ para dirimir eventuais divergências de acórdãos proferidos por
Turmas Recursais de Juizados Especiais Estaduais da Fazenda Pública com acórdãos oriundos da
Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais, tampouco com acórdãos deste
Tribunal, como pretende a agravante, no presente feito. Assim, tendo em vista que não estão
preenchidos os pressupostos processuais, previstos no § 3º do art. 18 da Lei 12.153/2009, para se
instaurar o incidente perante o STJ, porquanto o Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei
não se ampara em decisões conflitantes de Turmas Recursais de diferentes Estados, tampouco em
contrariedade a enunciado de súmula deste Tribunal, mostra-se inviável o seu conhecimento, no
âmbito desta Corte. Nesse sentido: STJ, AgRg na Pet 10.540/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe de 1º/07/2015.
VII. Não há que se falar em aplicação da Lei 10.259/2001, por força do disposto no art. 27 da Lei
12.153/2009, uma vez que a aplicação daquela Lei, no âmbito dos Juizados Especiais da
Fazenda Pública, somente é autorizada, subsidiariamente, em situações para as quais não haja
previsão normativa específica, o que não se verifica, na espécie. Diante do sistema próprio de
instauração e processamento dos pedidos de uniformização de interpretação de lei, no âmbito
dos Juizados Especiais da Fazenda Pública Estadual e Municipal, instituído pelos arts. 18 e 19 da
Lei 12.153/2009, não incide, na espécie, o art. 14 da Lei 10.259/2001. VIII. Agravo interno
improvido.
(AgInt no PUIL 167/RS, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
27/09/2017, DJe 06/10/2017)
c) A afirmação está incorreta.
Lei 12.153/2009, Art. 7o Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual
pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação
para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
Lei 10.259/2001, Art. 9o Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato
processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos,
devendo a citação para audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de
trinta dias. d) – A Afirmação está incorreta.
JUIZADOS ESPECIAIS. VALOR DA CAUSA INFERIOR A SESSENTA SALÁRIOS MÍNIMOS.
LITISCONSÓRCIO ATIVO. VALOR INDIVIDUAL DE CADA LITISCONSORTE. PRECEDENTES. SÚMULA
83/STJ.
Em se tratando de litisconsórcio ativo facultativo, para que se fixe a competência dos Juizados
Especiais, deve ser considerado o valor de cada autor, individualmente, não importando se a soma
ultrapassa o limite dos 60 (sessenta) salários mínimos. 2. O Tribunal a quo decidiu de acordo com
jurisprudência desta Corte, de modo que se aplica à espécie a Súmula 83/STJ, verbis: "Não se
65
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no


mesmo sentido da decisão recorrida." 3.Recurso Especial não conhecido.(REsp 1658347/SP,
Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/05/2017, DJe 16/06/2017)
e) A afirmação está incorreta. Vejamos a Lei 9.099/95:
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu
favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem
objeto da controvérsia.
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de
advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido,
pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por
cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.
Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento instituído por esta
Lei. Além de ser possível a apresentação de pedido contraposto, é possível o pagamento de
custas e honorários em primeiro grau em caso de em casos de litigância de má-fé. LETRA A

48. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

É incorreto afirmar a respeito da remessa necessária:


Somente é cabível a remessa necessária em caso de julgamento de mérito.
Proposta ação contra o Município no Juizado Especial de Fazenda Pública, havendo revelia,
como forma de tutelar o interesse público, não ocorre a remessa necessária.
Considere que foi impetrado mandado de segurança contra ato praticado por sociedade de
economia mista. Nesse caso, concedida a segurança, haverá remessa necessária.
Em caso de julgamento de remessa necessária, aplica-se a regra da ampliação do colegiado em
caso de divergência prevista no art. 942 do CPC.
A sentença que rejeita a inicial de ação de improbidade, por sua manifesta improcedência,
sujeita-se ao reexame necessário.

COMENTÁRIO
Afirmação correta. Remessa necessária, reexame necessário, duplo grau de jurisdição
obrigatório são nomes que se referem ao mesmo instituto.
PROCESSUAL CIVIL. REEXAME NECESSÁRIO. ART. 475, INCISO I, DO CPC.SENTENÇA QUE
EXTINGUE O PROCESSO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO E CONDENA A FAZENDA NACIONAL AO
PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.INAPLICABILIDADE.
1. Não está sujeita ao reexame necessário (art. 475 do CPC) a sentença que extingue o processo
sem julgamento de mérito.Precedentes.
2. A condenação da Fazenda Nacional ao pagamento de honorários advocatícios em sentença
extintiva do processo, sem julgamento de mérito, não tem o condão de impor a observância à
remessa necessária. O ônus sucumbencial decorre do princípio da causalidade.O duplo grau
obrigatório é proteção que se destina a conferir maior segurança aos julgamentos de mérito

66
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

desfavoráveis à Fazenda Pública.REsp 640.651/RJ, Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJ


7.11.2005.
Agravo Regimental não provido.(AgRg no AREsp 335.868/CE, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/11/2013, DJe 09/12/2013)
b) Afirmação correta. Lei 12.153/2009:
Art. 11. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame
necessário. Lei 10.259/2001:
Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame
necessário. c) Afirmação correta. Lei 12.016/09:
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.
§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de
jurisdição.
Súmula 333 do STJ: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitaçãopromovida
por sociedade de economia mista ou empresa pública.
d) Afirmação incorreta. Vejamos:
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento
em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos
termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a
possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o
direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.
§ 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao
julgamento: II - da remessa necessária;
e) Afirmação correta.
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC/73. INEXISTÊNCIA. REFORMA
DA SENTENÇA QUE REJEITOU A INICIAL.REEXAME NECESSÁRIO. CABIMENTO. INCIDÊNCIA, POR
ANALOGIA, DO ART. 19, CAPUT, DA LEI N. 4.717/65.
Não merece prosperar a tese de violação do art. 535 do CPC/73, porquanto o acórdão
recorrido fundamentou, claramente, o posicionamento por ele assumido, de modo a prestar a
jurisdição que lhe foi postulada.
Sendo assim, não há que se falar em omissão do aresto. O fato de o Tribunal a quo haver
decidido a lide de forma contrária à defendida pela recorrente, elegendo fundamentos diversos
daqueles por ela propostos, não configura omissão ou qualquer outra causa passível de exame
mediante a oposição de embargos de declaração.
Por "aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei n.4.717/65, as sentenças de
improcedência de ação civil pública sujeitam-se indistintamente ao reexame necessário" (REsp
108.542/SC, Rel. Ministro Castro Meira, DJe 29/5/2009).
A sentença que rejeita a inicial da ação de improbidade, por sua manifesta improcedência,
sujeita-se ao reexame necessário.
Agravo interno a que se nega provimento.
(AgInt no REsp 1596028/MG, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em
26/09/2017, DJe 29/09/2017)
67
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

LETRA D

49. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca dos prazos aplicáveis à Fazenda Pública, considere as afirmativas:


I- No procedimento comum, a Fazenda Pública possui prazo em quádruplo para contestar. II- Nos
procedimentos da Lei n. 12.153/2009, a Fazenda Pública não dispõe de benefício de prazo, de
modo que seu prazo para interposição de recurso contra a sentença é de 10 dias.
III- A Fazenda Pública dispõe de prazo em dobro para recorrer, mas prazo simples para apresentar
contrarrazões a recursos interpostos por outras partes.
IV- O prazo para o Estado apresentar impugnação ao cumprimento de sentença contra a Fazenda
Pública não é contado em dobro.
Está correto o que se afirma em
II e IV, apenas.
I, II e III.
I e III, apenas.
II, apenas.
IV, apenas.

COMENTÁRIO
I – Errado, tendo em vista que o Estado hoje possui prazo em dobro para apresentar todas as suas
manifestações, inclusive contestação. O prazo em quádruplo era previsto no CPC-1973, mas a
previsão foi modificada.
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
– Correta, pois o art. 7° da Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública (Lei n. 12.153/2009)
estipula que não haverá prazo em dobro para a Fazenda Pública nesse procedimento.
Art. 7° Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas
jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para a
audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
III – Errada. Após o CPC a Fazenda Pública possui prazo em dobro não só para recorrer, como
também para apresentar qualquer outra manifestação processual, como as contrarrazões de
recurso (art. 183).
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
IV – Correta. O §2° do art. 183 determina que não haverá prazo em dobro para a Fazenda Pública
quando a lei já lhe conferir um prazo específico. É o caso do prazo para apresentação de
impugnação ao cumprimento de sentença, uma vez que a lei já traz no art. 535 um prazo próprio
para as impugnações apresentadas pela Fazenda Pública.

68
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Art. 183, § 2° Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma
expressa, prazo próprio para o ente público.
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa
ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a
execução, podendo arguir: *…+
LETRA A

50. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pública, é correto afirmar:


É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas
cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor
de 60 (sessenta) salários mínimos. Trata-se de competência em razão do valor da causa, de modo
que é competência relativa.
Podem figurar como autores nos Juizados Especiais da Fazenda Pública as pessoas físicas, as
empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI), as microempresas e as empresas de
pequeno porte.
Cabe a lei de cada ente federativo definir o que configura obrigação de pequeno valor naquela
esfera da Federação.
Como os interesses da Fazenda Pública são indisponíveis, o procedimento dos Juizados
Especiais da Fazenda Pública difere da Lei 9.099/1995 por não haver designação de audiência de
conciliação.
Contra a decisão que deferir, no curso do processo, medidas cautelares ou antecipatórias para
evitar dano de difícil ou incerta reparação, não cabe a interposição de recurso.

COMENTÁRIO
Em que pese a competência em razão do valor seja considerada exemplo de competência
relativa pela doutrina, nada impede a lei de conferir natureza absoluta a essa competência. É o
que fez o legislador no art. 2°, §4°, da Lei 12.153/2009.
Art. 2° É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar
causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o
valor de 60 (sessenta) salários mínimos.
*…+
§ 4° No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é
absoluta.
O erro na assertiva é incluir as EIRELI nas hipóteses de pessoas que podem figurar como
autores nas ações dos Juizados Especiais da Fazenda Pública. Veja o art. 5°, I, da Lei 12.153/2009:
Art. 5° Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:
I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, assim
definidas na Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006;
Conforme art. 13, §2°, da Lei 12.153/2009, cada ente federativo deve definir o valor das
obrigações de pequeno valor naquela esfera.
69
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Art. 13, § 2° As obrigações definidas como de pequeno valor a serem pagas independentemente
de precatório terão como limite o que for estabelecido na lei do respectivo ente da Federação.
Malgrado seja comum a afirmação de que os interesses da Fazenda Pública são indisponíveis, é
possível a realização de conciliação pela Fazenda Pública. Por essa razão, há previsão na Lei
12.153/2009 de realização de audiência de conciliação nesse procedimento.
Art. 7° Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas
jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para a
audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
Art. 8° Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência poderão conciliar, transigir ou
desistir nos processos da competência dos Juizados Especiais, nos termos e nas hipóteses
previstas na lei do respectivo ente da Federação.
Incorreta. Nem toda decisão interlocutória nos Juizados Especiais da Fazenda Pública é
irrecorrível. Contra decisão que concede tutela provisória, é possível a interposição de recurso,
conforme art. 4° da Lei 12.153/2009:
Art. 3° O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer providências
cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de incerta
reparação. Art. 4° Exceto nos casos do art. 3°, somente será admitido recurso contra a sentença.
LETRA C

51. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale a alternativa incorreta:


É o despacho citatório, e não a citação em si, que possui o efeito de interrupção da prescrição.
É válida a citação postal feita em um prédio de apartamentos e que tenha sido recebida pelo
funcionário da portaria responsável por receber as correspondências dos moradores.
A citação pelo correio pode ser feita para qualquer comarca do país, dispensando a expedição
de carta precatória se essa for a modalidade citatória adotada.
A citação da Fazenda Pública deve ser pessoal, de modo que não se admite citação por meio
eletrônico.
Nas comarcas situadas na mesma região metropolitana, o oficial de justiça de uma dessas
comarcas pode realizar citações, intimações, notificações, penhoras e outros atos executivos em
qualquer das comarcas dessa mesma região, dispensando-se a expedição de carta precatória.

COMENTÁRIO
a) Segundo o CPC:
Art. 240, § 1° A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda
que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação. b) Segundo o
CPC:
Art. 248, § 4° Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida
a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de
correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, sob as
penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente.
70
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

c) Segundo o CPC:
Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto:
I - nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3°;
II - quando o citando for incapaz;
III - quando o citando for pessoa de direito público;
IV - quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
V - quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.
d) A citação por meio eletrônico é considerada forma de citação pessoal. Veja a Lei 11.419:
Art. 9° No processo eletrônico, todas as citações, intimações e notificações, inclusive da Fazenda
Pública, serão feitas por meio eletrônico, na forma desta Lei.
1° As citações, intimações, notificações e remessas que viabilizem o acesso à íntegra do processo
correspondente serão consideradas vista pessoal do interessado para todos os efeitos legais.
Na mesma linha, o CPC:
Art. 246, § 1° Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas
públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos
eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas
preferencialmente por esse meio.
2° O disposto no § 1° aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às
entidades da administração indireta.
e) Segundo o CPC:
Art. 255. Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que se situem na mesma região
metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, em qualquer delas, citações, intimações,
notificações, penhoras e quaisquer outros atos executivos.
LETRA D

52. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Osvaldo ajuizou ação indenizatória contra a empresa ABC Ltda., alegando que a referida empresa
teria lhe provocado danos materiais no valor de R$ 2.000,00. Posteriormente, contudo, percebeu
que se esqueceu de postular indenização também pelos danos morais sofridos. Diante dessa
situação, o advogado de Osvaldo deve:
Ajuizar outra demanda em face da empresa, já que não é possível formular novo pedido após a
distribuição da petição inicial.
Aditar a sua petição inicial para formular pedido o outro pedido, o que pode ser feito até o
saneamento do processo. Contudo, se o réu já tiver sido citado, o aditamento depende do seu
consentimento.
Aditar a sua petição inicial para formular o outro pedido, o que somente pode ser feito antes
da citação da empresa ré.
Aditar a sua petição inicial para formular pedido o outro pedido, devendo fazê-lo até o
saneamento do processo, desde que o juízo aceite a inclusão do pedido novo.
Aditar a sua petição inicial para formular pedido o outro pedido, o que, se feito antes da
citação do réu, depende do consentimento do demandado em sua contestação.
71
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

COMENTÁRIO
É possível acrescentar pedido à petição inicial (aditamento da inicial), de modo que não será
necessário o ajuizamento de nova demanda.
O aditamento da inicial depende do consentimento do réu se ele já tiver sido citado.
Art. 329. O autor poderá:
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de
consentimento do réu;
- até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com
consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação
deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de
pedir. c) Mesmo depois da citação é possível o aditamento do pedido.
Art. 329. O autor poderá:
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com
consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação
deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.
d) Após a citação do réu, o aditamento do pedido depende do consentimento dele, e não do juiz.
Antes da citação do réu, nem mesmo esse consentimento é exigido.
Art. 329. O autor poderá:
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com
consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação
deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.
e) Antes da citação, não há necessidade de consentimento do réu para aditamento da
inicial. Art. 329. O autor poderá:
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de
consentimento do réu;
LETRA B

53. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca da sentença, julgue as afirmativas abaixo:


I – Não se considera fundamentada a decisão judicial que não enfrentar todos os argumentos
deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador.
– Cabe a oposição de embargos de declaração pelo argumento da omissão de decisão judicial
que deixar de seguir enunciado de súmula invocado pela parte sem demonstrar a distinção do
caso concreto ou a superação do entendimento sumulado.
III – Publicada a sentença, o juiz que a proferiu poderá alterá-la mediante provocação, mas não
jamais de ofício.
IV – Uma sentença condenatória que contenha condenação genérica, mas que tenha sido
recorrida por meio de apelação dotada de efeito suspensivo, é, ainda assim, título apto para
constituir hipoteca judiciária.
72
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Está correto o que afirmado em:


II e III, apenas.
I, II, III e IV.
I e III, apenas.
I, II e IV, apenas.
II e IV, apenas.

COMENTÁRIO
I – Afirmativa correta, de acordo com o art. 489, §1°, IV, do CPC:
Art. 489, § 1° Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;
- empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
II – Afirmativa correta. Cabe a interposição de embargos de declaração por omissão nessa
hipótese, conforme art. 1.022, parágrafo único, II, c/c art. 489, VI, ambos do CPC:
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial
para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a
requerimento;
III - corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente
de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1°.
Art. 489, § 1° Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que:
*…+
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
III – Assertiva incorreta. Mesmo de ofício o juízo pode alterar a sentença para corrigir erro
material ou erro de cálculo.
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:
I - paracorrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;
73
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

II - por meio de embargos de declaração.


IV – Afirmativa correta. Mesmo uma sentença condenatória genérica e sujeita a recurso com
efeito suspensivo pode ser título hábil à formação de hipoteca judiciária (art. 495, §1°, CPC).
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a
que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação
pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.
1° A decisão produz a hipoteca judiciária:
I - embora a condenação seja genérica;
II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja
pendente arresto sobre bem do devedor;
III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.
LETRA D

54. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca do pedido e da cumulação de pedidos, é INCORRETO afirmar:


Tratando-se o pedido de obrigação indivisível que tenha pluralidade de credores, o credor que
não participou do processo tem direito a receber a sua parte. Contudo, do valor recebido serão
deduzidas as despesas do processo na proporção do seu crédito.
Ainda que entre os pedidos não haja relação de conexão, é possível a cumulação de pedidos.
É possível a cumulação de pedidos que sejam incompatíveis entre si.
Se na inicial o autor formula pedido de condenação do réu ao pagamento de indenização por
danos materiais, mas o juiz concede também indenização por danos morais, essa sentença éultra
petita.
Mesmo que ausentes na condenação, os juros de mora devem ser incluídos na liquidação.

COMENTÁRIO
a) Correta, conforme o art. 328 do CPC:
Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do
processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito. b) Correto,
conforme caput do art. 327 do CPC:
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos,
ainda que entre eles não haja conexão.
Correto. Embora a compatibilidade entre pedidos seja um dos requisitos da cumulação de
pedidos, isso não se aplica à cumulação imprópria de pedidos (cumulação eventual ou
alternativa).
Art. 327, § 1° São requisitos de admissibilidade da cumulação que: I
- os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
*…+
§ 3° O inciso I do § 1° não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326.
74
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça
do posterior, quando não acolher o anterior.
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um
deles.
Incorreta, pois essa sentença é extra petita, na medida em que concedeu ao autor algo que
não foi pedido. Ultra petita é a sentença que, naquilo que foi pedido, concede mais do que o que
foi requerido (ex: requerida indenização de mil reais, o juiz concede dois mil reais de
indenização).
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a
parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
Correta, segundo o entendimento do STF. É um caso curioso condenação implícita.
Súmula 254/STF: Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial
ou a condenação.
LETRA D

55. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

O Novo Código de Processo Civil privilegia a autocomposição entre as partes. Exemplo disso é a
audiência preliminar de conciliação ou de mediação. A respeito da conciliação e mediação, e da
respectiva audiência, é correto afirmar:
O mediador deve atuar preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre
as partes, podendo sugerir soluções para o litígio.
O procedimento de mediação ou conciliação é sigiloso, de modo que o conciliador ou
mediador não pode depor acerca dos fatos oriundos desse procedimento.
As pessoas jurídicas, mas não as pessoas físicas, podem constituir representante com poderes
de transação para comparecer em seu lugar na audiência.
O não comparecimento injustificado à audiência é ato atentatório à dignidade da justiça,
sancionado com multa que reverte em favor da parte contrária.
Se o autor indicar na inicial que não tem interesse na realização da audiência de conciliação,
esta não será designada pelo juízo.

COMENTÁRIO
Incorreto. O mediador atua quando há vínculo anterior entre as partes. Confira os §§2° e 3° do
art. 165 do CPC:
Art. 165, § 2° O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo
anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de
qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
§ 3° O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre
as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de
modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios,
soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.
75
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

b) Correto. É o que dispõe o art. 166, especialmente os §§1° e 2° do CPC:


Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da
imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e
da decisão informada.
1° A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do
procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa
deliberação das partes.
2° Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim
como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos
oriundos da conciliação ou da mediação.
c) Incorreto. A lei não proíbe as pessoas físicas de constituírem representante.
Art. 334, § 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com
poderes para negociar e transigir.
d) Incorreto, pois a multa reverte para a União ou Estado.
Art. 334, § 8° O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é
considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por
cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou
do Estado.
e) Incorreto, pois o desinteresse deve ser manifestado por ambas as partes para que a audiência
não se realize:
Art. 334, § 4° A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II
- quando não se admitir a autocomposição.
LETRA B

56. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca dos precedentes judiciais, julgue as seguintes afirmações:


I – A adoção de um sistema de precedentes engessa o direito, na medida que não é cabível a
revisão do precedente.
– O direito à distinção impõe que, se o caso concreto apresentar particularidades que o
diferenciem do caso que gerou um precedente vinculante, não seja seguido aquele precedente.
III – O obter dictum pode ser invocado como
precedente. Está correto apenas o que se afirmou em:
a) I e III.
b) Todas estão
corretas. c) III, apenas.
d) II, apenas.
e) Todas estão incorretas.

COMENTÁRIO

76
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

I – Incorreto, na medida em que é possível a superação do precedente (overruling). Até mesmo


no procedimento das Súmulas Vinculante é admissível a revisão do entendimento sumulado.
– Correto. Neste sentido, inclusive, é o art. 489, §1°, VI do CPC e Enunciado n. 306 do Fórum
Permanente de Processualistas Civis:
Art. 489, § 1° Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que:
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Enunciado n. 306/FPPC (art. 489, § 1º, VI): O precedente vinculante não será seguido quando o juiz
ou tribunal distinguir o caso sob julgamento, demonstrando, fundamentadamente, tratar-se de
situação particularizada por hipótese fática distinta, a impor solução jurídica diversa.
III – Incorreto. Obiterdictum são comentários laterais, impressões pessoais, opiniões, previsões,
etc, que, embora constem da fundamentação, não são ratiodecidendi. E não são ratiodecidendi
porque, se retirados da fundamentação, em nada alterariam o dispositivo.
Desse modo, o obter dictum não pode ser invocado como precedente, embora ele não seja de todo
inútil, na medida em que ele pode sinalizar o comportamento do tribunal numa situação futura.
LETRA D

57. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale a afirmativa correta acerca das súmulas vinculantes:


O Município não pode propor a edição de enunciado de súmula vinculante.
Se um ato da administração pública contrariar uma súmula vinculante, não se exige o
esgotamento das vias administrativas para proposição de reclamação para o STF.
Proposta a revisão de súmula vinculante, devem ser imediatamente suspensos todos os
processos em que se discuta a mesma questão.
O Presidente da Câmara dos Deputados pode propor a edição, cancelamento ou revisão de
enunciado de súmula vinculante.
O Supremo Tribunal Federal, ao editar súmula vinculante, pode modular seus efeitos no tempo
por motivos de segurança jurídica ou excepcional interesse público.

COMENTÁRIO
Incorreto. Embora não seja elencado como um dos legitimados para propor súmula
vinculante, o Município pode fazê-lo incidentalmente, no curso de um processo de que seja
parte. É o que dispõe o art. 3°, §1° da Lei 11.417/2006:
Art. 3°, § 1° O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja
parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não
autoriza a suspensão do processo.
Incorreto, conforme o art. 7°, §1° da Lei 11.417/2006:
Art. 7° Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula
vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo
Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.
77
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

1° Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após
esgotamento das vias administrativas.
c) Incorreto, conforme art. 6° da Lei 11.417/2006:
Art. 6° A proposta de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante não
autoriza a suspensão dos processos em que se discuta a mesma questão.
d) Incorreto, pois essa legitimidade recai sobre a Mesa da Câmara, e não sobre seu Presidente.
Art. 3° São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula
vinculante:
*…+
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
E – Correto, conforme art. 4°, Lei 11.417/2006:
Art. 4° A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal,
por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou
decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança
jurídica ou de excepcional interesse público.
LETRA E

58. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Sobre a cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública, assinale a alternativa INCORRETA:


Da sentença de primeira instância proferida em execução fiscal de valor igual ou inferior a 50
ORTN, não se admite a interposição do recurso de apelação.
Se não for encontrado o devedor ou bens penhoráveis, o juízo deve suspender o processo por
um ano, sendo que nesse prazo não correrá prazo prescricional.
Na execução fiscal, como na execução de título extrajudicial regida pelo CPC, o dinheiro está
em primeiro lugar na ordem de preferência da penhora.
O juiz pode, a requerimento das partes, reunir várias execuções fiscais contra um mesmo
devedor para que tramitem em conjunto.
Não se admite o protesto de certidão de dívida ativa de entidade pública.

COMENTÁRIO
Todos os dispositivos adiante mencionados são da Lei 6.830/1980, salvo quando apontado o
contrário.
a) Correto, conforme art. 34:
Art. 34 - Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções de valor igual ou inferior a
50 (cinqüenta) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, só se admitirão embargos
infringentes e de declaração.
1º - Para os efeitos deste artigo considerar-se-á o valor da dívida monetariamente atualizado e
acrescido de multa e juros de mora e de mais encargos legais, na data da distribuição.
2º - Os embargos infringentes, instruídos, ou não, com documentos novos, serão deduzidos, no
prazo de 10 (dez) dias perante o mesmo Juízo, em petição fundamentada.

78
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

3º - Ouvido o embargado, no prazo de 10 (dez) dias, serão os autos conclusos ao Juiz, que,
dentro de 20 (vinte) dias, os rejeitará ou reformará a sentença.
b) Correto, conforme art. 40, §§1° e 2°:
Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou
encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de
prescrição.
1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da
Fazenda Pública.
2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou
encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.
c) Correto, conforme art. 11, I, e art. 835, I, do CPC:
Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte
ordem: I - dinheiro;
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição
financeira; d) Correto, conforme art. 28:
Art. 28 - O Juiz, a requerimento das partes, poderá, por conveniência da unidade da garantia da
execução, ordenar a reunião de processos contra o mesmo devedor.
Parágrafo Único - Na hipótese deste artigo, os processos serão redistribuídos ao Juízo da
primeira distribuição.
e) Incorreto, conforme art. 1°, parágrafo único da Lei n. 9.492/1997:
Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento
de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.
Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões de dívida ativa da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas autarquias e fundações
públicas. (Incluído pela Lei nº 12.767, de 2012)
Aceitando essa forma de cobrança indireta da dívida ativa, o STJ:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. PROTESTO DE CDA. LEI 9.492/1997.
INTERPRETAÇÃO CONTEXTUAL COM A DINÂMICA MODERNA DAS RELAÇÕES SOCIAIS E O "II
PACTO REPUBLICANO DE ESTADO POR UM SISTEMA DE JUSTIÇA MAIS ACESSÍVEL, ÁGIL E
EFETIVO". SUPERAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ.
1. Trata-se de Recurso Especial que discute, à luz do art. 1º da Lei 9.492/1997, a possibilidade de
protesto da Certidão de Dívida Ativa (CDA), título executivo extrajudicial (art. 586, VIII, do CPC)
que aparelha a Execução Fiscal, regida pela Lei 6.830/1980.
2. Merece destaque a publicação da Lei 12.767/2012, que promoveu a inclusão do parágrafo
único no art. 1º da Lei 9.492/1997, para expressamente consignar que estão incluídas "entre os
títulos sujeitos a protesto as certidões de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e das respectivas autarquias e fundações públicas".
3. Não bastasse isso, mostra-se imperiosa a superação da orientação jurisprudencial do STJ a
respeito da questão.
4. No regime instituído pelo art. 1º da Lei 9.492/1997, o protesto, instituto bifronte que representa,
de um lado, instrumento para constituir o devedor em mora e provar a inadimplência, e, de outro,
79
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

modalidade alternativa para cobrança de dívida, foi ampliado, desvinculando-se dos títulos
estritamente cambiariformes para abranger todos e quaisquer "títulos ou documentos de
dívida". Ao contrário do afirmado pelo Tribunal de origem, portanto, o atual regime jurídico do
protesto não é vinculado exclusivamente aos títulos cambiais.
Nesse sentido, tanto o STJ (RESP 750805/RS) como a Justiça do Trabalho possuem precedentes
que autorizam o protesto, por exemplo, de decisões judiciais condenatórias, líquidas e certas,
transitadas em julgado.
Dada a natureza bifronte do protesto, não é dado ao Poder Judiciário substituir-se à
Administração para eleger, sob o enfoque da necessidade (utilidade ou conveniência), as
políticas públicas para recuperação, no âmbito extrajudicial, da dívida ativa da Fazenda Pública.
Cabe ao Judiciário, isto sim, examinar o tema controvertido sob espectro jurídico, ou seja,
quanto à sua constitucionalidade e legalidade, nada mais. A manifestação sobre essa relevante
matéria, com base na valoração da necessidade e pertinência desse instrumento extrajudicial de
cobrança de dívida, carece de legitimação, por romper com os princípios da independência dos
poderes (art. 2º da CF/1988) e da imparcialidade.
São falaciosos os argumentos de que o ordenamento jurídico (Lei 6.830/1980) já instituiu
mecanismo para a recuperação do crédito fiscal e de que o sujeito passivo não participou da
constituição do crédito.
A Lei das Execuções Fiscais disciplina exclusivamente a cobrança judicial da dívida ativa, e não
autoriza, por si, a insustentável conclusão de que veda, em caráter permanente, a instituição, ou
utilização, de mecanismos de cobrança extrajudicial.
A defesa da tese de impossibilidade do protesto seria razoável apenas se versasse sobre o
"Auto de Lançamento", esse sim procedimento unilateral dotado de eficácia para imputar débito
ao sujeito passivo.
A inscrição em dívida ativa, de onde se origina a posterior extração da Certidão que poderá ser
levada a protesto, decorre ou do exaurimento da instância administrativa (onde foi possível
impugnar o lançamento e interpor recursos administrativos) ou de documento de confissão de
dívida, apresentado pelo próprio devedor (e.g., DCTF, GIA, Termo de Confissão para adesão ao
parcelamento, etc.).
O sujeito passivo, portanto, não pode alegar que houve "surpresa" ou "abuso de poder" na
extração da CDA, uma vez que esta pressupõe sua participação na apuração do débito. Note-se,
aliás, que o preenchimento e entrega da DCTF ou GIA (documentos de confissão de dívida)
corresponde integralmente ao ato do emitente de cheque, nota promissória ou letra de câmbio.
A possibilidade do protesto da CDA não implica ofensa aos princípios do contraditório e do
devido processo legal, pois subsiste, para todo e qualquer efeito, o controle jurisdicional,
mediante provocação da parte interessada, em relação à higidez do título levado a protesto.
A Lei 9.492/1997 deve ser interpretada em conjunto com o contexto histórico e social. De
acordo com o "II Pacto Republicano de Estado por um sistema de Justiça mais acessível, ágil e
efetivo", definiu-se como meta específica para dar agilidade e efetividade à prestação
jurisdicional a "revisão da legislação referente à cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública,
com vistas à racionalização dos procedimentos em âmbito judicial e administrativo".

80
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Nesse sentido, o CNJ considerou que estão conformes com o princípio da legalidade normas
expedidas pelas Corregedorias de Justiça dos Estados do Rio de Janeiro e de Goiás que,
respectivamente, orientam seus órgãos a providenciar e admitir o protesto de CDA e de
sentenças condenatórias transitadas em julgado, relacionadas às obrigações alimentares.
A interpretação contextualizada da Lei 9.492/1997 representa medida que corrobora a
tendência moderna de intersecção dos regimes jurídicos próprios do Direito Público e Privado. A
todo instante vem crescendo a publicização do Direito Privado (iniciada, exemplificativamente,
com a limitação do direito de propriedade, outrora valor absoluto, ao cumprimento de sua
função social) e, por outro lado, a privatização do Direito Público (por exemplo, com a
incorporação - naturalmente adaptada às peculiaridades existentes - de conceitos e institutos
jurídicos e extrajurídicos aplicados outrora apenas aos sujeitos de Direito Privado, como, e.g., a
utilização de sistemas de gerenciamento e controle de eficiência na prestação de serviços).
Recurso Especial provido, com superação da jurisprudência do STJ.
(REsp 1126515/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/12/2013,
DJe 16/12/2013)
LETRA E

59. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca da proteção contra a litigância de má-fé no processo civil, julgue os seguintes itens:
I – Em causas de valor irrisório ou inestimável, a multa por litigância de má-fé pode ser fixada em
até dez vezes o valor do salário-mínimo.
– O executado que injustificadamente não obedecer a ordem judicial incide nas penas da
litigância de má-fé.
III – Para aplicação da multa por litigância de má-fé, não é necessária a comprovação de dano
processual.
IV - O valor das multas impostas ao litigante de má-fé reverte em favor da União ou do Estado, a
depender de se a causa tramita na Justiça Estadual ou Federal.
É correto o que se afirmou
em: a) I e IV, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) Todas as alternativas estão
corretas. d) I, II e III, apenas.
e) II e III, apenas.

COMENTÁRIO
I – Correto, conforme art. 80, §2°, CPC:
Art. 80, § 2° Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até
10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
II – Correto, conforme art. 536, §3°, CPC:
Art. 536, § 3° O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando injustificadamente
descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua responsabilização por crime de desobediência.
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

– Correto, pois esse é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:


PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL.
INDENIZAÇÃO POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. ARTIGO 18, CAPUT E § 2º, DO CPC. NATUREZA
REPARATÓRIA. PROVA DO PREJUÍZO. DESNECESSIDADE.
1. No âmbito do Superior Tribunal de Justiça, a indenização prevista no art. 18, caput e § 2º, do
códex processual tem caráter reparatório (ou indenizatório), decorrendo de um ato ilícito
processual. Precedente da Corte Especial, julgado pelo rito do artigo 543-C do CPC.
2. É desnecessária a comprovação do prejuízo para que haja condenação ao pagamento da
indenização prevista no artigo 18, caput e § 2º, do Código de Processo Civil, decorrente da
litigância de má-fé.
3. Embargos de divergência conhecidos e providos.
(EREsp 1133262/ES, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em
03/06/2015, DJe 04/08/2015)
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. CPC/73. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
DANO PROCESSUAL. DESNECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO PARA APLICAÇÃO DA MULTA A QUE
ALUDE O ART. 18 DO CPC/73. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA.
SÚMULA 7/STJ.
1. O dano processual não é pressuposto para a aplicação da multa por litigância de má-fé a que
alude o art. 18 do CPC/73, que configura mera sanção processual, aplicável inclusive de ofício, e
que não tem por finalidade indenizar a parte adversa.
2. Caso concreto em que se afirmou no acórdão recorrido que a conduta do recorrente foi de
má-fé por ter instaurado incidente infundado e temerário, não tendo se limitado ao mero
exercício do direito de recorrer, mas tendo incindido em diversas das condutas elencadas no art.
17 do CPC/73 (art. 80 do CPC/15).
3. Impossibilidade de reexame de matéria fático-probatória. Súmula 7/STJ.
4. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO.
(REsp 1628065/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ Acórdão Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/02/2017, DJe 04/04/2017)
IV – Incorreto, conforme art. 96 do CPC:
Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé reverterá em benefício da parte
contrária, e o valor das sanções impostas aos serventuários pertencerá ao Estado ou à União.
LETRA D

60. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale a alternativa INCORRETA acerca do cumprimento de sentença:


O cumprimento de sentença pode ser movido contra o fiador que não participou do processo
de conhecimento, embora ele possa apresentar impugnação.
A intimação do devedor para cumprir a sentença pode ser feita na pessoa de seu advogado.
Se a parte mudou de endereço sem comunicar o juízo e não tem mais advogado constituído
nos autos, é válida a intimação para cumprir a sentença dirigida a seu endereço anteriormente
informado nos autos.
82
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

A sentença penal condenatória é título executivo judicial, mas o cumprimento de sentença


neste caso depende de prévia citação do executado, e não apenas intimação
A impugnação ao cumprimento de sentença não tem efeito suspensivo automático, devendo
esse efeito ser requerido ao juízo, mediante prévia garantia do valor da dívida.

COMENTÁRIO
a) Incorreto, conforme art. 513, §5° do CPC e Súmula 268/STJ:
Art. 513, § 5° O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do
coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento.
Súmula n. 268/STJ: O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não
responde pela execução do julgado.
b) Correto, conforme art. 513, §2°, CPC:
Art. 513, § 2° O devedor será intimado para cumprir a sentença:
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
- por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando
não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV;
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1° do art. 246 [estipula que as empresas devem
manter cadastros para recebimento de intimações por meio eletrônico, salvo as EPP e ME], não
tiver procurador constituído nos autos
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 [citação por edital], tiver sido revel na fase de
conhecimento.
c) Correto, conforme art. 513, §3°, CPC:
Art. 513, § 3° Na hipótese do § 2°, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o
devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no
parágrafo único do art. 274.
Art. 274, Parágrafo único. Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante
dos autos, ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária
ou definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da
juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência no primitivo endereço.
d) Correto, conforme o art. 515, §1°, CPC:
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos
previstos neste Título:
VI - a sentença penal condenatória transitada em
julgado; VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo
Superior Tribunal de Justiça;
§ 1° Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da
sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
e) Correto, conforme art. 525, §6°, CPC:
Art. 525, § 6° A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os
de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com
83
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem
relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado
grave dano de difícil ou incerta reparação.
LETRA A

DIREITO CIVIL E EMPRESARIAL

61. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

A responsabilidade civil no Código Civil brasileiro:


é marcada pela distinção entre responsabilidade contratual e extracontratual, sendo objetiva a
primeira e subjetiva a segunda.
é baseada na culpa.
foi estruturada a partir de cláusulas gerais que tratam da culpa sem considerar o risco.
adotou o conceito jurídico indeterminado de risco baseado no proveito do agente.
a teoria do risco integral na reparação civil do dano foi adotada para a reparação dos danos ao
meio ambiente.

COMENTÁRIOS
Assertiva “A” – Incorreta. A responsabilidade subjetiva pode ser contratual quando fundada na
violação de norma contratual, ou extracontratual pela violação de um dever genérico de
conduta. Assertiva “B” – Incorreta. A responsabilidade é baseada na culpa quando subjetiva.
Assertiva “C” – Incorreta. A responsabilidade civil do CC observa a culpa e o risco. Culpa:
responsabilidade subjetiva. Risco: responsabilidade objetiva.
Assertiva “D” – Incorreta. Essa é uma das modalidades da teoria do risco que é amplamente
aplicada às relações de consumo.
Assertiva “E” – Correta. Foi adotada para a reparação dos danos causados ao meio
ambiente. LETRA E

62. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Marque a alternativa que melhor corresponde a característica da boa-fé objetiva:


a primeira cláusula geral da boa-fé objetiva no direito brasileiro ocorreu com a redação do
Código de Defesa do Consumidor.
a boa-fé objetiva no Código Civil vigente tem função apenas na interpretação dos negócios
jurídicos, sem considerar o limite ao exercício de posições jurídicas subjetivas e ignorando a fonte
de deveres anexos nas relações contratuais.
a boa-fé objetiva tem grande utilidade na definição da justiça ou injustiça da posse.
a boa-fé subjetiva incide na relação contratual para garantir que as partes atuem com
lealdade, gerando deveres anexos ou laterais.
a boa-fé objetiva não pode ser parâmetro para configurar a ilicitude de um ato jurídico.

84
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

COMENTÁRIOS
Assertiva “A” – Correta. A positivação da boa-fé objetiva ocorreu no Código de Defesa do
Consumidor.
Assertiva “B” – Incorreta. A boa-fé objetiva no Código Civil vigente tem função na interpretação
dos negócios jurídicos, limite ao exercício de posições jurídicas subjetivas e fonte de deveres
anexos nas relações contratuais.
Assertiva “C” – Incorreta. Posse justa e posse de boa-fé são conceitos diferentes. É justa a
posse que não for violenta, clandestina ou precária. Diferentemente, é de boa-fé a posse, se o
possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Assertiva “D” – Incorreta. A questão se refere à boa-fé objetiva, que gera deveres anexos para
as partes.
Assertiva “E” – Incorreta. Art. 187 do CC: “Também comete ato ilícito o titular de um direito que,
ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela
boa-fé ou pelos bons costumes”.
LETRA A

63. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Sobre a capacidade civil, assinale as afirmativas que trazem hipóteses em que cessara para os
menores a incapacidade.
Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público ou
particular, independente de homologação judicial.
Pelo casamento
Pelo exercício de emprego público em comissão
IV. pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria.

Todas as assertivas estão corretas.


Apenas I, II e III estão corretas.
Apenas II e IV estão incorretas.
Apenas II e IV estão corretas.
Apenas II está correta.

COMENTÁRIOS
Incorreta. A questão, assim como é típico da FCC, trazia disposições do Código Civil,
especificamente quanto art. 5º. I. não podia ser por instrumento particular, apenas público. II.
Correta. O Casamento se encontra no rol das hipóteses de emancipação. III. Segundo o CC,
apenas o exercício de emprego público efetivo. IV. Correta. O estabelecimento civil ou
comercial, ou ainda relação de emprego, desde que, em função de qualquer deles, o menor
de 16 anos tenha economia própria. Uma vez ocorrida a antecipação dos efeitos da
maioridade, tem-se configurada situação irreversível.

85
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Incorreta. A questão, assim como é típico da FCC, trazia disposições do Código Civil,
especificamente quanto art. 5º. I. não podia ser por instrumento particular, apenas público. II.
Correta. O Casamento se encontra no rol das hipóteses de emancipação. III. Segundo o CC,
apenas o exercício de emprego público efetivo. IV. Correta. O estabelecimento civil ou
comercial, ou ainda relação de emprego, desde que, em função de qualquer deles, o menor
de 16 anos tenha economia própria. Uma vez ocorrida a antecipação dos efeitos da
maioridade, tem-se configurada situação irreversível.
Incorreta. A questão, assim como é típico da FCC, trazia disposições do Código Civil,
especificamente quanto art. 5º. I. não podia ser por instrumento particular, apenas público. II.
Correta. O Casamento se encontra no rol das hipóteses de emancipação. III. Segundo o CC,
apenas o exercício de emprego público efetivo. IV. Correta. O estabelecimento civil ou
comercial, ou ainda relação de emprego, desde que, em função de qualquer deles, o menor
de 16 anos tenha economia própria. Uma vez ocorrida a antecipação dos efeitos da
maioridade, tem-se configurada situação irreversível
Correta. A questão, assim como é típico da FCC, trazia disposições do Código Civil,
especificamente quanto art. 5º. I. não podia ser por instrumento particular, apenas público. II.
Correta. O Casamento se encontra no rol das hipóteses de emancipação. III. Segundo o CC,
apenas o exercício de emprego público efetivo. IV. Correta. O estabelecimento civil ou
comercial, ou ainda relação de emprego, desde que, em função de qualquer deles, o menor
de 16 anos tenha economia própria. Uma vez ocorrida a antecipação dos efeitos da
maioridade, tem-se configurada situação irreversível.
Incorreta. A questão, assim como é típico da FCC, trazia disposições do Código Civil,
especificamente quanto art. 5º. I. não podia ser por instrumento particular, apenas público. II.
Correta. O Casamento se encontra no rol das hipóteses de emancipação. III. Segundo o CC,
apenas o exercício de emprego público efetivo. IV. Correta. O estabelecimento civil ou
comercial, ou ainda relação de emprego, desde que, em função de qualquer deles, o menor
de 16 anos tenha economia própria. Uma vez ocorrida a antecipação dos efeitos da
maioridade, tem-se configurada situação irreversível.

LETRA D

64. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Quanto ao contrato de compra e venda, assinale a alternativa correta:


A fixação de preço não pode ser deixada ao arbítrio de terceiro e nem à taxa de mercado.
Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço
por conta do comprador.
É anulável o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das
partes a fixação do preço.
A compra e venda pode ter por objeto coisa atual e não futura, ficando, neste último caso, sem
efeito o contrato. Salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.

86
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

É anulável a venda de descendente a ascendente, salvo se os outros ascendentes e o cônjuge


do alienante expressamente houverem consentido.

COMENTÁRIOS
Incorreta. Perceba a redação do art. 485 do CC: “A fixação do preço pode ser deixada ao
arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o
terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os
contratantes designar outra pessoa.” Veja, ainda, a redação do art. 486: “também se poderá
deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar. A
fixação do preço por terceiro não cria álea contratual, visto que se extrapolar o lógico
comercialmente aceito, as partes podem questionar judicialmente.
Correta. É o que está disposto literalmente no art. 492, caput. Ainda, correrão por conta do
comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas á
sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.
Incorreta. Perceba que o erro está em considerar como anulável. Trata-se de condição
puramente potestativa e, de acordo com o art. 489 do CC é nulo, não anulável.
Incorreta. De acordo com o art.483: “A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou
futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se este não vier a existir, salvo se a intenção
das partes era concluir contrato aleatório”.
Incorreta. Embora pareça apenas uma troca de palavras o art. 496 visa a evitar prejuízos à
legítima dos herdeiros em futura sucessão. De maneira que é anulável a venda de ascendentes
a descendentes.
LETRA B

65. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca da condição, do encargo e do termo, assinale a alternativa incorreta:


Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes,
subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o
sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes, esta última, uma condição meramente potestativa.
Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa
impossível.
Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for maliciosamente
obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a condição
maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.
Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo
determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.

COMENTÁRIOS
A questão buscava conhecimento do candidato apenas sobre a letra da lei.

87
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Correta. É o disposto no art.121, CC. Considera-se condição a cláusula que, derivando


exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e
incerto.
Incorreta. o erro está na classificação da condição. Esta última é uma questão puramente
potestativa e, portanto, defesa.
Correta. É a disposição do art. 124, CC. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis,
quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
Correta. Disposição do art. 129, CC. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a
condição cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer,
considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por
aquele a quem aproveita o seu implemento
Correta. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo
determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. Art. 137, CC.

LETRA B

66. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca do que dispõe o Código Civil sobre prescrição e decadência, assinale a alternativa correta.
A interrupção produzida contra o principal devedor não prejudica o fiador.
A interrupção da prescrição por um credor solidário não aproveita aos outros;
semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica
aos demais coobrigados
A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á, dentre outros
modos, por protesto extrajudicial.
Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de
jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
Não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a
prescrição
COMENTÁRIOS
Incorreta. A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador. art. 204,§3º
Incorreta. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros;
semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos
demais coobrigados. Ademais, A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros;
assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros
Incorreto. O protesto extrajudicial não tem o condão de interromper a prescrição.
Apenas o protesto cambial e judicial.
Correto. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em
qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação. É a disposição do art. 211, CC.
Incorreto. A questão engoliu o “salvo disposição em contrário”. Salvo disposição legal
em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou
interrompem a prescrição.
88
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

LETRA D

67. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Marque a alternativa INCORRETA, de acordo com a lei 9.279/96 (lei de propriedade industrial):
Se dois ou mais autores tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de utilidade, de forma
independente, o direito de obter patente será assegurado àquele que provar o depósito mais
antigo, independentemente das datas de invenção ou criação. A retirada de depósito anterior
sem produção de qualquer efeito dará prioridade ao depósito imediatamente posterior.
É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação
industrial. Não se considera invenção nem modelo de utilidade os programas de computador em si.
A invenção e o modelo de utilidade são considerados suscetíveis de aplicação industrial quando
possam ser utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indústria.
Não é patenteável o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos
que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação
industrial.
Ao titular da patente é assegurado o direito de obter indenização pela exploração indevida de
seu objeto, exceto em relação à exploração ocorrida entre a data da publicação do pedido e a da
concessão da patente.

COMENTÁRIOS
Art. 7º Se dois ou mais autores tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de utilidade, de
forma independente, o direito de obter patente será assegurado àquele que provar o depósito
mais antigo, independentemente das datas de invenção ou criação.
Parágrafo único. A retirada de depósito anterior sem produção de qualquer efeito dará
prioridade ao depósito imediatamente posterior.
Art. 8º É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e
aplicação industrial.
Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade:
V - programas de computador em si;
Art. 15. A invenção e o modelo de utilidade são considerados suscetíveis de aplicação industrial
quando possam ser utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indústria. Art. 18. Não são
patenteáveis:
- o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos
três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial -
previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são organismos, exceto o
todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção humana direta
em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela espécie em
condições naturais.

89
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Art. 44. Ao titular da patente é assegurado o direito de obter indenização pela exploração indevida
de seu objeto, inclusive em relação à exploração ocorrida entre a data da publicação do pedido e
a da concessão da patente.
LETRA E

68. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Marque a alternativa INCORRETA, no que se refere à sociedade limitada:


Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, e
estes não respondem solidariamente pela integralização do capital social.
Os membros do conselho fiscal terão direito a remuneração.
A assembleia pode ser convocada pelo conselho fiscal.
A assembleia dos sócios instala-se com a presença, em primeira convocação, de titulares de no
mínimo três quartos do capital social, e, em segunda, com qualquer número.
Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a correspondente modificação do contrato depois
de integralizado, se houver perdas irreparáveis e se excessivo em relação ao objeto da sociedade.

COMENTÁRIOS
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas
quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
Art. 1.068. A remuneração dos membros do conselho fiscal será fixada, anualmente, pela
assembléia dos sócios que os eleger.
Art. 1.073. A reunião ou a assembléia podem também ser convocadas:
I - por sócio, quando os administradores retardarem a convocação, por mais de sessenta dias, nos
casos previstos em lei ou no contrato, ou por titulares de mais de um quinto do capital, quando
não atendido, no prazo de oito dias, pedido de convocação fundamentado, com indicação das
matérias a serem tratadas;
II - pelo conselho fiscal, se houver, nos casos a que se refere o inciso V do art. 1.069.
Art. 1.074. A assembléia dos sócios instala-se com a presença, em primeira convocação, de
titulares de no mínimo três quartos do capital social, e, em segunda, com qualquer número.
Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a correspondente modificação do
contrato:
I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis;
- se excessivo em relação ao objeto da sociedade.
LETRA A

69. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Marque a alternativa INCORRETA, de acordo com a legislação:


Para a constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade
e pode provar-se por todos os meios de direito.

90
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo
todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais. É vedado aos sócios, todavia,
limitar entre si a responsabilidade de cada um.
Na sociedade em comandita simples, aos comanditados cabem os mesmos direitos e
obrigações dos sócios da sociedade em nome coletivo.
Na sociedade limitada, o contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade
limitada pelas normas da sociedade anônima.
Na sociedade limitada, a designação de administradores não sócios dependerá de aprovação
da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de 2/3 (dois terços),
no mínimo, após a integralização.

COMENTÁRIOS
Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer
formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito.
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo,
respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato
constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada
um.
Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da sociedade em nome
coletivo, no que forem compatíveis com as deste Capítulo.
Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da
sociedade em nome coletivo.
Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da
sociedade simples.
Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada
pelas normas da sociedade anônima.
Art. 1.061. A designação de administradores não sócios dependerá de aprovação da unanimidade
dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de 2/3 (dois terços), no mínimo, após a
integralização.
LETRA B

DIREITO DO TRABALHO

70. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

O §3º do artigo 2º da CLT, nos termos da Reforma Trabalhista, assevera que NÃO caracteriza
grupo econômico:
A mera identidade de sócios, sendo prescindíveis, para a configuração do grupo, a
demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das
empresas dele integrantes.

91
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

A mera identidade de sócios, sendo imprescindíveis, para a configuração do grupo, a


demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das
empresas dele integrantes.
A mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, apenas a
demonstração do interesse integrado.
A mera identidade de sócios, sendo desnecessárias, para a configuração do grupo, a
demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das
empresas dele integrantes.
A mera identidade de sócios, sendo imprescindíveis, para a configuração do grupo, a
demonstração do interesse integrado e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

COMENTÁRIO
Afirmação incorreta. Segundo o §3º do artigo 2º da CLT, são imprescindíveis para a
configuração do grupo econômico, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão
de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Imprescindível = necessário.
Afirmação correta. Segundo o §3º do artigo 2º da CLT, não caracteriza grupo econômico a
mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração
do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas
dele integrantes.
Afirmação incorreta. Segundo o §3º do artigo 2º da CLT, não apenas a demonstração
do interesse integrado, sendo necessárias ainda a efetiva comunhão de interesses e a
atuação conjunta das empresas dele integrantes.
Afirmação incorreta. Segundo o §3º do artigo 2º da CLT, são necessárias, para a
configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de
interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.
Afirmação incorreta. Segundo o §3º do artigo 2º da CLT, não caracteriza grupo econômico a
mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração
do interesse integrado, a atuação conjunta das empresas dele integrantes, além da efetiva
comunhão de interesses.
LETRA B

71. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale a alternativa correta acerca da responsabilidade do sócio no Direito do Trabalho, se


acordo com a recente Reforma Trabalhista:
O sócio retirante responderá subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade
relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos
depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência: I-
sócios atuais; II- empresa devedora, e; III- os sócios retirantes.
O sócio retirante responderá subsidiariamente com os demais, ainda que se comprove a
fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato.

92
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

O sócio retirante responderá subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade


relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até cinco anos
depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência: I-
empresa devedora; II- os sócios atuais, e; III- os sócios retirantes.
O sócio retirante responderá subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade
relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos
depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência: I-
empresa devedora; II- os sócios atuais, e; III- os sócios retirantes.
A responsabilidade do sócio retirante pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao
interregno em que atuou como sócio é sempre solidária.

COMENTÁRIO
Alternativa incorreta. Segundo o art. 10-A da CLT, a ordem de preferência é a seguinte:
I-empresa devedora; II- os sócios atuais, e; III- os sócios retirantes.
Alternativa incorreta. De acordo com o parágrafo único do art. 10-A da CLT, O sócio
retirante responderá solidariamente com os demais, quando ficar comprovada a fraude na
alteração societária decorrente da modificação do contrato.
Alternativa incorreta. Segundo o art. 10-A da CLT, o prazo é de até dois anos.
Alternativa correta. Literalidade do art. 10-A da CLT.
Alternativa incorreta. A regra é que a responsabilidade do sócio retirante é subsidiária. Art.
10-A, caput e parágrafo único, da CLT.
LETRA D

72. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

O artigo 11 da CLT foi alvo da Reforma Trabalhista. Assinale, pois, a alternativa que NÃO traduz
essas mudanças:
A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos
para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de
trabalho.
A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista,
mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito,
produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos.
Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de
alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à
parcela esteja também assegurado por preceito de lei.
A Reforma Trabalhista acabou por ampliar o entendimento do TST, prescrito na súmula 294,
uma vez que o artigo 11 da CLT, em seu §2º, praticamente reproduz o teor de tal precedente,
apenas adicionando a este a previsão do “descumprimento do pactuado’’.
Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de
alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é parcial, exceto quando o direito à
parcela esteja também assegurado por preceito de lei.
93
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

COMENTÁRIO
Alternativa correta. Art.11, caput. Art. 7 º, XXIX, da CF/1988.
Alternativa correta. Art.11, §3º, da CLT.
Alternativa correta. Art.11, §2º, da CLT.
Alternativa correta. Art.11, §2º, da CLT e súmula 294 do TST.
Alternativa incorreta. Segundo o art.11, §2º, da CLT, a prescrição é total.
LETRA E

73. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE


A prescrição intercorrente já foi alvo de precedentes judiciais do STF e do TST. A Reforma
Trabalhista veio então sedimentar a matéria. Assinale a alternativa correta:
Ocorre a prescrição intercorrente no Processo do Trabalho no prazo de cinco anos.
A Reforma Trabalhista foi de encontro ao entendimento do STF, rechaçando a possibilidade da
prescrição intercorrente no Processo do Trabalho.
A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir
determinação judicial no curso da execução.
Em atenção ao princípio do dispositivo, a prescrição intercorrente não poderá ser declarada de
ofício.
Com a Reforma Trabalhista ressuscitou-se o entendimento exarado pelo TST na súmula 114,
haja visa a impossibilidade de aplicação da prescrição intercorrente na Justiça do Trabalho.
COMENTÁRIO
Alternativa incorreta. O Art.11-A, caput, da CLT traz o prazo de dois anos para a ocorrência
da prescrição intercorrente no processo do trabalho.
Alternativa incorreta. A Reforma Trabalhista foi AO encontro do entendimento do STF, já
que este, na súmula 327, admite a prescrição intercorrente no Direito do Trabalho.
Alternativa correta. Art.11-A, §1º, da CLT.
Alternativa incorreta. Art.11-A, §2º, da CLT.
Alternativa incorreta. A Reforma Trabalhista não ressuscitou o entendimento do TST
sobre a inaplicabilidade da prescrição intercorrente no Direito do Trabalho. Ao contrário,
tratou expressamente sobre o tema, admitindo-a.
LETRA C

74. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

O artigo 58 da CLT foi alvo da Reforma Trabalhista. Julgue os itens a seguir, marcando a
alternativa correta:
A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não
excederá de 10 (dez) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por meio de acordo ou
convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador, em local de difícil acesso

94
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

ou não servido por transporte público, o tempo médio despendido pelo empregado, bem como a
forma e a natureza da remuneração.
A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não
excederá de 8 (oito) horas diárias, ainda que seja fixado expressamente outro limite.
Com a Reforma Trabalhista, houve alteração do regime de horas à disposição do empregador.
Porém, independentemente do local de trabalho, haverá o cômputo como jornada de trabalho
das horas in intinere.
O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto
de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o
fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à
disposição do empregador.

COMENTÁRIO
Alternativa incorreta. O Art.58, caput, da CLT. A duração normal do trabalho não excederá de
8 (oito) horas diárias.
Alternativa incorreta. Antiga redação do §3º do art. 58 da CLT, revogado pela Lei 13.467
de 2017.
Alternativa incorreta. O Art.58, caput, da CLT: ‘’A duração normal do trabalho, para os
empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde
que não seja fixado expressamente outro limite.’’
Alternativa incorreta. A Reforma Trabalhista acabou alterando significativamente o regime
de horas in intinere, restando prejudicada a súmula 90 do TST, já que foi excluída a
possibilidade de consideração de tempo à disposição do empregador aquele despendido pelo
empregado no trajeto para o local de trabalho, quando este fosse de difícil acesso ou não
servido pelo transporte público.
Alternativa correta. O Art.58, §2º, da CLT.
LETRA E

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

75. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale a alternativa incorreta, de acordo com as novidades trazidas pela Reforma Trabalhista no
Direito Processual do Trabalho. Os prazos no Processo do Trabalho:
Serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de
prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela
do direito.
O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do TST suspendem os prazos recursais.
É inaplicável ao Processo do Trabalho a duplicação dos prazos processuais quando os
litisconsortes tenham advogados distintos.

95
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, apenas em virtude de
força maior, devidamente comprovada.

COMENTÁRIO
Alternativa correta. Art. 775, caput, da CLT.
Alternativa correta. Art. 775, §2º, da CLT.
Alternativa correta. Súmula 262 do TST.
Alternativa correta. OJ 310 da SDI-1.
Alternativa incorreta. Art. 775, §1º, da CLT. Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo
estritamente necessário, em virtude de força maior, devidamente comprovada, bem como
quando o juízo entender como necessário.
LETRA E

76. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

As custas no Processo Trabalhista terão como valor máximo:


2 vezes o limite máximo dos benefícios do RGPS.
4 vezes o salário mínimo vigente.
4 vezes o limite máximo dos benefícios do RGPS.
2 vezes o salário mínimo vigente.
3 vezes o salário mínimo vigente.

COMENTÁRIO
Alternativa incorreta. Art. 789da CLT.
Alternativa incorreta. Art. 789da CLT.
Alternativa correta. Art. 789da CLT. As custas no processo do Trabalho incidem à base de
2%, observado o mínimo de R$10,64 e o máximo de 4 vezes o limite máximo dos benefícios
do Regime Geral de Previdência Privada.
Alternativa incorreta. Art. 789da CLT.
Alternativa incorreta. Art. 789da CLT.
LETRA C

77. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Complete a afirmação, de acordo com os parâmetros da Reforma Trabalhista:


“É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer
instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a
traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a __________ do
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. “
40%.
20%.
30%.
96
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

15%.
50%.

COMENTÁRIO
Alternativa correta. Art. 789, §3º,da CLT.
Alternativa incorreta. Art. 789, §3º,da CLT.
Alternativa incorreta. Art. 789, §3º,da CLT.
Alternativa incorreta. Art. 789, §3º,da CLT.
Alternativa incorreta. Art. 789, §3º,da CLT.
LETRA A

78. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale a alternativa incorreta quanto aos honorários periciais, de acordo com a Reforma
Trabalhista:
Os honorários periciais poderão ser parcelados a critério do juízo.
Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido
pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias.
A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na
pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária da justiça gratuita.
Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos
capazes de suportar a despesa dos honorários periciais, ainda que em outro processo, a União
responderá pelo encargo.
COMENTÁRIO
Alternativa correta. Art. 790-B, §2º,da CLT.
Alternativa correta. Art. 790-B, §1º,da CLT.
Alternativa correta. Art. 790-B, §3º,da CLT. OJ 98 da SDI-2.
Alternativa incorreta. Art. 790-B, caput,da CLT. Ainda que beneficiária da justiça gratuita, a
parte sucumbente na pretensão objeto da perícia é responsável pelo pagamento dos
honorários periciais.
Alternativa correta. Art. 790-B, §4º,da CLT.
LETRA D

79. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

No que concerne à execução no Processo do Trabalho, assinale a alternativa que condiz com a
Reforma Trabalhista:
A execução será promovida pelas partes, não podendo se dar de ofício pelo juiz ou pelo
Presidente do Tribunal nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado.

97
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de 8 dias para
impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena
de preclusão.
O executado que não pagar a importância reclamada deverá garantir a execução apenas
mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das despesas processuais.
Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de 15 dias
para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob
pena de preclusão.
Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de 10 dias
para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob
pena de preclusão.

COMENTÁRIO
Alternativa incorreta. Art. 878, caput, da CLT. A execução será promovida pelas partes,
podendo ocorrer de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as
partes não estiverem representadas por advogado.
Alternativa correta. Art. 879, §2º, da CLT.
Alternativa incorreta. Art. 882 da CLT. O executado que não pagar a importância reclamada
poderá garantir a execução mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e
acrescida das despesas processuais, apresentação de seguro-garantia judicial ou nomeação de
bens à penhora, observada a ordem preferencial estabelecida CPC/2015.
Alternativa incorreta. Art. 879, §2º, da CLT. O prazo é de 8 dias.
Alternativa incorreta. Art. 879, §2º, da CLT. O prazo é de 8 dias.
LETRA B

DIREITO PENAL

80. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Marque a alternativa INCORRETA, de acordo com a lei 10.028/00, que modificou o Código Penal:

Entende-se pelo crime de contratação de operação de crédito, a conduta de ordenar ou


autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada
ou que exceda limite estabelecido em lei.
Entende-se pelo crime de Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar, a conduta
de ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido
previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei.
Entende-se pelo crime de Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura, a
conduta de ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do
último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício
financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida
suficiente de disponibilidade de caixa.
98
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Entende-se pelo crime de ordenação de despesa não autorizada, a conduta de ordenar


despesa não autorizada por lei.
Entende-se pelo crime de oferta pública ou colocação de títulos no mercado, a conduta de
ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos
da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em
sistema centralizado de liquidação e de custódia.

COMENTÁRIOS
Contratação de operação de crédito
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia
autorização legislativa:
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido
previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: Assunção de obrigação no
último ano do mandato ou legislatura
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do
último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício
financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida
suficiente de disponibilidade de caixa:
Ordenação de despesa não autorizada
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:
Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado
financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam
registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia: LETRA A

81. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Marque a alternativa INCORRETA, de acordo com a lei 12.846/13 (Lei anticorrupção):

Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. Aplica-se o disposto
nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não,
independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado, bem como a
quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que
tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito,
ainda que temporariamente.
A responsabilidade das pessoas jurídicas é subjetiva, nos âmbitos administrativo e civil, pelos
atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.
Subsistea responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de cisão societária.

99
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência
com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração
resulte a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber e a obtenção célere de
informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.
Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o mesmo
grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as
condições nele estabelecidas. A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a
efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.

COMENTÁRIOS
o
Art. 1 Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades
simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo
societário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou
sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro,
constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.
o
Art. 2 As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo
e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo
ou não.
o
Art. 4 Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual,
transformação, incorporação, fusão ou cisão societária.
o
1 Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à
obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do
patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei
decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto no caso
de simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de
leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que
colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa
colaboração resulte:
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.
o
Art. 16, § 5 Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que
integram o mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em
conjunto, respeitadas as condições nele estabelecidas.
o
6 A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do
respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.
LETRA B

82. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE


100
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Marque a alternativa INCORRETA, de acordo com a lei 9.455/97 (Lei do crime de tortura):
Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental em razão de discriminação racial ou religiosa.
O crime de tortura é afiançável, suscetível de graça e anistia.
A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
O condenado por crime previsto nesta Lei nem sempre iniciará o cumprimento da pena em
regime fechado.

COMENTÁRIOS
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico
ou mental:
com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
em razão de discriminação racial ou religiosa;
o
Art. 1 , § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
o
Art. 1 , § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. Art. 1º Constitui crime de
tortura:
- submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou
medida de caráter preventivo.
o
Art. 1 , § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
LETRA B

83. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Marque a alternativa INCORRETA, de acordo com a lei 4.898/65 (lei de abuso de autoridade):

Constitui abuso de autoridade qualquer atentado à inviolabilidade do domicílio e ao sigilo da


correspondência.
Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função
pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.

101
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer
funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a dez anos.
A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação por
denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.
Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia requerer o arquivamento
da representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa
da representação ao Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro órgão do
Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz
atender.

COMENTÁRIOS
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
à inviolabilidade do domicílio;
ao sigilo da correspondência;
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou
função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
o
Art. 6 , § 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de
qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um
a cinco anos.
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação por
denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia requerer o
arquivamento da representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas,
fará remessa da representação ao Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará
outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então
deverá o Juiz atender.
LETRA C

84. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Marque a alternativa INCORRETA, de acordo com a lei 7.960/99:


A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial
ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo improrrogável de 10 (dez) dias.
Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em
liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
Caberá prisão temporária quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova
admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos crimes contra o sistema
financeiro.

102
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Caberá prisão temporária quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova
admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos crimes de extorsão e
quadrilha ou bando.
Os presos temporários deverão permanecer separados dos demais detentos.

COMENTÁRIOS
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade
policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável
por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
o
Art. 2 , § 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto
imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva. Art. 1°
Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
- quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao
esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação
penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).
Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais
detentos.
LETRA E

DIREITO FINANCEIRO
85. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

São medidas cabíveis aos entes federados para fins de adequação aos limites legais com despesas
de pessoal, exceto:
redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
exoneração dos servidores estáveis, desde que ato normativo motivado de cada um dos
Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução
de pessoal;
suspensão da admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades
da administração direta ou indireta;
extinção de cargos, empregos ou função, por meio de lei, vedada a criação de cargo, emprego
ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo mínimo de cinco anos;
exoneração dos servidores não estáveis;

COMENTÁRIO

103
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Segundo o art. 169, § 3º, da CF, para o cumprimento dos limites de despesa com pessoal ativo e
inativo, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
II - exoneração dos servidores não estáveis.
De acordo com o § 4º do mesmo dispositivo, se as medidas acima elencadas não forem suficientes
para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar, o servidor estável poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
O §5º afirma, ainda, que o cargo objeto da redução prevista no parágrafo acima mencionado
será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais
ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos – e não cinco anos, como consta da alternativa D.
Por fim, deve-se ter em mente que a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos
órgãos e entidades da administração direta ou indireta é medida que contribui para o aumento da
despesa com pessoal, de modo que a suspensão de tais condutas facilita a adequação aos limites
legais.
LETRA D

86. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Nos termos da Lei nº 4.320/64, que estatui normas gerais de Direito Financeiro, pode-se afirmar:
Tributo é a receita de capital instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os
impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria
financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou específicas exercidas
por essas entidades.
Tributo é a receita de capital instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os
impostos, as taxas e os empréstimos compulsórios nos termos da constituição e das leis vigentes
em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou específicas
exercidas por essas entidades.
Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os
impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria
financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou específicas exercidas
por essas entidades.
Tributo é a receita de derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo
os impostos, as taxas e os empréstimos compulsórios nos termos da constituição e das leis
vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou
específicas exercidas por essas entidades.
Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os
impostos, as contribuições e os empréstimos compulsórios nos termos da constituição e das leis
vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou
específicas exercidas por essas entidades.

104
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

COMENTÁRIO
De acordo com o art. 9º da Lei nº 4320/64, "Tributo é a receita derivada instituída pelas
entidades de direito publico, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos
da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio
de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades".
LETRA C

87. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale a alternativa correta, de acordo com a Lei nº 4320/64:


A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de
Capital.
A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Derivadas, Receitas
Correntes e Receitas de Capital.
A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Derivadas e Receitas de
Capital.
A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receita Tributária, Receita
Patrimonial, Receita Industrial e Receitas Diversas.
A receita classificar-se-á por fontes nas seguintes categorias: Receitas Derivadas e Receitas de
Capital.

COMENTÁRIO
De acordo com o art. 11, caput, da Lei nº 4.320/64, “A receita classificar-se-á nas seguintes
categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital”. LETRA A

88. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale a alternativa incorreta, no que diz respeito à classificação das receitas:


A Receita Tributária é classificada como uma Receita Corrente.
As receitas decorrentes de operações de crédito são tidas como Receitas de Capital.
A receita patrimonial pode ser classificada como uma Receita Corrente.
A receita industrial deve ser classificada como uma Receita de Capital
Os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender
despesas classificáveis em Despesas de Capital são classificados como Receitas de Capital.

COMENTÁRIO
De acordo com o art. 11, §1º, da Lei 4.320/64: “São Receitas Correntes as receitas tributária,
de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as
provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado,
quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes”.

105
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

De acordo com o art. 11, § 2º, da Lei nº 4.320/64: “São Receitas de Capital as provenientes da
realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em
espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou
privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o
superávit do Orçamento Corrente”.
De acordo com o art. 11, §1º, da Lei 4.320/64: “São Receitas Correntes as receitas tributária,
de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as
provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado,
quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes”.
De acordo com o art. 11, §1º, da Lei 4.320/64: “São Receitas Correntes as receitas tributária,
de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as
provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado,
quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes”. Logo, a receita
industrial é uma Receita Corrente, e não uma Receita de Capital.
De acordo com o art. 11, § 2º, da Lei nº 4.320/64: “São Receitas de Capital as provenientes da
realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie,
de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado,
destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do
Orçamento Corrente”.
LETRA D

89. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale a opção correta quanto à classificação das Despesas, nos termos da Lei 4.320/64:
As despesas serão classificadas nas seguintes Categorias Econômicas: Despesas Correntes e
Despesas de Capital. Dentre as Despesas Correntes, encontram-se as Despesas de Custeio e as
Transferências Correntes.
As despesas serão classificadas nas seguintes Categorias Econômicas: Despesas Correntes e
Despesas de Capital. Dentre as Despesas Correntes, encontram-se as Despesas Derivadas,
Despesas de Custeio e as Transferências Correntes.
As despesas serão classificadas nas seguintes Categorias Econômicas: Despesas Correntes e
Despesas de Capital. Dentre as Despesas de Capital, encontram-se as Despesas de Custeio e as
Transferências Correntes.
As despesas serão classificadas nas seguintes Categorias Econômicas: Despesas Correntes e
Despesas de Capital. Dentre as Despesas de Capital, encontram-se as Despesas de Custeio e as
Transferências de Capital.
As despesas serão classificadas nas seguintes Categorias Econômicas: Despesas Correntes e
Despesas de Capital. Dentre as Despesas de Capital, encontram-se os Investimentos, Inversões de
Capital e Transferências de Capital.

COMENTÁRIO

106
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

De acordo com o art. 12 da Lei nº 4.320/64, a despesa será classificada nas seguintes categorias
econômicas: Despesas Correntes e Despesas de Capital.
Consideram-se Despesas Correntes as Despesas de Custeio e as Transferências Correntes.
Consideram-se Despesas de Capital os Investimentos, Inversões Financeiras e Transferências de
Capital.
LETRA A

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

90. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca dos beneficios previdenciários e dos requisitos para a concessão, assinale o item correto:
O auxílio-acidente será concedido, independentemente de prazo de carência, como
indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de
qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho
que habitualmente exercia.
O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, inclusive de aposentadoria, não
prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente.
Para fins de concessão de auxílio-reclusão a dependentes de segurado que, no momento em
que foi preso, estava desempregado, deve ser considerado o último salário-de-contribuição do
segurado, conforme o entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
O salário-maternidade para a segurada empregada ou trabalhadora avulsa consistirá numa renda
mensal igual a sua remuneração integral, valor sobre o qual não incide contribuição previdenciária.
Conforme o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, para fins de concessão de
aposentadoria especial, é taxativo o rol de agentes nocivos listado em ato do Poder Executivo.

COMENTÁRIO
Assertiva “A”- Independe de carência, conforme o art. 26, I da Lei 8.213/1991.
Assertiva “B” – art. 86, §3º - Hoje não é possível acumular auxílio acidente com aposentadoria, mas
já foi possível no passado. Antes da MP 1.596-14 o auxílio acidente era vitalício, e portanto,
acumulável. Essa MP passou a vedar expressamente a acumulação dos dois benefícios. Em
contrapartida, o auxílio acidente passou a INTEGRAR o cálculo das aposentadorias. Essa MP foi
convertida na Lei 9528 de 97. Atenção: 1) Deve-se respeitar o direito adquirido à acumulação
quando os dois benefícios forem concedidos antes da Lei. 2) Quando os dois benefícios são
concedidos depois da alteração legislativa, deve-se aplicar a lei nova, pelo tempus regit actum. 3)
No caso de auxílio acidente concedido antes da Lei e aposentadoria concedida após, não é possível
a cumulação, pois a 1ª seção do STJ entende que a possibilidade de acumulação requer que a lesão
incapacitante E a concessão da aposentadoria sejam anteriores às alterações promovidas pela Lei.
Súmula 507 STJ e Resp 1.296.673-MG.
Assertiva “C” – Conforme decidido no Resp 1.480.461-SP (Informativo 550 STJ), é no momento da
reclusão que deve ser analisado o critério econômico da renda, de forma que estando o segurado
desempregado, presume-se a necessidade de proteção social decorrente da baixa-renda.
107
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Assertiva “D” – Incide contribuição previdenciária, pois é considerado salário-de-contribuição,


art. 28, §2º, Lei 8212/1991
Assertiva “E” - RESP 1534801, 2015.
PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. ENGENHEIRO AGRÔNOMO. ROL DE ATIVIDADES E
AGENTES NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO. ATIVIDADE ESPECIAL. ARTS. 57 E 58 DA LEI 8.213/1991. IMPOSSIBILIDADE DE
REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA 7/STJ. (...)

A jurisprudência do STJ orienta-se no sentido de que o rol de atividades consideradas


prejudiciais à saúde ou à integridade física descritas pelos Decretos 53.831/1964, 83.080/1979
e 2.172/1997 é meramente exemplificativo, e não taxativo, sendo admissível, portanto, que
atividades não elencadas no referido rol sejam reconhecidas como especiais, desde que tal
situação seja devidamente demonstrada no caso concreto. A Propósito: REsp 1.306.113/SC, Rel.
Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, julgado em 14/11/2012, DJe 7/3/2013 (...)
(REsp 1534801/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
23/06/2015, DJe 05/08/2015)
LETRA A

91. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale o item INCORRETO:


É válida cláusula de regulamento de plano de previdência fechada que permita a aposentadoria
de determinado participante desde que ocorra a cessação do vínculo laboral com o ente público
patrocinador.
A cessação do vínculo laboral com o ente público patrocinador de plano de previdência
complementar fechada é condição indispensável ao recebimento de prestação continuada e
programada, como a aposentadoria.
Segundo o Superior Tribunal de Justiça, o participante de plano de previdência complementar
fechada deverá respeitar a legislação vigente no momento do preenchimento dos requisitos para
a concessão de determinado benefício, não havendo direito adquirido em relação às normas
existentes no momento do ingresso no plano de previdência.
A previsão regulamentar de reajuste, em plano de previdência complementar fechado, com
base nos mesmos índices do RGPS, não inclui os aumentos reais concedidos pelo governo.
Conforme o entendimento do STJ, ao menor sob guarda é assegurado o direito ao benefício da
pensão por morte, desde que esteja previsto no rol de dependentes da Lei n. 8.213/1991.

COMENTÁRIO
Assertiva “A”- Art. 3º, I, da LC 108/2011 e Resp 1.433.544-SE – Informativo 594 STJ. Deve haver
necessariamente a extinção do vínculo laboral.
Assertiva “B” – Entendimento extraído do Resp 1.433.544-SE – Informativo 594 STJ – vide art.
3º, I, da LC 108/2011.

108
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Assertiva “C” – Entendimento extraído do Resp 1.433.544-SE – Informativo 594 STJ – Ainda,
conforme o STJ, a contribuição dos integrantes de plano de previdência complementar pode
ser majorada sem ofender direito adquirido, conforme o Resp 1.364.013-SE. Assertiva “D” –
Resp 1.564.070-MG – Informativo 601 STJ
Assertiva “E” - Eresp 1.141.788-RS – Informativo 595
STJ LETRA E

92. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale o item correto.


É característica da seguridade social a contributividade.
Constitui objetivo da seguridade social a universalidade da cobertura e do atendimento, bem
como a irredutibilidade do valor real dos benefícios.
Conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o princípio da preexistência do
custeio se impõe ao regramento dos planos de previdência privada.
A seguridade social será financiada por toda a sociedade, somente forma direta e indireta,
através das contribuições sociais.
De acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, deve-se assegurar o valor real
dos benefícios previdenciários, de forma que é possível a aplicação de índice de deflação, ainda
que o ato resulte em diminuição do valor nominal do benefício.

COMENTÁRIOS
Item a: Incorreto, uma vez que somente a previdência social possui caráter contributivo.
Item b: Segundo o STF, a irredutibilidade do valor dos benefícios da seguridade social é apenas
nominal, de forma que somente aos benefícios da previdência social é garantida a
irredutibilidade do valor real.
Item c. Incorreto Reflete o entendimento do STF, conforme se observa, inclusive, no RE 583687.
O princípio da preexistência do custeio está previsto no art. 195, §5º, que diz que “Nenhum
benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
correspondente fonte de custeio total.”
Item d: A seguridade social será financiada de forma direta e indireta, conforme previsto no art.
195 da CF.
Item e: Conforme o entendimento do STJ, é possível a aplicação de índices de deflação, desde
que se preserve, ao menos o valor nominal. Vide Resp 1.265.580/RS. LETRA D

93. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca da aposentadoria rural, assinale o item INCORRETO:


A prova exclusivamente testemunhal basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito da
obtenção de benefício previdenciário.

109
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

A certidão de casamento na qual conste que o cônjuge do requerente da aposentadoria é


lavrador não é suficiente para comprovar início de prova material.
Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material
corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício. Entretanto, para fins de
comprovação do tempo de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à
época dos fatos a provar.
Não é possível a concessão de aposentadoria por idade a rurícola quando não comprovado o
desempenho de atividade em regime de economia familiar.
A extinção do processo por ausência de início de prova material de atividade rural não impossibilita
o ajuizamento de nova demanda caso o segurado reúna os elementos necessários a essa iniciativa.

COMENTÁRIOS
Item a: Súmula 149 STJ.A prova exclusivamente testemunhal não basta.
Item b. STJ, Info 538. AgRg no Resp 1.310.096-SP.
PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL.
APOSENTADORIA RURAL. DOCUMENTAÇÃO EM NOME DE CÔNJUGE APOSENTADO NA
ATIVIDADE URBANA. IMPOSSIBILIDADE DE PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL.
APOSENTADORIA RURAL INDEVIDA. PRECEDENTES: AGRG NO RESP.
1.357.551/MS, 1T, REL. MIN. BENEDITO GONÇALVES, DJE 20.11.2013;
AGRG NO RESP. 1.224.486/PR, 5T, REL. MIN. JORGE MUSSI, DJE 26.9.201, AGRG NO AG
1.340.365/PR, 5T, REL. MIN. LAURITA VAZ, DJE 29.11.2010. AGRAVO DESPROVIDO.

De acordo com a jurisprudência desta egrégia Corte Superior de Justiça, a despeito de a certidão
de casamento qualificar o cônjuge da parte autora como lavrador, tal documento não é suficiente
para comprovar início de prova material, quando averiguado - como no presente caso - que o
cônjuge exerce atividade urbana em momento ulterior. Incidência da Súmula 149 do STJ.
Agravo Regimental desprovido.
(AgRg no REsp 1310096/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 25/02/2014, DJe 10/03/2014)
Item c: Súmula 14 TNU e Súmula 34 TNU.
Item d: STJ AR 4.094-SP.
Item e: Info 581 STJ – Resp 1.352.721-SP
LETRA A

94. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Acerca da aposentadoria, indique a alternativa correta:


O Superior Tribunal de Justiça reconhece o direito à aposentadoria por idade híbrida ao
trabalhador rural, mediante o preenchimento de determinados requisitos, não possibilita,
todavia, a soma do tempo de atividade rural aos períodos de contribuição sob outras categorias
de segurado para fins de carência, ainda que no momento do preenchimento dos requisitos da
aposentadoria por idade o trabalhador esteja exercendo atividade rural, e não urbana.
110
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será
devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e
insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-
á paga enquanto permanecer nesta condição. Além do preenchimento dos requisitos legais, deve
ser analisados os aspectos socioeconômicos, profissionais e culturais do segurado, a fim de
analisar a real possibilidade de reabilitação para o exercício de outra atividade laborativa.
A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de
Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, ainda quando a
incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente
de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento). Conforme o Superior Tribunal de
Justiça, o referido adicional é restrito ao segurado aposentado por invalidez..
O auxílio-acidente será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o
período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua
atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

COMENTÁRIOS
Item a: Incorreto. O direito à aposentadoria por idade híbrida ao trabalhador rural que ainda
não tenha alcançado o tempo mínimo de atividade rural previsto na tabela do art. 142 refere-se
à possibilidade de o segurado, atingindo 60 anos se homem e 55 se mulher, somar o tempo de
contribuição referente à outras categorias de segurado ao tempo de atividade rural para fins de
carência, pode ser reconhecido ainda que a última atividade desenvolvida seja urbana. – Vide
Info 570 STJ, Resp 1.476.583-PR
Item b. Incorreto. Além dos aspectos previstos no art. 42 da lei nº 8.213/1991, como o laudo
médico, deve-se analisar, no caso concreto, a real possibilidade de retorno ao mercado de
trabalho. Vide Info 520 STJ AgRg no Resp 283.029-SP, bem como as Súmulas 47 e 77 da TNU.
Item c: art. 42, §2º, Lei 8.213/1991 – Súmula 53 TNU
Item d: art. 45 da Lei nº 8.213 e Info 569 STJ – Resp 1.533.402-SC – Conforme o STJ, esse
adicional de 25% é restrito ao benefício de aposentadoria por invalidez – ATENÇÃO: Ainda
segundo o STJ, caso determinado segurado aposentado por tempo de contribuição retorne ao
trabalho e, em decorrência disso, sofra acidente de trabalho, tornando-se absolutamente
inválido, é possível a conversão da aposentadoria anterior em aposentadoria por invalidez e,
neste caso, poderá receber o adicional de 25%. O adicional continua restrito à aposentadoria
por invalidez, sendo que neste caso é possível a conversão da aposentadoria anterior em
decorrência do acidente de trabalho posterior. Vide Resp 1.475.512-MG – Info 575 STJ.
Item e: Trata-se do auxílio-doença, previsto no art. 59 da Lei 8.213/1991.
LETRA D

95. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale o item que corresponda a acumulação previdenciária vedada:

111
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Acumulação de uma aposentadoria do Regime Próprio de Previdência Social e outra


decorrente do Regime Geral de Previdência Social.
Acumulação de auxílio acidente com aposentadoria, quando a lesão incapacitante e a
aposentadoria forem posteriores ao advento da Lei nº 9.528/1997.
Acumulação de salário maternidade com auxílio acidente.
Acumulação de pensão por morte e aposentadoria.
Acumulação de aposentadoria pelo Regime Geral de Previdência Social e salário-família.

COMENTÁRIOS
Item a: Não existe essa vedação, sendo vedada a percepção de mais de uma aposentadoria
decorrente do mesmo regime apenas.
Item b: Súmula 507 STJ. Somente viável a acumulação nos casos anteriores à referida Lei.
Item c. Art. 167, IV, do Decreto 3048/1999. É auxílio doença a vedação.
Item d: Não existe essa vedação, sendo plenamente possível a percepção de pensão por morte
e aposentadoria. Vedada é a cumulação de duas pensões.
Item e: Não há essa vedação, havendo, inclusive, previsão no art. 65, §único e no art. 18, §2º, da
Lei n. 8.213/1991.
LETRA B

DIREITO AMBIENTAL

96. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

É correto afirmar sobre a Área de Reserva Legal:


Está expressamente prevista no Código Florestal, o qual determina que Reserva Legal deve ser
conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural.
Não é possível a exploração econômica da Reserva Legal.
O registro da Reserva Legal no CAR obriga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis.
A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal desobriga o
proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva Legal, a qual será extinta
independentemente do registro do parcelamento do solo para fins.
Todo imóvel urbano deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva
Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente

COMENTÁRIO
Afirmação correta. A Lei 12.651/2012 é conhecida pela doutrina como Código Florestal.
Afirmação errada. Segundo a Lei 12.651/12:
Art. 17, § 1o Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo
sustentável, previamente aprovado pelo órgão competente do Sisnama, de acordo com as
modalidades previstas no art. 20.
c) – Afirmação errada. Segundo a Lei 12.651/12:

112
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Art. 17, § 4o O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro
de Imóveis, sendo que, no período entre a data da publicação desta Lei e o registro no CAR, o
proprietário ou possuidor rural que desejar fazer a averbação terá direito à gratuidade deste
ato. d) Afirmação incorreta. Segundo a Lei 12.651/12:
Art. 19. A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal não
desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva Legal, que só será
extinta concomitantemente ao registro do parcelamento do solo para fins urbanos aprovado
segundo a legislação específica e consoante as diretrizes do plano diretor de que trata o § 1o do
art. 182 da Constituição Federal.
e) Afirmação incorreta. Segundo a Lei 12.651/12:
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de
Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente,
observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos
previstos no art. 68 desta Lei
LETRA A

97. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

A respeito da responsabilidade civil por danos ambientais, considere a seguinte situação: o


caminhão de uma empresa distribuidora de combustível está trafegando regularmente, e o
motorista devia de um animal, vindo a capotar e destruindo a vegetação da localidade. Sobre o
caso, é incorreto afirmar:
É imprescritível a pretensão reparatória de dano ambiental.
A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral,
solidária e propter rem.
Considerando a estado de necessidade da conduta do motorista, a empresa não será
responsável e não indenizará os danos ambientais.
Se o motorista do carro tivesse tido um ataque cardíaco, ainda assim a empresa poderia ser
responsabilizada.
Ainda que não houvesse culpa do condutor do caminhão empregado da empresa, esta pode
ser responsabilizada em vista da responsabilidade objetiva.

COMENTÁRIO
Afirmação correta. É imprescritível a pretensão reparatória de dano ambiental.
Afirmação correta. Segundo o STJ:
CONSTITUCIONAL. DANO AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PROPTER REM.
IMPRESCRITIBILIDADE DA PRETENSÃO REPARATÓRIA DE DANO AMBIENTAL. REPOSIÇÃO
FLORESTAL. PREQUESTIONAMENTO. INEXISTÊNCIA. SÚMULAS 211/STJ E 282/STF.
NECESSIDADE DE COTEJO ANALÍTICO. ANÁLISE DE LEI LOCAL. SÚMULA 280/STF. INEXISTÊNCIA DE
OFENSA AO ART. 535 DO CPC. ÓBICE DAS SÚMULAS 284/STF e 182/STJ. IMPOSSIBILIDADE DE
ANÁLISE DO CONTEÚDO FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.
INADMISSIBILIDADE DO RECURSO.
113
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Trata-se, na origem, de Mandado de Segurança impetrado pela ora recorrente para esquivar-
se de reparar dano ambiental advindo de obrigação propter rem. Aduz prescrição para retirar a
averbação da obrigação ambiental do registro de imóveis antes de proceder ao
reflorestamento. O recurso visa à anulação do acórdão a quo, alegando a necessidade de
enfrentamento de questão que não teria sido julgada.
Corretamente, o Tribunal de origem afirma que a jurisprudência do STJ primeiro reconhece a
imprescritibilidade da pretensão reparatória de dano ao meio ambiente, e, segundo, atribui,
sob o influxo da teoria do risco integral, natureza objetiva, solidária e propter rem à
responsabilidade civil ambiental, considerando irrelevante, portanto, qualquer indagação
acerca de caso fortuito ou força maior, assim como sobre a boa ou a má-fé do titular atual do
bem imóvel ou móvel em que recaiu a degradação.
Afasta-se a ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil. O Superior Tribunal de Justiça
entende ser inviável o conhecimento do Recurso Especial quando os artigos tidos por violados
não foram apreciados pelo Tribunal a quo, a despeito da oposição de Embargos de Declaração,
haja vista a ausência do requisito do prequestionamento. Incide, na espécie, a Súmula 211/STJ.
4. O inconformismo, manifestado em recurso carente de fundamentos relevantes que
demonstrem como o v. acórdão recorrido teria ofendido o dispositivo alegadamente violado e
que nada acrescente à compreensão e ao desate da quaestio iuris, não atende aos
pressupostos de regularidade formal dos recursos de natureza excepcional. Assim, é inviável o
conhecimento do Recurso Especial nesse ponto, ante o óbice das Súmulas 284/STF e 182/STJ.
Analisar a existência de fato extintivo do direito do recorrido, bem como do pagamento das
parcelas pleiteadas, implica, na hipótese dos autos e considerando as circunstâncias que lhe
são peculiares, o revolvimento do conteúdo fático-probatório da lide, o que é vedado nesta
estreita via, ante a incidência da Súmula 7 do STJ.
Recurso Especial não conhecido.
(REsp 1644195/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
27/04/2017, DJe 08/05/2017)
Afirmação errada. Excludente de responsabilidade civil não pode ser alegada, pois a
responsabilidade é baseada na teoria do risco integral.
Afirmação correta. Excludente de responsabilidade civil não pode ser alegada, pois a
responsabilidade é baseada na teoria do risco integral.
Afirmação correta. A responsabilidade é objetiva.
LETRA C

98. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

A responsabilidade por dano ambiental pode desenrolar-se nas esferas administrativa, cível e
criminal. Acerca do tema, assinale a alternativa incorreta:
A responsabilidade administrativa ambiental apresenta, como regra, caráter subjetivo,
exigindo dolo ou culpa para a sua configuração.
É possível a responsabilização criminal de pessoa jurídica.

114
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Prescreve em dez anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da


Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental.
Suponha que determinada pessoa está sendo processada civilmente por dano ambiental.
Proposta a ação penal em decorrência do mesmo fato, foi o réu absolvido por estar provada a
inexistência do fato. Nesse caso a ação cível não deve prosseguir.
A pessoa que adquire imóvel desmatado irregularmente pode ser condenada a reparar o dano
ambiental, ainda que não tenha dado causa ao dano.

COMENTÁRIO
a) Afirmação correta. Segundo o STJ:
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. DANO AMBIENTAL. AUTO DE INFRAÇÃO.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA. EXIGÊNCIA DE DOLO OU CULPA. MULTA. CABIMENTO EM
TESE. 1. Segundo o acórdão recorrido, "a responsabilidade administrativa ambiental é
fundada no risco administrativo, respondendo, portanto, o transgressor das normas de proteção
ao meio ambiente independentemente de culpa lato senso, como ocorre no âmbito da
responsabilidade civil por danos ambientais" (e-STJ fl. 997). 2. Nos termos da jurisprudência
do STJ, como regra a responsabilidade administrativa ambiental apresenta caráter subjetivo,
exigindo dolo ou culpa para sua configuração.Precrdentes: REsp 1.401.500 Rel. Ministro
Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 13/9/2016, AgRg no AREsp 62.584/RJ, Rel. Ministro
Sérgio Kukina, Rel. p/ acórdão Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, DJe 7/10/2015,
REsp 1.251.697/PR, Rel. Ministro. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 17/4/2012.
3. Recurso Especial parcialmente provido.
(REsp 1640243/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
07/03/2017, DJe 27/04/2017)
b) Afirmação correta. Segundo a Lei 9.605/98:
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme
o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu
representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua
entidade. c) Afirmação incorreta.
Súmula 467, STJ: Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a
pretensão da Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental
d) Afirmação correta. A ação de responsabilidade civil não deve continuar, pois foi definido que o
fato não ocorreu e essa conclusão do juízo criminal vincula o cível.
Código Civil, Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões
se acharem decididas no juízo criminal.
CPP, Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser
proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
Afirmação correta. Trata-se de obrigação propter rem, sendo irrelevante o fato de não ter
sido o proprietário a pessoa que praticou o dano ao meio ambiente. Vejamos o STJ:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA VISANDO À DEMARCAÇÃO E AVERBAÇÃO DA ÁREA DE RESERVA LEGAL EM IMÓVEL
115
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

RURAL. A RESPONSABILIDADE PELO DANO AMBIENTAL É OBJETIVA E SOLIDÁRIA, E O FATO DE


TER HAVIDO O DESMATAMENTO, MESMO QUE POR ANTERIORES PROPRIETÁRIOS, NÃO
ESCUSA A OBRIGAÇÃO DE INSTITUIÇÃO DA RESERVA LEGAL. SÚMULA 83/STJ. REVISÃO DAS
PREMISSAS DO ACÓRDÃO QUANTO À TESE DE ILEGALIDADE NO DESMATE DA ÁREA
DEGRADADA. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
Cuida-se na origem de Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público visando à demarcação e
averbação da área de reserva legal em imóvel de propriedade da parte ora recorrente.
A responsabilidade pelo dano ambiental é objetiva e solidária, e o fato de ter havido o
desmatamento, mesmo que por anteriores proprietários, não escusa a obrigação de instituição
da reserva.
Súmula 83/STJ.
Mostra-se inviável, em sede de Recurso Especial, revisar aspectos quanto à ausência de
ilegalidade no desmate da vegetação, bem como alterar as conclusões do aresto recorrido, por
demandar a incursão no acervo fático-probatório dos autos. Súmula 7/STJ.
Agravo Regimental dos particulares a que se nega provimento.
(AgRg no REsp 1223499/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 13/06/2017, DJe 26/06/2017)
LETRA C

99. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Assinale a opção incorreta.


licenciamento ambiental é o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou
empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental
Em se tratando de responsabilidade por dano ambiental, é cumulável, ainda que não haja
obrigatoriedade, as obrigações de fazer, não fazer e de dar.
Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um
único ente federativo.
O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, implica emissão
tácita, autorizando a prática de ato que dela dependa ou decorra, bem como instaurando a
competência supletiva.
Para fins de licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental, e para autorização de supressão e manejo de vegetação, o critério
do ente federativo instituidor da unidade de conservação não será aplicado às Áreas de Proteção
Ambiental (APAs).

COMENTÁRIO
Afirmação correta. Redação da Lei Complementar 140/2011, art. 2º, I.
Afirmação correta. Segundo o STJ:

116
SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. ÁREA DE


PRESERVAÇÃO PERMANENTE. DANO. CUMULAÇÃO DA INDENIZAÇÃO COM OBRIGAÇÃO DE
FAZER. SÚMULA 7 DO STJ.
Esta Corte Superior entende que, em se tratando de dano ambiental, é possível a cumulação
da indenização com obrigação de fazer, sendo que tal cumulação não é obrigatória, e relaciona-
se com a impossibilidade de recuperação total da área degradada.
Contudo, no caso em análise, o Tribunal entendeu que não há indicação de outros prejuízos,
além daqueles que já são objeto da condenação consistente na obrigação de fazer, assim, rever
o entendimento da instância ordinária, implica o imprescindível reexame das provas constantes
dos autos, o que é defeso em recurso especial ante o que preceitua a Súmula 7/STJ: "A
pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial." 3. Agravo interno a que
se nega provimento.
(AgInt no REsp 1577376/SC, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em
03/08/2017, DJe 09/08/2017)
c) Afirmação correta. Redação do art. 13 da LC 140/11.
d) Afirmação incorreta. Redação do art. 14, §3º da LC 140/11.
e) Afirmação correta. Redação do art. 12 da LC 140/11.
LETRA D

100. SIMULADO 02 PGE PE – @APROVAÇÃOPGE

Sobre o poder polícia ambiental, assinale a opção incorreta:


Compete aos entes federativos, e não ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização
de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo
administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo
empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.
Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental decorrente de
empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
poluidores, pode dirigir representação ao órgão de licenciamento ou autorização, para efeito do
exercício de seu poder de polícia.
Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o ente
federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer cessá-
la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para as providências cabíveis.
Constitui objetivo comum dos entes da federação harmonizar as políticas e ações
administrativas para evitar a sobreposição de atuação entre os entes federativos, de forma a
evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente.
Não é vedado o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de fiscalização da
conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou
utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de
infração ambiental o órgão que detenha a atribuição de licenciamento.

COMENTÁRIO
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SIMULADOS PGE PERNAMBUCO
SIMULADO 02

Afirmação incorreta. Segundo o art. 3º, III da LC 140/11.


Afirmação correta. Segundo o art. 17 da LC 140/11.
Afirmação correta. Segundo o art. 17, §1º da LC 140/11.
Afirmação correta. Segundo o art. 17, §2º da LC 140/11.
Afirmação correta. Segundo o art. 17, §3º da LC 140/11.
LETRA A

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